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Anatomofisiologia Prof.ª M.ª Adriana Leite Martins Prof. Guilherme Bernardes Filho Diretor Presidente Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes Diretor Tesoureiro Prof. Frederico Ribeiro Simões Reitor UNISEPE – EaD Prof. Me. Igor Gabriel Lima Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa Prof. Me. Leonardo José Tenório Mourão Torres Material Didático – EaD Equipe editorial: Fernanda Pereira de Castro - CRB-8/10395 Idamara Lobo Dias Isis Gabriel Alves Pedro Ken-Iti Torres Omuro Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz Apoio técnico: Alexandre Meanda Neves Anderson Francisco de Oliveira Gustavo Batista Bardusco Matheus Eduardo Souza Pedroso Vinícius Capela de Souza Equipe de diagramação: Laura Michelin de Oliveira Machado Equipe de revisão: Ana Beatriz Torres Omuro, Prof.ª Camila Santos Seimaru, Prof.ª Fabíola Löwenthal, Prof.ª Juliana Duarte, Laura Lemmi Di Natale, Marcela Gonçalves Ferreira Camillo. SOBRE A AUTORA: Professora Adriana Leite Martins é graduada (Bacharelado) em Fisioterapia pela Universidade de Mogi das Cruzes (2003). É mestre em Engenharia Biomédica (2006) pela Universidade de Mogi das Cruzes em parceria com a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). É docente do Centro Universitário do Vale do Ribeira (UNIVR) desde 2008, nos cursos de Fisioterapia, Nutrição, Farmácia, Biomedicina, Enfermagem e Psicologia, já ministrou aulas na pós- graduação nos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Educação Física. É supervisora de estágio curricular nas áreas de Fisioterapia Neurológica e Fisioterapia Pediátrica. Desenvolve atividades de iniciação científica como orientadora. È membro do núcleo docente estruturante (NDE) do curso de Fisioterapia e membro da comissão Própria de Avaliação (CPA) do UNIVR. Possui conhecimento no preparo de materiais para disciplinas EAD. Atua na área de educação há 12 anos. SOBRE A DISCIPLINA: Caro aluno seja bem-vindo à disciplina de Anatomofisiologia Humana! Esta disciplina tem por finalidade estudar o corpo humano conhecendo seus órgãos e estruturas de formação, através dessa disciplina você conhecerá as formas, localização e funcionamento de todos os constituintes corporais. A disciplina de Anatomofisiologia Humana visa proporcionar o conhecimento básico da estrutura e funcionamento dos diferentes sistemas orgânicos, bem como seu controle e inter-relações com o meio interno e ambiente. Este livro didático está dividido em três unidades, na primeira você conhecerá alguns conceitos básicos necessários para entender o que é Anatomia e Fisiologia e quais as suas relações. Depois de passar pelos conhecimentos da Introdução a Anatomia e Fisiologia nos próximos capítulos dessa unidade, você estudará a Anatomia e Fisiologia Celular, Tegumentar e do Sistema Esquelético. Na segunda unidade e terceira unidades, você aprenderá sobre a Anatomia e Fisiologia dos Sistemas: Muscular, Nervoso, Endócrino, Cardiocirculatório, Respiratório, Digestório, Urinário e Reprodutor. Bons Estudos! Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. SUMÁRIO UNIDADE III .......................................................................................05 9º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO...........05 10º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO.............20 11º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO.................35 12º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR..........47 5 UNIDADE III CAPÍTULO 9 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO No término deste capítulo, você deverá saber: ✓ Definição e Funções do Sistema Respiratório; ✓ Órgãos constituintes da Porção de Condução; ✓ Órgãos constituintes da Porção de Respiração; ✓ Músculos da Respiração; ✓ Ventilação Pulmonar; ✓ Troca Gasosa; ✓ Controle nervoso e químico da Respiração; Introdução ‘Respirar é Viver’, essa frase tão conhecida popularmente vai se tornar também compreendida após o estudo do sistema respiratório. A função desse sistema é garantir constantemente a concentração de oxigênio no sangue, concedendo ao organismo a troca de gases com a atmosfera, necessária para as reações metabólicas. Neste capítulo, você conhecerá quais órgãos fazem parte desse sistema e como funciona essa maravilhosa e importante função. Depois disso, ‘Respirar é Viver’ não será só mais uma frase sem sentido e sim uma frase cheia de conhecimentos e com significado diferente para vocês estudantes. Aproveite ao máximo tudo que esse capítulo tem a lhes oferecer e bons estudos!!! O soluço é espasmo provocado durante a respiração, de forma involuntária, pelo súbito fechamento da glote (abertura na laringe para passagem de ar para os pulmões) em conjunto com uma contração repentina do músculo do diafragma (que fica na base do pulmão e está relacionado à respiração). Esse espasmo prejudica a passagem de ar para os pulmões produzindo, assim, um som característico na garganta. 6 9.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES O Sistema Respiratório tem a função de realizar a troca gasosa, realizando a obtenção de oxigênio e eliminação de gás carbônico através de um processo chamado respiração. A função do sistema respiratório é fornecer oxigênio aos tecidos, remover o dióxido de carbono produzido por eles e eliminá-lo. A respiração é um processo que envolve duas etapas: inspiração e expiração. 1. Inspiração: refere-se ao processo de entrada de ar nos pulmões e obtenção de oxigênio. A inspiração é considerada um processo ativo, pois há gasto de energia (ATP). 2. Expiração: refere-se ao processo de saída de ar dos pulmões e eliminação de gás carbônico. A expiração normal é considerada um processo passivo, pois não há gasto de energia, ou seja, a saída de ar ocorre pelo recuo dos pulmões. Quando cantamos, falamos alto, tossimos, fazemos força entre outros, a expiração se torna forçada e é considerada um processo ativo. Nesse caso, alguns músculos aceleram a saída de ar dos pulmões e geram gasto energético. - PROCESSO PASSIVO: é um processo que ocorre SEM uso de energia proveniente da decomposição de ATP pela célula. - PROCESSO PASSIVO: é um processo que ocorre SEM uso de energia proveniente da decomposição de ATP pela célula. - ATP (adenosina trifosfato): é uma molécula que armazena energia para diversos usos celulares. 7 O sistema respiratório é formado por um conjunto de órgãos que se divide em duas porções: 1. Porção de Condução: são órgãos responsáveis pela condução de ar entre os meios interno e externo. 2. Porção de Respiração: são órgãos responsáveis pela troca gasosa. 9.2 PORÇÃO DE CONDUÇÃO A porção de Condução é formada pelos órgãos: nariz (cavidade nasal), faringe (nasofaringe e orofaringe), laringe, traqueia e brônquios D e E. Esses têm a função de captação, filtragem, umidificação, aquecimento do ar e condução do ar atmosférico até os pulmões. Figura 1 - Nariz Nariz As narinas, aberturas do nariz, permitem a entrada do ar no trato respiratório, revestidos internamente por pelos que filtram as partículas de poeiras que poderiam ser inaladas. Em seguida, o ar passa pelas mucosas respiratórias nas cavidades nasais (direita e esquerda), separadas pelo septo nasal. Além disso, células receptoras para o olfato estão presentes na cavidade nasal. Função: esquenta e umedece o ar; filtra partículas de sujeira. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.afh.bio.br/sentidos/img/nariz.gif&imgrefurl=http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos7.asp&usg=__jYtUw5_VkOSLgdtz1FxP8xb5gas=&h=469&w=557&sz=97&hl=pt-BR&start=5&itbs=1&tbnid=IaI8-fbCbd2HRM:&tbnh=112&tbnw=133&prev=/images?q%3Dnariz%2Banatomia%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:18 Figura 2 – Faringe Faringe É um tubo muscular associado a dois sistemas: respiratório e digestivo, situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe, reconhecendo-se nela, por esta razão, três partes: nasofaringe, superior que se comunica com a cavidade nasal através das coanas; orofaringe, média comunicando-se com a cavidade bucal e serve de passagem tanto para o ar como para o alimento; laringofaringe, inferior situada inferiormente próxima à laringe. Função: trata-se de um canal que é comum a passagem do alimento ingerido e do ar inspirado. Figura 3 – Laringe Laringe É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço. Sua parte externa é formada por cartilagens: tireoide, cricoide, aritenoide e epiglótica. Na parte interna da laringe encontra-se as pregas vocais. Função: atua na respiração e na fonação (produz sons). 9 Figura 4 – Traqueia Traqueia e Brônquios A partir da laringe segue-se à traqueia constituída por uma serie de anéis cartilagíneos incompletos, em forma de C, sobrepostos e ligados entre si pelos ligamentos anulares. A cartilagem proporciona rigidez suficiente ao órgão. A traqueia divide-se em dois brônquios principais, D e E, que apresentam estruturas semelhantes à da traqueia e são também denominados brônquios de primeira ordem. Cada brônquio principal dá origem aos brônquios lobares ou de segunda ordem, que ventilam os lobos pulmonares. Estes dividem-se em brônquios segmentares ou de terceira ordem, que vão ter aos segmentares e sofrem ainda sucessivas divisões antes de terminarem nos alvéolos pulmonares. Função: conduzir o ar. - Porção de Condução tem a função de captação, filtragem, umidificação, aquecimento do ar e condução do ar atmosférico até os pulmões. - Os órgãos que compõem a Porção de Condução do sistema respiratório são: nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios. 10 9.3 PORÇÃO DE RESPIRAÇÃO A Porção de Respiração é formada pelos pulmões direito e esquerdo e tem a função de realizar as trocas gasosas (respiração). Os pulmões direito e esquerdo são órgãos principais da respiração e estão contidos na cavidade torácica. Os pulmões são órgãos em forma cônica apresentando um ápice (superior) e uma base (inferior), cujo número é de 3 para o direito e 2 para o esquerdo. 