Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FICHA DE AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA Título: Fármaco: Dexametasona Situação clínica: PTI (Púrpura Trombocitopênica Idiopática) Alunos: Bruna Fernandes Lau de Oliveira Matrícula: 00318223 Débora Regina da Rocha Rodrigues Matrícula: 00316443 Luan de Jesus Montiel Matrícula: 00261549 Maria Brazão Lopes Matrícula: 00316471 Marina Ferreira da Luz Matrícula: 00318444 PACIENTE Identificação: A.S.C, feminino, 53 anos, peso: 55 kg, altura: 165 cm HDA: Paciente com aumento do fluxo menstrual desde maio/21. Refere 55 mil de plaquetas e diagnóstico de anemia no período. Fez reposição de Ferro EV e sulfato ferroso VO sem investigação do quadro. Em setembro/21 apresentou fluxo menstrual intenso, internando no Hospital São Jerônimo, transfundindo nessa ocasião 4 unidades de plaquetas. Recebeu alta sem investigação ou tratamento. Em outubro iniciou novamente com sangramento vaginal, tendo apresentado síncope. Realizou pulsoterapia com corticoide (dexametasona 20 mg - prednisona 40 mg - prednisona 60 mg), sem informações quanto ao tempo de cada dose, obteve uma resposta baixa ao tratamento. Relata diversas transfusões de plaquetas durante a internação. Paciente transferida para o HCPA no dia 05/novembro para complementar investigação para plaquetopenia e iniciar tratamento. Nadir de plaquetas de 1 mil em 04/novembro aumentando para 23 mil após transfusão de plaquetas. Nega alergias e reações transfusionais. Uso de dexametasona 40 mg EV no dia 07/novembro no HCPA. Uso prévio de: atenolol 25 mg bid, enalapril 10 mg 1x/dia. HMP: #HAS #Nega tabagismo ou etilismo #HGO: G2P1C1, laqueadura tubária, menarca aos 15, mioma uterino. Exame físico: BEG, LOC; afebril; tec < 3s; sem exteriorização de sangramento; Sinais vitais: PAS: 110-118, PAD 72-82, FC 72-78, FR 18-21; APr: MVUD, sem RA; AC: BNF, 2T, RR, SS; Abdome: abdome depressível e indolor a palpação; Pulsos presentes e simétricos em 4 membros; sem alterações cutâneas. Diagnóstico: O diagnóstico de PTI requer avaliação do histórico clínico e exame físico, além de hemograma completo e esfregaço de sangue periférico. Não existe um exame laboratorial específico para o diagnóstico de PTI. A confirmação do diagnóstico é realizada quando houver: presença de trombocitopenia (menos de 100.000 plaquetas/mm3) isolada, sem alterações nas outras séries do hemograma e no esfregaço de sangue periférico; ausência de outras condições clínicas que cursam com trombocitopenia, como infecções, doenças autoimunes, neoplasias, efeitos adversos de medicamentos, entre outras. Suspeita inicial de PTI e investigação diagnóstico compatível visto ausência de demais condições (realizado BMO sem alterações) com plaquetas em 6 x 103/ µL na chegada, com avaliação de plaquetas anteriores < 100 mil. Terapia de escolha: Devido a púrpura trombocitopênica imune (PTI) possuir como características primordiais a diminuição da contagem de plaquetas e aumento do risco de sangramento, esta doença necessita de abordagem farmacológica que visem melhorar os sintomas e sinais desta síndrome autoimune o mais breve possível para que piores complicações não ocorram. Dessa forma, tendo em vista as particularidades da PTI e da paciente, o presente trabalho considerou como uma abordagem inicial adequada o uso de dexametasona em altas doses, como foi iniciado na internação no HCPA, pois é uma das principais terapias de escolha para pacientes nas condições apresentadas pela paciente. FÁRMACO Classe farmacológica: Glicocorticoides, anti-inflamatório esteroidal. Mecanismo de ação A dexametasona é um corticosteroide de ação prolongada com potencial mínimo de retenção de sódio. Diminui a inflamação por supressão da migração de neutrófilos, diminuição da produção de mediadores inflamatórios e reversão do aumento da permeabilidade capilar; suprime a resposta imune normal. Farmacocinética e farmacodinâmica O tempo para atingir o pico da concentração plasmática após administração de comprimidos de dexametasona por via oral é de 1 a 2 horas. O volume de distribuição da dexametasona é de 2 L/Kg. A meia-vida plasmática é de 3,5 a 4,5 horas. A meia-vida biológica da dexametasona é de 36 a 54 horas; portanto, a dexametasona é especialmente adequada em condições onde a ação glicocorticoide contínua é desejável. O metabolismo da dexametasona ocorre no fígado. É excretada no leite materno. A excreção ocorre em larga escala nos rins, mas também ocorre na bile em menor