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2 FACUMINAS - FACULDADES DE MINAS PABLO MIGUEL GONÇALVES GUEDES APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO DIREITO PENAL MILITAR SÃO JOSÉ DA SAFIRA-MG 2022 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO DIREITO PENAL MILITAR RESUMO: Este artigo tem como objetivo discutir a aplicação do princípio da insignificância no direito penal militar. Para tanto, o conceito do princípio e a importância da organização militar serão discutidos. Abordará o conceito de crime militar, demonstrando a importância do direito penal militar na proteção do estabelecimento militar e seus pilares disciplinares e hierárquicos e, por fim, demonstrando a divisão da hipótese sobre a probabilidade ou a limitação da doutrina de contravenção aplicável aos crimes militares tentados na instituição. PALAVRAS-CHAVE: Direito Penal. Insignificância. Crimes. ABSTRACT: This article aims to discuss the application of the principle of insignificance in military criminal law. For that, the concept of the principle and the importance of the military organization will be discussed. It will address the concept of military crime, demonstrating the importance of military criminal law in protecting the military establishment and its disciplinary and hierarchical pillars and, finally, demonstrating the division of the hypothesis on the probability or limitation of the misdemeanor doctrine applicable to attempted military crimes. in the institution. KEYWORDS: Criminal Law. Insignificance. crimes. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma discussão sobre a aplicação do princípio da insignificância no Direito Penal Militar, por causa de seu uso cada vez mais avançado como medida de política pública destinada a reduzir a privação da liberdade individual como a proporção final. Caminhamos, portanto, em direção ao valor da liberdade individual, aplicando cada vez mais o princípio da insignificância no ordenamento jurídico penal brasileiro, mas considerando a peculiaridade do crime militar, que afronta o estabelecimento militar infrator. O Supremo Tribunal Militar decidiu repetidamente que a aplicação do princípio foi rejeitada, não é suficiente para descartar a tipicidade do comportamento, especialmente no que diz respeito à porte de delitos de drogas, devido ao risco à hierarquia devido a esse comportamento disciplinar, segurança pública e o próprio estabelecimento militar. No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente decidido que o princípio da insignificância deve ser aplicado na justiça militar quando for cometido o crime de uso de entorpecentes previsto no artigo 290 do Código Penal Militar. Portanto, na jurisprudência, existe uma grande controvérsia sobre a aplicabilidade do princípio da insignificância no ordenamento jurídico. Para tanto, a pesquisa de referência destaca a doutrina e jurisprudência do Tribunal Superior, bem como a definição dos crimes militares e a aplicação deste princípio no âmbito da justiça militar, enfatizando o conceito do princípio da insignificância e os requisitos para sua aplicação. 2. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA O princípio da insignificância, também chamado de princípio da bagatela, foi adicionado por Claus Roxin na década de 1960. Ele entendia certos comportamentos a partir da ideia de direito legalicos, por não ser uma mínima, e não pertencer ao interesse em direito penal. Na hipótese de "inocente", Roxin consolidou o princípio irrelevante. Ou seja, não há crime que prejudique os jurídicos relacionados (NEVES, Cícero Robson Coimbra. STREIFINGER, Marcello, 2005, p. 41). No entanto, o Código Soviético de 1926 parece ter estipulado de alguma forma, a sua aplicação no Artigo 6º que "na verdade, não embora esteja de acordo com o caráter oficial estabelecido em certas disposições deste código, carece de perigoso devido à sua aparente insignificância e sem consequências prejudiciais” (SOUZA, Henrique Marini, 2008. p. 253). Um princípio fundamental do direito penal, juntamente com o princípio da irrelevância, o direito penal permite a caracterização de crimes denominados de pequenas coisas. O princípio da