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PROC DO TRABALHO 1 FASE

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PROCESSO DE TRABALHO 
PROF.ª CLEIZE KOHLS 
 
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PROCESSO DO TRABALHO 
PROF.ª CLEIZE KÖHLS 
SUMÁRIO 
01. Organização, competência, aplicabilidade do cpc e princípios do processo 
do trabalho .......................................................................................................................................................... 2 
02. Partes e procuradores, atos processuais e processo de conhecimento ...... 29 
03. Provas, alegações finais, sentença e processo de conhecimento .................... 55 
04. Recursos ..................................................................................................................................................... 74 
05. Liquidação de sentença, execução e procedimentos especiais ....................... 101 
 
 
01. Organização, competência, aplicabilidade do cpc e princípios 
do processo do trabalho 
 
1. ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 A Justiça do Trabalho, como justiça especializada, é aquela que possui 
competência para apreciar as demandas trabalhistas. 
 Mas, antes de estudarmos a sua competência, vamos analisar como ela 
está organizada. 
1.1. Órgãos que compõe a Justiça do Trabalho – art. 111 da CF 
a) Tribunal Superior do Trabalho –TST (Brasília): 27 ministros, escolhidos entre 
brasileiros com mais de 35 anos e menores de 65 anos, nomeados pelo 
Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado 
Federal. É composto pelo Tribunal Pleno, Órgão especial, Seção Especializadas 
em Dissídios Coletivos, Seção Especializada em Dissídios Individuais e Turmas. 
b) Tribunais Regionais do Trabalho – TRTs (região): no mínimo 7 juízes 
recrutados e nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros com 
mais de 30 e menos de 65 anos. 
 
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c) Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho); 
Assim: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
Na CLT e nos Regimentos internos estão definidas as competências 
internas dos Tribunais. 
Juiz de Direito pode apreciar as demandas nas localidades onde não haja 
vara do trabalho. Nesse sentido é o que dispõe o art.112 da CF: A lei criará varas 
da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua 
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal 
Regional do Trabalho. 
 
1.2. Varas do Trabalho 
Conforme art. 652 da CLT, compete às Varas do Trabalho: 
a) conciliar e julgar: 
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de 
empregado; 
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo 
de rescisão do contrato individual de trabalho; 
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro 
seja operário ou artífice; 
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho; 
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o 
Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho; 
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 
TST
TRT
Vara
 
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c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; 
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; 
e) (Suprimida pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944) 
f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de 
competência da Justiça do Trabalho. 
E, nos termos do Art. 653 da CLT, compete, ainda, às Juntas de Conciliação 
e Julgamento: 
a) requisitar às autoridades competentes a realização das diligências 
necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, representando 
contra aquelas que não atenderem a tais requisições; 
b) realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
c) julgar as suspeições arguidas contra os seus membros; 
d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; 
e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas; 
f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras 
atribuições que decorram da sua jurisdição. 
Ademais, nos termos do art. 659 da CLT, competem privativamente aos 
Presidentes das Juntas, além das que lhes forem conferidas neste Título e das 
decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuições: 
I - presidir às audiências das Juntas; 
II - executar as suas próprias decisões, as proferidas pela Junta e aquelas cuja 
execução lhes for deprecada; 
III - dar posse aos vogais nomeados para a Junta, ao Secretário e aos demais 
funcionários da Secretaria; 
IV - convocar os suplentes dos vogais, no impedimento destes; 
V - representar ao Presidente do Tribunal Regional da respectiva jurisdição, no 
caso de falta de qualquer vogal a 3 (três) reuniões consecutivas, sem motivo 
justificado, para os fins do art. 727; 
 
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VI - despachar os recursos interpostos pelas partes, fundamentando a 
decisão recorrida antes da remessa ao Tribunal Regional, ou submetendo-os à 
decisão da Junta, no caso do art. 894; 
VII - assinar as folhas de pagamento dos membros e funcionários da Junta; 
VlIl - apresentar ao Presidente do Tribunal Regional, até 15 de fevereiro de cada 
ano, o relatório dos trabalhos do ano anterior; 
 IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações 
trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos 
parágrafos do artigo 469 desta Consolidação. 
X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações 
trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, 
suspenso ou dispensado pelo empregador. 
 
1.3. Tribunais Regionais do Trabalho 
O Art. 678 da CLT diz que aos Tribunais Regionais, quando divididos em 
Turmas, compete: 
I - ao Tribunal Pleno, especialmente: 
a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos; 
b) processar e julgar originariamente: 
1) as revisões de sentenças normativas; 
2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos; 
3) os mandados de segurança; 
4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de 
Conciliação e Julgamento; 
c) processar e julgar em última instância: 
1) os recursos das multas impostas pelas Turmas; 
2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos 
juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus 
próprios acórdãos; 
 
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3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos 
na jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre 
aqueles e estas; 
d) julgar em única ou última instâncias: 
1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus 
serviços auxiliares e respectivos servidores; 
2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer 
de seus membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus 
funcionários. 
 
II - às Turmas: 
a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a; 
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias 
de recursos de sua alçada; 
c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência 
jurisdicional, e julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes 
de direito que as impuserem. 
Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal 
Pleno, exceto no caso do item I, alínea "c", inciso 1, deste artigo. 
 
1.4. Tribunal Superior do Trabalho 
Conforme art. 111 - A da Constituição, o Tribunal Superior do Trabalho 
compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais 
de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber 
jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após 
aprovação pela maioria absoluta do SenadoFederal, sendo: 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos 
de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
 
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II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da 
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
 Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do 
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais 
para o ingresso e promoção na carreira; 
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma 
da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da 
Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do 
sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, 
originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e 
garantia da autoridade de suas decisões. 
 
