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Atuação do servio Social na Oncologia

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41
 União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas
	 UNIESP
 
 Elaine C. M. de Almeida RA 0030006728
 Paula de C. Soares Lima RA 0030009403
	 
,
 
 “Atuação do Assistente Social com pacientes Oncologicos”
	
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao curso de Serviço Social da Faculdade São Paulo pertencente a União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas (UNIESP), como requisito para obtenção do grau de Assistente Social.
Orientadora: Prof.ª Simone Ferro Patáro
 
 São Paulo
 2015
 União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas
	 UNIESP
 
 Elaine C. M. de Almeida. 
 Paula de C. Soares Lima.
 
 
 
 “Atuação do Assistente Social com pacientes Oncologicos”
 
 
 São Paulo
 2015
 Elaine C. M. de Almeida RA 0030006728
	 Paula de C. Soares Lima RA 0030009403
	 
 “Atuação do Assistente Social com pacientes Oncologicos”
Objetivo: Identificar as ações desenvolvidas e aplicadas pelos profissionais de Serviço Social, junto a pacientes oncologicos em Instituições Hospitalares e equipes interdisciplinares.
União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privada- UNIESP
Curso de Serviço Social
Trabalho de Conclusão de Curso.
Data de aprovação _____de ____________2015.
______________________
Prof.ª Simone Ferro Patáro
 
	
 
 
Dedicamos este trabalho as nossas amigas, Irmãs e guerreiras, Joselina e Eliane que durante nosso curso, foram diagnosticadas com neoplasia maligna e lutam com um vasto sorriso e incansavelmente pela breve recuperação, foram peças principais para definição de nosso tema.
AGRADECIMENTOS
 O longo e desafiador percurso deste trabalho, muitas pessoas, entre amigos, familiares, companheiros de trabalho e estudo, de formas diversas contribuíram para a sua realização. Corremos o risco de esquecer algumas, agradeço a todas.
.
 Agradecemos primeiramente a Deus pоr tеr nos dado saúde е força pаrа 
Superar ás dificuldades.
 A prof. Sra. Simone Ferro Pataro, orientadora respeitosa, amiga perseverante e sempre presente, seu apoio e estímulo foram decisivos para que concluíssemos esta tarefa.
 A direção da Faculdade UNIESP pela oportunidade de fazer o curso.
 A toda a diretoria do Instituto Brasileiro do 3° Setor por ter nos aberto as portas para que nossa pesquisa de campo fosse realizada.
 
 A todas as mulheres portadoras de neoplasia, participantes do Projeto Divas do Instituto Brasileiro do 3° Setor, por carinhosamente colaborar com nossa pesquisa.
 E principalmente aos nossos pais, filhos e companheiros pela cumplicidade, amor incondicional e incentivo para realização deste trabalho e assim mais um degrau alcançado para realização de nosso sonho.
 