insignificância difere do princípio da irrelevância dos fatos criminais porque o primeiro leva à exclusão da tipicidade dos fatos, enquanto o segundo leva à isenção da aplicação da pena em casos específicos. No entanto, ambos permitem uma conclusão de que o crime é bagatelar. Portanto, nem todos os padrões típicos são punidos porque não são materialmente importantes relevantes. O dano aos bens jurídicos existe, mas é insignificante, e o direito penal moderno não permite penalidades para tal comportamento. Esse princípio traz a ideia de que o comportamento é proporcional à punição. Parece que o direito penal só deve intervir quando for absolutamente necessário. Ou seja, em caso de violação de interesses legítimos protegidos, buscar o direito penal de intervenção mínima, de forma a excluir do âmbito da proibição penal as ações que causem dano insignificante a interesses legítimos protegidos, somente quando for absolutamente necessário para proteger direitos legítimos, justificando o restringimento à liberdade. Luiz Flávio Gomes, citando Abel Cotejo, conceituou o princípio da insignificância como: O princípio, que permite a não perseguição de condutas socialmente irrelevantes, não só garante que a justiça seja mais frouxa ou menos sobrecarregada, como também permite que fatos triviais não se tornem uma vergonha para seus autores. Da mesma forma, abre uma porta para uma reavaliação da constituição e ajuda a punir o fato de que o crime é alto e deve ser punido, contribuindo assim para reduzir o nível de impunidade. A aplicação deste princípio pode fortalecer função judicial, porque deste não atenta aos menores fatos para cumprir o seu verdadeiro papel. Este não é um princípio de direito processual, mas um princípio de direito penal GOMES, (LUIZ FLÁVIO GOMES, APUD SOUZA, HENRIQUE MARINI, 2008, P.252-253). Como verdadeiro corolário do princípio da menor intervenção, o princípio da insignificância determina a razão de que o direito penal deve ser considerado como o último e, portanto, só aplicável quando necessário, ou seja, em casos graves e efetivos. Danos à propriedade legal protegida. Do lado material, o princípio da insignificância é visto como uma descaracterização do comportamento criminoso. Isso significa que os fatos são separados e são típicos, pois além da tipicidade formal, deve-se verificar que há uma análise do material de tipicidade, não apenas do comportamento dos dispositivos legais. Portanto, o princípio da insignificância ajuda a justificar que o direito penal só deve ser usado em casos extremos, como último recurso, levando-se em conta as mais recentes normas de política criminal para aliviar a carga sobre o sistema penal, portanto, daí uma justiça real e não apenas simbólica. Segundo a doutrina de Francisco de Assis Toledo (1991), o princípio da insignificância “por seita própria, direito penal, a natureza do fragmento está apenas dentro do escopo necessário para proteger interesses jurídicos, não deve se preocupar com bagatelas.” Para Zaffaroni e Piangeli (1997), o princípio insignificância seria a causa da atipicidade conglobante, pois entendem que a tipicidade só pode ser considerada pela norma, de modo que a menor ofensa aos bens jurídicos exclui a tipicidade. O princípio da insignificância de visto auxiliar o intérprete a excluir do âmbito da lei conforme as hipóteses consideradas triviais na análise dos tipos de crimes. Segundo Carlos Vinco Mañas (2006): Na elaboração dos tipos de penalidades, o legislador considera apenas os danos relevantes que podem ser causados à lei e à ordem social pelas ações envolvidas. No entanto, não há como impedi-los de serem casos leves. Para evitar essa situação, foi criado o princípio da insignificância, que, como instrumento interpretativo restritivo de um tipo de pena, tem um significado sistemático de crimepolítico, expressando a regra constitucional da inocência, e nada mais é do que revelar a subordinação do direito penal e fragmentação (MANÃS, CARLOS VINCO, APUD GRECO, 2006). A tipicidade da pena é necessária para a caracterização do tipo de pena, formada pelo tipo de pena chamada de tipicidade formal e tipicidade de fusão, esta última é uma combinação de relação antinormatividade e da relevância material. 