1.5. Competência material da Justiça do Trabalho 
 A competência material da Justiça do Trabalho está estabelecida no art. 
114 da Constituição. 
Respira, não pira e olha o artigo, 
pois ele é muito importante: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
 
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VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da 
relação de trabalho; 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
 VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e 
II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
 IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
 Denota-se que a sua competência abanca as demandas entre 
empregados e empregadores, mas não fica limitada a elas, podendo julgar 
demandas que envolvem penalidades administrativas (multas) impostas pelos 
órgãos de fiscalização e questões sobre representação sindical. 
Além dos artigos, temos que observar também os posicionamentos 
consolidados do TST e STF sobre o tema. 
Súmula 62 do STJ - Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de 
falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa 
privada. 
Súmula Vinculante 23 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do 
direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 
Súmula 363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de 
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. 
Súmula nº 392 do TST: Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da 
República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de 
indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, 
inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele 
equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do 
trabalhador falecido. 
Súmula nº 368 do TST: I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar 
o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, 
quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças 
 
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condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo 
homologado, que integrem o salário de contribuição. 
O Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade 
(ADI) 5326, entendeu que a competência é da Justiça comum para a 
autorização de trabalho de menor, pois o legislador, no ECA, determinou que 
o juiz da Infância e da Juventude fosse a autoridade judiciária responsável pelos 
processos de tutela integral dos menores. Assim, também dispõe a CLT: Art. 
406 da CLT - O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor o trabalho a que se 
referem as letras "a" e "b" do § 3º do art. 405: (...) 
Súmula nº 454 do TST: Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da 
contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem 
natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da 
CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do 
empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 
8.212/1991). 
Súmula nº 389 do TST. I - Inscreve-se na competência material da Justiça do 
Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização 
pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. II - O não-
fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do 
seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. 
Súmula nº 300 do TST. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações 
ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao 
cadastramento no Programa de Integração Social (PIS). 
Súmula nº 189 do TST. A Justiça do Trabalho é competente para declarar a 
abusividade, ou não, da greve. 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que cabe à Justiça 
Comum julgar processos decorrentes de contrato de previdência 
complementar privada. A decisão ocorreu nos Recursos Extraordinários (REs) 
586453 e 583050, de autoria da Fundação Petrobrás de Seguridade Social 
(Petros) e do Banco Santander Banespa S/A, respectivamente. A matéria 
 
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teve repercussão geral reconhecida e, portanto, passa a valer para todos os 
processos semelhantes que tramitam nas diversas instâncias do Poder 
Judiciário. 
EM RESUMO, podemos entender que a Justiça do Trabalho: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
T
E
M
 c
o
m
p
e
tê
n
ci
a
Relação de trabalho
Infração administrativa
Indenização por dano 
material e dano moral
Execução das 
contribuições sociais
Representação sindical
HC
HD
MS
Greve
N
Ã
O
 t
e
m
 
co
m
p
e
tê
n
ci
a
Crime
Servidor estatutário
Benefício (Inss)
Complementação De 
Aposentadoria 
Cobrança Ajuizada Por 
Profissional Liberal Contra 
Cliente.
Autorização de trabalho 
de menor.
 
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2. COMPETÊNCIA TERRITORIAL E ACORDOS EXTRAJUDICIAIS 
A competência territorial é estabelecida no art. 651 da CLT, que assim 
dispõe: 
 
 
Olho nesse artigo, pois ele é importante! 
Art. 651 CLT - A competência das Juntas de Conciliação e 
Julgamento é determinada pela localidade onde o 
empregado, reclamante ou reclamado, PRESTAR SERVIÇOS AO 
EMPREGADOR, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência 
será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o 
empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da 
localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste 
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, 
desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional 
dispondo em contrário. 
§ 3º - Em se tratando de empregador que promovarealização de atividades fora 
do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar 
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos 
serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Assim: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
2.1. Acordos extrajudiciais 
2.1.1. Comissão de Conciliação Prévia 
 As Comissões de Conciliação Prévia são comissões que podem ser 
instituídas nas empresas e nos sindicatos e que buscam conciliar as disputas 
entre empregados e empregadores. 
 Na CLT encontramos que: 
Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de 
Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados 
e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais 
do trabalho. Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo 
poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. 
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, 
no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: 
Competência 
territorial
Regra
Local da 
prestação dos 
serviços
Exceção
Agente/Viajante 
comercial
Empregador -
fora
 
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I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra 
metade eleita pelos empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo 
sindicato de categoria profissional; 
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes 
titulares; 
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, 
permitida uma recondução. 
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da 
Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do 
mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. 
Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua 
constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo 
coletivo. 
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à 
Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver 
sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. 
§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por 
qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada 
pelo membro aos interessados. 
§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao 
empregador declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de 
seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que deverá ser juntada à 
eventual reclamação trabalhista. 
§ 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do 
procedimento previsto no caput deste artigo, será a circunstância declarada na 
petição da ação intentada perante a Justiça do Trabalho. 
§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão 
de empresa e Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a 
sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido. 
 
 
 
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Muita atenção! 
Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo 
empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, 
fornecendo-se cópia às partes. 
Parágrafo único. O TERMO DE CONCILIAÇÃO É TÍTULO EXECUTIVO 
EXTRAJUDICIAL E TERÁ EFICÁCIA LIBERATÓRIA GERAL, EXCETO QUANTO ÀS 
PARCELAS EXPRESSAMENTE RESSALVADAS. 
Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para 
a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do 
interessado. 
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será 
fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-
D. 
Art. 625-G. O PRAZO PRESCRICIONAL SERÁ SUSPENSO a partir da provocação 
da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a 
partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo 
previsto no art. 625-F. 
2.1.2. Do Processo de Jurisdição Voluntária para Homologação de Acordo 
Extrajudicial 
 Conforme o art. 855-B da CLT, o processo de homologação de acordo 
extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo OBRIGATÓRIA A 
REPRESENTAÇÃO DAS PARTES POR ADVOGADO. 
 
Olho nesse artigo, pois ele é muuuito importante!!! 
As partes NÃO poderão ser representadas por advogado comum. 
 
E, faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua 
categoria. 
Também, segundo o art. 855-C, o acordo não prejudica o prazo 
estabelecido no § 6º do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da 
multa prevista no § 8º art. 477 desta Consolidação. 
 
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No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará 
o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença (Art. 
855-D, CLT). 
Sendo proferida sentença de não homologação do acordo – caberá recurso 
ordinário (art. 895, I da CLT). 
E, finalmente, consoante o art. 855-E, a petição de homologação de acordo 
extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela 
especificados. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do 
trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo. 
 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
3. FONTES E APLICABILIDADE DA CPC 
São fontes do Direito Processual do Trabalho: 
a) Lei: 
Constituição Federal 
Leis Processuais Trabalhistas 
Código de Processo Civil e Leis Processuais Civis 
b) Regimentos Internos dos Tribunais 
c) Costume 
d) Princípios 
e) Jurisprudência 
f) Equidade 
g) Doutrina 
 
Acordo na CCP
Feito na Comissão
É título executivo extrajudicial
Suspende a prescrição
Acordo Extrajudicial
Feito com advogados 
distintos 
Leva-se para homologação: 
título executivo judicial
Suspende a prescrição
 
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Conforme Art. 8º da CLT, as autoridades administrativas e a Justiça do 
Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o 
caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas 
gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com 
os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum 
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. 
Mas, o §2º refere que súmulas e outros enunciados de jurisprudência 
editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do 
Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar 
obrigações que não estejam previstas em lei. E, o §3º no exame de convenção 
coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará 
exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, 
respeitado o disposto no art. 104 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código 
Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia 
da vontade coletiva. 
 
