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FRUTOS NATIVOS DA AMAZONIA

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Afonso Rabelo
Frutos nativos
Da Amazônia 
comercializados nas 
feiras de Manaus-AM
Afonso Rabelo
Frutos nativos
Da Amazônia 
comercializados nas 
feiras de Manaus-AM
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 
Aloizio Mercadante Oliva
DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DE 
PESQUISAS DA AMAZÔNIA 
Adalberto Luis Val
Manaus-AM
 2012
Afonso Rabelo
Frutos nativos
Da Amazônia 
comercializados nas 
feiras de Manaus-AM
R114 Rabelo, Afonso
 Frutos nativos da Amazônia : comercializados nas feiras de Manaus-
 AM / Rabelo Afonso.— Manaus : INPA, 2012.
 390 p. : il. color.; 16 x 23cm
 
 
 ISBN: 978-85-211-0073-7
 
 1. Frutos nativos – Amazônia – Taxonomia. 2. Feira-livre – Manaus. 
 I. Título. 
 
 CDD 19. ed. 581.4
Revisão do Português
Fernanda Rodrigues Morais de Oliveira
Revisão do Glossário
Maria das Graças Gonçalves Vieira
Fotografias
O autor
EDITORA INPA
Editores
Mario Cohn-Haft 
Isolde Dorothea Kossmann Ferraz
Projeto gráfico
Tito Fernandes
Luís D. da Paz
Produção editorial
Odinéia Garcia Bezerra
Shirley Ribeiro Cavalcante
Tito Fernandes
Bolsistas
Anne Caroline Pereira Andes
Erick Isidoro
Ermiro Ribeiro Cavalcante
Luís D. da Paz
Sabrina Araújo de Almeida
Ficha catalográfica
Copyright © Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA 2012 
Av. André Araújo, 2969 - Aleixo 
Manaus - AM, CEP 69060-001 
Fone: (92) 3643-3223 
email: editora@inpa.gov.br
DEDICATÓRIA
Dedico esta obra, “Frutos nativos da Amazônia 
comercializados nas feiras de Manaus-AM”, primeiramente, 
a Deus, pois sem ele, nada seria possível; à memória do 
meu pai Sr. João da Cunha Rabelo, pelos ensinamentos, 
sua bondade, sua companhia e humildade; à minha mãe 
Sra. Nadir do Nascimento Rabelo, pelo esforço e pela 
dedicação dispensados ao êxito de minha vida pessoal e 
acadêmica; à minha esposa Maria das Dores Batista da 
Silva e à minha filha Laís Silva Rabelo, pela paciência e 
pelo companheirismo; e a todos meus irmãos, sobrinhos, 
cunhados e amigos pelo apoio que carinhosamente, me 
dispensaram.
A Deus pela realização dessa obra.
Ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e ao seu 
Diretor Adalberto Luís Val.
À Escola Agrotécnica Federal de Manaus, atual Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM).
Ao professor Henrique Rabelo Sobrinho pelo incentivo e facilitação 
para realização das fotografias de fruteiras dentro das dependências do 
IFAM.
Aos colegas da Editora do INPA, em especial ao Tito Fernandes, 
Luís D. da Paz e Shirley Ribeiro Cavalcante, pela dedicação e eficiência 
durante a editoração do livro. 
À Felipe França de Morais pelo grande estímulo e ajuda nas excursões 
de campo.
À Fernanda Rodrigues Morais de Oliveira, pela revisão do português.
Ao Coordenador de Extensão do INPA, Carlos Roberto Bueno, pelo 
apoio ao trabalho e informações valiosas durante a editoração do livro.
À minha esposa Maria das Dores Batista da Silva e à minha filha Laís 
Silva Rabelo, pelo auxílio valioso durante as pesquisas nas feiras livres de 
Manaus.
Aos meus colegas da Coordenação de Pesquisas em Botânica, em 
especial, ao Dr. Antonio Carlos Marques-Souza, à Dra. Maria das Graças 
Gonçalves Vieira, aos pesquisadores Carlos Alberto Alves de Freitas, 
Diógenes de Andrade Lima Filho e Luiz Carlos de Matos Bonates, e aos 
técnicos Denizard da Silva Ló, José Augusto Coelho da Silva, José Izac 
de Souza, Luiz de Souza Coelho, Maria da Glória Paiva de Assis, Maria 
Olenka Maciel e Nory Daniel de Carvalho Erazow, pelo apoio durante a 
realização da pesquisa.
Aos ilustres companheiros José Guedes de Oliveira, José Ferreira 
Ramos, José Lima dos Santos, Everaldo Pereira e Gláucio Belém da Silva, 
pela colaboração nas coletas de campo.
Aos feirantes da cidade de Manaus, pelas informações sobre os frutos.
AGRADECIMENTOS
“Quem enxergar esta obra sob a ótica de mais um estudo sobre os frutos 
nativos da Amazônia ”... Está no rumo certo do seu entendimento e de 
sua importância, em vista de uma biodiversidade tão rica, que se apresenta 
tão convidativa ao desvendamento de sua variedade e potencialidade que 
cada estudo feito, com seriedade e empenho, encontrará seu lugar como 
elemento eficaz no necessário conhecimento desse manancial. A obra é 
resultado de dois anos de pesquisas e discorre sobre 38 espécies diferentes 
de fruteiras nativas da Amazônia, catalogadas em 10 feiras livres na 
cidade de Manaus. Apesar de sua formatação técnico-científica, apresenta 
uma linguagem simples, objetiva e ricamente ilustrada com fotografias 
coloridas em alta resolução, dos principais elementos constituintes das 
plantas, para que possa ser usada pela sociedade em geral, sobretudo, por 
pequenos agricultores, estudantes e pesquisadores.
Os conhecimentos deste livro servirão também de fonte de consultas 
para trabalhos voltados para pesquisas que visam, especialmente, à incor-
poração das fruteiras nativas em sistemas agroecológicos e no agronegócio; 
na criação de leis para proteção de fruteiras raras presentes em fragmentos 
florestais urbanos e para socialização do conhecimento científico, com 
vistas à sua aplicabilidade.
Ademais, no momento em que a sociedade globalizada sofre mais de 
perto as consequências de uma exploração longa e cruel dos recursos na-
turais, contribuir, de algum modo, para instrumentalizar os que buscam 
o caminho da sustentabilidade, por meio de novas tecnologias e pesquisas 
científicas inovadoras que possibilitem maior conservação, utilidade e 
agregação de valores econômicos aos subprodutos dos frutos, é muito 
gratificante.
Todavia, esta obra também é a expressão de um amazônida fascinado 
e apaixonado por este “Paraíso Verde”. Sinto-me desafiado e privilegiado 
por viver aqui e trabalhar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-
-INPA e, por meio da pesquisa em Taxonomia vegetal, poder ajudar no 
conhecimento da biodiversidade amazônica e na divulgação do potencial 
frutífero de valor econômico.
Por tudo isso, ofereço aos senhores um trabalho realizado com humil-
dade, paciência e boa vontade.
APRESENTAÇÃO
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Por fim, espero que o presente livro seja útil aos interessados nos es-
tudos das fruteiras nativas da Amazônia, com a expectativa de que esses 
conhecimentos possam ser difundidos e usados de maneira proveitosa 
por pesquisadores, estudantes, agricultores e comunidades tradicionais 
de outros Estados do Brasil, sobretudo, da Amazônia. 
O autor
O professor Dr. Warwick Estevam Kerr escreveu certa vez que sem plantas o mundo morreria de fome e que até o ano 1500, os 
homens comiam mais de 5000 espécies de plantas, com destaque para os 
frutos. Já no ano de 1800, esse número já tinha caído para 1500. Segun-
do ele, hoje consumimos apenas 200 espécies. Se formos checar em cada 
região do Brasil esse número, com certeza, é ainda muito menor. Por isso, 
toda informação adicional que venha contribuir para o conhecimento dos 
tipos de plantas que fornecem frutos ao homem será sempre bem vinda.
Numa região como a Amazônia, carente de informações sobre a fauna 
e a flora, Afonso Rabelo nos propicia, com uma linguagem simples e de 
fácil compreensão, de dados sobre o hábito alimentar de parte da popu-
lação de Manaus que frequenta as nossas feiras em busca de frutos que, 
apesar de nativos, são bastante apreciados pelo seu paladar. Quantos de 
nós tivemos a curiosidade de observar isso que o autor constatou? Que 
há no comércio local determinados tiposde frutos que são encontrados 
somente nesses estabelecimentos. Foi à curiosidade e o olhar aguçado do 
autor que transformaram essas observações em uma obra que será de grande 
serventia aos estudiosos da região que desejam se aprofundar no assunto.
O autor descreve 38 frutos que são comercializados nas principais fei-
ras de Manaus, trazendo em detalhes as características botânicas de cada 
um e da planta a qual pertencem, a época de maturação, a distribuição 
geográfica, a maneira como devem ser consumidos e o seu potencial de 
mercado. Fornece ainda, informações para a utilização econômica, para 
o manejo sustentado e para a conservação dessas espécies e os ambientes 
onde elas ocorrem. Os dados inclusive fornecem subsídios para os que de-
sejam fazer reflorestamento em áreas desmatadas, em fazendas e pequenas 
propriedades, visando à sua exploração econômica em larga escala para 
atender o comércio local e/ou para o consumo próprio.
Portanto, por serem frutos tipicamente amazônicos é mais uma con-
tribuição que a obra nos dá para o entendimento das plantas que existem 
na região. Os dados aqui contidos mostram que o potencial desses frutos 
são promissores. A importância das informações aqui contidas e o papel
PREFÁCIO
12
que as mesmas têm em desvendar fatos e curiosidades que acontecem no
dia-a-dia das feiras de Manaus, quando da comercialização desses frutos,
caminham no sentido de que é preciso popularizar o conhecimento.