3. CRIMES MILITARES De acordo com o artigo 124 da Constituição Federal, os juízes militares são responsáveis por julgar e processar crimes militares de acordo com a lei. O direito penal militar funciona não apenas para proteger os direitos legítimos mais relevantes da vida humana, integridade corporal, liberdade pessoal e sexual, mas também especialmente a administração militar, para garantir o funcionamento normal do exército estabelecimento militar. Portanto, é claro que é um ramo especializado do direito, proteger a disciplina e o serviço militar. Os crimes militares, justificados ou injustificados, são constituídos por fatos militares antijurídicos e assentam, portanto, num dualismo do crime e, portanto, têm estrita legalidade. Além de conduzir as investigações da Polícia militar, a polícia judiciária da Polícia militar também fornece elementos essenciais para o setor público militar elementos essenciais para o oferecimento de denúncias, realização de diligências e atividades como cumprimento de mandados de prisão. Cabe ao comandante, chefe e diretores da organização militar investigar os fatos e decidir se aplicará ação disciplinar ou iniciará uma investigação, ou ambas. Uma vez instaurada uma investigação, nenhuma autoridade pode decidir encerrá-la e deve ser encaminhada à justiça militar. No entanto, em caso de contravenção, um promotor militar pode abrir um processo, mas um juiz militar é obrigado a aprovar o caso. O direito penal militar aplica-se aos militares das forças armadas e será julgado pela Justiça Militar União. No entanto, isso não vai apenas julgar militares das forças armadas, também tem o direito de processar civis por crimes definidos pelo Código Penal Militar, como autor ou participante. Notadamente, o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar datam de 1969, antes da atual Constituição Federal (1988), portanto os termos devem ser lidos com atenção, sempre respeitando a constituição atualmente, ele está sendo punido por violar a dignidade humana. O Código Penal Militar não introduz o conceito de crime militar em sentido estrito, mas pode extrair do disposto no artigo 5º LXI da Constituição da República que determina um crime militar apropriado é um crime definido por lei. Este crime só pode ofensas cometidas por soldados, como deserção sob a seção 187 do Código punição militar. Geralmente, os crimes militares são crimes regulamentados apenas no Código Penal Militar. Embora esses crimes estejam apenas previstos na legislação militar, eles podem ser cometidos por civil. Um exemplo típico de crime militar é fornecido no art. artigo 241 do Código Penal Militar, furto de uso: Se o item for retirado para uso temporário, devolva-o imediatamente ou substitua-o em seu local original: Pena - detenção, até seis meses. Parágrafo único. A multa é reduzida pela metade se for um veículo motorizado e um terço se for um animal de sela ou de tiro (BANDEIRA, ESMERALDINO, APUD LOBÃO, CÉLIO, 2006, P. 82). As Infrações militares injustificadas são definidas no Código Penal, por exemplo, o crime de incêndio previsto no artigo 250 do Código Penal e artigo 268 do Código Penal Militar: Incêndio em local administrativo militar, colocando em risco a vida, o corpo ou os bens de outrem: Pena - prisão de três a oito anos. Iniciar um incêndio que coloque em risco a vida, a integridade física ou a propriedade de outras pessoas: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa (BANDEIRA, ESMERALDINO, APUD LOBÃO, CÉLIO, 2006, P. 82). Bandeira, Esmeraldino, apud Lobão, Célio (2006), diz que crime militar estritamente regulamentado são os que “consistem em violação específica e funcional da ocupação do soldado” e os crimes militares injustificados são aqueles “devidos à condição militar do delinquente, ou à natureza militar do fato, ou à natureza militar do local, ou, em última instância,” anomalias meteorológicas", "prejudicará a economia, serviço ou disciplina das forças armadas". O artigo 142 da Constituição da República, além de afirmar que as Forças Armadas são instituições permanentes organizadas segundo a disciplina e a hierarquia, enumera as suas