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Legislação da Educação Superior e Políticas de Inclusão W BA 01 47 _v 1. 3 2/240 Legislação da Educação Superior e Políticas de Inclusão Autor: Carlos Eduardo Candido Pereira Como citar este documento: CANDIDO PEREIRA, Carlos Eduardo. Legislação da Educação Superior e Políticas Públicas de Inclusão. Valinhos: 2015. 2/240 Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil 05 Unidade 2: As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização 33 Unidade 3: O Projeto Neoliberal 62 Unidade 4: Educação a Distância e o Sistema Universidade Aberta do Brasil 92 Unidade 5: A Educação Superior Pública e o Princípio da Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão 125 Unidade 6: Legislação Nacional para o Ensino Superior 151 Unidade 7: Políticas de Inclusão e Ações Afirmativas 183 Unidade 8: Sistema de Cotas na Universidade Pública 213 3/240 Apresentação da Disciplina Prezad@ Alun@, nesta disciplina, você entrará em contato com questões políticas e legislativas ligadas à Educação Superior no Brasil. Para isso, por vezes, os temas recairão na esfera particular e em outro momento na esfera pública. Tenha em vista, contudo, que estamos articulando sempre e estritamente a educação no Ensino Superior Por meio de oito aulas e sete temas o objetivo desta disciplina é o de fazer você compreender um panorama acerca das exigências, necessidades ou mesmo paradigmas que favorece à Educação Superior, bem como, melhor perceber como a legislação e a política vai sendo implementada no Ensino Superior ao passar dos tempos. A importância de conhecermos os aspectos desta disciplina vai um pouco além da docência no ensino superior, pois perpassa uma visão para a formação do líder e do gestor que poderá articular-se em instâncias políticas dentro de faculdades, institutos, universidades, bem como outros espaços educativos Dentro deste escopo, na primeira aula do curso, você compreenderá o surgimento das políticas públicas em prol do ensino superior brasileiro, bem como esta modalidade de ensino. Na segunda aula, vamos verificar o impacto das políticas do ensino superior com destaque ao período vigente de globalização. 4/240 Na terceira aula, vamos adentrar a política neoliberal e o projeto do governo brasileiro para as universidades. Na quarta e quinta aula, teremos como eixo norteador das discussões o princípio idiossincrático de ensino, pesquisa e extensão. Na sexta aula, o foco recai sobre a legislação do ensino superior, sendo o Decreto Federal n.º 5773/2006 o instrumento legal norteador de reflexão. Na sétima aula, serão abordados aspectos das ações afirmativas e as políticas inclusivas para as pessoas com deficiência no ensino superior. Na oitava e última aula, vamos verificar o atual sistema de cotas racial nas universidades. 5/240 Unidade 1 Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil Objetivos 1. Compreender diferença entre ensino superior e educação superior; 2. Conhecer os tipos de Instituições Superiores; 3. Conhecer panorama atual para a docência no ensino superior. Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil6/240 Introdução Car@ alun@, se você está neste curso e, por consequência, nesta disciplina é porque você provavelmente está pleiteando uma vaga na carreira do magistério do Ensino Superior. Desejamos sucesso nesta empreitada. Fazer esta escolha é motivo de alegria e orgulho porque nesta aula vamos conferir algumas questões gerais acerca da Educação Superior. A Educação Superior até há pouco tempo era algo restrito no Brasil. Num passado nem tão distante ele era apenas para as elites. Como não existiam universidades no país, os filhos da elite iam para universidades europeias, sobretudo as portuguesas, quando em nossa história éramos colonizados por este país. As efervescências de ideias trazidas do exterior, por sua vez, contribuíram para mudanças simbólicas em nossa história, principalmente com as ideias liberais. As universidades no Brasil foram criadas no século XX, sendo a USP uma das pioneiras. Naquela época, como não havia pessoas capacitadas à docência no ensino superior, muitos professores viam do exterior atraídos pela oportunidade de emprego aqui. Antigamente existia o regime de cátedra, ou seja, ocupava uma disciplina apenas uma pessoa, um professor altamente capacitado num ramo de conhecimento, depois, com o fim da cátedra e o regime de departamentalização o docente da Educação Superior passou a ter outras tarefas e atribuições, dentre elas: conviver com a burocracia e dar conta da tríade: ensino, pesquisa e Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil7/240 extensão. Para iniciar, então, esta disciplina em nossa primeira aula iremos verificar como está estruturada a educação superior no Brasil. Para isso, realizam-se alguns questionamentos: O ensino superior sempre existiu? Será que ele sempre existiu aos moldes que o conhecemos atualmente? Qual é o contexto político atual do Ensino Superior? Para responder, então, as questões acima apresentadas vamos compreender dois temas nesta aula. Um acerca da gênese desta modalidade de ensino e outro acerca do universo que nos aguarda. 1. Ensino e Educação Superior no Brasil Para início de discussão cabe fazer uma diferenciação entre os temas ensino e educação superior. Para Moreira (2013), o termo educação significa um conjunto de hábitos e valores. Já o conceito de ensino significa repasse de conhecimento. Neste sentido, ao tratarmos do termo “ensino da educação superior” nos referimos ao conhecimento acumulado historicamente e que é ensinado aos alunos. O termo “educação no ensino superior” corresponde a uma gama maior de regulamentos e regras definidos, inclusive, por lei, tal como na LBDEN n.º 9394/96 (BRASIL, 1996). Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil8/240 Link Confira a lei na íntegra ao acessar <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Link Confira as leis ao acessar: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicaocompilado.htm> <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l9394.htm>Vale frisar que, na atualidade o sistema da educação superior conta com instituições públicas e/ou privadas. E se inserem neste universo cursos de graduação e pós- graduação lato senso e strictu senso. A normatização da Educação Superior na atualidade chegou a tal característica por meio de duas principais legislações, a saber: a Constituição Federal (BRASIL, 1988) e a LDBEN 9394/96 (BRASIL, 1996). Vale frisar também que há ainda uma variedade de decretos, regulamentos e portarias complementares, alguns dos quais ainda estudaremos. Dessa maneira, quanto à organização acadêmica das IES constata-se a classificação dos seguintes tipos de instituições, tal como apresentado na figura abaixo: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil9/240 Figura 1: Educação Superior: organização acadêmica Fonte: O autor. Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil10/240 Os tipos de IES são: • Em vermelho: as Instituições Universitárias, compostas por Universidades e Universidades Especializadas. • Em azul: os Centros Universitários. • Em verde: as Instituições Não Universitárias onde se agregam os Institutos Superiores de Educação, os CEFET’s e CET’S, as Faculdades Isoladas e as Faculdades Integradas. O que são cada uma destes tipos de instituição? Instituiçõesuniversitárias: são organizações de alto nível intelectual para criação, comunicação e transmissão de cultura. Neste contexto, as universidades são organizações multidisciplinares atuando no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à sociedade. As universidades especializadas são organizações que atuam em apenas um ramo ou campo de conhecimento atendendo ainda ao tripé de ensino, pesquisa e extensão. Acerca dos Centros Universitários, o Decreto Federal n.