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UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 1 Capítulo 1 Noções sobre a teoria dos conjuntos; Conjuntos Numéricos Serão recordadas, a seguir, as principais noções da teoria dos conjuntos, como também, os vários símbolos usados em Matemática mostrando diversas situações em que cada um deles é empregado. Será feita, ainda, uma revisão do conjunto dos números reais e de suas principais propriedades, que serão utilizadas no desenvolvimento das seções subseqüentes. 1.1 - Conjuntos Qualquer coleção de objetos é chamada de conjunto. Um membro dessa coleção recebe o nome de elemento do conjunto. Para denotar conjuntos, geralmente utilizam-se letras maiúsculas latinas A, B, C,... ou colocam-se os símbolos dos objetos que os constituem entre chaves. Por exemplo: A = {visão, audição, olfato, gosto, tato} é o conjunto dos cinco sentidos tradicionais. Um conjunto sem elementos é chamado de conjunto vazio e é denotado por φ . Seja A um conjunto e x elemento. Se x é um membro de A, escreve-se x ∈ A, onde o símbolo ∈, devido a Peano, é uma versão da letra grega epsilon. Para indicar que x não é um membro de A, escreve-se x ∉ A. Quando todo elemento de um conjunto A pertence a um conjunto B, diz-se que A é um subconjunto de B ou que A está contido em B ou, ainda, que B contém A. Notações : A ⊂ B que se lê: A está contido em B B ⊃ A que se lê: B contém A. Simbolicamente, a definição acima fica: A ⊂ B ⇔ [ ]BxAx ∈⇒∈∀ UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 2 Por definição, φ ⊂ A para todo A. Se o conjunto A não é um subconjunto do conjunto B usa-se a notação A ⊄ B. Exemplos: a) Sendo A = { 1, 2, 3}, B = {0, 1, 2, 3, 4} e C = { 2, 3, 4} A ⊂ B, visto que todo elemento de A é também um elemento de B A ⊄ C, visto que 1 ∈ A e 1 ∉ C. b) Seja X o conjunto de todas as pessoas possuidoras de automóvel. Então, o conjunto das pessoas que possuem um automóvel da marca Ford é um subconjunto de X. Observe que, se A, B e C são conjuntos quaisquer, valem as seguintes propriedades: i) A ⊂ A ( reflexiva) ii) A ⊂ B e B ⊂ C ⇒ A ⊂ C (transitiva) iii) A ⊂ B e B ⊂ A ⇔ A = B 1.2 - Reunião e interseção de conjuntos O conjunto dos elementos que pertencem a um conjunto A ou a um conjunto B é denotado por A ∪ B e é chamado de reunião ou união de A e B. Simbolicamente: A ∪ B = { p : p ∈ A ou p ∈ B} Se os conjuntos são partes do plano representados graficamente pelos diagramas da FIGURA 1, tem-se que A ∪ B é a região sombreada. Tal representação é chamada diagrama de Venn. Exemplos: a) {u, v, w} ∪ {r, s, w} = {u, v, r, s, w}. B ⊂ A ⇒ A ∪ B = A FIGURA 1. Diagramas de Venn para a reunião de conjuntos UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 3 b) Os indivíduos que possuem dinheiro aplicado em caderneta de poupança ou em fundos de investimento são considerados aplicadores financeiros. Esses elementos formam dois conjuntos cuja reunião consiste de todos os indivíduos que possuem dinheiro em poupança ou em fundos de investimento ou em ambos os tipos de aplicações. O conjunto dos elementos que pertencem, simultaneamente, a um conjunto A e a um conjunto B é denotado por A ∩ B e é chamado de interseção de A e B. Simbolicamente: A ∩ B = { p : p ∈ A e p ∈ B} Se A ∩ B = ,φ diz-se que os conjuntos A e B são disjuntos. Se os conjuntos são partes do plano representados pelos diagramas da FIGURA 2 tem-se que A ∩ B é a região sombreada. Exemplos: a) {m, n} ∩ {m, n, p, q} = {m, n} b) {1,2} ∩ {3,4} = φ c) Numa população universitária U, considere o conjunto A dos alunos que cursam Administração e B o conjunto dos alunos que moram em São Carlos. Então A ∩ B representa o conjunto dos universitários que cursam Administração e moram na cidade de São Carlos. Quaisquer que sejam A, B e C conjuntos, a reunião e a interseção satisfazem as seguintes propriedades: a) A ∪ A = A b) A ∩ A = A c) A ∪ B = B ∪ A d) A ∩ B = B ∩ A e) A ∪ φ = A f) A ∩ φ = φ g) se A ⊂ B então A ∪ B = B e A ∩ B = A A ∩ B = φ B ⊂ A ⇒ A ∩ B = B FIGURA 2. Diagramas de Venn para a interseção de conjuntos UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 4 1.3 - Conjunto complementar e diferença de conjuntos Quando se divide uma população de animais em dois grupos, supondo-se que uma é de animais vertebrados e outra de invertebrados, está-se falando de conjuntos complementares. Seja U um conjunto arbitrário e A ⊂ U. O conjunto dos elementos de U que não pertencem ao conjunto A é chamado complementar de A em U e é denotado por A . Simbolicamente, tem-se: A = { p : p ∈ U e p ∉ A} Exemplos: a) Seja U o conjunto das letras do alfabeto e A o conjunto das consoantes. Então, o conjunto complementar A é o conjunto das vogais. b) Seja U o conjunto dos números inteiros e A o conjunto dos números ímpares. Então, o conjunto complementar A é o conjunto dos números pares. c) Seja U o conjunto das mulheres de uma certa comunidade e X o conjunto das mulheres fumantes. Então, X consiste de todas as mulheres da comunidade que não fumam. Quaisquer que sejam os subconjuntos A e B de U, valem as seguintes propriedades: a) A ∩ A = φ b) A ∪ A = U c) BA∩ = A ∪ B d) BA ∪ = A ∩ B (leis de Morgan) Pode-se falar ainda numa outra operação, que é a diferença entre conjuntos. Dados dois conjuntos A e B, define-se A – B como sendo o conjunto de todos os elementos de A que não pertencem a B. Simbolicamente: A – B = { p : p ∈ A e p ∉ B} FIGURA 3. Diagrama de Venn para a complementação UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 5 Exemplos: a) Sendo A = {2, 4, 5, 7} e B = {3, 4, 5, 6}, determinar-se-á: i) A – B ii) B – A Solução (i) Como os elementos do conjunto A que não pertencem a B são 2 e 7, segue que A – B ={2, 7}. (ii) Desde que os elementos do conjunto B que não pertencem a A são 3 e 6, decorre que B – A = {3, 6}. b) A FIGURA 4 apresenta alguns diagramas, nos quais a diferença A – B está indicada por regiões sombreadas. c) Seja A o conjunto de todas as pessoas aidéticas de uma cidade e B o conjunto de todas as pessoas que nunca ingeriram drogas. Então A – B é o conjunto de todas as pessoas que adquiriram AIDS por qualquer outro meio que não seja por uso de drogas. 1.4 - Número de elementos da reunião entre conjuntos Se X é um conjunto finito, denote por n(X) o número de elementos de X. Para quaisquer dois conjuntos finitos A e B, é válida a seguinte fórmula: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) Exemplo Um levantamento efetuado entre 800 filiados à previdência oficial mostrou que muitos deles possuíam planos de saúde com duas empresas particulares A e B, conforme a tabela abaixo. A ⊂ B; neste caso A – B = φ A ∩ B φ≠ ; neste caso A – B = A FIGURA 4 Diagramas de Venn para a diferença de conjuntos UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 6 TABELA 1. Conveniados com empresas de previdência Convênio com A Convênio com B Possuem somente o plano oficial 520 290 70 Pergunta-se: a) Quantos eram filiados as duas empresas A e B. b) Quantos eram filiados somente à empresa A ? Solução de (a) A pesquisa foi feita entre 800 pessoas, das quais 70 possuem somente o plano oficial. Daí, o número de pessoas que possuem o plano A ou o plano B é 800 – 70 = 730. Isso quer dizer que n(A ∪ B) = 730. De acordo com a tabela, tem-se: n(A) = 520 e n(B) = 290. Mas, como: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) então, 730 = 520 + 290 – n(A ∩ B) de onde vem que n(A ∩ B) = 80, isto é, o número defiliados as duas empresas A e B é 80. Solução de (b) O número de filiados somente à empresa A é dado por: n( A – B) = n(A) – n(A ∩ B) = 520 – 80 = 440 portanto, 440 pessoas. 1.5 - Números reais O conjunto dos números naturais formado pelos inteiros 0, 1, 2, 3, ... é indicado por N, ou seja: N = {0, 1, 2. 3, 4, 5, ...} Excluindo o zero, obtém-se o conjunto dos números naturais não nulos representado por N ∗ . N ∗ = N – {0} = { 1, 2, 3, 4, 5, ...} Acrescentando ao conjunto N os números inteiros negativos, obtém-se o conjunto Z dos números inteiros: Z = { ..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 7 Em muitos problemas, os números inteiros são insuficientes para resolvê- los. Por exemplo, considere a equação 3x = 5. A solução dessa equação é o número 3 5 , que não é inteiro. Esse número é chamado número racional. De um modo geral, número racional é todo número que se obtém pela divisão de dois inteiros. Por exemplo, 3 1 e – 2 7 são números racionais. Representando por Q o conjunto de todos os números racionais pode-se escrever: Q = { b a : a ∈ Z, b ∈ Z, b ≠ 0 } Quando b = 1, tem-se b a = 1 a = a ∈ Z . Dessa forma, todo número inteiro é racional. Logo, Z ⊂ Q. Ainda: Dois números racionais b a e d c são iguais quando a d = b c . Assim, por exemplo, 16 12 , 8 6 , 4 3 representam o mesmo número racional. O número racional b a também é chamado razão de a para b. A razão da medida de uma circunferência de um círculo pelo seu diâmetro é um número não racional denotado por π , cujo valor é 3,1415..., e denominado número irracional. Outros exemplos de números irracionais: 3 = 1,7320508... 