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ENTORSE DO TORNOZELO Eleide Lira ANATOMIA Articulação do tornozelo: sinovial do tipo gínglimo modificada caracterizada pelo encaixe do corpo do tálus na pinça maleolar. Estruturas: tíbia, fíbula e ossos do tarso, sindesmose tibiofibular distal, complexo ligamentar lateral (talofibular anterior, talofibular posterior e calcaneofibular); complexo ligamentar medial ou ligamento deltóide (tibionavicular, tibiocalcânea, tibiotalar anterior e tibiotalar posterior) http://www.clinicaecirurgiadope.com.br/ckfinder/images/entorse3.png ENTORSE DE TORNOZELO É uma das lesões musculoesqueléticas mais frequentes na população ativa e a mais frequente nos esportes Frequência: 1 entorse/inversão/ dia por cada 10 mil pessoas Geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais do tornozelo Mecanismo lesional: inversão do pé +flexão plantar do tornozelo (cerca de 90%) ENTORSE DE TORNOZELO Ligamento mais afetado: talofibular anterior (60- 70%) - O ligamento calcâneo-fibular pode ser lesionado quando o trauma tem grande energia.(20%) - O ligamento talofibular posterior raramente é lesionado Ligamento Deltóide: é raramente acometido (2,5% dos casos) LIGAMENTOS http://www.clinicaecirurgiadope.com.br/ckfinder/images/tnzpost1.png CLASSIFICAÇÃO Grau 1 ou Leve: lesão leve, sem ruptura de fibras, dor instantânea com período de alívio, permite a atividade funcional, pouco ou nenhum edema, tornozelo estável. CLASSIFICAÇÃO Grau 2 ou Moderado: lesão moderada, ruptura parcial das fibras ligamentares, ligamento alongado. Dor instantânea e ininterrupta – dificuldade ou impedimento da atividade. Edema moderado e hematoma devido a uma maior lesão vascular. Pequena instabilidade quando a articulação é submetida ao teste de gaveta anterior CLASSIFICAÇÃO Grau 3 ou Grave: lesão grave com ruptura completa de um ou mais ligamentos. Dor intensa. Há ruptura de vasos, com edema importante. Hematoma de grande extensão. Perda da capacidade de deambular. No teste de gaveta anterior observa-se grande instabilidade. Pode ser encontrado também avulsões ósseas. Controvérsias, hoje o consenso é para o tratamento funcional (tratamento conservador com possível reparo tardio) CLASSIFICAÇÃO CRÔNICA: - Falta ou insucesso no tratamento de lesões agudas Podem ser classificadas em: Instabilidade funcional Instabilidade mecânica ENTORSE CRÔNICA - Instabilidade funcional: Sensação do tornozelo que cede “desloca”, com entorses de repetição; pode haver dificuldade para andar em solo irregular; não se detecta movimento anormal do tornozelo. Parece resultar de um dano às terminações nervosas dos ligamentos e da cápsula articular gerando deficiência proprioceptiva. Outras causas são fraqueza dos fibulares e retropé varo. ENTORSE CRÔNICA - Instabilidade mecânica: Existência de movimento anormal na articulação, além dos limites do movimento fisiológico Testes de instabilidade são positivos Causa principal: laxidão ligamentar SINTOMATOLOGIA Dor Edema Hematoma Lembrar: dor intensa ao toque e impossibilidade de firmar o pé no chão ou apoiar o peso - avaliação e exames de imagem http://www.clinicaecirurgiadope.com.br/ckfinder/images/entorse7.jpg DIAGNÓSTICO História e exame físico detalhados Teste de Gaveta Anterior: positivo Testes: (A) Anterior drawer test, (B) Talar tilt test, (C) and (D) Kleiger external rotation test. ENTORSE DE TORNOZELO Exames complementares: Radiografias – suspeita de fraturas associadas Incidências (AP, Perfil) RX em testes de estresse (inclinação talar e gaveta anterior) RNM: dor persistente por mais de 3 meses COMPLICAÇÕES Instabilidade