1. Pulmão Direito: é maior e divide-se em 3 lobos (superior, médio e inferior) que são separados entre si por fendas profundas, as fissuras obliquas e horizontal. 2. Pulmão Esquerdo: é menor e divide-se em 2 lobos (superior e inferior) que são separados entre si pelas fissuras obliquas. Figura 5 – Pleura pulmonar Pleura Pulmonar – A pleura é membrana que recobre cada pulmão, semelhante a um saco completamente fechado. A pleura é uma membrana dupla formada por dois folhetos: pleura visceral, que envolve o pulmão, e pela pleura parietal, que forra internamente as paredes da cavidade torácica. Entre as pleuras, há um espaço virtual, a cavidade pleural, contendo um líquido lubrificante. Função: auxilia no deslizamento do pulmão (entrada e saída de ar) e protege do atrito com o tórax. Figura 6 – Alvéolos 11 Alvéolos - São cavidades diminutas que formam os pulmões. Por fora dos alvéolos há redes de capilares sanguíneos que os circundam. Suas paredes são muito finas e permitem a passagem dos gases para o sangue. Função: local onde ocorre a troca gasosa. - A Porção de Respiração é formada pelos pulmões direito e esquerdo e tem a função de realizar as trocas gasosas (respiração). 9.4 MÚSCULOS DA RESPIRAÇÃO O sistema respiratório só funciona devido a uma ação contínua dos músculos que realizam a inspiração e podem auxiliar numa expiração forçada. ✓ Músculos da inspiração: diafragma, intercostais externos, esternocleidomastóideo, serrátil e escalenos. ✓ Músculos da expiração: intercostais internos e abdominais. 1- Inspiração: refere-se ao processo de entrada de ar nos pulmões e obtenção de oxigênio. A inspiração é considerada um processo ativo. 2- 2- Expiração: refere-se ao processo de saída de ar dos pulmões e eliminação de gás carbônico. A expiração normal é considerada um processo passivo e a expiração forçada um processo ativo. Músculos da Inspiração: Músculo Principal: diafragma (traciona os dois pulmões para baixo, diminuindo a pressão torácica, permitindo que o ar entre até os pulmões). Músculos Acessórios: intercostais externos, esternocleidomastóideo, serrátil e escalenos (tracionam a caixa torácica aumentando seu diâmetro ântero-posterior e superoinferior, dando espaço para insuflação pulmonar. 12 Músculos da Expiração: Intercostais internos e abdominais: retraem a caixa torácica e aumentam a pressão abdominal empurrando os pulmões para cima, acelerando a saída de ar dos pulmões. Figura 7 – Músculos respiratórios 9.5 EVENTOS FISIOLÓGICOS DA RESPIRAÇÃO O sistema respiratório tem como função geral realizar a troca gasosa através do processo de respiração. Para realizar essa função, é necessário entender três eventos funcionais: 1. Ventilação pulmonar: refere-se ao processo de entrada e saída de ar nos pulmões durante a inspiração e expiração. • Troca de ar entre o meio externo e os alvéolos. 2. Trocas gasosas: refere-se ao processo de obtenção de oxigênio e eliminação de gás carbônico. • Difusão de O2 e CO2 do ar para o sangue; • Transporte de O2 e CO2 do sangue para as células. 3. Regulação da respiração: refere-se ao processo de controle do sistema nervoso sobre a respiração. • Controle pelo centro respiratório; • Controle químico. 13 O funcionamento do sistema respiratório envolve três eventos funcionais: 1- Ventilação pulmonar 2- Trocas gasosas 3- Regulação da respiração Figura 8 – Respiração 9.6 VENTILAÇÃO PULMONAR O mecanismo de entrada e saída de ar dos pulmões se dá por diferença de pressão. O ar tende a sair de onde está mais concentrado para onde sua concentração é menor, é por isso que, quando soltamos o ‘bico’ da bexiga, ela se esvazia, porque dentro do balão a pressão é maior e o ar vai para fora. Dentro dos pulmões existe uma pressão denominada intrapulmonar e no ar que respiramos a pressão é denominada pressão atmosférica. ✓ Na inspiração, o diafragma se contrai e traciona os pulmões para baixo fazendo com que a pressão intrapulmonar fique menor que a pressão atmosférica, dessa forma, o ar entra e ocorre a inspiração. ✓ À medida que o ar vai entrando, o pulmão vai se enchendo de ar e a pressão intrapulmonar fica maior que a pressão atmosférica. Quando isso acontece, o ar sai e ocorre a expiração. 14 Figura 9 – Mecânica da inspiração e expiração A ventilação pulmonar se refere ao processo de entrada e saída de ar dos pulmões. Esse evento ocorre por diferença de pressão intrapulmonar e pressão atmosférica. 9.7 TROCAS GASOSAS Os alvéolos são estruturas circundadas por uma imensa rede de capilares. O contato desses capilares com a parede dos alvéolos é chamado membrana respiratória. É nessa membrana onde ocorre a troca gasosa, também chamada de hematose. Na inspiração, os alvéolos se enchem e comprimem a parede dos capilares e, por um processo de difusão, o oxigênio presente no alvéolo atravessa a membrana respiratória e atinge os capilares, o gás carbônico presente no sangue atravessa a membrana e atinge os alvéolos. O oxigênio se difunde para o sangue e o gás carbônico é eliminado no ar ambiente na expiração. 15 Figura 10 – Troca de gases na respiração Difusão: as substâncias são transportadas de um meio mais concentrado para outro menos concentrado sem gasto de energia. Transporte de Oxigênio Combinado com a hemoglobina: o transporte do gás oxigênioestá a cargo da hemoglobina e acontece porque essa molécula de oxigênio liga-se ao ferro da hemoglobina, formando a oxiemoglobina. Apenas uma molécula de oxigênio liga-se ao ferro, enquanto cada molécula de hemoglobina combina-se com quatro moléculas de oxigênio. Ao chegar aos tecidos, essa combinação é revertida, e o oxigênio é disponibilizado para as células. Transporte de Gás Carbônico 1. Combinado com a água na forma de ácido carbônico: através da hidratação do anidrido carbônico, a maior parte do gás penetra nas hemácias forma o ácido carbônico, que posteriormente se dissocia e dá origem a íons de hidrogênio (H+) e bicarbonato (HCO3-), onde se difundem para o plasma sanguíneo, auxiliando na manutenção do grau de acidez do sangue. 2. Combinado com a hemoglobina: formando a carboemoglobina, parte do gás carbônico é transportado combinado com a hemoglobina (célula sanguínea). 3. Dissolvido no plasma: a menor parte é transportada dissolvida no sangue. 16 9.8 CONTROLE DA RESPIRAÇÃO Há duas formas de controle sobre a respiração: • Controle pelo centro respiratório; • Controle químico; 1. Controle Nervoso (pelo Centro Respiratório) O centro nervoso, localizado no bulbo, controla de forma automática a respiração. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). O diafragma é o mais importante músculo da respiração e recebe os sinais respiratórios através do nervo frênico. Quando em funcionamento normal, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo a inspiração. 2. Controle Químico Através dos quimiorreceptores o centro respiratório é capaz de aumentar e de diminuir tanto a frequência como a amplitude dos movimentos respiratórios. Esses quimiorreceptores são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade é a responsável pelos tecidos receberem a quantidade de oxigênio que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico. ✓ Acidose Sanguínea Se o pH está abaixo do normal (acidose), ocorre o aumento da frequência respiratória e a amplitude dos movimentos pulmonares. Onde o aumento da ventilação pulmonar é a tentativa do organismo de eliminar a maior quantidade de CO2, o que eleva o pH do plasma ao seu valor normal. ✓ Alcalose Sanguínea Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), ocorre a diminuição da frequência respiratória e a amplitude dos movimentos pulmonares. Com a diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO2 e maior produção de íons H+, o que determina queda no pH plasmático até seus valores normais. O controle nervoso controla a respiração por estimulação do centro respiratório (bulbo) através do nervo frênico. O controle químico controla a frequência respiratória, estimulando o centro respiratório em casos de acidose (aumentando a frequência respiratória) e inibindo o centro respiratório em casos de alcalose (diminuindo a frequência respiratória). 