Antonio Carlos Marques Souza
Pesquisador INPA/Coordenador/CPBO
INTRODUÇÃO ... 15
OBJETIVOS ... 19
METODOLOGIA ... 20
CONFECÇÃO DA OBRA ... 24
RESULTADOS ... 30
ESPÉCIES ARBÓREAS E ARBUSTOS ... 33
1. ABIU 
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. ... 34
2. ARAÇÁ-BOI 
Eugenia stipitata McVaugh ... 41
3. BACURI-DE-ESPINHO 
Garcinia madruno (Kunth) Hammel ... 49
4. BACURI-DO-IGAPÓ 
Garcinia brasiliensis Mart. ... 58
5. BACURI-MIRIM 
Garcinia cf. gardneriana (Planc. & Triana) Zappi ... 67
6. BACURIPARI 
Garcinia macrophylla Mart. ... 71
7. BIRIBÁ 
Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. ... 77
8. CAMU-CAMU 
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh ... 85
9. CASTANHA-DO-BRASIL 
Bertholletia excelsa Bonpl. ... 94
10. CUBIU 
Solanum sessiliflorum Dunal ... 105
11. CUPUAÇU 
Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) Schum. ... 112
12. INGÁ-AÇU 
Inga cinnamomea Spruce ex Benth. ... 121
13. INGÁ-CIPÓ 
Inga edulis var. edulis Martius ... 129
14. JATOBÁ 
Hymenaea courbaril L. ... 137
15. JENIPAPO 
Genipa americana L. ... 145
16. MARI-MARI 
Cassia leiandra Benth ... 154
SUMÁRIO
14
17. MURICI-AMARELO 
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth ... 162
18. PAJURÁ 
Couepia bracteosa Benth ... 170
19. PEPINO-DO-MATO 
Ambelania acida Aubl. ... 177
20. PIQUIÁ 
Caryocar villosum (Aubl.) Pers. ... 185
21. PITOMBA 
Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk ... 194
22. PURUÍ 
Borojoa sorbilis (Ducke) Cuatr. ... 204
23. SAPOTA-DO-SOLIMÕES 
Quararibea cordata (Bonpl.) Vischer ... 213
24. SORVINHA 
Couma utilis (Mart.) Müll. Arg. ... 221
25. TAPEREBÁ 
Spondias mombin L. ... 229
26. UXI 
Endopleura uchi (Huber) Cuatrec. ... 239
27. UMARI 
Poraqueiba sericea Tul. ... 246
ESPÉCIES TREPADEIRAS ... 255
28. GOGÓ-DE-GUARIBA 
Salacia sp. ... 256
29. GUARANÁ 
Paullinia cupana Kunth ... 263
30. MARACUJÁ-DO-MATO 
Passiflora nitida Kunth ... 272
ESPÉCIES DE PALMEIRAS ... 283
31. AÇAÍ-DO-AMAZONAS 
Euterpe precatoria Martius ... 284
32. AÇAÍ-DO-PARÁ 
Euterpe oleracea Martius ... 296
33. BACABA 
Oenocarpus bacaba Martius ... 308
34. BURITI 
Mauritia flexuosa L.f. ... 319
15
35. MARAJÁ-DO-IGAPÓ 
Bactris concinna Martius ... 332
36. PATAUÁ 
Oenocarpus bataua Martius ... 340
37. PUPUNHA 
Bactris gasipaes Kunth ... 348
38. TUCUMÃ 
Astrocaryum aculeatum G. Mey. ... 361
REFERÊNCIAS ... 379
SITES CONSULTADOS ... 380
GLOSSÁRIO ... 381 
A floresta amazônica possui, aproximadamente, 250 espécies com frutos 
comestíveis. CAVALCANTE (1996) relaciona 117 fruteiras nativas e 15 
espécies de palmeiras, do total 44 nunca foram cultivadas. MIRANDA 
et al. (2001) e MIRANDA & RABELO (2006 e 2008) catalogaram 31 
espécies de palmeiras com frutos comestíveis. 
A maioria das fruteiras nativas da Amazônia não apresenta potencial 
florestal madeireiro. Elas produzem frutos com qualidades e sabores bas-
tante variados, com paladar aprazível. Em geral, os frutos são consumidos 
na forma in natura, mas determinadas espécies apresentam frutos com 
potencial para uso na culinária e na agroindústria. Entretanto, pouco se 
sabe sobre a comercialização desses frutos nas feiras livres da cidade de 
Manaus.
A comercialização dos frutos, oriundos do extrativismo sustentado, ou 
de sistemas agroecológicos é considerada como ecologicamente correta e 
economicamente viável, pois além de preservar a floresta e sua biodiversi-
dade, proporciona receita alternativa, principalmente para as comunidades 
tradicionais da região amazônica e, consequentemente, gera empregos e 
melhoria da qualidade vida da população. Entretanto, alguns frutos oriun-
dos do extrativismo estão cada vez mais escassos nas feiras livres da cidade 
de Manaus, dentre eles destacam-se: Piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) 
Pers.), Pajurá (Couepia bracteosa Benth), Sorvinha (Couma utilis (Mart.) 
Müll. Arg.), Uxi (Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.), Jatobá (Hymenaea 
courbaril L.), Bacaba (Oenocarpus bacaba Martius), Patauá (Oenocarpus 
bataua Martius) e Sapota-do-Solimões (Quararibea cordata (Bonpl.) 
Vischer), em decorrência dos desmatamentos provocado para abertura 
de estradas, expansão agropecuária e desenvolvimento sócio-econômico, 
próximo das zonas urbanas. Essa perspectiva tem causado preocupação nos 
ambientalistas em relação à preservação das fruteiras no seu habitat natural. 
Atualmente as espécies de Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Bon-
pl.), Jatobá (Hymenaea courbaril L.) e Piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) 
Pers.), sofrem com grande perda de variabilidade genética, decorrente da 
supressão para retirada de madeira de excelente qualidade. 
Com relação à preservação dessas fruteiras é necessário fortalecer o ex-
trativismo sustentado dos frutos e sementes, uma vez que essa prática causa 
menos impactos em relação à extração de outros produtos não madeireiros. 
INTRODUÇÃO
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É fundamental também incentivar plantios de fruteiras associadas com 
outros vegetais de potencial econômico, sobretudo, em sistemas agroeco-
lógicos, permaculturas, sistemas agroflorestais e em áreas já desmatadas e 
degradadas, para que ocorram posteriormente, crescimento da produção 
e fortalecimento da agricultura familiar, visando especialmente a perma-
nência das populações nas zonas rurais e ribeirinhas. 
Como impactos positivos, haverá redução na taxa de desmatamento e 
aumento das ofertas de frutos, impulsionando assim, o crescimento da 
agricultura familiar, orgânica e sustentável, pois são práticas que protege a 
estrutura do solo e garante sua fertilidade, além de defender as plantas de 
pragas e doenças, sem a necessidade do emprego de agrotóxicos, mantendo 
assim a biodiversidade completa dos nossos ecossistemas.
O sistema agroecológico ou agricultura orgânica são sistemas 
sustentáveis, com produção de alimentos e modelos mais tradicionais a 
baixo custo econômico, energético e ambiental. Esse sistema pretende, 
principalmente, melhorar a qualidade de vida e aumentar a renda de 
pequenos e médios agricultores, visto que envolve a formação de sítios e 
fazendas, além de valorizar o conhecimento tecnológico e o conhecimen-
to das populações tradicionais, os quais são essencialmente importantes 
para atingir uma agricultura saudável e resguardar o ecossistema, como a 
biodiversidade das florestas nativas, os recursos hídricos, a fertilidade e a 
estrutura do solos. Nesse sistema, as áreas de solo de baixa fertilidade, são 
recuperadas por meio da adubação orgânica e compostagem.
A permacultura foi criada pelos australianos Bill e David Holmgren, nos 
anos 70, agregando o conhecimento das populações tradicionais com téc-nicas inovadoras, com o objetivo de criar culturas permanentes, na relação 
entre os homens, natureza e animais, direcionando para a autossuficiência 
doméstica e comunitária e, os produtos em excesso, para a comercialização. 
É um método ambientalmente sustentável que inclui inevitavelmente o 
uso e a convivência direta com as florestas e os benefícios sociais que esse 
relacionamento concede em sítios, fazendas, comunidades isoladas e as-
sentamentos, como modelo de sustentabilidade agrícola de menor gasto 
de energia e de trabalho para a sua manutenção, além da autossuficiência 
econômica e familiar. A estrutura envolve o planejamento de casas com 
formação de telhados verdes, captação de água de chuva, reciclagem do 
saneamento, uso de fogão a lenha com serpentina, materiais mais orgâ-
nicos para a bioconstrução e maior cultivo de espécies, com maior valor 
econômico, energético, alimentar e medicinal (Figuras A e B).
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O sistema agroflorestal (Saf ) é um sistema sustentável de uso da 
terra, que combina, de maneira simultânea ou em sequência, a produção 
de cultivos agrícolas com plantações de árvores frutíferas, florestais ou 
criadouro de animais, utilizando a mesma unidade de terra e aplicando 
técnicas de manejo que são compatíveis com as práticas culturais da po-
pulação local, visando à melhoria dos aspectos ecológicos, econômicos e 
sociais, para promover maior qualidade de vida e, consequentemente, a 
fixação do homem no campo. O sistema busca aproveitar, ao máximo, as 
condições ambientais e ecológicas nessas áreas, já que efetivamente envolve 
a associação de espécies de interesse econômico em diferentes estratos e 
composições vegetais, objetivando melhor aproveitamento e rendimento. 
Notadamente, esses modelos agroecológicos são os que mais se apro-
ximam ecologicamente da floresta, despontando atualmente como uma 
atividade promissora para o desenvolvimento da fruticultura na Amazônia. 
Dentre as fruteiras regionais mais valorizadas para o cultivo em sistema 
agroecológico, permacultura e sistema agroflorestal estão: o Abiu (Pouteria 
caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.), Açaí-do-Amazonas (Euterpe precatoria 
Martius), Açaí-do-Pará (Euterpe oleracea Martius), Araçá-boi (Eugenia 
stipitata McVaugh), Bacaba (Oenocarpus bacaba Martius), Bacuri-de-
espinho (Garcinia madruno (Kunth) Hammel), Biribá (Rollinia mucosa 
(Jacq.) Baill.), Camu-camu (Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh), 
Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Bonpl.), Cubiu (Solanum 
sessiliflorum Dunal), Cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willd. ex 
Spreng.) Schum.), Guaraná (Paullinia cupana Kunth), Ingá-açu (Inga 
cinnamomea Spruce ex Benth.), Ingá-cipó (Inga edulis var. edulis Martius), 
Jatobá (Hymenaea courbaril L.), Jenipapo (Genipa americana L.), Mari-
mari (Cassia leiandra Benth), Murici-amarelo (Byrsonima crassifolia 
(L.) Kunth), Pitomba (Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk), Pupunha 
(Bactris gasipaes Kunth), Puruí (Borojoa sorbilis (Ducke) Cuatr.), Sapota-
do-Solimões (Quararibea cordata (Bonpl.) Vischer)), Sorvinha (Couma 
utilis (Mart.) Müll. Arg.), Taperebá (Spondias mombim L.), Tucumã 
(Astrocaryum aculeatum Mayer) e Umari (Poraqueiba sericea Tul.). 
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Figuras (A e B) - Detalhe de algumas fruteiras cultivadas em sistemas agroeco-
lógicos. 