crônica Lesão osteocondral Impacto associado a um processo inflamatório tíbio-fibular distal Impacto anterior com exostose TRATAMENTO Conservador Cirúrgico TRATAMENTO CONSERVADOR Geralmente em entorses de grau 1 e 2 O tratamento conservador é dividido em três fases: 1ª fase: Limitação da extensão da lesão 2ª fase: Recuperação funcional da musculatura e restabelecimento da propriocepção 3ª fase: preparo para a volta às atividades anteriores AVALIAÇÃO Historia: Mecanismo de trauma Inventário – FAOS ou FAAM Procedimento Cirúrgico Cicatrização Avaliação : anatômica e funcional Dificuldade Cinética e Estática OBJETIVO DO TRATAMENTO Conter edema/ debelar dor Mobilizar tecido conjuntivo Mobilizar cicatriz Ganhar flexilibidade das estruturas retraídas Reestabelecer a ADM articular Potencializar Grupos Musculares Específicos TRATAMENTO Potencializar grupos musculares do MI contralateral Reequilibrar as articulações Reeducação Proprioceptiva Reeducar a Marcha Gestual esportivos TRATAMENTO – 1ª FASE Duração de 1 a 2 semanas Crioterapia, repouso do membro, compressão elástica e elevação da extremidade. Pode ser iniciado exercícios de ganho de ADM (flex/ext) diminuir a hemorragia diminuir o edema diminuir a reação inflamatória diminuir o quadro álgico http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=entorse+de+tornozelo+fisioterapia&source=images&cd=&cad=rja&docid=tYkNL0OG8q8IjM&tbnid=OP_bkozb8XKfxM:&ved=0CAUQjRw&url=http://pt.wikihow.com/Tratar-uma-Entorse-de-Tornozelo&ei=ajwJUoXqJrL84APuxIGwAg&psig=AFQjCNEANv7X3KePycS0OP85AUALYetWFA&ust=1376423360436290 TRATAMENTO – 2ª FASE Duração variável Fortalecimento muscular (Fibulares) Exercícios de propriocepção Exercícios para ganho de ADM (dorsiflexão, flexão plantar, inversão e eversão) Inicio de treino de marcha TRATAMENTO – 3ª FASE Exercício de fortalecimento, agilidade Exercício de amplitude de movimento Exercícios proprioceptivos: apoio monopodal pranchas corrida saltos Treinamento especifico para o esporte http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=fisioterapia+nas+entorses+de+tornozelo&source=images&cd=&cad=rja&docid=RXfi1VS3hX53aM&tbnid=-UtdEQy1DZOkfM:&ved=0CAUQjRw&url=http://curitibafisioterapia.com.br/tecnicas/ortopedia-e-traumatologia/&ei=Sz4JUrnGFNDA4AOfroGIBw&psig=AFQjCNFUla66EAk3MtUfl_b3kFiytTEz1Q&ust=1376423816744704 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=fisioterapia+nas+entorses+de+tornozelo&source=images&cd=&cad=rja&docid=RXfi1VS3hX53aM&tbnid=-UtdEQy1DZOkfM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.cuiket.com.br/empresa/accessorios-de-academia-fitness-e-fisioterapia_54548.html&ei=ez4JUpWJJOig4AOQx4GYDA&psig=AFQjCNFUla66EAk3MtUfl_b3kFiytTEz1Q&ust=1376423816744704 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sport.gov.mo/uploads/wizmagazine/201204/8065_te9zm.jpg&imgrefurl=http://www.sport.gov.mo/pt/macaosport/type/show/id/908&docid=a32wTvddXQJwbM&tbnid=R4ZSkYKv1OFCWM&w=1936&h=2591&ei=wT8JUof_Cva-4AOxiYCAAg&ved=0CAMQxiAwAQ&iact=c FASES DO TRATAMENTO Pós lesão imediata Crio Compressão e Elevação, associado ao repouso (lesão aguda) Sub aguda (de 48 a 72 horas) Imobilização relativa (uso de Braces e órteses) Sem suporte de carga ou carga parcial Tardiamente Exercícios sem mecanismo lesional Fortalecimento dos fibulares, eversores e flexores dorsais EVOLUÇÃO: 8 dias (I e II) 15 dias (III) TRATAMENTO FUNCIONAL Curto período de imobilização, exercícios ativos precocemente (controlados), treinamento neuromuscular progressivo (propriocepção e fortalecimento) A não reabilitação adequada pode desencadear um tornozelo sintomático pós entorse Reforço