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República de Moçambique Ministério da Administração Estatal Edição 2014 PERFIL DO DISTRITO DE NAMAACHA PROVÍNCIA DE MAPUTO M oam ba Boane Matola Matutuíne Magude O.Índico Manhiça Marracuene N am aacha A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma natureza informativa. Copyright © 2012 Ministério da Administração Estatal Todos os direitos reservados. Publicado por MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇAO ESTATAL Direcção Nacional de Administração Local Maputo - Moçambique Primeira edição, primeira impressão 2012 Esta publicação está disponível na Internet em http://www.portaldogoverno.gov.mz Namaacha Índice ___________________________________________________________________________________________ Página ii n8 i i PÁGINA i i ÍÍÍnnndddiiiccceee PPPrrreeefffáááccciiiooo vi SSSiiiggglllaaasss eee AAAbbbrrreeevvviiiaaatttuuurrraaasss viii 111 BBBrrreeevvveee CCCaaarrraaacccttteeerrriiizzzaaaçççãããooo dddooo DDDiiissstttrrriiitttooo 1 111...111 LLLooocccaaallliiizzzaaaçççãããooo,,, SSSuuupppeeerrrfffíííccciiieee eee PPPooopppuuulllaaaçççãããooo 1 111...222 CCCllliiimmmaaa eee RRReeellleeevvvooo 2 111...333 SSSooolllooosss,,, AAAmmmbbbiiieeennnttteee eee RRReeecccuuurrrsssooosss NNNaaatttuuurrraaaiiisss 2 111...444 IIInnnfffrrraaa---eeessstttrrruuutttuuurrraaasss eee SSSeeerrrvvviiiçççooosss 3 111...555 EEEcccooonnnooommmiiiaaa 4 111...666 HHHiiissstttóóórrriiiaaa eee CCCuuullltttuuurrraaa 5 111...777 SSSoooccciiieeedddaaadddeee ccciiivvviiilll 6 222 DDDeeemmmooogggrrraaafffiiiaaa 7 222...111 EEEssstttrrruuutttuuurrraaa eeetttááárrriiiaaa eee pppooorrr ssseeexxxooo 7 222...222 TTTrrraaaçççooo sssoooccciiiooolllóóógggiiicccooo 8 222...333 LLLííínnnggguuuaaasss fffaaalllaaadddaaasss 8 222...444 AAAnnnaaalllfffaaabbbeeetttiiisssmmmooo eee EEEssscccooolllaaarrriiizzzaaaçççãããooo 10 333 HHHaaabbbiiitttaaaçççãããooo eee CCCooonnndddiiiçççõõõeeesss dddeee VVViiidddaaa 11 444 OOOrrrgggaaannniiizzzaaaçççãããooo AAAdddmmmiiinnniiissstttrrraaatttiiivvvaaa eee GGGooovvveeerrrnnnaaaçççãããooo 15 444...111 GGGooovvveeerrrnnnooo DDDiiissstttrrriiitttaaalll 15 444...222 SSSííínnnttteeessseee dddaaasss aaatttrrriiibbbuuuiiiçççõõõeeesss eee dddaaa aaaccctttiiivvviiidddaaadddeee dddooosss óóórrrgggãããooosss dddiiissstttrrriiitttaaaiiisss 18 4.2.1 Secretaria Distrital 18 4.2.2 Serviço Distrital de Actividades Económicas 18 4.2.2.1 Agricultura e Desenvolvimento Rural 19 4.2.2.2 Indústria, Comércio e Turismo 22 4.2.3 Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia 23 4.2.3.1 Educação 23 4.2.3.2 Formação Profissional e Emprego 27 4.2.3.3 Tecnologia 27 4.2.3.4 Cultura 27 4.2.4 Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social 28 4.2.4.1 Saúde 28 4.2.4.2 Acção Social 31 4.2.4.3 Género 32 4.2.5 Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas 35 4.2.5.1 Ordenamento Territorial 35 4.2.5.2 Gestão Ambiental 35 4.2.5.3 Educação Ambiental 36 4.2.5.4 Infra-estruturas 37 444...333 FFFiiinnnaaannnçççaaasss PPPúúúbbbllliiicccaaasss eee IIInnnvvveeessstttiiimmmeeennntttooo 38 4.3.1 Fundo Distrital de Desenvolvimento 40 Namaacha Índice ___________________________________________________________________________________________ Página iii n8 i i i PÁGINA i i i 4.3.2 Fundo de Investimento em Infra-Estruturas 41 4.3.3 Fundos Sectoriais Descentralizados 41 444...444 JJJuuussstttiiiçççaaa,,, OOOrrrdddeeemmm eee SSSeeeggguuurrraaannnçççaaa pppúúúbbbllliiicccaaa 42 444...555 CCCooonnnssstttrrraaannngggiiimmmeeennntttooosss eee PPPeeerrrssspppeeeccctttiiivvvaaasss 43 555 AAAccctttiiivvviiidddaaadddeee EEEcccooonnnóóómmmiiicccaaa 44 555...111 PPPooopppuuulllaaaçççãããooo eeecccooonnnooommmiiicccaaammmeeennnttteee aaaccctttiiivvvaaa 44 555...222 PPPooobbbrrreeezzzaaa eee SSSeeeggguuurrraaannnçççaaa AAAllliiimmmeeennntttaaarrr 47 555...333 IIInnnfffrrraaa---eeessstttrrruuutttuuurrraaasss dddeee bbbaaassseee 47 5.3.1 Estradas e transportes 47 5.3.2 Abastecimento de água e saneamento 48 5.3.3 Telecomunicações e energia 49 555...444 UUUsssooo eee CCCooobbbeeerrrtttuuurrraaa dddaaa TTTeeerrrrrraaa 49 555...555 SSSeeeccctttooorrr AAAgggrrrááárrriiiooo 53 5.5.1 Produção agrícola 53 5.5.2 Pecuária 54 5.5.3 Florestas, Pesca e Fauna bravia 55 555...666 IIInnndddúúússstttrrriiiaaa,,, CCCooommmééérrrccciiiooo eee TTTuuurrriiisssmmmooo 56 555...777 VVVeeeccctttooorrreeesss dddeee DDDeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo eee CCCaaadddeeeiiiaaasss dddeee VVVaaalllooorrr 57 666 VVViiisssãããooo eee EEEssstttrrraaatttééégggiiiaaa dddeee DDDeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo LLLooocccaaalll 62 666...111 VVViiisssãããooo 62 666...222 MMMiiissssssãããooo 62 666...333 OOObbbjjjeeeccctttiiivvvooosss eeessstttrrraaatttééégggiiicccooosss 62 666...444 ZZZooonnnaaasss dddeee dddeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo,,, PPPooottteeennnccciiiaaallliiidddaaadddeeesss eee PPPrrrooobbbllleeemmmaaasss 63 Referências documentais 65 Lista de Quadros Quadro 1. População por posto administrativo, grupo etário e sexo, 1/7/2012 7 Quadro 2. Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento 8 Quadro 3. Agregados familiares, segundo a dimensão 8 Quadro 4. Agregados familiares, segundo o tipo sociológico 8 Quadro 5. Distribuição da população, segundo o estado civil 8 Quadro 6. População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo 9 Quadro 7. População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português 9 Quadro 8. População de 15 ou mais anos e alfabetização, 2007 10 Quadro 9. Habitações segundo o regime de propriedade 11 Quadro 10. Tipo de habitações 11 Quadro 11. Habitações segundo o material de construção 12 Quadro 12. Habitações, água, saneamento e energia 14 Quadro 13. % de famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis 14 Quadro 14. Sementes distribuídas no 4º trimestre 2010 20 Namaacha Índice ___________________________________________________________________________________________ Página iv n8 iv PÁGINA iv Quadro 15. População de 5 anos ou mais, por frequência escolar 23 Quadro 16. População de 5 anos ou mais, por nível de ensino 23 Quadro 17. Taxas de escolarização 24 Quadro 18. Escolas, Alunos, Professores, 2011 25 Quadro 19. Taxas de aproveitamento pedagógico, 2011 25 Quadro 20. População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído 26 Quadro 21. Unidades de saúde, Camas e Pessoal, 2011 28 Quadro 22. Evolução da actividade, 2009-2011 29 Quadro 23. Indicadores de nutrição, 2009-2011 29 Quadro 24. Casos de doenças e óbitos notificados, 2009-2011 30 Quadro 25. População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007 31 Quadro 26. População deficiente, 2007 31 Quadro 27. População portadora de deficiência, segundo a causa 31 Quadro 28. Programas de acção social, 2009-2011 32 Quadro 29. Uso de novas tecnologias (10 anos ou mais) 33 Quadro 30. Viveiros Comunitários 36 Quadro 31. Florestas Comunitárias 36 Quadro 32. Áreas queimadas, 2010-2012 37 Quadro33. Execução orçamental (em ‘000 MT) 38 Quadro 34. Receitas cobradas, 2010-2011 (em ‘000 Mt) 39 Quadro 35. Projectos de iniciativa local financiados 40 Quadro 36. Sector económico do investimento local 40 Quadro 37. Investimento local em infra-estruturas escolares 41 Quadro 38. Investimento local em estradas 41 Quadro 39. Estradas de nível provincial (manutenção de rotina) 42 Quadro 40. Movimento de fronteira 42 Quadro 41. População segundo a condição de actividade 44 Quadro 42. População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 45 Quadro 43. População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 46 Quadro 44. Rede de estradas existente 47 Quadro 45. Classificação das estradas existentes 47 Quadro 46. Linhas de transporte rodoviário de passageiros e tarifas 2011 48 Quadro 47. Uso e Cobertura da Terra 51 Quadro 48. Produção agrícola, 2009/10-2010/11 54 Quadro 49. Efectivo Pecuário, 2009-2011 54 Lista de Figuras Figura 1. Localização do distrito ........................................................................................... 1 Figura 2. Postos Administrativos e Densidade Populacional, 1/7/2012 ............................... 7 Figura 3. População com 5 anos ou mais, por língua materna .............................................. 9 Figura 4. Tipo de habitações ............................................................................................... 12 Figura 5. Habitações segundo o material de construção ..................................................... 13 Figura 6. Habitações e condições básicas existentes ........................................................... 13 Figura 7. População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado .............................. 24 Figura 8. População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído ................................ 26 Figura 9. Quadro epidemiológico, 2011 .............................................................................. 30 Namaacha Índice ___________________________________________________________________________________________ Página v n8 v PÁGINA v Figura 10. Indicadores de escolarização por sexos ............................................................. 