atribuições, que incluem a defesa da pátria, a garantia dos deveres constitucionais, leis e ordens. Disciplina e hierarquia formam os pilares fundamentais do estabelecimento militar e são inclusive protegidos pela Constituição Federal como ferramenta preeminente de garantia desse binômio, regulamentações disciplinares para cada unidade ao invés do Código Penal Militar. Não há como negar a importância relativa da justiça militar na proteção de bens jurídicos da vida no quartel é mais preciosa, e a sua intervenção deve aparecer a um nível secundário, preservando para casos que vão além das infrações disciplinares, lembre-se de que os interesses de muitos têm precedência sobre os interesses pessoais, e a vontade do indivíduo dá lugar à necessidade de serviço. 4. DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO DIREITO PENAL MILITAR Por se tratar de uma justiça especializado, alguns autores como Cícero Coimbra Gomes e Marcelo Streifinger entende que a aplicação do princípio da insignificância merece alguma cautelosa, seu problema de aplicação não é pacífico (NEVES, Cícero Coimbra; STREIFINGER, Marcelo, 2005). Por um lado, o significado de compreender Sua inaplicabilidade, aliada a esse entendimento, inclui a negação de sua legitimidade. Alguns entendem que sua aplicação deve estar parcialmente dentro dos limites da justiça militar. Finalmente, alguns admitem que se aplica como qualquer outro princípio orientador. Para quem entende sua inaplicabilidade, principalmente no âmbito da justiça militar, com base no sistema militar, a saber: disciplina e hierarquia, com impunidade para quem não observar esses princípios básicos comportamento indisciplinado. A sua inaplicabilidade implica a necessidade de manter a “normalidade do estabelecimento militar” (NEVES, Cícero Coimbra; STREIFINGER, Marcelo, 2005). De acordo com esse entendimento, não importa se o comportamento é inútil ou não, a punição deve ser imposta para que se torne um exemplo e nunca mais aconteça. Quando se trata de aplicação local, o objetivo é manter a ordem militar, não a sanção pode ser mitigada aplicando o princípio da insignificância apenas aos seguintes sem comprometer o valor institucional. Para aqueles que o entendem como um princípio geral de direito, ele deve ser analisado caso a caso para verificar seus eventos legítimos no campo do crime militar. Em vários parágrafos, o Código Penal Militar aborda expressamente a possibilidade de aplicando o princípio da insignificância, isso deu origem à ideia de aceitar sua incidência. No caso de furto, por exemplo, esta disposição pode ser verificada, onde o artigo 240.º, n.º 1, estabelece que o legislador permite ao poder judiciário substituir a sanção administrativa pela sanção penal. Para Luiz Flávio Gomes (2009), esses dispositivos permitem aplicações Insignificante constitui exceção à norma expressa do ordenamento jurídico pátrio que não reconhece o princípio. Verifica se que o código penal militar reconheceu sua aplicação em diferentes momentos procede explicitamente do princípio da irrelevância traz a possibilidade de tratar os atos ilícitos como delitos puramente administrativos. Ao decidir que o ato deve ser punido apenas na esfera administrativa, as autoridades entendem que é capaz de resolver o conflito satisfatoriamente, portanto, reconhecimento dos aspectos subsidiários do direito penal. Portanto, com base em autorização legal, foi o magistrado que agiu de forma minimalista, fora do escopo o direitopenal é uma conduta insignificante. Com base nisso, como Miguel Reale (2009), diz que o princípio da insignificância não deve ser aplicado apenas nos casos previstos em lei, pois é um princípio geral de direito e é difícil manter sua inaplicabilidade, devendo, portanto, ser observado e aplicado também na justiça militar, pois se o legislador reconhece a possibilidade de sanções (muito menos impacto) é inconsistente com o não reconhecimento da aplicação do princípio da irrelevância para excluir a tipicidade de algum comportamento considerado irrelevante. No entanto, a doutrina liderada por Cícero Coimbra Neves e Marcelo Streifinger nega sua aplicação na justiça militar, alegando: […] Se a incluíssemos