extensão. Ação anti-inflamatória e imunossupressora: Eles têm uma ação anti-inflamatória devido a inibição da Fosfolipase A2, resultando na inibição de toda a cascata do ácido araquidônico, impedindo a formação da prostaglandina, tromboxano e dos leucotrienos. Além disso, eles também agem reduzindo a migração e adesão leucocitária, reduzindo assim a liberação de citocinas no local da inflamação, levando a uma atividade imunossupressora. Formas farmacêuticas disponíveis no mercado, doses e intervalos, vias de administração usuais Ela pode ser encontrada em várias apresentações, sendo as mais comuns: comprimidos (0,5 mg, 0,75 mg e 4 mg), elixir, creme dermatológico, solução nasal, colírio e injetável [2mg ou 4mg/ampola] (intramuscular, intra-articular, intravenosa, intralesional ou nos tecidos moles). Posologia descrita na literatura para a situação clínica avaliada na FAF Considerando PTI, na doença inicial em adultos: 40 mg/dia de dexametasona, por via oral ou intravenosa, durante 4‐8 dias. Principais efeitos adversos Osteoporose, síndrome de Cushing, supressão adrenal, hiperglicemia, resistência à insulina, hiperlipidemia, hipertensão arterial, risco de infecções devido sua atividade imunossupressora. Principais interações O medicamento tem interação com ácido acetilsalicílico, fenitoína, fenobarbital, efedrina e às rifampicinas, indometacina, anticoagulantes cumarínicos (varfarina), diuréticos espoliadores de potássio (espironolactona). AVALIAÇÃO DA EVIDÊNCIA ESTUDO 1 No artigo “High-dose dexamethasone vs prednisone for treatment of adult immune thrombocytopenia: a prospective multicenter randomized trial” publicado pela Blood - principal revista utilizada pela American Society of Hematology- no ano de 2016, sugere que 1 ou 2 cursos de altas doses de dexametasona (HD-DXM) fornecem uma resposta mais eficaz e mais rápida como tratamento inicial de PTI, com melhor prognóstico em menor prazo e melhor tolerância quando comparado com o uso de prednisona (PDN) convencional. Esse estudo é um ensaio clínico prospectivo, multicêntrico, randomizado, controlado e aberto comparando HD-DXM e PDN para tratamento de primeira linha de PTI em adultos recém-diagnosticados. Realizar um estudo neste formato permitiu que essas duas medicações, previamente utilizadas no tratamento de PTI, fossem comparadas e permitissem concluir a melhor abordagem com intuito de reduzir reações adversas e melhorar o prognóstico. Entretanto, ao permitir que os pacientes e médicos soubessem qual medicação estava sendo administrada, vieses de condução e detecção poderiam estar presentes neste ensaio. A seleção dos pacientes ocorreu entre janeiro de 2011 e maio de 2014, contendo 195 participantes elegíveis que foram inscritos no final, dos quais 97 foram atribuídos aleatoriamente ao braço HD-DXM e 98 ao braço PDN. Para fazer parte dos estudos, os pacientes que apresentavam risco de vida foram excluídos e apenas pacientes acima de 18 anos sem tratamento prévio para PTI ou uso de corticoides ou imunossupressores nos últimos 3 meses. O estudo excluiu também pacientes com doenças prévias e mulheres em período gestacional. Para controle de erros aleatórios foi utilizado modelo de regressão logística, método de Kaplan-Meier e o teste log-rank. Foi realizado cálculo do tamanho da amostra baseado em 1 dos desfechos primários, com poder de teste de 90% ao nívelde significância de 5%. Também configuraram uma redundância de 20% para equilibrar uma possível desistência ou outro viés. Os desfechos primários foram resposta inicial e resposta contínua definidas como contagem de plaquetas mantida >30 x 10^9/L com ausência de sintomas hemorrágicos ou sem necessidade de tratamento modificador de PTI adicional por 6 meses consecutivos após a obtenção da resposta inicial. Os desfechos secundários incluíram escores de sangramento, tempo de resposta, duração da resposta e eventos adversos. Os escores de sangramento foram avaliados na linha de base e na avaliação da resposta inicial. As dosagens dos fármacos foram realizadas via oral e tiveram períodos de uso diferentes. A dexametasona foi administrada diariamente por 4 dias consecutivos com uma dosagem de 40 mg por dia e a prednisona convencional teve um período de 4 semanas consecutivas com uma dosagem de 1,0 mg/Kg de peso corporal. Esses dois fármacos após os períodos estipulados tiveram redução de dosagem gradativamente até a parada completa do tratamento. Esse estudo se mostrou seguro tendo em vista que nenhuma morte foi