Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
*** --~-- Nacional O GEN I Grupo Editorial Nacional - maior plataforma editorial brasileira no segmento científico, técnico e profissional- publica conteúdos nas áreas de ciências da saúde, exatas, humanas, jurídicas e sociais aplicadas, além de prover serviços direcionados à educação continuada e à preparação para concursos. As editoras que integram o GEN, das mais respeitadas no mercado editorial, construíram catálogos inigualáveis, com obras decisivas para a formação acadêmica e o aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e estudantes, tendo se tornado sinônimo de qualidade e seriedade. A missão do GEN e dos núcleos de conteúdo que o compõem é prover a melhor informa- ção científica e distribuí-la de maneira flexível e conveniente, a preços justos, gerando benefícios e servindo a autores, docentes, livreiros, funcionários, colaboradores e acionistas. Nosso comportamento ético incondicional e nossa responsabilidade social e ambiental são reforçados pela natureza educacional de nossa atividade e dão sustentabilidade ao crescimento contínuo e à rentabilidade do grupo. Manual de Sobrevivência para Nutrição Clínica Mary Width, MS, RD Director, Coordinated Program in Dietetics, Department of Nut1~tion and Food Science, Course Director, Clinicai Nutrition, School of Medicine, Wayne State University, Detroit , Michigan. Tonia Reinhard, MS, RD, FAND Senior Lecturer, Coordinated Program in Dietetics, Department of Nut1~tion and Food Science, Course Director, Clinicai Nutrition, School of Medicine, Wayne State University, Detroit , Michigan. Revisão Técnica Fernanda J. Medeiros Doutora em Morfologia pela UERJ. Mestre em Nutrição Humana pela UFRJ. Professora Associada da Escola de Nutrição da Unirio. Celia Cohen Nutricionista . Doutora e Mestre em Ciências (Medicina - Clínica Médica) pela FMRP/ USP. Professora Substituta do Instituto de Nut1~ção da UERJ. Tradução Carlos Henrique de A. Cosendey Segunda edição ~ GUANABARA KOOGAN ■As autoras deste livro e a EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelas autoras até a data da entrega dos originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre terapêutica medicamentosa e reações adversas a fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas neste livro estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. ■As autoras e a editora envidaram todos os esforços no sentido de se certificarem de que a escolha e a posologia dos medicamentos apresentados neste compêndio estivessem em conformidade com as recomendações atuais e com a prática em vigor na época da publicação. Entretanto, em vista da pesquisa constante, das modificações nas normas governamentais e do fluxo contínuo de informações em relação à terapia e às reações medicamentosas, o leitor é aconselhado a checar a bula de cada fármaco para qualquer alteração nas indicações e posologias, assim como para maiores cuidados e precauções. Isso é particularmente importante quando o agente recomendado é novo ou utilizado com pouca frequência. ■As autoras e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. ■Traduzido de: THE ESSENTIAL POCKET GUIDE FOR CLINICAL NUTRITION, SECOND EDITION Copyright © 2018 Wolters Kluwer. Copyright © 2009 Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins. All rights reserved. 2001 Market Street Philadelphia, PA 19103 USA LWW.com Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins, Inc., USA. Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in the translation of this title. ISBN: 978-1-4963-3916-4 ■Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2018 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Travessa do Ouvidor, 11 – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040-040 Tels.: (21) 3543-0770/(11) 5080-0770 | Fax: (21) 3543-0896 www.grupogen.com.br | faleconosco@grupogen.com.br ■Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. ■Capa: Bruno Sales Produção digital: Geethik ■Ficha catalográfica http://lww.com/ http://www.grupogen.com.br/ mailto:faleconosco@grupogen.com.br http://www.geethik.com/ W635m 2. ed. Width, Mary Manual de sobrevivência para nutrição clínica / Mary Width, Tonia Reinhard ; tradução Carlos Henrique de A. Cosendey. - 2. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2018. : il. Tradução de: The essential pocket guide for clinical nutrition ISBN 978-85-277-3366-3 1. Nutrição. I. Reinhard, Tonia. II. Cosendey, Carlos Henrique de A. III. Título. 18-48118 CDD: 613.2 CDU: 613.2 Leandra Felix da Cruz - Bibliotecária - CRB-7/6135 “Em memória da minha doce amiga e estimada colega, Lisa Ventrella Lucente, PhD, RD. Você estará no meu coração para sempre.” Mary Width “Este livro é dedicado ao clã Reinhard – John Francis, Faye e Jeff, Brendan e Karen – e aos próximos membros, Claire, Zoe, Gea e Anthony.” Tonia Reinhard Colaboradores Lindsey Battistelli, RDN Metabolic and Bariatric Surgery Program Coordinator Henry Ford Wyandotte Hospital Wyandotte, Michigan Sheri Betz, RD Clinical Dietitian St. John Hospital and Medical Center Detroit, Michigan Damien H. Buchkowski, RD, CSO East-Region Outpatient Oncology Dietitian St. John Providence Health System Grosse Pointe Woods, Michigan Katherine Hilbrecht, RD Renal Dietitian DaVita HealthCare Partners Inc. Dearborn, Michigan Brenda Howell, RD, CNSC Nutrition Support Team Clinician Genesys Regional Medical Center Grand Blanc, Michigan Tilakavati Karupaiah, PhD, APD, AN Associate Professor Dietetics Program, Faculty of Health Sciences National University of Malaysia Kuala Lumpur, Malaysia Lynn Kuligowski, RD WIC Program Coordinator Downriver Community Services North Macomb WIC Mt. Clemens, Michigan Vikki Lasota, RDN Consultant Dietitian TouchPoint Support Services Sandy Springs, Georgia Ellen McCloy, MS, RD Clinical Dietitian II Children’s Hospital Los Angeles Los Angeles, California Thomas Pietrowsky, MS, RD Dietitian Henry Ford Transplant Institute Henry Ford Hospital Detroit, Michigan Kelly Sanna-Gouin, RD, CNSC Clinical Dietitian Food and Nutrition Services Detroit Receiving Hospital Detroit, Michigan Maria Segovia, MD Medical Director Intestine and Multivisceral Transplant Program Henry Ford Hospital Detroit, Michigan Virginia Uhley, PhD, RDN Assistant Professor, Biomedical Sciences and Nutrition Discipline Director Co-Course Director Endocrinology and Promotion and Maintenance of Health Oakland University William Beaumont School of Medicine Rochester, Michigan Melanie Wierda, RD, CSR Renal Dietitian DaVita HealthCare Partners Inc. Detroit, Michigan Revisores Dorothy Chen-Maynard, PhD, RDN, FAND DPD Director Department of Health Science and Human Ecology CSU San Bernardino San Bernardino, CaliforniaJill Comess, MS, RD Food Science & Nutrition Program Director, Instructor Department of Nursing and Allied Health Norfolk State University Norfolk, Virginia Matthew Durant, PhD, MEd, PDt, CDE, FDC Associate Professor School of Nutrition and Dietetics Acadia University Wolfville, Nova Scotia Elizabeth Z. Emery, MS, RD, CNSC, LDN Director and Assistant Professor Coordinated Program in Dietetics Department of Urban Public Health and Nutrition La Salle University Philadelphia, Pennsylvania Rubina Haque, PhD, RD Associate Professor Department of Nutrition and Dietetics Eastern Michigan University Ypsilanti, Michigan Joyce T. Price, MS, RDN, LDN Faculty Preceptor, Dietetic Internship Department of Human Sciences North Carolina Central University Durham, North Carolina Alessandra Sarcona, EdD, RD Assistant Professor Department of Nutrition West Chester University West Chester, Pennsylvania Louise E. Schneider, DrPH, RD Associate Professor Department of Nutrition and Dietetics Loma Linda University Loma Linda, California Emily Shupe, PhD, RD, LDN Assistant Professor Dietetics, Fashion Merchandising, and Hospitality Western Illinois University Macomb, Illinois Prefácio Manual de Sobrevivência para Nutrição Clínica é uma referência concisa em formato de bolso, que os profissionais de saúde podem adaptar à sua própria prática. Quando atuávamos como nutricionistas na prática clínica, nós duas tínhamos nossos próprios livros de bolso para uso clínico – produções caseiras que consistiam em pequenos fichários com separadores abarrotados de recortes de informações que obtínhamos continuamente. De início, não conseguíamos encontrar o guia ideal que atendesse a todas as necessidades dos nutricionistas e outros profissionais de saúde envolvidos com nutrição clínica, e isso nos inspirou a desenvolver este livro para uso dos nossos alunos. Nesta era digital, ainda percebemos que mesmo os profissionais mais familiarizados com as tecnologias disponíveis enchem os bolsos de seus jalecos com anotações que poderiam consultar em segundos. Nesta edição, envidamos esforços para atualizar as informações com os resultados das pesquisas mais recentes, acrescentamos conteúdos e seções novas e ainda conseguimos manter o formato de um livro de bolso. Acreditamos ter alcançado nosso objetivo e esperamos que vocês também consigam. Mantivemos diversas características bem-sucedidas da primeira edição e incluímos outras que somarão para facilitar a consulta e o aprendizado; são elas: •O tamanho compacto do livro, que possibilita ser levado no bolso de qualquer jaleco •As tabelas, que propiciam acesso rápido e fácil ao conteúdo •Os resultados das pesquisas mais recentes incorporados a todos os capítulos, de modo que o profissional não perca tempo consultando livros-texto ou a internet em busca de informações mais atualizadas •Novos boxes ADIME (nutrition Assessment, Diagnosis, Intervention, Monitoring and Evaluation, ou Avaliação, Diagnóstico, Intervenção, Monitoramento e Reavaliação nutricionais, em português) com resumos das principais doenças nutricionalmente relevantes, incluindo exemplos de diagnósticos nutricionais no formato PES (Problem, Etiology, Signs and Symptoms, ou Problema, Etiologia e Sinais e Sintomas, em português) •Novos capítulos e seções, como Cirurgia Bariátrica, Transplante Intestinal, Exame Físico para Avaliação do Estado Nutricional, Fitoterápicos e Suplementos Dietéticos, Minerais Essenciais (Oligoelementos), além de tabelas com Ingestão Dietética de Referência (DRI). O público-alvo principal deste livro é composto por profissionais de saúde e estudantes de todas as disciplinas que se interessam por nutrição clínica ou trabalham ativamente nessa área em hospitais, instituições de longa permanência e clínicas de saúde. Entretanto, acreditamos que esta obra também seja um recurso útil aos profissionais de diversas especialidades, inclusive em programas comunitários, educação em nutrição e programas de bem-estar social, que necessitem de uma referência rápida para triagem e avaliação nutricionais. A Parte 1 contém capítulos sobre avaliação nutricional, avaliação dos estágios de vida e terapia nutricional. A Parte 2 inclui capítulos sobre as principais doenças nutricionalmente relevantes. O livro também inclui apêndices sobre interações farmacológicas e nutricionais, exames laboratoriais, fitoterápicos e suplementos dietéticos e materiais de referência úteis, inclusive tabelas de conversão e fontes alimentares de vitaminas e minerais. Esta obra não seria publicada sem a ajuda de nossos colaboradores especialistas. Queremos expressar nossa gratidão por seu trabalho árduo e suas contribuições valiosas. Além disso, agradecemos aos incontáveis colegas e preceptores que nos ofereceram estímulo constante e excelentes sugestões durante o processo de elaboração da obra. Mary Width, MS, RD Tonia Reinhard, MS, RD, FAND Sumário Parte 1 Avaliação e Terapia Nutricionais Capítulo 1Avaliação Nutricional Capítulo 2Gestação Capítulo 3Avaliação de Pacientes Pediátricos Capítulo 4Idosos Capítulo 5Terapia Nutricional Parte 2 Considerações Nutricionais para Doenças Específicas Capítulo 6Cirurgia Bariátrica Capítulo 7Câncer Capítulo 8Doença Cardiovascular Capítulo 9Diabetes Melito Capítulo 10Doença Gastrintestinal Capítulo 11Doença Hepatobiliar Capítulo 12Doença Renal Capítulo 13Doença Pulmonar Apêndice AAvaliação Laboratorial Apêndice BInterações Fármaco-Nutrientes Apêndice CInformações sobre Vitaminas, Minerais e Suplementos Dietéticos Apêndice DIngestão Dietética de Referência https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/part01.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter02.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter03.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter04.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter05.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/part02.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter06.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter07.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter08.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter09.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter10.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter11.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter12.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter13.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/bm01.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/bm02.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/bm03.html https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/bm04.html 1 Avaliação Nutricional PROCESSO DE CUIDADO NUTRICIONAL O Processo de Cuidado Nutricional (PCN) elaborado pela Academy of Nutrition and Dietetics (a Academia) é uma abordagem sistemática à prestação de cuidados nutricionais de alta qualidade, que fornece aos profissionais da área de nutrição uma estrutura básica de pensamento crítico, solução de problemas e tomada de decisões para tratar problemas relacionados com a nutrição.1 O PCN foi desenvolvido para aumentar a consistência e melhorar a qualidade dos cuidados nutricionais e a previsibilidade dos resultados alcançados por estas intervenções. Os nutricionistas usamo PCN de diversas formas para prestar serviços nutricionais e documentar o processo. O PCN consiste em quatro etapas: Avaliação, Diagnóstico, Intervenção, Monitoramento e Reavaliação nutricionais (ADIME, do inglês nutritionAssessment, nutrition Diagnosis, nutrition Intervention, and nutrition Monitoring and Evaluation). O PCN culmina na documentação do processo, que comumente é expresso em um formato ADIME. Um novo elemento acrescentado a este livro é o boxe “ADIME | Resumo de caso clínico”, que inclui os elementos comuns de cada etapa do PCN de um distúrbio ou doença específicos. A avaliação nutricional do paciente, cliente ou residente é o primeiro passo do cuidado nutricional eficaz, de forma a identificar e diagnosticar os riscos nutricionais e planejar intervenções apropriadas. Isso consiste em uma avaliação abrangente do estado nutricional e inclui cinco domínios avaliados. A seguir, há alguns exemplos de dados obtidos em cada uma dessas áreas, ainda que nem tudo esteja incluído: 1.Medidas antropométricas: estatura, peso, índice de massa corporal (IMC), história de variações do peso, padrão de crescimento, índices/faixas de percentis e medidas corporais, inclusive composição de gordura, músculo e ossos e crescimento. 2.Dados bioquímicos, exames médicos e procedimentos. 3.Resultados do exame físico para avaliação do estado nutricional: alterações detectadas no exame físico para avaliação do estado nutricional, história clínica ou prontuário médico, inclusive massa muscular e gordura subcutânea, saúde oral, capacidade de sugar/deglutir/respirar, apetite e afeto. 4.História do cliente: história clínica pessoal, história de saúde (paciente/cliente/família) e história social. 5.História relacionada com alimentação/nutrição: inclusive ingestão de alimentos e nutrientes, história dietética, fármacos e medicina complementar/alternativa, base de conhecimentos sobre alimento e nutrição, crenças e comportamentos, atividade física e exercício, bem como disponibilidade e acesso ao alimento. O diagnóstico nutricional é a segunda etapa do PCN. Depois da avaliação, os problemas e as necessidades nutricionais do paciente são determinados e constituem o diagnóstico nutricional. Por sua vez, o diagnóstico nutricional é expresso e documentado em um formato específico: problema, etiologia e sinais e sintomas (PES). Os Boxes 1.1 e 1.2 ilustram e fornecem exemplos do formato PES. Boxe 1.1 Diagnóstico nutricional: problema/etiologia/sinais. O problema (P) descreve as alterações do estado nutricional do paciente: •O descritor diagnóstico (qualificador) é um adjetivo que descreve a reação fisiológica (p. ex., alterado, prejudicado, risco de) A etiologia (E) refere-se à(s) causa(s) ou ao(s) contribuinte(s) do problema: •A etiologia é referenciada ao problema pelo termo “relacionado com” Os sinais/sintomas (S) são grupos de fatores subjetivos e objetivos, que fornecem evidência de que existe algum problema: •Eles também quantificam o problema e definem sua gravidade •Os sinais/sintomas são referenciados à etiologia (E) pelo termo “evidenciado por” https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23box1-1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23box1-2 Boxe 1.2 Descrição de um diagnóstico nutricional (DN). Exemplo do formato de descrição do DN (P)roblema/(E)tiologia/(S)inais/sintomas: Ingestão energética excessiva (P) relacionada com consumo frequente de refeições volumosas ricas em gorduras (E), evidenciada por: 1.Ingestão energética diária excedendo 500 kcal da DRI (S) 2.Ganho ponderal de 5,5 kg nos últimos 18 meses (S) DRI, ingestão dietética de referência. Os termos do diagnóstico nutricional são classificados de acordo com os três domínios e subclasses seguintes: 1.Ingestão: balanço energético-calórico, ingestão oral ou terapia nutricional, ingestão de líquidos, ingestão de substâncias bioativas, ingestão de nutrientes. 2.Estado clínico: estados funcional e bioquímico, peso, distúrbios nutricionais. 