3.1. Órgãos que compõe a Justiça do Trabalho – art. 111 da CF 
Conforme Art. 769 da CLT, nos casos omissos, o direito processual comum 
será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que 
for incompatível com as normas previstas na CLT. 
Para regulamentar a aplicação do CPC, o TST editou a Instrução Normativa 39, 
que diz: 
Art. 1° - Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e 
supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e 
desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do 
Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT 
e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015. 
§ 1º Observar-se-á, emtodo caso, o princípio da irrecorribilidade em 
separado das decisões interlocutórias, de conformidade com o art. 
893, § 1º da CLT e Súmula nº 214 do TST. 
 
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§ 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos 
trabalhistas, inclusive agravo interno e agravo regimental, é de oito 
dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 e art. 893 da CLT), exceto embargos 
de declaração (CLT, art. 897-A). 
 
Logo: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
Sem prejuízo de outros, NÃO se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão 
de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do 
Código de Processo Civil: 
I - art. 63 (modificação da competência territorial e eleição de foro); 
II - art. 190 e parágrafo único (negociação processual); 
III - art. 219 (contagem de prazos em dias úteis); 
IV - art. 334 (audiência de conciliação ou de mediação); 
V - art. 335 (prazo para contestação); 
VI - art. 362, III (adiamento da audiência em razão de atraso injustificado superior 
a 30 minutos); 
VII - art. 373, §§ 3º e 4º (distribuição diversa do ônus da prova por convenção das 
partes); 
VIII - arts. 921, §§ 4º e 5º, e 924, V (prescrição intercorrente); 
IX - art. 942 e parágrafos (prosseguimento de julgamento não unânime de 
apelação); X - art. 944 (notas taquigráficas para substituir acórdão); 
XI - art. 1010, § 3º(desnecessidade de o juízo a quo exercer controle de 
admissibilidade na apelação); 
OMISSÃO NA 
CLT
COMPATIBIL
IDADE CPC
 
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XII – arts. 1043 e 1044 (embargos de divergência); 
XIII - art. 1070 (prazo para interposição de agravo). 
 
Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE ao Processo do Trabalho, em face de 
omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam 
os seguintes temas: 
I - art. 76, §§ 1º e 2º (saneamento de incapacidade processual ou de irregularidade 
de representação); 
II - art. 138 e parágrafos (amicus curiae); 
III - art. 139, exceto a parte final do inciso V (poderes, deveres e responsabilidades 
do juiz); 
IV - art. 292, V (valor pretendido na ação indenizatória, inclusive a fundada em 
dano moral); 
V - art. 292, § 3º (correção de ofício do valor da causa); 
VI - arts. 294 a 311 (tutela provisória); 
VII - art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do ônus da prova); 
VIII - art. 485, § 7º (juízo de retratação no recurso ordinário); 
IX - art. 489 (fundamentação da sentença); 
X - art. 496 e parágrafos (remessa necessária); 
XI - arts. 497 a 501 (tutela específica); 
XII - arts. 536 a 538 (cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de 
obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar coisa); 
XIII - arts. 789 a 796 (responsabilidade patrimonial); 
XIV - art. 805 e parágrafo único (obrigação de o executado indicar 
outros meios mais eficazes e menos onerosos para promover a 
execução); 
XV - art. 833, incisos e parágrafos (bens impenhoráveis); 
XVI - art. 835, incisos e §§ 1º e 2º (ordem preferencial de penhora); 
XVII - art. 836, §§ 1º e 2º (procedimento quando não encontrados bens 
penhoráveis); 
 
19 
 
 
XVIII - art. 841, §§ 1º e 2º (intimação da penhora); 
XIX - art. 854 e parágrafos (BacenJUD); 
XX - art. 895 (pagamento parcelado do lanço); 
XXI - art. 916 e parágrafos (parcelamento do crédito exequendo); 
XXII - art. 918 e parágrafo único (rejeição liminar dos embargos à execução); XXIII 
- arts. 926 a 928 (jurisprudência dos tribunais); 
XXIV - art. 940 (vista regimental); 
XXV - art. 947 e parágrafos (incidente de assunção de competência); 
XXVI - arts. 966 a 975 (ação rescisória); 
XXVII - arts. 988 a 993 (reclamação); 
XXVIII - arts. 1013 a 1014 (efeito devolutivo do recurso ordinário - força maior); 
XXIX - art. 1021 (salvo quanto ao prazo do agravo interno). 
 
Alguns pontos importantes: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
DIFERENÇAS 
CLT CPC 
PRAZOS PARA RECURSOS 8 
DIAS 
PRAZOS PARA RECURSOS 15 DIAS 
AGRAVO DE INSTRUMENTO – 
DESTRANCA RECURSOS 
AGRAVO DE INSTRUMENTO – DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA 
CONTESTAÇÃO - AUDIÊNCIA 
CONTESTAÇÃO APÓS A AUDIÊNCIA – 15 
DIAS 
HONORÁRIOS DE 
SUCUMBÊNCIA 5%-15% 
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA – 10%-
20% 
DEPÓSITO PRÉVIO DA AÇÃO 
RESCISÓRIA – 20% 
DEPÓSITO PRÉVIO DA AÇÃO 
RESCISÓRIA – 5% 
EMBARGOS à EXECUÇÃO – 
GARANTIA DO JUÍZO 
EMBARGOS à EXECUÇÃO – NÃO 
PRECISAGARANTIA DO JUÍZO 
 
 
20 
 
 
Outros pontos importantes da IN 39: 
Art. 4° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que 
regulam o princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, 
no que vedam a decisão surpresa. 
§ 1º Entende-se por “decisão surpresa” a que, no julgamento final do 
mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar 
fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à 
audiência prévia de uma ou de ambas as partes. 
§ 2º Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz do 
ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o 
Direito Processual do Trabalho, as partes tinham obrigação de 
prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de 
admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo 
disposição legal expressa em contrário. 
Art. 5° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 356, §§ 
1º a 4º, do CPC que regem o julgamento antecipado parcial do 
mérito, cabendo recurso ordinário de imediato da sentença. 
Art. 6° Aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica regulado no Código 
de Processo Civil (arts. 133 a 137), assegurada a iniciativa também 
do juiz do trabalho na fase de execução (CLT, art. 878). § 1º Da 
decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I – na fase 
de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do art. 893, § 
1º da CLT; II – na fase de execução, cabe agravo de petição, 
independentemente de garantia do juízo; III – cabe agravo interno 
se proferida pelo Relator, em incidente instaurado originariamente 
no tribunal (CPC, art. 932, inciso VI). § 2º A instauração do incidente 
suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de 
urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC. Art. 21. 
Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data da sua 
publicação. In 41 Ficam revogados os art. 2º, VIII, e 6º da Instrução 
Normativa nº 39/2016 do TST. 
 