registrada, provavelmente devido à exclusão de pacientes em situações mais graves, além disso os pacientes não apresentaram reações graves aos medicamentos que necessitasse a interrupção. Nesse contexto, a prednisona apresentou mais reações adversas e a dexametasona foi o fármaco com maior redução dos episódios de sangramentos e que conseguiu manter os níveis de plaquetas mais elevados durante um período de tempo maior. Este ensaio clínico, por fim, demonstrou qualidade da evidência de acordo com o GRADE moderada o que permite inferir que a as altas doses de dexametasona possibilita melhores resultados a longo prazo e menores reações adversas para o paciente em relação ao uso de prednisona convencional. O uso dessas duas medicações já foi amplamente estudado e a eficácia de ambos fármacos no tratamento de PTI também. Alguns vieses nesse estudo podem ser considerados devido a exclusão de grupos com comorbidades e doenças crônicas o que pode levar a vieses de aferição, pois seleciona um grupo de pacientes em situações muito restritas, o que não é a realidade, principalmente, de paciente com idades mais avançadas. Essa limitação diminui o número de pessoas acima de 60 anos levando a questionar sobre a eficácia do fármaco em indivíduos mais velhos ou com doenças prévias. Entretanto, mesmo com essas possibilidades de vieses, a dexametasona foi a primeira escolha para a paciente A.S.C demonstrando validade farmacológica-clinica, o que foi ao encontro dos resultados apresentados no estudo. A aplicabilidade da dexametasona nas intervenções da doença se demonstrou plausível e este ensaio contém uma NNT/NNH em média de 9,1. ESTUDO 2 Na meta-análise e revisão sistemática publicada no The Lancet Hematology, de título: "High-dose dexamethasone compared with prednisone for previously untreated primary immune thrombocytopenia: a systematic review and meta-analysis", publicada em setembro de 2016, a fim de estabelecer o efeito da dexametasona em altas doses em comparação com a prednisona na resposta de contagem plaquetária a longo prazo, foi possível comprovar que a dexametasona em altas doses pode ser mais preferível à prednisona para pacientes com trombocitopenia imune grave que requerem um aumento rápido na contagem plaquetária. O estudo trabalhou com revisões sistemáticas e meta-análises de ensaios clínicos randomizados, realizando pesquisas nas bases de dados Embase, MEDLINE, Cumulative Index of Nursing and Allied Health Literature e no Cochrane Library Database para artigos publicados de 1970 até 2016 e resumos das reuniões anuais da Sociedade Americana de Hematologia publicados entre 2004 e 2015, para ensaios clínicos randomizados comparando diferentes regimes de corticosteroides para pacientes com trombocitopenia imune não tratada previamente que alcançaram uma resposta de plaquetas favorável. O desfecho primário foi global (plaquetas > 30 × 10 9 /L) e completo (plaquetas > 100 × 10 9/L) com dexametasona em alta dose avaliando a resposta da contagem de plaquetas em 6 meses comparando com prednisona em dose padrão. Crianças e adultos foram analisados separadamente. As estimativas de efeito foram combinadas com um modelo de efeitos aleatórios. Tratando-se dos critérios de exclusão, os ensaios clínicos que compararam corticosteroides exclusivamente com outras intervenções foram excluídos, e estudos que não atingiram um nível satisfatório de confiança (a partir de moderado) nos critérios GRADE também sofreram exclusão. Dessa forma, nove ensaios randomizados (n=1.138) foram incluídos. Destes, cinco (n=533) compararam um a três ciclos de dexametasona (40 mg por dia durante 4 dias) com prednisona (1 mg por kg) durante 14-28 dias seguido de redução gradual da dose em adultos. Não houve diferença na resposta geral da contagem de plaquetas em 6 meses (proporções agrupadas 54% vs 43%, risco relativo [RR] 1,16, IC 95% 0,79-1,71; p=0,44). Aos 14 dias, a resposta global da contagem de plaquetas foi maior com dexametasona (79% vs 59%, RR 1,22, IC 95% 1,00-1,49; p=0,048). O grupo dexametasona teve menos toxicidades relatadas. Uma limitação foi que muitos estudos não relataram a exposição geral aos corticosteroides durante o tratamento, incluindo detalhes de tratamentos de resgate e esquemas de redução gradual da prednisona. Os estudos variaram em suas definições de resposta, em termos de limites de contagem de plaquetas e de tempos de avaliação, especialmente para respostas de curto prazo, que foram avaliadas dentro de 5 a 14 dias na maioria