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Sensoriamento-Remoto

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 3 
2 HISTÓRICO .................................................................................................. 4 
3 DEFINIÇÃO .................................................................................................. 8 
4 PRINCIPIOS FÍSICOS DO SENSORIAMENTO REMOTO ........................ 11 
5 SISTEMAS SENSORES ............................................................................. 15 
6 IMAGENS DE SENSORES REMOTOS ..................................................... 19 
6.1 Característica Espectral ....................................................................... 21 
6.2 Característica Espacial ......................................................................... 24 
6.3 Característica Temporal ....................................................................... 25 
6.4 Característica Radiométrica ................................................................. 27 
7 APLICAÇÕES DE SENSORIAMENTO REMOTO ...................................... 29 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................... 39 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 HISTÓRICO 
A história do Sensoriamento Remoto (SR) está estreitamente vinculada ao 
uso militar (FLORENZANO, 2011, Apud GUEDES e SILVA, 2018). 
Sensoriamento remoto, termo cunhado no início dos anos de 1960 por Evelyn 
L. Pruit e colaboradores é uma das mais bem sucedidas tecnologias de coleta 
automática de dados para o levantamento e monitoração dos recursos terrestres 
em escala global (MENESES, 2012, Apud GUEDES e SILVA, 2018). 
O SR teve início com a invenção da câmera fotográfica que foi o primeiro 
instrumento utilizado e que, até os dias atuais, ainda são utilizadas para tomada de 
fotos aéreas (FIGUEIREDO, 2005, Apud GUEDES e SILVA, 2018). 
A câmara russa de filme pancromático KVR-1000, por exemplo, obtém 
fotografias a partir de satélites com uma resolução espacial de 2 a 3 m. 
(FIGUEIREDO, 2005) 
Essas câmaras, carregadas com pequenos rolos de filmes, eram fixadas ao 
peito de pombos-correio, que eram levados para locais estrategicamente escolhidos 
de modo que, ao se dirigirem para o local de suas origens, sobrevoavam posições 
inimigas. (GUEDES e SILVA, 2018). 
 
 
Fonte: overlanderbrasil.com 
http://overlanderbrasil.com/
 
5 
 
Durante o percurso, as câmaras, previamente ajustadas, tomavam fotos da 
área ocupada pelo inimigo. Vários pombos eram abatidos a tiros pelo inimigo, mas 
boa parte deles conseguia chegar ao destino. As fotos obtidas consistiam em 
valioso material informativo, para o reconhecimento da posição e infraestrutura de 
forças militares inimigas. Assim teve início uma das primeiras aplicações do SR. 
(FIGUEIREDO, 2005) 
Devido ao número de pombos que eram abatidos por tiros, passou-se então 
a utilizar-se de balões não tripulados, que presos por cabos, eram suspensos até a 
uma altura suficiente para tomadas de fotos das posições inimigas por meio de 
várias câmaras convenientemente fixadas ao balão. (GUEDES e SILVA, 2018). 
 
 
Fonte: sorocaba.unesp.br 
No ano de 1919, o americano Robert H. Goddard, desenvolveu as bases da 
teoria de foguetes propulsores construindo vários protótipos movidos com 
combustível líquido (MOREIRA, 2003, Apud GUEDES e SILVA, 2018). 
Posteriormente, aviões foram utilizados como veículos para o transporte das 
câmaras. Na década de 60 surgiram os aviões norte-americanos de espionagem 
denominados U2. Estes aviões, ainda hoje utilizados em versões mais modernas, 
voam a uma altitude acima de 20.000 m o que dificulta o seu abate por forças 
inimigas. Conduzido por apenas um piloto eles são totalmente recheados por 
sensores, câmaras e uma grande variedade de equipamentos. Estes aviões têm 
 
6 
 
sido utilizados também para uso civil. Em 1995, um deles foi utilizado pelos Estados 
Unidos para monitoramento de queimadas e mapeamentos diversos, nas regiões 
Norte e Centro-Oeste do Brasil. (FIGUEIREDO, 2005) 
A grande revolução do SR aconteceu no início da década de 1970, com o 
lançamento dos satélites de recursos naturais terrestres. Foi nesse período que se 
viu o mais rápido desenvolvimento de foguetes lançadores de satélites, que 
possibilitou colocar no espaço satélites artificiais para várias finalidades 
(MENESES, 2012). Um dos programas mais importantes a desenvolvidos e o 
“Landsat”, da Nasa (National Aeronautics and Space Administration), iniciado em 
23 de julho de 1972 (PARANHOS-FILHO, 2008, Apud GUEDES e SILVA, 2018). 
Os satélites, embora demandem grandes investimentos e muita energia nos 
seus lançamentos, orbitam em torno da Terra por vários anos. Durante sua 
operação em órbita o consumo de energia é mínimo, pois são mantidos a grandes 
altitudes onde não existe resistência do ar e a pequena força gravitacional terrestre 
é equilibrada 3 pela força centrífuga do movimento orbital do satélite. Estes aparatos 
espaciais executam um processo contínuo de tomadas de imagens da superfície 
terrestre coletadas 24 h/dia, durante toda a vida útil dos satélites. (FIGUEIREDO, 
2005) 
Cientes da importância ambiental deste tipo de satélite e levando em conta 
os aspectos comerciais do SR, os governos do Brasil e da China assinaram, em 06 
de julho de 1988, um acordo de parceria envolvendo o INPE (Instituto Nacional de 
Pesquisas Espacias) e a CAST (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) e em 
parceria, desenvolveram dois satélites para monitoramento terrestre, denominado 
programa CBERS (China-Brasil Earth Resources Satellite), ou, Satélite Sino-
Brasileiro de Recursos Terrestres. (GUEDES e SILVA, 2018). 
Segundo FIGUEIREDO (2005) a evolução de quatro segmentos tecnológicos 
principais determinou o processo evolutivo do SR por satélites: 
 
a) Sensores – são os instrumentos que compõem o sistema de captação de 
dados e imagens, cuja evolução tem contribuído para a coleta de imagens de melhor 
qualidade e de maior poder de definição. 
 
7 
 
b) Sistema de telemetria – consiste no sistema de transmissão de dados e 
imagens dos satélites para estações terrestres, e tem evoluído no sentido de 
aumentar a capacidade de transmissão dos grandes volumes de dados, que 
constituem as imagens. 
c) Sistemas de processamento – consistem dos equipamentos 
computacionais e softwares destinados ao armazenamento e processamento dos 
dados do SR. A evolução deste segmento tem incrementado a capacidade de 
manutenção de acervos e as potencialidades do tratamento digital das imagens. 
d) Lançadores – consistem das bases de lançamento e foguetes que 
transportam e colocam em órbita, os satélites. A evolução deste segmento tem 
permitido colocar, em órbitas terrestres, satélites mais pesados, com maior 
quantidade de instrumentos, e consequentemente, com maisrecursos tecnológicos. 
 