 
21 
 
 
Art. 7° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 332 do 
CPC, com as necessárias adaptações à legislação processual 
trabalhista, cumprindo ao juiz do trabalho julgar liminarmente 
improcedente o pedido que contrariar: I – enunciado de súmula 
do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho 
(CPC, art. 927, inciso V); II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de 
recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º); III - 
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de 
súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre direito local, 
convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, 
sentença normativa ou regulamento empresarial de observância 
obrigatória em área territorial que não exceda à jurisdição do 
respectivo Tribunal (CLT, art. 896, “b”, a contrário sensu). Parágrafo 
único. O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o 
pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência. 
Art. 8° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas dos arts. 976 
a 986 do CPC que regem o incidente de resolução de demandas 
repetitivas (IRDR). § 1º Admitido o incidente, o relator suspenderá o 
julgamento dos processos pendentes, individuais ou coletivos, que 
tramitam na Região, no tocante ao tema objeto de IRDR, sem 
prejuízo da instrução integral das causas e do julgamento dos 
eventuais pedidos distintos e cumulativos igualmente deduzidos 
em tais processos, inclusive, sefor o caso, do julgamento 
antecipado parcial do mérito. § 2º Do julgamento do mérito do 
incidente caberá recurso de revista para o Tribunal Superior do 
Trabalho, dotado de efeito meramente devolutivo, nos termos dos 
arts. 896 e 899 da CLT. § 3º Apreciado o mérito do recurso, a tese 
jurídica adotada pelo Tribunal Superior do Trabalho será aplicada 
no território nacional a todos os processos, individuais ou coletivos, 
que versem sobre idêntica questão de direito. 
 
22 
 
 
Art. 9º O cabimento dos embargos de declaração no Processo do 
Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 
897-A da CLT e, supletivamente pelo Código de Processo Civil (arts. 
1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo 
em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023). 
Parágrafo único. A omissão para fins do prequestionamento ficto a 
que alude o art. 1025 do CPC dá-se no caso de o Tribunal Regional 
do Trabalho, mesmo instado mediante embargos de declaração, 
recusar-se a emitir tese sobre questão jurídica pertinente, na forma 
da Súmula nº 297, item III, do Tribunal Superior do Trabalho. 
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo 
único do art. 932 do CPC, §§ 1º a 4º do art. 938 e §§ 2º e 7º do art. 1007. 
Parágrafo único. A insuficiência no valor do preparo do recurso, no 
Processo do Trabalho, para os efeitos do § 2º do art. 1007 do CPC, 
concerne unicamente às custas processuais, não ao depósito 
recursal. 
Art. 11. Não se aplica ao Processo do Trabalho a norma do art. 459 do 
CPC no que permite a inquirição direta das testemunhas pela parte 
(CLT, art. 820). 
Art. 12. Aplica-se ao Processo do Trabalho o parágrafo único do art. 
1034 do CPC. Assim, admitido o recurso de revista por um 
fundamento, devolve-se ao Tribunal Superior do Trabalho o 
conhecimento dos demais fundamentos para a solução apenas do 
capítulo impugnado. 
 Art. 13. Por aplicação supletiva do art. 784, I (art. 15 do CPC), o cheque 
e a nota promissória emitidos em reconhecimento de dívida 
inequivocamente de natureza trabalhista também são títulos 
extrajudiciais para efeito de execução perante a Justiça do 
Trabalho, na forma do art. 876 e segs. da CLT. 
Art. 14. Não se aplica ao Processo do Trabalho o art. 165 do CPC, salvo 
nos conflitos coletivos de natureza econômica (Constituição 
Federal, art. 114, §§ 1º e 2º). 
 
 
23 
 
 
Art. 15. O atendimento à exigência legal de fundamentação das 
decisões judiciais (CPC, art. 489, § 1º) no Processo do Trabalho 
observará o seguinte: I – por força dos arts. 332 e 927 do CPC, 
adaptados ao Processo do Trabalho, para efeito dos incisos V e VI do 
§ 1º do art. 489 considera-se “precedente” apenas: a) acórdão 
proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior 
do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; 
CPC, art. 1046, § 4º); b) entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; d) tese jurídica prevalecente 
em Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou 
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, 
art. 896, § 6º); e) decisão do plenário, do órgão especial ou de seção 
especializada competente para uniformizar a jurisprudência do 
tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal Superior do 
Trabalho. II – para os fins do art. 489, § 1º, incisos V e VI do CPC, 
considerar-se-ão unicamente os precedentes referidos no item 
anterior, súmulas do Supremo Tribunal Federal, orientação 
jurisprudencial e súmula do Tribunal Superior do Trabalho, súmula 
de Tribunal Regional do Trabalho não conflitante com súmula ou 
orientação jurisprudencial do TST, que contenham explícita 
referência aos fundamentos determinantes da decisão (ratio 
decidendi). III - não ofende o art. 489, § 1º, inciso IV do CPC a decisão 
que deixar de apreciar questões cujo exame haja ficado 
prejudicado em razão da análise anterior de questão subordinante. 
IV - o art. 489, § 1º, IV, do CPC não obriga o juiz ou o Tribunal a 
enfrentar os fundamentos jurídicos invocados pela parte, quando já 
tenham sido examinados na formação dos precedentes 
obrigatórios ou nos fundamentos determinantes de enunciado de 
súmula. V - decisão que aplica a tese jurídica firmada em 
precedente, nos termos do item I, não precisa enfrentar os 
fundamentos já analisados na decisão paradigma, sendo suficiente, 
 