33 Figura 11. População (15 anos ou mais), segundo a actividade e sexo ............................... 34 Figura 12. População segundo a posição no trabalho e sexo .............................................. 34 Figura 13. Despesa corrente e de investimento, 2011 ......................................................... 39 Figura 14. População com 15 anos ou mais, segundo a actividade principal ..................... 44 Figura 15. População activa, segundo a ocupação principal ............................................... 45 Figura 16. População activa, segundo o ramo de actividade .............................................. 46 Figura 17. Explorações segundo a sua utilização ................................................................ 52 Figura 18. Explorações por classes de área cultivada ......................................................... 52 Namaacha Página viii n8 v i i i PÁGINA vi i i SSSiiiggglllaaasss eee AAAbbbrrreeevvviiiaaatttuuurrraaasss APEs Agentes Polivalentes Elementares BCI Banco Comercial e de Investimentos BIM Banco Internacional de Moçambique CDPRM Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique CENACARTA Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção CFM Caminhos de Ferro de Moçambique CGRN Comité de gestão de recursos naturais CISM Centro de Investigação em Saúde da Malária CL’s Conselhos Locais CNCS Conselho Nacional de Combate ao SIDA COVs Crianças Órfãs e Vulneráveis DNAL Direcção Nacional da Administração Local DNPO Direcção Nacional do Plano e Orçamento DPOPH Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças DPS Direcção Provincial de Saúde DTS Doença de Transmissão Sexual EDM Electricidade de Moçambique EN Estrada Nacional EN1 Estrada Nacional nº 1 EP1 Ensino Primário do 1º Grau EP2 Ensino Primário do 2º Grau EPC Escola Primária Completa ESG1 Ensino Secundário Geral do 1º ciclo ESG2 Ensino Secundário Geral do 2º ciclo Namaacha Página ix n8 ix PÁGINA ix ET Ensino Técnico FDD Fundo de Desenvolvimento Distrital GD Governo Distrital IAF Inquérito aos agregados familiares, sobre o orçamento familiar IFP Instituto de Formação de Professores INE Instituto Nacional de Estatística IPCC’s Instituições de participação e consulta comunitária ITS’s Infecções de Transmissão Sexual LOLE Lei dos Órgãos Locais do Estado MAE Ministério da Administração Estatal Mcel Moçambique Celular MF Ministério das Finanças MINAG Ministério da Agricultura MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento ONGs Organizações Não Governamentais ORAM Organização de Ajuda Mútua PA Posto Administrativo PARPA Plano de Acção Para Redução da Pobreza Absoluta PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PPFD Programa de Planificação e Finanças Descentralizadas PQG Programa Quinquenal do Governo PRM Polícia da República de Moçambique PSAA Pequeno Sistema de Abastecimento de Água SD Secretaria Distrital SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas Namaacha Página x n8 x PÁGINA x SDEJT Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas SDSMAS Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social SIFAP Sistema de Formação em Administração Pública SISE Serviço de Informações e Segurança do Estado STV Soico Televisão TDM Telecomunicações de Moçambique VODACOM Operadora de telefonia móvel Namaacha Página xi n8 x i PÁGINA xi Namaacha Página 1 n8 1 PÁGINA 1 111 BBBrrreeevvveee CCCaaarrraaacccttteeerrriiizzzaaaçççãããooo dddooo DDDiiissstttrrriiitttooo 111...111 LLLooocccaaallliiizzzaaaçççãããooo,,, SSSuuupppeeerrrfffíííccciiieee eee PPPooopppuuulllaaaçççãããooo O distrito de Namaacha, a 76 Kms da cidade de Maputo, situa-se a sudoeste da Província de Maputo, fazendo fronteira a Oeste com a República da África do Sul e o reino da Suazilândia, a Norte com o Distrito de Moamba, a Este com o Distrito de Boane e a Sul com o Distrito de Matutuíne. Figura 1. Localização do distrito Com uma superfície1 de 2.156 km2 e uma população recenseada em 2007 de 42 mil habitantes e estimada à data de 1/7/2012 em cerca de 48 mil habitantes, o distrito da Namaacha tem uma densidade populacional de 22,3 hab/km2. Prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 57 mil habitantes. A relação de dependência económica é de aproximadamente 1:1.3, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 13 pessoas em idade activa. A população é jovem (41%, abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 97%) e de matriz rural (taxa de urbanização de 30%, concentrada na Vila da Namaacha e zonas periféricas). 1 Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com M oam ba Boane Matola Matutuíne Magude O.Índico Manhiça Marracuene Namaacha Página 2 n8 2 PÁGINA 2 111...222 CCCllliiimmmaaa eee RRReeellleeevvvooo De acordo com a classificação Köppen, o clima de Namaacha é Tropical Húmido (AW), modificado pela altitude. A Norte e Leste, o clima é “Seco de Estepe (BS)”.Predominam 2 estações: a quente e de pluviosidade elevada, entre Outubro e Abril; e a fresca e seca, entre Abril a Setembro. O clima é ameno, com uma temperatura média anual de 21° C e a precipitação média anual é de 751.1 mm (751 mm em Goba, 680 mm em Changalane), ocorrendo cerca de 60% desta precipitação entre Novembro e Março. O distrito pode ser dividido de acordo com as seguintes unidades geomorfológicas: Terras altas – o Complexo da Cadeia dos Libombos; Planaltos médios – adjacentes ao primeiro; Encostas; e Pequenas planícies de 100 – 200 m nos vales aluvionares ao longo dos rios. É marcado pela cordilheira dos Libombos, que se estende no sentido Norte-Sul, tendo o seu ponto mais alto a cerca de 800 m, no monte Mponduíne. A superfície de aplanação desce para Leste, com vários rios a cortar as montanhas no sentido Oeste-Este. Nestas superfícies os solos são basálticos avermelhados e pretos com profundidades variáveis. 111...333 SSSooolllooosss,,, AAAmmmbbbiiieeennnttteee eee RRReeecccuuurrrsssooosss NNNaaatttuuurrraaaiiisss Em 2011 procedeu-se ao lançamento de Plano de Estrutura Urbana (PEU) da zona Municipal da Namaacha e o Plano Distrital de Uso de Terra (PDUT) em coordenação entre CMVN e o Governo Distrital. Os solos do distrito são maioritariamente rochosos, e se caracterizam por uma fraca capacidade de retenção de água. Nas regiões de planícies aluvionares à margem dos rios e ao sopé da cordilheira dos Libombos existem solos argilosos e muito férteis e com boa capacidade de retenção de água. O distrito debate-se com problemas de aridez em algumas zonas, devido a desmatação e queimadas descontroladas que se verificam em todo o distrito causados por caça furtiva, fabrico de carvão, machambas e fogo posto. Namaacha Página 3 n8 3 PÁGINA 3 Os principais rios do distrito são: Movene, Mabenga, Impaputo, Umbeluzi, Changalane e outros de caudal periódico. O caudal máximo desses rios ocorre entre os meses de Novembro e Março enquanto o caudal mínimo ocorre entre os meses de Julho a Outubro. Na albufeira dos Pequenos Libombos e ao longo do rio Umbeluzi pratica-se a pesca artesanal para a dieta alimentar das famílias e nalguns casos para o mercado local. O distrito apresenta uma vegetação do tipo savana e floresta rica em diversidade de plantas medicinais bem como árvores que fornecem madeira, estacas e lenha para a produção de carvão e esculturas. A fauna bravia do distrito é constituída predominantemente por animais de pequeno e médio porte tais como: coelhos, galinhas do mato, zebras, antílopes, macacos, jibóias, crocodilos, hipopótamos e javalis. O distrito possui uma diversidade de rochas na cadeia dos Libombos donde se extrai pedras, areias, barro e cal. As empresas de extracção mineira existentes no distrito são: Bentonite, CMC na Localidade de Mafuiane; Riolito, Tijoleira na Localidade de Impaputo; Tâmega na Localidade de Matsequenha. 111...444 IIInnnfffrrraaa---eeessstttrrruuutttuuurrraaasss eee SSSeeerrrvvviiiçççooosss O distrito de Namaacha é atravessado pela EN2, que dá acesso à Suazilândia e permite também a ligação directa com as cidades de Maputo e Matola e a vila de Boane, e mais cerca de 166 Km de vias classificadas como principais, secundárias e terciárias. O transporte rodoviário de passageiros é assegurado por autocarros e os chamados chapas. A linha férrea que liga Boane a Goba assegura também o transporte de carga e passageiros, com ligação à Suazilândia. O distrito da Namaacha conta com 40 estabelecimentos de ensino em 2011 (17 do EP1, 17 do EP2, 3 do ESG I e 1 do ESG II, o Instituto Superior de Educação e Tecnologia e o Instituto de Formação de Professores), que são frequentados por 13 mil estudantes. Existem ainda 7 Centros de Alfabetização de Adultos. A taxa de analfabetismo é de 33%. A população do distrito é servida por 4 médicos em 8 unidades sanitárias: 7 Centros de saúde (com maternidade e 65 camas para internamento) e 1 Posto de saúde. Em termos de telecomunicações, o distrito da Namaacha conta com ligações telefónicas fixa e móvel, telegráficas e via rádio. O acesso à Internet pode ser efectuado nas zonas servidas por rede fixa e móvel de telecomunicações, existindo também uma delegação dos Correios de Moçambique. Namaacha Página 4 n8 4 PÁGINA 4 O abastecimento de água no distrito é insuficiente. Existem 47 fontes de abastecimento de água dispersas operacionais que cobrem 60% da população. Em algumas zonas, as fontes melhoradas mais próximas encontram-se entre dezoito a trinta quilómetros de distância. Existem 5 pequenos sistemas de abastecimento de água (Vila, Mafuiane, Changalane, Goba e Michangalene) que tem tido problemas operacionais. A vila de Namaacha e o Posto Administrativo de Changalane têm fornecimento de energia assegurado pela rede da EDM. Em geral, o estado geral de conservação e manutenção das infra-estruturas não é o desejável, devendo esta área ser priorizada na gestão distrital e na afectação de recursos ao nível provincial. 