º 5773/2006 (BRASIL, 2006) aponta que: Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil11/240 São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior. Vale ressaltar que aos centros universitários, de modo diferente às universidades não há tanta exigência com relação ao ensino, pesquisa e extensão. As instituições não universitárias tratam a formação em ensino superior, porém com uma perspectiva mais profissional e tecnológica. Assim: • Institutos Superiores de Educação: pode dar em organizações que ofereçam desde o ensino básico ao ensino superior com uso de escolas ou colégios de aplicação. Caso do ISERJ, no Rio de Janeiro. Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil12/240 Link Para saber mais acesse e a Lei 5773/2006: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2004-2006/2006/decreto/d5773.htm>. • CEFET’s: Centros Federais de Educação Tecnológica. Caso do IFSP, IFRJ; • CET’S: Centro de Educação Tecnológica, de abrangência mais estadual. • Faculdades Isoladas e as Faculdades Integradas: neste tipo não há nenhum vínculo com as universidades por se tratarem de propostas curriculares de um ou mais cursos de uma área de conhecimento, também sem vínculo com ensino, pesquisa e extensão. 2. Atual Contexto da Educação Superior no Brasil Como veremos mais adiante, mudanças política no cenário da educação superior brasileira propiciou aumento significativo da demanda para essa modalidade de ensino. Você está para ingressar num espaço de trabalho em extrema expansão e que, certamente, lhe trará perspectivas de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5773.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5773.htm Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil13/240 trabalho na docência do ensino superior brasileiro. A pergunta que se faz é: que tipo de trabalho você vai conseguir? Será que é possível obter emprego com a titulação mínima de mestre? De acordo com Capelato (2014), a partir de 1997, o cenário da educação superior brasileira passou por um alto processo de expansão. Este setor teve estimulo do governo, mas foi a iniciativa privada que mais contribuiu para este aumento. Ainda de acordo com o supracitado autor, foi a LDBEN 9394/1996 (BRASIL, 1996) que permitiu tal expansão da educação superior, sendo que o crescimento e expansão anual deste setor passou de 2% nos anos 1990 para 11% na primeira década do século XXI. As políticas de estímulo governamental para o setor permitiu atendimento de grande demanda social que estava reprimida, pois a maioria da população era composta por jovens de baixa renda ou por pessoas com idade avançada que estavam marginalizados do acesso à educação superior. Com o aumento de vagas e a expansão das matrículas tanto nas IES públicas quanto privadas, outro fato que agrega a tal incidência é a oferta de cursos superiores na modalidade à distância em comparação ao presencial. Observa a figura seguinte: Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil14/240 Figura 2: Evolução do número de alunos matriculados por modalidade de ensino Fonte: O autor. De acordo com o MEC/INEP (2010), a Educação a Distância (EAD) já responde por 14,6% das matrículas de graduação no ensino superior do País e está em constante expansão. Link Para saber mais acesse e confira o último censo de matrículas: <http://inep.gov.br/censo-da- educacao-superior>. Os dados da pesquisa do MEC são reforçados por outra pesquisa desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2010). http://inep.gov.br/censo-da-educacao-superior http://inep.gov.br/censo-da-educacao-superior Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil15/240 Link Para saber mais acesse e confira o último censo do IBGE: <http://censo2010.ibge.gov.br/pt/>. Neste estudo verificou-se que o Brasil tem 6,5 milhões de universitários, sendo 6,3 milhões em cursos de graduação e 173 mil na pós-graduação. Desta quantia, quase 1 milhão de alunos estudam em cursos a distância. Podemos afirmar que a década 2001-2010 fez dobrar o número de universitários no país. O referido censo (IBGE, 2010) ainda mostra que a educação presencial e a distância atende pessoas com perfis diferentes. A idade média dos alunos matriculados em cursos presenciais, por exemplo, é de 26 anos. Enquanto isso, na educação a distância a média é 33 anos. Na esfera particular, dentre os cursos de graduação mais procurados, o quadro 1 exibe as seguintes informações: http://censo2010.ibge.gov.br/pt/ Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil16/240 Quadro 1: Cursos Presenciais Mais Procurados Curso Matrícula Concluintes Ingressantes Direito 645.605 84.283 181.156 Administração 625.763 101.604 195.259 Enfermagem 209.165 41.367 60.768 Pedagogia 207.070 44.211 70.796 Ciências Contábeis 194.251 28.481 67.653 Psicologia 124.527 16.641 41.074 Engenharia Civil 110.371 4.377 58.986 Gestão de Pessoas/RH 93.987 21.113 50.063 Ciência da Computação 93.533 12.402 31.451 Fisioterapia 89.888 15.804 29.479 Engenharia de Produção 87.683 6.437 33.816 Formação do Professor de Educação Física 86.252 17.282 30.763 Farmácia 79.921 15.684 22.999 Arquitetura e Urbanismo 68.224 5.839 25.103 Medicina 65.474 8.494 10.829 Fonte: SEMESP, 2013. Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil17/240 O que chama atenção neste quadro é que cursos tradicionais como Direito (645.605 matrículas), Administração (625.763) e Enfermagem (209.165) continuam sendo os mais procurados, porém, os cursos tecnológicos, como por exemplo, o de Gestão de Pessoal/ Recursos Humanos também se destacaram entre os favoritos. O curso de Pedagogia, por sua vez, é aquele que lidera a procura na modalidade a distância, com um total de 247.216 matrículas. Observe o quadro a seguir para mais detalhes: Quadro 2: Cursos de graduação mais procurados. EAD Matrícula Tecnológico Curso Matricula Curso Matricula Pedagogia 247.216 Gestão de Pessoal/RH 81.510 Administração 121.303 Gestão Lógica 51.022 Serviço social 64.299 Análise e Desenvolvimento de Sistemas 40.810 Empreendedorismo 53.459 Empreendedorismo 36.713 Gestão de pessoal/ RH 47.282 Marketing e Propaganda 29.841 Fonte: SEMESP, 2013. Por último, com relação ao tipo de trabalho dos docentes temos a seguinte situação: Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil18/240 Figura 3: Docentes nas IES Particulares (Fonte: SEMESP, 2013) Fonte: O autor. A maioria dos docentes que atuam no ensino superior particular brasileiro tem formação em mestrado (45%) ou são especialistas (38%), sendo a minoria aqueles que tem título com doutorado (17%). Dentre os regimes de trabalho, o que aponta o regime horista é o maior (44%) em comparação ao Regime Parcial (31%) e ao Regime Integral (25%), a figura a seguir exibe este panorama: Figura 4: Regime de trabalho dos docentesnas IES particulares (Fonte: SEMESP, 2013) Fonte: O autor. Como se pode observar o ingresso da docência na educação superior mostra que o setor está em expansão, o que pode Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil19/240 proporcionar boas expectativas de emprego visto o tipo de titulação exigida e o tipo de regime de trabalho. Para responder aos questionamentos iniciais: O ensino superior sempre existiu? No Brasil a sua história é recente, porém, nos últimos anos ele tem se expandido e popularizado. Será que ele sempre existiu aos moldes que o conhecemos atualmente? Não. Há na história das universidades brasileiras algumas mudanças históricas, sobretudo do regime da cátedra para o departamental. Qual é o contexto político atual do Ensino Superior? De expansão de vagas e de reconhecimento de classes populares. Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil20/240 Glossário IES: Instituição de Ensino Superior. Instituição Pública: de ordem civil, são mantidas pela União (federal), por uma Unidade Federativa (Estadual) ou por Município (Municipal). Pode ser ainda Militar, mantida pelas Forças Armadas. Instituição Privada: que não são mantidas pelo Poder Público podendo ser Particulares em Sentido Estrito ou Filantrópicas ou Comunitárias. Questão reflexão ? para 21/240 Elabore um texto argumentativo explicando a diferença entre educação e ensino superior pontuando quais são os tipos de instituições universitárias e não universitárias existentes atualmente no Brasil, bem como posicione-se acerca do aumento de matrículas nesta etapa de escolarização nos últimos anos. 22/240 Considerações Finais » Educação significa um conjunto de hábitos e valores; » Ensino significa repasse de conhecimento; » O sistema da educação superior conta com instituições públicas e/ou privadas; » Instituições Universitárias, compostas por Universidades e Universidades Especializadas; » Centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento; » Instituições não universitárias tratam a formação em ensino superior, porém com uma perspectiva mais profissional e tecnológica; » A partir de 1997 o cenário da educação superior brasileira passou por um alto processo de expansão; 23/240 Considerações Finais » As políticas de estimulo governamental para o setor permitiu atendimento de grande demanda social que estava reprimida; » A oferta de cursos superiores na modalidade à distância teve crescimento exponencial. Unidade 1 • Contexto das políticas Públicas Para a Educação Superior no Brasil24/240 Referências BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996 BRASIL. Decreto nº. 5773 de 09 de maio de 2006. Diário oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, 10 de maio de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2004-2006/2006/decreto/d5773.htm>. Acesso em: 03 jun. 2015. MOREIRA, A. Professor não é educador. Belo Horizonte: Editora Edésio Fernandes, 2013. IBGE. Censo da educação Superior 2010. Publicação. Brasília. 2011. SEMESP. Sindicato das Entidades Mantenedoras de Entidades de Ensino Superior no Estado de São Paulo. Mapa do Ensino Superior do estado de São Paulo. 3.ed.São Paulo: SEMESP, 2013. 25/240 1. Assinale a alternativa que diferencie a educação e o ensino: a) a) A educação é aquela que se ensino na escola tal como o ensino. b) A educação e o ensino são coisas diferentes, mas iguais na perspectiva legal. c) A educação significa um conjunto de hábitos e valores. Já o conceito de ensino significa repasse de conhecimento. d) A educação significa repasse de conhecimento. Já o conceito de ensino significa um conjunto de hábitos e valores. e) A educação e o ensino são partes constituintes da ação docente no Ensino Superior. Questão 1 26/240 2. Assinale a alternativa que apresente os tipos de Instituição de Ensino Superior: a) Instituições Universitárias, Centros Universitários e Instituições Não Universitárias. b) Instituições Universitárias, Colégios Militares e Faculdades Isoladas. c) Faculdades Isoladas, Universidades Militares e Instituição não Universitárias. d) Universidades Públicas e Universidades Particulares. e) Os Institutos Superiores de Educação, os CEFET’s e CET’S, as Faculdades Isoladas e as Faculdades Integradas. Questão 2 27/240 3. Com relação a definição dos Centros Universitárias, assinale a alterna- tiva de acordo com a Lei Federal nº 5773/2006: a) São centros universitários as instituições de ensino superior interdisciplinares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior. b) São centros universitários as instituições de ensino superior interdisciplinares, abrangendo apenas uma área do conhecimento, que se caracteriza pelo bom ensino oferecido, comprovado pela qualificação do seu currículo e serviços oferecidos à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados têm autonomia apenas para extinguir cursos e programas de educação superior. c) São centros universitários as instituições de ensino superior multidisciplinares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do currículo, comprovada pela capacitação continuada do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados Questão 3 28/240 Questão 3 não têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior. d) São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior. e) São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que não se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados não têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior. 29/240 4. Qual das seguintes legislações é a que permitiu a expansão da Educa- ção Superior no Brasil: a) Decreto Federal n.º 3.298/1999. b) Lei Federal n.º 5.800/2000. c) Constituição Federal de 1988. d) Lei Federal n.º 8.321/1991. e) Lei Federal n.º 9.394/1996. Questão 4 30/240 5. Acerca da evolução das matrículas na Educação Superior, assinale qual tipo de modalidade de ensino tem contribuído para este fato: a) Educação Especial. b) Educação à Distância. c) Ensino Médio. d) Educação Tecnológica. e) Educação de Jovens e Adultos. Questão 5 31/240 Gabarito 1. Resposta: C. A educação significa um conjunto de hábitos e valores, é aquele que podemos ter em espaços não escolares. Já o conceito de ensino significa repasse de conhecimento e geralmente é mais estruturado e organizado. 2. Resposta: A. Instituições Universitárias - compostas por Universidades e Universidades Especializadas, Centros Universitários e Instituições Não Universitárias - onde seagregam os Institutos Superiores de Educação, os CEFET’s e CET’S, as Faculdades Isoladas e as Faculdades Integradas. 3. Resposta: D. Exatamente como definida na questão. 4. Resposta: E. Foi a LDBEN 9394/1996 (BRASIL, 1996) que permitiu tal expansão da educação superior, sendo que o crescimento e expansão anual deste setor passou de 2% nos anos 1990 para 11% na primeira década do século XXI. 5. Resposta: B. De acordo com o MEC/INEP (2010), a Educação a Distância (EAD) já responde 32/240 Gabarito por 14,6% das matrículas de graduação no ensino superior do País e está em constante expansão. 33/240 Unidade 2 As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização Objetivos 1. Compreender o conceito de globalização. 2. Conferir os impactos da globalização na política e na educação superior. 3. Compreender os aspectos legais, sociais e históricos das políticas educacionais no Brasil. Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização34/240 Introdução Car@ alun@, a nossa sociedade atual é pautada pela lógica do consumo e da lei da oferta e da procura. Em termos gerais, o sistema de produção capitalista anseia por pessoal altamente capacitado para atuar nos postos de trabalho. Isso acontece por conta das mudanças ocorridas nos processos produtivos advindos com o fim do bem estar social e o projeto neoliberal que desemboca na globalização. A universidade, neste contexto recebe a expectativa de produzir produtos científicos e tecnológicos para uma melhor concorrência do país na perspectiva econômica global. Com isso, além desta perspectiva o maior bem de uma nação passa a ser considerada as cabeças pensantes da sociedade, ou seja, aquelas que poderão fazer inovações nos meios tecnológicos e científicos e levar à sociedade as mudanças paradigmáticas. Neste cenário, a universidade não pode ficar alheia ao projeto de desenvolvimento de um país. Quando um aluno passa pela educação superior, de certo modo, surge a expectativa de que ele possa contribuir para tal desenvolvimento nacional. Tal contribuição, porém, põe em conflito os interesses da universidade com os da sociedade por meio do conflito de interesses e de classes. O fato é que cada vez mais os processos estão sendo internacionalizados. O universo do conhecimento não está mais estrito localmente, mas é de conhecimento de todo o mundo por meio de plataformas online e digitais Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização35/240 Dado o exposto são sugeridos os seguintes questionamentos: O processo de globalização força a universidade a ter um papel menos autônomo e de produção de conhecimento? As políticas públicas para o ensino superior sempre visaram o setor produtivo ao invés do intelectual? Para responder, então, as questões acima apresentadas vamos compreender três temas nesta aula. Um referente à globalização, outro que trata os efeitos da globalização na política e na educação superior e, por fim, aspectos legais, sociais e históricos das políticas educacionais no Brasil. 1. A Globalização O termo “globalização” é referente a década de 1990, porém, trata-se de um conceito construído ao longo do século XX em virtude de projetos desenvolvimentistas de governos nacionais, principalmente, no período pós-guerras. No contexto dos anos 1990, a queda dos regimes comunistas e socialistas ao exemplo da Alemanha Oriental e da União Soviética e mais as mudanças nos processos tecnológicos dada pelas transformações dos processos produtivos com o uso da tecnologia e depois das tecnologias de comunicação mudou o cenário mundial. Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização36/240 Para o britânico Giddens (2003) a globalização se caracteriza como um fenômeno político, econômico, tecnológico e cultural, potencializado pelos meios de comunicação, que possibilita as mesmas informações em todos os lugares do planeta. Link Saiba Mais sobre a Alemanha Oriental acessando: < http://pt.wikipedia.org/wiki/ Alemanha_Oriental>. Saiba Mais sobre a União Soviética acessando: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_ Sovi%C3%A9tica>. Ainda para o Giddens (2003), o processo de globalização traz consequências em todas as estruturas organizacionais de grupos e países, fato que leva ao ressurgimento de novas identidades culturais em todo o mundo. Em vista disso, os países e organizações devem repensar suas identidades, pois algumas instituições como a família, podem passar por processo de desconstrução visto as novas práticas cotidianas. Com o termo “globalização” surge na literatura algumas metáforas que sugerem reflexão. Segundo Ianni (2004), a globalização pode ser interpretada como uma economia-mundo ou sistema- mundo onde as relações sociais, políticas, culturais e econômicas estão em interação http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha_Oriental http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha_Oriental http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização37/240 umas com as outras. Assim, algumas das metáforas que o autor elucida são: • Aldeia Global: trata-se de uma metáfora que aponta a harmonização de todo o tipo de organização e cultura como uma comunidade mundial, que se estabelece nas realizações e nas possibilidades de comunicação, informação e diálogo abertas pela interatividade. • Fábrica Global: trata-se de uma metáfora e também uma realidade. Nesta metáfora é implícita a ideia de um capitalismo quantitativo e qualitativo que vai além das fronteiras locais para se expandir além território. • Cidade Global: trata-se de uma cidade ou região influente na economia ou cultura mundial. • Nave Espacial: trata-se de uma metáfora que conota a decadência dos indivíduos por conta das relações pessoais serem cada vez mais técnicas. • Nova Babel: trata-se de uma metáfora que mostra, para além das relações previstas na nave espacial, que o indivíduo pode se encontrar num espaço de total reorganização com exigências de mudanças de comportamento e postura. • Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização38/240 2. Efeitos da Globalização na Politica Mundial e na Educação Superior De acordo com Gómez (2000), além das condições e implicações decorrentes dos processos de globalização econômica e cultural é preciso salientar um conjunto de aspectos de natureza eminentemente política entre a ideia de soberania do Estado, que ainda sustenta a dominância do paradigma territorializado da política e o desenvolvimento econômico acelerado, depois da Segunda Guerra Mundial, pautado, por sua vez, em padrões de internacionalização dos processos decisórios e de mundialização das atividades políticas. Com isso podemos verificar no âmbito político o ingresso e a expansão de instituições políticas por meio de internacionalização. Neste processo, as organizações passam buscar nos direitos internacionais uma forma de regulação de ordem mais padronizada, respeitada as especificidades culturais de cada local. A cargo de exemplo temos a ONU que, de certa maneira, orienta políticas mundiais para combater os crimes de direitos humanos. Retomando Gómez (2002) os direitos humanos, democracia e meio ambiente são três questões globais que, entre tantas outras, são assunto essencial na agenda de discussões de fóruns internacionais. Com isso tais assuntos somadas a, por exemplo, Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização39/240 risco de sistemas financeiros, segurança pública, migrações, terrorismo, drogas, desenvolvimento, pobreza, exclusão, só poderão ser resolvidos com intervenção de instancias de responsabilidade global. Nesta direção podemos dizer que as universidades se enquadram naglobalização, uma vez que, seu espaço de produção e o ensino na ordem terciária (graduação) e quaternária (pós- graduação) são elementos chaves para geração de novas lideranças nas mais variadas instancias políticas de uma nação. Para além disso, o discurso da legitimação das políticas internacionais assenta-se na modernização educativa, na competividade, na produtividade, no desempenho, eficiência, qualidade, que expressa, o ideal neoliberal. Para Dourado e Oliveira (1999) a educação superior tem duas tarefas básicas: conhecimento e formação, em outras palavras, produção de conhecimento e formação do profissional; tarefas estas essenciais para inserção de qualquer país no processo competitivo do mundo globalizado. Assim, ressaltam os autores, que o bem econômico de maior valor para um país é o capital intelectual que ele produz: Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização40/240 Assim, o investimento em cérebros, ou melhor, na criação de capital intelectual e na formação de competências básicas permitiria tornar a economia competitiva, uma vez que vivemos em uma sociedade marcada, crescentemente, pela internacionalização produtiva, pelo