24 
 
 
para fins de atendimento das exigências constantes no art. 489, § 1º, 
do CPC, a correlação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele 
apreciado no incidente de solução concentrada. VI - é ônus da 
parte, para os fins do disposto no art. 489, § 1º, V e VI, do CPC, 
identificar os fundamentos determinantes ou demonstrar a 
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do 
entendimento, sempre que invocar precedente ou enunciado de 
súmula. 
Art. 16. Para efeito de aplicação do § 5º do art. 272 do CPC, não é 
causa de nulidade processual a intimação realizada na pessoa de 
advogado regularmente habilitado nos autos, ainda que conste 
pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais 
sejam feitas em nome de outro advogado, se o profissional indicado 
não se encontra previamente cadastrado no Sistema de Processo 
Judicial Eletrônico, impedindo a serventia judicial de atender ao 
requerimento de envio da intimação direcionada. A decretação de 
nulidade não pode ser acolhida em favor da parte que lhe deu 
causa (CPC, art. 276). 
Art. 17. Sem prejuízo da inclusão do devedor no Banco Nacional de 
Devedores Trabalhistas (CLT, art. 642-A), aplicam-se à execução 
trabalhista as normas dos artigos 495, 517 e 782, §§ 3º, 4º e 5º do CPC, 
que tratam respectivamente da hipoteca judiciária, do protesto de 
decisão judicial e da inclusão do nome do executado em cadastros 
de inadimplentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO 
 
• Oralidade - prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade 
pressupõe outro princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto 
do juiz com as partes e com as provas. 
Localiza-se na CLT, art. 840, § 2º, 846, 848 e 850. 
 
• Pagamento imediato das parcelas salariais incontroversas - Impõe pesados 
encargos ao empregador que protela pagamento de verbas salariais 
incontroversas. O art. 467 da CLT manda pagar em dobro as verbas salariais 
incontroversas. 
Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo 
controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o 
empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do 
comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa 
dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por 
cento". 
 
 
26 
 
 
Lembrem-se: não é qualquer verba que se pode dobrar; apenas as de natureza 
jurídica salarial e, mesmo assim, se incontroversas. Aviso prévio, férias, 13º salário, 
FGTS, vale-transporte, seguro-desemprego, horas extras não têm natureza 
salarial, e, portanto, não se dobram. 
• Irrecorribilidade das interlocutórias - visa impedir, tanto quanto possível, 
interrupções da marcha processual; motivadas por recursos opostos pelas 
partes das decisões do juiz. A matéria fica imune à preclusão, sendo 
apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da celeridade 
processual. 
Localiza-se na CLT, arts. 799, § 2º e 893, § 1º. 
Art. 893, § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio 
Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das 
decisões interlocutórias somente em recursos da decisão 
definitiva. 
• Celeridade - Significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, 
juízes, auxiliares, perito, intérprete,testemunhas etc.) devem agir de modo a 
que se chegue rapidamente ao deslinde da controvérsia com o menor 
dispêndio de atos, energia e custo e com o maior grau de justiça e de 
segurança na entrega da prestação jurisdicional. 
Localiza-se na CLT, arts. 765, 768 (nos casos de falência) e 843 a 852. 
 
• Protecionismo temperado: para alguns trata-se na verdade do princípio da 
igualdade substancial. No processo do trabalho encontramos situações em 
que o legislador estabeleceu especial proteção ao trabalhador, como no caso 
de depósito recursal, na fixação da competência territorial, entre outros. 
• Informalidade: o processo do trabalho é menos burocrático que o processo 
comum, buscando uma linguagem mais acessível, e atos mais simples, como 
por exemplo com a possibilidade de petição inicial e contestação verbal, 
comparecimento das testemunhas independentemente de intimação, entre 
outros. 
 
27 
 
 
• Conciliação – tradicionalmente a Justiça do Trabalho é conhecida por ser uma 
justiça que busca a conciliação. E, tal objetivo está estampado no art. 764 da 
CLT que refere que: “Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à 
apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação” 
• Majoração dos poderes do juiz: Em alguns artigos a CLT autoriza o juiz a dotar 
medidas que entender necessário, como no art. 765, que refere que: Os Juízos 
e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão 
pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas. E, também se observa essa majoração na 
possibilidade de iniciar o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica e a execução, de ofício, quando a parte não estiver representada por 
advogado. 
• Função social do processo do trabalho: Busca-se um processo célere, justo e 
confiável, sendo que o art. 8º da CLT, destaca que: “As autoridades 
administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou 
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por 
equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do 
direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito 
comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou 
particular prevaleça sobre o interesse público”. 
• Princípio da normatização coletiva: advém da possibilidade da Justiça do 
Trabalho cria, dentro dos limites constitucionais, normas aplicáveis no âmbito 
das categorias profissionais e econômicas envolvidas no conflito coletivo. 
• Princípio da impugnação específica – O réu/reclamada precisa se manifestar 
precisamente sobre os fatos, caso contrário há presunção de veracidade dos 
fatos não impugnados, exceto se não for admissível a confissão, se a petição 
inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar 
substância do ato, ou estiver em contradição com a defesa considerada e, seu 
conjunto. Está previsto no art. 341 do CPC. 
 
28 
 
 
• Princípio da eventualidade – as partes devem utilizar todas as matérias de 
defesa ou interesse no momento próprio. Está previsto no art. 336 da CPC. 
• Princípio da preclusão – decorre da ideia lógica do processo, de que é formado 
por etapas, e que há atos a serem desenvolvidos em cada momento. É 
estampado, quando a CLT refere que a nulidade deve ser alegada na primeira 
oportunidade, sob pena de preclusão (art. 795), somente não se aplicando em 
caso de nulidade absoluta, já que pode ser conhecida a qualquer tempo e grau 
de jurisdição. A preclusão também está prevista no art. 879, §2º e §3º da CLT. 
• Princípio da economia processual – busca evitar o dispêndio desnecessário 
de tempo e de dinheiro. Aproveitamento dos atos processuais. 
• Princípio da busca da verdade real - Esse princípio deriva do princípio do 
direito material do trabalho da primazia da realidade. O art. 765 CLT refere que 
o juiz deve determinar as diligências necessárias ao escarmento das causas. 
• Princípio da boa-fé processual: também chamado de princípio da probidade 
e da lealdade, trata do dever das partes de não agir com má-fé. Está 
estampado no art. 5º do CPC. 
Atenção!!! 
Com a reforma trabalhista a CLT passou a tratar da responsabilidade por 
dano processual daquele que agir de má-fé. 
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como 
reclamante, reclamado ou interveniente. 
 