111...555 EEEcccooonnnooommmiiiaaa A agricultura é a base da economia distrital, tendo como principais culturas as hortícolas, milho, amendoim, feijões, batata-doce, banana e mandioca. As espécies de gado predominantes são os bovinos, cabritos, ovelhas, galinhas, patos e porcos, destinadas para o consumo familiar e comercialização. O Distrito da Namaacha seleccionou 3 vectores de desenvolvimento num leque de vários produtos/serviços a destacar: Fruticultura, Hortícolas e Avicultura. Afectado pela excessiva procura de terrenos proveniente da cidade de Maputo, a Namaacha tem sido palco de vários conflitos ligados à posse da terra. A região beneficia de uma boa integração de mercado e de possibilidades de acesso a actividades não agrícolas geradoras de rendimento, nomeadamente as remessas dos emigrantes na África do Sul e na Suazilândia, o comércio informal e de fronteira, o fabrico de sabão e a venda de lenha, carvão, bebidas alcoólicas e produtos de olaria. O distrito de Namaacha debate-se com problemas de aridez em algumas zonas, devido aos incêndios ateados pelas populações locais. Além do produto da caça, o peixe, oriundo dos rios, é também um componente importante da dieta alimentar das famílias de Namaacha. A proximidade do distrito de Namaacha de Maputo e de distritos da província com actividade comercial significativa, bem como dos países vizinhos da Suazilândia e da África do Sul, contribui para uma actividade comercial bastante activa. Namaacha Página 5 n8 5 PÁGINA 5 A rede comercial no distrito e constituída por 167 lojas, 56 mercearias, 104 mini-mercearias e vendedores informais que expõem os seus produtos ao redor das estradas e nas suas residências. No distrito estão em funcionamento três moageiras, duas estações de serviço, três carpintarias, uma serração e quatro padarias. Em relação ao sector industrial, estão em funcionamento uma fábrica de refrigerantes, apesar de parcialmente destruída, e uma fábrica de confecções. O distrito de Namaacha possuí muitos recursos naturais (pedra lajes, pedra para construção) e 7 unidades extractivas em operação. Para além destas existem 56 garimpeiros informais que extraem e vendem pedras lajes. A Namaacha possui boas condições naturais para o desenvolvimento do turismo, beneficiando ainda da sua localização junto da fronteira com a Suazilândia. O distrito conta com vários estabelecimentos e estâncias turísticas, nomeadamente dois hotéis e um casino, para além de restaurantes, bares e botequins. No distrito existem delegações da Banca, das Telecomunicações de Moçambique, Correios de Moçambique, Electricidade de Moçambique. 111...666 HHHiiissstttóóórrriiiaaa eee CCCuuullltttuuurrraaa A designação de Namaacha provém de Lomahacha, nome de um antigo soberano(régulo) que governou a região dos Pequenos Libombos antes da fixação dos colonos. Destemido e bravo, Lomahacha conquistou os territórios vizinhos apoderando-se do gado bovino, que era levado para as pastagens da família real junto à Lagoa Makonko em Moçambique que ele visitava com frequência, mandando abater nessas ocasiões algumas vitelas para agraciar os pastores e guardas locais. Para conquistar maior respeito, raras vezes aparecia em público, à excepção das grandes festas do fim da colheita, que se intitulavam “Liphusibele”. A população da região era maioritariamente constituída por Swazis e Rongas. Actualmente, com a fixação da população de outras regiões, tem um padrão de população multilíngue. Durante a dominação colonial, Lomahacha foi morto, tendo-lhe sucedido sua esposa Cocomela, que tomando o comando dos seus guerreiros travou várias lutas com os portugueses. A história refere que este reino foi desmembrado em dois (Namaacha e Lomaacha), após o tratado de 1869 assinado em Pretória que reconheceu aos portugueses direitos do território até ao paralelo 26° 30’ Sul, e que estabeleceu os Montes Libombos como fronteira de Moçambique com a Suazilândia e o Transvaal. As danças tradicionais mais praticadas nesta região são a Ngalanga, Xingomana, Mutimba e Xigubo. Namaacha Página 6 n8 6 PÁGINA 6 A gruta da Namaacha, dadas as semelhanças com a Cova da Iria em Portugal, era considerada a Fátima da comunidade católica em Moçambique, e as águas das fontes das cascatas eram consideradas milagrosas para quem as bebesse. Actualmente, esta zona continua a ser palco da peregrinação anual de 13 de Maio, pela Nossa Senhora de Fátima. 111...777 SSSoooccciiieeedddaaadddeee ccciiivvviiilll O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital composto por 48 membros e presidido pelo Administrador Distrital. No Distrito funcionam dois Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, com 30 membros cada, e presididos pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes envolvem os membros dos 8 Conselhos Consultivos de Localidade. Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do PEDD e PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local, bem como no que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local e projectos com impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são submetidos posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital. Na sua actuação, a Administração tem tido apoio de várias organizações da comunidade e associativismo na recuperação de infra-estruturas, bem como de organismos de fora do distrito que promovem programas sociais de assistência, protecção do ambiente e desenvolvimento rural. Nomeadamente, o Distrito conta com 36 associações agro-pecuárias e com as seguintes organizações e associações: AMOPROC, Médicos do Mundo de Portugal, Casa do Gaiato, Fundação Joaquim Chissano, FDC, AMODEFA, PRACAI, IRMÃS SALESIANAS, IRMÃS FRANCISCANAS, CONGREGAÇÃO SÃO FRUMESIO, PRECIOSO SANGUE, PIDA, AMRU, ADC, AJAM/VITAID, AJEMA/PAMA, ADPP, SARNET, Geração BIZ, ADPP, Lupa/ADIPSA, GVC, DANIDA, PAITHFINDER, Cooperação Espanhola e Câmara Municipal de Santa Coba-Dão de Portugal. Durante 2011 não houve reconhecimento de novos líderes comunitários, pelo que o Distrito conta ainda com 22 líderes de 1º escalão, 19 de 2º escalão e 1 do 3° escalão reconhecidos. A relação entre a Administração e as autoridades comunitárias é positiva e tem contribuído para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido aos conflitos de terras existentes no distrito. Tendo o Xichangana como a língua materna dominante, a religião predominante é a Sião/Zione. Existem outras crenças no distrito e representantes das respectivas hierarquias, que se têm envolvido, em coordenação com as autoridades distritais, em várias actividades de índole social. Namaacha Página 7 n8 7 PÁGINA 7 222 DDDeeemmmooogggrrraaafffiiiaaa222 A superfície do distrito3 é de 2.156 km2 e a sua população está estimada em 48.019 habitantes à data de 1/7/20124. Com uma densidade populacional aproximada de 22,3 hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 57 mil habitantes. 222...111 EEEssstttrrruuutttuuurrraaa eeetttááárrriiiaaa eee pppooorrr ssseeexxxooo A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica aproximada de 1:1.3, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 13 pessoas em idade activa. Com uma população jovem (41%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 97% (por cada 100 pessoas do sexo feminino existem 97 do masculino) e uma taxa de urbanização de 30%, concentrada na Vila da Namaacha e zonas periféricas. Quadro 1. População por posto administrativo, grupo etário e sexo, 1/7/2012 TOTAL Grupos etários 0 - 4 5 - 14 15 - 44 45 - 64 65 e + DISTRITO DA NAMAACHA 48,019 7,391 12,086 21,465 5,495 1,581 Homens 23,688 3,733 5,949 10,652 2,671 683 Mulheres 24,331 3,658 6,137 10,813 2,824 898 P.A. da NAMAACHA 32,557 4,916 8,013 15,217 3,426 986 Homens 16,232 2,503 3,919 7,650 1,705 454 Mulheres 16,325 2,412 4,094 7,567 1,720 531 P.A. de CHANGALANE 15,461 2,475 4,073 6,248 2,069 595 Homens 7,456 1,229 2,030 3,003 965 229 Mulheres 8,005 1,246 2,043 3,246 1,104 367 Fonte: INE, Dados do Censo de 2007 e Projecções globais da população. Figura 2. Postos Administrativos e Densidade Populacional, 1/7/2012 Fonte: INE, Dados do Censo de 2007 e Projecções globais da população. 2 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última data censitária. 3 Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com 4 Projecções oficiais do Instituto Nacional de Estatística. Namaacha 22,1 hab/km2 Changalane 23,0 hab/km2 Namaacha Página 8 n8 8 PÁGINA 8 Das pessoas residentes no distrito, somente 45% nasceram no próprio distrito, o que denota fluxos de migração internos significativos. No caso das mulheres este fluxo é maior entre distritos da mesma província e menor quando considerado em relação a outras províncias. Quadro 2. Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento Local de Nascimento No próprio distrito Noutro distrito da mesma província Noutra Província Total 45.3% 10.3% 44.5% -‐ Homens 44.6% 9.0% 46.4% -‐ Mulheres 46.0% 11.5% 42.5% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. 222...222 TTTrrraaaçççooo sssoooccciiiooolllóóógggiiicccooo Das 12.120 famílias5 do distrito, o grupo mais significativo é o tipo sociológico alargado (37.1%), isto é, com um ou mais parentes para além de filhos e têm, em média, 4 pessoas. Quadro 3. Agregados familiares, segundo a dimensão % de agregados, por dimensão 1 - 2 3 - 5 6 e mais 37.3% 38.5% 24.2% Fonte: INE, Dados do Censo de 2007 e Projecções globais da população. Quadro 4. Agregados familiares, segundo o tipo sociológico TIPO SOCIOLÓGICO DE AGREGADO FAMILIAR Unipessoal Monoparental (1) Nuclear Alargado (2) Masculino Feminino Com filhos Sem filhos 21.6% 1.6% 8.7% 23.3% 7.7% 37.1% Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007. 1) Família com um dos pais. 2) Família nuclear ou monoparental com ou sem filhos e um ou mais parentes. Na sua maioria casados após os 12 anos de idade, têm crença religiosa dominada pela religião Sião ou Zione. Quadro 5. Distribuição da população, segundo o estado civil Com 12 anos ou mais, por Estado civilTotal Solteiro Casado ou união Separado/ Divorciado Viúvo 100.0% 38.1% 50.2% 4.4% 7.3% Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007. 222...333 LLLííínnnggguuuaaasss fffaaalllaaadddaaasss Tendo o Xichangana como a língua materna dominante, constata-se que 75% da população do distrito (com 5 ou mais anos de idade) tem conhecimento da língua portuguesa, sendo este 5 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007. Namaacha Página 9 n8 9 PÁGINA 9 domínio predominante nos homens, dada a sua maior inserção na vida escolar e no mercado de trabalho. Quadro 6. População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo TOTAL GRUPO ETÁRIO 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 44 45 e mais TOTAL 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% Xirhonga 6.5% 4.9% 6.1% 5.7% 4.4% 8.0% Xichangana 56.5% 63.9% 62.7% 58.4% 55.9% 51.8% Português 11.5% 18.1% 16.3% 16.8% 13.6% 5.9% Xitshwa 11.4% 5.0% 5.6% 7.1% 11.4% 16.3% Outras 25.5% 13.1% 14.9% 19.1% 26.1% 34.3% Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007. Figura 3. População com 5 anos ou mais, por língua materna Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Quadro 7. População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português Sabe falar Português Não sabe falar Português Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Distrito da NAMAACHA 75.3% 81.5% 69.3% 24.7% 18.5% 30.7% 5 - 9 anos 65.8% 65.1% 66.5% 34.2% 34.9% 33.5% 10 - 14 anos 92.5% 92.0% 92.9% 7.5% 8.0% 7.1% 15 - 19 anos 98.1% 98.0% 98.1% 1.9% 2.0% 1.9% 20 - 44 anos 84.5% 90.8% 74.2% 15.5% 9.2% 25.8% 45 anos e mais 81.9% 84.1% 79.9% 18.1% 15.9% 20.1% Fonte: Instituto Nacional de Estatística. Namaacha Página 10 n8 10 PÁGINA 10 222...444 AAAnnnaaalllfffaaabbbeeetttiiisssmmmooo eee EEEssscccooolllaaarrriiizzzaaaçççãããooo Com 67% da população alfabetizada, predominantemente homens, o distrito da Namaacha tem uma taxa de escolarização normal, constatando-se que 78% dos seus habitantes, principalmente residentes no posto administrativo sede, frequentam ou já frequentaram a escola, ainda que maioritariamente somente até ao nível primário. Quadro 8. População de 15 ou mais anos e alfabetização, 2007 Taxa de analfabetismo TOTAL Homens Mulheres Distrito da Namaacha 32,5% 22,7% 42,1% 15 - 19 anos 8,6% 8,8% 8,4% 20 - 24 anos 19,9% 16,1% 23,4% 25 - 29 anos 27,9% 23,8% 32,3% 30 - 44 anos 35,2% 24,1% 45,4% 45 anos ou mais 56,1% 34,8% 75,5% P. A. da Namaacha 28,7% 20,5% 36,8% P. A. de Changalane 41,0% 27,6% 53,1% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Namaacha Página 11 n8 11 PÁGINA 11 333 HHHaaabbbiiitttaaaçççãããooo eee CCCooonnndddiiiçççõõõeeesss dddeee VVViiidddaaa666 As características físicas das habitações, especialmente o material usado na sua construção e o acesso a serviços básicos de água, saneamento e energia, são indicadores importantes do nível de vida dos agregados familiares. As características do parque habitacional duma sociedade constituem um indicador bastante relevante do nível de desenvolvimento socioeconómico. Quadro 9. Habitações segundo o regime de propriedade Total de Habitações 100.0% -‐ Próprias 83.4% -‐ Alugadas 2.8% -‐ Cedidas ou emprestadas 10.7% -‐ Outro regime 3.2% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. A maioria (83%) das cerca de 12 mil habitações7 existentes no distrito são de propriedade própria. O tipo de habitação dominante é a casa mista (48%), que é um tipo de habitação que combina materiais de construção duráveis e materiais de origem vegetal. As casas de tipo formal (convencionais, básicas, flat/apartamentos) representam 29% do parque habitacional do distrito, e 21% das habitações são palhotas, que é a forma tradicional de casa rural. Quadro 10. Tipo de habitações Casa convencional8 ou apartamento9 5% Casa mista10 48% Casa básica11 24% Palhota12 21% Casa improvisada13 e outras 2% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. 6 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última data censitária. 7 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007. 8 Casa convencional - é uma unidade habitacional unifamiliar que tenha quarto(s), casa de banho, cozinha dentro de casa, e construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão). Pode ser de rés do chão, mais de 1 ou 2 pisos. 9 Flat/apartamento - é uma unidade habitacional que tenha quarto(s) casa de banho, cozinha pertencente a uma unidade habitacional multifamiliar com 1 ou mais pisos podendo ser de um bloco ou conjunto de blocos. 10 Casa mista – é uma casa construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão), materiais de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu, caniço, paus maticados, madeira, etc) e adobe. 11 Casa básica – é uma unidade habitacional que só tem quarto(s) e não tem casa de banho e ou cozinha, sendo construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão). Inclui-se nesta categoria o conjunto de quartos geminados (casa comboio) que utilizam os mesmos serviços (casa de banho, cozinha e água). 12 Palhota – é uma casa cujo material predominante na construção é de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu, caniço, adobe, paus maticados, etc). 13 Casa improvisada – são habitações construídas com material improvisado e precário, tal como papel, saco, cartão,, latas, cascas de árvores, etc. Namaacha Página 12 n8 12 PÁGINA 12 Figura 4. Tipo de habitações Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Apesar de as condições de habitação serem diferentes entre as zonas urbanas e rurais do distrito, verifica-se um padrão comum dos materiais de construção caracterizado por: • A maioria das casas tem paredes de blocos de cimento ou tijolo (33%) ou caniço/paus (34%); • A grande maioria das casas tem cobertura de chapas ou telhas (72%); e • A maior parte das casas tem pavimento de cimento (47%), seguido de adobe (32%). Quadro 11. Habitações segundo o material de construção Em % Total Urbano Rural Paredes 100.0% 100.0% 100.0% -‐ Blocos de cimento ou tijolo 33.0% 60.8% 23.6% -‐ Caniço / Paus 34.3% 6.9% 43.7% -‐ Madeira / Zinco 1.9% 0.9% 2.2% -‐ Outro material 30.7% 31.5% 30.5% Cobertura 100.0% 100.0% 100.0% -‐ Chapas ou telhas 71.9% 87.1% 66.8% -‐ Laje de betão 1.5% 4.9% 0.4% -‐ Capim ou outro material 26.5% 8.1% 32.8% Pavimento 100.0% 100.0% 100.0% -‐ Cimento, parquet ou mosaico 46.9% 76.7% 36.8% -‐ Adobe 32.3% 14.8% 38.2% -‐ Sem nada 20.8% 8.5% 25.0% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Namaacha Página 13 n8 13 PÁGINA 13 Figura 5. Habitações segundo o material de construção Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. O gráfico e quadro seguintes mostram a distribuição percentual das habitações por acesso aos serviços básicos. Ainda que maior nas áreas urbanas do distrito, o acesso a serviços básicos é também limitado nestas áreas. Em geral a situação de acesso pode ser assimcaracterizada: • Só 21% das casas tem energia eléctrica; • A maioria das famílias (62%) usa o petróleo como fonte de energia; • Quase metade das famílias (49%) tem acesso a fontes de água potável14; e • Somente 23% das famílias usam sistemas de saneamento melhorados15. Figura 6. Habitações e condições básicas existentes Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. 14 Água canalizada (dentro e fora da casa), fontenário e poço/furo protegido c/ bomba. 