17 Neste capítulo, você viu que o sistema respiratório tem a função de realizar uma troca de gases com o ar atmosférico, assegurando permanente concentração de oxigênio no sangue, necessária para as reações metabólicas e, em contrapartida, servindo como via de eliminação de gás carbônico. O sistema respiratório está dividido em duas partes: porção de condução e porção de respiração. A porção de condução é formada por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios. A porção de respiração é composta pelos pulmões direito e esquerdo e é responsável pela troca gasosa, que ocorre através da respiração. Você viu também que os músculos respiratórios permitem a inspiração e a expiração. Os eventos fisiológicos do sistema respiratório compreendem: a ventilação pulmonar que se refere à entrada e saída de ar dos pulmões; a troca gasosa que ocorre pela difusão dos gases na membrana respiratória; o controle da respiração que corre por dois modos, controle pelo centro nervoso e controle químico. A função do sistema respiratório é garantir constantemente a concentração de oxigênio no sangue, concedendo ao organismo a troca de gases com a atmosfera, necessária para as reações metabólicas, além de servir como meio de eliminação de gases residuais resultantes dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico. Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo e leia o texto sobre o “Sistema Respiratório”, disponível no link: https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-respiratorio/ Palavras Significado Acidose Acumulação de ácido ou perda da reserva alcalina do sangue e dos tecidos Alcalose Condição metabólica caracterizada pelo aumento do pH do sangue, que se torna alcalino Ântero-posterior Localização anatômica utilizando a referência combinada dos planos anatômico anterior e posterior Impulsionar ‘Empurrar’; transmitir 18 Insuflação Ato ou efeito de injetar ‘ar’ ou outros gases pH Representação da escala na qual uma solução neutra é igual a sete, os valores menores que sete indicam uma solução ácida e os maiores que sete indicam uma solução básica. Retração Diminuição do volume de um corpo Superoinferior Localização anatômica utilizando a referência combinada dos planos anatômico superior e inferior A hematose é o processo de trocas gasosas pulmonares através da difusão de gases: oxigênio e dióxido de carbono. Em condições normais as trocas gasosas no pulmão humano ocorrem: a) nos bronquíolos. b) na traqueia. c) nos brônquios. d) nos alvéolos. e) na laringe. RESPOSTA: Alternativa D. A hematose é um processo de trocar gasosas em que o gás carbônico do sangue passa para o interior dos alvéolos e o oxigênio presente nos alvéolos passa para o sangue, portanto esse processo ocorre nos alvéolos. Os pulmões são órgãos do sistema respiratório responsáveis pela hematose (troca de gases), formados por milhões de alvéolos pulmonares, que são os locais onde ocorrem as trocas de gases. Esse órgão é revestido por uma membrana que recebe o nome de: a) diafragma. b) pericárdio. c) pleura. 19 d) peritônio. e) nenhuma das alternativas. 20 UNIDADE III CAPÍTULO 10 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO No término deste capítulo, você deverá saber: ✓ Definição e Funções do Sistema Digestório; ✓ Órgãos constituintes do Canal alimentar; ✓ Órgãos constituintes das Glândulas anexas; ✓ Funcionamento Gastrointestinal; ✓ Processos Mecânico e Químico da digestão. Introdução O sistema digestivo, também conhecido como aparelho digestivo ou sistema digestório, é o responsável pela absorção dos nutrientes, através dos alimentos ingeridos, necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia, locomoção etc. No entanto, uma vez consumido, os alimentos não podem ser usados como fonte de energia celular, devem ser primeiro decompostos em moléculas pequenas o suficiente para atravessar a membrana plasmática das células, um processo conhecido como digestão. Nesse capítulo, aprenderemos quais órgãos participam dessa função e como ocorre esse processo. Quando você come os músculos do esôfago se contraem e relaxam de maneira ondulatória para passagem da comida pelo trato digestório. A esse movimento chamamos de peristaltismo, ele empurra a comida pelo pequeno canal até o estômago. Por isso a comida não precisa de gravidade para chegar ao seu estômago, mesmo se você fosse comer pendurado de cabeça para baixo, a comida ainda seria capaz de chegar ao seu estômago. 10.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES O sistema digestório humano é formado pelo trato digestório com um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos e glândulas, sua funçãoé a digestão dos alimentos. 21 Digestão é a quebra dos alimentos em partículas menores e assimiláveis, para que as substâncias necessárias (nutrientes) sejam absorvidos. É realizada no aparelho digestório ou digestivo, através de dois tipos de processos: mecânico e químico. O sistema digestório possui basicamente seis funções: 1. Ingestão: deve-se ao processo de introduzir alimentos e líquidos na boca. 2. Secreção: deve-se à produção de líquidos e enzimas. 3. Mistura e Propulsão: deve-se à capacidade de misturar e mover material ao longo de sua extensão, denominada motilidade. 4. Digestão: transformação dos alimentos em substâncias que podem ser assimiladas pelo corpo. 5. Absorção: deve-se à capacidade de absorção de alimentos e água. 6. Defecação: eliminação dos resíduos sob a forma de fezes. 10.2 DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO O Sistema Digestório é composto por um conjunto de órgãos divididos anatomicamente em dois grupos: canal alimentar e órgãos anexos. Canal alimentar ou trato digestório é o trajeto que o alimento passa desde o momento em que o colocamos na boca até o momento que eliminamos seus resíduos sob a forma de fezes, durante todo o processo de digestão. Os órgãos que compõem o canal alimentar são: 1. Boca 2. Faringe 3. Esôfago 4. Estômago 5. Intestino Delgado Figura 1 – Sistema digestório 22 6. Intestino Grosso 7. Reto e Ânus Os órgãos anexos também chamados de glândulas anexas são estruturas que participam da digestão produzindo substâncias que são lançadas no canal alimentar e ajudam a digerir os alimentos, o alimento não passa no interior desses órgãos durante a digestão. Os órgãos anexos são: 1. Dentes 2. Língua 3. Glândulas Salivares 4. Fígado e Vesícula Biliar 5. Pâncreas SISTEMA DIGESTÓRIO 10.3 CANAL ALIMENTAR O trato digestório, conhecido também como canal alimentar ou trato gastrintestinal, é um composto por um longo tubo oco de tecido musculoso que se estende desde a cavidade bucal até o ânus com seus órgãos anexos. Sua estrutura é composta de: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. CANAL ALIMENTAR 1. Dentes 2. Língua 3. Glândulas Salivares 4. Fígado e Vesícula Biliar 5. Pâncreas ORGÃOS ANEXOS 1. Boca 2. Faringe 3. Esôfago 4. Estômago 5. Intestino Delgado 6. Intestino Grosso 7. Reto e Ânus Figura 2 - Boca 23 Boca: onde se inicia o processo de digestão dos alimentos. Por meio da mastigação o alimento é preparado para a digestão, através da língua e dos dentes que reduzem os alimentos em pequenos pedaços, os mistura à saliva, o que futuramente irá facilitar a ação das enzimas. Faringe: Tubo muscular associado a dois sistemas (Digestório e Respiratório). Situa-se entre a cavidade bucal e nasal, anterior à coluna vertebral. Função: Controlar a passagem de ar para os pulmões e de alimento para o estômago através da abertura e fechamento de duas membranas (glote e epiglote). Função: Auxilia na deglutição dos alimentos. Esôfago: É um tubo muscular que começa na faringe, passa pelo mediastino, atravessa o diafragma e termina no estômago. Localizado entre a coluna vertebral e a traqueia. É dividida em três partes: cervical, torácica e abdominal. É revestido por músculo liso e por isso possui movimentos peristálticos (peristaltismo), uma contração muscular involuntária. Função: Transportar alimento para o estômago. Figura 3 - Faringe Figura 4 - Esôfago http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://aplicativos.pgr.mpf.gov.br/saude/sa/imagens/faringe.gif&imgrefurl=http://aplicativos.pgr.mpf.gov.br/saude/sa/faringe.htm&usg=__fUAmUx__wZEVFxd3mXevMceuIBM=&h=400&w=300&sz=7&hl=pt-BR&start=5&itbs=1&tbnid=lmMZ7ECq9XM7VM:&tbnh=124&tbnw=93&prev=/images?q%3Dfaringe%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1 24 Estômago: É uma dilatação do canal alimentar. Está situado abaixo do diafragma, com sua maior porção à esquerda. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Na parte interna do estômago possui uma estrutura rugosa denominada mucosa gástrica que secretam mucos e suco gástrico. As funções do estômago são: 1 – Armazenamento de grande quantidade de alimentos após a refeição; 2 – Mistura do alimento; 3 – Esvaziamento desse alimento para o intestino delgado. Intestino Delgado: É um tubo com aproximadamente 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (primeira e menor porção), jejuno (parte média e maior porção) e íleo (parte final). Funções: Duodeno: Nessa parte do intestino são liberadas a bile (vesícula biliar) e a secreção pancreática (pâncreas) para auxiliar na digestão de alimentos, base de gorduras e proteínas. Jejuno e Íleo: Ao longo dessas duas regiões, a digestão continua e grande parte dos nutrientes é absorvida pelo sangue Figura 5 – Estômago Figura 6 – Intestino delgado Figura 7 – Intestino Grosso 25 Intestino Grosso: O intestino grosso está localizado no abdômen, tem forma de U invertido. É a continuação do intestino delgado e seu nome se deve ao fato que seu diâmetro é o maior e suas paredes mais grossas. Dividido em: Cécum (ceco), Cólon Ascendente, Cólon Transverso, Cólon Descendente, Cólon Sigmoide, Reto. O reto é a parte final do intestino grosso, que termina com o canal anal e o ânus, por onde são eliminadas as fezes. Função: Absorver água do quimo, lubrificar as fezes e neutralizar os produtos ácidos do metabolismo bacteriano. 