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TEMA As consequências a longo prazo da persistência da fuga de cérebros no Brasil

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Proposta de Redação 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos 
construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema 
“As consequências a longo prazo da persistência da fuga de cérebros no 
Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos 
para defesa de seu ponto de vista. 
 
TEXTO I 
Com queda de investimento em ciência e tecnologia, Brasil perde talentos para 
outros países 
Fenômeno chamado ‘fuga de cérebros’ tem impacto direto na economia e no futuro do 
país. No ranking dos que mais mantêm profissionais qualificados, o Brasil despencou 25 
posições de 2019 para 2020: passou da posição 45 para a 70. 
A área de ciência e tecnologia foi uma das que mais sofreram queda no volume de 
investimentos no Brasil. Isso tem levado os nossos pesquisadores a deixar o país. É a 
chamada "fuga de cérebros". 
No saguão dos aeroportos internacionais, está parte da nata da ciência brasileira, com 
passagem só de ida. Nos últimos dois anos, o país ganhou espaço na "exportação” de 
profissionais qualificados. Uma transação em que o Brasil só perde. 
“A parte mais criativa da vida de qualquer cientista é logo depois de se formar; ele está 
cheio de energia, cheio de ideias novas na cabeça e é muito frustrante para esses jovens 
não terem oportunidade no seu próprio país”, explicou Paulo Artaxo, professor do Instituto 
de Física/USP. 
De tanto olhar para o céu, o meteorologista Micael Amore Cecchini virou doutor em 
nuvens - estudo capaz de gerar milhões para a agricultura com previsões de chuva e 
estiagem certeiras. Sem lugar no Brasil, está de partida para os Estados Unidos com toda a 
bagagem. 
“Foram 15 anos estudando aqui, sempre 100% financiado pelo dinheiro público. Então, eu 
sinto uma obrigação de devolver para o país que me formou. Os concursos começaram a 
 
ser congelados e eu não consegui achar uma posição fixa para mim aqui. Então, eu tive 
que procurar fora do país”, afirmou o meteorologista e pós-doutorando. 
A emigração intelectual coincide com a redução do orçamento do Ministério da Ciência, 
Tecnologia e Inovações, que perdeu quase metade dos recursos de 2015 para 2016 e vem 
sofrendo mais cortes de 2019 para cá. 
Disponível em: <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/09/13/com-queda-de-investimento-em-ciencia-
e-tecnologia-brasil-perde-talentos-para-outros-paises.ghtml>. (Adaptado). 
 
TEXTO II 
Medo do desemprego ou de interrupção das bolsas 
Bem mais jovem, com 23 anos e cursando um mestrado, a geóloga Renata Leonhardt, 
formada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com estágio em empresas do 
setor petrolífero, igualmente partiu do Brasil em busca de melhores oportunidades e 
salários. Ela recebeu uma bolsa da Universidade de Saskatchewan, uma das 15 melhores 
universidades do Canadá em pesquisa. 
O medo de ficar desempregada depois de formada foi outro motivo que a levou a ir 
embora. "Até pouco tempo antes de me formar, o setor de óleo e gás ainda estava na 
expectativa de se recuperar da última crise", diz Renata. "Mas depois, as oportunidades na 
minha área ficaram um tanto escassas, mesmo para recém-formados que haviam 
estagiado anteriormente e buscavam contratação, como era o meu caso." 
O atual cenário político brasileiro também foi levado em conta por Renata em sua decisão. 
"Ele não está muito favorável para a ciência", explica. "Eu temia, por exemplo, ficar sem 
bolsa no meio do curso — algo que era crucial para que eu continuasse a pesquisa." 
Em agosto, o CNPq chegou a anunciar que havia risco de não pagamento dos seus mais de 
80 mil bolsistas a partir de outubro. Isso não ocorreu, no entanto. O governo conseguiu 
cumprir o compromisso. 
Essas também foram algumas das razões da bióloga Bianca Ott Andrade, formada pela 
Universidade Federal do Paraná (UFPR), para se mudar para o exterior, no caso, Estados 
Unidos, onde faz pós-doutorado, na Universidade do Nebraska-Lincoln. 
"No Brasil, eu tinha uma bolsa de pesquisadora de pós-doutorado, que ia se encerrar no 
final de 2019, mas havia grandes chances de ficar desempregada", conta. 
Além disso, contribuiu para a decisão de Bianca a atuação do atual governo nas áreas de 
ciência e educação, com menos incentivo ao ensino superior e a políticas ambientais. 
 
"Eu trabalho com ciência e educação, é isso o que eu amo, é o que eu sei fazer. Sinto que 
não tem espaço pra mim, pelo menos não agora. Decidi dar um tempo para minha 
cabeça." 
No caso de Gustavo Requena Santos, razões pessoais e profissionais se somaram para que 
ele decidisse se mudar para o exterior. 
"Sou casado com um americano e no final da minha bolsa de pós-doutorado na USP, em 
meados de 2017, ele obteve uma oferta de trabalho para voltar aos EUA e decidimos nos 
mudar", conta. 
"Entretanto esta não foi a maior razão pela qual saímos do Brasil. Foi uma oportunidade 
para mudarmos para um local com melhores condições e perspectivas para o futuro." 
Ele diz ainda que, como profissional, apesar de quase 10 anos de experiência em pesquisa, 
se sentia desvalorizado, sem benefícios ou vínculo empregatício. "O cenário ficou 
insustentável", explica. "Por isso, resolvi me mudar." 
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51110626>. (Adaptado). 
TEXTO III 
 
 
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51110626>. 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51110626
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51110626

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