 
 	Epigrafe
 
 "Não existe nada impossível para Deus, quando o desejo de vencer vem da nossa fé e de uma vontade indomável de viver e ser feliz" Margheritta Menezes.
RESUMO
 O presente trabalho de conclusão de curso, tem como objetivo explanar sobre a atuação do Serviço Social junto ao paciente Oncologico, para isto foi realizado uma pesquisa de Campo na Ong Divas , com 23 mulheres com diagnóstico de câncer, foram análisados vários aspectos como: quantidade de filhos, 71 % não tem filhos, 29% possuem 1 ou mais filhos; estado civil: 24% casadas, 76% solteiras; grau de escolaridade: 48% ensino médio, 28% ensino superior, 24% ensino fundamental; tempo de diagnóstico de 1 a 9 anos 71%, manos de 1 ano 29%; tipos de câncer: 76% câncer de mama, 9% cabeça, 5% linfoma, 5% tireoide, 5% intestino; Se encontram em tratamento: 24% estão em tratamento, 76% aguardam para iniciar; situação previdenciária: 33% não trabalham, 5% aposentados, 62% permanecem no mercado de trabalho; satisfação com a equipe médica: 81% não satisfeitos, 19% satisfeitos; acompanhamento da família: 90% a família acompanha, 10% não tem o acompanhamento da família; Consciência dos seus direitos: 76% relatam não tem consciência dos seus direitos, 24% relatam ter consciência dos seus direitos.Os estudos tanto teóricos de campo nos mostrou a importância do Assisatente Social, um profissional capacitado e humanizado, como também a inserção de mais políticas publicas relacionadas a oncologia para diagnostico precoce a enfermidade a tempo de tratamento.
Palavra Chave: Oncológico, profissional, políticas publicas
ABSTRACT
This working course completion, aims to explain about the role of social work with the cancer patient, for this was held a Field research in Ong Divas, with 23 women diagnosed with cancer, were analyzed several aspects such as: amount of children, 71% have no children, 29% have one or more children; marital status: 24% married, 76% single; level of education: 48% high school, 28% higher education, 24% primary education; time of diagnosis of 1 to 9 years 71%, manos 1 year 29%; cancers: breast cancer 76%, 9% head, 5% lymphoma, thyroid 5%, 5% intestine; Are in treatment: 24% are in treatment, 76% waiting to start; social security situation: 33% do not work, 5% retirees, 62% remain in the labor market; satisfaction with the medical staff: 81% not satisfied, 19% satisfied; Family follow-up: 90% family follows, 10% have no follow-up of the family; Aware of their rights: 76% report not aware of their rights, 24% reported being aware of their rights. Os both theoretical field of study has shown the importance of Social worker, a skilled professional and humane, but also the inclusion of more public policies related to oncology.
Keyword : Oncology , professional, public policies
LISTA DE SIGLAS
CNS - Conselho Nacional de Saúde
FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz
OMS – Organização Mundial de Saúde
ONGs - Organizações Não Governamentais
SUS – Sistema Único de Saúde
NOB – Normal Operacional Básica
CA – câncer
CFM – Conselho Federal de Medicina
DCS – Departamento Ciências Sociais
CREMERJ – Conselho Regional Medicina do Estado do Rio de Janeiro
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
INCA – Instituto Nacional do Câncer
LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social
PNHAS – Política Nacional de Humanização de Assistência Hospitalar
PNH – Política Nacional de Humanização
UNACON – Unidade de Assistência de Alta Complexidade
CACON – Centro de Alta Complexidade em Oncologia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................9
CAPITULO I
1.1 O Câncer e as fases ao qual vive o paciente.......................................................11
1.2 Serviços Sociais em Instituição Hospitalar...........................................................161.3 Humanização na saúde........................................................................................19
1.4 Ação do Assistente Social em equipe interdisciplinar..........................................19
CAPITULO II
2.1 Políticas de saúde ...............................................................................................22 
2.2 Avanços na Política Nacional de saúde ..............................................................23
2.3 Direitos do Paciente Oncologico .........................................................................26
2.4 Serviço Social nos cuidados Paliativos ...............................................................33
2.5 Bioética.................................................................................................................35
CAPITULO III
3.1 Local da Pesquisa................................................................................................37
3.2 Resultados da Pesquisa de Campo.....................................................................38
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................47
REFERENCIAS.......................................................................................................50
 ANEXOS.............................................................................................................,. 53 
Introdução 
O presente projeto visa explanar a atuação do profissional de Serviço Social, junto aos pacientes Oncologicos, (portadores de Neoplasia Maligna ou Câncer como é mais conhecido) e Identificar as ações desenvolvidas e aplicadas pelo profissional as condições especiais dos pacientes em espaço hospitalar e a importância de uma equipe interdisciplinar para amenizar as dores físicas, psíquicas e sociais ao qual se relaciona estes pacientes.
Devido o crescimento alarmante de novos casos apontados pelo Ministério da Saúde – Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA), para o biênio 2014/2015, 395 mil novos casos de câncer no Brasil, sentimos a necessidade de maior visualização da ação do Serviço Social para magnitude do problema.
Entender como o Serviço Social tem estado presente na construção do conhecimento a respeito do ser humano, suas relações sociais e o enfrentamento de manifestações da questão social em diversas áreas, na saúde o Assistente Social vem se destacando em sua prática. Porem, a prática e a problematização relacionado ao tratamento do Câncer ainda é recente e necessária diante da necessidade e complexidade que envolve todo o processo do tratamento.
O Ministério da Saúde implantou no ano de 2000 a Política Nacional de Humanização da assistência Hospitalar (PNHAS), propondo um conjunto de ações que visam mudar o padrão de assistência aos usuários, melhorando assim a qualidade do atendimento, logo após no ano de 2003 complementam com a Política Nacional de Humanização, efetivando assim os princípios do Sistema Único de Saúde ( SUS) considerando a Humanização eixo norteador.
Em equipes interdisciplinares o Assistente Social é um elo entre paciente e instituição, socializando informações e contribuindo para melhor qualidade de vida do paciente oncologico e seus familiares (cuidadores), considerando as condições emocionais, socioeconômicas, culturais e a estrutura sociofamiliar, viabilizando o acesso a benefícios e programas numa perspectiva dos direitos, políticos, civis e sociais. 
	Neste contexto a Assistente Social faz a ponte entre os familiares e a equipe técnica, sendo o assistente social um profissional instrumentado tecnicamente detentor do saber facilitando a integração e o desenvolvimento do trabalho, pois consegue ter uma visão um pouco mais ampla da situação e desenvolve sua intervenção pautada no Código de Ética da profissão, e em consonância com os princípios do SUAS, que visa à universalidade, integralidade, equidade, participação social e a descentralização. O Assistente Social necessita ter uma visão ampla de toda a situação relacionada ao paciente sem tomar partido e entender a necessidade de cada parte juntando-as e expondo a toda a equipe.
Pudemos visualizar que é através de um conjunto de praticas do Assistente Social que a profissão é reconhecida, valorizada e respeitada ou não, identificamos que em varias esferas de atuação o profissional se aprimorou e rompeu com o conservadorismo que engessavam suas ações, porem, na questão saúde ainda se encontra uma grande resistência por parte de algumas instituições, (em especial na Oncologia devido o alto custo do tratamento e a vasta lista de benefícios adquiridos por lei), os profissionais não se remetem ao projeto hegemônico, pois, estão hipotecados aos condicionantes politico-institucionais que limitam suas escolhas, se colocando submissos as solicitações das direções de unidade de saúde e as rotinas institucionais que o fazem aguardar passivamente a serem procurados espontaneamente, por usuários ou encaminhamento de outros setores. Desta forma coloca em risco a ação profissional, consciente, critico, criativo que só pode ser entendida na relação teoria e pratica. 
Capitulo 1°
1. 1- Câncer e as fases a qual vive o paciente;
A partir do momento em que compreendemos o significado da palavra “câncer” como um conjunto de condições, nas quais o paciente oncológico vive, se fará entender a importância da articulação do Serviço Social.
Para isto é necessário entendermos o que é o câncer no âmago da questão:
O câncer é um termo popular utilizado para definir um conjunto de neoplasias malignas, isto é, doenças caracterizadas por um crescimento desordenado das células jovens, sem controle de mecanismo celular.
 (Mayol, 1985:15).
Existem mais de cem (100) formas diferentes de doenças neoplásicas que circunferência a palavra câncer, cada um com características clínicas e biológicas diversa, é um crescimento desordenado de células malignas que invadem os tecidos e órgãos podendo espalhar-se para outras regiões do corpo.
	"As neoplasias evoluem de maneiras diferenciadas,muitas crescem somente no local de origem, outras espalham-se pelo organismo, implantando-se em outros órgãos, estas ramificações são denominadas de metástases". (Mayol, 1989: 50).
Metástase são tumores reproduzidos pelas células espalhadas, que se infiltra em outros órgãos, o câncer é visto como uma doença agressiva, de grande impacto e sofrimento e comumente pode levar a morte.
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), nos revela que de todos os tipos de câncer 60% são curáveis.
 Em homens, o câncer que mais acomedita são os de pele, o pulmão, o cólon e o reto, a cavidade oral, a próstata, o esôfago e o estômago. “Entre as mulheres, aparece mais na pele, na mama, na cerviz uterina, no estômago, no cólon e o reto, no pulmão, na cavidade oral e no esôfago”.
Conforme entrevista dada a revista Globo em 29/11/2014, o Presidente do INCA, Sr. Luiz Antonio Santini, a estimativa de câncer no Brasil para o biênio 2014/2015 é de meio milhão de novos casos. O câncer já é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma epidemia Global, é uma das doenças que mais cresce e uma das maiores causa a morte. 
A OMS prevê que em 2030, 22 milhões de pessoas entre homens, mulheres e crianças serão diagnosticados por ano de câncer e 13 milhões morrerão da doença, nos alerta que a maioria das mortes por câncer que ocorre hoje, e tende a aumentar ainda mais, se da em países de baixa e media renda, devido a dificuldade de acesso da maioria da população à informação e ao tratamento. 
Os governos em todo o mundo inclusive o Brasil, começaram a se dar conta, com atraso, que os rápidos aumentos de casos de câncer na população são uma realidade, e seu impacto na vida social e econômica de seus países e enorme.
 Repete-se no Brasil o mesmo padrão de desigualdade que no resto do mundo, de acordo com as diferentes regiões do país, em função de expectativas de vida, renda, educação e exposição a fatores derisco, nas regiões mais pobres predominam os cânceres ligados, por exemplo, a fatores infecciosos como o de colo uterino e o de estomago.
Conforme o INCA é incontestável que o câncer no Brasil é um problema de saúde publica, cujo controle e prevenção deverão ser priorizados em todas as regiões desde as mais desenvolvidas, cultural, social e economicamente até as mais desiguais. As abordagens orientadas para enfrentarmos este problema são: ações de educação para saúde em todos os níveis da sociedade; prevenção orientada para indivíduos e grupos; geração de opinião publica; apoio e estimulo a formação de legislação especifica para o enfrentamento de fatores de risco relacionados à doença; e fortalecimento de ações em escolas e ambientes de trabalho.
Por isso que o Serviço Social tem uma atuação dialética diante de atendimentos de demandas de necessidades sociais de seus usuários, produzindo resultados consolidados nas condições sociais materiais políticas e culturais na vida da população com a qual trabalha, viabilizando o seu acesso às políticas sociais, programas, projetos, serviços,recursos e bens e por fim garantindo os direitos na vida da população brasileira parafraseando. Yazbek(2009)
Uma pessoa ao tomar conhecimento que é portadora de câncer, inicia uma nova etapa em sua vida, correlacionando a mesma ao medo e insegurança do que lhe pode acontecer, afinal todos esperam ter uma vivencia até a velhice, e quando são acometidos por uma doença que provavelmente resultara em morte precoce, reagem em sua grande maioria com um choque psicológico seguido de raiva de porquês? Sente-se fraudados no que desrespeito o seu direito a vida.
"2013 fui diagnostica com um tipo agressivo de câncer de mama, eu pensei que ia morrer. Tive muito medo do sofrimento que causa a doença, comecei a planejar minha morte e o futuro de minha família... é realmente achei que ia morrer! No meu egoísmo, achei que meus filhos não sobreviveriam sem mim, perdi minha identidade. Por que isto foi acontecer? Quando perdi meus cabelos, foi como se o câncer houvesse vencido a batalha pela minha vida. Mais não desisti, porque minha família e amigos estavam apostando em mim. Nunca imaginei que fosse tão amada”. (EMPS/2015)
Hoje em 2015, esta paciente encontra-se bem, após duas cirurgias, tratamento quimioterápico e radioterápico, segue acompanhamento por 5 anos até sua alta.
A família constitui um dos núcleos centrais na formação de crenças, valores, conhecimentos do indivíduo e, em geral, quando um indivíduo adoece, toda a família adoece, sofrendo e sentindo as consequências desse momento vivenciado.
(INOCENTI, RODRIGUES; MIASSO, 2009).
É rara a aceitação de estar doente de câncer, pois este estado lhe trás a ruptura da forma habitual de se viver, a incerteza e insegurança de futuro, um tratamento prolongado e doloroso, e porque não dizer a possibilidade de morte, colocando o paciente em um estado de crise; fragilidade, ansiedade e impotência frente à doença.
	