15 Retrete ligada a fossa séptica, Latrina melhorada e Latrina tradicional melhorada. Namaacha Página 14 n8 14 PÁGINA 14 Quadro 12. Habitações, água, saneamento e energia HABITAÇÕES E CONDIÇÕES BÁSICAS EXISTENTES TOTAL Casa convencional Casa mista Casa básica Palhota ENERGIA 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Electricidade 21,1 85,4 13,3 40,3 0,6 Gerador/placa solar 0,5 2,2 0,2 1,2 0,1 Gás 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 Petróleo/parafina/querosene 61,5 7,0 70,5 43,5 75,6 Velas 12,6 4,4 13,2 13,8 12,1 Baterias 0,1 0,0 0,1 0,2 0,0 Lenha 3,4 0,0 2,2 0,6 10,2 Outras 0,7 0,8 0,5 0,5 1,4 ÁGUA 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Água canalizada 13,9 82,7 7,7 22,5 1,4 - dentro da casa 3,3 60,1 0,5 0,0 0,0 - fora de casa 10,6 22,6 7,1 22,5 1,4 Não-canalizada 86,1 17,3 92,3 77,5 98,6 - fontenário 19,4 4,0 21,5 23,6 13,4 - poço/furo protegido c/ bomba 15,3 5,2 17,3 15,8 12,4 - poço sem bomba 14,2 4,2 15,6 14,3 13,3 - rio/lago/lagoa 32,6 3,0 34,3 16,9 54,3 - chuva 1,1 0,0 1,1 1,1 1,3 - outros 3,6 0,8 2,6 5,8 3,8 SANEAMENTO 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Retrete ligada a fossa séptica 5,7 89,4 0,4 3,3 0,2 Latrina melhorada 9,8 5,2 4,4 28,8 0,8 Latrina tradicional melhorada 7,7 1,0 8,6 12,8 1,7 Latrina não melhorada 49,6 3,7 61,8 42,4 41,7 Não tem retrete/latrina 27,2 0,7 24,9 12,8 55,6 Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. No que diz respeito a posse de bens, a incidência da posse de bens duráveis pelas famílias residentes no distrito é apresentada na tabela seguinte. Quadro 13. % de famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis Casa própria Rádio Televisor Telefone fixo Computador Carro Motorizada Bicicleta Nenhum bem 83.4% 58.6% 18.6% 0.8% 0.7% 3.3% 0.8% 13.7% 36.2% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Constata-se que, exceptuando a casa própria, 36 por cento das famílias não possuem nenhum dos bens listados na tabela e observados aquando do Censo da População de 2007. Namaacha Página 15 n8 15 PÁGINA 15 444 OOOrrrgggaaannniiizzzaaaçççãããooo AAAdddmmmiiinnniiissstttrrraaatttiiivvvaaa eee GGGooovvveeerrrnnnaaaçççãããooo O distrito da Namaacha, com sede na Vila da Namaacha, está dividido em dois Postos administrativos e 8 Localidades assim distribuídas: P.A. da Namaacha (Vila da Namaacha e Localidades de Kala-Kala, Chimachuanine, Impaputo, Mafuiane e Matsequenha) e P.A. de Changalane (Localidades de Changalane, Goba Estação, Mahelane e Michangulene). 444...111 GGGooovvveeerrrnnnooo DDDiiissstttrrriiitttaaalll O Governo Distrital é dirigido pelo Administrador de Distrito e, ao abrigo da Lei nº 8/2003 de 19 de Maio, está estruturado na Secretaria Distrital e nos seguintes Serviços Distritais: • Actividades Económicas; • Saúde, Mulher e Acção Social; • Educação, Juventude e Tecnologia; e • Planeamento e Infra-estruturas. De acordo com o Estatuto Orgânico do Governo Distrital aprovado pelo Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril, a Estrutura Tipo do Governo Distrital é a que é apresentada em seguida. Estrutura Tipo do Governo Distrital Fonte: Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril Para além destes serviços, funcionam ainda as seguintes instituições públicas: • Tribunal Judicial; • Registo e Notariado; • Comando Distrital da PRM; • Procuradoria Distrital da República; • Alfândegas; • Migração; • SISE. Namaacha Página 16 n8 16 PÁGINA 16 Namaacha Página 17 n8 17 PÁGINA 17 Com um total de 1.048 funcionários em 2011 (dos quais, 490 são mulheres), o pessoal da Administração Distrital apresenta a seguinte distribuição por serviços: • 106 Gabinete do Administrador/ Secretaria Distrital (GA/SD); • 714 do Serviço Distrital de Educação Juventude e Tecnologia (SDEJT); • 130 do Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social (SDSMAS); • 83 Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE); e • 15 de Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas. Do total de funcionários, 6% tem formação superior, 33% formação média, 32% formação básica e os restantes 29% formação elementar. Ocupam cargos de chefia 109 funcionários (dos quais 33 são mulheres), estando 70% dos mesmos afectos em unidades dependentes do SDEJT. O relacionamento entre o Conselho Municipal da Vila de Namaacha e os Órgãos de Estado funciona de acordo com as normas legais estabelecidas. Em 2011 procedeu-se ao lançamento de Plano de Estrutura Urbana (PEU) da zona Municipal da Namaacha e o Plano Distrital de Uso de Terra (PDUT) em coordenação entre CMVN e o GD. O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital composto por 48 membros e presidido pelo Administrador Distrital. Em 2011 o CCD aprovou 26 projectos de iniciativa local. No Distrito funcionam dois Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, com 30 membros cada, e presididos pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes envolvem os membros dos 8 Conselhos Consultivos de Localidade. Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do PEDD e PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local, bem como no que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local e projectos com impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são submetidos posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital. No contexto da reforma do sector público, foi nomeado o Secretário Permanente Distrital, foram institucionalizados os Conselhos Locais ( Localidade, Posto Administrativo e Distrito), Balcão de Atendimento Único Distrital (BAUD), descentralizados os investimentos no distrito, tramitados os expedientes para a nomeação de directores dos serviços distritais bem como dos chefes de Localidade, e foi feito ainda o lançamento da 2ª fase da reforma do sector público. A governação tem por base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e Tradicionais. Os Presidentes das Localidades são representantes da Administração e subordinam- se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao Administrador Distrital, sendo coadjuvados pelos Chefes de Aldeias, Secretários de Bairros, Chefes de Quarteirões e de Blocos. Namaacha Página 18 n8 18 PÁGINA 18 Durante 2011 não houve reconhecimento de novos líderes comunitários, pelo que o Distrito conta ainda com 22 líderes de 1º escalão, 19 de 2º escalão e 1 do 3° escalão reconhecidos. 444...222 SSSííínnnttteeessseee dddaaasss aaatttrrriiibbbuuuiiiçççõõõeeesss eee dddaaa aaaccctttiiivvviiidddaaadddeee dddooosss óóórrrgggãããooosss dddiiissstttrrriiitttaaaiiisss Nesta secção, sem pretender ser exaustivo transcrevendo o rol de tarefas realizadas, focam-se as principais actividades de intervenção pública directa que contribuem para o desenvolvimento social e económico do distrito. 4.2.1 Secretaria Distrital A Secretaria Distrital dirigida por um Secretário Permanente Distrital é o órgão do Governo Distrital que tem como principais funções e realizou actividades no âmbito de (a) prestar assistência técnica e administrativa ao Governo Distrital; (b) assegurar a gestão dos recursos humanos, materiais e financeirosdo Governo Distrital; (c) assistir na organização e controlo das actividades do Governo distrital, bem como na elaboração de relatórios de análise de actividades do Governo Distrital; e (d) garantir a assistência técnica e administrativa necessária ao funcionamento dos postos administrativos, localidades e povoações. Estrutura Orgânica da Secretaria Distrital Secretaria Geral Repartição de Planificação e Desenvolvimento Local Secretário Permanente Distrital Repartição de Finanças Repartição de Administração Local e Função Pública Fonte: MAE/DNAL. 4.2.2 Serviço Distrital de Actividades Económicas Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a) a promoção do uso adequado do solo e a gestão florestal; (b) o incentivo da produção alimentar e de culturas de rendimento; (c) o fomento pecuário e a construção comunitária de tanques carracicidas; (d) a emissão de emitir licenças de pesca artesanal, caça e de abate, bem como o combate a caça furtiva; (e) a promoção da piscicultura e da apicultura; (f) a divulgação do potencial económico, industrial, turístico e cinegético local; (g) a promoção da pequena indústria e mineração artesanal; (h) a emissão de pareceres sobre pedidos de licenciamento de actividades económicas, licenciar actividades comerciais e emitir licenças turísticas; (i) efectuar o recenseamento das actividades de artesanato; e (j) promover mecanismos de financiamento das actividades produtivas. Namaacha Página 19 n8 19 PÁGINA 19 4.2.2.1 Agricultura e Desenvolvimento Rural De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em explorações familiares de 1 hectare e em regime de consociação de culturas com base em variedades locais, havendo em algumas regiões o recurso à tracção animal e tractores. O sector familiar dedica-se ao cultivo, na sua maioria em sequeiro, de milho, amendoim, feijões, das espécies nhemba e manteiga, batata-doce, banana e mandioca, havendo fomento do girassol e da fabricação de óleo no Posto Administrativo de Changalane. No regadio de Mafuiane, os camponeses também cultivam hortícolas, fruteiras (citrinos, banana, abacate, morango, litches), feijões, amendoim e milho. O fomento pecuário em Namaacha ainda é insuficiente, apesar deste distrito ter tradição na criação de gado e no uso de tracção animal, em particular nas zonas de Mafuiane e Changalane. Ao nível familiar introduziram-se técnicas de produção de queijo a partir do gado caprino, muito embora o seu impacto ainda não seja