Com isso, a evolução do SR é fruto de um esforço multidisciplinar que 
envolveu e envolve avanços na física, na físico-química, na química, nas biociências 
e geociências, na computação, na mecânica, dentre outras ciências (FIGUEIREDO, 
2005, Apud GUEDES e SILVA, 2018). 
Assim, diante dessa multidisciplinaridade, torna-se necessário um grande 
contingente de profissionais capacitados para a operação e o desenvolvimento 
contínuo dos sistemas de observação da Terra, visando fornecer informações 
necessárias à manutenção da cadeia de pesquisas, estudos e tomadas de decisões 
envolvidas com o Sensoriamento Remoto (ALVARENGA et al., 2003, Apud 
GUEDES e SILVA, 2018). 
Nos dias atuais o SR é quase que totalmente alimentado por imagens obtidas 
por meio da tecnologia dos satélites orbitais. (FIGUEIREDO, 2005) 
Existem várias séries de satélites de SR em operação, entre eles podemos 
citar: LANDSAT, SPOT, CBERS, IKONOS, QUICKBIRD e NOAA. Os satélites das 
cinco primeiras séries são destinados ao monitoramento e levantamento dos 
recursos naturais terrestres, enquanto que os satélites NOAA fazem parte dos 
satélites meteorológicos, destinados principalmente aos estudos climáticos e 
atmosféricos, mas são também utilizados no SR. (FIGUEIREDO, 2005) 
 
8 
 
 
3 DEFINIÇÃO 
O termo sensoriamento remoto foi pela primeira vez utilizado no final dos 
anos 50, por Evelyn Pruitt, cientista que desenvolvia suas pesquisas no Escritório 
de Pesquisa da Marinha dos Estados Unidos da América (Office of Naval Research). 
Sua definição incluía fotografias aéreas, bem como as imagens adquiridas pelos 
então novos sistemas sensores. O termo surgiu para descrever o processo de 
observação, mensuração e identificação de objetos sem estar em contato direto 
com eles. (MACHADO e QUINTANILHA, 2008) 
O sensoriamento remoto é o modo de obtenção de dados à distância, a partir 
da utilização conjunta de modernos sensores, equipamentos de processamento e 
de transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves, etc. Os sensores são os 
equipamentos capazes de coletar a energia proveniente de um objeto que se deseja 
avaliar, convertê-la em sinal passível de ser registrado e apresentá-lo em forma 
adequada à extração de informações. O propósito é o estudo do ambiente terrestre, 
por meio do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e 
as substâncias componentes do planeta Terra em suas mais diversas 
manifestações. (MACHADO e QUINTANILHA, 2008) 
Define-se sensoriamento remoto como a ciência e a arte de obter 
informações a respeito de um objeto, área ou fenômeno, por meio da análise de 
dados adquiridos por dispositivos que não estão em contato direto com tal objeto, 
área ou fenômeno que está sendo investigado. Trata-se, portanto, de uma 
tecnologia para aquisição, processamento e análise de informações acerca da 
superfície terrestre, das condições urbanas e das suas mudanças, por meio da 
interação entre a radiação eletromagnética e as substâncias componentes da 
superfície. Tais informações são obtidas remotamente por meio de sensores 
instalados em plataformas orbitais ou aerotransportadas. (MACHADO e 
QUINTANILHA, 2008) 
 
9 
 
A fotografia e o imageamento digital permitem que as visadas aéreas sejam 
adquiridas rapidamente, tornando possível a obtenção e a análise de imagens de 
grandes áreas da superfície terrestre. A tecnologia dos satélites possibilita que todo 
o globo terrestre seja sistematicamente imageado e monitorado. Atualmente, 
diversas atividades humanas dependem de um fluxo constante de imagens 
adquiridas a partir de pontos elevados, muito acima da superfície da Terra, para que 
seja possível inventariar, avaliar e manejar recursos, agora não mais em uma escala 
local, mas sim em uma escala global. A análise desse imageamento é o objetivo do 
sensoriamento remoto. (MACHADO e QUINTANILHA, 2008) 
O sensoriamento remoto permite que sejam coletadas informações a respeito 
de regiões onde o acesso direto dos observadores humanos seria demasiadamente 
caro ou perigoso. Vastas áreas do oceano, extensas plantações ou florestas, 
vulcões ativos, áreas de conflitos militares, regiões de extremo rigor climático (tais 
como desertos ou geleiras), ou áreas submetidas à radioatividade podem ser 
facilmente monitoradas com o uso dessa tecnologia. (MACHADO e QUINTANILHA, 
2008) 
Os produtos de sensoriamento remoto, ou seja, as imagens digitais ou 
fotografias aéreas coletadas a partir de aeronaves ou espaçonaves, têm sido muito 
usados na produção de mapas da superfície da Terra e da topografia do fundo dos 
oceanos, trabalhos que envolvem recursos naturais e infra-estrutura urbana. O 
sensoriamento remoto oferece vantagens substanciais em comparação com outros 
métodos de coleta de dados, o que o tem levado a uma ampla gama de aplicações. 
Ele proporciona uma visão geral e permite o discernimento de padrões e relações 
não aparentes quando observadas ao nível do solo. Outra vantagem diz respeito à 
rapidez com que as informações são disponibilizadas, o que é de grande valor para 
a prevenção e a avaliação de desastres naturais, por exemplo, onde a resposta das 
atividades de emergências deve ser o mais breve possível. As imagens 
provenientes do sensoriamento remoto são ferramentas que assessoram, ajudam 
a planejar e a monitorar tais atividades emergenciais. O sensoriamento remoto pode 
registrar comprimentos de onda que o olho humano não pode ver, como o 
infravermelho, para detectar fenômenos que do contrário não seriam visíveis, como 
 
10 
 
por exemplo, emissão de calor ou radioatividade. (MACHADO e QUINTANILHA, 
2008) 
A figura a seguir traz uma imagem referente à banda da radiação 
infravermelho termal capturada pelo sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging 
Spectroradiometer), que está a bordo do satélite Terra da NASA. A imagem mostra 
claramente o padrão da Corrente do Golfo, uma corrente de água quente que flui 
do Leste, onde atravessa o Golfo do México, em direção ao norte da Europa. A 
corrente do Golfo é evidenciada aqui nas cores amarelo, laranja e vermelho, sendo 
a parte representada com a cor vermelha a porção mais quente. (MACHADO e 
QUINTANILHA, 2008) 
 
 
Fonte: MACHADO e QUINTANILHA, 2008. 
O sensoriamento remoto assume crescente importância e razões existem 
para tal, principalmente nos dias de hoje. Os dados provenientes de sensoriamento 
remoto são de abrangência espacial muito superior àqueles advindos de 
levantamento de campo. Em grandes áreas ou em áreas de difícil acesso, o 
sensoriamento remoto apresenta a grande vantagem da acessibilidade. A rápida 
 
11 
 
cobertura de grandes áreas facilita a comparação de regiões. O imageamento de 
grande altitude possibilita uma visão sinóptica permitindo a percepção de variações 
espaciais de grande escala. O imageamento repetitivo viabiliza o monitoramento de 
grandes áreas. E a manutenção de arquivos de imagens permite a extração de 
dados de passado. (MACHADO; QUINTANILHA, 2008) 
 
4 PRINCIPIOS FÍSICOS DO SENSORIAMENTO REMOTO 
O elo entre os objetos da superfície terrestre e os sensores remotos que os 
observam é a “radiação eletromagnética” (REM) e, desta forma, o entendimento 
sobre o funcionamento das interações entre a REM e os diferentes materiais 
(rochas, solos, vegetação, água, construções antrópicas, p.ex.) constitui-se em 
requisito chave para a interpretação dos dados coletados pelos diferentes sensores 
(ALVARENGA et al., 2003). A explicação do que é a radiação eletromagnética 
(REM) começa com o entendimento da dualidade do comportamento da sua 
natureza: onda e energia. Isso quer dizer que a REM que se propaga pelo espaço 
vazio, como a luz solar, é, ao mesmo tempo, uma forma de onda e uma forma de 
energia (MENESES, 2012). (GUEDES e SILVA, 2018) 
Experiências de Newton em 1672 constataram que um raio luminoso (luz 
branca), ao atravessar um prisma, desdobrava-senum feixe colorido - um espectro 
de cores. Desde então os cientistas foram ampliando os seus estudos a respeito de 
tão fascinante matéria (FIGUEIREDO, 2005). Para o mesmo autor, a completa faixa 
de comprimentos de onda e de frequência da REM é chamada de espectro 
eletromagnético. (GUEDES e SILVA, 2018) 
A REM é o veículo que leva as Informações das características das feições 
terrestres até os satélites (FIGUEIREDO, 2005). Dessa forma o “Espectro 
Eletromagnético” representa a distribuição da radiação eletromagnética, por 
regiões, segundo o comprimento de onda e a frequência. (GUEDES e SILVA, 2018) 
 