dos ensaios. Esse estudo não abordou o efeito de uma combinação de corticosteroides com outros tratamentos, como agonistas de receptores de trombopoietina ou rituximabe. Portanto, a dexametasona em altas doses foi associada a melhores respostas da contagem de plaquetas em 14 dias em adultos, menos eventos hemorrágicos e menos toxicidade do que a prednisona ao longo do tratamento. Outra vantagem é que o regime é curto, durando apenas 4 dias, ao contrário da prednisona, que muitas vezes é continuada como um curso prolongado de terapia, resultando em altas exposições aos corticosteroides. Em estudos randomizados, a dexametasona foi administrada em um a três ciclos durante um período de 6 meses, que é uma dose máxima razoável. A dexametasona em altas doses mostra-se preferível à prednisona para pacientes com trombocitopenia imune grave que requerem um rápido aumento na contagem de plaquetas, como é o caso da paciente A.S.C. Este estudo contém um NNT/NNH de 3.1. CORRELAÇÃO FARMACOLÓGICO-CLÍNICA Comparar a posologia descrita na literatura, a utilizada nos artigos e a prescrita para o paciente. A posologia de dexametasona prescrita à paciente de 40 mg foi a mesma posologia descrita nos estudos. Tanto na meta-análise quanto no ensaio clínico randomizado que utilizamos a dexametasona foi administrada de forma oral, porém na paciente o uso foi realizado por via intravenosa devido estar hospitalizada. Além disso, o período de administração não foi especificado na primeira utilização no Hospital São Jerônimo e na internação do HCPA não tivemos acesso ao período que a paciente ficou recebendo as doses de dexametasona. Além da dexametasona foi prescrito à paciente + imunoglobulina G humana 1g/kg (60g). Ao avaliar a validade interna, externa e a significância farmacológico-clínica, discutir se a evidência pode/deve ser aplicada ao paciente da FAF. O estudo abordado anteriormente demonstrou qualidade da evidência de acordo com o GRADE moderado o que permite inferir que as altas doses de dexametasona possibilitam melhores resultados a longo prazo e menoresreações adversas para o paciente em comparação ao uso convencional de prednisona, por tanto, o uso de dexametasona é aplicável ao quadro clínico da paciente. O estudo e a meta-análise aqui destacados, comprovam o grau da evidência para a escolha medicamentosa de dexametasona e validade interna e externa reproduzível no caso, visto que foram seguidos os critérios GRADE, houveram poucas perdas, os vieses foram controlados, os critérios de exclusão foram abrangentes e paciente com características próximas a população de estudo. Avaliar se os efeitos terapêuticos obtidos nos artigos também foram observados no paciente da FAF baseado no relato do paciente ou em achados de exame físico/laboratorial. Verificar se corresponde ao previsto na literatura quanto à eficácia e latência. O artigo “High-dose dexamethasone vs prednisone for treatment of adult immune thrombocytopenia: a prospective multicenter randomized trial” demonstrou que o uso de dexametasona em altas doses aplicadas em 1 ou 2 cursos têm maior eficácia que a terapia convencional de prednisona, se mostrando com menos efeitos adversos. A paciente iniciou o tratamento no dia 07 de novembro de 2021 e após 2 dias demonstrou aumento de plaquetas e diminuição do risco de sangramento. Sobre as reações adversas a paciente não informou nenhum sintoma compatível com o uso de altas doses de corticoide. Na meta-análise e revisão sistemática “High-dose dexamethasone compared with prednisone for previously untreated primary immune thrombocytopenia: a systematic review and meta-analysis", foi demonstrado também que a dexametasona se mostra mais eficaz para o aumento rápido de contagem de plaquetas, e a evolução da paciente corresponde aos resultados dos estudos. Em internações prévias por plaquetopenia e menorreia as plaquetas foram usadas como parâmetro de monitoramento da paciente. Avaliar se os efeitos adversos observados nos artigos também foram observados no paciente da FAF (justificar seu aparecimento, sempre que possível com base no conhecimento de seu mecanismo de ação, seletividade farmacológica, etc.). Dos efeitos adversos descritos nos estudos e em bula os possíveis efeitos identificáveis na paciente são: hipertensão arterial, porém não é possível determinar que a etiologia da HAS da paciente seja decorrente do uso de dexametasona, uma vez que possui outras doenças concomitantes e o controle da PA durante as interações não