4 6 = 1,5650845... e = 2,7182818284.... O número e pode ser definido como o número irracional para o qual tendem os valores de x x + 11 quando x cresce indefinidamente, conforme pode ser observado na TABELA 2, construída para alguns valores de x. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 8 TABELA 2. Algumas aproximações do número irracional e x x x + 1 1 102 2,70481 103 2,716924 104 2,718146 105 2,718268 106 2,718280 M ↓ e Chama-se número real todo número racional ou irracional, isto é, o conjunto dos números reais, denotado por R, é a reunião do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais. Assim, denotando-se por Q’ o conjunto dos números irracionais, tem-se: R = Q ∪ Q’ Dessa forma, todo número racional é real e todo número irracional é real. Portanto, tem-se as seguintes inclusões: N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R e Q’ ⊂ R 1.6- Representação decimal dos números reais Todo número real pode ser expresso na forma decimal. No caso de um número irracional como 2 = 1,41323.., π = 3,14159..., e = 2,7182818284...., essa representação é infinita e não periódica. No caso de um número racional, dois casos podem acontecer: i) a representação decimal é finita 1 5 = 5 4 1 = 0,25 20 1645 = 82,25 10000 187 = 0,0187 ii) a representação decimal é infinita e periódica, ou seja, é uma dízima periódica. 9 1 = 0,11111... 3 7 = 2,33333... 9900 1237 = 0,1249494949... UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 9 Reciprocamente, todas as decimais finitas correspondem a frações decimais e é possível mostrar que todas as representações decimais periódicas também correspondem a frações e, portanto, representam números racionais. Exemplos: a) 2,36 = 100 236 b) 0,0057 = 10000 57 c) Mostrar que 0,454545... = 99 45 . Solução Chamando x = 0,454545... e multiplicando esta igualdade membro a membro por 100, obtém-se 100 x = 45,454545.... . Subtraindo as duas igualdades membro a membro, vem que: 99 x = 45 de onde segue que x = 99 45 . 1.7 - Operações em R No conjunto R estão definidas duas operações. A adição, que a cada par ordenado (a, b) de números reais associa um único número real a + b, chamado soma de a e b, e multiplicação, que a cada par ordenado (a, b) de números reais associa um único número real a . b, chamado produto de a e b. Considere a adição –12 + 25 + 9. Uma forma de se efetuar o cálculo é adicionar –12 + 25 = 13 e, em seguida, calcular 13 + 9 = 22. Esse procedimento pode ser indicado pela utilização de parêntesis, como a seguir: (–12 + 25) + 9 Uma outra maneira de se realizar o cálculo é primeiramente efetuar 25 + 9 = 34 e, depois, –12 + 34 = 22. Dessa vez segue-se a regra: –12 + (25 + 9) Em outras palavras, tem-se a propriedade: para adicionar três números reais adicionam-se os dois primeiros e ao resultado adiciona-se o terceiro ou, adiciona-se o primeiro à soma dos dois últimos. Essa propriedade é chamada propriedade associativa da adição. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 10 De maneira similar, pode-se efetuar a multiplicação 6 . 4 . 5 de duas maneiras: (6 . 4) .5 = 24 . 5 = 120 ou 6 . (4 . 5) = 6. 20 = 120 isto é, a multiplicação de números reais também satisfaz a propriedade associativa. Em seguida, estão enunciadas as propriedades fundamentais que são satisfeitas pela adição e pela multiplicação de números reais, de grande importância nos cálculos algébricos que envolvem essas operações. Quaisquer que sejam a, b e c números reais: 1) Comutatividade = +=+ abba abba .. 2) Associatividade = ++=++ cbacba cbacba .).().(. )()( 3) Existência de elementos neutros: existem os elementos 0 e 1 em R tais que: a + 0 = a e a . 1 = a. 4) Existência do oposto: todo a ∈ R possui um oposto –a tal que a + (–a) = 0. 5) Existência do inverso multiplicativo: todo a ∈R não nulo, possui um inverso a 1 tal que a . a 1 = 1. 6) Distributiva da multiplicação em relação à adição: a . (b + c) = a . b + a . c Usando as propriedades do oposto e do inverso multiplicativo, pode-se definir: Subtração: Para todo a, b ∈ R, a diferença entre a e b, denotada por a – b, é definida por: a – b = a + (– b) Divisão: Se a, b ∈ R e b ≠ 0, o quociente de a e b, denotado por b a , é definido por b a = a . b 1 1.8 - Operações com frações Adição UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 11 Observe: b ca b ca b c b a b c b a + =+=+=+ 1 .)( 1 . 1 . onde utiliza-ses sucessivamente, a definição de divisão, a propriedade distributiva e, novamente, a definição de divisão. Assim: Para somar frações com denominadores iguais, conserva-se o denominador comum e somam-se os numeradores. Exemplos a) 7 11 7 8 7 3 =+ b) 2 3 4.2 4.3 8 12 8 15 8 3 ===+ − Veja agora como proceder para somar frações com denominadores diferentes. Por exemplo, considere a soma 5 2 6 7 + . Para efetuá- la,multiplica-se o numerador e o denominador de cada uma das frações por um mesmo número a fim de não alterá- las, com o objetivo de obter um denominador comum. Como o menor múltiplo comum de 6 e 5 é 30, ou seja, mmc(6,5) = 30, adota-se 30 como denominador comum. Para encontrar o número que se deve multiplicar o numerador e o denominador da primeira fração, divide-se 30 por 6 , cujo resultado é 5. Então: 30 35 5.6 5.7 6 7 == Do mesmo modo, para a segunda fração, divide-se 30 por 5 , cujo resultado é 6: 30 12 6.5 6.2 5 2 == Daí: 30 47 30 12 30 35 5 2 6 7 =+=+ O cálculo foi feito separadamente para cada parcela. Na prática, escreve-se isso diretamente, ou seja: 30 47 30 1235 30 6.25.7 5 2 6 7 = + = + =+ UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 12 Multiplicação Se b≠ 0 e d ≠ 0, então: bd ca d c b a =⋅ Assim: Para multiplicar duas frações, multiplicam-se os numeradores e os denominadores. Exemplos a) 24 35 4.6 7.5 4 7 6 5 ==⋅ b) 49 8 7 2 7 4 −=⋅ − c) 4 . 11 3 = 11 12 Divisão Se a ≠ 0 e b ≠ 0, então 1a b ab b a ab ⋅ = = . Assim, de acordo com a propriedade 5 das operações em R, tem-se que a b é o inverso multiplicativo de b a , de onde vem que: a b b a = 1 Assim, se b ≠ 0, c ≠ 0 e d ≠ 0 então, pela definição de divisão de números reais apresentada acima: d cb a d c b a d c b a 1 .: == = c d b a . Portanto: Para dividir uma fração pela outra, deve-se multiplicar a primeira pela fração inversa da segunda. Exemplos a) – 7 8 : 5 3 = – 8 7 . 5 3 = – 40 21 b) 16 15 : 4 5 = 15 16 . 4 5 = 3 4 20.3 20.4 60 80 == UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 13 1.9 – Equações Considere a seguinte situação: O saldo de uma caderneta de poupança, após x meses de aplicação. é dado pela fórmula s = 3000 + 50x. Após quanto tempo de aplicação o saldo será R$ 4000,00? A situação se expressa através da seguinte sentença matemática: 3000 + 50x = 4000 chamada equação na variável x. Uma solução de uma equação na variável x real é o valor ou valores reais que, substituídos no lugar da variável, fazem com que a igualdade se verifique. Recebem também o nome de raízes da equação. Uma equação pode não ter solução. Por exemplo, a equação 0 . x = 3 não possui nenhuma solução real. Na situação considerada acima, x = 20 é a solução do problema, pois: 3000 + 50 . 20 = 4000 Considere uma equação da forma x + b = c em que a, b ∈ R e a ≠ 0. Para resolvê- la primeiramente adiciona-se – b a cada membro, de onde vem que: x + b – b = c – b isto é, x = c – b . Destaca-se então: Em uma igualdade pode-se passar uma parcela de um membro para outro, desde que se tome o seu oposto. Veja, agora, situações envolvendo o produto. Por exemplo, se a . x = b, em que a ≠ 0, então, multiplicando ambos os membros da desigualdade por a 1 , o inverso de a, que é um número não nulo, segue que: ⋅ a 1 (a . x) = a 1 . b ⇔ ( ⋅ a 1 a) . x = a b ⇔ x = a b Assim: Numa equação a . x = b, se a ≠ 0, pode-se passar o fator a dividindo no segundo membro, sem alterar igualdade. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 14 Exemplos a) Resolver em R a equação –5x –2 ( 3 – 8x) = 3(2x – 4). Solução Aplicando a propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição, para eliminar os parêntesis, e respeitando a regra dos sinais para a multiplicação: + . + = +, + . – = –, – . + = –, – . – = + resulta: –5x – 6 + 16x = 6x – 12 Transpondo os termos com x para o primeiro membro e os números para o segundo membro, obtém-se: –5x + 16x – 6x = – 12 + 6 No primeiro membro, pode-se aplicar a propriedade distributiva: –5x + 16x – 6x = (–5 + 16 – 6)x = 5x Assim: 5x = –6 ⇒ x = 5 6− b) O custo mensal para produzir x unidades de uma determinada mercadoria é C = 5000 + 15x reais. Qual a quantidade mensal produzida, sabendo-se que o custo mensal é R$ 8000,00 ? Solução Deve-se resolver a equação 5000 + 15x = 8000. Então: 15x = 8000 – 5000 ⇔ 15x = 3000 ⇔ x = 15 3000 = 200 A quantidade mensal produzida é 200 unidades. c) Resolver em R a equação 4 1 36 12 − =+ + xxx . Solução Proceder-se-á de modo similar ao que se faz para a adição de frações. O mínimo múltiplo comum dos denominadores 6, 3 e 4 é 12. Então: 12 )1(3 12 4 12 )12(2 − =+ + xxx ⇔ 2(2x + 1) + 4x = 3(x – 1) ⇔ 4x + 2 + 4x = 3x – 3 ⇔ 4x + 4x – 3x = –3 – 2 ⇔ 5x = –5 ou seja, x = –1 é a solução da equação. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 15 1.10 - Equação do segundo grau Uma equação do segundo grau é uma equação da forma ax2 + bx + c = 0 , onde a, b e c são números reais e a ≠ 0 . Ela admite a seguinte fórmula resolutiva: x = a acbb 2 42 −±− O radicando b2 – 4ac, chamado discriminante, é indicado por ∆ (delta). • Se ∆ > 0, a equação admite duas raízes reais e distintas; • Se ∆ = 0, a equação admite duas raízes reais e iguais; • Se ∆ < 0, a equação não admite raízes reais Exemplos a) Resolver em R a equação do segundo grau x2 – 5x + 6 = 0. Tem-se a =1, b = –5 e c = 6. Assim: x = 2 15 2 15 1.2 6.1.455 2 ± = ± = −± Logo: x = 2 2 15 = − ou x = 3 2 15 = + Portanto, o conjunto solução da equação dada é {2, 3}. b) O lucro mensal de uma empresa é dado por P = –x2 + 12x – 11, onde x representa a quantidade vendida. Para que valores de x o lucro é nulo? Solução Deve-se tomar P = 0 na equação do lucro. Assim: –x2 + 12x – 11 = 0 de onde vem: x2 – 12x + 11 = 0 x = 212 12 4.1.11 12 100 12 10 2.1 2 2 ± − ± ± = = x = 12 10 1 2 − = ou x = 12 10 11 2 + = Logo, o lucro é nulo se x = 1 ou x = 11. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 16 Equações da forma ax2 + bx + c = 0 em que b = 0 ou c = 0 chamam-se equações incompletas do segundo grau. Por exemplo, x2 – 5x = 0 e x2 – 16 = 0 são equações incompletas do segundo grau. Sua resolução pode ser feita pela fórmula resolutiva acima ou como se verá a seguir: c) x2 – 5x = 0 x2 – 5x = 0 ⇒ x (x – 5) = 0 ⇒ x = 0 ou x = 5. Portanto, o conjunto solução é { 0, 5}. d) x2 – 16 = 0 x2 – 16 = 0 ⇒ x2 = 16 ⇒ x = ± 16 ⇒ x = ± 4 Portanto, o conjunto solução é { –4, 4 }. 1.11 – A reta real; desigualdades A reta real é a representação geométrica dos números reais como pontos de uma reta. A escala de temperatura fornece uma idéia de como representar os números reais ao longo de uma reta. Escolhido um ponto O sobre a reta, chamado origem, para representar o número 0 e escolhida uma unidade de comprimento, todo número real positivo x será representado por um ponto a uma distância de x unidades à direita da origem O e todo número real negativo x será representado por um ponto a uma distância de –x unidades à esquerda de O (observe que, se x é negativo, então –x é positivo). Dessa maneira, a cada número real, corresponde um só ponto da reta e reciprocamente, o que permite falar indistintamente em números reais. Dados dois números reais distintos, um deles fica localizado à direita do outro, isto é, os números reais são ordenados. No caso das temperaturas, o número à esquerda representa a temperatura mais baixa. Em geral, diz-se: FIGURA 5. A reta real UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 17 Um número real a é menor que qualquer número b colocado à sua direita. Esse fato é assim expresso: Isso é equivalente a dizer que b fica à direita de a e escreve-se: b é maior do que a : b > a Escreve-se a < b < c para representar a < b e b < c. Introduz-se, ainda, as seguintes notações: a ≤ b significa a < b ou a = b a ≥ b significa a > b ou a = b Assim, por exemplo, 2 ≤ 3, pois 2 < 3 e π ≤ π , pois π = π . Uma proposição da forma a < b, a > b, a ≤ b ou a ≥ b é denominada desigualdade. Desigualdades ocorrem com freqüência em problemas de classificação. Por exemplo, o lucro mensal de uma determinada empresa no ano 2005 não ultrapassa R$ 20000,00. Designando por x a variação mensal dos lucros, isso pode ser representado simbolicamente por: x < 20000 As principais regras que se utilizam no trabalho com desigualdades estão a seguir. Quaisquer que sejam a, b, c ∈ R: D1) Se a < b, então a + c < b + c D2) Se a < b e c > 0, então a c < b c D3) Se a < b e c < 0, então a c> b c D4) Se a < b e b < c, então a < c ( transitividade) Propriedades análogas são válidas se cada sinal de desigualdade < entre a e b for substituído por >, ≥ ou ≤ . FIGURA 6. A relação a menor do que b UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 18 1.12 - Inequações em R O saldo de uma aplicação financeira após t meses de aplicação é dado por s = 3000 + 40t. Estimar o valor de t se o saldo superou R$ 3600,00. Para determinar a variação de t, deve-se impor que: 3000 + 40t > 3600 Uma sentença dessa forma é chamada inequação na variável t . Ela significa: “para que valores de t, tem-se 3000 + 40t maior do que 3600?” Supondo que t seja um número real, deve-se transformar a inequação dada de maneira a se obter explicitamente os possíveis valores de t. Para realizar isso procede-se de maneira similar ao feito na resolução de equações. Assim, pode-se passar uma parcela de um lado para outro desde que se tome o seu oposto. Em situações envolvendo o produto, como, por exemplo, a.t < b, a≠ 0, segue imediatamente das propriedades das desigualdades que: Multiplicando ou dividindo ambos os membros da inequação por um número negativo, a desigualdade se inverte. No caso de multiplicar-se ou dividir-se ambos os membros por um número positivo, o sentido da inequação não se altera. Exemplos a) Encontrar o conjunto solução da inequação 3000 + 40t > 3600 . Solução Passando, então, –3000 para o segundo membro da desigualdade tomando o seu oposto, obtém-se, assim: 40t > 3600 - 3000 ⇒ 40t > 600 O sinal da última desigualdade não muda se ambos os membros forem divididos por 40. Isso é equivalente a passar o número 40 dividindo no segundo membro. Portanto: 40t > 600 ⇒ t > 600 40 ⇒ t > 15 de onde resulta que o conjunto solução é {t ∈ R: t > 15}. b) Resolver no conjunto R a inequação –8x – 7 < –3(x + 2). Solução Aplicando a propriedade distributiva no segundo membro vem que: –8x – 7 < –3x – 6 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 19 Transpondo –3x para o primeiro membro e –7 para o segundo membro, com sinais trocados, obtém-se: –8x + 3x < –6 + 7 –5x < 1 Dividindo ambos os membros pelo número negativo –5 e lembrando que o sinal da desigualdade deve ser invertido, vem que x > 5 1− . Logo, a solução da inequação é { x ∈ R: x > 5 1− }. c) Resolver no conjunto R a inequação 3 5 12 27 4 5 < − − − xx . Solução O mínimo múltiplo comum dos denominadores é 12. Assim: 12 20 12 )27()5(3 < −−− xx ⇒ 3(x – 5) – (7x – 2) < 20 ⇒ 3x – 15 – 7x + 2 < 20 ⇒ 3x – 7x < 20 + 15 – 2 ⇒ – 4x < 33 ⇒ 4x > – 33 ⇒ x > 4 33− Portanto, a solução é { x ∈ R: x > – 4 33 }. 1.13 – Intervalos Será destacada, agora, uma classe importante de subconjuntos dos números reais, chamados intervalos. Por exemplo, se x denota o número de motos fabricadas diariamente por uma linha de montagem, então x deve ser não negativo, ou seja, x ≥ 0. Suponha que a gerência decida que a produção diária não deve exceder 180 unidades. Dessa maneira, x deve satisfazer a desigualdade 0 ≤ x ≤ 180, isto é, x deve pertencer ao intervalo fechado de extremos 0 e 180. Sejam a e b números reais tais que a < b. O intervalo fechado [a, b] é o conjunto de todos os pontos de a até b, isto é, o conjunto de todos os pontos x tais que a ≤ x ≤ b. O intervalo aberto ]a, b[ é o conjunto de todos os pontos entre a e b, isto é, o conjunto de todos os pontos x tais que a < x < b. Os pontos a e b são chamados extremos dos intervalos [a, b] e ]a, b[. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 20 Um intervalo semi-aberto é um intervalo aberto ]a, b[ com um de seus pontos extremos. Há dois tipos de intervalo semi-aberto: [a, b[ é o conjuntos de todos os pontos x tais que a ≤ x < b e ]a, b] é o conjunto de todos os pontos x tais que a < x ≤ b. Esses intervalos, apesar de conterem infinitos números reais, são ditos finitos. Pode-se, também, considerar os intervalos infinitos . O conjunto de todos os pontos x tais que x > a é denotado por ]a, + ∞ [ ; o conjunto de todos os pontos tais que x ≥ a é denotado por [a, +∞ [. Ainda, ] – ∞ , b[ denota o conjunto de todos os pontos x tais que x < b e ] – ∞ ,b] denota o conjunto de todos os pontos x tais que x ≤ b. Pode-se, ainda, identificar o conjunto dos números reais R com o intervalo infinito ] – ∞ ,+ ∞ [ = {x ∈ R: – ∞ < x < + ∞}. Os símbolos – ∞ (menos infinito) e +∞ (mais infinito) não representam números reais. Observe que, em – ∞ e +, ∞ os intervalos são sempre abertos. Desde que os intervalos são subconjuntos particulares dos reais, é possível operar com eles, da mesma maneira que para conjuntos quaisquer. Exemplos a) O fabricante de um determinado tipo de carro afirma que seu desempenho é de 10km por litro na cidade e 18km por litro na estrada e que seu tanque tem FIGURA 7. Intervalos finitos FIGURA 8. Intervalos infinitos UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 21 capacidade para 45 litros. Em condições ideais de percurso determinar o intervalo de possíveis valores da distância percorrida com um tanque de combustível. Solução O intervalo tem extremo inferior 45 . 