 
 
12 
 
 
 
Fonte: infoescola.com 
➢ Radiação gama: emitida por material radioativo e pelo sol. Possui altas 
frequências, por isso, é muito penetrante (alta energia). 
➢ Raios X: radiações cujas frequências de onda estão acima das frequências 
da radiação ultravioleta, ou seja, possuem comprimentos de ondas menores. 
São muito usados em radiografias e em estudos de estruturas cristalinas de 
sólidos. Os raios X provenientes do Sol são absorvidos pelos gases na alta 
atmosfera. 
➢ Radiação ultravioleta (UV): esse tipo de radiação é produzido durante as 
reações solares que, quando atingem o topo da atmosfera terrestre, são 
quase totalmente absorvidos pelo gás ozônio (O3), mas podem interferir nas 
telecomunicações, visto que os equipamentos captam a radiação 
eletromagnética. 
➢ Radiação visível (luz): as radiações contidas nessa faixa de comprimento de 
onda, ao incidirem no sistema visual humano, são capazes de provocar uma 
sensação de cor no cérebro. 
 
13 
 
➢ Radiação infravermelha: situam-se no espectro eletromagnético entre a luz 
vermelha e as micro-ondas e, às vezes, recebem a denominação de radiação 
térmica. 
➢ Micro-ondas: relações eletromagnéticas que se estendem pela região do 
espectro de 1.000 μm até cerca de 1×10–6 μm. São mais comumente 
referenciadas em Hertz. Esse tipo de radiação é utilizado por aparelhos de 
telecomunicação, como os aparelhos celulares. 
➢ Ondas de rádio: conjunto de radiações com frequências menores que 300 
MHz (comprimento de onda maior que 1 m). Essas ondas são utilizadas, 
principalmente, em telecomunicação e radiodifusão. 
 
O espectro eletromagnético funciona da seguinte forma, os objetos da 
superfície terrestre como a vegetação, a água e o solo refletem, absorvem e 
transmitem radiação eletromagnética em proporções que variam com o 
comprimento de onda, de acordo com as suas características bio-físico-químicas. 
(GUEDES e SILVA, 2018) 
Toda a matéria acima do zero absoluto (0ºK) emite energia eletromagnética 
e pode ser considerada uma fonte de radiação (NOVO, 1989). (GUEDES e SILVA, 
2018) 
Devido a essas variações, é possível distinguir os objetos da superfície 
terrestre nas imagens de sensores remotos. (GUEDES e SILVA, 2018) 
Para Paranhos-Filho (2008), todos os tipos de cobertura do solo, como 
afloramentos rochosos, cultivares, florestas, corpos d’água, absorvem uma porção 
específica do Espectro Eletromagnético, resultando numa “assinatura” distinta de 
radiação eletromagnética. Para esse mesmo autor, alguns tipos de cobertura do 
solo tem uma resposta espectral particular, que a distingui dos demais tipos de 
cobertura, por isso usa-se o termo “assinatura espectral”. (GUEDES e SILVA, 2018) 
Em outras palavras, cada alvo absorve ou reflete de modo diferente cada 
uma das faixas do espectro da luz incidente. (GUEDES e SILVA, 2018) 
 
14 
 
Sendo assim, são nos comprimentos de onda em que os materiais mais 
fortemente absorvem a radiação eletromagnética, que um sensor deverá possuir as 
suas bandas espectrais (MENESES, 2012). (GUEDES e SILVA, 2018) 
As radiações eletromagnéticas (REM), podem ser consideradas como 
“termômetros-mensageiros” do SR. Elas não apenas captam as informações 
pertinentes às principais características das feições terrestres, como também as 
levam até os satélites. A radiação eletromagnética pode ser definida como sendo 
uma propagação de energia, por meio de variação temporal dos campos elétrico e 
magnético, da onda portadora. (FIGUEIREDO, 2005) 
 
 
Fonte: cpatsa.embrapa.br 
O SR passivo utiliza apenas pequenas faixas deste espectro que consiste da 
luz visível, e do infravermelho, ambas provenientes do sol, e da faixa de ondas 
termais emitidas pela Terra. A luz visível corresponde as faixas de comprimento de 
onda entre 0,4 µm e 0,7 µm, o infravermelho a faixa de 1µm a 2,5 µm e o termal 
entre 2,5 µm a 13 µm. A radiação proveniente do sol que incide sobre a superfície 
da terra é denominada de irradiância, e a radiação que deixa a superfície terrestre 
é denominada de radiância. (FIGUEIREDO, 2005) 
 
15 
 
O SR ativo, utiliza ondas de radar no processo de imageamento. Estes 
sistemas operam com microondas nas faixas de 0,8 cm a 1,1 cm, de 2,4 cm a 3,8 
cm e de 15 cm a 30 cm. (FIGUEIREDO, 2005) 
Os princípios físicos do SR estão intimamente relacionados à REM. Ela é um 
elo indispensável no processo de obtenção dos dados do SR. A REM é o veículo 
que leva as informações das características das feições terrestres até os satélites. 
Sem ela o SR simplesmente não existiria. (FIGUEIREDO, 2005) 
 
5 SISTEMAS SENSORES 
Os sensores remotos são dispositivos capazes de detectar a energia 
eletromagnética (em determinadas faixas do espectro eletromagnético) proveniente 
de um objeto, transformá-la em um sinal elétrico e registrá-las, de tal forma que este 
possa ser armazenado ou transmitido em tempo real para posteriormente ser 
convertido em informações que descrevem as feições dos objetos que compõem a 
superfície terrestre. As variações de energia eletromagnética da área observada 
podem ser coletadas por sistemas sensores imageadores ou não-imageadores. 
(MAIO et al., 2008) 
Os sistemas imageadores fornecem como produto uma imagem da área 
observada como, por exemplo, temos os scanners e as câmeras fotográficas, 
enquanto que os sistemas não-imageadores, também denominados radiômetros ou 
espectro radiômetros, apresentam o resultado em forma de dígitos ou gráficos. 
(MAIO et al., 2008) 
Os sistemas sensores também podem ser classificados como ativos e 
passivos. Os sensores passivos não possuem fonte própria de energia 
eletromagnética como, por exemplo, os sensores do satélite LANDSAT-5, os 
radiômetros e espectro radiômetros. Os sensores ativos possuem uma fonte própria 
de energia eletromagnética. Eles emitem energia eletromagnética para os objetos 
terrestres a serem imageados e detectam parte da energia que estes refletem na 
direção do sensor. Como exemplo podemos citar o radar e qualquer câmera 
 
16 
 
fotográfica com flash. Os sistemas fotográficos foram os primeiros equipamentos a 
serem desenvolvidos e utilizados para o sensoriamento remoto de objetos 
terrestres. (MAIO et al., 2008) 
Para MAIO et al. (2008) as principais partes de um sensor, ilustradas na 
figura a seguir, são: 
 
 
Fonte: aeb.gov.br 
a) coletor: é um componente óptico capaz de concentrar o fluxo de energia 
proveniente da amostra no detector; 
b) filtro: é o componente responsável pela seleção da faixa espectral da 
energia a ser medida; 
c) detetor: é um componente de pequenas dimensões feito de um material 
cujas propriedades elétricas variam ao absorver o fluxo de energia, produzindo um 
sinal elétrico. 
 
17 
 
d) processador: é um componente responsável pela amplificação do fraco 
sinal gerado pelo detector e pela digitalização do sinal elétrico produzido pelo 
detector; 
e) unidade de saída: é um componente capaz de registrar os sinais elétricos 
captados pelo detector para posterior extração de informações. 
 