• IGUALDADE/ISONOMIA: não só a formal, necessidade de adaptação. 
Exceções: custas dispensadas aos necessitados e carentes, duplo grau de 
jurisdição obrigatório pessoas jurídicas de direito público. 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
02. Partes e procuradores, atos processuais e processo de 
conhecimento 
 
1. PARTES, PROCURADORES E JUSTIÇA GRATUITA 
1.1. Jus Postulandi 
O jus postulandi tem sua previsão no art. 791 da CLT e encontra seus limites 
na súmula 425 do TST. 
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar 
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações 
até o final. 
Súmula n. 425 do TST. Jus Postulandi na Justiça do Trabalho. Alcance. O jus 
postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, 
 
30 
 
 
a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do 
Tribunal Superior do Trabalho. 
Logo: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
1.2. Partes e procuradores 
Sobre as partes e procuradores fique atento para: 
a) a reclamação do menor de 18 anos = representação 
Art. 793 – CLT- A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus 
representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, 
pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo. 
 
b) não aplicação do prazo em dobro para litisconsortes 
OJ 310 SDI-1- Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 
229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de 
incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente. 
 
c) necessidade de procuração para interpor recurso 
Súmula nº 383 do TST 
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos 
autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter 
excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, 
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias 
após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho 
Vara
TRT
Pode
AR, MS, 
AC
Recursos 
ao TST
Não 
Pode
 
31 
 
 
do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece 
do recurso. 
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em 
procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão 
competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para 
que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá 
do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o 
desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 
76, § 2º, do CPC de 2015). 
 
1.3. Honorários de sucumbência 
Conforme Art. 791-A da CLT, ao advogado, ainda que atue em causa própria, 
serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco 
por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da 
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
Olho nesse artigo, pois ele é muito importante!!! 
Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda 
Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída 
pelo sindicato de sua categoria. 
Ao fixar os honorários, o juízo observará:I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de 
sucumbência recíproca, VEDADA a compensação entre os honorários. 
Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido 
em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, 
as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva 
 
32 
 
 
de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos 
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor 
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que 
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais 
obrigações do beneficiário. 
São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. 
 
 
Logo: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
1.4. Justiça gratuita 
O artigo Art. 790 da CLT estabelece os requisitos para a concessão do 
benefício da gratuidade da justiça. Veja: 
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos 
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a 
requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive 
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário 
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos 
benefícios do regime geral de previdência social. 
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que 
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas 
do processo. 
 
 
 
 
 
JG
Com créditos
Paga
JG
Sem créditos
Condição suspensiva 
– 2 anos
 
33 
 
 
Assim: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
OJ 269 da SDI-I do TST: 
I - O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau 
de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no 
prazo alusivo ao recurso; 
II – Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal, 
cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7º, 
do CPC de 2015). 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
 
 
 
JG
40% TETO
Comprovação 
da 
insuficiência 
de recursos
 
34 
 
 
2. ATOS PROCESSUAIS, NULIDADES E PRAZOS 
2.1. Atos e prazos processuais 
 Sobre os atos e prazos processuais a CLT dispõe que: 
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o 
contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias 
úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia 
feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente. 
[...] 
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste 
Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita 
pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for 
publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente 
da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o 
edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não 
ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o 
Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, 
a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de 
origem. 
 
Olho nesse artigo abaixo, pois ele é muito importante: 
 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados 
em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia 
do vencimento. 
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas 
seguintes hipóteses: 
I - quando o juízo entender necessário; 
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
 
35 
 
 
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de 
produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de 
modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. 
Art. 776 - O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães 
ou secretários. 
 Logo: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 Ademais, fique atento aos entendimentos do TST: 
Súmula nº 1 do TST - Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a 
publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será 
contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, 
caso em que fluirá no dia útil que se seguir. 
Súmula nº 385 do TST. I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da 
interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação 
do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar 
a existência de feriado local e não o comprovar no momento da interposição do 
recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja 
sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não 
conhecimento se da comprovação depender a tempestividade recursal; 
II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão 
de admissibilidade certificar o expediente nos autos; 
III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, 
mediante prova documental superveniente, em agravo de instrumento, agravo 
interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, desde que, em 
Prazos
Dias úteis
Exclui dia do começo; 
Inclui o dia do fim
 
36 
 
 
momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a comprovação 
da ausência de expediente forense. 
Súmula nº 262 do TST PRAZO JUDICIAL. 
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro 
dia útil imediato e a contagem, no subsequente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do 
Trabalho suspendem os prazos recursais. 
 
 Os prazos processuais podem ser suspensos e interrompidos. Cuide para não 
confundir: 
• SUSPENSÃO: a contagem é paralisada e retoma de onde parou. 
 Exemplo: férias forenses. 
• INTERRUPÇÃO: a contagem é inutilizada e recomeça-se a contagem do início. 
 Exemplo: Embargos de Declaração. 
 
Também é importante lembrar do DECRETO 779/69 que refere que: 
Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem 
privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios 
e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais 
ou municipais que não explorem atividade econômica: 
II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, "in fine", da 
Consolidação das Leis do Trabalho; 
III - o prazo em dôbro para recurso; 
2.1. Nulidades 
 A nulidade absoluta é imposta quando determinado ato fere norma 
fundamentada no interesse público, de ordem pública absoluta. As partes não 
têm o poder de dispor em relação a um interesse público e, se assim o 
fizerem, restará configurada a nulidade absoluta, ou seja, mesmo estando às 
partes de acordo com o ato praticado, versando este sobre norma de interesse 
público, de ordem pública absoluta, estará presente tal nulidade. Esta nulidade 
compromete todo o processo. Como exemplo de fato que acarretaria a 
nulidade absoluta podemos citar as regras de competência funcional. Caso as 
 
37 
 
 
partes não observem tais regras haverá a nulidade absoluta. Desta forma, se o 
juiz não decretar esta nulidade de ofício, o processo estará viciado pela nulidade 
absoluta e, por isso, não poderá ser apreciado pelo juízo incompetente. 
 Já a nulidade relativa representa um vício sanável, posto que decorre da 
ofensa ao interesse da parte, isto é, quando a norma desrespeitada tiver por base 
o interesse da parte e não o público. Sendo assim, esta nulidade desaparecerá se 
a parte interessada sanar o vício que a determina. Por exemplo, não estando a 
parte devidamente representada, ojuiz designará um prazo para que este 
vício seja sanado e, o sendo, o processo prosseguirá normalmente. 
 Na CLT encontramos que: 
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do 
Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos 
inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. 
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante 
provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez 
em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. 
§ 1º Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada 
em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os 
atos decisórios. 
§ 2º O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na 
mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à 
autoridade competente, fundamentando sua decisão. 
Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: 
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; 
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa. 
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os 
atos a que ela se estende. 
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores 
que dele dependam ou sejam consequência. 
 E, o TST já consolidou entendimento no sentido de que: 
Súmula nº 427 do TST. Havendo pedido expresso de que as intimações e 
publicações sejam realizadas exclusivamente em nome de determinado 
 
38 
 
 
advogado, a comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos 
é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo. 
 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
3. PROCEDIMENTOS 
3.1. Procedimento sumaríssimo 
O procedimento sumaríssimo é o mais cobrado em prova. Encontra-se 
previsto na CLT a partir do art. 852-A. 
Olho nesse artigo, pois ele é muito importante! 
 
 Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor NÃO EXCEDA A QUARENTA 
VEZES O SALÁRIO-MÍNIMO vigente na data do ajuizamento da reclamação 
ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas 
em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
 Assim: NÃO PODE ser parte órgão da administração pública direta, 
autárquica ou fundacional (portanto as empresas públicas e sociedades de 
economia mista podem figurar como parte). 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento 
sumaríssimo: 
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor 
correspondente; 
• Fere norma de direito público;
• Pode ser declarada de ofício;
• Pode ser declarada a qualquer tempo.
Nulidade absoluta
• Está no interesse da parte;
• Deve ser alegada na 1ª oportunidade.
Nulidade Relativa
 
39 
 
 
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor à correta 
indicação do nome e endereço do reclamado; 
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 
quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta 
especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da 
Junta de Conciliação e Julgamento. 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e 
II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e 
condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. 
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de 
endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as 
intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência 
de comunicação. 
Assim: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas 
em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá 
ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. 
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a 
serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo 
limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, 
bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum 
ou técnica. 
Não pode 
Administração 
Pública direta, 
autárquica e 
fundacional
Atenção!
Não se fará citação 
por edital, 
incumbindo ao 
autor à correta 
indicação do nome 
e endereço do 
reclamado
Prazo para apreciação
15 dias 
 
40 
 
 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as 
vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a 
solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. 
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos 
essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à 
solução da causa trazidas pela prova testemunhal. 
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam 
interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões 
serão decididas na sentença. 
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e 
julgamento, ainda que não requeridas previamente. 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á 
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta 
impossibilidade, a critério do juiz. 
§ 2º AS TESTEMUNHAS, ATÉ O MÁXIMO DE DUAS PARA CADA PARTE, 
comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de 
intimação. 
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente 
convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, 
o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será 
deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da 
perícia e nomear perito. 
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de 
cinco dias. 
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-
se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos 
pelo juiz da causa. 
 
 
 
41 
 
 
Fique atento! 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
3.2. Procedimento sumário 
O procedimento sumário é o procedimento adotado para as demandas de até 2 
salários-mínimos. Também conhecido como rito de alçada, é previsto na Lei 
5.584/70. 
 
3.3. Procedimento ordinário 
O procedimento Ordinário é adotado para as demandas que ultrapassam 40 
salários-mínimos ou que por algum outro motivo não podem tramitar por outro 
procedimento. Nesse procedimento, não há possibilidade de recurso, salvo se 
versar sobre matéria constitucional. 
 
3.4. Procedimentos especiais 
Os procedimentos especiais são adotados para Inquérito Judicial, Ação 
Rescisória, Mandado de Segurança, Ação de Consignação em pagamento, Ação 
de Exigir Contas, Ação Cominatória, Ações Possessórias, Habilitação Incidente, 
Restauração de autos, Habeas Corpus, Ações relativas às prestações de fazer ou 
não fazer, entre outros. 
TESTEMUNHAS
Comparecem 
independentemente 
de intimação
Prova do convite intimação
2
 
42 
 
 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
4. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E DEFESA DO RÉU 
4.1. Reclamação Trabalhista 
Conforme Art. 840 CLT, a reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a 
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o 
pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data 
e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 
Os pedidos que não atendam isso serão julgados extintos sem resolução 
do mérito. 
Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e 
assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 
1º do artigo. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
Logo: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
Muito cuidado! 
Conforme art. 731 CLT, aqueleque, tendo apresentado ao distribuidor reclamação 
verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à 
Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo 
prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. 
E, nos termos do Art. 732 CLT, na mesma pena do artigo anterior incorrerá o 
reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que 
trata o art. 844 
 
4.1.1. Distribuição 
O Art. 841 da CLT dispõe que, recebida e protocolada a reclamação, o 
escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda 
via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para 
comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois 
de 5 (cinco) dias. 
4.1.2. Reclamação Plúrima 
Prevista no Art. 842 da CLT, a Reclamação plúrima consiste numa 
modalidade de litisconsórcio ativo. Sendo várias as reclamações e havendo 
identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de 
empregados da mesma empresa ou estabelecimento. 
ESCRITA
PEDIDO: certo, 
determinado, valor
Extinção
VERBAL
Não retorno para reduzir 
a termo
Perempção
 
44 
 
 
Logo: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
4.1.3. Desistência 
Conforme Art. 841, § 3º da CLT, oferecida a contestação, ainda que 
eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, 
desistir da ação. 
4.2. Defesa do réu 
4.2.1. Contestação 
Prevista no art. 847 da CLT: 
Olho nesse artigo, pois ele é muito importante! 
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir 
sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por 
ambas as partes. 
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de 
processo judicial eletrônico até a audiência. 
 Logo: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
 
Reclamação 
Plúrima
Mesma empresa 
ou 
estabelecimento
Identidade de 
matéria
Contestação 
Oral 20 min
Escrita PJE Até a audiência
 
45 
 
 
Na contestação podem ser arguidas as seguintes preliminares: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de 
autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como 
preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
 
Também podem ser arguidas as prejudiciais de prescrição e decadência: 
Sobre a prescrição, lembre-se que a prescrição é contatada na forma 
disposta no artigo 11 da CLT: 
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de 
trabalho prescreve em CINCO ANOS para os trabalhadores urbanos 
e rurais, até o limite de DOIS ANOS após a extinção do contrato de 
trabalho. 
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por 
objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social. 
§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações 
sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do 
pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela 
esteja também assegurado por preceito de lei. 
§ 3o A INTERRUPÇÃO da prescrição somente ocorrerá pelo 
ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo 
 
46 
 
 
incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do 
mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos 
idênticos. 
 Ou seja, do término do contrato a pessoa possui prazo de 2 anos para 
ajuizar a ação, e do ajuizamento pode buscar verbas retroativas até o limite de 5 
anos. 
 Exemplo: Se Carmelinda trabalhou por 10 anos na empresa X e depois de 
ter terminado o contrato esperou mais de 2 anos para ajuizar a ação, nada mais 
poderá ser cobrado. 
 E, se Carmelinda ajuizar a ação dentro dos dois anos, não poderá cobrar 
verbas de toda a contratação, mas apenas de 5 anos contados retroativamente 
do ajuizamento da ação. 
 