10.4 ORGÃOS OU GLÂNDULAS ANEXAS Dentes: é estrutura dura da boca, denominada arcada dentária. Crianças têm 20 dentes decíduos (primários ou de leite). Adultos normalmente possuem 32 dentes secundários (permanentes). Função: Trituram o alimento e realizam a mastigação. Língua: A língua é o principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala, localiza-se no interior da boca, dentro da curva do corpo da mandíbula. Função: Desloca o alimento durante a mastigação e o dirige para trás para ser deglutido (engolido). Figura 8 – Dentes Figura 9 – Língua 26 Fígado: É o maior órgão interno e pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto. Localiza-se abaixo do diafragma com sua maior porção à direita do plano mediano. Divide-se em 4 lobos: Lobo Direito, Esquerdo, Quadrado e Caudado. Entre os lobos direito e quadrado, encontra-se a Vesícula Biliar que armazena a bile. Função: Secretar (produzir) a bile, que ajuda a neutralizar o quimo ácido do estômago e a digerir gorduras. Pâncreas: O Pâncreas é uma glândula localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome. Possui aproximadamente 15 cm de comprimento e formato triangular. Função: Secreta o suco pancreático que contém enzimas que promovem a hidrolisação, ‘quebra’ de proteínas, gorduras e carboidratos. Figura 10 - Fígado Figura 11 - Pâncreas Figura 12 – Glândulas Salivares 27 Glândulas Salivares: São três – 1. Glândula Parótida: localizada à frente do conduto auditivo; 2. Glândula Submandibular (submaxilar): localizada abaixo da mandíbula; 3. Glândula Sublingual: localizada abaixo da língua. Função: Secretar saliva. 10.5 FUNCIONAMENTO GASTROINTESTINAL O sistema digestório é revestido por músculo liso e através dos movimentos peristálticos é capaz de deslocar o alimento através do canal alimentar durante o processo digestório. O músculo gastrointestinal tem duas características que devem ser consideradas: 1. As fibras estão eletricamente conectadas umas às outraspor meio do grande número de junções abertas. 2. As camadas musculares funcionam como um sincício, ou seja, a excitação de uma parte sempre excita a outra. Na f. nervosa o PA é deflagrado pela abertura rápida dos canais de Na. Na fibra gastrointestinal pela grande entrada de Ca e em menor quantidade do NA (bomba Ca/K). A abertura e fechamento dos canais iônicos na fibra gastrointestinal são mais lentos, o que justifica o PA nelas durar mais tempo que na fibra nervosa. Sendo assim, o sistema nervoso controla o sistema digestório da seguinte forma: o sistema digestório possui um sistema nervoso próprio denominado sistema nervoso entérico, que começa no esôfago e termina no ânus. É formado por dois plexos: ◼ Plexo Mioentérico ou Plexo de Auerbach: este plexo está situado nas camadas mais externas desses órgãos e controlam os movimentos gastrointestinais. ◼ Plexo Submucoso ou Plexo de Meissner: este plexo está situado nas camadas mais internas desses órgãos e controlam as secreções gastrointestinais. 28 O funcionamento do sistema digestório é controlado pelo sistema nervoso entérico que reveste com dois plexos desde o esôfago até o ânus: Plexo Mioentérico ou Plexo de Auerbach: este plexo controla os movimentos gastrointestinais, está situado mais externamente. Plexo Submucoso ou Plexo de Meissner: este plexo controla as secreções gastrointestinais, está situado mais internamente. 10.6 CONTROLE NERVOSO SOBRE O FUNCIONAMENTO GASTROINTESTINAL O sistema nervoso controla o funcionamento gastrointestinal através do sistema nervoso simpático (SNP) e sistema nervoso parassimpático (SNP) através de nervos sensitivos que interligam o tronco encefálico e a medula ao sistema entérico, estimulando ou inibindo suas funções. ➢ SNP: possui fibras que agem estimulando (+) a função gastrointestinal através da liberação de um neurotransmissor chamado Acetilcolina ➢ SNS: possui fibras que agem inibindo (-) a função gastrointestinal através da liberação de um neurotransmissor chamado Norepinefrina. Os nervos presentes no sistema nervoso entérico são estimulados todas as vezes que o bolo alimentar atinge o canal alimentar e também por: 1. Irritação da mucosa intestinal; 2. Presença de substâncias químicas específicas; 3. Distensão excessiva do intestino; Esses estímulos geram sinais que podem ativar o SNS e SNP, inibindo ou estimulando a função gastrointestinal através do plexo submucoso e do plexo mioentérico. 29 SNP: possui fibras que agem + função gastrointestinal SNS: possui fibras que agem - função gastrointestinal Acetilcolina: + função gastrointestinal Norepinefrina: - função gastrointestinal 10.7 PROCESSO MECÂNICO DA DIGESTÃO Digestão é a conversão dos alimentos em partes menores e assimiláveis, para a absorção dos nutrientes necessários ao organismo. É realizada no aparelho digestório ou digestivo, através de dois tipos de processos: mecânico e químico. 1. MASTIGAÇÃO (Boca): Reflexo Mastigatório: a presença do bolo alimentar provoca uma queda na mandíbula que estira os músculos mastigatórios e resulta em sua contração. Os movimentos mastigatórios excitam o SNP que estimula o plexo submucoso e ativa a secreção das glândulas que são liberados na boca e inicia o processo digestivo. ◼ Dentes incisivos (anteriores) – Corta os alimentos; ◼ Dentes molares (posteriores) – Tritura os alimentos. 2. DEGLUTIÇÃO a. Fase voluntária (Faringe): Quando o alimento já foi triturado voluntariamente, o empurramos para trás contra o palato. Esse aumento de pressão gerada permite o engolir. b. Fase involuntária (Esôfago): Quando o bolo alimentar penetra na faringe, gera estímulos que caminham até o tronco encefálico e inicia uma série de contrações musculares que vai deslocando o bolo até o estômago por toda e extensão do esôfago. Essa onda peristáltica provoca relaxamento da válvula esofágica e permite a passagem do alimento para o estômago. O aumento da pressão intra-abdominal mantém a válvula fechada e impede o refluxo. 30 Figura 12 – Deglutição A digestão mecânica é realizada através dos dentes com a mastigação, como processo de deglutição em que o alimento passa da boca para a faringe com o auxílio da língua e então e através com os movimentos que acontecem no tubo digestivo, chamados de movimentos peristálticos (ou peristaltismo) que permitem o transporte do alimento do esôfago para o estômago. 10.8 PROCESSO QUÍMICO DA DIGESTÃO O processo químico da digestão é onde ocorre as transformações químicas dos alimentos através da ação das enzimas. Os alimentos sofrem esse processo devido aos sucos digestórios (que contêm as enzimas digestórias), essa ação se inicia na boca com a saliva (amilíase salivar), cai no estômago que contém o suco gástrico (que contém ácido clorídrico), logo após no intestino sofre a ação pelas enzimas produzidas pelo pâncreas e a bile produzida pelo fígado Os sucos digestórios (digestão química) são compostos principalmente pelas enzimas. Essas são responsáveis por "quebrar" os alimentos, para que os nutrientes contidos neles possam ser absorvidos pelo nosso organismo até a corrente sanguínea. Os nutrientes presentes nos alimentos são divididos em proteínas, gorduras, amido, sais minerais e vitaminas. Cada alimento tem nutrientes diferentes e portanto para cada tipo de nutriente o corpo 31 humano tem enzimas diferentes. Para digerir as proteínas temos da enzima pepsina, para as gorduras as lipases e para digerir o amido temos a ptialina ou amilase salivar. As enzimas estão presentes nos sucos digestórios, cada uma delas tem um órgão ou glândula responsável pela sua produção e secreção. A ptialina está presente na saliva, a pepsina está no suco gástrico, as lipases estão no suco pancreático e no suco entérico e a amilase está no suco pancreático. 1. ARMAZENAMENTO E QUEBRA DO ALIMENTO (Estômago): a. Armazenamento: Quando o alimento penetra no estômago gera um reflexo vasovagal que é dirigido ao tronco encefálico e volta ao estômago reduzindo seu tônus, permitindo seu estiramento cada vez maior para o armazenamento do alimento. b. Mistura: Na parede do estômago estão presentes as glândulas que quando estiradas ativam a secreção glandular e promovem a liberação do suco gástrico constituído pelo ácido clorídrico, acrescido de muco e várias enzimas (como a pepsina e a lipase). A pepsina atua, junto ao ácido clorídrico, quebrando as moléculas de proteínas em moléculas menores e a lipase atua sobre os lipídios “quebrando” alguns tipos de gordura. c. Esvaziamento: A diferença de pressão abre a válvula pilórica e permite a passagem do alimento do estômago para o intestino. 2. ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES (Intestino Delgado): No intestino delgado está divido em duas regiões distintas: o duodeno e o jejuno-íleo. Nele acontece a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes. O duodeno é a porção inicial do intestino delgado, nele está o suco biliar, provenientes da vesícula biliar e anteriormente do fígado que se juntam ao bolo alimentar (quimo). O quimo tem a aparência de uma massa branca após passar pela digestão gástrica, é o alimento semidigerido. ➢ A bile: é a secreção produzida pelo fígado, armazenada na vesícula biliar, que é lançada no duodeno através do ducto biliar comum. A bile não contém enzimas digestivas e sim os sais biliares (contem água e bicarbonato de sódio, principalmente) que separam as gorduras em partículas microscópicas, facilitando a ação das enzimas pancreáticas sobre os lipídios. ➢ O suco pancreático: é produzido pelo pâncreas e contém enzimas. A tripsina é uma dessas enzimas, que atua sobre as proteínas. Ela só se torna ativa quando chega no duodeno e se junta ao suco entérico, transformando-se em quimotripsina. ➢ O suco intestinal ou entérico: é produzido pela mucosa intestinal. Possui enzimasque completam a digestão dos lipídios, das proteínas e dos carboidratos. No término de todas as transformações sofridas no duodeno, o quimo passa a se chamar quilo, uma substância viscosa de cor branca, que então segue para o jejuno-íleo. No jejuno-íleo é onde grande parte dos nutrientes, resultantes do processo anterior da digestão, são absorvidos pelo sangue e são conduzidos para todas as células do organismo. 