visível, em virtude deste gado ainda se encontrar na fase de reprodução, estando as famílias a solicitar mais fomento pecuário. As limitações da produção pecuária identificadas na zona são as doenças nos animais, a escassez de serviços de extensão e a falta de dinheiro para comprar efectivos. O distrito de Namaacha debate-se com problemas de aridez em algumas zonas, devido aos incêndios ateados pelas populações locais. Para o combate e sensibilização das populações e com o apoio das mesmas, o governo distrital criou já 25 comités de gestão de recursos naturais. Em Goba, Changalane e Mafuiane, estão a ser implementadas acções de maneio comunitário dos recursos naturais e de reflorestamento, para minimizar os efeitos da desmatação e para incentivar o controlo dos recursos, com vista a garantir a preservação das espécies vegetais e faunísticas do distrito. O distrito da Namaacha tem uma procura adicional de terrenos proveniente da cidade de Maputo elevada, que está na origem de vários conflitos ligados à posse da terra, para cuja solução e moderação, tem contribuído a Administração e a DADR (Serviços de Geografia e Cadastro) em coordenação com anciãos influentes localmente. No início das Campanhas Agrícolas são realizadas em todo o distrito campanhas de sensibilização aos produtores com vista a aumentar as áreas de produção, usando equipamentos que permitem aumentar a produtividade (tracção animal e mecânica) e tendo em consideração o prognóstico de chuvas. Namaacha Página 20 n8 20 PÁGINA 20 Para além da agricultura e pecuária, domina a actividade económica do distrito o comércio fronteiriço, a caça, o corte de lenha e a produção caseira de bebidas e carvão. Aprovisionamento de insumos A disponibilidade de insumos foi assegurada, através da disponibilização de pesticidas, diversos materiais e equipamentos em todas as localidades. As estacas de mandioqueira, semente de batata-reno e socas de ananaseiro distribuídas no final de 2010 estão indicadas na tabela seguinte. Quadro 14. Sementes distribuídas no 4º trimestre 2010 Material vegetativo Variedade Quant. Recebida Quant. Distribuída (ton) Socas de ananaseiro Smooth cayenne 50.600 50.600 Semente de batata-reno BP1 120ton 120ton Estacas de mandioqueira Munhaça 316 m3 316 m3 Estacas de mandioqueira Gana 356 m3 356 m3 Fonte: SDAE Namaacha Extensão Agrária Os Serviços de extensão no distrito contam com 4 extensionístas e 1 supervisor que assistem cerca de 2.600 produtores (836 homens e 1.764 mulheres) e 39 associações (1.015 membros), das quais cerca 29 estão legalizadas. A assistência prestada aos produtores consiste basicamente na disseminação de pacotes tecnológicos nos regadios, conservação pós-colheita, entre outras actividades de acompanhamento das actividades de cultivo dos agricultores nas localidades. É de salientar que a cobertura da extensão pública no distrito é deficitária, não abrangendo a todos os agricultores, devido, principalmente, ao número reduzido de técnicos. Além da extensão pública, existem no distrito, parceiros que prestam assistência técnica aos produtores locais, nomeadamente: ADPP Clube de camponeses (3 extensionístas que assistem 750 produtores de 15 clubes de 50 membros cada), Casa de Gaiato (1 Extensionísta), e Lupa/ADIPSA (1 Extensionísta que assiste 72 produtores da Associação dos Regantes de Mafuiane). Construção e reabilitação de regadios e represas Em 2011, foi entregue um regadio a Associação Hanhane de Machavatimuca, localidade de Matsequenha, com capacidade inicial de irrigar uma área de cerca de 10ha, e com potencial de ampliação. Sanidade Vegetal Várias culturas são afectadas por pragas, nomeadamente: mosca branca (vector da virose do tomateiro), ratos do campo, formigas, larva mineira, gafanhoto Namaacha Página 21 n8 21 PÁGINA 21 elegante, ferrugem, e percevejo nas crucíferas. As pragas e doenças foram controladas atempadamente, de forma a reduzir a incidência e severidade da acção destes patógenos nas culturas. O controlo da mosca branca, ratos do campo, formiga e gafanhoto elegante, foi realizado com o apoio da repartição de Sanidade vegetal, que disponibilizou os pesticidas necessários para o controlo destas pragas. Tiveram lugar em todo distrito, campanhas de sensibilização e aconselhamento para garantir a conservação das culturas pós colheita e limpeza dos campos. Pecuária Em 2011 foram aplicados 493 mil banhos carracicidas em gado bovino (230 mil do sector familiar e 263 mil do sector privado). Foram ainda vacinados contra várias epidemias (carbúnculo hemático, carbúnculo sintomático, febre aftosa, dermatose nodular, brucelose, raiva e newcastle) cerca de 70 mil casos em 2011 e 115 mil em 2010. Esta redução derivou do número reduzido de vacinas disponibilizados para a campanha de vacinação em 2011. Em 2011 foram também realizados 3.200 tratamentos de doenças transmitidas por carapaças, abcessos, feridas, suspeitas de ricketsiose, anaplasmose, anemias, diarreias e fraquezas. Em 2010 foram efectuados 1.750 tratamentos. Florestas e fauna bravia Produção de plantas A produção de plantas envolve várias actividades que começa com a preparação dos alfobres até ao maneio das plantas após a germinação. A tabela seguinte mostra o nível de execuçãodas actividades sob coordenação do SDAE em 2010 e 2011. Actividades 2010 2011 Produção de plantas no viveiro da mata de Namaacha 24.450 plantas 21.831 plantas Produção de plantas nos viveiros comunitários 10.779 plantas 16.077 plantas Plantação na mata de Namaacha 18 ha 18 ha Limpeza de aceiros na mata de Namaacha 28 ha 20 ha Reflorestamento nas comunidades 14 ha 35 ha Colecta de sementes (SDAE) 4.5 Kg 6.9 Kg Fonte: SDAE Namaacha A aquisição tardia dos vasos e fraca germinação das sementes dadas as baixas temperaturas no inverno, condicionaram a produção de plantas no viveiro da mata em 2011. Maneio comunitário e assistência aos comités de gestão de recursos naturais Com vista a aumentar a eficiência da gestão dos recursos naturais e faunísticos, foram realizadas visitas aos comités de gestão de recursos naturais, tendo-se monitorado a produção dos viveiros comunitários e a distribuição das plantas para o reflorestamento. Namaacha Página 22 n8 22 PÁGINA 22 Em 2011 foram distribuídas 8.939 plantas de diversas espécies nativas para o reflorestamento comunitário. Foram assistidos os CGRN de Impaputo, Goba e Matsequenha na legalização das suas licenças de exploração florestal e faunístico. Ainda em 2011, o sector Florestal realizou um seminário de capacitação em matéria de conservação de sementes e gestão dos viveiros. Neste seminário participaram todos os chefes das localidades, extensionistas do distrito, técnicos da mata de Namaacha e técnicos do conselho Municipal de Namaacha. O seminário tinha como objectivo fornecer conhecimentos aos chefes das localidades no processamento e maneio de plantas no viveiro e foi planificado que cada líder comunitário tem que possuir uma floresta com o mínimo de 1ha. Fiscalização A crescente aderência dos operadores na legalização das licenças de transporte de produtos Florestais resultou numa redução do número de multas aplicadas numa actividade crescente de fiscalização de viaturas. Conflito Homem-Fauna Bravia Em 2011 registaram-se 10 casos de presença de animais bravios junto a comunidade, dos quais em alguns casos houve mortos e danos materiais. 4.2.2.2 Indústria, Comércio e Turismo Em 2011 foram licenciados 65 operadores de actividade comercial através do licenciamento simplificado e foram tramitados cinco processos para Direcção Provincial de Indústria e Comércio (BAU) para o licenciamento. Foram tramitados cinco (5) processos a Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia para pedido de Certificado Mineiro. Está em curso a tramitação de 4 processos a nível do Distrito. Namaacha Página 23 n8 23 PÁGINA 23 4.2.3 Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a) garantir o funcionamento de estabelecimentos de ensino, formação de professores, alfabetização, educação de adultos e educação não formal; (b) realizar estudos sobre cultura, diversidade cultural, valores locais e línguas nacionais; (c) promover o fabrico de instrumentos musicais tradicionais; (d) incentivar o desenvolvimento de associações juvenis, bem como promover iniciativas geradoras de emprego, auto-emeprego e outras fontes de rendimento dos jovens; e (e) promover o uso de novas tecnologias. 