3.Comportamental/ambiental: conhecimento e crenças, atividade física e função, segurança alimentar e acesso ao alimento. A intervenção nutricional é a terceira etapa do PCN. As intervenções são planejadas de forma a alterar favoravelmente um comportamento nutricional, uma condição ambiental ou um aspecto do estado de saúde do paciente/cliente. As intervenções devem contemplar os problemas identificados com base na avaliação nutricional, que foi elaborada na forma de um ou mais diagnósticos nutricionais. A intervenção quase sempre é voltada para a etiologia do diagnóstico/problema nutricional identificado pela descrição PES. Em casos mais raros, a intervenção nutricional é dirigida aos sinais e sintomas para atenuar seu impacto.1 A etapa de intervenção inclui dois componentes inter-relacionados: planejamento e execução. O planejamento consiste em priorizar os diagnósticos nutricionais de acordo com a gravidade ou importância de cada problema e realizar intervenções baseadas em evidências e usar diretrizes práticas para definir os resultados esperados para cada diagnóstico nutricional do paciente. A execução da intervenção nutricional é a fase de ação, que inclui implementar e comunicar o plano de cuidados ao paciente/cliente, cuidadores e outros profissionais da equipe de saúde; continuar o processo de coleta de dados; e revisar a estratégia de intervenção nutricional com base nas respostas do paciente/cliente. A terminologia da intervenção nutricional é organizada em quatro domínios: 1.Fornecimento de alimentos e/ou nutrientes. 2.Educação nutricional. 3.Aconselhamento nutricional. 4.Coordenação do cuidado nutricional por um nutricionista. A última etapa do PCN é o monitoramento e reavaliação. Esse é um componente fundamental do processo, porque identifica medidas importantes relativas aos resultados obtidos pelo paciente/cliente em relação com cada diagnóstico e intervenção nutricional relevante, além de descrever a melhor forma de medir e reavaliar estes resultados. Durante essa etapa, o estado do paciente é reavaliado obtendo-se novos dados (monitoramento) e comparando-os com seu estado anterior, com os resultados esperados e com os padrões estabelecidos (reavaliação). Essa quarta etapa ajuda a determinar se o paciente/cliente está alcançando as metas da intervenção nutricional ou os resultados desejados. Os domínios e a terminologia usada no monitoramento/reavaliação são os mesmos aplicáveis à avaliação nutricional, com exceção da história do cliente (que não é incluída neste domínio, porque não existem resultados nutricionais aplicáveis à história do cliente). ADIME 1.1 Resumo de caso clínico: diagnósticos nutricionais na desnutrição. •Grave: doença ou distúrbio crônico °Desnutrição relacionada com doença/distúrbio crônico (pode ter desnutrição proteico-energética grave), relacionada com aumento do gasto energético em razão do estado catabólico, evidenciado por ingestão energética estimada ≤ 75% em 2 meses, perda grave de massa dos músculos peitoral e deltoide (escápulas evidentes), neoplasias malignas https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en1 •Grave: doença ou lesão aguda °Desnutrição relacionada com doença/lesão aguda (pode ter desnutrição proteico-energética grave), relacionada com alterações da estrutura do sistema digestório, evidenciadas pelo emagrecimento > 5% em 1 mês, hipotrofia grave do quadríceps (perda acentuada dos músculos da coxa, fêmur proeminente), cirurgia gastrintestinal de grande porte •Grave: social ou ambiental (relacionada com inanição) °Desnutrição relacionada com inanição (pode ter desnutrição proteico-energética grave), relacionada com padrão alimentar alterado, evidenciado pela ingestão ≤ 50% das necessidades energéticas estimadas por período ≥ 1 mês, perdagrave do músculo deltoide (protrusão marcante do acrômio), anorexia nervosa AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Existem várias medidas antropométricas úteis na prática clínica. As medidas como peso, estatura e composição corporal podem ser usadas pelo clínico para avaliar o estado nutricional. Estimativa da estatura Uma estimativa da estatura é necessária aos pacientes confinados ao leito ou a uma cadeira de rodas, que apresentam curvatura anormal da coluna vertebral ou contraturas, ou que por alguma razão não conseguem ficar de pé para fazer a medição precisa da estatura.2 Semienvergadura dos braços •Essa medida é especialmente útil na prática clínica, porque não requer equipamento especial. Também é útil nos pacientes que apresentam alguma disfunção dos membros inferiores •Usando o braço esquerdo (se possível), o clínico mede a distância da ponta do dedo médio até o meio da fúrcula esternal •É importante assegurar que o braço do paciente esteja na horizontal e alinhado com o ombro •A estatura (em cm) é calculada com base nas seguintes fórmulas: Mulheres: Estatura em cm = (1,35 × semienvergadura em cm) + 60,1 Homens: Estatura em cm = (1,40 × semienvergadura em cm) + 57,8 Altura do joelho •A altura do joelho é medida utilizando-se um estadiômetro deslizante de lâminas grandes (disponível comercialmente na página http://weighandmeasure.com) •O paciente deve estar na posição supina e a perna esquerda deve ser medida preferencialmente •Com os dois joelhos e tornozelos formando ângulos de 90°, o clínico coloca uma lâmina do estadiômetro sob o calcanhar do pé e a outra na superfície anterior da coxa •A haste do estadiômetro é mantida em paralelo com o eixo longitudinal da perna e o clínico aplica pressão para comprimir os tecidos •A estatura (em cm) é calculada com base nas seguintes fórmulas: Mulheres: Estatura em cm = 84,88 – (0,24 × idade em anos) + (1,83 × altura do joelho em cm) Homens: Estatura em cm = 64,19 – (0,04 × idade em anos) + (2,02 × altura do joelho em cm) Determinação do peso corporal Peso ideal O peso corporal relativo à estatura é uma medida utilizada frequentemente para avaliar o risco de morbidade e mortalidade.3 Embora existam poucos estudos publicados sobre sua validade, há algumas equações de peso ideal (PI) e tabelas de peso/altura, que são usadas para avaliar o estado nutricional dos pacientes comparando o peso corporal real com os padrões de PI em diversas condições. Um método utilizado comumente nos EUA é o método de Hamwi ilustrado a seguir: https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en2 http://weighandmeasure.com/ https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en3 Mulheres: PI = 45 kg para os primeiros 152,4 cm + 2,2 kg para cada 2,54 cm adicionais Homens: PI = 48 kg para os primeiros 152,4 cm + 2,7 kg para cada 2,54 cm adicionais Nos indivíduos com compleição corporal leve ou pequena, o PI baseado nesse método pode ser reduzido em 10%, enquanto nos indivíduos com compleição corporal pesada ou grande, o PI pode ser aumentado em 10%. Veja como determinar a constituição física nas seções subsequentes. Ajuste com base na compleição corporal Para ajustar as diferenças de constituição corporal (musculatura, espessura óssea e proporções corporais), é necessário determinar a compleição corporal do indivíduo durante o cálculo do PI.4 A compleição corporal pode ser estimada por dois métodos. A medição da circunferência do punho é fácil e direta. A medição da largura do cotovelo é mais complexa, mas tende a fornecer estimativas mais exatas da compleição corporal. Esses dois métodos usam as medidas em relação com a estatura do paciente. Circunferência do punho •O clínico deve medir a circunferência do punho em uma posição ligeiramente distal ao processo estiloide da dobra do punho esquerdo (originalmente em polegadas, mas adaptada para centímetros neste texto) usando uma fita métrica. Em seguida, ele pode comparar a medida com os valores descritos na Tabela 1.1. Tabela 1.1 Estimativa da compleição corporal com base na circunferência do punho (adaptada em cm). Medidas do punho de mulheres Estatura < 157,5 Estatura de 157,5 a 165,0 Estatura > 165,0 Pequena < 14 < 15,25 < 15,87 Intermediária 14 a 14,6 15,25 a 15,87 15,87 a 16,5 Grande > 14,6 > 15,87 > 16,5 Medidas do punho de homens Estatura > 165,0 Pequena 14 a 16,5 Intermediária 16,5 a 19 Grande > 19 Dados de U.S. National Library of Medicine (NLM). Calculating body frame size. Disponível em: http://nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/17182.htm. Acessada em 10 de dezembro de 2015. Largura do cotovelo •O indivíduo deve estar de pé (se for possível) e estender o braço para frente, de forma que fique no plano horizontal em paralelo com o piso •Virar a palma da mão para cima e dobrar o cotovelo, de forma que o antebraço forme um ângulo de 90° com o piso •Medir a distância entre os dois ossos proeminentes em cada lado do cotovelo (os epicôndilos do úmero). Essa medida pode ser efetuada com uma régua ou fita métrica, mas é preferível utilizar paquímetros disponíveis no mercado •Comparar a medida com os valores ilustrados na Tabela 1.2. Tabela 1.2 Estimativa da compleição corporal com base na largura do cotovelo. Medidas do cotovelo de mulheres Compleição intermediária Quando a largura do cotovelo é menor que as ilustradas nesta tabela para uma estatura específica, o indivíduo tem compleição pequena; quando a largura do cotovelo é maior, o indivíduo tem compleição grande. Estatura (cm) Largura do cotovelo (mm) 147 a 150 57,2 a 63,5 152 a 160 59,2 a 64,5 162,6 a 170 60,3 a 66,7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en4 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-1 http://nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/17182.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-2 172,7 a 180,3 63,0 a 69,0 182,9 a 193,0 63,5 a 69,8 Medidas do cotovelo de homens Compleição intermediária Quando a largura do cotovelo é menor que as ilustradas nesta tabela para uma estatura específica, o indivíduo tem compleição pequena; quando a largura do cotovelo é maior, o indivíduo tem compleição grande. Estatura (cm) Largura do cotovelo (mm) 157,5 a 160,0 63,5 a 70,0 162,5 a 170,2 66,7 a 73,0 172,7 a 180,3 69,8 a 76,2 182,9 a 190,5 71,0 a 79,4 193,0 a 200,7 73,0 a 82,5 Dados de Zeman FJ, Ney DM. Applications in Medical Nutrition Therapy. 