32 3. ABSORÇÃO DE ÁGUA E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS (Intestino Grosso): O intestino grosso é a parte final do tudo digestório, é nele em que ocorre a importante absorção de água e os sais minerais, que não foram assimiladas pelo intestino delgado durante a digestão. Nele também acontece o armazenamento e eliminação dos resíduos da digestão, ou seja, o material resultante da digestão forma as fezes que são acumuladas no reto (parte final do intestino grosso) e posteriormente empurradas por movimentos peristálticos para fora, através do canal do ânus. DEFECAÇÃO: O deslocamento das fezes em direção ao reto estimula o reflexo mioenteral, que envia sinais à medula e ativa o SNP aumentando a motilidade do intestino grosso que empurra cada vez mais as fezes em direção ao ânus. No momento oportuno ocorre o relaxamento do esfíncter anal. O reflexo de defecação também origina efeitos como inspiração profunda, fechamento da glote e contração da parede abdominal que força as fezes para baixo e facilita sua expulsão. NUTRIENTES ENZIMAS Proteínas Pepsina/Suco Pancreático Gorduras Lipase/Bile Amido Ptialina/Amilase salivar Neste capítulo, você viu que o sistema digestório tem a função de realizar a preensão, mastigação, deglutição, digestão, absorção dos nutrientes e eliminação dos resíduos sob a forma de fezes. O sistema digestório está dividido em duas partes: canal alimentar e órgãos anexos. O canal alimentar é formado por vários órgãos por onde o alimento passa durante a digestão. Esses órgãos são a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, reto e ânus. Os órgãos anexos são compostos por dentes, língua, glândulas salivares, fígado e pâncreas, esses secretam substâncias que facilitam a digestão e as lançam no canal alimentar. Você viu também que o músculo gastrointestinal tem algumas particularidades que facilitam sua função de digestão. Os eventos fisiológicos da digestão compreendem: a digestão mecânica e a digestão química. A digestão mecânica é realizada com a mastigação, a deglutição e com os movimentos que acontecem no tubo digestivo chamados de movimentos peristálticos ou peristaltismo. As transformações químicas que os alimentos sofrem devido à ação dos sucos digestórios (os quais contêm as enzimas digestórias) constituem o processo químico da digestão. 33 Aparelho Digestivo, Sistema Digestivo e Sistema Digestório: São esses os termos utilizados para representar o processo de absorção e digestão dos alimentos pelo nosso corpo, o sistema digestivo é responsável por quebrar o alimento para que ele possa ser absorvido pelo nosso organismo. Leia o artigo “Sistema Digestório do Corpo Humano” na íntegra acessando o link: https://www.mundovestibular.com.br/articles/395/1/SISTEMA- DIGESTORIO-DO-CORPO-HUMANO/Paacutegina1.html Digestão é a transformação dos alimentos em substâncias assimiláveis, realizada no aparelho digestório ou digestivo por meio de dois tipos de processos: mecânico e químico. Saiba mais lendo o artigo “Digestão”, disponível em: https://www.todamateria.com.br/digestao/ Palavras Significado Alvéolos dentário É a cavidade do osso da maxila e mandíbula onde se alojam os dentes. Moléculas Representação da estrutura e propriedades de uma substância composta de um ou mais átomos. Motilidade Capacidade que certos órgãos apresentam de realizar movimentos autônomos (por exemplo, a motilidade intestinal). Qual a função do tubo digestório? a) Tirar glicose do sangue. b) Produzir ácido clorídrico. c) Fragmentar o alimento para passar para as células. d) Bombear o sangue. e) Todas as afirmativas estão corretas. https://www.mundovestibular.com.br/articles/395/1/SISTEMA-DIGESTORIO-DO-CORPO-HUMANO/Paacutegina1.html https://www.mundovestibular.com.br/articles/395/1/SISTEMA-DIGESTORIO-DO-CORPO-HUMANO/Paacutegina1.html https://www.todamateria.com.br/digestao/ https://www.todamateria.com.br/digestao/ 34 RESPOSTA: Alternativa C está correta. É no tubo digestório que essas partículas são quebradas em partículas pequenas capazes de entrar nas células. Esse processo é chamado de Digestão. Qual cirurgia comprometeria mais a função do sistema digestório: a remoção dos 25 centímetros iniciais do intestino delgado (duodeno) ou a remoção de igual porção do início do intestino grosso? Por quê? 35 UNIDADE III CAPÍTULO 11 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO No término deste capítulo, você deverá saber: ✓ Definição e Funções do Sistema Urinário; ✓ Órgãos constituintes do Trato Urinário; ✓ Fisiologia da filtração de sangue e produção de urina; ✓ Controle da pressão arterial pelo sistema renina-angiotensina e aldosterona; ✓ Controle autonômico e voluntário da micção; Introdução O sistema urinário ou aparelho urinário é um conjunto de órgãos, constituído por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. O aparelho urinário está envolvido com a formação, depósito e eliminação da urina, responsável por excretar materiais desnecessários e prejudiciais (como resíduos metabólicos das células, substâncias em excesso, toxinas etc.). Além disso, este sistema desempenha outras funções de extrema importância para o nosso organismo. Nesse capítulo, você aprenderá mais sobre essa função de vital importância para a manutenção da vida. Algumas pessoas possuem o terrível habito de beber xixi – “Em situações extremas, você pode beber sua urina para se manter hidratado, porém existem grupos de pessoas que praticam “urinoterapia”, bebendo o xixi que acreditam que será a fonte de sua juventude. O xixi não é totalmente limpo, pois ele é excreção dos nossos corpos e traz muitas bactérias que vivem na bexiga.” 36 CAPÍTULO 11 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 11.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES O sistema urinário encarrega-se de eliminar os resíduos das atividades das células do nosso organismo e também as substâncias que estão em excesso no sangue, sob a forma de urina. O aparelho urinário filtra o sangue e elimina a água. O sistema urinário é constituído pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, e tem por função participar da eliminação dos produtos finais do metabolismo e do controle do equilíbrio hídrico. O sistema urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. 1. Rins: têm inúmeras funções, dentre elas, filtrar o sangue e produzir a urina. 2. Ureteres: têm a função de transportar a urina dos rins até a bexiga. 3. Bexiga: tem a função de armazenar a urina até o momento de ser expelida. 4. Uretra: tem a função de expelir a urina. Figura 1 – Sistema Urinário Fonte: Não citada pelo autor 37 11.2 RIM • ANATOMIA RENAL É um órgão par, abdominal. Situado à direita e à esquerda da coluna vertebral. Está localizado entre os níveis de T12 e L3, protegidos pelo 11º e 12º pares de costelas. O rim direito ocupa uma posição inferior ao esquerdo, em virtude da presença do fígado. Possui a forma de um grão de feijão. Mede aproximadamente 10 cm e cada um pesa 15 g. Apresenta duas extremidades (polos), superior e inferior, e duas bordas (medial e lateral). - Polo superior: localiza-se a glândula suprarrenal, responsável pela secreção de hormônio. - Borda medial: localiza-se o pedúnculo renal (hilo renal), constituído por ureter, artérias e veiasrenais. A parte interna é constituída de uma região externa (córtex renal), uma região interna (medula renal) e a pelve renal (cálice renal maior e menor). Figura 2 - Rins Figura 3 – Rim esquerdo 38 Na região do córtex e medula renal encontram-se aproximadamente 1 milhão de néfrons (nefrônio), que é a unidade funcional do rim. Agem na filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular para formação da urina. • FUNÇÕES DO RIM RINS Figura 4 – Túbulos Renais FUNÇÃO ENDÓCRINA 1. Noradrenalina 2. Adrenalina 3. Cortisol 4. Aldosterona 6. Controla o volume hídrico corporal; 7. Regula a concentração de íons; 8. Auxilia na manutenção do pH; 9. Regula a excreção de metabólitos; 10. Elimina drogas e substâncias tóxicas. FUNÇÃO HOMEOSTÁSICA https://www.todamateria.com.br/noradrenalina/ https://www.todamateria.com.br/adrenalina/ 39 11.3 URETER • ANATOMIA DO URETER São órgãos pares em formato de tubo e revestidos de músculo que une o rim à bexiga. Iniciam-se no rim (pelve renal) e realizam um trajeto descendente. Seguem pela parede do abdômen e penetram na pelve para terminar na região póstero-inferior da bexiga, onde se encontram os óstios uretrais. São revestidos de músculo liso e capazes de se contraírem através de movimentos peristálticos. Medem de 25 a 30 cm no adulto e produz muco, com o objetivo de proteger o sistema urinário contra as infecções. • FUNÇÃO DOS URETERES: Conduzir a urina do rim para a bexiga. Ureteres: são dois