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Com propósito de ampliar o conhecimento das espécies de fruteiras 
nativas comercializadas nas feiras livres na cidade Manaus, foram reali-
zadas pesquisas durante dois anos em 10 (dez) estabelecimentos, com os 
objetivos a seguir:
1 - Ressaltar as características botânicas de cada fruteira catalogada, bem 
como o potencial ecológico, econômico e ornamental;
2 - Sugerir o cultivo dessas fruteiras em sistema agroecológico, perma-
cultura, sistema agroflorestal, quintal residencial, sítio, arborização urbana 
e paisagismo;
3 - Valorizar os frutos amazônicos e propagar os conhecimentos dessas 
fruteiras, sobretudo, nas escolas de ensino fundamental, médio e univer-
sitário;
4 - Alertar políticos, pesquisadores e ambientalistas sobre a importância 
da preservação de fruteiras raras no seu habitat natural;
5 - Estimular a criação de leis para proteção de fruteiras nativas em 
fragmentos florestais urbanos, principalmente, em nascentes, margens de 
igarapés e áreas próximas a rios;
6 - Resgatar os costumes da cultura amazonense, especialmente dos 
manauaras, pelo consumo de frutas nativas.
7 - Por meio dos plantios de fruteiras em sistemas agroecológicos, pro-
mover uma relação mais equilibrada entre o homem e o meio ambiente, 
respeitando, especialmente, os conhecimentos, tradições e costumes das 
populações tradicionais da Amazônia.
OBJETIVOS
O trabalho foi realizado na cidade de Manaus, capital do Estado do 
Amazonas, principal centro financeiro da região Norte do Brasil (Figura 
C), na Amazônia Central e, confluência dos rios Negro e Solimões, com 
área territorial de 11.159,5 km² e urbana de 377 km², nas coordenadas: 
Latitude 3° 07’ (S) e Longitude 59° 57’ (W), e distante a 1.924 quilôme-
tros da capital federal, Brasília. É a cidade mais populosa da Amazônia, 
com 1.802.525 habitantes (Censo IBGE, 2010), e conhecida pelo teatro 
Amazonas e ecoturismo (Figuras D, E e F). 
O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, apresentando preci-
pitação pluviométrica anual média de 2.300 mm, com uma variação 
de temperatura média de 27 ºC. As chuvas, apesar de regulares, não 
se distribuem igualmente durante o ano, os meses mais chuvosos são: 
dezembro, janeiro, fevereiro, março, abril e maio. Essas precipitações 
resultam de uma umidade relativa anual superior a 80%. Nos meses de 
junho a outubro ocorre o período de poucas chuvas, resultando em uma 
estação seca, com pequenos deficit hídricos nos solos, principalmente, 
aqueles arenosos.
Os solos mais importantes são os latossolos amarelos, que são muito 
argilosos, ácidos e com altos teores de alumínio. A superfície da floresta 
apresenta boa fertilidade devido à reciclagem de nutrientes provenientes 
da liteira (galhos, folhas, flores e frutos das árvores). Essa liteira é impor-
tante, por suprir continuamente o solo com nutrientes e contribuir para 
a manutenção da sua estrutura e conservação. Nas áreas mais profundas, 
o solo apresenta baixa fertilidade, além de, muitas vezes, apresentar 
deficiência de micronutrientes.
O tipo de vegetação no entorno de Manaus é caracterizado por floresta 
ombrófila densa, localizada em terra firme, dividindo-se em floresta de 
platô, vertente e baixio, às vezes, associada com outros tipos de vegetação, 
com superfícies menor, tais como campinas e campinaranas. É caracte-
rizada por apresentar vegetação densa de grande porte, em que a altura 
das árvores varia de 20 a 40 metros; o dossel é emergente, uniforme e 
contínuo, às vezes, com pequenas clareiras provocadas pelo vento ou 
queda natural de árvores velhas, além das clareiras naturais de pequenos 
igarapés. O sub-bosque é bastante úmido, pouco denso, sem emaranhado 
de cipós e com grande frequência e abundância de palmeiras acaules.
METODOLOGIA
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Figura (C) -Mapa de localização da cidade de Manaus, capital do Estado do 
Amazonas. Fonte: Olly Phillipson-2007.
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Figuras (D e E) - Vista panorâmica da cidade de Manaus.
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Foi realizada por meio de pesquisas durante dois anos em 10 (dez) 
feiras livres localizadas na cidade de Manaus (Figuras G, H, I, J, L, M, 
N, O, P e Q). 
Nas feiras, os frutos nativos foramfotografados e coletados para men-
suração em laboratório e identificação no Herbário da CPBO/INPA 
(Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). 
A identificação dos frutos foi realizada por meio de comparação com 
o material testemunho herborizado e revisado por especialistas. Após 
as identificações, foram avaliados as frequências, abundâncias, preços e 
período de comercialização de cada espécie.
Nos textos, as espécies foram separadas em 3 (três) blocos: (1) plantas 
arbóreas e arbustos, (2) plantas trepadeiras e, (3) palmeiras. Posterior-
mente, foram listadas de acordo com a determinação alfabética de cada 
grupo, seguidas pela numeração crescente, por meio dos nomes vulgares.
Para cada espécie foram atribuídos o nome vulgar, o nome científico, as 
sinonímias, o gênero e a família, utilizando-se a nomenclatura da base de 
dados do Missouri Botanical Garden (MBG), disponíveis no site: www.
tropicos.org. Em seguida, foi feita a caracterização botânica de cada espé-
cie, onde foram destacados a descrição das plantas, hábito de crescimento, 
tipos e formas das inflorescências, flores, folhas, frutos e sementes, bem 
como, os principais usos, época da comercialização e preços dos frutos 
nas feiras, tudo isso, retratados em fotografias com alta resolução, tratadas 
no programa photoshop. 
CONFECÇÃO DA OBRA
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Figura (G) - Feira do Alvorada, localizada no centro comercial da Avenida “J”, s/n, 
no Bairro da Alvorada I.
Figura (H) - Feira do CIGS, localizada na Avenida São Jorge, 750, no Bairro de São 
Jorge, realizada aos sábados, a cada 15 dias. 
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Figura (I) - Feira Modelo da Compensa, localizada na Rua São Pedro no Bairro da 
Compensa II, s/n, ao lado do Mini-Shopping no entroncamento da Avenida Brasil.
Figura (J) - Feira Modelo do Coroado, localizada na Alameda Cosme Ferreira, s/n, 
próxima da Avenida Beira-Rio, no Bairro do Coroado.
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Figura (L) - Feira de frutas regionais, localizada na Avenida Torquato Tapajós, 
próxima ao do viaduto do Bairro da Cidade Nova e entrada para o Aeroporto 
Eduardo Gomes.
Figura (M) - Feira do Lírio do Vale, localizada na Avenida Laguna, s/n, no Bairro 
do Lírio do Vale I.
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Figura (N) - Feira da Manaus Moderna, localizada na Rua Barão de São Domin-
gos, s/n no centro de Manaus.
Figura (O) - Feira da Panair, localizada na Rua Bento José de Lima, s/n, no Bairro 
da Colônia Oliveira Machado.
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Figura (P) - Feira do Produtor, localizada na Rua Comendador Vicente Cruz, em 
frente à Câmara Municipal de Manaus, no Bairro de Santo Antônio.
Figura (Q) - Feira do CEASA, localizada na BR-319, no Porto da Balsa.
P
Q
Foram identificadas 38 (trinta e oito) fruteiras nativas, sendo 27 (vinte 
e sete) plantas arbóreas e arbustos (Tabela 1), 3 (três) plantas trepadeiras 
(Tabela 2) e 8 (oito) espécies de palmeiras (Tabela 3), distribuídas em 31 
(trinta e um) gêneros e 21 (vinte e uma) famílias. A família Arecaceae (pal-
meiras) com 8 (oito) espécies (21,62%) foi a mais abundante, seguida por 
Fabaceae com 4 (quatro) (10,81%), Clusiaceae com 4 (quatro) (10,81%) 
e Apocynaceae, Malvaceae, Myrtaceae, Rubiaceae e Sapindaceae com 2 
(dois) (5,41%) respectivamente.
Entre as espécies catalogadas, as mais conhecidas foram: Abiu (Pouteria 
caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.), Açaí-do-Amazonas (Euterpe precatoria 
Martius), Açaí-do-Pará (Euterpe oleracea Martius), Araçá-boi (Eugenia 
stipitata McVaugh), Bacaba (Oenocarpus bacaba Martius), Biribá (Rollinia 
mucosa (Jacq.) Baill.), Buriti (Mauritia flexuosa L.f.), Camu-camu (Myr-
ciaria dubia McVaugh), Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Bonpl.), 
Cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) Schum.), Guara-
ná (Paullinia cupana Kunth), Ingá-cipó (Inga edulis var. edulis Martius), 
Jatobá (Hymenaea courbaril L.), Jenipapo (Genipa americana L.), Patauá 
(Oenocarpus bataua Martius), Pitomba (Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Ra-
dlk), Pupunha (Bactris gasipaes Kunth), Taperebá (Spondias mombin L.) 
e Tucumã-do-Amazonas (Astrocaryum aculeatum Mayer).
As espécies que ocorreram em todas a feiras visitadas foram: Bacuri-de-
espinho (Garcinia madruno (Kunth) Hammel), Bacuri-do-igapó (Inga 
edulis var. edulis Martius), Biribá (Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.), Castanha-
do-Brasil (Bertholletia excelsa Bonpl.), Cubiu (Solanum sessiliflorum 
Dunal), Cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) Schum.), 
Ingá-açu (Inga cinnamomea Spruce ex Benth.), Ingá-cipó (Inga edulis var. 
edulis Martius), Jenipapo (Genipa americana L.), Pupunha (Bactris gasipaes 
Kunth), Tucumã (Astrocaryum aculeatum Mayer) e Umari (Poraqueiba 
sericea Tul.). 
As fruteiras de Açaí-do-Pará, Castanha-do-Brasil, Camu-camu, 
Cubiu, Cupuaçu, Guaraná, Murici-amarelo, Pupunha, Sorvinha, 
Taperebá e Tucumã apresentam grande potencial econômico e ótimas 
oportunidades de comercialização, geração de emprego, renda e melhoria 
da qualidade de vida, tendo em vista a boa aceitação pelos mercados re-
gionais, nacionais e internacionais. 
RESULTADOS
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33Tabela 1 - Lista das espécies arbóreas e arbustos catalogadas nas feiras livres de 
Manaus.
N°. NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIAS
1 Abiu Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Sapotaceae
2 Araçá-boi Eugenia stipitata McVaugh Myrtaceae
3
Bacuri-de-
espinho
Garcinia madruno (Kunth) Hammel Clusiaceae
4 Bacuri-do-igapó Garcinia brasiliensis Mart. Clusiaceae
5 Bacuri-mirim
Garcinia cf. gardneriana (Planc. & 
Triana) Zappi
Clusiaceae
6 Bacuripari Garcinia macrophylla Mart. Clusiaceae
7 Biribá Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. Annonaceae
8 Camu-camu Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh Myrtaceae
9
Castanha-do-
Brasil
Bertholletia excelsa Bonpl. Lecythidaceae
10 Cubiu Solanum sessiliflorum Dunal Solanaceae
11 Cupuaçu
Theobroma grandiflorum (Willd. ex 
Spreng.) Schum.