10 = 450 e extremo superior 45 . 18 = 810. Portanto, o intervalo é [450, 810]. b) Dados os intervalos A = [1,6] e B = ]4,8[, determinar A ∩ B. Solução Dispondo os conjuntos A e B conforme a FIGURA 9, observa-se que A ∩ B = ]4, 6]. c) Sendo A = [–2,5] e B = ]2,7[, determinar A ∪ B. Solução Observando a FIGURA 10 conclui-se que A ∪ B = [–2, 7[. FIGURA 10. Reunião dos conjuntos A e B 1.14 - Valor absoluto de um número real Na reta real, as temperaturas –7oC e 7o são igualmente distantes da origem 0o C. Expressa-se este fato dizendo que ambas as temperaturas têm o mesmo valor absoluto. Mais precisamente, o valor absoluto de um número real e positivo é o próprio número; o valor absoluto de um número real e negativo é o seu oposto e o valor absoluto de 0 é 0. Simbolicamente, se x é um número real, o valor absoluto ou modulo de x é o número | x | tal que: FIGURA 9. Interseção dos conjuntos A e B UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 22 | x | = <− ≥ 0 0 xsex xsex Exemplos | 4 | = 4; | 0 | = 0; | –2 | = – (–2) = 2; | 1 –π | = – (1 –π ) = π – 1 Observe que o valor absoluto de um número real é sempre um número não negativo, ou seja: | x | ≥ 0, ∈∀ x R Geometricamente, o valor absoluto de um número real x é a distância de x à origem, não importando se x está à direita ou à esquerda de 0. Ainda mais, | x – y | representa a distância de x a y. Por exemplo, a distância entre 3 e 8 é | 3 – 8 | = | –5 | = 5 e a distância entre –3 e 3 é |–3 – 3| = |–6| = 6. O valor absoluto tem as seguintes propriedades, para todo x, y, z ∈ R e a ∈ R •+ . VA1) | –x | = | x | VA2) | x . y | = | x | . | y | VA3) y x = || || y x se y ≠ 0 VA4) | x + y | ≤ | x | + | y | VA5) | x | = | y | ⇔ x = ± y VA6) | x | < a ⇔ – a < x < a VA7) | x | > a ⇔ x > a ou x < – a FIGURA 11. Representação geométrica de | x | FIGURA 12. O valor absoluto como distância entre dois pontos UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 23 VA8) 2x = | x | As propriedades VA6 e VA7 podem ser compreendidas facilmente ao lembrar-se que | x | é a distância de x até 0. Exemplos a) Achar os valores reais de x que satisfazem | 7x – 1 | = 5. Solução Pela propriedade VA5, a equação é equivalente a: 7x – 1 = 5 ou 7x – 1 = –5 Assim, 7x – 1 = 5 ⇔ 7x =5 + 1 ⇔ 7x = 6 ⇔ x = 7 6 ou 7x – 1 = – 5 ⇔ 7x = –5 + 1 ⇔ 7x = – 4 ⇔ x = 7 4− Logo, x = 7 6 ou x = 7 4− . b) Resolver em R a inequação | x – 3 | ≥ 10 . Solução Usando VA7, a desigualdade é equivalente a: x –3 ≥ 10 ou x – 3 ≤ –10 Daí: x –3 ≥ 10 ⇔ x ≥ 13 ou x – 3 ≤ -10 ⇔ x ≤ –7 Então, o conjunto solução é { x ∈ R: x ≤ –7 ou x ≥ 13} = ] – ∞ , –7] ∪ [13, +∞ [. c) O diâmetro r de cada esfera num lote de esferas de rolamento fabricado por uma companhia siderúrgica satisfaz a desigualdade |r – 0,2| ≤ 0,02 onde r é medido em centímetros. Qual é o diâmetro mínimo de uma esfera do lote ? E o diâmetro máximo ? FIGURA 13. Desigualdades modulares UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 24 Solução Desde que |r – 0,2| ≤ 0,02 tem-se: –0,02 ≤ r – 0,2 ≤ 0,02 –0,02 + 0,2 ≤ r ≤ 0,02 + 0,2 ⇔ 0,18 ≤ r ≤ 0,22 de onde se vê que o diâmetro mínimo do lote é 0,18 cm e o diâmetro máximo é 0,22 cm. 1.15 - Potências de expoentes inteiros As potências estão envolvidas em uma grande variedade de problemas aplicados. Por exemplo: • Para se calcular o volume de uma célula esférica, utiliza-se a fórmula V = 3 3 4 rπ que envolve a terceira potência do raio. • Uma importância C aplicada a uma taxa constante i por período, em n períodos, é corrigida para um valor M dado pela fórmula M = C (1 + i)n. • A eficiência E de um operário para completar um trabalho em t meses é aproximada pela fórmula E = C – B ekt, onde B, C e k são constantes. Seja a um número real. Se n é um natural, define-se: an = 43421 vezesn aaaa − ...... , n ≥ 2 a 0 = 1, a ≠ 0 a1 = a a-n = na 1 , a ≠ 0 Exemplos: 34 = 3 . 3 . 3 . 3 = 81 ( ) 12 0 = 25 49 5 7 . 5 7 5 7 2 = − −= − 1π = π (–9)0 = 1 (–3)-3 = 3)3( 1 − = – 27 1 2 3 2 − = 2 2 3 = 4 9 ( 0,3333...)-1 = = = −− 11 3 1 9 3 3 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 25 Particularmente, as potências de 10 são de fundamental importância nas aplicações práticas. Algumas dessas potências estão representadas abaixo. 10 = 101 10 1 = 0,1 = 10-1 100 = 102 100 1 = 0,01 = 10-2 1000 = 103 1000 1 = 0,001 = 10-3 10000 = 104 etc. 10000 1 = 0,0001 = 10-4 etc. Se m , n ∈ N* e a, b ∈ R, as potências de números inteiros satisfazem as seguintes propriedades: i) am . an = am+ n ii) am : an = am - n , a ≠ 0 iii) (am)n = amn iv) (a . b)n = an . bn v) n nn b a b a = , b ≠ 0 Exemplo Efetuar as operações utilizando as propriedades das potências: 32 . 33 = 35 = 243 (23)2 = 26 = 64 (–7)49 : (–7)47 = (–7)2 = 49 25 9 5 3 5 3 2 22 == 2-5 . 23 = 2-2 = 4 1 3-2. 5-2 = 15-2 = 215 1 = 225 1 6 4 7 7 = 74 – 6 = 7-2 = 49 1 [(-4)-2]-1 = (-4)2 = 16 1.16. Potências de expoentes racionais; radicais UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 26 Se n é um número inteiro e positivo, a expressão bn 1 é definida como sendo o número real que, quando elevado à n-ésima potência, é igual a b . Portanto: n b n 1 = b Se existe tal número, ele é chamado raiz n-ésima de b e é denotado por n b . Quando n = 2, escreve-se simplesmente a em vez de 2 a . Assim: 64 6 1 = 6 64 = 2 pois 26 = 64 3 125− = –5 pois (–5)3 = –125 Observe que a raiz n-ésima de um número negativo não está definida quando n é par. Por exemplo, não existe 4− porque não existe número real c tal que c2 = – 4. Além disso, dado um número b, de acordo com a definição, mais de um número real pode ser a sua raiz n-ésima. Por exemplo, tanto 2 como –2 elevados ao quadrado são iguais a 4 logo, cada um deles é uma raiz quadrada de 4. No entanto, para evitar ambigüidades, define-se b n 1 como sendo a raiz n-ésima positiva de b, sempre que ela existir. Assim, 4 2 1 = 4 = 2. Para b∈R e n m um número racional positivo onde n ≠ 0, define-se b n m como sendo o número m nb 1 sempre que existir. Equivalentemente, m nb 1 = n mb , sempre que existir. Para b ∈ R e n m um número racional não negativo, define-se : b n m − = b 1 n m = n mb 1 Observe que continuam válidas para potências com expoentes racionais as mesmas propriedades das potências com expoentes inteiros. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 27 Exemplos a) Calcular as seguintes potências: i) 8 3 2 ii) 27 3 1 − iii) (–4) 4 3 Solução i) 8 3 2 = 33 2 648 = = 4 ii) 27 3 1 − = 3 1 27 1 = 3 27 1 = 1 3 iii) (–4) 4 3 não é um número real, pois 4 3)4(− = 4 64− não existe em R. b) Efetuar os produtos: i) 34 7.7 ii) 3 8 3 2 3 1 . 3 1 − Solução 34 7.7 = 7 4 1 . 7 3 1 = 7 3 1 4 1 + = 7 12 7 = 12 77 3 8 3 2 3 1 . 3 1 − = 3 8 3 2 3 1 − = 2 3 1 − = 32 = 9 c) Escrever cada uma das seguintes expressões na forma bn m com m e n inteiros e n não nulo. i) 3 5 125 ii) 5 5 46,0 3 3.3 Solução 3 5 125 = 3 3 5 5 = 3 1 2 3 5 5 = 3 1 2 3 5 − = 5 6 7 5 5 46,0 3 3.3 = 5 1 5 4 10 6 3 3.3 = 3 4 5 5 1 5 3 . 3 3 = 5 1 5 7 3 3 = 3 5 6 d) A distribuição de renda numa determinada cidade pode ser descrita pela fórmula y = 3 6 1,5 11 .10 x , onde y é o número de pessoas que possuem uma renda mensal de x ou mais reais. Quantas pessoas ganham pelo menos R$1100,00? UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 28 Solução Deve-se substituir x = 1100 na expressão de y e simplificá- la. Tem-se então: 6 3 6 1,5 6 1,52 1,5 2 1,5 1,5 2 1,5 11 .10 11 .10 11 .10 (1100) (11.10 ) 11 .(10 ) = = = 6 3 3 10 10 1000 10 = = Portanto, 1000 pessoas ganham pelo menos R$ 1100,00. A generalização da definição de potência para expoentes racionais permite considerar as operações de multiplicação e divisão entre radicais como casos particulares das mesmas operações entre potências, as quais, supondo as condições de existência, satisfazem propriedades análogas às correspondentes entre potências, ou seja: R1) nn ba . = n ba. R2) n n n b a b a = R3) mnn m bb .