tubos musculares de aproximadamente 25 cm de comprimento cada, que conduz a urina dos rins para a bexiga. Figura 5 - Ureter 40 11.4 BEXIGA • ANATOMIA DA BEXIGA A bexiga é um órgão elástico de parede constituída de musculo liso, oco (semelhante a uma bolsa muscular flexível), localizada na cavidade da pelve (posterior à sínfise púbica, na parte inferior do abdômen) e sua principal função é o recolher e armazenar a urina que é formada pelos rins e transportada pelos ureteres. Nos homens, está localizada anterior ao reto, nas mulheres, inferior ao útero. Sua capacidade variável é, em média, de 700 a 800 ml. Possui grande distensibilidade, com um tamanho menor nas mulheres. No recém-nascido, possui uma localização abdominal, atingindo a pelve na puberdade. Canal de saída da urina da bexiga (início da uretra). Na parte inferior da bexiga, encontra-se o músculo esfíncter interno que “fecha a uretra” e controla a micção, ou seja, quando a bexiga está cheia, o esfíncter interno se contrai involuntariamente, empurrando a urina em direção à uretra, de onde então é lançada para fora do corpo. E o músculo esfíncter externo, que se contrai voluntariamente, o que nos permite controlar a saída da urina. • FUNÇÃO DA BEXIGA: Armazenar a bexiga até o momento de ser expelida. Figura 6 - Bexiga 41 A bexiga é um órgão muscular liso, flexível e oco, encontra-se na cavidade pélvica atrás da sínfise púbica. Sua função é de reservatório temporário para a urina. 11.5 URETRA • ANATOMIA DA URETRA: É um canal condutor mediano que vai da bexiga urinária e o meio externo. Possui um esfíncter uretral externo, de contração voluntária, que pode permanecer fechado e permite resistir ao desejo de urinar. - Mulher: Apenas para excreção de urina, com aproximadamente 4 cm. A abertura da uretra para o exterior está localizada entre o clitóris e o óstio da vagina, denominado óstio externo da uretra. - Homem: Via comum para ejaculação e micção, mede aproximadamente 20 cm. Passa pela próstata e pelo pênis até chegar ao meio externo. • FUNÇÃO DA BEXIGA: Conduzir a urina da bexiga para o meio exterior. A Uretra é um canal muscular, em forma de tubo, sua função é a condução da urina da bexiga para fora do corpo. A uretra feminina mede aproximadamente 4 cm de comprimento e serve somente para o transporte da urina. A uretra masculina mede cerca de 15 a 20 cm, além do transporte da urina para fora do corpo, tem também a função de passagem para o esperma durante a ejaculação. Figura 7 - Uretra http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_8SD8jz3iN9Y/SrjZwH8i_JI/AAAAAAAAAYY/e0YO6aCoiXA/s400/Bexiga2.jpg&imgrefurl=http://flexuspilates.blogspot.com/2009/09/pilates-contra-incontinencia-urinaria.html&usg=__TFeyNv2fCL-FpxDbMWC2QCWyQf4=&h=400&w=358&sz=27&hl=pt-BR&start=21&itbs=1&tbnid=_KxBk9tSpgXBaM:&tbnh=124&tbnw=111&prev=/images?q%3Duretra%2Burinaria%26start%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1 42 11.6 FISIOLOGIA RENAL O sistema renal tem a função de filtrar o sangue e produzir a urina, esse processo ocorre da seguinte forma: Os rins estão ligados ao sistema circulatório através da artéria renal e da veia renal, e com as vias urinárias pelos ureteres. As artérias renais são muito finas que formam pequenos ramificações emaranhadas chamadas de glomérulos. Cada glomérulo é envolto em uma estrutura arredondada, chamada cápsula glomerular ou cápsula de Bowman. A unidade básica dos rins é chamada néfron, tem a função da filtragem do sangue, que é formada pelos glomérulos, pela cápsula glomerular e pelo túbulo renal. O sangue passa pelos rins (esse filtrado é absorvido), por conta da força da pressão sanguínea, ao atravessar o glomérulo, parte do plasma deixa passar água e sais pelas paredes permeáveis dos capilares, sai dos capilares que formam os glomérulos e cai na cápsula glomerular. Em seguida, desemboca no túbulo renal. Durante esse processo substâncias necessárias como água, glicose e sais minerais, contidas nesse líquido, percorrem a parede do túbulo renal e regressam à circulação sanguínea. Deste modo, resta nos túbulos somente a urina, ou seja, uma pequena quantidade de água e resíduos, como a ureia, ácido úrico e amônia que desemboca nas vias urinárias para a saída do corpo. Figura 8 – Formação da urina 11.7 CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL PELOS RINS Os rins funcionam como reguladores da pressão arterial através do aumento ou diminuição do volume sanguíneo, que acontece por meio do sistema renina-angiotensina-aldosterona, um mecanismo hormonal. Fisiologicamente, funciona da seguinte maneira: 43 Quando o volume de sangue e pressão arterial diminui, as paredes das arteríolas são menos estiradas e isso promove um estímulo nas células justaglomerulares que secretam a enzima renina no sangue. Esta enzima sintetiza outro produto chamado angiotensina I, no pulmão esse é convertido pela ECA em angiotensina II. Essa substância estimula os rins a secretarem Aldosterona que aumenta a reabsorção de Na e consequentemente a reabsorção de água por ação osmótica, aumentando a concentração de água no corpo e restabelecendo a pressão arterial. 11.8 REGULAÇÃO DA MICÇÃO A regulação da micção ocorre de duas formas: • Sistema Voluntário • Sistema Autonômico Quando a bexiga está vazia ou enchendo com urina, o SNS mantém relaxada a musculatura lisa da parede da bexiga e ao mesmo tempo contrai a musculatura lisa do esfíncter interno. Simultaneamente, o esfíncter externo é fechado de forma consciente (sistema voluntário). 44 Figura 9 – Regulação da Micção Neste capítulo, você viu que o Sistema Urinário ou Aparelho Urinário é responsável pela produção e eliminação da urina e possui a função de filtrar as "impurezas" do sangue que circula no organismo. O Sistema Urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. - Rins: têm inúmeras funções, dentre elas, filtrar o sangue e produzir a urina. - Ureteres: têm a função de transportar a urina dos rinsà bexiga. - Bexiga: tem a função de armazenar a urina até o momento de ser expelida. - Uretra: tem a função de expelir a urina. Você viu também que o processo de filtração do sangue e produção de urina ocorre nos néfrons e envolvem quatro fases: 1. Filtração; 2. Reabsorção; 3. Secreção; 4. Excreção. Os rins controlam a pressão arterial através da ativação de um sistema chamado: renina angiotensina- aldosterona. E a regulação da micção envolve dois sistemas, o voluntário e o autonômico. 45 O sistema urinário é constituído pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, e tem por função participar da eliminação dos produtos finais do metabolismo e do controle do equilíbrio hídrico. Para saber mais, veja apresentação. “ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL”. Disponível em: https://irp- cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/Aula%2013- %20Anatomia%2C%20fisiologia%2C%20IRAC.pdf O Sistema Urinário ou Aparelho Urinário é responsável pela produção e eliminação da urina, possui a função de filtrar as "impurezas" do sangue que circula no organismo. O Sistema Urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Para saber mais, leia o artigo “Sistema Urinário” na íntegra. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sistema-urinario/ Palavras Significado Excreção É o processo pelo qual os produtos residuais do metabolismo e outros materiais sem utilidade são eliminados do organismo. Expelir Lançar fora, pôr para fora; livrar-se de. Reabsorção Capacidade que o organismo tem de absorver substâncias pela única influência das forças vitais. Secreção Quando a substância eliminada pela célula pode ter um fim específico. Vital Que é necessário para a manutenção da vida, ou que a afeta de maneira essencial. O sistema urinário ou aparelho urinário é um conjunto de órgãos envolvidos com a formação, depósito e eliminação da urina. Qual das alternativas abaixo contém apenas órgãos do aparelho urinário? a. Rim, ureter, útero e bexiga. b. Rim, ureter, bexiga e uretra. c. Rim, fígado, bexiga e uretra. https://irp-cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/Aula%2013-%20Anatomia%2C%20fisiologia%2C%20IRAC.pdf https://irp-cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/Aula%2013-%20Anatomia%2C%20fisiologia%2C%20IRAC.pdf https://irp-cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/Aula%2013-%20Anatomia%2C%20fisiologia%2C%20IRAC.pdf 46 d. Rim, ureter, bexiga e vagina. e. Rim, ureter, bexiga e intestino delgado. RESPOSTA: B está correta. O Aparelho Urinário é constituído por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Produz e elimina a urina, sua função é de filtrar as "impurezas" que circulam pelo sangue no organismo. O rim é o local de filtragem do sangue. O material desnecessário é transportado dos rins através dos ureteres que levam a urina até a bexiga. A bexiga é local onde a urina fica armazenada até ser lançada para o meio externo através da uretra. Os aparelhos de hemodiálise são utilizados em pacientes com distúrbios renais. A função da hemodiálise é: a) oxigenação do sangue, uma vez que uma menor quantidade de gás oxigênio é liberada em sua corrente sanguínea. b) Nutrição do sangue, uma vez que sua capacidade de absorver nutrientes orgânicos nesses pacientes está diminuída. c) Retirar o excesso de íons e resíduos nitrogenados do sangue que se acumulam nesses pacientes. d) Retirar o excesso de glicose, proteínas e lipídios do sangue que se acumulam nesses pacientes. e) Retirar o excesso de gás carbônico que se acumula no sangue desses pacientes. 