Malvaceae
12 Ingá-açu Inga cinnamomea Spruce ex Benth. Fabaceae
13 Ingá-cipó Inga edulis var. edulis Martius Fabaceae
14 Jatobá Hymenaea courbaril L. Fabaceae
15 Jenipapo Genipa americana L. Rubiaceae
16 Mari-mari Cassia leiandra Benth Fabaceae
17 Murici-amarelo Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Malpighiaceae
18 Pajurá Couepia bracteosa Benth Chrysobalanaceae
19 Pepino-do-mato Ambelania acida Aubl. Apocynaceae
20 Piquiá Caryocar villosum (Aubl.) Pers. Caryocaraceae
21 Pitomba Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk Sapindaceae
22 Puruí Borojoa sorbilis (Ducke) Cuatr. Rubiaceae
23
Sapota-do-
Solimões
Quararibea cordata (Bonpl.) Vischer Malvaceae
24 Sorvinha Couma utilis (Mart.) Müll. Arg. Apocynaceae
25 Taperebá Spondias mombin L. Anacardiaceae
26 Uxi Endopleura uchi (Huber) Cuatrec Humiriaceae
27 Umari Poraqueiba sericea Tul. Icacinaceae
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Tabela 2 - Lista das plantas trepadeiras catalogadas nas feiras livres de Manaus.
N°. NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIAS
28 Gogó-de-guariba Salacia sp. Hippocrateaceae
29 Guaraná Paullinia cupana Kunth Sapindaceae
30 Maracujá-do-mato Passiflora nitida Kunth Passifloraceae
Tabela 3 - Lista das palmeiras catalogadas nas feiras livres de Manaus.
N°. NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA
31 Açaí-do-Amazonas Euterpe precatoria Martius Arecaceae
32 Açaí-do-Pará Euterpe oleracea Martius Arecaceae
33 Bacaba Oenocarpus bacaba Martius Arecaceae
34 Buriti Mauritia flexuosa L.f. Arecaceae
35 Marajá-do-igapó Bactris concinna Martius Arecaceae
36 Patauá Oenocarpus bataua Martius Arecaceae
37 Pupunha Bactris gasipaes Kunth Arecaceae
38 Tucumã Astrocaryum aculeatum Mey. Arecaceae
 PLANTAS ARBÓREAS
 E ARBUSTOS
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE 
FAMÍLIA: Sapotaceae Juss.
Genera Plantarum 151. 1789. (Gen. Pl.).
GÊNERO:Pouteria Aubl.
Histoire des plantes de la Guiane Françoise 1: 85-86, pl. 33. 1775. (Hist. 
Pl. Guiane).
NOME científico: Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.
Sitzungsberichte der Mathematisch-Physikalischen Classe (Klasse) der K. B. 
Akademie der Wissenschaften zu München 12(3): 333. 1882. (Sitzungsber. 
Math.-Phys. Cl. Königl. Bayer. Akad. Wiss. München).
SINONÍMIAS: 
Achras caimito Ruiz & Pav.
Guapeba brasiliensis Steud.
Guapeba caimito (Ruiz & Pav.) Pierre
Guapeba lasiocarpa (Mart.) Pierre
Guapeba laurifolia Gomes
Labatia caimito (Ruiz & Pav.) Mart.
Labatia lasiocarpa Mart.
Labatia reticulata Mart.
Lucuma caimito (Ruiz & Pav.) Roem. & Schult.
Lucuma huallagae Standl. ex L.O. Williams
Lucuma lasiocarpa (Mart.) A. DC.
Lucuma laurifolia (Gomes) A. DC.
Lucuma temare Kunth
Pouteria caimito var. laurifolia (Gomes) Baehni
Pouteria lasiocarpa (Mart.) Radlk.
Pouteria leucophaea Baehni
Pouteria temare (Kunth) Aubrév.
Richardella temare (Kunth) Pierre
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ÁRVORE - O abiueiro é uma árvore lactescente de porte médio, podendo 
alcançar até 20 metros de altura. É nativo da Amazônia Ocidental, onde 
pode ser encontrado na forma silvestre. Quando cultivado em ambientes 
abertos, possui tronco (caule) curto e copa fechada, com densas rami-
ficações, a qual estampa uma conformação bastante ornamental. Por 
apresentar potencial econômico, nutricional, ornamental e medicinal, o 
abiueiro é cultivado amplamente na Amazônia e região tropical brasileira, 
sobretudo, em pequenos pomares, sítios e quintais residenciais (Figura 1A).
Figura 1 (A) - Hábito de crescimento do abiueiro.
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO ABIU
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.
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FOLHAS - São inteiras, alongadas, brilhantes, glabras com disposições alter-
nas e abundantes nas extremidades dos ramos; possuem formato elíptico 
ou lanceolado, com base cuneada e ápice acuminado (Figuras 1B e 1C). 
B
Figura 1 - (B) detalhe das folhas, com disposições alternas; (C) superfície supe-
rior da folha acima e inferior abaixo com nervuras proeminentes.
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FLORES - Formadas ao longo dos ramos e axilas das folhas, são pequenas, 
coloração amarelo-esverdeada e pouco vistosas. Pode ocorrer na mesma 
planta flores unissexuais e hermafroditas (Figura 1D). 
FRUTO - É uma baga com forma globosa ou elipsoide de extremidade arre-
dondada ou afilada, medindo em média 8cm de comprimento por 6cm de 
diâmetro, contudo podem ser encontradas variedades melhoradas genetica-
mente com tamanhos maiores; nos frutos maduros o epicarpo (casca) possui 
consistência grossa, porém pouco densa, superfície lisa, coloração amarela 
ou amarelo-esverdeado-brilhante; o mesocarpo (polpa), com rendimento 
de ±50% do total do fruto possui coloração branco-transparente no mo-
mento do corte, consistência mucilaginosa, sendo pouco fibroso, bastante 
nutritivo e com paladar levemente adocicado e, às vezes, insípido, poden-
do ser consumido na forma in natura ou na preparação de sucos e doces. 
Quando os frutos são cortados 
e degustados, exsudam um 
látex branco e pegajoso que 
cola nos lábios das pessoas, 
no entanto é de fácil remoção 
com óleo de cozinha (Figuras 
1E, 1F, 1G e 1H). 
Figura 1 (D) - Flores pequenas formadas ao longo do ramo e nas axilas das folhas.
Figura 1 (E) - Detalhe dos frutos 
nos ramos.
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Figura 1 - (F) abiu grande, melhorado geneticamente; (G) frutos maduros.
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Figura 1 (H) - Frutos inteiros, medindo em média 8cm de comprimento por 6cm 
de diâmetro e descerrados na forma longitudinal e transversal.
SEMENTES - São alongadas, lisas e brilhantes, medindo de 3-4,5cm de 
comprimento por 2-2,5cm de diâmetro; endocarpo (tegumento) possui 
coloração escura e uma cicatriz branca; endosperma (amêndoa) espesso e 
branco. No interior dos frutos, encerram-se de 1 a 4 sementes (Figura 1I).
Figura 1 (I) - Detalhe 
das sementes intei-
ras e descerradas.
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COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos de abiu foram encontrados em 90% das feiras 
visitadas, nos meses de agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro 
e janeiro do ano seguinte, em pequenas ofertas nas feiras do Alvorada, 
do Ceasa, da Compensa, do Coroado, de frutas regionais, do Lírio do 
Vale, Manaus Moderna, do Produtor, da Panair e, eventualmente, por 
vendedores ambulantes nos cruzamentos de algumas avenidas do centro 
da cidade de Manaus. A comercialização é efetuada somente no varejo, 
onde são vendidos por unidades com valores variando de R$ 0,50 a R$ 
1,00, ou em sacolas contendo 15 unidades, ao preço de R$ 5,00. Esses 
frutos são demasiadamente sensíveis ao transporte e à deterioração. Após 
a compra, recomenda-se o consumo imediato. A conservação em geladeira 
preserva os frutos por poucos dias (Figura 1J). 
Figura 1 (J) - Comercialização dos 
frutos em sacolas de náilon.
J
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE 
FAMÍLIA: Myrtaceae Juss.
Genera Plantarum 322-323. 1789. (Gen. Pl.).
GÊNERO: Eugenia L.
Species Plantarum 1: 470-471. 1753. (Sp. Pl.).
NOME CIENTÍFICO: Eugenia stipitata McVaugh
Fieldiana, Botany 29(3): 219. 1956. (Fieldiana, Bot.).
TIPO: 
Local: Peru: Loreto: Mishuyacu, próximo de Iquitos, floresta com 
elevação de 100 metros, Jan. 1093. 
Número do coletor: G. Klug 788. 
Distribuição: Peru, Brasil (Amazônia Ocidental). 
Instituição: F-624179; IT:NY, US.
ESPÉCIME TIPO:
HT: Klug, G. 788; Jan 1930; Peru. 
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO ARAÇÁ-BOI
Eugenia stipitata McVaugh
ÁRVORE - Nativo da Amazônia Ocidental, o araçá-boi é um arbusto que 
quando adulto, atinge pouco mais de 4 metros de altura. Possui tronco 
curto e copa ampla, porém com densas ramificações laterais e folhagens 
abundantes, as quais alcançam a superfície do solo. É considerada uma 
planta de grande valor econômico, nutricional e ornamental, além disso, 
apresenta precocidade na produção de frutos e rusticidade contra pragas 
e doenças. Atualmente é cultivado como planta ornamental ou para pro-
dução de frutos em pequenos pomares, sítios e sistemas agroecológicos 
difundidos pela Amazônia e, em alguns municípios da região Nordeste 
do Brasil. Em cultivos racionais, floresce e frutifica durante o ano inteiro 
(Figura 2A). 
 ARAÇÁ-BOI 2
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Figura 2 (A) - Hábito de crescimento do araçazeiro.
FOLHAS - Possui folhas simples, disposição opostas, venação com nervura 
intramarginal presente e afastada da margem; lâmina foliar com presen-
ça de minúsculos pontos com glândulas taníferas que, geralmente, são 
visíveis à contra luz e, quando as folhas são amassadas exalam um aroma 
parecido com o de goiaba verde. Essas folhas apresentam forma elíptica, 
ápice acuminado e base arredondada (Figuras 2B, 2C e 2D).
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Figura 2 - (B e C) ramos com folhas opostas; (D) detalhe da folha com formato 
elíptico, ápice acuminado, base arredondada e nervuras intramarginais, afasta-
das das margens.
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C D
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INFLORESCÊNCIAS - Possui inflorescências do tipo racemosa, formada nas 
axilas das folhas (Figura 2E).
FLORES - São pequenas, solitárias ou agrupadas; as hermafroditas possuem 
numerosos estames livres e gineceu funcional, com cálice formado por 4 
sépalas verde-amareladas e corola com 4 pétalas brancas (Figuras 2 F1 e 2F2). 
Figura 2 (E) - Detalhe das inflorescências racemosas.
F2F1
Figura 2 - (F1 e F2) detalhe dos botões florais e flores na antese.