São necessárias pessoas que possam lhe dar afeto e apoio neste momento tão complicado e vulnerável de sua existência, a família é um ponto primórdio para sua segurança interior, porem é importante que fiquem atentos, pois o paciente tem a percepção de tudo que esta acontecendo com ele e com todos que estão a sua volta, o carinho e afeto das pessoas são as palavras de maior intensidade na vivencia atual do paciente, sendo deprimente a ele a existência de pessoas que se comuniquem por dever, obrigação, interesse ou falsas esperanças.
A Raiva faz, com frequência, parte da nossa reação ao câncer. “Esse também é um sentimento que as pessoas tentam evitar, achando que, de certa forma, não é um sentimento agradável ou apropriado, no entanto, é normal que uma pessoa se sinta traída e com raiva do corpo, quando recebe o diagnóstico”.
SIMONTON (1990 34)
Seguindo o contexto do autor acima, podemos observar que a família na fase da doença (câncer) de um ente querido, também sofre com incerteza, insegurança, medo, angústia e também se desespera pela incerteza.
A pessoa diagnosticada com o câncer começa a perceber o quanto a vida lhe é valiosa e curta, este sentimento também se reproduz na família presente, as mais coesas se renovam de fé e esperança e se unem ainda mais para atender as necessidades imediatas. As mais vulneráveis costumam se dissipar, trazendo a este paciente mais um sentimento acerbado, o de abandono.
É de extrema importância que diante da crise vivida pelo câncer, todos os integrantes da família devam continuar estabelecendo um contato de respeito a suas necessidades e a do paciente, só assim será possível o fortalecimento interior para lidar com a doença, vale ressaltar que à medida que o paciente toma conhecimento de toda a sua situação, ele mesmo deve tomar as suas decisões.
 "O paciente deve ser incluído em todas as decisões a respeito da sua doença. Mesmo, quando se quer dar más notícias ao paciente, deve-se refletir cuidadosamente. A família só se torna uma equipe, quando todos os membros participam das decisões a serem tomadas. O paciente, em especial, precisa sentir que detém o seu próprio controle. Antes de mais nada, trata-se da sua vida; com certeza, a doença afeta a todos mas o paciente é quem deve tomar as decisões importantes a respeito de sua vida ou morte".
 MATTHEWS - SIMONTON (1991: 52):
O Paciente oncologico tem que ser ouvido e não temido ou excluído do processo de tomada de decisão, só assim ele se apropriara de força para este processo de mudança Psicológica, física, social e econômica.
1.2- Serviço social em Instituição Hospitalar 
O Serviço Social é uma profissão de nível superior, regulamentada pela Lei 8.662 de 7 de junho de 1993, legitimada socialmente em sua pratica profissional é orientada por seu Código de Ética.
Os assistentes sociais são profissionais dotados de formação intelectual e cultural generalista crítica, de caráter interventivo, que se utilizam do instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais (psicologia, antropologia, economia, sociologia, direito, filosofia), para análise e intervenção em situações da realidade social. OLIVEIRA (2008)
 A atuação do Assistente Social, no ambiente hospitalar vem se destacando cada vez mais em sua pratica, implica em reforçar as noções de cidadania e de direito à saúde e às demais políticas sociais junto ao paciente, familiares e responsáveis, seu principal objetivo é identificar os aspectos sócios econômicos e culturais na visão de totalidade, analisar, interpretar e elaborar uma crítica sobre a realidade na qual o indivíduo está inserido, para junto com a equipe interdisciplinar decidir pela melhor forma de intervenção.
O assistente social é proprietário de sua força de trabalho especializada. Ela é produto da formação universitária que o capacita a realizar um “trabalho complexo”, nos termos de Marx. Essa mercadoria, força de trabalho, é uma potência, que só se transforma em atividade — em trabalho, quando aliada aos meios necessários à sua realização, grande parte dos quais se encontra monopolizado pelos empregadores: recursos financeiros, materiais e humanos necessários à realização deste trabalho concreto, que supõe programas, projetos e atendimentos diretos previstos pelas políticas institucionais (Iamamoto, 2007, p. 421)
	
O assistente social no âmbito da saúde e reconhecido nesta esfera como profissional capacitado, suas ações podem acorrer nas dimensões educativa, política, assistencial, essas políticas são um direito do usuário, de acordo com a Constituição Federal e a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). nº8.080 de setembro de 1990 
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) reconheceu como profissionais de saúde, os assistentes sociais dentre outros profissionais, legitimando a intervenção deste profissional no âmbito da saúde.
CNS, Resolução nº 218 de 06.03.1997. Trata-se de profissões reguladas juridicamente as quais exige uma formação teórica e técnica de nível superior o que supõe a apropriação de conhecimentosproduzidos historicamente, para a prestação de serviços à sociedade a partir de compromissos éticos, expressos nos seus Códigos de Ética que lhes garante uma relativa autonomia.
O Assistente Social é um dos profissionais que sente os reflexos das ações governamentais na sua atuação, a exemplo o desmonte das políticas públicas, incluindo o sucateamento do SUS ao qual ocasiona a falta de recursos materiais e profissionais, fazendo com que o Assistente social tenha uma sobrecarga de trabalhos burocráticos administrativos.
As atribuições e competências dos profissionais de Serviço Social, realizadas na saúde são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser respeitados, tanto pelos profissionais, quanto pelas instituições empregadoras, porem o que observamos quanto ao Assistente Social da Saúde, é o engessamento de suas ações e o hipotecamento as políticas institucionais, colocando em risco a ação profissional, consciente, critico, criativo que só pode ser entendida na relação teoria e pratica.
Para atuar na área da saúde, com inúmeras tensões entre os interesses das instituições e dos demandantes das ações profissionais, é necessário que os assistentes sociais ampliem seu nível de compreensão, no sentido de conhecer a instituição na qual trabalham para poder desenvolver seu trabalho de intervenção junto a esta população alvo, alicerçado na base “teórico-metodológico, o ético político e o técnico-operativo”, para responder as demandas com efetividade e consequente ação profissional. (IAMAMOTO, 2012, p. 53)
No momento em que o assistente social faz o acompanhamento de um paciente, ele necessita de um conhecimento complexo da doença que o afetou, as causas, o andamento, sua gravidade, seu diagnóstico e tratamento. É de fundamental importância a intervenção social na hospitalização do paciente, pois o objetivo do hospital não é apenas o aspecto curativo, mas principalmente o preventivo.
O Assistente Social tem o compromisso profissional de orientar o usuário e encaminhá-lo para a rede de serviços sociais e especializados, para que sejam efetivos e eficazes, é necessária uma articulação dos serviços e equipamentos sociais disponíveis, para que neste cenário a atuação, enquanto profissionais de Serviço Social possibilite vislumbrar novos horizontes e desafios no campo da saúde.
“dimensionar o novo no trabalho profissional significa captar as inéditas mediações históricas que moldam os processos sociais e suas expressões nos vários campos em que opera o Serviço Social”. O Serviço Social em oncologia, é um espaço que se está conquistando e, tem muito que se aprender. É necessário que o profissional que atua nesta área volte-se para a formulação de novas propostas de políticas institucionais, criativas e viáveis, em ações que estejam conectadas a projetos profissionais aos quais subjazem num tratamento teórico-metodológico e princípios ético-politico, alargando os horizontes do conhecimento e proporcionando eficácia na prestação de serviços. Iamamoto (2012, p.80)
1.3 – Humanizações na saúde 
 Visando melhorias na qualidade de serviços aos usuários dos hospitais públicos, o Ministério da saúde implanta no ano 2000 a PNHAS ( Política Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar) e posteriormente a fim de se efetivar os princípios do SUS é criado em 2003 PNH (Política Nacional de Humanização) efetivando assim a Humanização como eixo norteador em toda a rede SUS.
	Tendo assumido o compromisso ético político com a democracia, liberdade e Justiça Social, o profissional de Serviço Social tem como foco de atuação as expressões da questão social de forma teórico metodológico e ético político que o habilita a lidar com a realidade de classe, consolidando de forma translucida o direito a saúde com atendimento humanizado. 
 A humanização é uma relação de respeito com paciente, que são seres humanos com direitos. 
 
