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Resumo do texto “O ensino superior público e particular e o território brasileiro” Taís Buch Pastoriza 1 Milton Santos, no referido texto, apresenta o cenário da educação superior no Brasil a partir da categoria território, entendido enquanto relações sociais contraditórias que ocorrem em um espaço geográfico determinado historicamente por disputas de poder e desigualdades. O autor aponta uma relação dialética entre a educação superior e a estrutura econômica (infraestrutura, relações sociais de produção, etc.). Em todos os períodos, a lógica do fenômeno educativo tem estreita relação com a própria lógica do fenômeno territorial (SANTOS, 2000, p. 55). Se por um lado a instalação de instituições de ensino superior é influenciada pela infraestrutura, pelo potencial de crescimento econômico e desenvolvimento social de cada espaço, também a própria oferta de ensino superior, em determinadas regiões, por pressão, cria a demanda. No estudo da distribuição dos cursos, Santos (2000) aponta para uma divisão territorial do trabalho em que há uma especialização de lugares em alguns cursos, de acordo com a especialização produtiva e à demanda profissional. “A natureza dos cursos num determinado lugar é, ao mesmo tempo, resultado da demanda de um dado saber e de uma exigência social. É esta que, em última análise, produz sua localização, naquele ponto” (SANTOS, 2000, p. 60). A partir da globalização, no período técnico-científico e informacional, os cursos compõem cada vez mais “saberes técnicos”, científicos e tecnológicos. O domínio sobre a natureza se intensifica e exige, cada vez mais, profissionais especializados em uma área. Nesse sentido, a universidade enquanto produtora de conhecimento e desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia torna-se estratégica e muito importante tanto para a sociedade, quanto para a acumulação do capital. Entretanto, na lógica do mercado, alguns centros de pesquisa já são suficientes para atender à demanda, já que é requerido um número reduzido de pesquisadores. Com relação à oferta e demanda, Santos (2000) identifica duas lógicas que tangem a distribuição de bens e serviços: a lógica do Estado e a do mercado. Quando o setor público não supre as necessidades da sociedade em serviços essenciais, o mercado passa a atender a demanda. Ou ainda, quando há um “nicho” potencial, o mercado o identifica e cria necessidades para o consumo. Nessa lógica, a desigualdade territorial do acesso à educação é intensificada. A educação enquanto mercadoria tende a ser oferecida de forma concentrada em regiões já privilegiadas, assim como a escassez de atendimento educacional em nível superior, em áreas cuja densidade demográfica e distribuição de renda são reduzidas e/ou desiguais, tende a se agravar. Sobre os currículos, o autor critica o planejamento dos conteúdos dos cursos atrelados aos interesses mercadológicos que contribuiria para o ensino alienante, pouco crítico e pragmático. 1 Resumo/síntese como atividade da disciplina “O ensino superior no Brasil e a formação de professores para a educação básica”, em 2016. Referência Bibliográfica SANTOS, M. & SILVEIRA, M. L. O ensino superior público e particular e o território brasileiro. Brasília: ABMES, 2000.
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