2nd ed. Upper Saddle River, NJ: Merrill-Prentice Hall; 1996. Ajuste para membros amputados Nos pacientes amputados, a estimativa do PI deve ser ajustada pela seguinte equação, usando os fatores da Tabela 1.3. Tabela 1.3 Ajustes para amputação para estimar o peso ideal. Porcentagem do peso corporal representada pela parte amputada Mão 0,7% Antebraço e mão (abaixo do cotovelo) 2,3% Braço inteiro 5,0% Pé 1,5% Perna e pé (abaixo do joelho) 5,9% Perna inteira 16,0% Dados de Osterkamp LK. Current perspective on assessment of human body proportions of relevance to amputees. J Am Diet Assoc 1995;95:215–218. Ajuste para lesões da medula espinal Nos pacientes com lesões da medula espinal, a estimativa do PI deve ser ajustada da seguinte forma: •Paraplegia: subtrair 5 a 10% do PI •Tetraplegia: subtrair 10 a 15% do PI. Interpretação dos valores de peso corporal Porcentagem do peso ideal Porcentagem do peso usual (PU) A Tabela 1.4 mostra como avaliar os dados de % PI e % PU. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-3 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-4 Tabela 1.4 Como interpretar os dados de % PI e % PU. % PI % PU Risco nutricional > 120 – Obesidade 110 a 120 – Sobrepeso 90 a 109 – Nenhum risco 80 a 89 85 a 95 Leve70 a 79 75 a 84 Moderado < 70 < 75 Grave Porcentagem de alteração do peso Esse cálculo ajuda a detectar variações do peso usual do paciente, especialmente na população idosa, na qual o emagrecimento involuntário está associado a maior morbimortalidade.5,6 Depois de calcular a porcentagem de alteração do peso, o clínico deve usar a Tabela 1.5 para avaliar o significado de quaisquer variações do peso. Tabela 1.5 Interpretação das alterações involuntárias do peso. Intervalo de tempo Perda ponderal significativa Perda ponderal grave 1 semana 1 a 2% > 2% 1 mês 5% > 5% 3 meses 7,5% > 7,5% 6 meses 10% > 10% Dados de Academy of Nutrition and Dietetics. Nutrition Care Manual. Disponível em: www.nutritioncaremanual.org. Acessada em 16 de dezembro de 2015. Avaliação de sobrepeso e obesidade Índice de massa corporal O índice de massa corporal (IMC), ou índice de Quetelet, é um cálculo direto baseado na estatura e no peso, independente do sexo, e pode ser usado para avaliar a gravidade da obesidade. O IMC tem limitações e fatores como idade, sexo, etnia e massa muscular podem afetar a relação entre este índice e a gordura corporal. Além disso, a existência de edema deve ser levada em consideração antes de interpretar os resultados do IMC.7 Veja as classificações de sobrepeso e obesidade com base no IMC na Tabela 1.6. Circunferência abdominal e razão cintura-quadril O acúmulo excessivo de gordura no abdome desproporcional à gordura corporal total é um preditor independente de fatores de risco e morbidade.7 Os dois métodos disponíveis para medir a gordura abdominal são circunferência abdominal e razão cintura- quadril (RCQ). Esses dois métodos são usados para detectar riscos aumentados de diabetes melito, doença arterial coronariana e hipertensão arterial sistêmica nos indivíduos com gordura abdominal excessiva. Alguns estudos sugerem que a circunferência abdominal seja um preditor mais confiável do risco de doença que a RCQ, enquanto outros sugerem que a RCQ seja um indicador mais confiável.7,8 Independentemente do método que o clínico usa, a avaliação da gordura abdominal pode ajudar a determinar o grau de risco de desenvolver várias doenças (ver Tabelas 1.6 e 1.7). https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en5 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-5 http://www.nutritioncaremanual.org/ https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en8 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-7 Tabela 1.6 Classificação de sobrepeso e obesidade com base no IMC, na circunferência abdominal e no risco de doen ças associadas. IMC (kg/m2) Peso Grau de obesidade Risco de doençaa relativo à eutrofia e à circunferência abdominal Homens ≤ 102 cm Mulheres ≤ 88 cm Homens > 102 cm Mulheres > 88 cm < 18,5 Baixo peso – – 18,5 a 24,9 Eutrofia – – 25,0 a 29,9 Sobrepeso Aumentado Alto 30,0 a 34,9 Obesidade I Alto Muito alto 35,0 a 39,9 Obesidade II Muito alto Muito alto > 40,0 Obesidade extrema III Extremamente alto Extremamente alto aO risco de doença inclui diabetes melito tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e doença cardiovascular. Dados de (i) National Institutes of Health Clinical Guidelines on the identification, evaluation and treatment of overweight and obesity in adults: The Evidence Report. 1998. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/books/bv.fcgi?rid=obesity. Acessada em 10 de dezembro de 2015, e (ii) Centers for Disease Control and Prevention, Division of Nutrition, Physical Activity, and Obesity. Disponível em: www.cdc.gov/healthyweight/assessing/bmi/adult_bmi. Acessada em 10 de dezembro de 2015. Tabela 1.7 Razão cintura-quadril. Homem Mulher Risco à saúde ≤ 0,95 ≤ 0,80 Baixo 0,96 a 1,0 0,81 a 0,85 Moderado ≥ 1,0 ≥ 0,85 Alto Dados de Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, et al. Obesity and the risk of myocardial infarction in 27,000 participants from 52 countries: A case- control study. Lancet 2005;366:1640–1650. ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES DE NUTRIENTES Necessidades energéticas – exceto pacientes críticos Existem algumas equações e fórmulas preditivas para estimar a taxa metabólica basal (TMB). As equações de Mifflin-St. Jeor e de Harris-Benedict são duas fórmulas muito usadas para estimar o gasto energético de pacientes que não se encontram em estado crítico. De acordo com a Academy’s Evidence Analysis Library (EAL), a equação de Mifflin-St. Jeor (MSJE) teve melhor desempenho que a equação de Harris-Benedict para prever a TMB de pacientes obesos e não obesos, não críticos.9 Depois de calcular a TMB, pode ser necessário estimar o gasto energético total (GET) usando uma combinação de fatores de atividade e estresse. Os fatores de estresse são usados nos pacientes hospitalizados em estado hipermetabólico em consequência de doença, infecção ou traumatismo. Para determinar os fatores de estresse e/ou atividade apropriados à estimativa do GET, deve-se usar discernimento clínico. Veja os fatores de estresse e atividade na Tabela 1.8. Tabela 1.8 Fatores de atividade e estresse para determinar o gasto energético total. Condição Fator Fatores de atividade Confinado ao leito 1,2 Ambulatorial 1,3 Fatores de estresse Queimaduras ≤ 20% da superfície corporal 1,5 20 a 40% da superfície corporal 1,8 > 40% da superfície corporal (usar no máximo 60% da SCT) 1,8 a 2,0 Infecção Leve 1,2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/bv.fcgi?rid=obesity http://www.cdc.gov/healthyweight/assessing/bmi/adult_bmi https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en9 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-8 Moderada 1,4 Grave 1,8 Inanição 0,85 Intervenção cirúrgica Pequeno porte 1,1 Grande porte 1,2 Traumatismo Esquelético 1,2 Fechado 1,35 Craniano fechado 1,4 SCT, superfície corporal total. Equação de Mifflin-St. Jeor Mulheres: GET = 10P + 6,25E – 5I – 161 Homens: GET = 10P + 6,25E – 5I + 5 Em que: GET, gasto energético total; P, peso atual em quilogramas; E, estatura em centímetros; I, idade em anos. Equação de Harris-Benedict Mulheres: GET = 655,1 + 9,6P + 1,9E – 4,7I Homens: GET = 66,5 + 13,8P + 5E – 6,8I Em que: P, peso em quilogramas (o clínico deve usar o peso atual em vez do peso ideal ou ajustado);* E, estatura em centímetros; I, idade em anos. Quilocalorias por quilograma Um método rápido e fácil para estimar as necessidades energéticas é usar a razão de quilocalorias por quilograma de peso corporal com referência ao peso (atual ou ideal) baseado em critérios clínicos (Tabela 1.9). Tabela 1.9 Necessidades energéticas ba sea das na razão de quilocalorias por quilograma de peso corporal. Condição Necessidade energética (kcal/kg) Eutrofia 25 a 30 Obeso (IMC > 30), estado crítico 11 a 14 (peso atual) ou 22 a 25 (peso ideal) Estresse Leve 30 a 35 Moderado a grave 35 a 45 Dados de (i) Escott-Stump S. Nutrition and Diagnosis-Related Care. 8th ed. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer; 2015, e (ii) McClave SA, Martindale RG, Vanek VW, et al. Guidelines for the provision and assessment of nutrition support therapy in the adult critically ill patient: Society of Critical Care Medicine and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). JPEN J Parenter Enteral Nutr 2009;33:277–316. Necessidades energéticas – paciente crítico A Academy’s EAL recomenda que, se a calorimetria indireta não estiver disponível para calcular as necessidades energéticas dos pacientes em estado crítico, as equações da Penn State University sejam utilizadas porque têm maior precisão preditiva.11 Para pacientes críticos não obesos dependentes do respirador e obesosdependentes do respirador com idade < 60 anos, a EAL https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23ftn1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-9 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en11 recomenda usar a equação de Penn State [PSU (2003b). Para pacientes críticos obesos dependentes do respirador com mais de 60 anos, a equação de Penn State Modificada [PSU (2010)] é mais exata. Equação de Penn State [PSU (2003b)] (Usada em pacientes críticos não obesos e obesos com idade < 60 anos) TMB = Mifflin (0,96) + VE (31) + Tmáx (167) – 6.212 Equação de Penn State Modificada [PSU (2010)] (Usada em pacientes críticos obesos com idade > 60 anos) TMB = Mifflin (0,71) + VE (64) + Tmáx (85) – 3.085 Em que: VE, ventilação expirada por minuto; Tmáx, temperatura corporal máxima nas últimas 24 horas em graus Celsius. O cálculo das necessidades energéticas dos pacientes não dependentes do respirador em estado crítico depende do protocolo de cada instituição e discernimento clínico. Um método utilizado é a MSJE modificada por um fator de 1,25, embora os índices de precisão desta equação variem em torno de 50% apenas.11 TMB = MSJE × 1,25 A Tabela 1.9 descreve as recomendações da American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) e da Society for Critical Care Medicine (SCCM) quanto às necessidades energéticas (em kcal/kg) dos pacientes críticos obesos. Necessidades de proteína A Tabela 1.10 descreve as recomendações de proteínas para pacientes com vários distúrbios gerais. As necessidades de proteínas em condições específicas podem ser encontradas nos capítulos correspondentes. Tabela 1.10 Necessidades diá rias de proteína para pacientes hospitalizados. Condição Necessidade de proteína (g/kg) Eutrofia – manutenção 0,8 a 1,0 Estresse metabólico Leve 1,2 a 1,5 Moderado a grave 1,5 a 2,0 Obesos em estado crítico 2,0 (quando se usa alimentação hipocalórica) Úlceras de pressão 1,2 a 1,5 (estágios 1 e 2) 1,5 a 2,0 (estágios 3 e 4) Reposição de proteínas 1,2 a 2,0 Traumatismo grave, queimaduras 1,5 a 2,0 Dados de: (i) Escott-Stump S. Nutrition and Diagnosis-Related Care. 8th ed. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer; 2015, (ii) McClave SA, Martindale RG, Vanek VW, et al. Guidelines for the provision and assessment of nutrition support therapy in the adult critically ill patient: Society of Critical Care Medicine and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). JPEN J Parenter Enteral Nutr 2009;33:277– 316, e (iii) National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel and Pan Pacific Pressure Injury Alliance. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers: Clinical Practice Guideline. In: Haesler E, ed. Osborne Park, WA: Cambridge Media; 2014. Necessidades de líquidos Nos casos típicos, os métodos usados para estimar as necessidades de líquidos dos indivíduos eutróficos estão baseados na ingestão energética, no peso corporal ou na superfície corporal (SC). O método da ingestão energética usa 1 mℓ/kcal para os adultos e 1,5 mℓ/kg para os lactentes. O método da SC usa 1.500 mℓ/m2/dia × SC (ver como calcular a SC na Tabela https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en11 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-9 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-10 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter03.html%23tab3-7 3.7).6 A Tabela 1.11 descreve outros métodos usados para estimar as necessidades de líquidos baseadas no peso corporal. As necessidades de líquidos também dependem da condição clínica do paciente, com acréscimo ou redução do volume necessário em algumas situações. Os capítulos dedicados às doenças específicas podem listar as necessidades de líquidos em situações específicas. Tabela 1.11 Estimativa das necessidades de líquidos com base no peso corporal. Método 1 (adultos) Peso corporal Necessidade de líquidos Adultos jovens: 18 a 54 anos 30 a 35 mℓ/kg Adultos: 55 a 65 anos 30 mℓ/kg Idosos: > 65 anos 25 mℓ/kg Método 2 (usado comumente nas populações pediátricas) Peso corporal Necessidade de líquidos 1 a 10 kg 100 mℓ/kg 11 a 20 kg 1.000 mℓ + 50 mℓ/kg para cada kg acima de 10 kg > 20 kg 1.500 mℓ + 20 mℓ/kg para cada kg acima de 20 kg Dados de Academy of Nutrition and Dietetics. Nutrition Care Manual. Disponível em: www.nutritioncaremanual.org. Acessada em 16 de dezembro de 2015. DADOS BIOQUÍMICOS A finalidade de obter dados laboratoriais como parte da avaliação nutricional é determinar as condições internas do organismo. Amostras de sangue e urina podem ser usadas para dosar diretamente um nutriente ou metabólito afetado por este nutriente. Cada teste tem sensibilidade e especificidade bem definidas. A sensibilidade indica o grau de precisão de um teste para determinar a quantidade de um componente em determinada amostra. A especificidade descreve o quão específico um teste é para avaliar determinada função ou diagnóstico, por exemplo, qual é a especificidade da ureia sanguínea na avaliação da função renal. Os conceitos básicos da interpretação dos resultados laboratoriais são os seguintes: nenhum teste estabelece um diagnóstico isoladamente; as amostras repetidas são mais válidas; podem ocorrer variações diurnas com alguns testes; e alguns componentes podem ser afetados por outros distúrbios ou doenças coexistentes e fármacos usados simultaneamente. Estado proteico No passado, o estado proteico (compartimentos de proteínas somáticas e viscerais) era um elemento importante da avaliação nutricional em diversos contextos, inclusive situações agudas. As três proteínas hepáticas principais usadas para avaliar as proteínas viscerais são albumina, transferrina e pré-albumina (Tabela 1.12). Contudo, essas proteínas hepáticas também refletem a resposta fisiológica a lesões, estresse, infecção, cirurgia e traumatismo.6 Elas são proteínas negativas da fase aguda, porque seus níveis diminuem durante as reações fisiológicas ao estresse, quando o fígado redefine as prioridades da síntese de proteínas viscerais para proteínas reagentes da fase aguda. A inflamação sistêmica – uma marca característica da resposta ao estresse – não apenas reduz a síntese de albumina, como também pode aumentar sua degradação e provocar extravasamento transcapilar de albumina.12 Por essas razões, os marcadores do estado proteico (inclusive albumina e pré-albumina) têm pouca utilidade na avaliação ou monitoramento do estado nutricional dos pacientes em condições agudas. Em vez disso, eles podem ser usados em combinação com as proteínas positivas da fase aguda (p. ex., proteína C reativa, ou PCR) para identificar os pacientes que poderiam estar em risco nutricional como consequência de doenças agudas ou crônicas, que podem contribuir para a inflamação. Além disso, a hipoalbuminemia foi detalhadamente estudada em subgrupos de pacientes como queimados, portadores de úlceras de pressão, sepse grave, câncer, doença renal e pacientes cirúrgicos e mostrou-se um preditor importante de morbimortalidade.13- 16 O uso dos indicadores prognósticos multifatoriais pode ser útil em algumas situações para predizer o risco nutricional (Tabela 1.13). https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter03.html%23tab3-7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-11http://www.nutritioncaremanual.org/ https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-12 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en12 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en13 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en16 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-13 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-13 Tabela 1.12 Parâmetros das proteínas viscerais. Proteína Faixa de referência Implicações e considerações Albumina 3,5 a 5,0 g/dℓ Reduzida quando as proteínas viscerais estão depletadas; meia-vida de 17 a 20 dias; os níveis diminuem com doença hepática, síndromes de má absorção, nefropatias perdedoras de proteínas, ascite, queimaduras, hidratação excessiva, inflamação; aumentam quando há desidratação Fibronectina 220 a 400 mg/dℓ Reduzida quando as proteínas viscerais estão depletadas; meia-vida de 15 h; os níveis diminuem quando há inflamação ou lesão; os níveis são alterados pelos fatores de coagulação Pré-albumina 15 a 36 mg/dℓ Reduzida quando as proteínas viscerais estão depletadas; meia-vida de 1,9 dia; os níveis diminuem com doença hepática, queimaduras, inflamação; aumentam na síndrome nefrótica, doença renal crônica, gestação e linfoma de Hodgkin Proteína ligadora do retinol 3 a 6 mg/dℓ Reduzida quando as proteínas viscerais estão depletadas; meia-vida de 12 h; os níveis diminuem na pancreatite crônica ou carcinoma, fibrose cística, má absorção intestinal, doenças hepáticas crônicas, deficiência de vitamina A; os níveis aumentam na insuficiência renal Transferrina 188 a 341 mg/dℓ Reduzida quando as proteínas viscerais estão depletadas (apenas quando os níveis de ferro estão normais); meia-vida de 8 a 10 dias; os níveis diminuem na infecção crônica, câncer; aumentam no final da gestação, com o uso de anticoncepcionais orais e nas hepatites virais Dados de Pagana KD. Mosby’s Manual of Diagnostic and Laboratory Tests. 