1.4- Ação do Assistente Social em equipe Interdisciplinar
O Assistente Social em equipes interdisciplinares é um elo entre paciente e instituição, socializando informações e contribuindo para melhor qualidade de vida do paciente oncologico e seus familiares (cuidadores), considerando as condições emocionais, socioeconômicas, culturais e a estrutura sociofamiliar, viabilizando o acesso a benefícios e programas numa perspectiva dos direitos, políticos, civis e sociais.
A ação do Serviço Social em equipe interdisciplinar e fundamentada na necessidade de organização e prestação da assistência social aos pacientes e familiares, sua intervenção é direta, utilizando-se instrumentais técnicos como a “abordagem”, que o fará conhecer e atender de forma precisa a tudo que envolva a internação hospitalar do paciente, colaborando assim para resolução de seus problemas, seja através de mudanças de atitude ou embasado nos recursos existentes na sociedade.
Um processo, com a qual o profissional desenvolve suas relações com outras pessoas. A abordagem marca o desenrolar de todo uni conjunto de ações pelo que consegue, expressar, sobretudo, no seu inicio MARIA LUIZA DE SOUZA (1987: 82), é:
Também é utilizado a observação para se ter a compreensão da realidade, onde detecta-se pelo modo de agir tudo que envolve a relação do cotidiano. É um olhar com objetividade.
“... ação de perceber, tomar conhecimento de um . fato ou acontecimento que ajude a explicar a compreensão da realidade, encontrar os caminhos necessário aos objetivos a serem alcançados". MARIA LUIZA DE SOUZA (1987: 82)
Já a entrevista é uma das técnicas mais adequadas para se ter parâmetros e informações do paciente para assim fazer a intervenção, pois, é neste contexto que o Assistente Social conhece a realidade da fase exteriorizada pelo paciente, estabelecendo espaço para o dialogo, tornando-se possível o conhecimento por sua historia de vida e suas relações sociais.
"A entrevista é utilizada como forma de desvelamento do
real, onde há a necessidade de priorizar um atendimento
individual. O estabelecimento do diálogo proporciona
um ampliar na consciência do cliente e do Assistente
“Social, onde ocorre uma troca mútua de saberes”.
(Barbosa, 1989, SP).
O Serviço social tem a concepção de que saúde não se relaciona somente com o físico e procura entender o paciente como unidade bio-psico-social, (bio-corpo, psico-modo de pensar e social-sociedade), buscando assim compreender e respeitar seus valores, o dialogo o apoio e respeito, pois, o atendimento ao paciente oncologico se da baseada na carência, angustia, insegurança, medo, frustração e raiva devido a descoberta de estar doente.
"O paciente com câncer adoece como uma unidade vital
somato-psicológico, apresentando muito mais do que
uma doença orgânica com sua sintomatologia, pois junto
a ela estão a consciência e os sentimentos frente à
enfermidade, com as repercussões próprias e pessoais na maneira de viver, de adaptar-se aos stress vital e
delinear seu próprio destino".
(Angermani, 1992: 7 7) .
Sendo assim, é necessário se entender as dificuldades e características do paciente oncologico para planejar a ação, pois o Assistente Social é que faz a mediação entre a equipe interdisciplinar e paciente inserindo-se como estratégia de fortalecimento das atividades integradoras na saúde, interpretando junto a equipe aspectos relevantes no âmbito social, utilizando de conhecimentos teóricos e práticos para ser propositor de novas modalidades de enfrentamento das situações.
Capitulo II
2.1 - Políticas de Saúde
A criação do Ministério da Saúde se deu em 1953, com a lei nº 1920, um órgão de Poder Executivo Federal. Sua história iniciou-se em 1808 e seu surgimento foi após 145 anos, com o objetivo de organizar e elaborar planos e políticas públicas voltadas a prevenções, assistências e saúde da população e qualidade de vida. Sua função é proteger e recuperar a saúde da população, reduzir e controlar o número de doenças.
Durante anos passou por várias reformas,porém, em 1974 a secretaria da saúde e assistência médica foi unificada. No final da década de 1980 foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS).
 A partir da Constituição Federal de 1988, a saúde e assistência social - junto com a previdência social - passaram a fazer parte integrante da seguridade social. Foi uma concepção inovadora que trouxe um desvio na trajetória da Política social brasileira. As duas, assistência e saúde passam a ser vistas como um direito de cidadania e dever do Estado.
A saúde foi uma das áreas em que os avanços constitucionais foram significativos. Contudo o SUS real esta longe do constitucional, porque apesar dos avanços ocorridos este vem sendo cada vez mais afetado pela ideologia neoliberal, que minimizando o Estado, prioriza investimentos na área econômica em detrimento das políticas públicas, colocando em risco o princípio da integralidade das ações e da universalidade, proposta pela Lei Orgânica da Saúde.
Toda a construção da Política de Saúde no país, foi determinada a partir da década de 1990, pelo confronto de dois projetos o da Reforma Sanitária e Saúde vinculada ao mercado (privatista)o qual atingiu a verdadeira hegemonia influenciando de maneira decisiva a implementação do SUS.
Mesmo com todas as conquistas que foram alcançadas pela Reforma Sanitária no Brasil, ainda existe um processo de reconstrução político- econômica contrário ao que ela pressupõe.
Por se tratar de uma visão com base no modelo neoliberal, algumas noções essenciais como a universalidade da Política de Saúde e da coletividade são perdidas de vista e são assumidos como conclusão a individualização das questões e fragmentação da realidade. Todos esses aspectos distanciam o SUS do idealizado, comprometendo a efetividade da prestação dos serviços.
Entretanto a de se compreender que mesmo diante das adversidades conjunturais, o SUS é ainda um sistema em construção, sendo necessário defender a democracia, a ampliação do Estado, a participação popular e a socialização de informações.
A organização de saúde no Brasil, continua centralizada e distante das reais necessidades de saúde da população, com clara divisão do trabalho entre os setores público e privado, para atingir o modelo adequado de saúde.
2.2 - Avanços na Política Nacional de Saúde
Lei nº 8.080 de 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Lei nº 8.142 de 1990 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transformações intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, através das conferências de saúde e dos conselhos de saúde.
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) reconheceu como profissionais da saúde os assistentes sociais dentre outros profissionais, legitimando a intervenção deste profissional no âmbito da saúde.
O assistente social no âmbito da saúde é reconhecido como profissional capacitado suas ações podem ocorrer nas dimensões educativa, política, assistencial. Essas políticas são um direito do usuário, de acordo com a Constituição Federal e a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS).
O serviço social Brasileiro apresenta algumas características de desafios que a atual conjuntura apresenta para os profissionais da área.
O Projeto Ético-Político da profissão, na contemporaneidade torna-se a cada dia uma necessidade inadiável diante da questão social, pois incita os profissionais ao reordenamento da prática na própria dinâmica da vida social, sem perder os valores humanos, numa relação de continuidade no sentido de manter os direitos sociais conquistados coletivamente, e de superação progressiva dos limites profissionais e institucionais.
Quando os direitos sociais são concretizados o (a) assistente social contribui para novas formas de sociabilidade, em que o outro passa a ser reconhecido como sujeito de valores.