47 UNIDADE III CAPÍTULO 12 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR No término deste capítulo, você deverá saber: ✓ Definição e Funções do Sistema Reprodutor; ✓ Órgãos constituintes do Sistema Reprodutor Feminino e Masculino; ✓ Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino e Masculino; ✓ Gametogênese; ✓ Hormônios Sexuais; ✓ Ciclo Menstrual; Introdução A reprodução serve como perpetuação das espécies, isto é, uma vez que todas as espécies têm um tempo de vida limitado. Portanto, para evitar que uma espécie entre e extinção, ou seja, para que se mantenha no passar dos tempos através de seus descendentes, é necessário que haja um mecanismo para a produção de novos indivíduos. Neste capítulo você estudará sobre o sistema reprodutor e irá aprender o processo pelo qual as espécies se mantem, se perpetuam, Processo esse que permite a produção de novos seres vivos a partir de seres já existentes. Aproveite ao máximo tudo que esse capítulo tem a oferecer e bons estudos! Na medicina, um casal é considerado infértil se for incapaz de engravidar após um ano de relações sexuais desprotegidas. Nos Estados Unidos, 1 em cada quase 6 casais adultos são inférteis, de acordo com um estudo de 2013 publicado na revista Fertility and Sterility. O estudo não teve como objetivo focar se a infertilidade do casal acontecia devido a problemas de fertilidade do homem ou da mulher. No Brasil, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 10 casais apresentam problemas de fertilidade. Por outro lado, a infertilidade não está em ascensão. Na realidade, a pesquisa do ano passado mostra que as taxas de infertilidade entre mulheres caíram nas últimas três décadas. Fonte: https://radaraltovale.com/noticia/antenado/11-surpreendentes-fatos-sobre-o-sistema-reprodutivo-7380 https://radaraltovale.com/noticia/antenado/11-surpreendentes-fatos-sobre-o-sistema-reprodutivo-7380 48 12.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES O ser humano apresenta os sistemas reprodutores masculino e feminino, a reprodução é feita de forma sexuada e é por meio dela que existe uma troca de material genético entre os homens e as mulheres. O sistema reprodutor é importante para a manutenção da vida na Terra. Através da junção do óvulo com os espermatozoides (células pequenas), pode-se criar um novo ser humano. Os óvulos possuem em seu material células tronco em seu interior, juntamente com os nutrientes essenciais para o desenvolvimento do embrião. O sistema reprodutor é dividido em: 1. Sistema Reprodutor Feminino: formado por um conjunto de órgãos genitais femininos responsáveis pela produção dos óvulos e de hormônios sexuais femininos, o estrogênio e a progesterona, responsáveis pela implantação das características sexuais femininas e pela fertilidade, ou seja, pela capacidade de reprodução. 2. Sistema Reprodutor Masculino: formado por um conjunto de órgãos genitais masculinos responsáveis pela produção dos espermatozoides e de hormônios sexual masculino, a testosterona, responsável pela implantação das características sexuais masculinas e pela fertilidade, ou seja, pela capacidade de reprodução. As funções do sistema reprodutor são: - Produzir gametas (femininos e masculinos) e garantir a reprodução; - Produzir hormônios sexuais (femininos e masculinos) para implantação e manutenção das características sexuais. 49 12.2 ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO PRINCIPAIS ÓRGÃOS: Fonte: Não citada pelo autor Testículos: São órgãos pares, possui formato ovoide, facilmente palpáveis dentro da bolsa que os aloja (escroto). Função: Produzem os gametas masculinos (espermatozoides) e o hormônio sexual masculino chamado testosterona. Epidídimo: É uma estrutura em forma de C, situada contra a margem posterior do testículo, onde pode ser sentida pela palpação. Função: Armazenar os espermatozoides até o memento da ejaculação. Figura 1 - Testículos Figura 2 – Epidídimo 50 Ducto deferente: É a continuação da cauda do epidídimo e conduz os espermatozoides até o ducto ejaculatório. Tem cerca de 30cm e possui um trajeto ascendente, saindo do epidídimo, atravessando a região abdominal inferior pelo canal inguinal na virilha e terminando na próstata. Função: Transportar o espermatozoide durante a ejaculação. Uretra : A uretra masculina mede cerca de 15 a 20 cm. Inicia-se no óstio interno da uretra na bexiga, e atravessa a próstata, o assoalho da pelve e o pênis sucessivamente, terminando na extremidade deste órgão fazendo a ligação com o meio externo. Função: Além do transporte da urina para fora do corpo, tem também a função de passagem do esperma durante a ejaculação. Pênis : O pênis é o órgão externo, de tecido erétil, copulador masculino, é formado, basicamente, por três cilindros, os quais dois são pares (direito e esquerdo) chamados de corpos cavernosos e o corpo esponjoso, envolvidos por fáscias, túnicas fibrosas e externamente por pele fina e extremamente distensível, terminando na extremidade deste órgão. Função: Órgão masculino da cópula, o pênis promove a ereção. Figura 3 – Ducto deferente Figura 4 - Uretra Figura 5 - Pênis 51 Escroto : É o saco testicular musculocutâneo (formado de pele e musculo), em forma de bolsa termorreguladora, situado atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. É dividido em duas partes compartimentares por um septo, cada um contém um testículo. Função: O escroto mantém a temperatura estável nos testículos para espermatogênese, produção dos espermatozoides. GLÂNDULAS: Próstata : Situada inferiormente à bexiga e anterior ao reto (toque) está a próstata, é atravessada em toda sua extensão pela uretra, que é um órgão pélvico, ímpar. Contém uma glândula, a secreção da próstata se junta à secreção das vesículas seminais para constituir o volume do líquido seminal. Função: secretar glândulas prostáticas para dar volume ao líquido seminal, ela que confere odor característico ao sêmen. Glândulas bulbouretrais : São duas formações arredondadas, pequenas, situadas nas proximidades da parte membranosa da uretra. Seus ductos desembocam na uretra esponjosa e sua secreção é mucosa. Função: Secreta um líquido que limpa o canal da uretra por causa da acidez da urina para proteger o espermatozoide, sendo liberado antes da ejaculação. Figura 6 - Escroto Figura 7 - Próstata Figura 8 - Bulbouretrais 52 Vesícula Seminal : As vesículas seminais são formadas por duas bolsas membranosas que se encontram lateralmente aos ductos deferentes na face posterior inferior da bexiga urinária. Função: Produzem um líquido viscoso alcalino que colabora na formação do sêmen. 12.3 ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO PRINCIPAIS ÓRGÃOS: Ovário: É um órgão par com aproximadamente 3 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1,5 cm de espessura. Está situado na extremidade inferior das tubas uterinas numa posição verticalizada. O ovário está preso ao útero e à cavidade pelviana por meio de ligamentos. Função: Produzem os óvulos e os hormônios sexuais femininos: estrógeno e progesterona. Figura 9 - Vesícula seminal Figura 10 - Ovário 53 Tubas Uterinas: É um órgão par que se implanta de cada lado no bordo látero-superior do útero e se projeta lateralmente. Esse tubo apresenta aproximadamente 10 cm de comprimento, é irregular quanto ao calibre e vai se dilatando à medida que se afasta do útero. Esse órgão divide-se em 4 regiões, que no sentido médio lateral são: porção intramural, istmo, ampola, infundíbulo (fímbrias). Função: Transportar o óvulo do ovário ao útero. É o local onde ocorre a fecundação. Útero: Localizada na região pélvica, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto. Possui o formato de uma pera invertida, composto de tecido musculoso e oco. Na sua região superior/lateral é ligado às tubas uterinas e na região inferior é ligado à vagina. Está situado na região pélvica, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto. É formado pelas seguintes regiões: corpo, istmo, colo, óstio e fundo. Função: Abrigar o feto. Figura 11 – Tubas uterinas Figura 12 - Útero Figura 13 - Vagina 54 Vagina: É um canal que mede aproximadamente de 8 a 10 cm de comprimento é constituído de paredes elásticas, e liga o colo do útero aos genitais externos. Contém internamente, de cada lado de sua abertura, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante. A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular, chamada hímen, que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e tem formatos diferentes. Função: Possibilita a penetração do pênis, a expulsão da menstruação e na hora do parto, a saída do bebê. Mamas: As mamas são anexas da pele, seu parênquima é formado de glândulas cutâneas modificadas que se especializam na produção de leite após a gestação. As mamas situam- se ventralmente aos músculos da região peitoral (m. peitoral maior, m. serrátil anterior e m. oblíquo externo), entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea. Função: Produção de leite após a gestação. 