na lei militar, daríamos um poder inapropriado para quem aplica a lei, o poder legislativo. Além disso, encorajaremos o esquecimento da regularidade do estabelecimento militar, segundo o apoiamos, incentivamos a falência ao lidar com o princípio da menor intervenção prevenção geral ativa (NEVES, Cícero Coimbra; STREIFINGER, Marcelo, 2005. p. 43). Para esses estudiosos, na justiça militar, o princípio da inconsequência tem relativa aplicabilidade, cabendo ao magistrado aplicá-lo quando a lei permite que os magistrados invoquem questões mesquinhas a seu critério. Portanto, a competência dos juízes deve ser aplicada com bom senso, obedecendo aos parâmetros trazidos pela lei. Ressalte-se que o regulamento disciplinar das forças armadas, permite não levar acusações criminais à justiça militar porque reconhece que as ofensas militares são um ponto negativo em relação às ofensas criminais. Este problema pode ser constatado a partir do disposto nos artigos 8º e 9º do regulamento disciplinar da aviação. Como acontece, em alguns casos, algumas violações disciplinares podem levar a caracterizar crimes militares. Alguns entendem que de acordo com a Lei 11.343/2006, insignificante na posse ou uso de pequenas quantidades de substâncias entorpecentes. Mas não é isso que está consolidado na jurisprudência do Supremo Tribunal Militar. corte federal. O Supremo Tribunal Federal já sustentou diversas vezes que o princípio da desimportância não se aplica no âmbito do direito penal militar, pois o número da desimportância penal não corresponde à importância do estabelecimento militar. Se o direito penal for usado em conjunto com o direito administrativo disciplinar, o direito penal funcionará em sua forma mais branda, resultando em um estigma maior, pois o autor não ficará preso e poderá aplicar-se a ele um benefício, a ideia de que o direito penal é "fraco" diante da impunidade. Ao atuar apenas no campo da disciplina administrativa, o infrator poderá sofrer a ação disciplinar, podendo aplicar-se a punição mais severa, ou seja, soldados dispensados. No entanto, a lei penal não se aplica a ele. A ideia aqui é que a punição é severa, mas pode ser pior se a lei criminal entrar em ação. É esse tipo de pensamento que deve prevalecer. O princípio da proporcionalidade não está expressamente consagrado na Constituição da República, mas pertence à sua estrutura normativa, baseada em outros princípios de um conceito da constituição devem ser interpretados com base na proporcionalidade. Considerando que a doutrina da banalidade é uma razão supralegal para a exclusão de crimes, sua aplicabilidade na justiça militar tem sido discutida diversas vezes. Em uma democracia constitucional regida pela lei, o Judiciário assume o papel de guardião da justiça e, portanto, tem o poder de atuar como intérprete da lei com proporcionalidade, caso alguma intemperança jurídica precise ser corrigida. A Justiça de São Paulo reconheceu a incidência dos seguintes princípios De acordo com o Código Penal Militar, certas penas são pouco significativas quando há autorização expressa para desqualificar uma infração disciplinar. A questão da aplicação do princípio da insignificância foi apreciada em diversas ocasiões pelo Superior Tribunal Militar, o que tendeu a não ser respeitado nos casos em que a própria lei penal militar reconheceu expressamente a sua aplicação. No entanto, isso não foi pacífico, pois em alguns casos o Supremo Tribunal Militar reconheceu sua aplicação. Como princípio geral de direito que deve ser seguido, está incluído na justiça militar. No que diz respeito aos delitos de entorpecentes, o Supremo Tribunal Federal já considerou em vários acórdãos que a quantidade da substância é irrelevante para sua configuração, pois este é um crime perigoso, e é trivial negar o ato. Pelo crime de apropriação indébita de recursos públicos, o Supremo Tribunal Federal negou a aplicação do princípio da contravenção fundada no interesse nacional, na moral, na integridade administrativa etc., ou seja, o dano não é avaliado pelo aspecto hereditário, mas pelos valores éticos e morais inerentes à administração pública. Portanto, parece haver indicação no Supremo Tribunal