A qualidade de um sensor geralmente é especificada pela sua capacidade 
de obter medidas detalhadas da energia eletromagnética. As características dos 
sensores estão relacionadas com a resolução: espacial, espectral e radiométrica. 
(MAIO et al., 2008) 
A resoluçãoespacial representa a capacidade do sensor distinguir objetos. 
Ela indica o tamanho do menor elemento da superfície individualizado pelo sensor. 
A resolução espacial depende principalmente do detector, da altura do 
posicionamento do sensor em relação ao objeto. Para um dado nível de 
posicionamento do sensor, quanto menor for a resolução geométrica deste maior 
será o grau de distinção entre objetos próximos. Por exemplo, o sistema sensor do 
Thematic Mapper (TM) do LANDSAT-5 possui uma resolução espacial de 30 
metros. (MAIO et al., 2008) 
A resolução espectral refere-se à largura espectral em que opera o sensor. 
Portanto, ela define o intervalo espectral no qual são realizadas as medidas, e 
conseqüentemente a composição espectral do fluxo de energia que atinge o 
detector. Quanto maior for o número de medidas num determinado intervalo de 
comprimento de onda melhor será a resolução espectral da coleta. Por exemplo, o 
LANDSAT-5 possui os sensores TM e Multispectral Scanning System (MSS). O 
sensor TM apresenta algumas bandas espectrais mais estreitas do que o sensor 
MSS, portanto nestas bandas o TM apresenta melhor resolução espectral do que o 
MSS. (MAIO et al., 2008) 
A resolução radiométrica define a eficiência do sistema em detectar 
pequenos sinais, ou seja, refere-se à maior ou menor capacidade do sistema sensor 
em detectar e registrar diferenças na energia refletida e/ou emitida pelos elementos 
que compõe a cena (rochas, solos, vegetações, águas, etc). Por exemplo, o sistema 
 
18 
 
sensor TM do LANDSAT-5 distingue até 256 tons distintos de sinais representando-
os em 256 níveis de cinza. (MAIO et al., 2008) 
Uma outra qualidade importante é a resolução temporal do sensor, que está 
relacionada com a repetitividade com que o sistema sensor pode adquirir 
informações referentes ao objeto. Por exemplo, os sensores do LANDSAT-5 
possuem uma repetitividade de 16 dias. (MAIO et al., 2008) 
Para melhor interpretar os sinais coletados faz-se necessário o conhecimento 
das condições experimentais como: fonte de radiação, efeitos atmosféricos, 
características do sensor, geometria de aquisição de dados, tipos de 
processamento e estado do objeto. (MAIO et al., 2008) 
 
Níveis de Aquisição de Dados 
 
Os sistemas sensores podem ser mantidos no nível orbital (satélites) ou sub 
orbital (acoplados em aeronaves ou mantidos no nível do solo), conforme imagem 
abaixo. (MAIO et al., 2008) 
 
 
Fonte: aeb.gov.br 
 
19 
 
No nível do solo é realizada a aquisição de dados em campo ou em 
laboratório onde as medidas são obtidas utilizando-se radiômetros ou 
espectrorradiômetros. (MAIO et al., 2008) 
No nível de aeronaves os dados de sensoriamento remoto podem ser 
adquiridos por sistemas sensores de varredura óptico-eletrônico, sistemas 
fotográficos ou radar, e a resolução espacial destes dados dependerá da altura do 
vôo no momento do aerolevantamento. (MAIO et al., 2008) 
A obtenção de dados no nível orbital é realizada por meio de sistemas 
sensores a bordo de satélites artificiais. O sensoriamento remoto neste nível permite 
a repetitividade das informações, bem como um melhor monitoramento dos 
recursos naturais para grandes áreas da superfície terrestre. (MAIO et al., 2008) 
 
6 IMAGENS DE SENSORES REMOTOS 
Existe hoje um grande número desses satélites em órbita ao redor da Terra. 
Eles obtêm imagens com características distintas que dependem tanto do satélite 
quanto do sensor. Os sensores podem ser comparados aos nossos olhos. Se 
olharmos para uma floresta que está distante conseguimos ver apenas uma mancha 
de árvores. À medida que nos aproximamos desta floresta começamos a identificar 
árvores isoladas e se nos aproximarmos ainda mais das árvores poderemos até 
identificar os diferentes tipos de folhas. A mesma experiência poderia ser feita à 
distância se dispuséssemos de um binóculo ou de uma luneta. Assim, precisamos 
entender algumas das características básicas dos satélites e de seus sensores para 
conhecermos a finalidade a que se destina cada produto ou imagem de 
sensoriamento remoto e o que podemos e não podemos “enxergar” nestas imagens 
com a tecnologia atualmente disponível para esta finalidade e de uso civil. (MAIO et 
al., 2008) 
Atualmente, o sensoriamento é constituído por uma razoável constelação de 
satélites que oferecem imagens para atender as necessidades de uma ampla 
demanda de usuários. Para aqueles usuários que necessitam de uma observação 
 
20 
 
detalhada do tamanho e das formas dos objetos, há os sensores que detectam 
áreas unitárias inferiores a 1 metro, e com meios para visualização estereoscópica 
3D, muito úteis para levantamentos cadastrais multifinalitários, urbanos e 
cartografia digital. Os interessados em monitoração para o acompanhamento da 
evolução e de mudanças da paisagem podem recorrer aos sensores com alta taxa 
de revisita à área. Já os que se interessam em determinar a composição ou 
constituição dos minerais ou rochas, a procura é pelos sensores com um grande 
número de bandas espectrais. Por isso, uma forma de se abordar as 
potencialidades de um sensor é pelo dimensionamento de suas resoluções. 
(MENESES et al., 2012) 
Para MENESES et al. (2012) nas aplicações de sensoriamento remoto em 
estudos geotemáticos duas questões estão sempre presentes: 
 
I) qual é a melhor resolução da imagem para se identificar ou resolver os 
objetos de interesse. 
II) qual é a melhor escala para representar os objetos ou fenômenos 
geográficos. 
 
Nem sempre há respostas simples para essas indagações. O que mais 
prontamente pode-se responder é que, devido à limitação que o sensor orbital tem 
para transmitir grandes volumes de dados para as estações terrestres de 
rastreamento de satélites, as imagens que recobrem grandes aéreas, de dezenas 
de milhares de quilômetros quadrados, como as do satélite Landsat e CBERS, são 
associadas com resoluções espaciais pequenas (30, 20 metros), e as imagens que 
recobrem pequenas áreas, como as imagens Ikonos e Orbview, são associadas 
com resoluções espaciais grandes (1 metro). Consequentemente, as imagens de 
pequena resolução espacial, por não mostrarem os detalhes dos alvos, servirão 
para estudos em escalas mais regionais, enquanto as imagens com grande 
resolução espacial se prestarão para estudos locais de detalhe. (MENESES et al., 
2012) 
 
21 
 
Segundo MENESES et al. (2012) na prática, a detecção ou identificação de 
um objeto nas imagens de sensoriamento remoto não é determinada somente pela 
resolução espacial, mas por quatro diferentes formas de medições: 
 
1) pela área do campo de visada do sensor; 
2) pelo comprimento de onda das bandas; 
3) pelos valores numéricos da medida da radiância do alvo; 
4) pela data em que a imagem foi tomada. 
 