aumento dos conhecimentos técnicos-científicos e pela necessidade de elevação de qualidade profissional (DOURADO e OLIVEIRA, 1999, p.12). Nesta direção as universidades têm, cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo intercâmbios entre seus estudantes para a troca de experiências acadêmicas. Isso ocorre geralmente por acordos de cooperação acadêmica. Em âmbito político, programas como o Ciências Sem Fronteiras, possibilita aos estudantes Link SAIBA MAIS: <http://www. cienciasemfronteiras.gov.br/>. de graduação ou pós-graduação fazer a totalidade ou parte dos seus estudos em instituições universitárias no exterior. http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/ http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/ Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização41/240 3. Efeitos Da Globalização Na Politica Mundial E Na Educação Superior O contexto histórico das políticas nacionais na história brasileira é muito extenso. Por essa razão vamos estuda-las a partir de um período especifico para compreendermos, em linhas gerais, como se configura atualmente a educação superior brasileira. Dessa maneira vamos retomar o contexto do final dos anos 1980. Em 1988, com a nova e atual constituição (BRASIL, 1988), já no título II, a lei expressa “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” da educação. Daí decorre a organização do Estado e dos Poderes Públicos com a Educação. Nesta direção houve repartição Link Saiba Mais sobre a Nova e Atual Constituição: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicaocompilado.htm>. de competências entre União, Estados e Distrito Federal. O capítulo III da mencionada lei trata “Da Educação, da Cultura e do Desporto” e apresenta 10 artigos que trata sobre a educação. No que tange à Educação Superior destacamos três deles, que são apresentados a seguir: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização42/240 Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. (...) Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. (...) Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas. (BRASIL, 1988) Como se pode observar, o artigo 209 trata a possibilidade da educação ser disponibilizada à oferta particular. O Artigo 211 estabelece o regime de colaboração de ensino, no que tange as universidades públicas as esferas federal e estadual Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização43/240 permaneceram tênues, tal como na atualidade. Por fim, o artigo 214 trata do plano nacional com o objetivo de qualificar a educação brasileira em todas as etapas. O plano decenal mencionado no artigo n.⁰ 214 foi redigido no ano de 1993, porém, abrangia apenas o ensino fundamental. Com os passar dos anos, tal plano foi ganhando outros formatos até se chegar nos PNE’s - Plano Nacional de Educação mas, antes de tratá-los, vale apontar que foi apenas em 1996, com a nova Lei de Diretrizes e Bases, de caráter totalmente descentralizador do poder político, que a Educação Superior se consolidou como sistema. Link PNE’s - Plano Nacional de Educação <http://pne.mec.gov.br/> A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Federal n.º 9394/1996 (BRASIL, 1996) dedica à educação superior um capítulo inteiro com 14 artigos. O quadro a seguir apresenta de modo resumido o que aponta cada um destes itens. http://pne.mec.gov.br/ Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização44/240 Quadro 1: Artigos da LDBEN 9394/1996 – Da Educação Superior Artigos Dispositivos Temáticos 43 Finalidade: ensino, pesquisa e extensão 44 Cursos e Programas: sequenciais, graduação, pós-graduação e extensão 45 Será ministrada em IES público ou privadas 46 Autorização e Reconhecimento de cursos 47 Ano letivo: mínimo de 200 dias de trabalho acadêmico efetivo. 48 Diplomas reconhecidos nacionalmente 49 Aceite de transferência de alunos, de uma mesma área, desde que haja vagas. 50 Quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio 51 As IES credenciadas como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino. 52 As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização45/240 53 Autonomia universitária: fixar currículos e programas; estabelecer extensão; fixar número de vagas; elaborar e reformar estatutos; conferir graus, diplomas e títulos; firmar contratos, acordos e convênios; aprovar e executar obras, bem como adquirir patrimônio; administrar rendimentos; submeter a subvenção, doações e heranças resultante de convênios e contratos. 54 As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. 55 Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas. 56 As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional. 57 Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas Fonte: O autor. A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 foi, de longe,a mola propulsora de mais importância para o crescimento e expansão do ensino superior. Apesar dela, obviamente existem outros Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização46/240 arcabouços políticos e regulatórios. Tal como havíamos visto, a Constituição de 1988 apontou no artigo 214 a elaboração do Plano Nacional de Educação. Atualmente estamos no documento que prevê melhorias até o ano de 2024. Link Acesse a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l9394.htm> No que tange as metas para a Educação Superior apresentamos as seguintes: Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público. Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização47/240 educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores. (BRASIL, 2014). Estas outras metas a seguir não dizem respeito ao ensino superior, mas são relevantes conhece-las porque coincidem com a possível atuação de você em espaços de ensino superior acadêmico ou tecnológico: Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização48/240 Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino. Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização49/240 para os(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. (BRASIL, 2014). Como se pode notar tais metas terão um prazo para sua execução, ainda não são factíveis, porém, cabe um pouco a nós, profissionais da educação zelar para que elas ocorram o mais tranquilamente possível, respeitados, obviamente os interesses maiores, que são nossos alunos e as condições de trabalho para com eles. Ao final desta aula, então, respondemos os questionamentos iniciais: O processo de globalização força a universidade a ter um papel menos autônomo e de produção de conhecimento? Sim, se o país tem um projeto de competição e desenvolvimento para o mundo capitalista. As políticas públicas para o ensino superior sempre visaram o setor produtivo ao invés do intelectual? Na verdade, visam os dois espaços. Não há como ser produtivo, se não há cabeças pensantes que tragam novas ideias e quebrem paradigmas. Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização50/240 Glossário Soberania: Supremacia total e absoluta do Estado sobre outras instancias de uma sociedade. ONU: Organização das Nações Unidas. PNE’S: Plano Nacional de Educação. Questão reflexão ? para 51/240 Elabore um texto argumentativo explicando o conceito de globalização, seu impacto na política brasileira e no ensino superior. 