O debate do serviço social na saúde vem acompanhado de uma referência ao projeto da reforma sanitária
O assistente social que assiste os pacientes oncológicos tem como um de seus papéis prestar orientação básica que facilitem e estimulem o acesso aos direitos para o enfrentamento e dificuldades que o tratamento exigirá. Por puro desconhecimento muitos portadores de neoplasia deixam de desfrutar de alguns direitos que a Constituição Federal assegura.
A Lei 12.732 de 22 de novembro de 2012 é de extrema importância para o tratamento do câncer. Tem em seu dispositivo, que o paciente com neoplasia maligna comprovada tem prazo para inicio do tratamento.
Conforme o art 1º, todos acometidos de câncer, tem direito a tratamento pelos órgãos de assistência médica mantida pela União, Estados e Municípios. ou seja todo tratamento deve ser realizado pelo Sistema Único de Saúde ( SUS ) totalmente custeado pelo Estado; consultas ambulatoriais, remédios, cirurgias, exames laboratoriais,exames por imagens, quimioterapias, radioterapias, etc.
Porém os gastos do portador de câncer irão além destes, suas contas continuam a chegar e asa data de vencimentos deverão ser respeitadas, e agora também deparam com gastos excedentes que não estavam em seu orçamento.
A Política Nacional de Oncologia é regulada pelo INCA. (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), que nos alerta para magnitude do problema e crescente numero de pessoas acometidas pela doença. 
Através das unidades de assistência de alta complexidade em oncologia (UNACON) e os centros de assistência de alta complexidade em oncologia ( CACON) qualquer paciente com câncer tem atendimento garantido pela Política Nacional de Controle e Prevenção do Câncer, conforme a portaria nº 874/GM de 16/05/2013 que substituiu a nº 2.439/GM de 2005.
A portaria SAS/MS nº 741, de 19/12/2005 definiu parâmetros assistenciais para orientação do gestor do SUS e estabeleceu critérios e normas para habilitação da alta complexidade.
Conforme a Constituição Federal de 1988, art. 196, “Saúde é direito de todos e dever do Estado”. 
Isto significa que todos, acometidos de câncer, têm direito a tratamento pelos órgãos de assistência médica mantida pela União, Estados e municípios. Ou seja, todo tratamento deve ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) totalmente custeado pelo Estado; consultas ambulatoriais, remédios, cirurgias, exames laboratoriais, exames por imagens, quimioterapia, radioterapias etc. 
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2.3 - Direitos do Paciente Oncológico
Após o atônito choque sofrido pela pessoa diagnosticada de neoplasia maligna (câncer), se faz necessário pensar em coisas praticas e ações rápidas para coibir ou minimizar as dificuldades, econômicas e sociais devido a doença.
Conforme a Constituição Federal de 1988, art. 196, “Saúde é direito de todos e dever do Estado”. 
Isto significa que todos, acometidos de câncer, têm direito a tratamento pelos órgãos de assistência médica mantida pela União, Estados e municípios. Ou seja, todo tratamento deve ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) totalmente custeado pelo Estado; consultas ambulatoriais, remédios, cirurgias, exames laboratoriais, exames por imagens, quimioterapia, radioterapias etc. 
O paciente oncologico neste contexto tem outras preocupações, suas contas continuam a chegar e as datas de vencimentos deverão ser respeitadas, se deparam com gastos excedentes ao qual não estava em seu orçamento;
Nutrição; alimentação balanceada e própria para que a pessoa com câncer não tenha uma queda em sua imunidade e com isto a acarrete a suspensão da quimioterapia;
Vestuário; devido ao agressivo tratamento quimioterápico observa-se uma mudança drástica em seu físico. (ganho e perda de peso exacerbado);
Locomoção; Conforme o tipo de câncer ou o estagio da doença, nem sempre os transportes públicos são indicados, devido à fragilidade e debilidades;
Higiene Pessoal; Alguns produtos de higiene pessoal como; hidratante, protetor solar entre outros, são de estrema importância, porem existem os específicos, dependendo do produto químico utilizado para fabricação pode desencadear gravesalergias, sendo recomendados os hipoalergenicos, a qual tem seu custo muito mais alto;
A autoestima da pessoa portadora de câncer é de extrema importância para que a mesma se sinta menos violada diante do tratamento agressivo da quimioterapia. Para as pessoas do sexo feminino o tratamento quimioterápico inicialmente é visto como o grande vilão, pois destrói totalmente sua vaidade com a perda dos cabelos, sobrancelhas, cílios, unhas, ressecamento da pele, enfraquecimento dos dentes e algumas vezes até a perda, para amenizar todo este processo existe também um alto custo.
“O diagnostico de Câncer me levou o chão, quando estava em tratamento, levou minha identidade junto com a vaidade, saia às ruas me olhavam como se eu fosse um alienígena, então preferia ficar em casa, não ver ninguém e me isolar do mundo, meu rosto estava cheio de manchas, minhas unhas fracas, cabelos e cílios ou qualquer outro pelo no corpo não existe mais, estava pálida e inchada desde que iniciou as quimioterapias, eu via nas redes sociais mulheres em tratamento como eu, porem, lindas bem arrumadas e sempre sorrindo, me perguntava como elas conseguiam, se eu estivesse trabalhando acho que ficaria linda também, mais não estava e não tinha condições de comprar se quer um batom”. (APR- 2015)
Esta paciente hoje, 2015 iniciou novamente tratamento quimioterápico devido à recidiva do câncer, foi acolhida pelo Projeto Divas, que cuida da autoestima da mulher em tratamento quimioterápico, encontra-se bem e fortalecida para o novo enfrentamento contra a doença. 
Entendemos que serão inúmeros os gastos com todo o tratamento, mencionamos acima apenas alguns deles, e a pessoa portadora de câncer esta limitada ao trabalho.
A legislação brasileira assegura aos portadores de neoplasia maligna – câncer alguns direitos especiais, relacionamos alguns dele;
I – FGTS (FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO) 
Tem direito de levantar o FGTS dentre outras hipóteses, o trabalhador com neoplasia maligna (câncer) ou qualquer trabalhador que tenha dependente com neoplasia maligna (câncer). Não é preciso estar com a Carteira de Trabalho registrada no momento da constatação da doença; basta ter saldo na conta vinculada proveniente de outros registros. A liberação do benefício poderá ser requerida quantas vezes forem necessárias, persistindo os sintomas da doença. Isso significa que, mesmo após um saque, havendo mais depósitos na conta vinculada, a operação de liberação poderá ser repetida. Esse procedimento também pode ser aplicado para o caso da liberação do PIS. A solicitação é feita na Caixa Econômica Federal (CEF). 
II – COMPRA DE VEÍCULOS ADAPTADOS OU ESPECIAIS 
O portador de neoplasia (câncer) que tem alguma sequela limitante da doença (invalidez) poderá adquirir um veículo adaptado com desconto de impostos. Na hipótese de o portador da deficiência física não ser habilitado (Carteira Nacional de Habilitação), mas ter condições físicas de conduzir veículos adaptados, terá o prazo de 180 dias a partir da compra do veículo para providenciar a Carteira Nacional de Habilitação Especial. A única diferença em relação à obtenção da Carteira de Habilitação normal é que uma junta de médicos examinará a extensão da deficiência e desenvoltura do candidato. Na CHN Especial está especificada a adaptação necessária para que o deficiente dirija em segurança. Outra hipótese é a de o deficiente físico não ter qualquer condição de conduzir veículos. Deverá, então, apresentar até três condutores autorizados. 
 III - ISENÇÃO DO IPI (na compra de veículos adaptados)
O portador de câncer terá que solicitar ao médico cópia dos exames e do laudo anatomopatológico, bem como atestado com a descrição da comprovação da deficiência física.
 