São essas quatro formas de medidas que são descritas em termos de 
resoluções, respectivamente denominadas de resolução espacial, espectral, 
radiométrica e temporal. Elas atuam em conjunto, num processo interativo, nem 
sempre facilmente percebido pelo analista, o que é, também, o motivo de frequentes 
dúvidas ao se tentar explicar por que pequenos objetos são surpreendentemente 
identificados nas imagens. (MENESES et al., 2012) 
Os conceitos e explicações tratadas a seguir, sobre resoluções, são válidas 
para todos os tipos de sensores imageadores, independente da faixa espectral em 
que operam, à exceção do radar. (MENESES et al., 2012) 
 
6.1 Característica Espectral 
De acordo com MENESES et al. (2012) para o sensoriamento remoto, a 
obtenção simultânea de imagens em múltiplas bandas espectrais é, sem dúvida, a 
propriedade mais importante dos sensores imageadores. O termo resolução 
espectral envolve pelo menos três parâmetros de medida: 
 
I) o número de bandas que o sensor possui; 
II) a largura em comprimento de onda das bandas; 
III) as posições que as bandas estão situadas no espectro eletromagnético.22 
 
Comparativamente, um sensor tem melhor resolução espectral se ele possui 
maior número de bandas situadas em diferentes regiões espectrais e com larguras 
estreitas de comprimentos de onda. Essa necessidade é devido às diferenças 
relativas de reflectância entre os materiais da superfície da terra, que permitem 
distinguir um material do outro, em determinados comprimentos de onda. Por 
exemplo, as gemas são mais facilmente diferenciadas nos comprimentos de onda 
do visível, devido às diferenças de cores que na maioria é controlada por pequenas 
impurezas nas suas estruturas cristalinas. Por outro lado, as rochas evidenciam 
suas diferenças espectrais mais nos comprimentos de onda do infravermelho 
próximo e de ondas curtas. Quanto à largura da banda, ela deve ser dimensionada 
em concordância com as larguras das feições de absorção exibidas pelos espectros 
de reflectância de cada material. As feições de absorções são identificadores de 
composições dos tipos de rochas, solos, vegetação e água, e normalmente, são da 
ordem de 10 nm a 20 nm. Sensores com bandas muito largas, além de 20 nm 
tendem a não ser capazes de diferenciar um objeto do outro em função de sua 
composição. Assim, o objeto é apenas detectado em razão da resolução espacial. 
(MENESES et al., 2012) 
Um simples exemplo que serve para ilustrar o efeito da resolução espectral 
na detecção ou identificação de um objeto é mostrado na figura abaixo de uma área 
da floresta amazônica. Ambas as imagens estão na mesma resolução espacial de 
30 metros. Na imagem (a), de uma banda do visível de 0,63 μm a 0,69 μm, mesmo 
os grandes rios com dezenas de metros de largura não são facilmente identificados, 
porque a baixa reflectância da água e da vegetação são, praticamente, iguais nesse 
comprimento de onda, não havendo contraste entre os dois tipos de alvos. Para a 
região amazônica seria um erro selecionar esta banda espectral para se elaborar 
mapas de drenagem. A imagem (b) da figura é de uma banda do infravermelho 
próximo. Nessa banda os rios são facilmente identificados, porque a água possui 
uma baixa reflectância, enquanto a vegetação da floresta tem uma alta reflectância, 
estabelecendo uma razão de alto contraste entre os dois alvos. (MENESES et al., 
2012) 
 
 
23 
 
 
 
Fonte: memoria.cnpq.br 
Infelizmente, não é possível aumentar, indefinidamente, qualquer um dos três 
parâmetros que medem a resolução espectral do sensor: largura das bandas, 
posição das bandas ao longo do espectro eletromagnético e número de bandas. Um 
sensor com centenas de bandas espectrais, com o fim de se ter uma amostragem 
detalhada do comportamento espectral da refletância dos objetos aumenta, 
significativamente, a taxa de transmissão de dados do satélite para á Terra, 
exigindo-se em se colocar no satélite equipamentos mais potentes para transmissão 
(transponder), o que implica em maior consumo de energia elétrica. Larguras de 
bandas muito estreitas diminuem a quantidade de energia radiante do pixel, o que 
ocasiona baixa razão sinal/ruído. (MENESES et al., 2012) 
De certa forma, é por essas restrições que se vê atualmente, nos exemplos 
dos sensores orbitais em operação, certo comprometimento entre a resolução 
espectral e a resolução espacial. Normalmente, os sensores de alta resolução 
espacial para compensarem o grande volume de dados que tem de ser transmitido 
para à Terra, possuem poucas bandas, limitadas às faixas espectrais do visível e 
do infravermelho próximo. São assim considerados sensores de alta resolução 
espacial e baixa resolução espectral. Ao contrário, um sensor de baixa resolução 
http://memoria.cnpq.br/
 
24 
 
espacial, como o ASTER, é compensado pelo maior número de bandas (14 
bandas). (MENESES et al., 2012) 
 
6.2 Característica Espacial 
O tamanho individual do elemento de área imageada no terreno representa 
em qualquer tipo de sensor uma propriedade importante da imagem: a resolução 
espacial. A resolução espacial é um importante parâmetro do sensor porque ela 
determina o tamanho do menor objeto que pode ser identificado em uma imagem. 
Por definição, um objeto somente pode ser resolvido (detectado), quando o tamanho 
deste é, no mínimo, igual ou maior do que o tamanho do elemento de resolução no 
terreno, ou seja, da resolução espacial. Por exemplo, se uma casa tem 20 m x 20 
m de tamanho, a resolução espacial da imagem deveria ser, no mínimo, de 20 
metros para que essa casa possa ser identificada na imagem. Entretanto, a 
experiência mostra que, de fato, para um objeto ser resolvido na imagem, a 
resolução espacial nominal deveria ser, pelo menos, a metade do tamanho do 
objeto medido na sua menor dimensão. Mesmo assim, o objeto ainda tem que 
apresentar um bom contraste de reflectância com os alvos que lhe são vizinhos, 
vistos na dimensão do pixel. (MENESES et al., 2012) 
As atuais imagens do satélite LANDSAT têm uma resolução espacial de 30 
metros, o que implica que objetos com dimensões menores do que 30 x 30 m não 
podem ser identificados. A resolução espacial dos sensores a bordo dos satélites 
de sensoriamento remoto varia de 0,60 metro até 1 km. (MAIO et al., 2008) 
Determinar qual deve ser a resolução espacial de um sensor, envolve para a 
maioria das aplicações de sensoriamento remoto, uma análise da relação do grau 
de autocorrelação da organização espacial dos objetos no terreno. Em terrenos 
naturais os alvos apresentam uma alta correlação espacial, mostrando pouca 
variabilidade ao longo de uma área, não exigindo, para a sua identificação, altas 
resoluções espaciais. Já, para uma área com alta variabilidade de tipos de objetos, 
como numa área urbana, a exigência seria para um sensor com resolução espacial 
 
25 
 
de poucos metros, para que as casas, ruas, estacionamentos, possam ser 
resolvidos. (MENESES et al., 2012) 
A imagem a seguir mostra imagens de três sensores ópticos com diferentes 
resoluções espaciais. Fica evidente que se pode estabelecer uma relação de 
comparação entre a resolução espacial e a escala de visualização da imagem. 
 
 
Fonte: memoria.cnpq.br 
6.3 Característica Temporal 
A frequência com que a superfície terrestre é observada ou imageada é uma 
terceira característica importante das imagens de sensoriamento remoto. 
Os satélites de sensoriamento remoto orbitam ao redor da Terra em órbitas 
quase polar, ou seja, de um polo a outro a uma distância da superfície terrestre. 
 