= R4) ( ) m nnm bb = R5) n m pn pm bb =. . Exemplos a) Simplificar : 1) 22328.4 5 5555 === 2) 444 213.7 = 3) 33 3 3 8 10 80 10 80 == = 2 4) 3 6 18 6 18 == 5) 63 6464 = = 6 62 = 2 6) 4 625625 = = 5 b) Efetuar 4 8 + 3 3 8 + 4 42 Solução Tem-se 8 = 2.4 = 2.4 = 2 2 3 8 = 3 32 = 2 4 4 = 4 22 = 2 2 = 2 Daí: 4 8 + 3 3 8 + 4 42 = 4 . 2 2 + 3 . 2 + 2 . 2 = 6 + 10 2 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 29 1.17 - Notação científica A notação científica é uma linguagem introduzida pelos cientistas com a finalidade de amenizar o trabalho de escrita de números reais com muitos algarismos. Um número está expresso em notação científica se estiver escrito como o produto de dois números reais: um deles entre 1 e 10, incluindo o 1 e, o outro, uma potência de 10. Exemplos TABELA 3. Algumas transformações para notação científica Número Notação científica 18 849 0,65 0,034 0,000017 1,8. 10 8,49 . 102 6,5 . 10-1 3,4 . 10-2 1,7 . 10-5 É possível, por exemplo, efetuar multiplicação em notação científica. Nesse caso, utiliza-se as seguintes propriedades dos números reais: i) (a . b) . (c . d) = (a . c) . ( b . d) ii) am . an = am+n Exemplos a) Dados A = 2,1 . 108 e B = 7 . 10-5, calcular A . B. A . B = (2,1 . 108) . (7 . 10-5) = (2,1 . 7) . (108 . 10-5) = 14,7 . 103 = 1,47 . 10 . 103 Portanto, A . B = 1,47 . 104 b) Efetuar 85 44 10.02,0 10.244.001,0 − − , dando a resposta em notação científica. 85 44 10.02,0 10.244.001,0 − − = 822 443 10.)10.2( 10.)10(.244 −− −− = 84 412 10.10.4 10.10.244 −− −− = 12 16 10.4 10.244 − − = 61 . 10-4 = 6,1 . 10 . 10-4 = 6,1 . 10-3 1. 18 - Utilizando a calculadora UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 30 Alguns exemplos de como realizar operações aritméticas básicas numa calculadora científica estão a seguir. Observe que, em geral, para números decimais na calculadora, usa-se ponto ( . ) em vez de vírgula ( , ); não confundir ( . ) com o sinal de multiplicação (× ). Observe também que, nos cálculos, é dado prioridade à multiplicação e divisão sobre a adição e subtração. Exemplos a) Efetuar 23,5 – 12 + 7 Tecla-se na seqüência: 23 . 5 – 12 + 7 = Aparece no visor o resultado 18.5. b) Efetuar 15 + 5 . 6 – 21. Tecla-se na seqüência: 15 + 5 × 6 – 21 = Aparece no visor 24. c) Efetuar (–4) × (128 ÷ 32 + 16) Nesse caso, usa-se parêntesis para pontuar a expressão. Tecla-se então: ( – 4 ) × ( 128 ÷ 32 + 16 ) cuja resposta é -80. Potências, nas calculadoras mais modernas, são efetuadas com o uso da tecla ∧ . Em outras, em vez de ∧ utiliza-se a tecla xy . d) Efetuar 0,54 Tecla-se na seqüência: 0 . 5 ∧ 4 = Aparece no visor 0.0625. e) Efetuar 128 2 1 Tecla-se: 128 ∧ ( 1 ÷ 2 ) = ou, usando a tecla 1/x = x-1 : 128 ∧ ( 2 x-1 ) = Aparece no visor 11.3137085 . UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 31 Observe que 128 2 1 = 128 . Daí, pode-se usar também a tecla : 128 x f) Efetuar 4 738 Como 4 738 = 38 4 7 , procede-se: 38 ∧ ( 7 ÷ 4 ) = e aparece no visor 581.5958435. 1.19 - Exercícios propostos 1) Dizer se é verdadeira ou falsa, cada uma das seguintes afirmações: a) 2 = {2} b) 0 ∈ φ c) 5 ⊂ {5} d) 3 ∈{3,{3}} e) φ ∈{7} f) {3} ⊂ {3,{3}} g) φ ⊂ {0} h) {g, a, t, o} = {g, o, t, a} 2) Enumerar os elementos dos seguintes conjuntos: A = {x : x é letra da palavra demanda} B = {x: x é cor da bandeira nacional} C= {x: x é inteiro positivo, ímpar, primo e menor que 18} 3) Seja U o conjunto dos quadriláteros planos. Sendo: P = {x ∈ U : x tem os lados paralelos} Q = {x ∈ U : x tem os quatro lados congruentes e os ângulos todos retos} R = {x ∈U : x tem os quatro ângulos retos} L = {x ∈U : x tem os quatro lados congruentes} Determinar os seguintes conjuntos: a) L ∩ Q b) L ∩ R c) R ∩ P d) R ∪ Q e) Q ∪ P 4) Dados os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {3, 4, 5} e C = {1, 5, 6}, determinar o conjunto X de quatro elementos tal que A ∩ X = {3}, B ∩ X = {3, 5} e C ∩ X = {5,6}. 5) Dizer se é verdadeira ou falsa cada uma das seguintes afirmações: a) 3,222... ∈ Q b) 1,323323332...∈ Q c) 7 ∉ Q d) 3 + 2 é um número irracional e) 0,153444... é um número irracional f) 4 5 ∉ Q g) 9− ∉ R h) 22 5 − ∈ R i) π ∈ R UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 32 6) Efetuar : a) ...222.03,0 15 14 − b) 7,0 3 10 ...111,01 1 5 7 5 ⋅ − − − c) 3 2 4 4 5 3 : 75,01 25,0 3 2 ⋅ − − + 7) Mostrar que 0,32858585 = 9900 3253 Solução. Fazendo x = 0,32858585... 32539900 ...858585,3285x10000 ..32,858585. x 100 =⇒ = = x ⇒ x = 9900 3253 8) Escrever na forma de fração irredutível os seguintes números racionais: a) 0,25 b) 11,005 c) 10,666... d) 4,59222... e) 1,3222... 9) Enumerar os elementos dos seguintes conjuntos: a) {x ∈ Z : – 7 < x ≤ 2} b) {x ∈ R : (x – 2 ) (x + 3) = 0} c) { x ∈ N : x ≤ 3} 10) Simplificar as somas: a) 6 2 + 2 2 – 4 2 b) 5 3 + 12 – 5 48 c) 2 6 256 + 3 3 16 d) 4 16 – 6 64 e) 8 + 3 27 – 4 4 f) 4 8 + 3 3 8 + 2 6 8 11) Reduzir a um único radical e simplificar quando possível: a) 3 . 12 b) 3 4 2 . 2 4 3 . 4 8 c) 2 . 4 8 . 32 d) 3 10 5.2 e) 0225,0 f) 1...)333,0( − 12) Os números 16 4 1 − e 4 1 16 1 são iguais ou diferentes? 13) Reduzir a uma só potência: a) 152 3 1 . 3 1 . 3 1 −− b) (-2)8 : (–2)4 c) 342 3 2 . 3 2 − d) 23 23 2 1 2 1 . 2 1 − − − e) 4 1 2 1 2 3 2 1 256 364 4 1 − ⋅⋅ f) 34 3 4 : 4 3 14) Simplificar as expressões: UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 33 a) 8 32 10.1000000 100000.10 − b) 3558 152112 10.10.10 10.10.10 −− − c) 550000.)1,0( 11000.)10000(.10 44 1525 − 15) Calcular as potências: a) 0,25 2 1 b) 8 ...666,0 c) 9 2 1 − d) 32 5 3 16) Calcular o valor de cada uma das seguintes expressões: a) 2 2 1 3 1 − − b) 49,0 7 4 81,0 3 2 − c) 100 5,0− + 8 3 1 – 16 75,0 17) Determinar A ∩ B e A ∪ B nos seguintes casos: a) A = [-3, 3] e B =[0, 6] b) A = ]1, 7[ e B =]2, 5[ c) A = ]- ∞, 2] e B = [-3,+∞] d) A = [0, 3] e B= [3, 8] 18) Completar com o sinal > ou com o sinal < : a) 2 ..... 1,4 b) –1000 ..... –999 c) 2 π ..... π d) 8 ..... 7 e) 1,3333... ..... 1,333 f) – 2 7 ..... – 6 5 19) Calcular o valor de cada uma das expressões: a) |–18| – |–3| b) 4 – | –7| c) |5 – π | + |1 – π | d) | 2 – 1| – |3 – 2 | e) 4,26,1 4,12,2 − − f) |2 3 - 3| - | 3 – 4| 20) Resolver em R : a) |x – 2| ≤ 1 d) |x – 3| > 2 c) |2x – 5| < 4 d) |3x – 1| > 7 21) Resolver em R as equações modulares: a) |5x – 3| = 12 b) |3x – 5| = |2x – 3| c) 2x – 7 = |x| + 1 22) Resolver em R as equações: a) 9 – 4(x + 1) = 4x – 3(4x – 1) b) 7x – 2(3x – 4) = – (x – 4) + 1 c) 5 12 4 3 12 53 + =+ − xx d) 2 5 3 2 2 3 −=− x x e) 3(x – 2) – 3 4 2 17 − = − xx f) 6 1 2 3 3 2 = − + − xx 23) Resolver em R as seguintes equações do segundo grau: a) x2 – x – 2 = 0 b) –x2 + 7x –12 = 0 c) x2 – 5x + 6 = 0 d) x2 +3x + 3 = 0 e) x2 – 10x + 25 = 0 f) 2x2 – 5x + 2 = 0 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 34 24) Resolver as seguintes equações incompletas do segundo grau. a) x2 – 7x = 0 b) – 4x2 – 12x = 0 c) 3 x2 – 48 = 0 d) –5 x2 – 40 = 0 e) x2 – 11 x = 0 f) 4x2 = 0 25) Resolver em R as seguintes inequações: a) 3(x – 4) > x + 2 b) 2 (x –1 ) < 5x + 3 c) 2 2 5 1 2 42 x xxx > − − − d) 6 1 2 2 4 53 < − + − xx 26) Utilizandoa calculadora, estimar o valor de: a) 7 348 b) 36 – 46 5 3 c) 75 134 – 11 98 + 0,58 . ( 0,86 – 35,76) 27) Sabendo-se que A = 6,2 . 10-10 e B = 5 . 1020 , escrever o valor de A . B, usando a notação científica. 28) Escrever em notação científica: a) 1 bilhão b) 1 milésimo c) 1 centésimo d) 1 sextilhão 29) Efetuar, dando a resposta em notação científica: a) 9 33 10.02,0.9 10.36.01,0 − − b) 20 225 10.160 10.8,0.1,0 − − c) 7 9 20 5 (0,001) 200 10 .4000− ⋅ 30) Num grupo de 22 estudantes universitários, há 8 que cursam Administração, 10 que cursam Ciências Contábeis e 3 que cursam Administração e Ciências Contábeis. Quantos não estão cursando Administração nem Ciências Contábeis? 31) Determinar o valor real de x: a) 4 20 6 x = b) 15 3 18 x = − c) 6 4 9x = 32) Achar dois números reais sabendo-se que estão: a) Na razão de 3 para 4 e a soma deles é 35 b) Na razão de 18 para 5 e a diferença entre eles é 780 33) Uma prova de Fundamentos da Matemática tem 12 questões. Um aluno não fez 5 questões. Representando por x o número de questões que o aluno pode acertar, qual a desigualdade que expressa o número de possíveis acertos desse aluno? 34) Num certo dia em São Carlos, a temperatura mínima registrada foi de 110C e a temperatura máxima foi de 190C. Designando por x a variação da temperatura registrada em São Carlos nesse dia, qual a desigualdade que expressa esse fato? UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 35 35) O custo diário de produção de seringas é dado por C = 300 + 20x, onde x é o número de seringas fabricadas por dia. Conhecendo-se que, em um determinado mês, o custo diário oscilou entre um máximo de R$ 5000,00 e um mínimo de R$ 3000,00, em que intervalo variou a produção diária nesse mês? 36) O lucro mensal de uma empresa de materiais cirúrgicos é dado por L = 60x – 2600 onde x é a quantidade mensal vendida de seu produto. Qual quantidade é necessária ser vendida para que o lucro mensal seja igual a R$ 4000,00? 