dos fibulares, exercícios para músculos do pé e perna, Exercícios de propriocepção TRATAMENTO CIRÚRGICO Em entorse classificadas como grau 3 A indicação é feita na expectativa de que as suturas dos ligamentos rompidos evitem uma cicatrização viciosacom alongamento e futura instabilidade e proporciona um retorno mais rápido as atividades. PÓS - OPERATÓRIO DE RECONSTRUÇÃO LIGAMENTAR DORSIFLEXÃO INÍCIO DO TRATAMENTO FLEXÃO PLANTAR INÍCIO DO TRATAMENTO FLEXIBILIZAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO FLEXIBILIZAÇÃO DO GRUPO MUSCULAR POSTERIOR DA PERNA E DO PÉ EM CADEIA CINÉTICA FECHADA TRABALHO DE AMPLITUDE ARTICULAR TRABALHO DE AMPLITUDE ARTICULAR PLANO INSTÁVEL ântero - posterior INÍCIO DA ESTIMULAÇÃO Salgado (1995) DORSIFLEXÃO APÓS 1 MÊS DE TRATAMENTO FLEXÃOPLANTAR APÓS 1 MÊS DE TRATAMENTO TRABALHO DE AMPLITUDE ARTICULAR 1 MÊS DE TRATAMENTO PLANO INSTÁVEL ântero - posterior PLANO INSTÁVEL látero - lateral PROPRIOCEPÇÃO REEDUCAÇÃO DAS FASES DA MARCHA FCC – TRT- 6ª Região – 2012- Eduardus encontra-se no segundo dia de lesão após entorse de tornozelo classificada com grau 2. O paciente por encontrar-se no estágio agudo apresenta edema na região da articulação e dor. O tipo de exercício que pode ser realizado no tornozelo de Eduardus, nesta fase da recuperação, é : (A) ativo. (B) passivo. (C) alongamento. (D) resistido excêntrico. (E) resistido concêntrico. FGV- FUNARTE- 2014-O paciente que sofreu um mecanismo brusco de queda da própria altura e realizou um movimento excessivo de flexão plantar e inversão em tornozelo direito, e com isso houve laceração de poucas fibras musculares de fibular curto e laceração de aproximadamente metade do ligamento talo fibular anterior, apresenta as respectivas lesões musculoesqueléticas A) distensão de 2º grau e entorse de 1º grau; B) distensão de 1º grau e entorse de 2º grau; C) entorse de 1º grau e distensão de 2º grau; D) entorse de 2º grau e distensão de 1º grau E) distensão de 2º grau e entorse de 3º grau MSCONCURSOS – PREFEITURA DE ITAPEMA – SC – 2016- Com relação às entorses de tornozelo em inversão, assinale a alternativa incorreta: a) O compartimento lateral da articulação do tornozelo é a estrutura do corpo com maior vulnerabilidade a sofrer entorse. b) O ligamento talofibular anterior é o mais frequentemente acometido. c) Alterações biomecânicas não influenciam para ocorrência dessas lesões. d) São as lesões que mais acometem tornozelos de atletas durante a prática de atividades físicas, sendo que entorses em inversão representam 85% das lesões de tornozelo. SES-SC- UFSC- 2012- Sobre entorse de tornozelo e fisioterapia, é CORRETO afirmar que: a) Na fase aguda da lesão, é importante o movimento ativo de inversão e eversão do tornozelo, como forma de alívio dos sintomas. b) A reeducação proprioceptiva só́ deve ser realizada em casos mais severos de entorse, já́ que somente nestes casos ocorre alteração de percepção e deve ser dado novo programa neuromotor. c) Caso a cirurgia seja necessária, o fisioterapeuta deverá atuar somente quando o paciente puder realizar apoio total do membro no solo. d) Exercícios de platiflexão e dorsiflexão contra resistência devem ser estimulados antes do ganho de amplitude articular para restaurar funcionalidade e prevenir encurtamento adaptativo. e) As lesões de tornozelo são causadas por uma súbita aplicação de força que excede a resistência dos ligamentos, levando o pé́ em inversão ou em eversão. Na fase crônica, é importante o reforço da musculatura do tornozelo de forma apropriada para evitar recidivas.
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