 IV – ISENÇÃO DO ICMS (na compra de veículos adaptados) 
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços). Cada Estado possui legislação própria que o regulamenta, e necessário que confira na lei estadual se existe menção para a concessão de isenção do imposto na compra de veículos especialmente adaptados e adquiridos por deficientes físicos.
V – ISENÇÃO DO IPVA (para veículos adaptados) Lei 6.606, de 20/12/1989 
Também é um imposto estadual para saber quem tem direito a sua isenção devera Conferir a lei de seu Estado se existe regulamentação sobre a isenção do imposto para veículos especialmente adaptados e adquiridos por deficientes físicos que, a critério da Junta Médica do Departamento de Trânsito, está incapacitada para dirigir veículo comum, necessitando de veículo com adaptações.
VI – DISPENSA DO RODÍZIO DE AUTOMÓVEIS 
Pessoas portadoras de doença neoplásica ou de deficiência ou de quem as transporte, é liberado do rodízio de veículos em São Paulo conforme a Lei Municipal 12.490 e Decreto 37.085, ambos de 3/10/1997): – as pessoas em tratamento de câncer e os proprietários de veículos que transportam pessoas acima descritas (neste caso, a relação entre as pessoas necessitadas e o condutor deverá ser comprovada pela dependência ou por outro meio de prova).
VII – QUITAÇÃO DE FINANCIAMENTO DE IMÓVEL PELO SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO 
O interessado com invalidez total e permanente, causada por acidente ou doença, possui direito à quitação, desde que esteja inapto para o trabalho e que a doença determinante da incapacidade tenha sido adquirida após a assinatura do contrato de compra do imóvel. A quitação do imóvel ocorrerá quando da morte do mutuário ou da aposentadoria por invalidez permanente, decorrentes de qualquer diagnóstico (inclusive neoplasia maligna), sendo que o início da doença deverá ser posterior à assinatura do contrato para o financiamento. Não aceitando a decisão da seguradora, o doente comprador de casa financiada deverá submeter-se a junta médica constituída por três membros, levando laudos, exames, atestados médicos, guias de internação ou quaisquer outros documentos de que disponha relacionados com o mal que impeça o exercício de seu trabalho.
VIII – ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA NA APOSENTADORIA 
 Os portadores de câncer (neoplasia maligna) estão isentos do Imposto de Renda relativo aos rendimentos de aposentadoria, reforma e pensão, inclusive as complementações. Mesmo os rendimentos de aposentadoria ou pensão recebidos acumuladamente não sofrem tributação, ficando isenta a pessoa acometida de câncer que recebeu os referidos rendimentos (Lei 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV).
IX – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
De acordo com a Previdência Social, possui direito ao benefício o segurado que for considerado incapaz de trabalhar e não esteja sujeito à reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, independentemente de estar recebendo ou não o auxílio-doença. O portador de câncer terá direito ao benefício, independentemente do pagamento de 12 contribuições, desde que tenha a qualidade de segurado, isto é, que seja inscrito no Regime Geral de Previdência Social (INSS). Esse benefício é concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer sua atividade ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
 O segurado perderá o direito à aposentadoria quando recuperar a capacidade para o trabalho, quando voltar voluntariamente ao trabalho ou quando solicitar e tiver a concordância da perícia médica do INSS. 
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem de passar por perícia médica de dois em dois anos; caso contrário, o benefício pode ser suspenso.
X – ASSISTÊNCIA PERMANENTE Decreto 3.048/99, art. 45 
Assistência permanente é o acréscimo de 25% na aposentadoria por invalidez do segurado do INSS que necessitar de assistência permanente de outra pessoa, ou seja, um cuidado a critério da perícia médica, a partir da data de sua solicitação, mesmo que o valoratinja o limite máximo legal.
XI – AUXÍLIO-DOENÇA 
É o benefício mensal a que tem direito o segurado inscrito no Regime Geral de Previdência Social (INSS) quando fica incapaz para o trabalho (mesmo que temporariamente) em virtude de doença. O portador de câncer tem direito ao auxílio-doença, desde que fique impossibilitado de trabalhar para seu sustento. A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada por exame realizado pela perícia médica do INSS. 
No caso do contribuinte individual (empresário, profissionais liberais, trabalhadores por conta própria, entre outros), a Previdência paga todo o período da doença ou do acidente (desde que o trabalhador tenha requerido o benefício).
XII – AMPARO ASSISTENCIAL AO IDOSO E AO DEFICIENTE 
Renda Mensal Vitalícia/Amparo Assistencial ao Deficiente LOAS – (Lei 8.742/93) 
De acordo com a lei, é o benefício que garante um salário-mínimo mensal ao portador de câncer com deficiência física, incapacitado para o trabalho. É preciso comprovar a impossibilidade de garantir seu sustento e que sua família também não tem essa condição, bem como que o deficiente físico não está vinculado a nenhum regime de previdência social. É necessário, ainda, fazer um cálculo para verificar se a pessoa se caracteriza como beneficiário desse amparo assistencial. Pois a renda per capta devera ser (25%) do salário mínimo, o benefício pode ser pleiteado. O amparo assistencial é intransferível, não gerando direito aos herdeiros ou sucessores. O beneficiário não recebe 13º salário. Para o caso de deficiência física, o interessado deverá fazer exame médico pericial no INSS (em qualquer posto) e conseguir o laudo médico que comprove sua deficiência.
XIII – TRANSPORTE COLETIVO GRATUITO MUNICIPAL E INTERMUNICIPAL 
Decreto 34.753/92 Lei 11.250/92 Resolução Conjunta SS/STM 01/03 A legislação dispõe sobre a isenção de tarifas no sistema de transporte coletivo municipal e intermunicipal. Compreende Metrô, ônibus municipais, SPTrans, ônibus/micro-ônibus intermunicipais da EMTU e trens da CPTM. Têm direito ao transporte coletivo gratuito as pessoas portadoras de deficiência física.
XIV – ANDAMENTO JUDICIÁRIO PRIORITÁRIO
 Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a sessenta e cinco anos terão prioridade na tramitação de todos os atos e diligências em qualquer instância, assim como uma pessoa portadora de câncer, pelos princípios da analogia, da equidade e da isonomia, também deve ser contemplada com maior celeridade da Justiça, com base na mesma situação desfavorável referente à expectativa de vida.
XV – SEGURO DE VIDA 
Normalmente, os contratos de seguro de vida contemplam também indenização por invalidez permanente total ou parcial. Verifique se seu contrato de seguro tem cobertura para esses casos. Muitas vezes o câncer pode gerar deficiências físicas que se enquadram em invalidez permanente total ou parcial.
Em geral, as empresas possuem seguro de vida em grupo que contempla indenização para casos de invalidez permanente. É fato que a constituição e suas legislações lhe garantem direito, porem no Brasil conforme divulgado pelo IBGE 2015, existem 13,9 milhões de pessoas analfabetas (é o oitavo pais do mundo com maior índice de analfabetismo), sendo assim e com a enorme burocracia para se alcançar os benefícios, a debilidade física e psicológica do portador de câncer se faz necessário um acompanhamento profissional e humanizado do Serviço Social.
2.4 – Serviço Social nos Cuidados Paliativos.
Em 25 julho 2012 é aprovada a lei 52/2012 que consagra o direito e acesso do cidadão aos Cuidados Paliativo e também é criado a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, que, funciona sob tutela do Ministério da Saúde.
Nos dias atuais ainda se encontra preconceito quanto a Cuidados Paliativos, para algumas áreas de conhecimento na saúde e outras, confundem Cuidados Paliativos com Eutanásia devido o uso de opióides, como a morfina, para alivio da dor.
É necessário que se entenda que Cuidado Paliativo atua na prevenção e alivio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual de pacientes de doenças graves, incuráveis, em fase avançada ou progressiva, propiciando a eles e seus familiares bem estar com ações voltadas ao controle dos sintomas da dor, a busca por autonomia e a manutenção de vida saudável enquanto durar.
“A Organização Mundial de Saúde – OMS define que os cuidados paliativos são cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não responde ao tratamento curativo. É soberano o controle da dor e de outros sintomas, além do controle dos problemas psicossociais e espirituais.” (WHO, 1990 apud RODRIGUES, 2004, p.2).
 “Cuidados paliativos é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e suas famílias enfrentando os problemas associados às doenças de risco de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento por meio da identificação prévia e avaliação impecável, e tratamento de dor e de outros problemas – físicos, psicossociais e espirituais.” (WHO, 2002 apud WHO, 2004, p.14, tradução nossa)
O tratamento Paliativista, é incorporado por meio de equipe Multidisciplinar ou Interdisciplinar contendo um Medico, um Enfermeiro, um Psicólogo, um Assistente Social e um profissional da área da reabilitação ( a ser definido conforme a necessidade do paciente), todos treinados nas teorias e praticas de Cuidados Paliativos para que, de forma precisa possam colaborar com adaptação do paciente, as mudanças impostas pela doença e a reflexão para enfrenta-la
O profissional de Serviço Social em conjunto com os demais profissionais, vem a fortalecer o sistema de apoio ao paciente, para que o enfrentamento da doença não lhe traga ainda mais sofrimento correlacionado a abandono, limitações, dependência etc., a contribuição do Assistente Social é no auxilio ao resgate da dignidade que se perde com a descoberta da doença e impossibilidade de cura. 
 “Doença maldita me tirou tudo! Hoje estou preza dentro do meu corpo, não consigo fazer nada, sentimento? A única coisa que hoje sinto é dor, dor no corpo, dor no coração, estou aqui abandonada pelos que diziam serem meus amigos e pelos que pari, chamam estas criaturas de filho, se Deus existe porque fez isto comigo, porque não me leva logo”. (ACM-2015) 
É através do respeito, valor e amor que se resgata a dignidade de um paciente paliativo, pequenos gestos fazem toda a diferença, tanto da família como da equipe a qual é responsável pelos cuidados com o paciente é importante citar que entre tais gestos se enquadra a escuta da vontade da pessoa acometida pela doença e a compreensão da mesma.
Seus desejos e opiniões deveriam ser respeitados, eles mesmos deveriam ser ouvidos e consultados. Se seus anseios são contrários às nossas crenças e convicções no que tange a cirurgias futuras ou tratamentos, deveríamos falar abertamente deste conflito e deixar que o paciente tome a decisão. KUBLER-ROSS (1981) p. 182)
2.5- BIOÉTICA
Palavra vinda do Grego e significa, Vida e Ética, esta reacionada a pesquisas, discursos e práticas, multidisciplinares, com o objetivo de esclarecer e resolver questões éticas trazidas através dos avanços e pela aplicação da medicina e da biologia. 
Alguns temas polêmicos circunferência, como o aborto, os transgênicos, a fertilização in vitro, a clonagem, testes com animais e pacientes terminais.
Pacientes em estagio terminal se encontram diante de um dilema como a vida e a morte. 
Eutanásia: É uma pratica ilegal no Brasil e considerada ant. ético pelo código de medicina, é a morte deliberada do doente terminal para o encerramento da vida com auxilio e intervenções medicas. 
Distanásia: Prolongamento artificial da vida em UTIs nos pacientes em que a morte é inevitável e a qualidade de vida inexistente ou secundaria.
Ortotanásia: É a Interrupção de tratamentos e procedimentos para prorrogar a vida de pacientes sem chances de cura. Neste caso a morte é vista como compaixão pois, da alivio ao paciente e não prorroga sua agonia.
 Após as definições acima, pudemos fazeruma reflexão sobre a ortotanásia, ela seria então, o meio termo entre a eutanásia e a distanásia que correspondem ao adiantamento da morte de pacientes em estagio irreversível, objetivando o não sofrer, que tem suas praticas através de medicações e aparelhos em UTIs, enquanto a Ortotanásia tem a intenção da morte no momento correto, restringindo tratamentos ineficientes ao qual não revertera o quadro clinico do paciente. É norteado pelos Cuidados Paliativos que tem sua promoção o momento da morte sem dor, sintomas, problemas psicológicos, sociais e espirituais. Fundamentando melhor qualidade de vida ao paciente terminal e seus familiares.
É eximido procedimentos invasivos e o bem estar do paciente passa ser prioridade e não o tratamento para algo inevitável e irreversível, sua intencionalidade não é provocar a morte, mais permitir uma morte digna, quando todos os métodos terapêuticos foram esgotados, deixando assim a vida seguir seu curso natural.
	