5th ed. St. Louis, MO: Elsevier: Mosby; 2014. Tabela 1.13 Fórmulas para avaliar o risco nutricional. Avaliação do risco Fórmula Interpretação Índice de risco nutricional (1,519 × albumina) + (41,7 × % PI) > 100: sem risco 97,5 a 100: risco baixo 83,5 a 97,5: risco moderado < 83,5: risco grave Índice prognóstico nutricional 158 – 16,6 (albumina) – 0,78 (dobra cutânea tricipital em mm) – 0,2 (transferrina) – 5,8 (hipersensibilidade cutânea tardia) < 40: normal ≥ 40: comprometido Índice prognóstico inflamatório e nutricional ≤ 1: sem risco 1 a 10: risco baixo 11 a 20: risco moderado 21 a 30: risco grave A contagem total de linfócitos (CTL) reflete o estado das proteínas viscerais; como está relacionada com a função imune, esta variável não tem precisão em algumas situações (Tabela 1.14). Tabela 1.14 Contagem total de linfócitos e estado das proteínas viscerais. Fórmula: CTL = % de linfócitos × no de leucócitos (103) Interpretação (valores em células/mm3) Valor de referência: > 1.500 Depleção leve: 1.200 a 1.500 Depleção moderada: 800 a 1.199 Depleção grave: < 800 Afetada por: Traumatismo, infecção viral, radioterapia, cirurgia, quimioterapia e outros fármacos imunossupressores Nota: A CTL pode não ser um indicador confiável de desnutrição da população idosa. Dados de (i) Academy of Nutrition and Dietetics. Nutrition Care Manual. Disponível em: www.nutritioncaremanual.org. Acessada em 16 de dezembro de 2015; e (ii) Pagana KD. Mosby’s Manual of Diagnostic and Laboratory Tests. 5th ed. St. Louis, MO: Elsevier: Mosby; 2014. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-14 http://www.nutritioncaremanual.org/ Outro parâmetro usado para avaliar o estado das proteínas viscerais é o balanço nitrogenado, embora reflita mais diretamente as proteínas totais corporais (Tabela 1.15). Normalmente, os adultos mantêm-se em equilíbrio nitrogenado, porque as proteínas dietéticas (fonte de nitrogênio) são usadas para síntese proteica. Quando a degradação das proteínas é maior que a síntese, o paciente está em balanço nitrogenado negativo (p. ex., desnutrição). Crianças e gestantes estão em balanço nitrogenado positivo, porque a síntese de proteínas excede a degradação nas fases de crescimento. Tabela 1.15 Uso do balanço nitrogenado para avaliar as proteínas corporais totais. 1.Monitorar a ingestão dietética de proteínas (PTN) em 24 h 2.Converter a ingestão proteica dietética em ingestão de nitrogênio: 3.Colher urina de 24 h; dosar nível urinário de ureia nitrogenada (UUN) 4.Balanço nitrogenado = ingestão de nitrogênio – (UUN + 3a) 5.Interpretação: os adultos normalmente estão em equilíbrio nitrogenado (0); gestantes e crianças estão em balanço nitrogenado positivo; balanço nitrogenado negativo pode indicar desnutrição aPerdas imperceptíveis (insensíveis). O compartimento proteico somático é avaliado com base em medidas antropométricas e parâmetros bioquímicos (i. e., excreção de creatinina e balanço nitrogenado). A creatinina é um produto catabólico do fosfato de creatina, que é um componente necessário à contração muscular. A creatinina é excretada a uma taxa diária constante proporcional à massa muscular. Doenças renais e ingestão exacerbada de carnes podem aumentar os níveis de creatinina. A Tabela 1.16 fornece uma fórmula para calcular o índice creatinina-altura e padrões comparativos para determinar a gravidade da deficiência de proteínas. Tabela 1.16 Cálculo e interpretação do índice creatinina-altura. Coleta de urina de 24 horas: dieta sem carnes (preferencialmente); comparar o nível de creatinina urinária com os padrões de estatura/sexo Interpretação: 60 a 80%, depleção leve 40 a 59%, depleção moderada < 40%, depleção grave Afetado por: disfunção renal, idade avançada, estresse, traumatismo, sepse, exercício extenuante e tratamento com corticoides Excreção urinária de creatina em 24 horas nos adultos Homens: 23 mg/kg/PI Mulheres: 18 mg/kg/PI Estatura (cm) Creatinina (mg) Estatura (cm) Creatinina (mg) 157,5 1.288 147,3 830 160,0 1.325 149,9 851 162,6 1.359 152,4 875 165,1 1.386 154,9 900 167,6 1.426 157,5 925 170,2 1.467 160,0 949 172,7 1.513 162,6 977 175,3 1.555 165,1 1.006 177,8 1.596 167,6 1.044 180,3 1.642 170,2 1.076 182,9 1.691 172,7 1.109 185,4 1.739 175,3 1.141 188,0 1.785 177,8 1.174 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-15 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-16 190,5 1.831 180, 3 1.206 193,0 1.891 182,9 1.240 ICA, índice creatinina-altura. Dados de Blackburn GL, Bistrain BR, Maini BS, et al. Nutritional and metabolic assessment of the hospitalized patient. JPEN J Parenter Enteral Nutr 1977;1:11–12. A avaliação bioquímica também inclui uma revisão dos parâmetros hematológicos, porque podem ser indicadores de anemia de causa nutricional (Tabela 1.17). Muitos desses parâmetros também podem ser afetados pelo comprometimento do estado das proteínas viscerais. Tabela 1.17 Parâmetros hematológicos relacionados com anemia. Componente Faixa de referência Indicações e considerações Protoporfirina eritrocitária < 5 μg/dℓ nas hemácias Nível alto nos estágios mais avançados da anemia ferropriva Ferritina Homens: 18,0 a 350 ng/mℓ Mulheres: 15 a 49 anos: 12,0 a 156 ng/mℓ > 49 anos: 18,0 a 204 ng/mℓ Níveis baixos nos estágios iniciais de deficiência, quando as reservas de ferro estão depletadas Folato, concentração eritrocitária 95 ng/mℓ Níveis baixos nos estágios mais avançadosda anemia megaloblástica Folato, nível sérico 1,9 ng/mℓ Níveis baixos à medida que a deficiência de folato progride Hematócrito Homens: 41 a 50% Mulheres: 35 a 46% Nível baixo na anemia; repre-senta a porcentagem de hemácias no volume sanguíneo total Hemoglobina Homens: 14,0 a 17,2 g/dℓ Mulheres: 12,0 a 15,6 g/dℓ Nível baixo na anemia; representa a concentração total de hemoglobina das hemácias Concentração de hemoglobina corpuscular média 32 a 36 g/dℓ Níveis baixos na anemia ferropriva (hipocrômica); dentro da faixa de referência na deficiência de B12 e folato (normocrômicas); representa a quantidade de hemoglobina (pigmento) contida em uma hemácia média Contagem de hemácias Homens: 4,4 a 5,8 × 106/μℓ Mulheres: 3,9 a 5,2 × 106/μℓ Nível baixo na anemia; representa a quantidade de hemácias na amostra Transferrina 188 a 341 mg/dℓ Níveis altos na anemia ferropriva, à medida que o transporte de ferro aumenta Vitamina B12 200 a 800 pg/mℓ Níveis baixos com deficiência de B12 Dados de Pagana KD. Mosby’s Manual of Diagnostic and Laboratory Tests. 5th ed. St. Louis, MO: Elsevier: Mosby; 2014. EXAME FÍSICO PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL O exame físico é um componente vital da avaliação nutricional do paciente. O objetivo é detectar sinais e sintomas que possam estar associados a deficiências nutricionais específicas, ao risco nutricional ou à desnutrição. Em 2010, um comitê internacional desenvolveu uma abordagem etiológica para o diagnóstico da desnutrição do adulto na prática clínica.17 Hoje em dia, a desnutrição do adulto é descrita no contexto de doença ou lesão aguda, doenças ou distúrbios crônicos e desnutrição associada à inanição. Seis características foram identificadas como essenciais à detecção e ao diagnóstico da desnutrição: ingestão energética insuficiente, emagrecimento, perda de gordura subcutânea, perda de massa muscular, acúmulo de líquidos (pode mascarar a perda ponderal) e depressão do estado funcional. Como isoladamente nenhum parâmetro é definitivo no diagnóstico da desnutrição do adulto, recomenda-se usar duas ou mais destas seis características para firmar o diagnóstico (Tabela 1.18). O exame físico é realizado para ajudar a detectar desnutrição com base na determinação de perda de tecido adiposo e muscular e presença de edema (Tabela 1.19), bem como para identificar possíveis deficiências nutricionais (Tabela 1.20). https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-17 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23en17 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-18 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-19 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-20 O questionário de Avaliação Subjetiva Global (ASG) é outro instrumento de avaliação nutricional considerado altamente preditivo de complicações associadas à nutrição.18 Esse questionário utiliza dados da avaliação do paciente (p. ex., peso, ingestão alimentar, estado funcional, doenças, sintomas, estresse metabólico e exame físico) para avaliar e monitorar o risco de desnutrição e avaliar os efeitos das intervenções. Existe uma versão online (ASG-PP Produzida pelo Paciente, ou Score Patient-Generated SGA) disponível para profissionais de saúde na página http://pt-global.org. HISTÓRICO DO PACIENTE A avaliação nutricional abrangente inclui alguns elementos da história clínica do paciente. Os tipos principais de histórico são: histórico de saúde ou médico, fármacos usados, histórico pessoal e alimentos e nutrição. As fontes de informação do histórico são os prontuários médicos, o próprio paciente e outras pessoas significativas. O histórico de saúde ou médico identifica os fatores que afetam as necessidades nutricionais ou de educação nutricional, ou que colocam o cliente em risco nutricional. Um componente importante é a relevância nutricional do diagnóstico atual (Tabela 1.21). O diagnóstico pode acarretar um nível de risco específico baseado no seu potencial de afetar negativamente o estado nutricional. Além do potencial da doença de alterar o estado nutricional, o grau de risco imposto a determinado paciente depende de vários fatores, inclusive sua duração e gravidade, coexistência de outros fatores de estresse fisiológico e aspectos individuais (genética, idade e estado nutricional). Algumas doenças são nutricionalmente relevantes, em razão da probabilidade de que os pacientes necessitem de intervenção nutricional. Tabela 1.18 Diagnóstico da desnutrição do adulto. Contexto da desnutrição Doença crônica Doença ou lesão aguda