Federal de que ao aplicar Código Penal Militar, mas esse entendimento não é pacífico. No julgamento do HC 92961/SP, o relator reconheceu o princípio da insignificancia de que um soldado foi flagrado fumando cigarros de maconha e levando consigo três bastões de maconha em um quartel militar. Para o Relator, o significado da aplicação do princípio da insignificância é que o militar atende aos requisitos da natureza objetiva de autorizar sua aplicação e também se fundamenta no princípio da dignidade da pessoa humana (BRASIL, 2008). No entanto, parece ser uma situação excepcional em que o soldado esteve afastado do posto por várias horas para ajudar seu filho que estava no hospital de emergência. A exclusão da ilegalidade em situações críticas poderia se aplicar aqui, mas o Relator reconheceu a existência de conduta irrelevante devido ao baixo nível de objeção a ela. É importante ressaltar que o Código Penal Militar não prevê expressamente a aplicação de dispositivos insignificantes, o que é crime estritamente militar, e essa situação é novidade, pois o princípio da banalidade não esteve na justiça militar antes deste ser. aplicável. Para Ronaldo João Ross (2004), a aplicação do princípio da insignificância pode melhorar os serviços da Polícia Judiciária Militar, para que as autoridades militares não deixem de aplicar o regulamento disciplinar, e a aplicação do Direito Penal Militar àqueles prescritos pela Diplomática Administrativa. Disciplina não é suficiente para passar no devido as sanções são proporcionais para suprimir este fato. Do exposto, fica claro que a aplicação do princípio da insignificância será ou não aplicar caso a caso, respeitando sempre as fundações do quartel, com base na disciplina e hierarquia exigidas à manutenção do estabelecimento militar. 5. CONCLUSÃO O presente trabalho abordou o princípio da insignificância e o conceito de crime militar. Este trabalho explica primeiramente o que é o princípio da insignificância, por meio dele a origem histórica e o desenvolvimento da doutrina brasileira de sua aplicabilidade Princípios de direito penal. Em seguida, analisou a atribuição da investigação de crimes militares em serviço ativo. Por fim, tentamos entender como se aplica o princípio da insignificância, o direito penal militar, dada sua especificidade para o direito penal brasileiro, traz informações sobre o entendimento doutrinário e jurisprudencial do tema. O objetivo deste trabalho não é articular a posição do tribunal, mas mostrar os fundamentos que levam à aplicação ou não desse princípio na justiça militar. Como pode ser visto em todos os itens acima, o assunto é complexo e não há um entendimento único. Uma análise detalhada deve ser realizada para determinar a viabilidade de aplicação do princípio acima. No entanto, o Código Penal Militar, embora remonte à década de 1960, parece ter se mostrado progresso na previsão da probabilidade de aplicação do princípio da trivialidade certas circunstâncias. No entanto, parece haver um limite para crimes para os quais não existe tal previsão legal, o que é contrário aos princípios geraisdo direito. O medo da inaplicabilidade da pesquisa insignificância é a proteção da disciplina e Hierarquia, valores que não devem ser afetados, mesmo pela presença de ferramentas da proteção efetiva, ou regulamentos disciplinares, podem sancionar violações dos princípios do quartel, o que pode levar à expulsão ou expulsão por violações dos princípios do quartel. quebrar o habitual. Portanto, o que o presente trabalho buscou uma reflexão sobre a aplicação do princípio insignificância das mentes dos mais eminentes trabalhadores legais Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. 6. REFERENCIAS BANDEIRA, Esmeraldino, apud LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. Brasília: Brasília Jurídica, 2006. p. 82. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Organização Luiz Flávio Gomes. São Paulo: RT, 2009. BRASIL. Supremo Tribunal Federal. 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ZAFFARONI e PIERANGELI, 1997.p. 564-565, apud ROCHA, Sandro Caldeira Marron, Argumentação Defensiva – Teses de defesa no Direito Penal. Rio de Janeiro: SC, 2009.