O Serviço Social com pacientes terminais tem sua atuação pautada em cuidados Paliativos, onde em equipe interdisciplinar aprimora a qualidade de vida do paciente contribuindo com ele e a família com suporte emocional e social fortalecendo o sistema de apoio.
Em 2006 a Ortotanásia foi aprovada no Brasil através da resolução 1805 CFM, em 2007 foi suspensa com a alegação que o Conselho Federal de Medicina, não tem o poder de regulamentar uma conduta que é tipificada como crime, porem, em 2010 é alterado o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para excluir de ilicitude a ortotanásia.
Art. 1º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte art. 136-A: 
“Art. 136-A”. Não constitui crime, no âmbito dos cuidados paliativos aplicados a paciente terminal, deixar de fazer uso de meios desproporcionais e extraordinários, em situação de morte iminente e inevitável, desde que haja consentimento do paciente ou, em sua impossibilidade, do cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão. 
§ 1º A situação de morte iminente e inevitável deve ser previamente atestada por 2 (dois) médicos.
 § “2º A exclusão de ilicitude prevista neste artigo não se aplica em caso de omissão de uso dos meios terapêuticos ordinários e proporcionais devidos a paciente terminal.” 
Art. 2º Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial. 
 Senado Federal, em de dezembro de 2009. 
 Senadora Serys Slhessarenko Segunda 
 Vice-Presidente do Senado Federal,
 no exercício da Presidência
III Capitulo
3.1 - LOCAL DA PESQUISA
 Para que nossa pesquisa de campo nos referenciasse com maior amplitude, escolhemos uma Instituição do 3° Setor, ao qual recebe para desenvolvimento de seu projeto DIVAS – Auto estima da mulher na luta contra o câncer, 42 mulheres portadoras de neoplasia maligna (câncer), ao qual se tratam em distintas Instituições hospitalares, nos dando assim um maior parâmetro de atuação do Assistente Social com pacientes oncologicos.
 O Instituto Brasileiro do 3° Setor, esta localizado na Rua Ricardo Franco n° 197 no bairro do Imirim São Paulo Capital é uma instituição filantrópica, constituída no ano de 2012 foi fundada com objetivo de Prestar assistência social as pessoas que se encontram num processo de vulnerabilidade, pretendendo mensurar o atendimento a famílias, com objetivo de desenvolvimento global, e possibilitando contemplar o esporte, cultura, educação, saúde até a capacitação, buscando a sustentabilidade de um grupo e os mais sadios valores do sócio cultural: solidariedade, interação social, altruísmo, espírito ético tendo como rumo à conscientização dos princípios e a socialização do individuo.
No ano de 2014 Desenvolveram e implantaram em sua sede o Projeto ao qual intitularam de “DIVAS” com a finalidade de contribuição ao fortalecimento da Mulher portadora de câncer e o enfrentamento da doença, tendo como enfoque principal a autoestima em sua totalidade, proporcionando assim bem estar, motivação e a certeza de que não estão sozinhas. 
É oferecido;
Oficinas: automaquiagem, esmaltação e turbantes, para resgate da autoestima;
Cursos: maquiagem em módulos e artesanato com objetivo de capacita-las para o mercado de trabalho e que possam colaborar com a composição de renda familiar;
Terapias alternativas: Reik, cromoterapia, massagens relaxantes para combate ao stress;
Terapias em grupo: roda de conversas onde a troca de experiências e vivencias pós diagnostico tem grande contribuição para o fortalecimento psicológico; 
Palestras: nutrição e saúde bucal;
Fisioterapia;
Eventos: para interação da família; 
Orientação jurídica.
O projeto não possui nenhum tipo de patrocínio Governamental para seu desenvolvimento, contando apenas com a solidariedade humana e amor ao próximo para o envio de material e mão de obra qualificada. 
 3.2 – Resultados da pesquisa de Campo:
A pesquisa foi realizada no Instituto Brasileiro do Terceiro Setor, com mulheres que participam do “Projeto Divas” - Auto estima da mulher na luta contra o câncer. Foram entrevistados 21 (mulheres), entre 18 a 81 anos, que se tratam de neoplasia maligna em distintas instituições Hospitalares 
1° Gráfico – idade – naõ entendi, escolaridade?
De 18 a 35 anos 4
De 35 a 81 anos 17 
 Ao analisar a idade das portadoras de Neoplasia Maligna, foi constatado que incidência é visível na faixa etária acima de 35 anos.
2° Gráfico – Estado Civil
	Solteiras 05
Casadas 16
Verificamos que a incidência também é maior em mulheres casadas. 
3° Gráfico – filhos
Com filhos 15
Sem filhos 06
 A pesquisa mostra que o câncer atinge mais mulheres que já tiveram 01 ou mais filhos.
4° Gráfico – Escolaridade Errado
Ensino:
Superior 6
Médio 10
Fundamental 5
Todas são alfabetizadas, e a maioria possui ensino médio completo.
5° Gráfico – Manifestação de câncer mais acometido 
Mama 16
Cabeça 2
Linfoma 1
Tireoide 1
Intestino 1
Confere estimativa do INCA, que o câncer que mais acomete as mulheres no mundo é o de Mama.
6° Gráfico - Tempo de diagnostico 
4 anos 2
2 anos 8
1 ano 4
11 meses 2
9 anos 1
9 meses 2
6 meses 1
5 meses 1
 Verificamos que a grande maioria foi diagnosticada com neoplasia maligna a mais de 1(um) ano.
7° Gráfico – Instituição Hospitalar
Nesta pesquisa foram entrevistadas; 
 5 pacientes do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho;
4 Pacientes do ICESP – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo;
2 Pacientes do Hospital Perola Baygton;
2 pacientes da Clinica Chronic Care;
1 Paciente do Hospital Helio Angotti;
1 Paciente do Hospital vila Nova Cachoeirinha;
1 Paciente do Hospital Vitoria;
1 Paciente Hospital e Maternidade Sacre Coeur;
1 Paciente A.C. Camargo.
 Com exceção do Hospital Helio Angotti que se localiza na cidade de Monte Carmelo, estado de Minas Gerais e Hospital São José do Rio Pardo, na cidade de São José do Rio Pardo interior de São Paulo, todos os demais estão localizados em São Paulo – Capital. 
8° Gráfico - Em tratamento Quimioterápico ou Radioterápico
	Sim 16
Não 05
 A pesquisa quando refere-se a quimioterapia, relaciona-se entre endovenosa ou oral, no caso da endovenosa após o termino de todas as aplicações o paciente continua em tratamento por via oral por alguns anos, pois também é preventivo. As entrevistadas que não estão em tratamento é por já terem feito todo tratamento endovenoso e terem rejeição a substancia da medicação via oral. 
9° Gráfico - Trabalho
Sim 12
Não 08
Aposentada 01
Podemos avaliar que a grande maioria das mulheres estava trabalhando quando obtiveram o diagnostico do câncer.
10° Gráfico – Direitos
Sim 16
Não 05
Neste gráfico analisamos se a portadora de neoplasia Maligna conhece seus direitos. Ficou claro que sim, porem grande parte conhece um ou dois, nem sabendo da existência do restante.
11°Gráfico - Direitos RequisitadosSim 15
Não 06
Avaliamos que as mulheres que requisitaram seus direitos, a grande maioria foi o bilhete de transporte publico e o saque do FGTS.
12° Gráfico – Atendimento Medico Satisfatório
Sim 17
Não 04
Verificamos que a questão da confiabilidade entre médicos e pacientes é bem estabelecida, poucos casos se manifestaram ao contrario.
13° Gráfico – Reclamações sobre atendimento Hospitalar
Sim 13
Não 08
 Com relação ao atendimento geral da Instituição Hospitalar ou clinica a qual as pacientes fazem o acompanhamento e tratamento para o câncer, notamos que mais que 60% sentem-se insatisfeitas, relatando a falta de humanização pelo tempo de espera para consultas, exames e tratamento quimioterápico ou radioterápico em ambientes aglomerados e falta de informações. 
14° Gráfico – Acompanhamento Familiar
Sim 19
Não 02
 Quase que unanime a presença familiar para o enfrentamento da doença, os familiares se revezam para o acompanhamento as consultas, exames e apoio diário.
15° Gráfico – Tempo para se conseguir o Laudo
	3 anos 01
2 anos 01
1 ano 02
11 meses 01
06 meses 02
05 meses 01
04 meses 04
03 meses 05
02 meses 02
01 mês 02
 