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FRUTO - É uma baga globosa de coloração amarelada quando maduro, 
medindo em média 5cm de comprimento por 7cm de diâmetro, contudo 
frutos provinientes de cultivos racionais, podem apresentar tamanhossuperiores ao da média. O epicarpo (casca) é fino, frágil e levemente ave-
ludado na superfície. O mesocarpo (polpa) é amarelo-claro, suculento, 
pouco fibroso e com rendimento de ±75% do total do fruto, todavia, rico 
em carboidratos, proteínas e vitaminas do complexo A, B e C. Entretan-
to, o consumo na forma in natura não é recomendado por conter sabor 
bastante ácido, no entanto, pode ser utilizado na culinária regional, na 
preparação de cremes, doces, sucos, tortas, entre outras. Possui potencial 
para uso na agroindústria, na preparação de sucos concentrados, doces, 
sorvetes, geleias e iogurtes (Figuras 2G, 2H, 2I, 2J, 2L e 2M).
Figura 2 - (G) detalhe do fruto ima-
turo no ramo; (H) fruto maduro.
G
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Figura 2 - (I) frutos maduros, medindo em média 6cm de comprimento por 9cm 
de diâmetro; (J) frutos descerrados na forma tranversal e longitudinal.
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SEMENTES - No interior dos frutos, encerram-se de 10 a 25 sementes, 
com formas e tamanhos variados; o tegumento possui coloração marrom 
e textura fina; endosperma é branco no momento do corte (Figura 2N).
Figura 2 (N) - Detalhe das sementes inteiras e descerradas, na forma longitudinal 
e transversal.
Figura 2 - (L) detalhe do mesocarpo (polpa); 
(M) creme da polpa do fruto do araçá-boi.L
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COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos de araçá-boi foram encontrados, esporadi-
camente, em 60% das feiras visitadas, nos meses de outubro, novembro, 
dezembro e, janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho do ano seguin-
te, nas feiras do Alvorada, CIGS, Coroado, Manaus Moderna, de frutas 
regionais e da Panair, onde foram comercializados em pequenas ofertas 
com o preço variando de R$ 0,50 a R$ 1,00, a unidade, independente 
do tamanho do fruto ou por R$ 2-4,00 o quilo. Esses frutos são bastante 
sensíveis ao transporte e à deterioração, no entanto, a polpa pode ser 
conservada sob refrigeração por alguns meses (Figuras 2O1 e 2O2).
Figura 2 - (O1 e O2) detalhe da 
comercialização por unidades ou 
por quilos dos frutos do araçá-boi.
O1
O2
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE 
FAMÍLIA: Clusiaceae Lindl.
An Introduction to the Natural System of Botany 74. 1836. (Intr. Nat. 
Syst. Bot. (ed. 2).
GÊNERO: Garcinia L.
Species Plantarum 1: 443. 1753. (Sp. Pl.).
MATERIAL TIPO: 
Garcinia mangostana L. - Species Plantarum 1: 443-444. 1753.
SINÔNIMO RELEVANTE:
Sin. heterotípico Rheedia L.
Kearns, D.M. 1998. Garcinia. In: P.E. Berry, B.K. Holst, Yatskievych, 
K. (eds), Flora of the Venezuelan Guayana, vol. 4. St. Louis. Missouri 
Botanical Garden Press, p. 295-299.
NOME CIENTÍFICO: Garcinia madruno (Kunth) Hammel
Annals of the Missouri Botanical Garden 76(3): 928. 1989. (Ann. Mis-
souri Bot. Gard.).
SINONÍMIAS: 
Calophyllum madruno Kunth
Rheedia acuminata (Ruiz & Pav.) Planch. & Triana
Rheedia kappleri Eyma
Rheedia madruno (Kunth) Planch. & Triana
Rheedia spruceana Engl.
BACURI-DE-ESPINHO 3
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CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO BACURI-DE-ESPINHO
Garcinia madruno (Kunth) Hammel
ÁRVORE - O bacurizeiro-de-espinho, nativo da Amazônia, é uma planta 
lactescente de médio porte, podendo alcançar até 15 metros de altura. 
Atualmente é cultivado por todo o bioma amazônico, sobretudo, em 
sítios, pequenos pomares ou como planta ornamental. Possui caule curto 
e retilíneo, porém com várias ramificações paralelas, densas folhagens e 
copa da árvore em forma de cone; qualquer constituinte da árvore, quando 
sofre incisão, segrega um látex de coloração amarelada (Figura 3A).
Figura 3 (A) - Hábito de crescimento do bacurizeiro-de-espinho.
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Apresenta potencial para ser cultivado em quintais residenciais, sítios, 
sistemas agroecológicos e para arborização e paisagismo (Figura 3B).
FOLHAS - São simples, glabras e opostas na inserção dos ramos, apresen-
tando forma elíptica, base cuneada, ápice acuminado e nervura central 
proeminente nas superfícies superior e inferior (Figuras 3C, 3D e 3E). 
Figura 3 (B) - Bacurizeiro-de-espinho sendo cultivado na arborização e paisagismo.
Figura 3 (C) - Detalhe dos 
ramos com folhas opostas.
B
C
54
B
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C
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I-
D
E
-E
S
P
IN
H
O
Figura 3 - (D e E) folhas simples com nervura central proeminente em 
ambas as superfícies.
INFLORESCÊNCIAS - Apresentam inflorescências tipo racemosas formadas 
nas axilas das folhas e dispostas ao longo dos ramos e galhos menores 
(Figuras 3F). 
Figura 3 (F) - Detalhe dos botões florais.
D E
F
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az
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s
55
FLORES - São hermafroditas, pequenas, solitárias ou agrupadas; possuem 
estames livres e cálice formado por 4 sépalas verde-claras e corola por 4 
pétalas brancas (Figuras 3G, 3H e 3I).
Figura 3 - (G e H) detalhe 
das flores na antese; (I) flo-
res polinizadas.
H
I
G
56
B
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C
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I-
D
E
-E
S
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O
FRUTO - É uma baga com epicarpo (casca) de coloração amarela, quando 
maduro, possui forma elíptica-ovoide e afilamento na extremidade inferior. 
Em média, os frutos apresentam 6,5cm de comprimento por 5,2cm de 
diâmetro. O epicarpo (casca) é grosso, áspero e com rugas na superfície. 
O mesocarpo (polpa) tem rendimento de ±25%, apresenta coloração 
branca, consistência fina, sendo acidífero e com sabor levemente azedo. O 
consumo é basicamente na forma in natura, entretanto, ocasionalmente 
é usado para preparação de sucos (Figuras 3J, 3L e 3M).
Figura 3 - (J) detalhe 
do fruto imaturo no 
ramo; (L) fruto ma-
duro.
L
J
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57
SEMENTES - No interior de cada fruto, encerram-se de 1 a 3 sementes, com 
formas geralmente cilíndricas, tegumento fino e coloração castanho-escura; 
o endosperma é abundante, amarelo-claro e leitoso (Figura 3N).
Figura 3 (M) - Frutos maduros inteiros com forma elíptica, ovoide e afilamento 
na extremidade, medindo em média 6,5cm de comprimento por 5,2cm de diâ-
metro, e frutos descerrados na forma longitudinal e transversal.
Figura 3 (N) - Sementes 
inteiras e descerradas na 
forma longitudinal e trans-
versal.
M
N
58
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I-
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IN
H
O
COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos do bacuri-de-espinho foram encontrados 
em 100% das feiras visitadas, nos meses de março, abril, maio, junho e 
julho, com grandes ofertas nas feiras do Alvorada, do Ceasa, do CIGS, 
da Compensa, do Coroado, de frutas regionais, do Lírio do Vale, Manaus 
Moderna, do Produtor e da Panair. A comercialização dos frutos ocorre no 
varejo e atacado na feira da Panair e, nas demais feiras, só no varejo. No 
atacado são comercializados em caixas de madeira, contendo aproxima-
damente 15 quilos, ao preço de R$ 15,00; no varejo são comercializados 
em sacolas, contendo aproximadamente 20 frutos, ao preço de R$ 2,00. 
Após a compra, recomenda-se consumir os frutos em até dois dias, visto 
que são muito perecíveis, mesmo que conservados em geladeira (Figuras 
3O, 3P, 3Q e 3R).
Figura 3 (O) - Detalhe da comercialização dos frutos no atacado.
O
Fr
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ci
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ad
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 e
m
 M
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au
s
59
Figura 3 - (P, Q e R) comercialização dos frutos em sacolas de náilon.
P
Q R
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
FAMÍLIA: Clusiaceae Lindl.
An Introduction to the Natural System of Botany 74. 1836. (Intr. Nat. 
Syst. Bot. (ed. 2).
GÊNERO: Garcinia L.
Species Plantarum 1: 443. 1753. (Sp. Pl.).
MATERIAL TIPO: 
Garcinia mangostana L.- Species Plantarum 1: 443-444. 1753.
SINÔNIMO RELEVANTE:
Sin. heterotípico Rheedia L.
Publicado em: Kearns, D.M. 1998. Garcinia. In: P.E. Berry, B.K. Holst, 
Yatskievych, K. (eds), Flora of the Venezuelan Guayana, vol. 4. St. Louis. 
Missouri Botanical Garden Press, p. 295-299.
NOME CIENTÍFICO: Garcinia brasiliensis Martius
Flora 34(Beibl. 11): 34.1841. (Flora).
SINONÍMIAS: 
Rheedia brasiliensis (Mart.) Planch. & Triana.
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO BACURI-DO-IGAPÓ
Garcinia brasiliensis Martius
ÁRVORE - O bacurizeiro-do-igapó é uma árvore lactescente, com até 10 
metros de altura. Possui caule curto e retilíneo, com várias ramificações 
paralelas e densas folhagens. É nativo da América do Sul, onde possui 
ampla distribuição, sobretudo, no bioma amazônico. Nesse ambiente, a 
espécie é bastante frequente em vegetações periodicamente inundadas, 
podendo ser encontrado em florestas de igapós e margens de lagos. Con-
tudo, é cultivado em sistemas agroecológicos, sítios e quintais residenciais. 
Possui grande potencial para ser cultivado em sistemas agroflorestais, per-
maculturas, parques botânicos e na arborização e paisagismo (Figura 4A).
BACURI-DO-IGAPÓ4
Fr
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ia
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Figura 4 (A) - Hábito de crescimento do bacurizeiro-do-igapó.
A
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B
A
C
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D
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G
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FOLHAS - As folhas são simples, glabras e opostas na inserção dos ramos, 
apresentando forma elíptica, base arredondada, ápice agudo e nervura 
central proeminente na superfície inferior (Figuras 4B, 4C e 4D).
Figura 4 - (B) detalhe do ramo; (C) superfície superior da folha; (D) superfície 
inferior.