52/240 Considerações Finais » A globalização se caracteriza como um fenômeno político, econômico, tecnológico e cultural, potencializado pelos meios de comunicação, que possibilita as mesmas informações em todos os lugares do planeta. » A globalização pode ser interpretada como uma economia-mundo ou sistema-mundo onde as relações sociais, políticas, culturais e econômicas estão em interação umas com as outras. » Aldeia Global: aponta a harmonização de todo o tipo de organização e cultura como uma comunidade mundial, que se estabelece nas realizações e nas possibilidades de comunicação, informação e diálogo abertas pela interatividade. » Fábrica Global: é implícita a ideia de um capitalismo quantitativo e qualitativo que vai além das fronteiras locais para se expandir além território. » Cidade Global: região influente na economia ou cultura mundial. 53/240 Considerações Finais » Nave Espacial: relações pessoais são cada vez mais técnicas. » Nova Babel: o indivíduo pode se encontrar num espaço de total reorganização com exigências de mudanças de comportamento e postura. » No âmbito político o ingresso e a expansão de instituições políticas por meio de internacionalização » Os direitos humanos, democracia e meio ambiente são três questões globais que, entre tantas outras, são assunto essencial na agenda de discussões de fóruns internacionais. » A educação superior tem duas tarefas básicas: produção de conhecimento e formação do profissional » O bem econômico de maior valor para um país é o capital intelectual que ele produz. 54/240 Considerações Finais » As universidades têm, cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo intercâmbios entre seus estudantes para a troca de experiências acadêmicas. Isso ocorre geralmente por acordos de cooperação acadêmica. » A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional dedica à educação superior um capítulo inteiro com 14 artigos. Unidade 2 • As políticas educacionais do ensino superior em tempos de globalização55/240 Referências BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996 BRASIL. Ministério da Educação. Planejando a Próxima Década: Conhecendo as 20 metas do Plano Nacional de Educação. Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino. Brasília: MEC/SASE, 2014). DOURADO, L. F.; OLIVEIRA, J. F. Políticas Educacionais e Reconfiguração da Educação Superior no Brasil. In: DOURADO, L. F.; CATANI, A. M. Universidade Pública: Políticas e Identidade Institucional. Campinas: Autores Associados, 1999. GIDDENS, A. Mundo em descontrole: o que a globalizaçãoestá fazendo de nós. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. GOMEZ. J. M. Globalização da Política – mitos, realidades e dilemas. In: GENTILI, P. Globalização excludente: Desigualdade, exclusão e democracia na nova ordem mundial. Petrópolis: Vozes, 2002. IANNI, O. La sociedad global. 4.ed. México DF: Siglo Veintiuno Editores, 2004. 56/240 1. Assinale a alternativa correta quanto à globalização: a) a globalização se caracteriza como um fenômeno esportivo e cultural, potencializado pelos meios de comunicação, que possibilita as mesmas informações em todos os lugares do planeta. b) a globalização se caracteriza como um fenômeno cultural, potencializado pelas tradições dos países que partilham por meio da internet informações em todos os lugares do planeta. c) a globalização se caracteriza como um fenômeno político, econômico, tecnológico e cultural, potencializado pelos meios de comunicação, que possibilita as mesmas informações em todos os lugares do planeta. d) a globalização é reflexo do sucesso da política do Bem Estar Social. e) a globalização se iniciou na Inglaterra no Sec. XX ao substituir o trabalho artesanal pelo trabalho tecnológico com o uso de mídias como o computador. Questão 1 57/240 2. Assinale a alternativa correta quanto aldeia global: a) Aldeia Global é o nome que as comunidades indígenas recebem a partir da instalação de rede de internet sem fio. b) Aldeia Global é uma metáfora que aponta a necessidade dos países manterem as suas tradições contra a americanização produzida pela politica expansionista americana. c) Aldeia Global é uma metáfora que aponta a harmonização de todo o tipo de organização e cultura como uma comunidade mundial, que se estabelece nas realizações e nas possibilidades de comunicação, informação e diálogo abertas pela interatividade. d) Aldeia Global é um nome derivado da globalização em virtude da troca de especiarias e escambos no sec. XXI. e) Aldeia Global é uma estratégia política dos países da zona do Euro para fortalecimento da sua economia em blocos como NAFTA e MERCOSUL. Questão 2 58/240 3. Assinale a alternativa correta quanto cidade global: a) Cidade Global significa uma aldeia global influente na economia ou cultura mundial. b) Cidade Global significa uma nova babel influente nas competições esportivas e mídias televisivas mundial. c) Cidade Global significa uma cidade ou região influente na economia ou cultura mundial. d) Cidade Global significa faz referência a um tipo de arte urbana acessível a pessoas que possuam algum tipo de deficiência. e) Cidade Global significa uma universidade influente na economia ou cultura mundial. Questão 3 59/240 4. Acerca dos processos de internacionalização das universidades assinale a alternativa correta: a) As universidades têm, cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo intercâmbios entre seus estudantes para a troca de experiências acadêmicas. Isso ocorre geralmente por acordos de cooperação acadêmica b) As universidades têm, cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo intercâmbios entre seus professores. Isso acontece geralmente por pactos entre governos. c) As universidades têm, cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo valer a máxima da necessidade de que todos, alunos e professores, fiquem pelo menos um semestre em outra instituição. Isso ocorre por acordos de cooperação acadêmica. d) As universidades têm, cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo parcerias nas áreas de logística e transmissão de dados pela internet e) As universidades têm, cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo pacto pelo fim do analfabetismo no mundo Questão 4 60/240 5. Entre as metas do PNE para a educação superior: a) acabar com o analfabetismo na educação superior e erradicar a fome. b) elevar o número de matriculas na graduação e pós-graduação, elevar a qualidade da educação e ampliar o quadro de mestres e doutores. c) ampliar o quadro de mestres e doutores para que possam trabalhar na internacionalização da universidade. d) elevar o número de matrículas na graduação e pós-graduação, manter a qualidade da educação e ampliar, respeitando-se o orçamento o quadro de mestres e doutores. e) elevar o número de matricular de pessoas em condições de cotas raciais, sobretudo na pós-graduação. Questão 5 61/240 Gabarito 1. Resposta: C. Segundo Giddens (1991), a globalização se caracteriza como um fenômeno político, econômico, tecnológico e cultural, potencializado pelos meios de comunicação, que possibilita as mesmas informações em todos os lugares do planeta 2. Resposta: C. Aldeia Global: trata-se de uma metáfora que aponta a harmonização de todo o tipo de organização e cultura como uma comunidade mundial, que se estabelece nas realizações e nas possibilidades de comunicação, informação e diálogo abertas pela interatividade. 3. Resposta: C. Cidade Global: trata-se de uma cidade ou região influente na economia ou cultura mundial. 4. Resposta: A. Como a própria questão apresenta. 