Nesta pesquisa pudemos verificar que a demora em se conseguir consultas na rede publica, levaram as pacientes a fazerem exames e consultas no particular ou convênios para se chegar ao laudo e assim iniciarem o tratamento.
16° Gráfico – Contribuição do Serviço Social
Sim 10 
Não 11
Podemos verificar que as mulheres que se tratam em convênios médicos, não obtiveram contato com o Serviço Social e nem ao menos sabem se há na instituição. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 No presente trabalho de conclusão de Curso (TCC), nossa atenção é toda direcionada ao tema intitulado como “Atuação do Serviço Social com Pacientes Oncologicos”.
Para tanto, nos aprofundamos em nossos estudos a fim de entendermos o que é o câncer e suas consequências, que de forma inesperada são introduzidas no cotidiano da pessoa acometida pela doença e também de seus familiares. Todos são arrebatados por um choque inevitável, onde o medo, insegurança e a busca por respostas são palavras chaves neste ponto de suas existências.
A família mesmo necessitando de cuidados para o enfrentamento é protagonista no apoio, fortalecimento interior e aceitação do paciente.
O profissional de Serviço Social que é também regulamentado como profissional da saúde e com participação ativa em equipes interdisciplinares, reforça as noções de cidadania, direitos a saúde e demais politicas sociais. É um elo entre equipe e paciente, utilizando todo seu conhecimento teórico e pratico sempre pautado em seu código de ética de forma evolutiva para o tratamento.
É necessário enfatizarmos que, o Serviço Social deve ultrapassar a estrutura institucional para que suas ações contribuam de forma evolutiva ao tratamento do paciente oncologico, que não deve ser visto apenas no aspecto biológico mais também no social, cultural e psicológico.
Para se ter melhor parâmetro e clareza sobre a atuação do Serviço Social na oncologia, se fez necessário a pesquisa de campo, a qual contribui consideravelmente para nossa atuação.
Entendemos os avanços alcançados para profissão de Assistente Social na área da saúde, a importância de suas intervenções e a necessidade do profissional critico, consciente e participativo, baseada no conhecimento da realidade com autonomia em suas ações.
Conforme Resolução CEFESS 273/1993 art. 2 letra h. “autonomia ao exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com suas atribuições, cargos ou funções.”
Seguindo este contexto, observamos que o Sistema Único de Saúde apesar se ser reconhecido como modelo em todo o mundo, o mesmo vem sofrendo um atrofiamento ou sucateamento pela baixa destinação de recursos públicos ao orçamento de saúde, fazendo com que ocasione a falta de recursos materiais e profissionais, inserindo uma sobrecarga de trabalhos burocráticos administrativos ao assistente social que por se tratar de um profissional institucionalizado, ou seja, trabalhador assalariado, que exerce uma relação de compra e venda da força de
Trabalho acaba tendo um engessamento de suas ações.
 No campo das Instituições privadas, ou seja, nos convênios médicos nos deparamos com situações ainda mais gritantes, quando observamos que alguns pacientes entrevistados nem ao menos sabiam da existência do profissional de serviço Social nas Instituições onde se tratam do câncer, as enaltecem pelo rápido atendimento, ficando claro que essa agilidade se dá pelo fato dos pacientes serem vistos apenas como um numero, sem nenhuma intervenção ou apoio de uma equipe capacitada para o enfrentamento.
 Também observamos que mesmo nossa Constituição Federal de 1988, enaltecida por considerar que a saúde e direito de todos e dever do estado e seus avanços como a lei 12732/12 que estipula prazo de 60 dias para inicio do tratamento contra o câncer após laudo, se mostra insuficientes, precária e fragilizada na burocracia imposta pelo Sistema Único de Saúde, onde este direito tem sido fraudado devido a demora para se conseguir o atendimento.
 A dificuldade de acesso a saúde para se alcançar o laudo que é emitido pelos Médicos Oncologistas após uma serie de exames, poderá colocar em risco a vida do paciente, nos fazendo entender a necessidade de mais politicas publicas relacionadas a esta questão, onde os atendimentos iniciais e laudo devem ser emitidos nos postos de saúde e prevenção continuada nas Instituições de referencia ao câncer. 
O desafio proposto de construir este trabalho se deu para mostrar a amplitude de atuação do serviço social em oncologia, sua importância na prevenção, assistência, cuidados paliativos e relações familiares e assim enfatizar sua importância em equipe interdisciplinar contribuindo com um bom atendimento e intervenção, desde que se ultrapassem as estruturas institucionais que limitam suas escolhas.
	
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 	ANEXOS
São Mães	Não são Mães	15	6	
Ensino Fundamental	Ensino Medio	Ensino Superior	5	10	6	Cabeça	Mama	Linfoma	Intestino	Tireoide	2	16	1	1	1	11 meses	05 meses	02 anos	06 meses	04 anos	09 anos	01 ano	09 meses	2	1	8	1	2	1	4	2	
Inst. Dr. Arnaldo V.Carvalho	ICESP	Perola Baygton	Cronic Crase	Hospital Helio	Hosp. V. N. Cachoeirinha	Hospital Vitória	Clinica Sacre Cour	A C Camargo	3	4	3	2	1	1	1	1	1	
Sim 	Não	16	5	
Sim	Não	Aposentado	13	7	1	
Sim	Não	16	5	
Sim	Não	15	6	
Sim	Não	17	4	
Sim	Não	13	8	
Sim	Não	19	2	
11 Meses	06 Meses	03 Meses	03 Anos	04 Meses	05 Meses	02 Meses	1 Ano e 03 Meses	02 Anos	01 Ano	06 Meses	01 Mês	2	1	4	1	4	1	3	1	1	1	1	1	
Sim 	Não	10	11	
superior	Ensino médio	6	10	
Casadas	Solteiras	16	5

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