4.2.3.1 Educação A maioria da população (67%) do distrito é alfabetizada e 78% das pessoas com 5 ou mais anos de idade, predominantemente homens, frequentam ou já frequentaram o nível primário do ensino. A análise por sexos revela um padrão melhor entre os homens do que nas mulheres. Quadro 15. População de 5 anos ou mais, por frequência escolar P O P U L A Ç Ã O Q U E: FREQUENTA FREQUENTOU NUNCA FREQUENTOU Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Distrito da Namaacha 35.3% 35.6% 35.0% 42.6% 48.0% 37.3% 22.1% 16.4% 27.7% P. A. da Namaacha 36.1% 35.9% 36.3% 43.8% 49.0% 38.7% 20.1% 15.1% 25.0% P. A. de Changalane 33.6% 34.8% 32.5% 40.1% 46.0% 34.4% 26.3% 19.2% 33.1% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. A análise do nível de ensino frequentado pela população que actualmente atende a escola, revela uma concentração significativa no nível primário de ensino. Quadro 16. População de 5 anos ou mais, por nível de ensino NÍVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA Total AEA EP1 EP2 ESG1 ESG2 Técnico Superior TOTAL 100.0% 2.7% 62.1% 16.9% 13.8% 3.0% 0.9% 0.6% 5 - 9 anos 100.0% 0.2% 99.8% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 10 - 14 anos 100.0% 0.1% 70.1% 25.2% 4.6% 0.0% 0.0% 0.0% 15 - 19 anos 100.0% 0.2% 17.7% 34.5% 42.0% 4.1% 1.2% 0.2% 20 - 24 anos 100.0% 3.5% 9.6% 11.6% 45.3% 20.5% 7.2% 2.4% 25 e + anos 100.0% 34.3% 22.1% 5.8% 16.0% 12.4% 3.6% 5.8% HOMENS 100.0% 0.8% 63.5% 17.1% 13.6% 3.1% 1.1% 0.8% MULHERES 100.0% 4.6% 60.7% 16.7% 14.0% 2.8% 0.8% 0.4% EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos; ESG2 - 11º e 12º Anos; ET – Ensino técnico; CFP – Curso de formação de professores; AEA -Alfabetização e educação de adultos. Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Namaacha Página 24 n8 24 PÁGINA 24 Figura 7. População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Um aspecto importante é a observação das taxas de escolarização bruta e líquida. A primeira taxa calcula-se dividindo o total de alunos de um determinado nível de ensino (independentemente da idade) pela população do grupo etário correspondente à idade oficial para o referido nível16. Para calcular a segunda taxa, divide-se o total de alunos cuja idade coincide com a idade oficial para o nível pela população do grupo etário correspondente a esse nível. Estas são as medidas mais comuns para estimar o desenvolvimento quantitativo do sistema educativo. Quadro 17. Taxas de escolarização Taxas de escolarização Taxa Bruta de Escolarização Taxa Líquida de Escolarização TOTAL H M TOTAL H M EP1 140.6 143.1 138.1 84.6 85.7 83.5 EP2 104.7 108.4 101.1 20.2 19.4 20.9 ESG1 62.5 60.8 64.1 13.7 11.1 16.3 ESG2 22.2 22.2 22.3 2.3 1.7 3.1 Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007 . Como se pode observar, a taxa bruta de escolarização do Ensino Primário do 1º Grau é de 140.6%, o que indica um elevado nível de cobertura escolar neste nível. Atendendo a que a idade ideal para frequentar o EP1 é de 6 a 10 anos (para terminar este nível sem nenhuma reprovação), este indicador acima dos 100% reflecte a entrada tardia na escola, a reprovação e desistência escolar, levando a que exista um elevado número de alunos no EP1, com idades superiores a 10 anos. Efectivamente, a taxa líquida de escolarização no EP1 confirma aquele facto ao indicar que 16 EP1 – 6 a 10 anos; EP2 – 11 a 12 anos; ESG1 – 13 a 15 anos; ESG2 – 16 a 17 anos; Superior – 18 a 22 anos. Namaacha Página 25 n8 25 PÁGINA 25 somente 84,6% das crianças de 6 a 10 anos frequentam o nível de ensino correspondente a sua idade, neste caso o EP1. Em geral, os rapazes apresentam melhores indicadores educacionais brutos e líquidos para o nível EP1. Nos restantes níveis as raparigas apresentam taxas mais elevadas de escolarização, denotando um aumento de mulheres matriculadas nos níveis de ensino correspondente as suas idades. A situação global descrita reflecte, para além de factores socioeconómicos, o facto de a rede escolar existente e o efectivo de professores, apesar de terem vindo a evoluir a um ritmo significativo, serem insuficientes, o que é agravado por taxas de desistênciaem algumas localidades do distrito, devido ao facto de haver muitos casamentos prematuros e emigração de jovens para a Suazilândia e África do Sul. Quadro 18. Escolas, Alunos, Professores, 2011 Níveis de ensino Nº de Alunos Professores Escolas M HM M HM EP1 17 3.689 7.666 113 221 EP2 17 1.214 2.365 55 112 ESGI 3 1.132 2.162 9 58 ESGII 1 218 449 5 18 IFP 1 115 167 9 58 ISET 1 72 224 7 33 TOTAL DO DISTRITO 40 6.440 13.033 198 500 EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos; ESG II - 11º e 12º anos; ET - Ensino técnico; AEA –Alfabetização e educação de adultos. ISET - Instituto Superior de Educação e Tecnologia. IFP – Instituto de Formação de Professores. Fonte: SDEJT O Instituto de Formação de Professores capacitou em 2011 um total de 98 professores (67 do sexo feminino) e 89 gestores de escolas (48 mulheres). Para além do efectivo de escolas apresentado na tabela anterior, existem ainda 7 Centros de Alfabetização de Adultos, que tiveram 202 alunos (148 mulheres) em 2011. O aproveitamento pedagógico em geral foi bom, como demonstram os dados da tabela seguinte. Quadro 19. Taxas de aproveitamento pedagógico, 2011 (Em %) M HM EP1 83.8 80.2 EP2 82.1 79.7 ESG I 67.8 71.2 ESG II 71.0 72.3 IFP 94.8 99.0 ISET 100.0 95.9 Fonte: SDEJT Namaacha Página 26 n8 26 PÁGINA 26 Em termos de grau de ensino concluído, constata-se que do total de população com 10 anos ou mais de idade, só 41% concluiu algum nível de ensino, na sua maioria o nível primário. Quadro 20. População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído NÍVEL DE ENSINO CONCLUÍDO Nenhum TOTAL Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior TOTAL 40.9% 0.4% 32.7% 6.6% 0.5% 0.5% 0.2% 59.1% 10 - 14 anos 29.3% 0.0% 28.9% 0.3% 0.0% 0.0% 0.0% 70.7% 15 - 19 anos 71.6% 0.0% 63.7% 7.6% 0.2% 0.0% 0.0% 28.4% 20 - 24 anos 58.7% 0.0% 45.1% 12.1% 0.6% 0.9% 0.0% 41.3% 25 - 29 anos 46.3% 0.1% 33.6% 10.3% 0.5% 1.7% 0.1% 53.7% 30 e + anos 27.7% 0.8% 19.5% 5.8% 0.7% 0.5% 0.5% 72.3% HOMENS 45.8% 0.4% 35.9% 8.0% 0.7% 0.5% 0.3% 54.2% MULHERES 36.1% 0.3% 29.5% 5.2% 0.3% 0.6% 0.1% 63.9% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Figura 8. População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Existem vários programas escolares promovidos, nomeadamente: • Caixa escolar - Foram distribuídos um total de 28 mil livros escolares da 1ª a 7ª classes; • Produção Escolar – Foram produzidas cerca de 11 toneladas de produtos alimentares e 2.500 bicos de aves para consumo; • Plantio de Árvores - Foram plantadas 19.253 árvores de fruta e de sombra; • Saúde Escolar e HIV/SIDA – Abrangeu jornadas de limpeza, reciclagem de 18 activistas, vacinação anti-tétano para alunos da 1ª e 2ª classes, tendo se abrangido 607 alunos, supervisão em matéria de saneamento do meio, palestras sobre prevenção e combate ao HIV-SIDA, DTS´s ( ITS´s) e drogas, desparasitação contra bilharziose e lombrigas em todas as escolas do Ensino Primário, criação no IFP do núcleo de aconselhamento em Saúde Sexual, Reprodutiva, HIV e SIDA. Namaacha Página 27 n8 27 PÁGINA 27 4.2.3.2 Formação Profissional e Emprego O Governo Distrital em coordenação com Instituto de Emprego e Formação Profissional (INEFP) tem formado jovens em várias artes, nomeadamente, construção civil, agro-pecuário e electricidade. No final do curso o INEFP oferece kits de ferramentas aos graduados, como forma de promover o auto-emprego. Neste programa já foram formados 132 jovens e o FDD já financiou 45 projectos de jovens desde 2007. O Governo Distrital continua a sensibilizar jovens para elaborarem projectos de iniciativa local de modo a promover auto emprego e criação de mais postos de trabalho. 4.2.3.3 Tecnologia Foram apurados dois jovens inovadores, que foram submetidos à Delegação Provincial de Ciência e Tecnologia para a Gala Inovador a nível Regional. Realizou-se uma pesquisa das plantas de fácil crescimento, tendo-se seleccionado as seguintes: canhoeiro, laranjeira, mangueira, videiras, bananeiras, papaieiras, mafureiras, pereiras, videiras e ananaseiros. 4.2.3.4 Cultura Em geral no distrito forma celebradas as principais datas e feriados nacionais e de acontecimentos históricos relevantes. Foram realizadas palestras sobre abuso sexual e tráfico de menores, nas seguintes escolas: EPC de Mugado, Graça Machel, Cocomela, envolvendo 470 alunos, em coordenação com Acção Social e Secretariado Distrital. Fez-se a inscrição de 10 grupos culturais do Distrito para dança: (EPC de Graça Machel, Mafavuca, EP1 de Macuácua, Impaputo, Mundavene, Cassimatis e Matianine “B”), para canto coral ( E.C.Mª Auxiliadora e EP1 de Chimuchuanine), e para teatro ( Nova Vida). Realizou se a supervisão nas bibliotecas da Escola Secundária de Namaacha, Changalane, IFP e Escola Comunitária Mª Auxiliadora, tendo-se constatado a existência de alguns livros não registados, catalogados, classificados e etiquetados no IFP e Escola Secundária de Changalane. Foram ensaiadas 400 crianças de EPC Graça Machel, Mugado, Cocomela , EP1 de Matianine “B” e Chimuchuanine, no âmbito da preparação para abertura e o encerramento do X Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolar - Edição 2011. Participação na final do Intercâmbio Cultural designado “20 de Abril”, no qual os vencedores são EPC Graça Machel na dança, EP1 de Chimuchuanine no canto coral e grupo Tofo como grupo modelo. Namaacha Página 28 n8 28 PÁGINA 28 Elaborou-se um plano de Divulgação da Lei nº 6/99 de 2 de Fevereiro, que versa a proibição dos menores de idade em locais ou sítios de diversão nocturna e que envolveu técnicos, professores, presidentes dos conselhos de escolas e líderes comunitários. Neste âmbito realizaram-se 5 palestras com proprietários das casas de pastos e barracas, líderes comunitários, religiosos, alunos e jovens das igrejas com 318 participantes. Uma equipe de futebol masculino sub 13, participou de 8 a 12 de Janeiro no campeonato Infanto Juvenil, que teve lugar no distrito de Boane, tendo se classificado no 4º lugar. A nível das escolas da vila sede realizou-se um campeonato ganho pela Escola Comunitária Mª Auxiliadora. 