Condições sociais/ambientais Grau da desnutrição Desnutrição moderada Desnutrição proteico- energética grave Desnutrição moderada Desnutrição proteico- energética grave Desnutrição moderada Desnutrição proteico- energética grave Ingestão energética: comparar ingestão recente com necessidades energéticas estimadas e relatar ingestão inadequada como percentagem das necessidades estimadas ao longo do tempo < 75% da necessidade energética estimada por período ≥ 1 mês ≤ 75% da necessidade energética estimada por período ≥ 1 mês < 75% da necessidade energética estimada por período ≥ 7 dias ≤ 50% da necessidade energética estimada por período ≥ 5 dias < 75% da necessidade energética estimada por período ≥ 3 meses ≤ 50% das necessidades energéticas estimadas por período ≥ 1 mês Perda ponderal: avaliar o peso no contexto das outras manifestações clínicas, inclusive hidratação. Relatar alteração do peso com o passar do tempo, como porcentagem de peso perdido em comparação com o nível basal 5% em 1 mês 7,5% em 3 meses 10% em 6 meses 20% em 12 meses > 5% em 1 mês > 7,5% em 3 meses >10% em 6 meses >20% em 12 meses 1 a 2% em 1 semana 5% em 1 mês 7,5% em 3 meses > 2% em 1 semana > 5% em 1 mês > 7,5% em 3 meses 5% em 1 mês 7,5% em 3 meses 10% em 6 meses 20% em 12 meses > 5% em 1 mês > 7,5% em 3 meses > 10% em 6 meses > 20% em 12 meses Gordura corporal: perda de gordura subcutânea (orbital, triceps, gordura que recobre as costelas) Depleção leve Depleção grave Depressão leve Depleção moderada Depleção leve Deleção grave Massa muscular: perda de músculos (têmporas, clavículas, ombros, escápula, coxa, panturrilha) Depleção leve Depleção grave Depleção leve Depleção moderada Depleção leve Depleção grave Acúmulo de líquidos: acúmulo localizado ou generalizado de líquidos (edema dos membros, ascite ou edema vulvar/e scrotal) Leve Grave Leve Moderada a grave Leve Grave Estado funcional: baseado nos padrões fornecidos pelo fabricante do dinamô-metro Não se aplica Redução detectável Não se aplica Não é recomendado no contexto de cuidados intensivos Não se aplica Redução detectável Reproduzida de White JV, Guenter P, Jensen G, et al. Consensus statement of the Academy of Nutrition and Dietetics/American Society for Parenteral and Enteral Nutrition: Characteristics recommended for the identification and documentation of adult malnutrition (undernutrition). J Acad Nutr Diet 2012;112(5):730–738, Copyright (2012), com autorização de Elsevier, e adaptada com autorização de TouchPoint Support Services. Atlanta, GA. Disponível https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html?create=true%23en18 http://pt-global.org/ https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-21 em: www.iamtouchpoint.com/pages/home.aspx. Tabela 1.19 Exame físico para avaliação do estado nutricional: avaliação para desnutrição. Área de tecido adíposo Referência Leve a moderada Grave Região orbital – ao redor dos olhos (retenção de líquidos pode mascarar a perda) Coxins de gordura ligeiramente abaulados Círculos ligeiramente mais escuros; olhos ligeiramente “encovados”Círculos escuros; olhos “encovados”; depressão; pele frouxa Região do braço – triceps/bíceps Espaço amplo entre os dedos ao realizar pinçamento Alguma profundidade ao realizar pinçamento, mas sem espaço amplo; os dedos quase se tocam Pouquíssimo espaço entre as dobras; os dedos se tocam Regiões torácica e lombar – costelas, região lombar baixa, linha hemiaxilar Tórax largo; costelas inaparentes; pouca ou nenhuma protrusão da crista ilíaca Costelas aparentes; depressões intercostais menos pronunciadas; crista ilíaca ligeiramente proeminente Depressões muito evidentes entre as costelas; crista ilíaca muito proeminente Área muscular Referência Leve a moderada Grave Região temporal – músculo temporal O músculo bem definido pode ser visto ou palpado Depressão discreta Deprimido; depressão escavada Região da clavícula e do acrômio – músculo deltoide Curvas arredondadas no braço/ombro/pescoço Processo acromial ligeiramente saliente A articulação do ombro com o braço parece quadrada; ossos proeminentes; protrusão acromial muito saliente Região da clavícula – músculos peitoral maior, deltoide, trapézio Não é visível nos homens; visível, mas não proeminente nas mulheres Visível nos homens; alguma protrusão nas mulheres Osso saliente e proeminente Região escapular – músculos trapézio, supraespinhoso e infraespinhoso Ossos não proeminentes; nenhuma depressão significativa Depressão suave ou osso ligeiramente saliente Ossos proeminentes e visíveis; depressões entre as costelas/escápula ou ombro/coluna vertebral Dorso da mão – músculo interósseo As saliências musculares podem ser planas em alguns indivíduos bem nutridos Ligeiramente deprimido Área deprimida entre os dedos polegar e indicador Região patelar – músculo quadriceps Músculos salientes; ossos não proeminentes Patela menos proeminente; mais arredondada Ossos proeminentes; pequeno sinal do músculo ao redor do joelho Região anterior da coxa – músculos quadriceps Bem arredondada; nenhuma depressão Depressão suave na face interna da coxa Depressão/linha na coxa; evidentemente afinada Região posterior da panturrilha – músculo gastrocnêmio Massa muscular bem desenvolvida Massa muscular pouco desenvolvida Fina; pouca ou nenhuma definição dos músculos Edema Nenhum Leve a moderado Grave Edema – excluir causas; paciente em peso seco Nenhum sinal de acúmulo de líquidos Cacifo leve a moderado; edema discreto dos membros; a depressão desaparece rapidamente (0 a 30 s) Cacifo profundo a muito profundo; a depressão persiste por tempo moderado (31a 60 s); os membros parecem edemaciados (3 a 4+) Adaptada com autorização de TouchPoint Support Services. Atlanta, GA. Disponível em: www.iamtouchpoint.com/pages/home.aspx. Tabela 1.20 Exame físico para avaliação do estado nutricional: detecção de deficiên cias nutricionais. Alterações detectadas Parte do corpo Referência Anormal Implicações Cabelos e pelos Brilhantes, distribuição normal Finos, opacos, secos, quebradiços, retorcidos Quimioterapia, deficiência de proteína ou biotina, deficiência de vitamina C Olhos Conjuntiva brilhante, límpida, rosada Olhos encovados, conjuntiva opaca, pálida e seca, fotofobia, xerose Deficiência de vitamina A, zinco ou riboflavina Lábios Úmidos, corados Edemaciados, secos, vermelhos e rachados Deficiências de riboflavina, piridoxina e niacina Gengivas Rosadas e firmes Feridas, esponjosas, vermelhas, edemaciadas, sangram facilmente Deficiência de vitamina C Língua Rosada, papilas evidentes Roxa, com cobertura branca ou cinzenta, lisa, sem papilas evidentes Deficiências de riboflavina, piridoxina, ácido fólico, niacina, http://www.iamtouchpoint.com/pages/home.aspx http://www.iamtouchpoint.com/pages/home.aspx vitamina B12, ferro Dentes Limpos, intactos, todos presentes Dentaduras, dentes faltando, perda do esmalte dentário Deficiência de cálcio, dieta inadequada Pescoço Sem edema Presença de nódulo(s), bócio Excesso ou deficiência de iodo Pele Lisa, ligeiramente úmida, corada Pálida, seca, descamada, equimoses formadas facilmente, úlceras de pressão, dermatite Deficiências de ferro, vitaminas A ou C, zinco, ácidos graxos essenciais, proteína; excesso de niacina Pernas Bem formadas, musculatura firme, sem dor óssea ou articular Hipersensibilidade na pantur-rilha, músculos flácidos, dor, edema, raquitismo, dor óssea ou articular Deficiências de proteínas, vitaminas A, C ou D e cálcio Abdome Sem edema ou dor Ligeiramente edemaciado, diarréia, ascite Deficiências de proteínas, niacina e zinco Mãos/unhas Lisas Unhas quebradiças, músculos finos e atrofiados, unhas em forma de colher (coiloníquia) Deficiências de proteínas e ferro Musculoesquelético, adiposo Desenvolvimento normal dos ossos, músculos e tecido adiposo Hipersensibilidade das panturri-lhas, perda de gordura subcutânea, aspecto edemaciado, dor, redução da força de preensão palmar, bochechas deprimidas, fraturas, osteoporose Deficiências de proteínas, tiamina, vitamina C; déficit energético ou de líquidos Sistema neurológico Reflexos normais AVE, reflexos deprimidos, desorientação, paralisia, convulsões, demência Deficiências de tiamina, niacina, vitamina B6 ou B12, ácido fólico, iodo, fósforo, cálcio e magnésio AVE, acidente vascular encefálico. Dados de Escott-Stump S. Nutrition and Diagnosis-Related Care. 8th ed. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer; 2015. O histórico dos fármacos usados identifica as substâncias que podem afetar as necessidades nutricionais ou alterar o estado nutricional. Isso inclui fármacos prescritos, fármacos usados sem prescrição (OTC, ou over-the-counter, em inglês) e suplementos dietéticos (ver Apêndice B). O histórico pessoal inclui vários aspectos psicossociais e padrões de estilo de vida, que podem afetar as necessidades nutricionais, influenciar as escolhas alimentares ou limitar as opções terapêuticas. O histórico alimentar e da nutrição identifica os padrões de consumo alimentar, a ingestão e os desequilíbrios de nutrientes específicos, as razões dos problemas nutricionais potenciais e os fatores dietéticos importantes à elaboração de um plano de https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/bm02.html cuidados nutricionais. A Tabela 1.22 contém informações gerais referidas a todos os tipos de histórico, além de informações específicas que devem ser obtidas do paciente ou do seu prontuário médico. Tabela 1.21 Condições nutricionalmente relevantes. HIV/AIDS Abuso de ál cool e/ou drogas ilícitas Caquexia Câncer Doença celía ca Acidente vascular encefálico Doença pulmonar obstrutiva crônica Cirrose Cardiopatia coronariana (IAM) Doença de Crohn Desidratação Diabetes melito Disfagia Transtornos alimentares Hemorragia gastrintestinal Encefalopatia hepática Hepatite Hipertensão arterial sistêmica Doença inflamatória intestinal Má absorção Desnutrição Esclerose múltipla Síndrome nefrótica Neutropenia Obesidade Pancreatite Doença de Parkinson Peritonite Úlceras de pressão Insuficiên cia renal Sepse Tuberculose IAM, infarto agudo do miocárdio. Dados de Academy of Nutrition and Dietetics, Evidence Analysis Library. Energy Expenditure: Evidence Analysis: Estimating RMR with Prediction Equations. 