Ademais: 
Súmula nº 308 do TST: I. Respeitado o biênio subsequente à cessação 
contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões 
imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da 
reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato. 
II. A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição da ação trabalhista 
para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas 
pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988. 
Súmula nº 362 do TST: I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir 
de 13.11.2014, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-
recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após 
o término do contrato; II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava 
em curso em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: 
trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-
ARE-709212/DF). 
Súmula nº 206 do TST: A prescrição da pretensão relativa às parcelas 
remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS. 
 
 
47 
 
 
Assim: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
4.2.2. Exceções 
Conforme art. 799 da CLT, nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, 
somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição 
ou incompetência. 
As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. 
Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto 
a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as 
partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. 
 
Exceção de Incompetência 
Diz o art. 800 da CLT que, apresentada exceção de incompetência territorial 
no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que 
sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento ali estabelecido, 
qual seja: 
• Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência 
a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. 
• Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, 
se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco 
dias. 
•Contratação
•Rescisão
Prescrição 
bienal 
•Ajuizamento 
da ação
Prescrição 
quinquenal
 
48 
 
 
• Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, 
garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por 
carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. 
• Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu 
curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução 
processual perante o juízo competente. 
 
Olho no art. 800, pois ele é importante. 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
Exceção de Suspeição 
Segundo o Art. 801 da CLT, o juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se 
por suspeito, e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação 
à pessoa dos litigantes: 
a) inimizade pessoal; 
b) amizade íntima; 
c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; 
d) interesse particular na causa. 
Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na 
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo 
novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo constar que 
Prazo de 5 dias – da notificação
• Será suspenso o processo e não se realizaráa audiência. 
Resposta: 5 dias 
Produção de prova: possibilidade
Recurso – S. 214 do TST
 
49 
 
 
o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, 
depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de 
propósito o motivo de que ela se originou. 
 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
5. RECONVENÇÃO E AUDIÊNCIA 
5.1. Reconvenção 
Conforme o Art. 343 do CPC, aplicável ao processo do trabalho, na 
contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão 
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, 
para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o 
exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à 
reconvenção. 
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. 
A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. 
DEFESA DA 
RECLAMADA
EXCEÇÕES
INCOMPETÊNCIA
SUSPEIÇÃO/
IMPEDIMENTO
CONTESTAÇÃO
20 MIN OU 
ATÉ A 
AUDIÊNCIA
 
50 
 
 
Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular 
de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face 
do autor, também na qualidade de substituto processual. 
O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer 
contestação. 
5.2. Audiência 
Nos termos do Art. 813 da CLT, as audiências dos órgãos da Justiça do 
Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias 
úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo 
ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. 
Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das 
audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a 
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas. 
Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, 
observado o prazo acima citado. 
Observe-se que, conforme a OJ 245 SDI-I, inexiste previsão legal tolerando 
atraso no horário de comparecimento da parte na audiência. E, consoante Art. 
815 da CLT, à hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, 
sendo feita pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e 
demais pessoas que devam comparecer. Se, até 15 (quinze) minutos após a hora 
marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão 
retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. 
Assim: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar 
retirar do recinto os assistentes que a perturbarem (Art. 816, CLT). 
 
 
Juiz 
15 min
Partes 
0
 
51 
 
 
Muita atenção com os artigos abaixo (respira... não 
pira... e olha o artigo): 
Art. 843. A audiência de julgamento deverão estar presentes o 
reclamante e o reclamado, independentemente do 
comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de 
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os 
empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua 
categoria. 
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se SUBSTITUIR PELO 
GERENTE, OU QUALQUER OUTRO PREPOSTO que tenha 
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. 
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, 
devidamente comprovado, não for possível ao empregado 
comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por OUTRO 
EMPREGADO que pertença à mesma profissão, ou pelo seu 
SINDICATO. 
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo NÃO precisa ser 
empregado da parte reclamada. 
 
Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência 
importa o ARQUIVAMENTO DA RECLAMAÇÃO, e o não-
comparecimento do reclamado importa REVELIA, ALÉM DE 
CONFISSÃO quanto à matéria de fato. 
§ 1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o 
julgamento, designando nova audiência. 
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado 
ao pagamento das CUSTAS calculadas na forma do art. 789 desta 
Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se 
comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por 
motivo legalmente justificável. 
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para 
a propositura de nova demanda. 
§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste 
artigo se: 
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a 
ação; 
 
52 
 
 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que 
a lei considere indispensável à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem 
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante 
dos autos. 
§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na 
audiência, serão aceitos a contestação e os documentos 
eventualmente apresentados. 
 
 Assim: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
E, conforme entendimento consolidado do TST: 
Súmula nº 9 do TST 
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em 
audiência, não importa arquivamento do processo. 
Súmula nº 74 do TST CONFISSÃO. 
Reclamante
Ausência: arquivamento
Pagamento de custas
Reclamada
Ausência: revelia/confissão
Aceita contestação e 
documentos presente o 
advogado
Empregado
Doença/motivo poderoso
representar
Sindicato ou outro 
empregado
Empregador
---
Substituir
Gerente ou preposto
 
53 
 
 
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela 
cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria 
depor. 
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto 
com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), 
não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. 
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela 
se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir 
o processo. 
Súmula nº 122 do TST 
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, 
ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a 
revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, 
expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu 
preposto no dia da audiência. 
OJ 152 SDI-I. Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no 
artigo 844 da CLT. 
 Por fim, 
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência 
acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa 
ocasião, as demais provas. 
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a 
conciliação. 
§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente 
e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para 
seu cumprimento. 
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá 
ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo 
obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma 
indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do 
acordo. 
 
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Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for 
possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz 
ou presidente marcará a sua continuação para a primeira 
desimpedida, independentemente de nova notificação. 
 
EM RESUMO 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ausência na 
AUDIÊNCIA
Reclamante
Arquivamento
Pagamento 
das custas
Mesmo JG –
salvo 
comprovação 
em 15 dias de 
motivo 
justificável
Condição pata 
ajuizamento 
de nova ação
Reclamada

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