37) O custo diário de produção de um certo material é C = 250 + 15x, onde x é a quantidade produzida. Se o custo diário de um determinado mês oscilou de R$1450,00 a R$ 2050,00, em que intervalo oscilou a produção diária nesse mês? 38) O fabricante de um certo artigo estima que seu lucro, em milhares de reais, seja dado pela expressão –5x2 + 35x – 30, onde x representa , em milhares, o número de unidades produzidas. Que valores de x permitirão ao fabricante obter um lucro de pelo menos R$ 20000,00? 39) Na produção de uma peça, uma indústria tem um custo fixo de R$ 2000,00 mais um custo variável de R$ 30,00 por unidade produzida. Em que intervalo deve variar o número de peças para que o custo não ultrapasse R$ 11000,00? 40) Uma companhia fabrica e vende sapatos de corridas. Os custos de produção consistem em uma parte fixa de R$56000,00 mais uma parte variável de R$ 40,00 de custo do par de sapatos. Cada par é vendido por R$ 120,00. Quantos pares de sapatos devem ser vendidos para que a companhia tenha lucro? 41) Determinar o custo máximo x, em reais, resultante de uma certa transação. Sabe-se que: 7(x – 2000) ≤ 5(x + 1800) 42) O lucro semanal de um fabricante de relógios é expresso por L = (x – 5)(125 – x), onde x é o preço de venda de cada relógio. Que preço deve ser cobrado para maximizar o lucro? Qual é esse lucro máximo?. 43) Somatório Sejam a1, a2, ..., an números inteiros. Para se indicar de maneira abreviada a soma desses números, utiliza-se a notação: n n i i aaaa +++=∑ = ...21 1 cujo primeiro membro se lê: somatório dos ai para i de 1 até n. Por exemplo: )13.2()12.2()11.2()12( 3 1 +++++=∑ + =i i = 3 + 5 + 7 = 15 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 36 Escrever as seguintes somas sem o sinal de somatório: a) ∑ = 5 1i ix b) ∑ = 4 1 )3( i i c) ∑ = 4 1 2 i i 44) Escrever as seguintes somas utilizando o sinal de somatório: a) p1 + p2 + p3 + ... + pn b) r 21 + r 2 2 + r 2 3 + r 2 4 + r 2 5 c) u 3 0 + u 3 1 + u 3 2 45) Mostrar que: a) ∑ ∑ ∑+=+ = = = n i n i n i iiii baba 1 1 1 )( b) ∑=∑ == n i i n i i akak 11 c) ∑ ∑ +=+ = = n i n i ii bnaba 1 1 )( Respostas dos exercícios propostos 1) a) F b) F c) F d) V e) F f) V g) V h)V 2) A={d, e, m, a, n}, B={verde, amarelo, azul, branco}, C={3, 5, 7, 11, 13, 17} 3) a) Q b) Q c) R d) R e) P 4) X = {3, 5, 6, a}, a ≠ 1, 2, 4 5) a) V b) F c) V d) V e) F f) F g) V h) F i) V 6) a) 12 b) 5 c) 63 22 8) a) 4 1 b) 2201 200 c) 3 32 d) 900 4133 e) 90 119 9) a) {–6, –5, –4, –3, –2, –1,0,1,2} b) { 2 , –3} c) {0, 1, 2, 3} 10) a) 4 2 b) –13 3 c) 10 3 2 d) 0 e) 2 + 3 f) 10 2 + 6 11) a) 6 b) 12 4 3 c) 8 4 8 d) 6 10 e) 0,15 f) 3 12) Iguais 13) a) 34 = 81 b) 24 = 16 c) 5 3 2 d) –2 e) 6 1 f) 7 4 3 14) a) 10-27 b) 1062 c) 2 . 1039 15) a) 2 1 b) 4 c) 1 3 d) 8 16) a) 36 b) 5 1 c) 10 59− 17) a) x ≤ 2 b) x > 3 c) 1< x ≤ 5 17) a) [0,3], [–3,6] b) ]2,5[, ]1,7[ c) [ –3,2], R d) {3}, [0, 8] 18) a) > b) < c) < d) > e) > f) < 19) a) 15 b) –3 c) 4 d) 2 2 – 4 e) 1 f) 3 3 -7 20) a) [1,3] b) x < 1 ou x > 5 c) 2 9 , 2 1 d) x < –2 ou x > 3 8 21) a){ – 5 9 ,3} b) {2, 5 8 } c) {8} 22) a) – 2 1 b) – 2 3 c) 9 8 d) – 3 11 e) –5 f) 5 14 23) a) {–1, 2} b) {3, 4} c) {2, 3} d) φ e) {5} f){ 2 1 ,2} UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 37 24) a) {0, 7} b) {0, -3} c) {4, -4} d) φ e) {0, 11 } f) {0} 25) a) x > 7 b) x > 3 5− c) x < 1 11 d) x < 5 7 26) a) 2,31 b) 26,05 c) –23,9 27) 3,1 . 1011 28) a) 109 b) 10-3 c) 10-2 d) 1021 29) a) 2 . 102 b) 5 . 10-10 c) 5 . 10 30) 7 31) a) 30 b) –2,5 c) 13,5 32) a) 15 e 20 b) 1080 e 300 33) x ≤ 7 34) 11 ≤ x ≤ 19 35) 135 < x < 235 36) 110 37) [80, 120] 38) entre 2000 e 5000 reais 39) [0, 300] 40) 700 41) R$ 11500,00 42) R$ 65,00, R$ 3600,00 43) a) x1 + x2 + x3 + x4 + x5 b) 3 + 6 + 9 + 12 c) 12 + 22 + 32 + 42 44) a) ∑ = n i ip 1 b) ∑ = 5 1 2 i ir c) ∑ = 2 0 3 i iu UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 38 Capítulo 2 Cálculo Algébrico; Grandezas proporcionais O Cálculo Algébrico é de fundamental importância em quase todas as áreas. Ele é usado para definir e simplificar sentenças matemáticas que são utilizadas para expressar situações práticas em termos de relações funcionais, como, por exemplo: • A medida do volume de um bloco retangular de dimensões a, b e c é dado pela expressão algébrica abc . • A densidade de um corpo de massa m e volume V é expressa pela razão V m . • O custo total de produção de uma mercadoria depende da quantidade produzida. • A quantidade demandada de um produto depende do preço unitário da mesma. • A lei de distribuiçãode renda de uma população, conhecida como a Lei de Pareto, é expressa por y = A xα , onde y representa o número de pessoas com renda maior ou igual a x, A é uma constante e α é o parâmetro que caracteriza a distribuição de renda. Neste capítulo, apresenta-se uma revisão dos conceitos básicos e técnicas de operações, fatoração e simplificação de expressões algébricas. Serão apresentadas também, diversas aplicações práticas envolvendo grandezas proporcionais. 2.1 - Valor numérico ou avaliação de uma expressão algébrica Uma expressão matemática que envolve números e letras unidas por sinais de operação é denominada expressão algébrica ou literal. As letras representam indistintamente um número qualquer de um conjunto numérico e, por isso, são chamadas variáveis ou incógnitas. Assim, são expressões algébricas ou literais: UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 39 3x2y nRT 210 73 − − y x –t2 + 5t – 6 xyx 32 − Quando se atribui a cada variável um valor real, determina-se o valor numérico da expressão algébrica dada em R. Para isso, substitui-se a variável pelo valor algébrico e efetuam-se as operações indicadas. Por exemplo, o valor numérico da expressão yx yx + − 33 quando x = 4 e y = –3 é: 91 1 2764 )3(4 )3(4 33 = + = −+ −− Existem expressões algébricas que não representam número real para determinados valores atribuídos às variáveis. Quando não se diz nada, fica subentendido que o conjunto de valores assumidos pelas variáveis são aqueles para os quais as operações envolvidas fazem sentido. Exemplos a) A expressão 42 35 − + a a não representa número real para a = 2, pois este valor anula o denominador. b) Para que valor x ∈ R, a expressão 129 52 − − x x não representa número real? Solução A resposta será dada procurando-se o valor de x que anula a expressão 9x – 12, isto é 9x – 12 = 0 ⇒ 9x = 12 ⇒ x = 3 4 9 12 = Portanto, a expressão não representa um número real para x = 3 4 . c) O custo C para fabricar x unidades de um produto X e y unidades de um produto Y, é estimado pela fórmula C = 100 + 2x + 3y. Qual é o custo de fabricação de 12 unidades de X e 25 unidades de Y ? Solução O valor de C é obtido avaliando a expressão acima para x =12 e y = 25. Daí: C = 100 + 2 . 12 + 3 . 25 = 199 ou seja, o custo é R$ 199,00. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 40 2.2 - Redução de termos semelhantes Numa expressão do tipo 5x2y, destacam-se : • A parte numérica 5, denominada coeficiente numérico. • A variável ou produto das variáveis (inclusive seus expoentes), denominada parte literal. Exemplos –15 a3bc coeficiente –15 x6z4 coeficiente 1 parte literal a3 bc parte literal x6z4 Expressões do tipo 5x2y, cuja parte literal indica somente produtos, recebem o nome de monômios. Por exemplo, são monômios: 5a2 2 xy 3m5n4z A expressão 5x2y + 5y não é um monômio, pois não envolve somente produtos; envolve também uma soma. Monômios que possuem a mesma parte literal são chamados termos semelhantes. Assim: i) 5x2y, –10x2y e 2 x2y são termos semelhantes ii) –9a2 e 4 1 a2 são termos semelhantes Também são semelhantes os monômios representados por números reais isolados. Por exemplo, 3 e 2 são semelhantes. Quando se tem uma soma de termos semelhantes, pode-se aplicar a propriedade distributiva. Assim: 18 x3 – 23 x3 = (18 – 23) x3 = –5 x3 4x5 y8 – 7 x5 y8 + 5 x5 y8 = (4 – 7 + 5) x5 y8 = 2 x5 y8 O ideal é evitar a igualdade intermediária nos cálculos acima, ou seja, escrever diretamente o último membro, o que significa: Os termos semelhantes podem ser reduzidos somando algebricamente os seus coeficientes e mantendo a parte literal. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 41 Dessa forma, considerando uma expressão algébrica, pode-se sempre transformá- la numa equivalente mais simples, reduzindo os seus termos semelhantes. A maneira de se pedir um procedimento como este é dizer: “simplificar a expressão”. Assim, para simplificar a expressão: 6x2 – 2y2– (x2 – 2y2 – 5) procede-se como segue: 6x2 – 2y2 – (x2 – 2y2 – 5) = 6x2 – 2y2 – x2 + 2y2 + 5 = 6x2 – x2 – 2y2 + 2y2 + 5 = 5 x2 + 5 Exemplos 1) Simplificar a expressão: ( 2 a + 2x + 1) – (x – 4 3a – 5 2 ) Tem-se: ( 2 a + 2x + 1) – (x – 4 3a – 5 2 ) = 2 a + 2x + 1 – x + 4 3a + 5 2 = ( 4 3 2 1 + ) a + (2 – 1)x + (1 + 5 2 ) = 4 5 a + x + 5 7 2) Simplificar a expressão: 2ab – [3b – ( 2a + 3b – ab)] 2ab – [3b – ( 2a + 3b – ab)] = 2ab – (3b – 2a – 3b + ab) = 2ab – 3b + 2a + 3b – ab = 2ab – ab – 3b + 3b + 2 a = ab + 2a 3) Dois modelos econômicos são representados pelas expressões A = 2 2 x + 20x + 15 e B = 30x – x2. Obter a expressão que define L = B – A. L = (30x – x2) – ( 2 20 15 2 x x+ + ) = 30x – x2 – 2 20 15 2 x x− − = (–1 – 1 2 ) x2 + ( 30 – 20) x – 15 = – 3 2 x2 + 10x – 15 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 42 2.3 - Técnicas para o cálculo algébrico Multiplicação Para se determinar o produto de dois monômios, multiplicam-se os seus coeficientes e aplica-se a propriedade am . an = am+n para as suas partes literais. 1) (–7x2) . (3x3) = –21 x5 (Lembrar que x2 . x3 = x5) 2) ( 5 2 xy2) . ( 4 1 x4y) = 10 1 x5y3 ( Observar que 5 2 . 4 1 = 20 2 = 10 1 ) 3) Para o produto de 3a2 por 4a3 – 5a2 + 3a – 1, utiliza-se a propriedade distributiva: 3a2 . (4a3 – 5a2 + 3a – 1) = 3a2 . 4a3 – 3a2 . 5a2 + 3a2 . 3a – 3a2 . 1 = 12a5 – 15a4 + 9a3 – 3a2 4) Multiplicar 7x + 2 por 3x2 – 5x + 1. Aplicando a propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição, vem: (7x + 2) . (3x2 – 5x + 1) = 7x . ( 3x2 – 5x + 1) + 2.( 3x2 – 5x + 1) = 21x3 – 35x2 + 7x + 6x2 – 10x + 2 = 21x3 – 29 x2 – 3x + 2 Pode-se também proceder como nos cálculos para a multiplicação entre números, conforme a seguir: Divisão Para se determinar o quociente entre dois monômios, com o segundo não nulo, calcula-se o quociente dos coeficientes e o quociente das partes literais, sendo que para este, utiliza-se a propriedade am : an = am-n. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 43 Exemplos a) Dividir 8x5 por 2x2 8x5 : 2x2 = 4x3 ( Observar que x5 : x2 = x5-2 = x3 ) b) Dividir – 5 2 x2y4z por 3x2y (– 5 2 x2y4z) : (3x2y) = – 15 2 y3z ( Observar: 5 2 : 3 = ⋅ 5 2 15 2 3 1 = ) c) Para efetuar o quociente do polinômio 6x5 – 21x3 + 12x2 por 3x2, utiliza- se a propriedade distributiva: (6x5 – 21x3 + 12x2) : (3x2) = (6x5) : (3x2) – (21x3) : (3x2) + (12x2) : (3x2) = 2x3 – 7x + 4 d) Determinar o quociente de 3x3y2 – 5x2y3 por 3x2y2 (3 x3y2 – 5x2y3) : (3x2y2) = (3 x3y2) : (3x2y2) – (5x2y3) : (3x2y2) = = x – 3 5 y e) Efetuar a divisão entre os polinômios x3 – x2 –17x + 12 e x + 4. Procede-se de maneira similar à divisão entre números. • Coloca-se o divisor d(x) = x + 4 dentro da chave de divisão e o dividendo D(x) = x3 – x2 – 17x + 12 fora, à esquerda e na mesma linha. Divide-se o primeiro termo D(x) pelo primeiro termo de d(x) obtendo-se x2, que representa o primeiro termo do quociente q(x). • Multiplica-se x2 por d(x) = x + 4, mudando o sinal para obter –x3 – 4x2 e escreve-se este resultado abaixo de D(x) para efetuar a soma com ele. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 44 • Repete-se o processo com – 5x2 – 17x + 12 como dividendo. Daí, divide-se–5x2 por x, obtendo-se –5x . Multiplica-se –5x por x + 4 e muda-se o sinal, obtendo-se, assim, 5x3 + 20x, que deve ser escrito abaixo do novo dividendo, para se somar com ele. • Repete-se novamente o processo com 3x + 12 como dividendo. Portanto, o quociente é q(x) = x2 – 5x + 3 e o resto é 0. De acordo com o resultado encontrado, pode-se escrever: x3 – x2 –17x + 14 = (x2 – 5x + 3) . (x + 4) f) Dividir 10x2 + 5x3 + 1 por x2 + x + 1 É conveniente, antes de efetuar a divisão, ordenar tanto o dividendo como o divisor, segundo as potências decrescentes da variável e colocar 0 quando a potência não aparece. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 45 Neste caso, a divisão não é exata e, como o primeiro termo do resto não é divisível pelo primeiro termo do divisor, o processo se encerra. Assim, o quociente da divisão é 5x + 5 e o resto é –10x – 4. 2.4 - Técnicas usuais na multiplicação: produtos notáveis Existem certas multiplicações de uso freqüente no cálculo algébrico, que são denominadas produtos notáveis. O seu conhecimento facilita o cálculo com expressões algébricas e é fundamental na sua fatoração. Considere uma placa constituída de quatro partes, conforme a FIGURA 14. FIGURA 14 Área de um quadrado como soma de áreas de retângulos e quadrados menores O cálculo da área total A dessa placa pode ser feito de duas maneiras: • Calcula-se a área de cada parte separadamente e soma-se os resultados. Como se tem dois quadrados, um de área a2 e outro de área b2 e dois retângulos de área ab cada um, então A = a2 + 2ab + b2. • Considerando o comprimento a + b do quadrado maior e calculando diretamente a área, ou seja, A = (a + b)2. Logo: (a + b)2 = a2 + 2ab + b2 Esta expressão, de uso freqüente no cálculo algébrico, é denominada produto notável, mais especificamente, quadrado da soma de dois termos. É importante salientar que: (a + b)2 é diferente de a2 + b2 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 46 pois, conforme visto acima, a2 + b2 representa apenas uma parte da área total (a + b)2 da placa. Observe, ainda, que este produto notável pode ser obtido algebricamente, usando a propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição no conjunto dos números reais: (a + b)2 = (a + b) (a + b) = a2 + a b + b a + b2 = a2 + 2 a b + b2 Exemplos a) (3x + 4)2 = (3x)2 + 2 . 3x . 4 + 52 = 9 x2 + 24 x + 16 b) (u2 + t3)2 = (u2)2 + 2 . u2 . t3 + (t3)2 = u4 +2 u2 t3 + t6 c) (p + 2 1 q)2 = p2 + 2. p . 2 1 q + ( 2 1 q)2 = p2 + p q + 4 1 q2 Além do produto notável acima, destaca-se ainda: • Quadrado da diferença de dois termos → (a – b)2 = a2 – 2 a b + b2 De fato, pois: (a – b)2 = (a – b) (a – b) = a2 – a b – b a + b2 = a2 – 2 a b + b2 Exemplos a) (3x – 5)2 = (3x)2 – 2 . 3x . 5 + 52 = 9 x2 – 30 x + 25 b) (u2 – v4)2 = (u2)2 – 2 . u2 . v4 + (v4)2 = u4 – 2 u2 v4 + v8 c) (4a – 2 1 b)2 = (4a)2 – 2 . 4a . 2 1 b + ( 2 1 b)2 = 16 a2 – 4 a b + 4 1 b2 • Produto da soma de dois termos pela sua diferença → (a + b) (a – b) = a2 – b2 De fato, pois: (a + b) (a – b) = (a + b) (a – b) = a2 – a b + b a – b2 = a2 – b2 Exemplos a) (y + 5) (y – 5) = y2 – 25 b) (m – n3 ) (m + n3) = m2 – (n3)2 = m2 – n6 c) (7a – 2 1 b) (7a + 2 1 b) = (7 a)2 – ( 2 1 b)2 = 49 a2 – 4 1 b2 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 47 d) Se exatamente 100 pessoas fizerem reserva para uma excursão de um dia organizada pela agência Apolo, o preço por pessoa custará R$ 100,00. No entanto, se mais de 100 pessoas fizerem a reserva para a excursão, supondo que este seja o caso, então a tarifa será reduzida em R$ 10,00 para cada pessoa adicional. Denotando por x o número de passageiros acima de 100, mostrar que o faturamento da agência, em reais, será expresso por F = 10000 – x2 . Solução Havendo x pessoas acima de 100, então o número de pessoas com reserva para a viagem é dado por 100 + x. Além disso, a tarifa será de 100 – x reais por pessoa. Dessa maneira, o faturamento será: F = (100 + x)(100 – x) (número de passageiros vezes a tarifa por passagem) ou seja: F = 1002 – x2 = 10000 – x2 • Produto de (x + a) por (x + b) → (x + a) (x + b) = x2 + (a + b) x + a b De fato, pois: (x + a) (x + b) = x2 + b x + a x + a b = x2 + (a + b) x + a b Exemplos a) (x + 5) (x + 4) = x2 + (5 + 4) x + 5. 4 = x2 + 9 x + 20 b) (x + 6) (x – 2) = x2 + [6 + (–2)] x + 6.( –2) = x2 + 4 x – 12 2.5 - Fatoração No desenvolvimento do cálculo algébrico com expressões literais, é sempre conveniente trabalhar com expressões equivalentes escritas de maneira mais simples. Este é o objetivo da fatoração de uma expressão literal, que significa decompô-la em um produto de expressões mais simples. Considere uma placa formada de duas partes de comprimentos a e b e mesma largura x. UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 48 FIGURA 15. Área de um retângulo como soma de áreas de retângulos menores Pode-se calcular a área total A da placa de duas maneiras: • Calculando a área de cada parte separadamente e somando os resultados, ou seja, A = ax + bx. • Somando os comprimentos das duas placas e calculando diretamente a área total da placa, isto é, A = x(a + b). Logo: ax + bx = x(a + b) Nesta última igualdade diz-se que x é o fator comum aos termos da expressão a x + b x e que x (a + b) é a sua forma fatorada. Essa forma de fatoração é conhecida como colocação de fatores em evidência. Observe que a fórmula pode ser justificada algebricamente pela propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição. Exemplos a) 7m3 –7 m2 = 7m2 (m – 1) b) 4 a b2 – 12 a2 b = 4 a b (b – 3a) c) (m – n) t + (m – n) k = (m – n) (t + k) d) p x + q x + p y + q y = (p + q) x + (p + q) y → pondo em evidência o fator x nos dois primeiros termos e o fator comum y nos dois últimos. = (p + q) (x + y) → colocando em evidência o fator comum (p + q) e) Para fabricar x unidades de um certo produto, um artesão gasta 12600 – 45x reais mensalmente. Estima-se que a sua arrecadação mensal com a venda das x unidades é 280x – x2 reais. Mostrar que o lucro mensal L do artesão em termos de x é dado por L = (280 – x)(x – 45). x b a a b UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 49 Solução Pondo em evidência o termo 45 na expressão 12600 – 45x e o termo x na expressão 280x – x2, vem: 12600 – 45x = 45 ( 280 – x) ; 280x – x2 = x( 280 – x) O lucro L é obtido subtraindo o valor arrecadado do valor gasto. Assim: L = (12600 – 45x ) – (280x – x2) = 45 (280 – x) – x (280 – x) Daí, colocando a expressão 280 – x em evidência, encontra-se: L = (280 – x)(45 – x) Destacam-se, ainda, os seguintes casos de fatoração: • Diferença de dois quadrados → a2 – b2 = (a + b) (a – b) Observe que: Assim: Portanto m4 – 9n2 = (m2 + 3n) (m2 – 3n) Exemplos 1) a2 x2 – 9 y2 = (a x)2 – (3 y)2 = (a x – 3 y)(a x + 3 y) 2) 36 z4 – 49 = (6 z2)2 – 72 = (6z2 + 7) (6 z2 – 7) 3) x2 – 3 = x2 – ( 3 )2 = (x + 3 ) (x – 3 ) • 222 222 )(2 )(2 bababa bababa −=+− +=++ → trinômio quadrado perfeito UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 50 Para fatorar 9 x2 + 24 x + 16, observe que 9 x2 = (3 x)2 e 16 = 42. Fazendo aparecer o fator 2 na segunda parcela, tem-se: 9x2 + 24x + 16 = (3x)2 + 2 . 3x . 4 + 42 = (3x + 4)2 Observe: Para fatorar 25x2 – 20x + 4: Outros exemplos 1) 16a2 + 8ab + b2 = (4a + b)2 2) 4x2 – 12x + 9 = (2x – 3)2 ObservaçãoConsidere o trinômio 16x2 + 10x + 81 . Tem-se: Logo, este trinômio não é um quadrado perfeito. • x2 + (a + b)x + a.b = (x + a) (x + b) → fatoração pela soma e produto Portanto: 25x2 – 20x + 4 = (5x – 2)2 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 51 Para fatorar x2 + 7x + 10, deve-se achar dois números a e b tais que a + b = 7 e a . b = 10. Por tentativa vê-se que a = 2 e b = 5 satisfazem as condições. Então: x2 + 7x + 10 = (x + 2) (x + 5) Isso pode ser feito também utilizando a fórmula: ax2 + bx + c = a (x – x’) (x – x’’) , a ≠ 0 desde que o discriminante ∆ = b2 – 4ac seja não negativo, onde x’ e x’’ são raízes da equação do segundo grau ax2 + bx + c = 0. Exemplos 1) Fatorar a expressão x2 + 3x + 2 x2 + 3x + 2 = x2 + (2 + 1)x + 2.1 = (x + 2) (x + 1) 2) Fatorar a expressão x2 – x – 12 x2 – x – 12 = x2 + (3 – 4) x + 3.( – 4) = (x + 3 ) (x – 4) 3) Fatorar a expressão 2 x2 + 3x – 2. Resolvendo a equação 2 x2 + 3x – 2 = 0, tem-se: x = 4 1693 +±− = 4 53 ±− de onde segue que x’= 2 1 e x’’ = –2. Portanto: 2 x2 + 3x – 2 = 2(x – 2 1 ) (x + 2) 2.6 - Mínimo múltiplo comum de expressões algébricas Uma das maneiras que se usa para calcular o mínimo múltiplo comum (mmc) de dois números naturais é a técnica da decomposição em fatores primos. Assim, para se determinar o mmc dos números 72 e 60, escreve-se: 72 = 23 . 32 60 = 22 . 3 . 5 O mmc dos números dados é o produto dos fatores comuns e não comuns tomados com o seu maior expoente. Daí: mmc(72,60) = 23 . 32 . 5 = 360 UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 52 Surgem agora situações para determinação do mmc das seguintes expressões: • 6x2y3 e 9 x3y2 • x2 – 9 e x2 + 3x Aplicando a mesma técnica de cálculo do mmc de números naturais, pode-se determinar o mmc de expressões algébricas como estas. Dessa maneira, para se obter o mmc de várias expressões algébricas: i) fatoram-se as expressões ii) faz-se o produto das maiores potências de cada um dos fatores Exemplos 1) Determinar o mmc das expressões 6x2y3 e 9 x3y2 expressões as fatorando ..39 y. x. 3 . 2yx6 23223 3232 → = = yxyx Então: mmc (6x2y3, 9 x3y2) = 2 . 32 . x3 . y3 = 18 x3y3 2) Determinar o mmc das expressões x2 – 9 e x2 + 3x expressões as fatorando )3(3 )3()3(9 2 2 → +=+ −+=− xxxx xxx Então: mmc(x2 – 9, x2 + 3x) = x(x + 3) (x – 3) 3) Determinar o mmc das expressões x + a, x2 – a2 e x2 + 2xa + a2 expressões as fatorando )(2 ))(( )( 222 22 → +=++ −+=− +=+ axaxax axaxax axax Então: mmc(x + a, x2 – a2 , x2 + 2x + a2) = (x + a)2 (x – a) 2.7 – Simplificação de frações algébricas A simplificação de frações algébricas baseia-se na seguinte propriedade dos números racionais: UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 53 Multiplicando-se ou dividindo-se os dois termos de uma fração por um mesmo número diferente de zero, obtém-se um número racional equivalente. Recordemos a simplificação de frações numéricas: 2 3 12:24 12:36 24 36 == Pode-se também decompor o numerador e o denominador como um produto de potências de fatores primos e depois dividir ambos os membros pelo produto das menores potências dos fatores. 2 3 )3.2(:)3.2( )3.2(:)3.2( 3.2 3.2 24 36 23 222 3 22 === Para simplificar: 1) 34 25 24 36 ba ba Dividindo-se os dois termos por 12a4 b2, vem: 34 25 24 36 ba ba = b a 2 3 2) 96 9 2 2 +− − xx x Fatorando os polinômios, tem-se: 96 9 2 2 +− − xx x = 2)3( )3)(3( − +− x xx = )3)(3( )3)(3( −− +− xx xx Dividindo ambos os membros por (x – 3), vem que: 96 9 2 2 +− − xx x = 3 3 − + x x 2.8 – Adição de frações algébricas Para a adição de frações algébricas, procede-se de modo similar ao que se faz para a adição de números racionais. Exemplos 1) 2 1 2 7 4 5 10 5( 2) 2 5 5 5 5 5 x x x x x x x x x x x x + − − − − − + − = = = UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 54 2) 22222 2 1 6 3 6 333 6 3)1(3 6 3 2 1 xxx xx x xx xx x == −+ = −+ =− + 3) 2 2 2 2 2 2 ( ) ( ) ( )( ) ( )( ) a b a a b b a b a ab ab b a b a b a b a b a b a b a b a b + − − + − + + − = = = − + − + − + − 4) Dadas as expressões algébricas: R = 2 + − xy xy e T = 2)( 4 yx xy + Verificar que R + T = 1. Solução Tem-se: R + T = 2 + − xy xy + 2)( 4 yx xy + = 2 2 )( )( yx xy + − + 2)( 4 yx xy + = = 2 22 )( 42 yx xyxxyy + ++− = 2 22 )( 2 yx yxyx + ++ (fatorando o numerador ) = 2 2 )( )( yx yx + + = 1 2.9 – Multiplicação e divisão de frações algébricas Para a multiplicação de frações algébricas, usa-se a mesma técnica da multiplicação de números racionais. No caso da divisão de frações algébricas, multiplica- se a primeira pelo inverso da segunda. Exemplos 1) Determinar o produto ba yx yx ba 2 2 3 23 2 10 ⋅ Tem-se: ba yx yx ba 2 2 3 23 2 10 ⋅ = 32 223 10 2 bxya yxba = 25 y abx 2) Determinar o produto y yx yx xy 2 332 22 + ⋅ − Tem-se: UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 55 y yx yx xy 2 332 22 + ⋅ − = y yx yxyx xy 2 )(3 ))(( 2 + ⋅ +− [ cancelar o fator 2y(x + y) ] = yx x − 3 3) Uma caixa fechada de base retangular, cujo comprimento supera a largura em uma unidade, deve apresentar um volume de 1800cm3. O material para a tampa e fundo da caixa custa R$ 4,00 por cm2 e o material para os lados custa R$ 2,50. por cm2. Se x cm for a largura de um lado da base, expressar o custo do material em termos de x. Solução Se x cm é a largura da base, então o comprimento mede x + 1 cm. Chamando de y a altura da caixa e C o custo do material, tem-se: C = 4 [2x (x + 1)] + 2,50 (2xy) + 2,50 [2(x + 1)y] = 8x2 + 8x + 5xy + 5(x + 1)y Como o volume da caixa é o produto da área da base pela altura: x(x + 1)y = 1800 de onde segue que y = 1800 ( 1)x x + . Por conseguinte: C = 8x2 + 8x + 5x 1800 ( 1)x x + + 5(x + 1) 1800 ( 1)x x + isto é, o custo do material em termos de x é dado por: C = 8x2 + 8x + 9000 1x + + 9000 x 2.10 – Racionalização de frações algébricas Quando o denominador de uma fração contém somas ou diferenças que envolvem radicais, pode-se transformar a fração em uma outra equivalente cujo denominador não apresenta radicais. Esse procedimento é chamado racionalização do denominador. Exemplos 1) Racionalizar o denominador de x 4 . UNICEP – Prof. Edson de Oliveira 56 Neste caso, multiplica-se o numerador e o denominador da fração por x , visto que esse procedimento não altera o quociente. x 4 = xx x . .4 = 2 4 x x = x x4 2) Racionalizar o denominador de 1 6 −x . Neste caso, multiplicam-se ambos os termos da fração por x + 1. Dessa maneira: ( x – 1). ( x + 1 ) = ( x )2 – 12 = x – 1 Daí: 1 6 −x = )1(.)1( )1(.6 +− + xx x = 1 )1(.6 − + x x 2.11 – Equações fracionárias Considere o seguinte problema: Deseja-se cercar um terreno de forma retangular cuja área é 180 m2. O material para a cerca custa R$ 20,00 o metro quadrado. Determinar as dimensões do terreno sabendo-se que o gasto total com a cerca foi R$ 1120,00. Seja x o comprimento e y a largura do terreno. Então: x y = 180 ⇒ y = 180 x (1) Como o perímetro do terreno é 2x + 2y e o preço por m2 é R$ 20,00, segue que: 20( 2x + 2y) = 1120 ⇒ x + y = 28 (2) Combinado (1) e (2), monta-se a equação para o problema: x + 180 x = 28. Equações como esta,
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