2006. Disponível em: www.eatrightpro.org/resources/research/evidence-based-resources/evidence-analysis-library. Acessada em 10 de dezembro de 2015. Tabela 1.22 Categorias de histórico do paciente. Categorias de histórico Informação específica Saúde/médico Estado de saúde atual e diagnósticos Data do primeiro diagnóstico Instruções pregressas sobre o diagnóstico Histórico patológico pregresso e condições de saúde Familiares específicos afetados por doenças nutricionalmente relevantes e idade de início Histórico familiar Procedimentos diagnósticos recentes, que exigiram dieta zero Histórico cirúrgico Dificuldade de mastigar (estado da dentição) ou deglutir Problemasgastrintestinais crônicos (diarreia, constipação intestinal, náuseas e vômitos) Fármacos Fármacos prescritos Uso simultâneo de vários fármacos Fármacos vendidos sem prescrição Duração do uso desses fármacos Suplementos dietéticos (nutricionais, fitoterápicos, nutrientes essenciais) Frequência do uso (crônico ou conforme a necessidade) Alterações do sentido do olfato ou da gustação em consequência dos fármacos usados Drogas ilícitas Instruções pregressas sobre interações potenciais Pessoal Idade Renda Sexo Uso ou elegibilidade aos programas do governo Identidade cultural/étnica Obstáculos à comunicação Ocupação/condições econômicas Função cognitiva Papel desempenhado na família Tabagismo https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-22 http://www.eatrightpro.org/resources/research/evidence-based-resources/evidence-analysis-library Nível educacional Capacidade de desempenhar as funções diárias Nível de motivação Pessoa responsável por aquisição dos alimentos e preparo das refeições Acesso a transporte Perda recente do cônjuge Alimentos e nutrição/dieta Ingestão alimentar Intolerâncias ou alergias alimentares Hábitos e padrões alimentares Apetite (atual e antes da internação hospitalar) História de variações do peso (especialmente perda de peso recente) Limitações físicas que afetem o preparo ou a ingestão de alimentos Ingestão diária típica (tipos e quantidades de alimentos e bebidas consumidos) Padrão das refeições Restrições dietéticas de cunho religioso Padrões de estilo de vida Hábitos dietéticos étnicos Consumo de álcool Frequência das refeições feitas fora de casa; tipos de refeições Exercícios, atividade física (tipo e frequência) Atitudes com relação à saúde e à dieta Instruções dietéticas pregressas (local, ano, assunto) Interesse em instruções dietéticas ou aconselhamento ambulatorial Estágio da mudança/disposição para aprender Histórico alimentar e nutricional O histórico abrangente sobre alimentos e nutrição (história dietética) geralmente não pode ser obtido da maioria dos pacientes em condições agudas, embora os elementos do histórico sejam vitais à avaliação nutricional. Em outros contextos de prática clínica, é possível e recomendável colher informações detalhadas desse tipo. O objetivo do histórico alimentar e nutricional é determinar a ingestão e os desequilíbrios nutricionais, as razões dos problemas alimentares e nutricionais potenciais e todos os fatores dietéticos importantes ao estabelecimento do diagnóstico nutricional e às intervenções subsequentes. Os seguintes tipos de dados são necessários: ingestão alimentar, hábitos e padrões alimentares e padrões de estilo de vida relacionados com a nutrição e a saúde. Caso o paciente necessite de instruções à beira do leito e dependendo do diagnóstico, pode ser necessário obter informações mais detalhadas acerca de sua ingestão alimentar. Entre os vários métodos usados para determinar a ingestão alimentar de um paciente, os mais práticos no contexto de doenças agudas ou crônicas são a ingestão diária típica (IDT) (Tabela 1.23) e a frequência alimentar (FA) simplificada (Tabela 1.24). Com a IDT, pede-se ao paciente para dizer o que ele geralmente come todos os dias. Em contraste com um relatório alimentar de 24 horas, no qual o paciente registra sua ingestão alimentar desde a primeira até a última refeição, a IDT começa com a primeira refeição do dia. Para evitar uma abordagem parcial, é melhor não rotular as refeições como desjejum, almoço e jantar, mas defini- las de acordo com a hora do dia. Por exemplo, você poderia perguntar: “Qual é a primeira coisa que você come ou bebe quando se levanta pela manhã?” A FA simplificada não é tão detalhada quanto o questionário de FA abrangente, mas é vantajosa por duas razões. A primeira vantagem é que a FA simplificada é um método rápido para determinar se o paciente evita algum grupo alimentar principal e a segunda é que ela pode ser usada para confirmar a IDT. Depois de obter informações sobre ingestão alimentar, elas são comparadas com um padrão apropriado (p. ex., Guia Alimentar Brasileiro ou Ingestão Dietética de Referência). Também pode ser usado um formulário de avaliação simplificada com aspectos gerais da dieta (Tabela 1.25). Tabela 1.23 Formulário de ingestão diá ria típica. Horário da refeição Itens alimentares Quantidade Onde come Exemplo de formulário https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-23 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-24 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527733670/epub/OEBPS/Text/chapter01.html%23tab1-25 Tabela 1.24 Formulário de fre quência alimentar. Item/grupo alimentar Quantidade/dia Quantidade/semana Leite ou outros laticínios (iogurte, queijos) Carne de vaca e aves, ovos Peixes Nozes, legumes e derivados Frutas Vegetais Amidos (pães, cereais, grãos) Gorduras, acrescentadas (óleos, margarina, molhos de salada) Lanches (batatas fritas, pretzels, biscoitos cream-crackers Sobremesas/doces Refeições fora de casa Fast food Jantar em restaurantes Bebidas Álcool Café, chá Refrigerantes Sucos de frutas Tabela 1.25 Avaliação da ingestão dietética. Grupo Porções/dia Recomendado Adequado/excesso Laticínios proteínas Frutas Vegetais Amidos Gorduras/doces Adequação da dieta em geral: _____ Sim _____ Não Nutrientes específicos Déficit de: _____ kcal _____ PTN _____ Fibras _____ Vit. A _____ Vit. C _____ Fe _____ Ca _____ Outros Excesso de: _____ kcal _____ Gorduras _____ AGS _____ Col. _____ Açúcares _____ Álcool _____ Na Outros: _________________________ Resumo: ___________________________________________________ ___________________________________________________________ PTN, proteínas; Fe, ferro; Ca, cálcio; AGS, ácidos graxos saturados; Col., colesterol; Na, sódio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.Academy of Nutrition and Dietetics. Nutrition Terminology Reference Manual (eNCPT): Dietetics Language for Nutrition Care. Available at: http://ncpt.webauthor.com. Accessed November 12, 2015. 2.Estimating height in bedridden patients. Available at: http://www.rxkinetics.com/height_estimate.html. Accessed December 9, 2015. http://ncpt.webauthor.com/ http://www.rxkinetics.com/height_estimate.html 3.Shah B, Sucher K, Hollenbeck CB. Comparison of ideal body weight equations and published height-weight tables with body mass index tables for healthy adults in the United States. Nutr Clin Pract 2006;21:312–319. 4.U.S. National Library of Medicine (NLM). Calculating body frame size. Available at: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/17182.htm. Accessed December 10, 2015. 5.Gaddey HL, Holder K. Unintentional weight loss in older adults. Am Fam Physician 2014;89(9):718–722. 6.Academy of Nutrition and Dietetics. Nutrition Care Manual. Available at: https://www.nutritioncaremanual.org. Accessed December 16, 2015. 7.National Institutes of Health Clinical Guidelines on the identification, evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults: The Evidence Report. 1998. Available at: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/bv.fcgi?rid=obesity. Accessed December 10, 2015. 8.Singh R, Prakash M, Dubey R, et al. Body composition parameters as correlates of coronary artery disease. Indian J Med Res 2013;138(6):1016–1019. 9.Academy of Nutrition and Dietetics, Evidence Analysis Library. Energy Expenditure: Evidence Analysis: Estimating RMR with Prediction Equations. 2006. Available at: http://www.eatrightpro.org/resources/research/evidence-based- resources/evidence-analysis-library. Accessed December 10, 2015. 10.Academy of Nutrition and Dietetics, Evidence Analysis Library. Energy Expenditure: Evidence Analysis: Harris-Benedict. 2005. Available at: http://www.eatrightpro.org/resources/research/evidence-based-resources/evidence-analysis-library.
Compartilhar