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N1 - Gestão do orçamento Público

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Gestão do orçamento Público - N1
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Leia o trecho a seguir: "John Maynard Keynes (1883-1946) trouxe contribuições aos
campos metodológicos, colocando ordem nos conceitos básicos da contabilidade nacional;
teórico, ao dissecar o funcionamento da economia na ausência do 'leiloeiro' walrasiano; e
normativo, propondo a utilização da política fiscal compensatória, na qual pregava o
aumento do déficit público em épocas de recessão e a geração de superávits diante de
ameaças de inflação. Essas contribuições deram base de sustentação à economia
moderna, deflagrando, assim, uma revolução na teoria econômica, ao discordar dos
pressupostos da ortodoxia clássica". MATIAS-PEREIRA, J. Finanças públicas. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 2017. p. 54.
Esta atividade avaliativa procura explorar as possibilidades de atuação do gestor público em
uma conjuntura pouco favorável, em decorrência de uma crise econômica, com o aumento
da dívida pública e limitações na Constituição para o avanço nos investimentos públicos,
considerando possíveis diferenças entre gastos correntes e investimentos públicos. Assim,
conforme o Estudo de Caso, imagine que você, estudante, atue como gestor público
responsável pela tomada de decisão acerca dos rumos dos gastos públicos do Brasil.
Explique, de forma sucinta, como evitar o avanço da dívida pública e, ao mesmo tempo,
como atuar com uma medida anticíclica capitaneada pelo Estado.
É fato que o setor público está sempre presente em qualquer debate sobre
economia em decorrência do seu tamanho e da sua importância para o bom funcionamento
da economia ao longo do tempo. Contudo, nas últimas décadas, além da presença do setor
público, ampliou-se a relevância da boa gestão dos recursos públicos, aumentando a
eficiência e a eficácia.
O financiamento da saúde pública brasileira sofre com a escassez dos recursos,
criando uma dificuldade de administração para os gestores da saúde pública e, assim,
agrava-se pela falta de materiais de trabalho na rede de atenção básica e na rede de saúde
em toda sua extensão.
Uma vez que a dívida pública pode chegar a 100% do PIB neste ano, há quem diga
que o drama não é o patamar alto, mas a percepção de que ela poderia estar em rumo
explosivo, sendo fundamental estabilizar tal relação. Com exceção de quem é adepto do
darwinismo social, ninguém discorda da necessidade de o governo sustentar a economia
diante do extraordinário desafio que enfrentamos. Por razões humanitárias, principalmente
durante a pandemia, devemos gastar o que for necessário na saúde e na rede de
sustentação dos mais necessitados. Temos que evitar o desemprego em massa que
decorreria de recuperações judiciais e falências, apoiando pequenas e médias empresas e
setores específicos. Há o apoio na forma de empréstimos com garantia do Tesouro, como o
Brasil tem feito, e o apoio direto através de pagamentos a fundo perdido de parte
substantiva da folha salarial, como em alguns outros países. A proporção entre pagamentos
a fundo perdido e empréstimos com garantias do Tesouro varia de país para país, assim
como o total da ajuda. Alguns países fazem mais e melhor que outros, mas no mundo todos
os governos estão tendo que se endividar para sustentar suas economias. A pergunta se
impõe: qual nosso futuro com um grau de endividamento tão elevado? Há quem argumente
que o governo pode facilmente pagar essa dívida vendendo ativos. Simples de falar,
simples de contar -R$ 1 trilhão viria da venda de ativos imobiliários, outro trilhão da venda
de estatais e mais R$ 1,5 trilhão da venda de reservas internacionais-, mas pura fantasia na
prática. E se o déficit público for muito grande, o efeito da venda de ativos será apenas
temporário, porque a dívida vai voltar a crescer mais cedo ou mais tarde. O drama não é o
patamar da dívida, mas sim a percepção de que possa estar numa trajetória explosiva. É a
perspectiva de um crescimento descontrolado da dívida/PIB que erode a confiança no
nosso futuro, afugenta o investimento privado, aumenta a percepção de risco do país e leva
à depreciação exagerada da moeda nacional. A dívida/PIB é estável se a dívida e o PIB
crescerem na mesma velocidade. O valor da razão não se altera quando o numerador e o
denominador crescem na mesma proporção. A reforma da Previdência foi aprovada em
julho do ano passado graças ao empenho do presidente da Câmara, e o governo Bolsonaro
entrou em estado de letargoa desde então. Seus projetos de reforma administrativa e de
reforma tributária, se é que existem, nunca foram enviados ao Congresso. A última reforma
adminstrativa de envergadura que fizemos foi em 1998, ainda no governo Fernando
Henrique Cardoso; a reforma tributária que avança no Congresso foi iniciativa do próprio
Congresso. A abertura se limitou a completar o acordo do Mercosul com a União Europeia,
um acordo que já nasceu velho e que dificilmente será ratificado pela Comunidade Europeia
por causa da nossa horrenda postura face ao meio ambiente. A privatização foi um fiasco: o
feito disfuncional da presença das grandes estatais continua firme e forte. A educação
pública, o segredo do nosso futuro, está sendo gerida pelo pior ministro da nossa história.
Pouco surpreende que o crescimento de 2019 tenha sido anêmico. Sem a Covid-19, talvez
tivéssemos tido uma recuperação cíclica que nos levasse a 2% de crescimento neste ano,
mas para aumentar nosso crescimento de longo prazo precisamos tornar a economia mais
produtiva. É só assim que os pobres e desesperançados terão uma vida material melhor, e
de quebra resolveremos o problema de tornar uma dívida pública de 100% sustentável.
Sendo assim, é possível concluir que o setor público tem o papel de auxiliar o
crescimento e desenvolvimento econômico ao longo do tempo juntamente com algumas
medidas impressindíveis como boa gestão, governança pública, princípios e leis. No
entanto, às vezes é necessária a intervenção do Estado adotando medidas de aumento nos
seus gastos, de forma controlada, para impedir uma trajetória negativa persistente, o que
pode ser necessário modificar leis ou condutas para que seja possível voltar ao crescimento
econômico.

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