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C D
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63
INFLORESCÊNCIAS - São formadas nas axilas das folhas e dispostas ao longo 
dos ramos e galhos menores. As flores são hermafroditas, pequenas, soli-
tárias ou agrupadas; possuem estames livres e cálice formado por sépalas 
de coloração verde-amarelada e corola com pétalas brancas (Figuras 4E, 
4F, 4G, 4H e 4I).
Figura 4 - (E) detalhe dos botões florais; (F e G) botões florais e flor na antese. 
E F
G
64
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Figura 4 - (H) detalhe das flores após a polinização; (I) fruto imaturo abaixo.
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FRUTO - É uma baga de coloração amarela ou alaranjada quando maduro, 
possui forma globosa, medindo em média 3cm de comprimento por 
4cm de diâmetro; o epicarpo (casca) é liso e muito frágil; o mesocarpo 
(polpa), com rendimento de ±20%, é branco, suculento, acidífero e com 
sabor azedo, contudo, muito apreciado pela população local. O consumo 
é basicamente na forma in natura , no entanto, algumas vezes, é usado na 
preparação de sucos (Figuras 4J, 4L, 4M e 4N).
Figura 4 - (J) frutos maduros na copa da árvore; (L) disposição dos 
frutos no ramo. 
J
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B
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I-
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G
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Figura 4 - (M) frutos maduros, medindo em média 3cm de comprimento por 4cm 
de diâmetro; (N) frutos inteiros e descerrados na forma longitudinal e transversal.
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SEMENTES - No interior dos frutos, encerram-se de 1 a 3 sementes, as quais 
apresentam forma geralmente cilíndrica e tegumento fino de coloração 
castanho-escura; o endosperma é abundante e, quando cortado expeli um 
látex de coloração amarelada (Figura 4O).
COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos do bacuri-do-igapó foram encontrados em 
100% das feiras visitadas, nos meses de março, abril, maio, junho e julho, 
com grandes ofertas nas feiras do Alvorada, do Ceasa, da Compensa, do 
Coroado, de frutas regionais, do CIGS, do Lírio do Vale, Manaus Moderna, 
do Produtor e da Panair, ocoasionalmente pode ser encontrados no segundo 
sementre na feira de frutas regionais. A comercialização dos frutos ocorre 
no varejo e atacado na feira da Panair e, nas demais feiras, só no varejo. No 
atacado são vendidos em caixas de madeira, contendo aproximadamente 
22 quilos, ao preço de R$ 20 reais; já no varejo são comercializados em 
sacolas de náilon, ou por litro, ao preço de R$ 2,00. Após a compra, esses 
frutos devem ser consumidos no máximo em dois dias, pois deterioram 
rapidamente, mesmo que conservados em geladeira (Figuras 4P, 4Q e 4R).
Figura 4 (O) - Detalhe das sementes inteiras e descerradas na forma longitudinal 
e transversal.
N
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Figura 4 - (P) detalhe da comercialização no atacado; (Q e R) no varejo.
P
R
Q
BACURI-MIRIM
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
FAMÍLIA: Clusiaceae Lindl.
An Introduction to the Natural System of Botany 74. 1836. (Intr. Nat. 
Syst. Bot. (ed. 2).
GÊNERO: Garcinia L.
Species Plantarum 1: 443. 1753. (Sp. Pl.).
NOME CIENTÍFICO: Garcinia cf. gardneriana (Planch. & Triana) Zappi
Kew Bulletin 48(2): 410. 1993. (Kew Bull.).
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO BACURI-MIRIM
Garcinia cf. gardneriana (Planch. & Triana) Zappi
ÁRVORE - O bacuri-mirim é uma árvore lactescente com até 8 metros de 
altura. Possui caule curto, retilíneo e várias ramificações paralelas, sendo 
mais alongadas na base e curtas para a direção do ápice da copa da árvore. 
É nativa da Amazônia, com ocorrência natural em florestas de porte baixo 
e com boa penetração de luminosidade. No entanto, pode ser encontrado 
em pequenos cultivos em sítios e quintais residenciais. Possui potencial 
para ser cultivado em sistemas agroflorestais, parques botânicos, arbori-
zação e paisagismo.
FOLHAS - Possui folhas simples e opostas na inserção dos ramos; as quais 
apresentam forma elíptica, base acuneada e ápice acuminado.
FLORES - São formadas nas axilas das folhas e possuem tamanho pequeno 
e coloração branca.
FRUTO - É uma baga com epicarpo (casca) de coloração amarelo-clara, 
quando madura. Possui forma elíptica e afilamento na extremidade; o 
tamanho varia de 3-4cm de comprimento por 2-2,5cm de diâmetro; o 
epicarpo (casca) é fino, frágil e liso na superfície; o mesocarpo (polpa) 
com rendimento de ±20%, é branco, suculento, acidífero e muito azedo, 
contudo, com sabor aprazível. O consumo é basicamente na forma in 
natura e, às vezes, usado na preparação de sucos (Figuras 5A, 5B e 5C). 
5
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A
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Figura 5 - (A e B) detalhe dos frutos maduros, medindo de 3-4cm de compri-
mento por 2-2,5cm de diâmetro.
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Figura 5 (C) - Frutos inteiros e descerrados na forma longitudinal e transversal.
SEMENTES - No interior de cada fruto, encerram-se de 1 a 4 sementes, 
as quais apresentam forma geralmente cilíndrica e tegumento fino, de 
coloração castanho-escura; o endosperma é abundante, com coloração 
amarelo-clara, porém leitoso, quando cortado.
COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos de bacuri-mirim foram encontrados, espo-
radicamente, em apenas 10% das feiras visitadas no mês de julho, e em 
pequenas ofertas na feira do CIGS. A comercialização é efetuada somente 
no varejo, onde foram vendidos em sacolas de náilon, contendo apro-
ximadamente 12 unidades, ao preço de R$ 1,00. Após a compra, esses 
frutos devem ser consumidos no máximo em dois dias, pois deterioram 
rapidamente, mesmo aqueles conservados em geladeira (Figura 5D).
C
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B
A
C
U
R
I-
M
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IM
Figura 5 (D) - Detalhe da comercialização em sacolas de náilon.
D
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
FAMÍLIA: Clusiaceae Lindl.
An Introduction to the Natural System of Botany 74. 1836. (Intr. Nat. 
Syst. Bot. (ed. 2).
GÊNERO: Garcinia L.
Species Plantarum 1: 443. 1753. (Sp. Pl.).
MATERIAL TIPO: Garcinia mangostana L. - Species Plantarum 1: 443-444. 
1753.
SINÔNIMO RELEVANTE: Sin. heterotípico Rheedia L.
Kearns, D.M. 1998. Garcinia. In: P.E. Berry, B.K. Holst, Yatskievych, 
K. (eds), Flora of the Venezuelan Guayana, vol. 4. St. Louis. Missouri 
Botanical Garden Press, p. 295-299.
NOME CIENTÍFICO: Garcinia macrophylla Mart. 
Flora 24 (Band 2): 35. 1841. (Flora).
TIPO: Martius s.n.; Brazil.
SINONÍMIAS: 
Rheedia benthamiana Planch. & Triana
Rheedia gardneriana Planch. & Triana
Rheedia macrantha Standl. & Steyerm.
Rheedia macrophylla (Mart.) Planch. & Triana
BACURIPARI 6
74
B
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I
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO BACURIPARIGarcinia macrophylla Mart.
ÁRVORE - O bacuriparizeiro é uma árvore lactescente, com até 10 metros de 
altura; possui caule curto, retilíneo e densas ramificações paralelas, sendo 
mais alongadas na base e curtas para a direção do ápice da copa da árvore. 
É nativo da Amazônia, onde é amplamente distribuído, às vezes, associada 
à vegetação de pequeno porte, sobretudo, em ambientes de várzeas baixas 
ou igapós, no entanto, pode ser encontrada em sítios, quintais residenciais 
e em pequenos pomares espalhados pelo bioma amazônico e outras regiões 
do Brasil. Notadamente, possui potencial para ser cultivado em sistemas 
agroflorestais, parques botânicos, arborização e paisagismo (Figura 6A).
Figura 6 (A) - Disposicão dos galhos na copa do bacuriparizeiro.
A
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FOLHAS - Possui folhas simples, glabras e opostas na inserção dos ramos, 
lâmina foliar com forma elíptica, base cuneada, ápice acuminado e nervura 
central proeminente na superfície inferior da folha (Figuras 6B e 6C).
Figura 6 - (B) folha simples com forma elíptica; (C) folha com nervura central 
proeminente na superfície inferior.
INFLORESCÊNCIAS - São formadas nos entrenós dos ramos curtos e galhos 
novos; as flores são hermafroditas, pequenas, solitárias ou agrupadas; 
possuem estames livres e cálice formado por sépalas de coloração verde-
amarelada e corola com 5 pétalas brancas (Figuras 6D e 6E).
B
D
C
Figura 6 (D) - Detalhe das inflorescências e botões florais.
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B
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Figura 6 (E) - Botões florais e flor na antese.
FRUTO - É uma baga globosa ou elipsoide, medindo em média 6,5cm de 
comprimento por 5cm de diâmetro; possui epicarpo (casca) grosso, com 
superfície lisa e coloração amarela ou amarelo-alaranjada, quando maduro. 
O mesocarpo (polpa), com rendimento de ±25% do total do fruto possui 
textura macia, coloração branca e sabor doce, porém pouco ácido. O con-
sumo é basicamente na forma in natura, contudo, é usado eventualmente 
na preparação de sucos e sorvetes (Figuras 6F e 6G). 
Figura 6 (F) - Detalhe 
dos frutos imaturos no 
ramo da árvore.
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SEMENTES - No interior de cada fruto, encerram-se 4 sementes com forma 
geralmente cilíndrica; o tegumento é fino com coloração castanho-escura; 
possui endosperma abundante, de coloração amarelo-clara e, quando 
cortado exsuda um látex amarelado (Figura 6H).
Figura 6 (G) - Frutos maduros, medindo em média 6,5cm de comprimento por 5cm 
de diâmetro e frutos descerrados na forma transversal e longitudinal.
Figura 6 (H) - Detalhe da 
semente inteira e descer-
rada na forma longitudi-
nal.
H
G
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B
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A
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I
COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos do bacuripari foram encontrados esporadica-
mente em apenas 10% das feiras visitadas, nos meses de junho e julho, e em 
pequenas ofertas na feira de frutas regionais. A comercialização é efetuada 
somente no varejo, onde são vendidos em sacolas de náilon, contendo 
8 unidades, ao preço de R$ 2,00. Esses frutos são bastante perecíveis ao 
transporte e ao tempo de conservação. Após a compra, recomenda-se o 
consumo imediato do fruto (Figuras 6I e 6J). 
Figura 6 - (I) detalhe da comerciali-
zação por unidades; (J) em sacolas 
de náilon.
I
J
BIRIBÁ
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
FAMÍLIA: Annonaceae Juss.
Genera Plantarum 283. 1789. (Gen. Pl.).