demonstrou elevação. Além disso, o diagnóstico de PTI foi realizado durante a internação no HCPA, porém essa paciente já poderia estar com a doença em atividade a mais tempo sem tratamento específico para essa patologia. Reações adversas que foram citadas no estudo clínico randomizado foram artralgia, aparência cushingóide, tontura, diarreia, edema fadiga, febre, hiperglicemia, infecção insônia, desorientação, náuseas, palpitações e úlcera péptica, entre todos esses sintomas e doenças a maioria estava presente no uso de prednisona e em alguns casos nem eram manifestados na dexametasona. A paciente não relatou ou apresentou nenhuma dessas alterações até o terceiro dia de uso da medicação. Relacionar as possíveis interações medicamentosas previstas para o fármaco com aquelas que podem ocorrer com o paciente com base na prescrição atual. A prescrição feita para a paciente durante a internação foi unicamente pulsoterapia com dexametasona 40mg EV + imunoglobulina G humana 1g/kg (60g). As outras medicações em uso eram atenolol 25 mg e enalapril 10 mg, as interações entre esses fármacos é moderada podendo a dexametasona diminuir os efeitos dos anti-hipertensivos sobre a pressão arterial quando utilizados por mais de uma semana podendo aumentar a retenção de sódio e água. Avaliar o custo estimado do tratamento (mensal, completo, etc) A dexametasona faz parte do RENAME estando disponível pelo SUS. No caso da paciente ela utilizou as doses por via intravenosa durante a hospitalização via SUS. O tratamento para PTI não é contínuo sendo realizado em períodos de dias ou semanas quando há exacerbação da doença. O valor em média de dexametasona 4 mg com 10 comprimidos, nas farmácias do Rio Grande do Sul, é de 12,00 reais. Considerando o contexto clínico em que se discute o trabalho avalia-se o custo do tratamento, em um ciclo, via oral uso de 4 caixas de 10 comprimidos de dexametasona/genérico no valor de R$48 a R$ 96 (4-8 dias de tratamento). Emitir parecer e avaliação crítica do uso do fármaco na situação clínica escolhida para estudo. O uso de dexametasona em altas doses é eficaz e consolidado na literatura em relação ao uso de prednisona para o tratamento da PTI, sendo aprovado junto ao SUS via CONITEC como tratamento de primeira linha. Nesse viés, tendo em vista o quadro da paciente e o diagnóstico na sua internação no HCPA, a realização de dexametasona se demonstrou eficaz no aumento de plaquetas, assim como descrito na meta-análise e no ensaio clínico que utilizamos. Essa abordagem adotada para paciente além de condizer com os estudos resultou em melhores resultados clínicos e menos efeitos adversos a paciente que já estava debilitada durante a internação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dexametasona – Bula do profissional. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?numeroRegistro=102350702>. Dexametasona – Consulta de medicamentos liberados pela ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <https://consultas.anvisa.gov.br/#/medicamentos/q/?substancia=3528>. Dexamethasone (systemic): Drug information. UpToDate. 2022. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/dexamethasone-systemic-drug- information?search=dexametasona&source=panel_search_result&selectedTitle=1~145&usag e_type=panel&display_rank=1&showDrugLabel=true#F8015648>. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Púrpura Trombocitopênica Idiopática. Conitec. Março/2019. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatorio_PCDT_PTI_CP14_2019.p df>. Verificador de Interação Medicamentosa. MedScape. Disponível em: <https://reference.medscape.com/drug-interactionchecker>. Yasir M, Goyal A, Sonthalia S. Corticosteroid Adverse Effects. 2021 Jul 8. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan–. PMID: 30285357. Mithoowani S, Gregory-Miller K, Goy J, Miller MC, Wang G, Noroozi N, Kelton JG, Arnold DM. High-dose dexamethasone compared with prednisone for previously untreated primary immune thrombocytopenia: a systematic review and meta-analysis. Lancet Haematol. 2016 Oct;3(10):e489-e496. DOI: 10.1016/S2352-3026(16)30109-0. Epub 2016 Sep 16. PMID: 27658982. Yu Wei, Xue-bin Ji, et al. High-dose dexamethasone vs prednisone for treatment of adult immune thrombocytopenia: a prospective multicenter randomized trial. Blood, Volume 127, 2016. DOI: 2015-07-659656. https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?numeroRegistro=102350702 https://reference.medscape.com/drug-interactionchecker
Compartilhar