5. Resposta: B. A resposta resume a meta 12, 13 e 14 do PNE. 62/240 Unidade 3 O Projeto Neoliberal Objetivos 1. Saber a diferença entre o Estado de Bem Estar Social e o Neoliberalismo. 2. Compreender a lógica do público e do privado no Neoliberalismo. 3. Refletir as políticas neoliberais voltadas à Educação. Unidade 3 • O Projeto Neoliberal63/240 Introdução A partir da década de 1970 do século XX, os processos produtivos e econômicos dirigiram a sociedade mundial para mudanças que jamais se observaram antes na história. Após esta década ocorreram mudanças econômicas, políticas e sociais que marcaram profundamente as transformações no padrão de acumulação capitalista. Tais mudanças em parte são consequências das propostas político-econômicas de John M. Keynes que são fundamentadas na afirmação do Estado como agente indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir um sistema que garantisse emprego a todos os homens. Ao Estado, então, foi atribuído o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantissem à população um padrão mínimo de vida. Tal fato culminou naquilo que teóricos denominaram de Estado de Bem- Estar Social. O neoliberalismo surge exatamente do oposto disso, ou seja, a quebra do estado mencionado por parte do estado. Sendo assim cabe realizarmos os seguintes questionamentos: 1. O que é Estado de Bem Estar Social? 2. No que se fundamenta o neoliberalismo? 3. Qual a influência do neoliberalismo na minha futura atividade docente? Buscaremos responder tais questionamentos por meio de três tópicos. Um sobre o Estado de Bem Estar Social, outro explicando a diferença entre o público e o privado no neoliberalismo, assim como, a universidade neste contexto. Unidade 3 • O Projeto Neoliberal64/240 1. O Estado De Bem Estar Social E O Neoliberalismo. De início cabe destacar diferenças entre o Estado de Bem Estar Social e o Neoliberalismo. Tais conceitos são tão próximos e antagônicos numa linha temporal que, seria pertinente toda uma contextualização histórica que não cabe neste momento, mas, que pode ser identificado no texto de Fiori (1997). Link Saiba Mais sobre texto de Fiori (1997): <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73311997000200008&script=sci_ arttext>. Desta maneira podemos destacar o seguinte com relação ao Estado de Bem Estar Social: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73311997000200008&script=sci_arttext http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73311997000200008&script=sci_arttext Unidade 3 • O Projeto Neoliberal65/240 O Estado de bem-estar social era um projeto cogente para recuperar o vigor e a capacidade de expansão dos países capitalistas após a tensão social, econômica e política do período entre guerras. Tanto que o estabelecimento do Estado de bem-estar social, entre as décadas de 1940 e 1960,ficou conhecido como “era dourada do capitalismo” por ser um momento de desenvolvimento econômico, com garantias sociais e oferecimento, praticamente, de emprego pleno para a maioria da população nos países mais desenvolvidos. A expansão industrial, mesmo que com índices diferenciados, tanto acontecia nos países capitalistas como nos socialistas. (VICENTE, 2009, p.124). Com base no exposto o estado de bem estar social, no campo político, fazia o Estado oferecer à nação as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. Com um plano político casado e com as ações e regulações própria na área econômica isso era possível. O Estado era o carro chefe da nação, tanto que no período pós-guerra, no âmbito internacional os Estados Unidos (capitalista) e a União Soviética (socialista) era representantes maiores dos tipos de sociedade que defendiam e que travavam conflitos de ideias na época Unidade 3 • O Projeto Neoliberal66/240 denominada de Guerra Fria. para justificar demanda em massa, o Estado passou a receber pressão para ser desmantelado e assim, o mercado poder regular mais a economia. Na verdade, o Estado não conseguia mais gerenciar os processos econômicos sozinho. Sofria com pressões de sindicato, inflação e manifestações para aumento de salário. Foi então que entrou em destaque uma política dos anos 1950 de um econômico chamado Keynes e que, pregava o monetarismo do setor privado. Apesar de promover mudanças, a teoria keynesiana encontrou limitações devido ao crescimento inflacionário e a insatisfação dos contribuintes e seus representantes com o aumento da carga tributária sem a contrapartida de soluções de ordem Link Saiba Mais sobre o Capitalismo: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo>. Saiba Mais sobre o Socialismo: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo>. A derrocada do Estado de Bem Estar Social se inicia com a crise do petróleo no final dos anos 1970, que dentre outros fatores, faz o Estado encontrar dificuldades no relacionamento com o setor privado em virtude do aumento da carga de impostos cobrados. Como as empresas deste setor viam seus lucros prejudicados, inclusive https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo Unidade 3 • O Projeto Neoliberal67/240 pública (TONHATI, 2005). A partir do final da década de 1970, os economistas adotaram argumentos monetaristas em detrimento daqueles propostos pela doutrina keynesiana; mas as recessões, em escala mundial, das décadas de 1980 e 1990 refletiam os postulados da política econômica de Keynes. O Estado, então, para superar a crise, inicia uma nova função, a saber: regular os interesses de mercado tentando produzir receitas próprias para aplicar em setores que continuam a ser sua responsabilidade, como a educação e a saúde, por exemplo. Cabe salientar a ocorrência de outro fator relevante nas alterações ocorridas nesse panorama. Trata-se das modificações nos modos de produção industrial que oferece ao Homem novos processos tecnológicos de informação e comunicação. Percurso esse que Castells (1999) denomina de Terceira Revolução Industrial. Este fato encaminha a humanidade para uma Nova Era; a da Sociedade em Rede, ou Sociedade Global, visto que as novas tecnologias Link Saiba Mais sobre a Teoria Keynesiana: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_ keynesiana#A_Teoria_Keynesiana>. https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_keynesiana#A_Teoria_Keynesiana https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_keynesiana#A_Teoria_Keynesiana Unidade 3 • O Projeto Neoliberal68/240 ultrapassam todas as barreiras territoriais e incidem sobre as relações humanas através das inovações causadas pela internet. Os reflexos dessa transformação provocada pelas tecnologias de informação e comunicação criam uma nova cultura e uma nova divisão de trabalho que incumbe ao Estado novas exigências de regulação administrativa. Porém, esse processo é peculiar a cada nação, pois não há simultaneidade entre o impacto tecnológico que resulta das mudanças sociais e tampouco alterações políticas causadas pela virtualização das práticas sociais ocorridas na rede. Numa outra perspectiva, a sociedade por si, apesar de unida pelo virtual cada vez mais se apresenta individual e fragmentada. A classe trabalhadora também sofre as exigências de mudanças e qualificações. A mão-de-obra excedente e não qualificada contribui para o surgimento de um terceiro setor. Além do mais, a fragmentação de classe trabalhadora leva ao surgimento de novos agentes que aumenta a demanda dos movimentos sociais. Há ainda um desgaste do sistema representativo, os Partidos Políticos, não dão mais conta de atender as demandas da sociedade, a qual não se vê mais representadas por eles. Todo esse processo reconhece-se uma nova forma de regular a economia, chamada de neoliberalismo. O neoliberalismo está centrado doutrinariamente na ideia da desregulamentação dos mercados, da Unidade 3 • O Projeto Neoliberal69/240 abertura comercial e financeira, mas principalmente na redução do tamanho e papel do Estado (Fernandes, 1995). Dado o exposto, o neoliberalismo admite- se do Estado apenas intervenções estatais ‘’para promover “reformas”. Outra característica do neoliberalismo é a desqualificação da Política com tendência a se fortalecer e centralizar no Executivo, relegando o Legislativo a segundo plano. É essa versão do neoliberalismo que orienta o processo de globalização político e econômico. 