GÊNERO: Rollinia A. St.-Hil.
Flora Brasiliae Meridionalis (quarto ed.) 1: 23. 1824. (Fl. Bras. Merid 
(quarto ed.)).
NOME CIENTÍFICO: Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.
Adansonia 8: 268. 1868. (Adansonia).
SINONÍMIAS: 
Annona biflora Ruiz & Pav. ex G. Don.
Annona microcarpa R. & P. ex G. Don.
Annona mucosa Jacq.
Annona obtusifolia DC.
Annona pterocarpa Ruiz & Pavon ex G. Don.
Annona pteropetala R. & P. ex R.E. Fries
Annona reticulata L.
Rollinia biflora Ruiz & Pavon ex G. Don
Rollinia curvipetala R.E. Fr.
Rollinia deliciosa Saff.
Rollinia jimenezii var. nelsonii R.E. Fr.
Rollinia mucosa subsp. aequatorialis R.E. Fr.
Rollinia mucosa var. macropoda R.E. Fr.
Rollinia neglecta R.E. Fr.
Rollinia orthopetala A. DC.
Rollinia permensis Standl.
Rollinia pterocarpa G. Don.
Rollinia pulchrinervia A. DC.
Rollinia sieberi A. DC.
7
80
B
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Á
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO BIRIBÁ
Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.
ÁRVORE - O biribazeiro é uma árvore com até 15 metros de altura, possui 
caule retilíneo com ramos muito apartados; a copa é irregular e bem espa-
lhada. Provavelmente é nativo da região ocidental da América do Sul, de 
onde dispersou-se pelo bioma amazônico e regiões Nordeste, Centro-Oeste 
e Sudeste do Brasil. Por apresentar potencial econômico e nutricional, o 
biribá é cultivado atualmente em sítios, quintais, pequenos pomares e 
sistemas agroecológicos, espalhados pela Amazônia e outras regiões do 
Brasil (Figuras 7A e 7B).
Figura 7 - (A) hábito de crescimento; (B) detalhe dos ga-
lhos com os frutos.
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FOLHAS - São simples, alternas e dispostas em duas séries ao longo dos 
ramos, lâmina foliar com forma oblonga-elíptica, base arredondada, ápice 
acuminado e nervura central proeminente na superfície inferior; quando 
as folhas são amassadas exalam um forte aroma (Figuras 7C, 7D e 7E). 
Figura 7 - (C) folhas com disposições alternas; (D) folha simples com forma oblon-
ga-elíptica; (E) folha com nervura central proeminente na superfície inferior.
C
D E
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B
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FLORES - São hermafroditas, solitárias ou unidas de 2 até 4 flores. São for-
madas nas axilas das folhas e possuem forma triangular (3 asas), coloração 
verde-clara quando imatura e amarelo-clara na antese; o cálice possui 3 
sépalas pilosas, corola com 3 pétalas vistosas e 3 pétalas rudimentares 
localizadas no interior da flor (Figuras 7F e 7G).
Figura 7 - (F) detalhe das flores no ramo; (G) flores com forma triangular.
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FRUTO - É uma baga tipo sincárpico, indeiscente, com forma ovoide ou 
globosa, medindo em média 11cm de comprimento por 12cm de diâme-
tro; o epicarpo (casca) é grosso com coloração amarela, quando maduro, e 
presença de várias protuberâncias verrugosas na superfície, porém frágeis; o 
mesocarpo (polpa), com rendimento de ±60%, é suculento, mucilaginoso, 
sabor adocicado e coloração branca. O mesocarpo (polpa) encerra consi-
deráveis quantidades de proteínas, lipídeos, fibras, minerais e vitaminas; 
o consumo é basicamente na forma inatura ou ocasionalmente utilizado 
para preparação de sucos e picolés (Figuras 7H, 7I, 7J e 7L).
Figura 7 - (H e I) detalhe dos frutos 
imaturos e maduros nos ramos.
H
I
84
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Á
Figura 7 - (J e L) frutos maduros, medindo média 11cm de comprimento por 
12cm de diâmetro e descerrados na forma transversal e longitudinal.
J
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85
SEMENTES - No interior do fruto, são encontradas várias sementes com 
forma variando de elíptica a obovada; possuem tegumento fino, resistente, 
impermeável e coloração castanho-escura. As sementes, quando secas e 
moídas, são usadas na medicina tradicional, no combate à inflamação dos 
intestinos (Figura 7M).
Figura 7 (M) - Detalhe das sementes inteiras e descerradas na forma longitudinal.
COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos de biribá foram encontrados em 100% das 
feiras visitadas, com maior ofertas nos meses de janeiro, fevereiro, março, 
abril, maio, junho e julho, em pequenas ofertas nas feiras do Alvorada, do 
CIGS, da Compensa, do Coroado, de frutas regionais, do Lírio do Vale, 
Manaus Moderna, do Produtor e da Panair, contudo, foram encontrados 
M
86
B
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IB
Á
Figura 7 - (N) detalhe da co-
mercialização dos frutos por 
unidades; (O) comercializa-
ção em sacolas de náilon.
N
O
esporadicamente, nosmeses de setembro e outubro na feira de frutas 
regionais. A comercialização é realizada somente no varejo, onde os fru-
tos são selecionados e o preço variando conforme o tamanho, todavia é 
comercializado também em sacolas de náilon, contendo de 2-3 frutos, 
com valores variando entre R$ 5,00 e R$ 10,00. Esses frutos são sensíveis 
ao transporte e à deterioração, após a compra consumir em até três dias, 
mesmo que conservados em geladeira (Figuras 7N e 7O).
CAMU-CAMU
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
FAMÍLIA: Myrtaceae Juss.
Genera Plantarum 322-323. 1789. (Gen. Pl.).
GÊNERO: Myrciaria O. Berg
Linnaea 27(2-3):136, 320. 1854[1856]. (Linnaea).
NOME CIENTÍFICO: Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh
Fieldiana, Botany 29(8): 501-502. 1963. (Fieldiana, Bot.).
SINONÍMIAS: 
Eugenia divaricata Benth.
Eugenia grandiglandulosa Kiaersk.
Marlierea macedoi D. Legrand
Myrciaria caurensis Steyerm.
Myrciaria divaricata (Benth.) O. Berg
Myrciaria lanceolata O. Berg
Myrciaria lanceolata var. angustifolia O. Berg
Myrciaria lanceolata var. glomerata O. Berg
Myrciaria lanceolata var. laxa O. Berg
Myrciaria obscura O. Berg
Myrciaria paraensis O. Berg
Myrciaria phillyraeoides O. Berg
Myrciaria riedeliana O. Berg
Myrciaria spruceana O. Berg
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CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO CAMU-CAMU
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh
ÁRVORE - O camu-camu, também conhecido vulgarmente como caçari, 
araçá-d’água e araçá-de-igapó, é caracterizado como um arbusto de até 
3 metros de altura, apresentando caule flexível, solitário ou com várias 
ramificações. A boa frequência e abundância por toda a região amazônica 
é decorrência da tolerância do mesmo a inundações periódicas e ao seu 
eficiente mecanismo de dispersão natural, sobretudo, nas margens de 
rios, lagos e igapós. Atualmente, é cultivado em pequenos pomares na 
Amazônia e em alguns municípios do Estado de São Paulo (Figura 8A).
Figura 8 (A) - Hábito de crescimento do camu-camu.
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FOLHAS - Possui folhas simples com disposições opostas e lâmina foliar 
com nervura intramarginal presente e afastada da margem; possuem forma 
elíptica ou lanceolada, base atenuada e ápice acuminado; quando jovens, 
estampam coloração avermelhada, já as maduras apresentam coloração 
verde-escura e minúsculos pontos com glândulas que geralmente são 
visíveis à contra luz (Figuras 8B, 8C e 8D).
Figura 8 - (B) folhas com disposições opostas; (C) folha simples exibindo mi-
núsculos pontos com glândulas; (D) folha com nervura central proeminente na 
superfície inferior.
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FLORES - São pequenas, hermafroditas, individuais ou em forma de in-
florescências vistosas, sendo formadas nas axilas das folhas ou ao longo 
dos ramos. Essas flores estampam pétalas brancas, sépalas verde-claras e 
numerosos estames livres (Figuras 8E, 8F e 8G).
Figura 8 - (E) inflorescência e 
botões florais; (F e G) detalhe das 
flores na antese.
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FRUTO - É uma baga com epicarpo (casca) de coloração vermelha escura 
a arroxeada quando maduro; possui formato esférico ou globoso, me-
dindo em média 3cm de comprimento por 4cm de diâmetro; possui o 
epicarpo (casca) fino, liso e brilhoso na superfície; o mesocarpo (polpa), 
com rendimento de ±55%, é suculento e de coloração branca a rósea bem 
clara, sendo bastante ácido; em decorrência disso, o consumo na forma in 
natura é quase desprezível. A polpa possui grande potencial econômico 
por encerrar alto teor de ácido ascórbico (vitamina C), fósforo, cálcio e 
potássio. Atualmente, os frutos do camu-camu estão sendo utilizados na 
agroindústria, na preparação de polpas concentradas, para serem utilizadas 
em sucos, doces, cremes, geleias, licores, mousses e sorvetes (Figuras 8H, 
8I, 8J, 8L e 8M).
Figura 8 - (H e I) detalhe dos frutos imaturos e maduros nos ramos.
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Figura 8 - (J) frutos maduros, medindo em média 3cm de comprimento por 4cm 
de diâmetro; (L) frutos inteiros e descerrados na forma longitudinal e transversal.
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SEMENTES - No interior dos frutos, encerram-se de 1 a 3 sementes, com 
tamanhos variados, sendo classificadas como sementes exalbuminosas 
(sem endosperma); o tegumento possui textura fina, superfície rugosa, 
irregular e coloração marrom-clara (Figura 8N).
Figura 8 (M) - Suco do mesocarpo (polpa) do camu-camu.
Figura 8 (N) - Sementes inteiras e descerradas na forma longitudinal.
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COMERCIALIZAÇÃO - Os frutos de camu-camu foram encontrados em 50% 
dos locais visitados, nos meses de fevereiro, março, abril e maio, com con-
siderável oferta nas feiras do Coroado, CIGS, de frutas regionais, Manaus 
Moderna e da Panair. A comercialização dos frutos ocorre no varejo e no 
atacado na feira da Panair e, nas demais feiras, só no varejo. No atacado 
são comercializados em caixas de madeira, contendo aproximadamente 
20 quilos, ao preço de R$ 40 reais; já no varejo são comercializados entre 
R$ 1,00 R$ 3,00, o quilo ou o litro, dependendo da feira. Após a compra 
esses frutos devem ser consumidos no máximo em dois dias, pois dete-
rioram rapidamente, mesmo conservando-os em geladeira, no entanto, a 
polpa da fruta pode ser conservada sob refrigeração por longos períodos 
(Figuras 8O, 8P e 8Q).