 
 
 
 
 
http://memoria.cnpq.br/
 
26 
 
 
Fonte: aeb.gov.br 
O plano de órbita é sempre fixo e ortogonal ao sentido de rotação da Terra. 
Assim, o satélite passa sobre o mesmo ponto da superfície da Terra na mesma 
hora. Orbitam com uma inclinação em relação ao equador de 97º a 98o a uma 
altitude nominal próxima de 550 a 900 km e o tempo de viagem para completar uma 
órbita é de aproximadamente 90 minutos. Num tempo de 24 horas, 
aproximadamente 14 órbitas se completam. Considerando-se que os sensores a 
bordo dos satélites conseguem imagear somente uma faixa da Terra com algumas 
dezenas ou centenas de quilômetros de largura, as 14 órbitas imageadas em um 
dia ficam distanciadas entre si de milhares de quilômetros devido às velocidades 
relativas de órbita do satélite, e da rotação da Terra no sentido de oeste para leste. 
A cada novo dia, a posição da órbita progride na direção oeste. Esse processo de 
cobertura pode ser exemplificado considerando-se as características de 
imageamento do satélite Landsat. Cada órbita do Landsat cobre uma faixa no 
terreno de 185 km de largura. As órbitas tomadas no mesmo dia se distanciam entre 
si de 2.875 km, sendo necessários 16 dias para concluir o recobrimento total do 
globo. O princípio é o mesmo para qualquer outro satélite. O que irá variar é a 
 
27 
 
resolução temporal do imageamento, pois cada sensor imageia faixas no terreno de 
larguras diferentes. (MENESES et al., 2012) 
A resolução temporal é fundamentalpara acompanhar ou detectar a 
evolução ou mudanças que ocorrem na Terra, principalmente para alvos mais 
dinâmicos, como o ciclo fenológico de culturas, desmatamentos, desastres 
ambientais, tendo forte impacto na monitoração ambiental. (MENESES et al., 2012) 
 
6.4 Característica Radiométrica 
A medida pelos detectores da intensidade de radiância da área de cada pixel 
unitário é denominada de resolução radiométrica. Maior será a resolução 
radiométrica, quanto maior for a capacidade do detector para medir as diferenças 
de intensidades dos níveis de radiância. Quanto maior for essa capacidade, maior 
será a resolução radiométrica. Ela define o número de níveis de radiância que o 
detector pode discriminar. Em função da intensidade da radiação de entrada no 
sensor, a resposta de saída dos detectores é convertida eletronicamente em um 
número digital discreto. Também se dá o nome de quantização à medida da 
resolução radiométrica. Em termos práticos, a quantização do sinal é medida pelo 
intervalo de número de valores digitais usados para expressar os valores de 
radiância medidos pelo detector. A quantização é normalmente expressa em termos 
de números de dígitos binários (bits). Quanto maior é a quantização, maior será a 
qualidade visual da imagem, como mostra a imagem. (MENESES et al., 2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Fonte: MENESES et al., 2012. 
Nesta imagem, observa-se que a imagem de 8 bits (28 =256) tem detalhes 
visuais melhores que as imagens de menores resoluções radiométricas de 6, 4 e 2 
bits. A imagem de 2 bits possui apenas 4 níveis de cinza. (MENESES et al., 2012) 
A maioria dos sensores multiespectrais com resolução espacial de 10 a 30 
metros trabalha com resoluções radiométricas de 8 bits, isso é, possui capacidade 
de discriminar até 256 valores de radiância por banda espectral. Já os sensores 
com alta resolução espacial, com tamanho de pixel de 1 metro, possuem resoluções 
radiométricas de 10 ou 11 bits (1024 ou 2048 valores digitais). (MENESES et al., 
2012) 
 
 
Imagens adquiridas no Brasil 
 
O Brasil recebe as imagens dos satélites de sensoriamento remoto para todo 
o território brasileiro e boa parte da América do Sul através de uma antena de 
 
29 
 
recepção localizada no centro geométrico da América do Sul em Cuiabá-MT. 
Existem hoje dezenas de satélites de sensoriamento remoto pertencentes a 
diferentes países. O Brasil pode receber atualmente imagens dos satélites Landsat-
5 e -7, CBERS, SPOT (até o SPOT-4), NOAA-AVHRR, Terra-MODIS e Aqua-
MODIS. Imagens do satélite IKONOS-II e de outros satélites de alta resolução 
espacial podem ser adquiridas sobre o Brasil através de um gravador de bordo dos 
satélites e posterior transmissão dos dados para uma estação de recepção 
localizada em outra parte do planeta, por exemplo, EUA. Desde fevereiro de 2001, 
o Brasil está gravando também as imagens do satélite canadense RADARSAT. Este 
satélite gera imagens na faixa das microondas na qual a radiação proveniente da 
superfície terrestre é detectada por meio de antenas, e não através de um sistema 
de lentes e detectores como é o caso dos demais satélites de sensoriamento remoto 
ótico destacados neste capítulo. (MAIO et al., 2008) 
 
7 APLICAÇÕES DE SENSORIAMENTO REMOTO 
O Sensoriamento Remoto possibilita aplicações em inúmeras áreas: 
agricultura, meio ambiente, geologia, recursos hídricos, estudo de solos, florestas, 
etc. 
A vantagem do sensoriamento remoto por satélite é que as informações 
podem ser atualizadas com frequência devido à característica de repetitividade de 
aquisição das imagens, e ainda a existência de dezenas de programas espaciais 
voltados à obtenção de dados para estudos de ambientes continentais, aquáticos e 
atmosféricos (neste caso com o uso de satélites meteorológicos). (MAIO et al., 
2008) 
Desde 1972, após o lançamento do primeiro satélite de recursos terrestres, 
o LANDSAT-1, foram feitos muitos estudos de levantamento, análise e 
monitoramento de recursos naturais com o uso de imagens orbitais. A observação 
da Terra por meio de sensores remotos é uma forma eficaz e econômica de coletar 
os dados necessários para monitorar e modelar fenômenos que ocorrem na 
 
30 
 
superfície terrestre, especialmente em países de grande extensão territorial, como 
o Brasil. País de dimensões continentais, o Brasil enfrenta desafios relativos à 
ocupação, uso e manejo do seu imenso e diversificado espaço de 8.514.215,3 km2 
, com uma população de cerca de 170.000.000 de habitantes (censo IBGE de 2002). 
(Apud MAIO et al., 2008) 
A partir da série LANDSAT, os estudos ambientais deram um enorme salto 
de qualidade, agilidade e número de informações. Desta forma, países em 
desenvolvimento, como o Brasil, foram os grandes beneficiados com essa 
tecnologia, pois por meio de seu uso, hoje é possível: 
 
o atualizar a base cartogáfica do País; 
o desenvolver mapas e obter informações sobre áreas minerais, bacias de 
drenagem, agricultura, florestas; 
o melhorar e fazer previsões com relação ao planejamento urbano e regional; 
o monitorar desastres ambientais tais como enchentes, poluição de rios e 
reservatórios, erosão, deslizamentos de terras; 
o monitorar desmatamentos; 
o promover estudos sobre correntes oceânicas e movimentação de cardumes, 
aumentando assim a produtividade na pesca; 
o estimar a taxa de desflorestamento da Amazônia Legal; 
o dar suporte aos planos diretores municipais; 
o promover estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatórios de Impacto sobre 
Meio Ambiente (RIMA); 
o promover levantamento de áreas favoráveis para exploração de mananciais 
hídricos subterrâneos; 
o monitorar mananciais e corpos hídricos superficiais; 
o promover levantamento integrado de diretriz para rodovias e linha de fibra 
ótica; 
o monitorar lançamento e dispersão de efluentes em domínios costeiros ou em 
barragens; 
 
31 
 
o estimar áreas plantadas em propriedades rurais para fins de fiscalização do 
crédito agrícola; 
o identificar áreas de preservação permanente e avaliação do uso do solo; 
o promover estudos de implantação de polos turísticos ou industriais; 
o promover avaliação do impacto de instalação de rodovias, ferrovias ou de 
reservatórios; 
 
Vale ressaltar que o uso do sensoriamento remoto reduz o custo dos 
levantamentos de campo, sendo que o preço por km2 das imagens orbitais é inferior 
a execução de missões de recobrimentos aerofotogramétricos. (MAIO et al., 2008) 
 