12.4 HORMÔNIOS SEXUAIS A maturidade sexual e a vida reprodutiva são mantidas por uma série de hormônios que tem a sua produção mantida por um sistema de cascata. Nesse sistema de cascata, a produção de um hormônio estimula outra glândula para produção de outros hormônios. As glândulas e os hormônios que agem nesse processo são: HIPOTÁLAMO: Hormônio Liberador das Gonadotrofinas (GnRH) – estimula a hipófise. HIPÓFISE: Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH) – estimulam os testículos e ovários. TESTÍCULO: Hormônio Testosterona. OVÁRIO: Hormônio Progesterona e Hormônio Estrogênio. Figura 14 - Mamas 55 AÇÃO DOS HORMÔNIOS Hormônio Liberador das Gonadotrofinas (GnRH): estimula a hipófise a liberar os hormônios FSH e LH. Hormônio Folículo Estimulante (FSH): provoca o crescimento de folículos nos ovários antes da ovulação; promove a formação dos espermatozoides nos testículos. Hormônio Luteinizante (LH): desempenha um papel importante na ovulação; causa secreção de hormônios sexuais nos ovários e testículos. Testosterona: estimula o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos e das características sexuais secundárias. Estrogênios: estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos, das mamas e das características sexuais secundárias. Progesterona: prepara o útero para abrigar o feto, também ajuda a promover o desenvolvimento do aparelho secretor das mamas. EFEITO EM CASCATA HIPOTÁLAMO – Hormônio Liberador das Gonadotrofinas (GnRH) HIPÓFISE – Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH) TESTÍCULO – Hormônio Testosterona OVÁRIO – Hormônio Progesterona e Estrogênio 12.5 PUBERDADE, MATURIDADE SEXUAL E REPRODUTIVA Durante a infância, os hormônios sexuais feminino e masculino não causam alterações na forma do corpo dos meninos e meninas porque as gônadas secretam um fator de inibição, que inativa sua função. Quando esses, passam pela fase do estirão de crescimento pela ação do hormônio somatotrofina (GH), o fator de inibição para de ser produzido e os hormônios sexuais começam a agir. Os hormônios sexuais promovem mudanças na anatomia e na fisiologia do sistema reprodutor. 56 Hormônios sexuais femininos (Estrogênio e Progesterona) – São responsáveis pela implantação das características sexuais secundárias nas meninas, como crescimento dos órgãos genitais, crescimento de pelos, crescimento das mamas, afunilamento da cintura e deposição de gordura na região do quadril. Esses hormônios também são responsáveis pela produção e maturação dos óvulos (gameta feminino)tornando a vida reprodutiva da menina ativa. Hormônio sexual masculino (Testosterona) – São responsáveis pela implantação das características sexuais secundárias nos meninos, como crescimento dos órgãos genitais, crescimento de pelos, engrossamento da voz e desenvolvimento da massa muscular. Esse hormônio também é responsável pela produção e maturação dos espermatozoides (gameta masculino) tornando a vida reprodutiva do menino ativa. Os hormônios sexuais são ativados durante a puberdade e promovem maturidade sexual e reprodutiva nos meninos e nas meninas. Figura 15 – Desenvolvimento humano – Hormônios 12.6 FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO O sistema reprodutor masculino é formado por órgãos internos e externos e é constituído pelos testículos, que são responsáveis pela produção dos espermatozoides e hormônios; ductos denominados canal deferente e ducto ejaculatório que armazenam, conduzem e alimentam os espermatozoides; glândulas que contribuem para a produção do sêmen; o pênis e a uretra através dos quais o líquido seminal, o sêmen, que contém os espermatozoides é propelido para fora do organismo. 57 O processo acontece da seguinte forma: 1. Produção do sêmen O espermatozoide é produzido pelos testículos e armazenado no epidídimo, durante o ato sexual é transportado pelo ducto deferente, passa pela vesícula seminal que produz um líquido viscoso alcalino, o líquido seminal, no ducto ejaculatório, que é formado pela junção do ducto deferente com o ducto da vesícula seminal, mistura-se à secreção prostática e aos espermatozoides vindos do ducto deferente, para formar o sêmen. 2. Ejaculação A ejaculação ocorre quando o sêmen é liberado através da uretra. Ocorre quando o grau de excitação sexual atinge um nível elevado. Uma mensagem do encéfalo para a medula (nos centros ejaculatórios) faz com que os músculos dos canais deferentes, a próstata e a vesícula seminal se contraiam, lançando líquido seminal para a uretra prostática. Durante a ejaculação, a válvula da bexiga se fecha, impedindo a passagem da urina. A distensão da próstata provoca uma sensação prazerosa, na qual ocorrem contrações rítmicas fazendo com que o ejaculado seja em jatos. 3. Ereção A ereção ocorre devido à estimulação do pênis. É um fenômeno reflexo, independente e voluntário, ou seja, pode ser desencadeado por estímulos físicos, (toques realizados direto no pênis ou outras zonas erógenas) ou psicológicos (através dos pensamentos sexuais). O pênis permanece flácido por estímulo simpático; já por reação parassimpática, ocorre a entrada de sangue para os corpos cavernosos e esponjosos, fazendo que ele aumente de tamanho e fique rijo (ereto). Este aumento é limitado pela túnica albugínea (tecido que envolve os corpos cavernosos e esponjosos), impedindo que o sangue retorne pelas veias, e fazendo a manutenção da ereção. Quando esta se dá por fantasias sexuais, o estimulo é pelo Sistema Nervoso Central. 12.7 FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO A hipófise anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até a puberdade, ou seja, na idade de 10 a 14 anos. Por essa época, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos que dão as características sexuais de cada gênero. No início, secreta principalmente o hormônio folículo estimulante (FSH), na menina em crescimento; mais tarde, secreta o harmônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual: • Hormônio Folículo Estimulante: causa a proliferação das células foliculares ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a crescer. 58 • Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a ovulação. Hormônios Sexuais Femininos: os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. ✓ Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do organismo a proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar de tamanho. O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pelos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovoide; provoca o desenvolvimento das mamas e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar- se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do sexo. ✓ Funções da Progesterona: a progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos; está principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e com a preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos. 12.8 CICLO OVULATÓRIO/ CICLO MENSTRUAL O ciclo menstrual refere-se ao período entre o primeiro dia da menstruação atual e o primeiro dia da menstruação seguinte. Durante o período do ciclo menstrual, o corpo passa por mudanças que o preparam para uma possível gravidez. A primeira menstruação é chamada de menarca e nos dois ou três primeiros anos é normal que os ciclos sejam um pouco irregulares. Com o tempo, tornam-se mais regulares e tendem a estabilizar até chegar aos 40-45 anos. A partir desta idade, os ciclos tornam-se novamente irregulares até a fase da menopausa, quando a mulher deixa de menstruar. 1. FASE FOLICULAR: Esta fase recebe este nome porque os folículos ovarianos estão em processo de desenvolvimento. Nos primeiros dias da fase folicular ocorre grande produção do hormônio FSH (folículo estimulante), responsável por estimular os ovários a produzir óvulos maduros. Com o amadurecimento dos folículos, também há alta produção do hormônio estrogênio, resultando no espessamento do endométrio e formação de vasos, condições que tornam o útero preparado para receber o óvulo fecundado e iniciar a gravidez. Em geral, o principal folículo continua seu desenvolvimento e aumenta de tamanho. A secreção de estrogênio continua elevada, garantindo que o óvulo está em condições de ser liberado. 2. FASE OVULATÓRIA: Esta ocorre aproximadamente 15 dias antes da próxima menstruação e o óvulo pode ser fecundado entre 24 e 36 horas após ser liberado. https://www.todamateria.com.br/ovarios/ https://www.todamateria.com.br/utero/ https://www.todamateria.com.br/estrogenio/ 59 3. FASE LÚTEA: A taxa de estrogênio cai e o folículo rompido se desenvolve, estimulado pelo LH, e se transforma em corpo lúteo (ou amarelo). O corpo amarelo secreta estrógeno e progesterona, permitindo que o endométrio se torne espesso, rico em vasos e em secreções nutritivas, a fim de suprir as necessidades do embrião. ✓ FECUNDAÇÃO/GRAVIDEZ: Ocorrendo a fecundação, a placenta produz o HCG, um hormônio que impede com que ocorra outra ovulação e evita, também, a descamação do endométrio, mantendo constante a ação do corpo lúteo. ✓ MENSTRUAÇÃO: Não ocorrendo fecundação, as altas concentrações de progesterona diminuem a secreção de FSH e LH, fazendo o corpo lúteo regredir e isso faz com que diminua a concentração de estrogênio e progesterona, provocando a menstruação. O ciclo menstrual envolve três fases: 1- Fase Folicular: crescimento e maturação dos folículos. 2- Fase Ovulatória: rompimento do folículo e liberação do óvulo. 3- Fase Lútea: formação do corpo amarelo ou corpo lúteo. Neste capítulo, você viu que o sistema reprodutor humano é dividido em sistema reprodutor masculino e sistema reprodutor feminino, no entanto, ambos possuem a
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