Figura 8 (O) - Detalhe da comercialização no atacado.
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Figura 8 - (P) detalhe da comercialização por litro; (Q) por quilo.
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CASTANHA-DO-BRASIL
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
FAMÍLIA: Lecythidaceae A. Rich.
Dictionnaire classique d’histoire naturelle 9: 259. 1825. (Dict. Class. 
Hist. Nat.).
GÊNERO: Bertholletia Bonpl.
Plantae Aequinoctiales 1:122, pl. 36. 1807[1808]. (Pl. Aequinoct.).
MATERIAL TIPO: 
Bertholletia excelsa Bonpl. - Plantae Aequinoctiales 1:122-127, pl. 36. 1807. 
NOME CIENTÍFICO: Bertholletia excelsa Bonpl.
Plantae Aequinoctiales 1: 122-127, pl. 36. 1807. (Pl. Aequinoct.).
SINONÍMIAS: 
Barthollesia excelsa Silva Manso
Bertholletia nobilis Miers
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DA CASTANHA-DO-BRASIL
Bertholletia excelsa Bonpl.
ÁRVORE - A castanha-do-Brasil, também conhecida vulgarmente como 
castanha-do-Pará, é caracterizada como uma árvore de grande porte, po-
dendo alcançar até 50 metros de altura; possui caule retilíneo, alongado, 
cilíndrico e com ritidoma (casca) com fissuras longitudinais; a coroa foliar 
é ampla e volumosa, porém com folhas caducifólias nos meses de agosto e 
setembro, as quais se desprendem da copa e novas folhas surgem imedia-
tamente. Ocorre em ambientes naturais de matas de terra firme por todo 
o bioma amazônico, geralmente, em agrupamentos abundantes, todavia, 
com baixa frequência. É encontrada também em projetos de refloresta-
mento, sistemas agroflorestais, sítios e alguns pomares. Por figurar como 
uma das espécies mais importantes da Amazônia, em termos ecológico, 
econômico e social, foi criada uma Lei Federal que está em vigor proibindo 
o corte da castanheira em qualquer meio geográfico (Figura 9A).
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Figura 9 (A) - Hábito de crescimento da castanheira-do-Brasil.
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FOLHAS - São simples com disposições alternas, apresentando lâmina foliar 
com nervura central proeminente na superfície inferior e, forma oblonga 
ou oblonga-elíptica, margens sinuadas, ápice cuspidado e base cuneada, 
medindo entre 15-20cm de comprimento por 10-15cm de diâmetro 
(Figuras 9B, 9C e 9D).
Figura 9 - (B) folhas com disposições alternas; (C) detalhe da superfície superior 
da folha; (D) superfície inferior folha.
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FLORES - As flores possuem capuz revoluto de estaminoides que ocultam 
os estames. Elas são agrupadas em forma de cachos (panículas) e, quando 
abertas, apresentam coloração branca a amarelo-clara, 6 pétalas e diversos 
estames (Figuras 9E, 9F e 9G).
Figura 9 - (E e F) 
detalhe da copa da 
árvore, destacando 
as inflorescên-
cias vistosas; (G) 
inflorescência com 
botões florais, flor 
na antese acima 
e flor polinizadas 
abaixo.
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FRUTO - Tipo pixídeo, com presença de opérculo, sendo conhecido como 
ouriço; possui forma globosa e tamanhos variados, alcançando em média 
15cm de comprimento por 13cm de diâmetro; possui epicarpo (casca) 
rugoso com coloração marrom-escura quando maduro; o endocarpo é 
lenhoso, muito duro e, no seu interior encerram-se as castanhas (semen-
tes). Após a retirada das castanhas, esse endocarpo possui potencial para 
confecção de diversos objetos artesanais e, também pode ser usado como 
fonte renovável de bioenergia, por meio de sua combustão (Figuras 9H, 
9I, 9J e 9L).
Figura 9 - (H) flores e fruto; (I) frutos maduros, medindo em média 16cm de com-
primento por 13cm de diâmetro. 
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Figura 9 - (J) detalhe do fruto descerrado na forma longitudinal; (L) na forma 
transversal.
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SEMENTES - No interior dos frutos, encerram-se entre 15 e 30 sementes, 
as quais apresentam tegumento rígido, superfície rugosa e coloração cas-
tanho; o endosperma é branco com consistência oleosa. Essas sementes 
possuem alto valor comercial, tanto para o mercado nacional como in-
ternacional, por apresentarem consideráveis quantidades de proteínas e 
carboidratos e serem ricas em gorduras saturadas. Nutricionalmente são 
bastante calóricas e ricas em selênio, que é um micronutriente importante 
no controle dos radicais livres, além de proporcionarem aumento do siste-
ma imunológico. O consumo pode ser na forma in natura ou usada para 
preparação de bombons recheados, bolos, paçocas, rações para animais, 
sorvetes e condimentos para diversos tipos de iguarias. Nas indústrias, o 
óleo extraído das sementes é utilizado como matéria-prima para fabrica-
ção de creme de limpeza, frescor para pele, esfoliante corporal, extrato 
aromático, lubrificante, manteiga esfoliante, óleo fixo hidratantes, polpa 
hidratante para as mãos, produtos farmacêuticos, sabonetes líquidos, 
xampus e condicionadores (Figuras 9M e 9N).
Figura 9 (M) - Detalhe do fruto inteiro, descerrado e sementes. 
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Figura 9 (N) - Detalhe das sementes inteiras e descerradas nas formas longitudi-
nais e transversais.
COMERCIALIZAÇÃO - Ocorreu em 100% das feiras visitadas nos meses de 
novembro e dezembro e, janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho 
e julho do ano seguinte com grande oferta nas feiras do Alvorada, do 
Ceasa, do CIGS, da Compensa, do Coroado, de frutas regionais, do 
Lírio do Vale, Manaus Moderna, do Produtor e da Panair. A venda das 
sementes é efetuada no varejo, em todas as feiras e no atacado, somente 
nas feiras da Panair e Manaus Moderna. No atacado são comercializadas 
em latas grandes, contendo aproximadamente 22 quilos e, em sacos de 
ráfia, com aproximadamente 80 quilos, ao preço de R$ 20,00 e R$ 90,00, 
respectivamente. No varejo são comercializadas com cascas na maioria 
dos casos e, vendida na quantidade de 1 (um) litro, custando de R$ 1,50 
a R$ 3,00, no entanto, pode ser encontrada já descascadas, custando R$ 
1,00, a dúzia. Nos primeiros meses do ano é encontrado também o fruto 
inteiro (ouriço) da castanha ao preço variando entre R$ 1,00 e R$ 3,00, 
a unidade. Os frutos e as sementes de castanha são pouco perecíveis ao 
transporte e ao tempo, podendo serem conservados por longos períodos, 
em decorrência disso, a comercialização das castanhas in natura ocorre 
também nos meses de entressafra que acontece de junho a outubro (Figuras 
9O, 9P, 9Q, 9R, 9S, 9T e 9U).
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Figura 9 - (O) detalhe da comercialização dos frutos inteiros; (P) comercialização 
das sementes em sacos de ráfia.
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Figura 9 - (Q) detalhe 
da comercialização 
das sementes inteiras 
em latão; (R) comer-
cialização por litro. 
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Figura 9 - (S) comercialização das sementes inteiras em 
sacolas de náilon; (T e U) comercialização das sementes 
descascadas.
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CUBIU
NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
FAMÍLIA: Solanaceae Juss.
Genera Plantarum 124. 1789. (Gen. Pl.).
GÊNERO: Solanum L.
Species Plantarum 1: 184-188. 1753. (Sp. Pl.).
NOME CIENTÍFICO: Solanum sessiliflorum Dunal
Encyclopédie Méthodique. Botanique ... Supplément 3: 775. 1814. 
(Encycl., Suppl.).
SINONÍMIAS: 
Solanum arecunarum Pittier
Solanum georgicum R.E. Schult.
Solanum topiro Dunal
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DO CUBIU
Solanum sessiliflorum Dunal
ÁRVORE - O cubiuzeiro é um arbusto nativo da Amazônia podendo alcançar 
até 2 metros de altura; o caule é curto, tormentoso e, com coroa foliar 
densa, porém espalhada. 
O ciclo vegetativo da espécie é curto, atingindo no máximo três anos 
de vida. Atualmente é encontrado em ambientes naturais ou na condi-
ção de cultivo em pequenas propriedades rurais, sobretudo na Amazônia 
Central e Ocidental. É tolerante a pragas, doenças e solos ácidos de baixa 
fertilidade, no entanto, para obter-se uma boa produtividade, é necessário 
fazer irrigação no período de estiagem e, corrigir o solo quanto à acidez e 
à sua fertilidade (Figura 10A e 10B). 
O cubiu possui grande potencial para agregação de valor econômico, 
aproveitamento agroindustrial e propagação de seus subprodutos para ali-
mentação humana, uso medicinal e preparação de cosméticos.
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Figura 10 - (A) hábito de crescimento do cubiuzeiro; (B) detalhe do cultivo.
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FOLHAS - São peludas, simples e com disposições alternas; o pecíolo é 
curto, limbo membranoso e expandido, com formato ovoide, margem 
lobado-dentada e ápice pontudo (Figuras 10C e 10D). 
Figura 10 - (C) detalhe da superfície superior da folha; (D) superfície inferior.
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FLORES - São hermafroditas, vistosas e dispostas em pequenos racemos nas 
axilas das folhas; são compostas por 5 estames e 5 pétalas de coloração 
verde-amarelada, sendo peludas na superfície inferior (Figuras 10E e 10F).
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Figura 10 (E) - Botões florais e flor com a presença do agente polinizador.
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Figura 10 (F) - Flor na antese.
FRUTO - São bagas com tamanho e peso variado entre as variedades, 
geralmente as dimensões variam de 4-7cm de comprimento por 4-6cm 
de diâmetro. Esses frutos possuem forma globosa a ovoide na maioria 
das variedades e cilíndrica na minoria. No início da maturação, os frutos 
estampam coloração amarela e no final laranja-vermelha. Epicarpo (casca) 
é grosso com superfície pilosa e fácil de ser removida. O mesocarpo (polpa) 
com rendimento de ±70% do total do fruto, possui coloração amarelo-
clara e, consistência fibrosa e suculenta, contudo na forma in natura o 
consumo é pouco apreciado, no entanto, pode ser consumido na forma 
de sucos. Nutricionalmente o mesocarpo é rico em ácido ascórbico, 
cálcio, carboidrato, fibra, fósforo, potássio, vitaminas B1,B3, C e pectina, 
que é um polissacarídeo que ocasiona a geleificação das frutas, quando 
cozidas com açúcar. O cubiu possui grande potencial para preparação 
de iguarias como: compotas, doces e patês e, como condimento para 
refeições constituídas principalmente de peixes ou de frangos. Na medicina 
tradicional é usado no controle da diminuição dos níveis do ácido úrico, 
glicose no

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