 
Aplicações em Agropecuária 
 
O sensoriamento remoto representa hoje um dos principais instrumentos 
para o monitoramento de uma realidade ampla e dinâmica como nosso país. 
Através do Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite CNPM, 
conhecido como Embrapa Monitoramento por Satélite, a pesquisa agropecuária 
brasileira emprega os mais modernos e sofisticados instrumentos para garantir um 
conhecimento circunstanciado do uso das terras no Brasil, de sua dinâmica espaço-
temporal e de seus impactos ambientais. As atividades agrossilvopastoris são 
responsáveis em mais de 90% pela ocupação das terras. São praticadas diversas 
culturas desde a escala da subsistência, passando pelas pequenas e médias 
organizações rurais, até as grandes empresas agro-industriais (Embrapa, 2006). 
(Apud MAIO et al., 2008) 
 
 
Detecção e Monitoramento de Queimadas 
 
As queimadas no Brasil têm sido objeto de preocupação. Elas atingem os 
mais diversos sistemas ecológicos e tipos de agricultura, gerando impactos 
 
32 
 
ambientais em escala local e regional. No contexto local, elas destroem a fauna e 
flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo, e em muitos 
casos causam mortes, acidentes e perda de propriedades. No âmbito regional, 
causam poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à 
aviação e transportes; elas também alteram, ou mesmo destroem ecossistemas. 
(MAIO et al.,2008) 
E do ponto de vista global, as queimadas são associadas com modificações 
da composição química da atmosfera, e mesmo do clima do planeta. A queimada é 
parte integrante e necessária de alguns ecossistemas, onde ocorrem naturalmente 
devido a raios, como no Cerrado, mas apenas uma ou no máximo duas vezes por 
década, e não tão frequentemente como se constata. (MAIO et al., 2008) 
No Brasil, a quase totalidade das queimadas é causada pelo Homem, por 
razões muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, 
colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões de São João, disputas 
fundiárias, protestos sociais, e etc. Com mais de 300.000 queimadas e nuvens de 
fumaça, cobrindo milhões de km2, detectadas anualmente através de satélites, o 
País ocupa lugar de destaque como um grande poluidor e devastador. (MAIO et al., 
2008) 
Conjugando sensoriamento remoto, cartografia digital e comunicação 
eletrônica, é realizado, desde 1991, um monitoramento efetivo das queimadas em 
todo o Brasil (INPE, 2006). Neste sentido, a equipe do Dr. Alberto Setzer 
(CPTEC/INPE) vem desenvolvendo e aprimorando desde a década de 1980 um 
sistema operacional de detecção de queimadas. A partir de 1998 o trabalho passou 
a ser feito conjuntamente com o IBAMA/PROARCO, dando ênfase particular à 
Amazônia. (Apud MAIO et al., 2008) 
Os dados são obtidos nas imagens termais dos satélites meteorológicos 
NOAA quatro vezes ao dia e GOES, oito vezes ao dia, e dos satélites TERRA e 
AQUA duas vezes por dia. Em seguida, são integrados a dois sistemas geográficos 
de informações (SpringWeb-Queimadas e TerraLib-Queimadas) que podem ser 
utilizados pela Internet. As informações são disponibilizadas operacionalmente aos 
usuários cerca de 20 minutos após as passagens dos satélites. (MAIO et al., 2008) 
 
33 
 
Todo o País e grande parte da América do Sul são cobertos por essas 
imagens, pois se utiliza recepção das estações do INPE em Cachoeira Paulista, SP 
e de Cuiabá, MT. Com o Programa de Monitoramento de Queimadas e Prevenção 
e Controle de incêndios Florestais no Arco do Desflorestamento na Amazônia – 
PROARCO -. o monitoramento de queimadas é feito para Brasil, Bolívia, Paraguai 
e Peru. (MAIO et al., 2008) 
 
 
Detecção e Monitoramento de Desmatamento 
 
O sistema DETER (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) utiliza 
dados de sensores com alta frequência de observação para reduzir as limitações 
da cobertura de nuvens: 
 
o o sensor MODIS a bordo dos satélites: TERRA e ACQUA (NASA), com 
resolução espacial de 250 m e frequência de cobertura do Brasil de três a 
cinco dias; 
o o sensor WFI a bordo do CBERS-2, com resolução espacial de 260 m e 
frequência de cobertura do Brasil de cinco dias. 
 
Mesmo com a resolução espacial reduzida do MODIS e do WFI, é possível 
detectar desmatamentos recentes cuja área seja superior a 0.25 km2. (MAIO et al., 
2008) 
As deficiências de resolução espacial são compensadas pela maior 
freqüência de observação. Isto permite que o DETER forneça aos órgãos de 
controle ambiental informação periódica sobre eventos de desmatamento, para que 
o Governo possa tomar medidas de contenção. Como o sistema produz informação 
em tempo “quase real” sobre as regiões onde estão ocorrendo novos 
desmatamentos, a sociedade brasileira passa a dispor de uma ferramenta 
inovadora de suporte à gestão de terras na Amazônia. (MAIO et al., 2008) 
 
34 
 
O objetivo do DETER não é estimar a área total desmatada na Amazônia. 
(MAIO et al., 2008) 
Para isto, o INPE continuará a utilizar imagens de melhor resolução dos 
sensores TM/LANDSAT (30 m) e CCD/CBERS (20 m). Estimativas de áreas 
desmatadas obtidas a partir do DETER estão sujeitas a erros, devido à pior 
resolução espacial dos sensores MODIS e WFI/CBERS. (MAIO et al., 2008) 
O DETER é um projeto do INPE/MCT, com apoio do MMA e do IBAMA e faz 
parte do Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia do Governo Federal. 
(Apud MAIO et al., 2008) 
Desde 1989, o INPE vem produzindo estimativas anuais das taxas de 
desflorestamento da Amazônia Legal. A partir do ano de 2003, estas estimativas 
estão sendo produzidas por classificação digital de imagens. A principal vantagem 
deste procedimento está na precisão do geo-referenciamento dos polígonos de 
desflorestamento, de forma a produzir um banco de dados geográfico multitemporal. 
Os dados mais recentes publicados pelo INPE são: 
 
- Dados de entrada 2000-2005: Dados de entrada usados para o cálculo das 
estimativas anuais. 
 
- Ano 2002-2003: Taxas de desflorestamento obtidas por classificação de 189 
imagens LANDSAT. Após processamento do restante das imagens de Agosto de 
2002 a Agosto de 2003, a taxa total confirmada pelo INPE para o período de Agosto 
de 2002 a Agosto de 2003 é de 24.865 km2. 
 
- Ano 2003-2004: Taxas de desflorestamento obtidas por classificação de 207 
imagens LANDSAT. O INPE estima que o desmatamento no período de Agosto de 
2003 a Agosto de 2004 seja de 27.361 km2. 
 
- Ano 2004-2005: Taxas de desflorestamento parcial obtidas por classificação de 
aproximadamente 115 imagens LANDSAT. O INPE estima que o desmatamento no 
 
35 
 
período de Agosto de 2004 a Agosto de 2005 seja de 18.900 km2, com uma margem 
de erro de 4%. 
 