4.2.4 Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a) assegurar o funcionamento das unidades sanitárias e incentivar a medicina tradicional; (b) promover acções de apoio e protecção da criança, da pessoa portadora de deficiência e do idoso; (c) desenvolver acções de prevenção da violência doméstica e de abuso de menores; e (d) promover a igualdade e equidade do género. 4.2.4.1 Saúde Unidades sanitárias e pessoal da saúde A rede e pessoal de saúde do distrito, apesar de estar a crescer, é insuficiente, evidenciando os seguintes índices de cobertura média: - Uma unidade sanitária por cada 6 mil pessoas; - Uma cama por 740 habitantes; e - Um profissional técnico para cada 640 residentes no distrito. Quadro 21. Unidades de saúde, Camas e Pessoal, 2011 Tipo de Unidades Sanitárias Pessoal existente Total de Centro de Posto de por sexo Unidades Saúde Saúde HM H M Nº de Unidades 8 7 1 Nº de Camas 65 65 0 Pessoal Total 130 128 2 130 51 79 - Licenciados 4 4 0 4 1 3 - Nível Médio 27 27 0 27 16 11 - Nível Básico e Elementar 45 45 0 45 19 26 - Pessoal de apoio 54 52 2 54 15 39 Fonte: SDSMAS No geral, a prestação de cuidados de saúde primários evoluiu positivamente, com o aumento de mais uma unidade sanitária. Por outro lado, as actividades preventivas na área de saúde no distrito em matéria de saneamento do meio, suplementação de vitamina ‘A’, educação as mães grávidas para ter o parto na maternidade e outras NamaachaPágina 29 n8 29 PÁGINA 29 actividades, associadas ao aumento de novos técnicos recém graduados no distrito, são dados positivos para o sector. Cuidados de saúde A tabela seguinte apresenta alguns indicadores de actividade dos serviços do Sistema Nacional de Saúde. Quadro 22. Evolução da actividade, 2009-2011 Actividades 2009 2010 2011 Taxa de ocupação de camas 26,0% 22,7% 36,0% Taxa de mortalidade hospitalar 5,2% 9,0% 5,0% Partos 864 940 876 Vacinações 20.282 24.848 15.912 Contactos Saúde Materno Infantil 25.995 25.999 25.421 Consultas externas 83.443 96.625 82.940 Consultas Estomatologia 2.862 3.176 3.450 DCO 4.006 4.253 5.615 Total de Unidades de atendimento 137.452 135.841 134.234 Fonte: SDSMAS A taxa de mau crescimento infantil subiu de 1.2% para 1.5% em 2011. A taxa de baixo peso a nascença aumentou de 3.7% para 8.5% uma vez que muitas destas crianças são filhas de mães seropositivas. Quadro 23. Indicadores de nutrição, 2009-2011 2009 2010 2011 Taxa de baixo peso à nascença 2.7% 3.7% 8.5% Taxa de mau crescimento 2.0% 1.2% 1.5% Fonte: SDSMAS De referir ainda a existência de vários programas de cuidados de saúde primários a vários níveis que denotam uma evolução positiva nos últimos anos, nomeadamente: • Saúde ambiental: Esta actividade está sendo realizada em todas as unidades sanitárias, bem como em brigadas móveis e nos locais de interesse público. Em 2011 foram realizadas em 282 palestras sobre saneamento do meio. • Saúde Ocupacional: Realizadas em 2011 seis visitas de trabalho as empresas para vacinação aos trabalhadores, bem como a todos os outros que manipulam géneros alimentícios. • Sanidade Internacional: Foi intensificado o controlo de movimento de entradas nas fronteiras de Namaacha sede e Goba. Este controle para além de entrada de produtos, é feito também em relação as pessoas. Esta actividade visa fundamentalmente pesquisar sinais e sintomas da gripe. Durante o período, foram controlados 33.616 passageiros, sendo 16.279 nacionais e 17.337 estrangeiros. Namaacha Página 30 n8 30 PÁGINA 30 • Saúde reprodutiva: As actividades de saúde reprodutiva tiveram uma descida de actividades. Continua a falta de casas espera da mãe nas 5 maternidades incluindo a recém construída em Macanda (O. Mechisso), as longas distâncias que as mães percorrem para chegar a maternidade mais próxima, que não é a menos de 10 km, a falta de transporte em algumas zonas (vulgo chapa 100) e a condição financeira na maioria da camada populacional. • Saúde Infantil, Nutrição, Saúde Escolar • Suplementação de Vitamina ‘A’ • Saúde Mental Quadro epidemiológico O quadro epidemiológico do distrito é dominado pelas doenças / infecções que são apresentadas na tabela seguinte. Quadro 24. Casos de doenças e óbitos notificados, 2009-2011 Doenças Casos Notificados Óbitos Notificados 2009 2010 2011 2009 2010 2011 Diarreias 2.788 2.874 2.788 - - 3 Disenteria 668 549 802 - - - Sarampo 7 1 3 - - - Cólera 24 - - 2 - - Malária 456 567 1.905 - 1 2 HIV/SIDA 741 712 676 12 11 10 DTS 1.303 1.132 1.145 - - - Fonte: SDSMAS Figura 9. Quadro epidemiológico, 2011 Fonte: SDSMAS Namaacha Página 31 n8 31 PÁGINA 31 4.2.4.2 Acção Social No distrito da Namaacha existem, segundo os dados do Censo de 2007, cerca de 2.700 órfãos (na sua maioria órfãos de pai) e cerca de 1.400 pessoas portadoras de deficiência (94% com debilidade física e 6% com doenças mentais). Quadro 25. População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007 População Órfão de: 0-14 anos Total Mãe Pai Pai e Mãe Total 100.0% 16.0% 4.1% 10.3% 1.6% - Homens 100.0% 16.1% 4.2% 10.2% 1.7% - Mulheres 100.0% 15.9% 3.9% 10.5% 1.5% Grupos etários: - 0 a 4 anos 100.0% 5.6% 1.0% 4.3% 0.2% - 5 a 9 anos 100.0% 15.1% 3.6% 10.3% 1.2% - 10 a 14 anos 100.0% 30.6% 8.6% 18.1% 3.9% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. Quadro 26. População deficiente, 2007 Grupos de Idade População Sem Com deficiência Total Deficiência Total Física Mental Distrito da Namaacha 100.0% 96.7% 3.3% 3.1% 0.2% 0 - 14 100.0% 98.7% 1.3% 1.2% 0.1% 15 - 44 100.0% 96.9% 3.1% 2.9% 0.2% 45 e mais 100.0% 91.1% 8.9% 8.6% 0.3% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. A tabela seguinte apresenta a distribuição percentual das 1.400 pessoas portadoras de deficiência, segundo a causa. Quadro 27. População portadora de deficiência, segundo a causa TOTAL Física Mental Distrito da Namaacha 100.0% 100.0% 100.0% À nascença 20.2% 19.3% 36.0% Doença 33.9% 33.6% 38.7% Minas/Guerra 4.4% 4.6% 1.3% Serviço Militar 4.5% 4.8% 0.0% Acidente de Trabalho 7.9% 8.3% 1.3% Acidente de Viação 9.5% 9.8% 4.0% Outras 19.5% 19.5% 18.7% Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007. A integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais em situação de pobreza absoluta, dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e portadores do HIV-SIDA, tóxico-dependentes e regressados. Para o efeito, existem vários programas de assistência social em curso no distrito, cuja evolução em termos de beneficiários é apresentada na tabela seguinte. Namaacha Página 32 n8 32 PÁGINA 32 Quadro 28. Programas de acção social, 2009-2011 Tipo de Programa Total Homens Mulheres Ano: 2009 Crianças perdidas identificadas e reunificadas 13 9 4 Apoio a órfãos em situação difícil 250 126 124 Educação Pré-escolar 631 356 275 Atendimento a idosos 313 219 94 Atendimento a deficientes 89 32 57 Total 1.291 738 553 Ano: 2010 Crianças perdidas identificadas e reunificadas 13 9 4 Apoio a órfãos em situação difícil 376 144 232 Educação Pré-escolar 383 205 178 Atendimento a idosos 595 88 190 Atendimento a deficientes 21 13 8 Total 1.388 459 612 Ano: 2011 Crianças perdidas identificadas e reunificadas 13 9 4 Apoio a órfãos em situação difícil 501 154 307 Educação Pré-escolar 652 340 312 Atendimento a idosos 821 390 431 Atendimento a deficientes 9 5 4 Total 1.996 898 1.058 Fonte: SDSMAS O SDSMAS tem coordenado as acções de algumas organizações não governamentais, associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidade e de direito entre homem e mulher todos aspectos de vida social e económica, e a integração, quando possível, no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar. Apesar dos esforços desenvolvidos, são ainda bem patentes no distrito os efeitos da pobreza, calamidades naturais e da guerra que assolou Moçambique nas últimas décadas. 4.2.4.3 Género O distrito de Namaacha tem uma população estimada de 48 mil habitantes - 24 mil do sexo feminino - sendo 9% dos agregados familiares do tipo monoparental chefiados por mulheres. Ao nível do distrito tem-se privilegiado a coordenação das acções de algumas organizações não governamentais, associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e direitos entre sexos em todos aspectos de vida Namaacha Página 33 n8 33 PÁGINA 33 social e económica, e a integração da mulher no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar. Esta coordenação recorre a mecanismos de troca de informação, diálogo e concertação da acção, evitando a sobreposição de actividades e racionalizando recursos de forma a melhorar a eficácia e eficiência das acções governamentais e das iniciativas da comunidade e do sector privado. Tendo por língua materna dominante o Xichangana, 69% das mulheres do distrito com 5 ou mais anos de idade têm conhecimento da língua portuguesa, sendo este domínio mais acentuado nos homens (82%), dada a sua maior inserção na vida escolar e no mercado de trabalho. A taxa de analfabetismo na população feminina é de 42%, sendo de
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