 
Aplicações na Área de Saúde Pública 
 
Em 1970, Cline escreve o artigo “New eyes for epidemiologists: aerial 
photography and other remote sensing techniques”, sugerindo que o SR também 
era aplicável ao monitoramento dos surtos de doenças (Am J Epidemiol 1970 Aug; 
92(2):85-9, citado em Correia et al., 2006). (Apud MAIO et al., 2008) 
A Escola Nacional de Saúde Pública Fundação Oswaldo Cruz vem 
desenvolvendo estudos para o mapeamento de doenças endêmicas com o uso de 
recursos de sensoriamento remoto. Os dados levantados são do seguinte tipo: 
espécie de vegetação e tipo de cultura agrícola; habitat de vetores e reservatórios; 
fonte de alimentação e áreas de repouso; crescimento da vegetação; chuvas; 
formação de habitat; movimento de reservatórios, vetores e hospedeiros. (MAIO et 
al., 2008) 
Outras informações de Sensoriamento Remoto relacionadas às endemias: 
Ecótonos; Zona de contato ou transição entre duas formações vegetais com 
características distintas; Áreas de contato entre homem e vetores; Água 
permanente; Habitat de larvas e caramujos. (MAIO et al., 2008) 
É possível citar alguns benefícios do sensoriamento remoto para a 
Epidemiologia: 
 
1. Ampliar o conhecimento sobre: habitat, parasitas, reservatórios, vetores e 
hospedeiros. 
2. Conhecimento da biogeocenose (unidade de natureza ativa que combina 
ambientes abióticos e comunidade bióticas, com os quais interagem) das áreas 
endêmicas. 
3. Identificar alterações no ambiente que propiciam eclosão de epidemias 4. 
Vigilância no tempo e espaço, em diversas escalas. 
 
36 
 
5. Otimizar recursos disponíveis para áreas prioritárias. 
 
Outras Aplicações 
 
As áreas de atuação do estudo da água por sensoriamento remoto são muito 
importantes para o meio ambiente, pois sabemos que a Terra é um planeta 
praticamente aquático com dois terços de sua superfície coberta por água. Os 
processos que ocorrem nos oceanos são também importantes em relação ao 
impacto do aquecimento global provocado pelo aumento nas taxas de dióxido de 
carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis. Os oceanos absorvem 
grande parte da poluição proveniente de derramamentos de óleo, esgotos 
domésticos e industriais, por isso é importante o monitoramento das águas. 
Segundo Kampel, (2005), por meio do Sensoriamento Remoto é possível captar 
dados de pressão, umidade, temperatura da superfície do mar, os valores de TSM 
podem indicar, por exemplo, uma evolução gradual do fenômeno El Niño. Eventos 
como o El Niño causam enormes prejuízos materiais e até perdas de vidas 
humanas, e o potencial efeito do aquecimento global devido ao aumento nos níveisde dióxido de carbono na atmosfera que causam o efeito estufa, enfatizam a 
importância do monitoramento oceânico realizado com auxílio de satélites para 
estudos e previsões climáticas. (Apud MAIO et al., 2008) 
Na oceanografia pesqueira o principal objetivo do uso do Sensoriamento 
remoto é potencializar o aumento da captura de peixes de interesse, a partir da 
localização de áreas que apresentam indicações oceanográficas favoráveis à 
presença dos cardumes, considerando simultaneamente as características 
biológicas da espécie e a importância da manutenção dos estoques pesqueiros. 
(MAIO et al., 2008) 
No Brasil, a utilização de dados de satélite aplicados à pesca teve início no 
final da década de 70, quando foram utilizadas imagens do satélite NOAA5, no 
auxílio à determinação de zonas propícias à pesca da sardinha. Existe, para cada 
espécie de peixe, uma faixa de temperatura considerada ótima para seu 
 
37 
 
metabolismo. As sardinhas, por exemplo, adaptam-se melhor às águas mais frias, 
com menos de 23ºC. (MAIO et al., 2008) 
Mais recentemente o monitoramento de animais via satélite (telemetria) tem 
revelado importantes dados sobre alguns animais de hábitos livres como as 
tartarugas, lobos-guará, onças, etc. Um bom exemplo vem de pesquisa do Instituto 
Mamirauá/MCT, no Amazonas. Com ajuda do INPE, oito peixes-boi monitorados 
por telemetria vêm evidenciando dados valiosos sobre hábitos da espécie - como a 
migração de até 150 quilômetros em busca de alimentos, entre as áreas de terra 
firme e planície, conforme os períodos das cheias e vazantes. (MAIO et al., 2008) 
 
 
Meteorologia por Satélite 
 
Existem vários tipos de satélites artificiais na órbita da terra, voltados a 
diferentes fins. Os satélites meteorológicos (chamados satélites geoestacionários) 
ficam, em relação a Terra, a aproximadamente 35.000 km de distância sobre a linha 
do equador. O GOES-12 e o METEOSAT são dois exemplos de satélites 
meteorológicos. Estes dois satélites são os mais usados no monitoramento e 
previsão de tempo do Brasil. (MAIO et al., 2008) 
A imagem no canal visível corresponde à energia do sol refletida pelo alvo, 
existindo somente nos horários em que a luz do sol está presente. È utilizado para 
identificar os diferentes tipos de nuvens com relação à textura e a capacidade de 
refletir a radiação do sol, diferenciando as nuvens mais espessas das mais rasas. 
(MAIO et al., 2008) 
A imagem no canal de vapor d´água identifica a quantidade de umidade que 
existe na região média e superior da troposfera (entre 700 e 300 mb tipicamente). 
È utilizada para determinar se uma massa de ar frio está sufi cientemente seca a 
ponto de causar geada e também para inferir os padrões de circulação da atmosfera 
superior. (MAIO et al., 2008) 
A imagem no canal infravermelho é utilizada na identificação da posição dos 
sistemas meteorológicos (ex.: Frente Fria) a qualquer momento do dia ou da noite 
 
38 
 
com o mesmo padrão, pois essa imagem identifica a temperatura emitida pelo topo 
das nuvens. As nuvens formadas por processos convectivos podem alcançar 
grande desenvolvimento vertical, e apresentar temperaturas de topo bastante frias, 
com valores menores do que – 70ºC. (MAIO et al., 2008) 
As aplicações de sensoriamento remoto para estudos da atmosfera terrestre, 
dos recursos naturais, monitoramento das águas são muitas e de relevância vital 
para a sociedade. Novos desenvolvimentos trazem mais possibilidades de 
descobertas e pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Um exemplo é o 
sensor hiperespectral lançado pela NASA, a bordo da plataforma Earth Observing-
1 (EO-1), que coleta dados contínuos em 220 bandas espectrais posicionadas entre 
400 e 2.500 nm, com resolução espacial de 30 m e em 16 bits. (MAIO et al., 2008) 
O volume de dados coletado pelo Hyperion é aproximadamente 75 vezes 
maior quando comparado às seis bandas óticas do sensor ETM+. Estudos recentes 
indicam as vantagens do uso de dados obtidos a partir de bandas estreitas, 
localizadas em específicas posições do espectro, na obtenção de informações 
qualitativas ou quantitativas da vegetação. (MAIO et al., 2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
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ENVI. Guia do ENVI. Porto Alegre - RS: Sulsoft, 2006. 317 p. 
 
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Federal - DF: Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB, 2005. 
 
GUEDES, J. C. F.; SILVA, S. M. P. da. Sensoriamento remoto no estudo da 
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127-144, 2018. 
 
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Brasileira (AEB), 2008. 
 
MACHADO, C. A. S.; QUINTANILHA, J. A. Sistema de informação geográfica SIG 
e geoposicionamento: Uma aplicação urbana. 2008. 
 
MENESES, Paulo Roberto et al. Introdução ao Processamento de Imagens de 
Sensoriamento Remoto. BRASÍLIA: UnB, 2012. 276 p. 
 
 
40 
 
MOREIRA, M.A. Fundamentos de Sensoriamento Remoto e metodologias de 
Aplicação, 3ª ed. Viçosa: UFV, 2005, 320p. 
 
NOVO, Evlyn Márcia Leão de Moraes; PONZONI, Flávio Jorge. Introdução ao 
Sensoriamento Remoto. São José dos Campos: DPI/INPE, 2001. 68 p. 
 
TULLIO, Leonardo. Aplicações e princípios do sensoriamento remoto. 
Organizador– Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2018.

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