2. O Público E O Privado Na Óti- ca Neoliberal De acordo com Pereira (2007), quando os cidadãos não sabem no que acreditar ou no que fazer para solucionar seus problemas pessoais, passam a acreditar nos seus líderes que podem ser seus patrões, seus chefes, professores, diretores, políticos, etc. É aí, na ótica do autor que se inicia a perda de valores dentro de uma sociedade, pois passa a ser dividida entre fracos e fortes, poderosos e fracos. A Sociedade moderna divide a vida dos cidadãos em dois aspectos: o privado e o público. A vida pública necessita imprescindivelmente do outro, esse é essencial para que haja comunicação. A vida privada é confundida com a vida pública, porém, permite que se tenha (e em raros casos compartilhe) ambiente próprio. O espaço público é importante por Unidade 3 • O Projeto Neoliberal70/240 causa do discurso, da fala e da ação. É nesse espaço que eu escuto o outro para diversificar o meu pensar. O oposto mostraria a incapacidade de pensar e perceber a verdade. Imagine uma escola ou universidade onde a equipe de docentes não conversasse? Em tempos de liberalismo ou neoliberalismo, a Educação sempre foi vista como ascensão social. O fato conflitante disso tudo é que a classe alta sempre foi detentora da melhor Educação. Para Pereira (2007), com a abertura da escola e da universidade para “pobres”, a classe alta se viu obrigada a renovar para si uma escola de melhor qualidade. Como muitas vezes o Estado falhou em sua política educativa, agora sob a égide de reformulação política com ideias neoliberais, o espaço privado ganhou destaque no campo legal. Como comentado no tópico anterior, o neoliberalismo tem como ideologia a privatização das instituições do Estado por pregar a livre concorrência de mercado. Tem intrínseco a ele a desigualdade (social) como um valor positivo. Cria exército de reservas para substituir os trabalhadores descontentes e afirma que o Estado forte é aquele que gasta pouco com o social, dando assim, à sua população, uma estabilidade monetária. No século passado, segundo Pereira (2007), o neoliberalismo foi levando adiante, na Inglaterra por Margareth Thatcher. Por meio de políticas econômicas regulatórias, Unidade 3 • O Projeto Neoliberal71/240 com abertura de serviços de estado para esfera particular, tinha-se em perspectiva o crescimento econômico naquele país, bem como a diminuição do desemprego.O neoliberalismo foi adotado por praticamente quase todos os Governos no planeta e com a Queda do Muro de Berlim em 1989 e a Queda da União Soviética . A partir de 1990, começou a dar origem a um movimento global conhecido como Globalização, estudado na aula anterior. Link Saiba Mais sobre a Queda do Muro de Berlim: <https://www.youtube.com/ watch?v=7w7FWS_CHP4>. Saiba Mais sobre a Queda da União Soviética <https://www.youtube.com/ watch?v=KAtbH8KibV8>. A essência do neoliberalismo neste mundo global para Pereira (2007) é a de que o mundo moderno está sendo ameaçado de algumas experiências ficarem mudas. Em outras palavras, o ser humano parece não ter mais liberdade intelectual e emocional e começa a ser caracterizado https://www.youtube.com/watch?v=7w7FWS_CHP4 https://www.youtube.com/watch?v=7w7FWS_CHP4 https://www.youtube.com/watch?v=KAtbH8KibV8 https://www.youtube.com/watch?v=KAtbH8KibV8 Unidade 3 • O Projeto Neoliberal72/240 como consumidor. Acontece que, assim como na Revolução Industrial, os sujeitos parecem começar a ter uma vida mais automática, o que tira sua liberdade (basta pensar sua rotina ou a de algum conhecido). Assim, o ser humano passa a ficar automático e acelerado, parece perder um pouco a noção de civilidade e de lei. Exemplo clássico disso é o filme Tempos Modernos, ao observarmos o quanto o ser humano trabalha na sua carga diária. Isso também devido à falta de conhecimento e a disparidades sociais. A nova era Global diz que o cidadão evoluído é aquele que pelo trabalho e pela sua ação passa a ser um melhor consumidor, e se possível deve ser acrítico, ou seja, alienado. Dessa forma, a Globalização parece tornar o neoliberalismo a política correta, pois a política não se refere mais ao Estado e sim a legitimação de argumentos e reivindicações de uma determinada classe, o que não é democrático. Dado isso, a pobreza é um argumento que prejudica as economias mundiais e deve ser combatida. No caso do mundo do trabalho, a pobreza afeta a produtividade econômica por falta de mão de obra especializada. Para Pereira (2007) o Contrato Social aparece como uma política neoliberal para evitar processos de exclusão. O antigo Contrato Social assegurava direitos ao cidadão, caso contrário ao novo Contrato Social ou pós-contratualismo. Nas palavras de Santos (1999): Unidade 3 • O Projeto Neoliberal73/240 O pós-contratualismo é um processo pelo qual grupos e interesses sociais até agora incluídos no contrato social são deles excluídos sem qualquer perspectiva de regresso. Os direitos de cidadania, antes considerados inalienáveis, são-lhes confiscados e, sem estes, os excluídos passam da condição de cidadãos à condição de servos. (SANTOS, 1999, p.45) A servidão referida na citação de Santos (1995) não significa algo passivo, pois há sim movimentos que zelam pela garantia de direitos e melhor qualidade de vida. Isso é tão real dentro de uma sociedade democrática, como a brasileira, que mudanças ocorrem em campos específicos, dentre eles o da Educação Superior. No próximo tópico estudaremos os reflexos do neoliberalismo na universidade brasileira. 3. A Universidade Frente o Projeto Neoliberal Falar da universidade frente o projeto neoliberal é situá-la dentro da questão do financiamento. A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 207 trata: Unidade 3 • O Projeto Neoliberal74/240 Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (BRASIL, 1988) Como se pode observar, a legislação maior do país oferece às universidades autonomia didática-cientifica e administrativa para se organizarem. A LDBEN 9394/96 pontua em seu artigo 54 e 55: Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. § 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo Unidade 3 • O Projeto Neoliberal75/240 anterior, as universidades públicas poderão: I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis; II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes; III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de organização e funcionamento; VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos; Unidade 3 • O Projeto Neoliberal76/240 VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho. § 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas. (BRASIL, 1996). Pelos artigos em destaque fica evidente que as universidades se reafirmam enquanto autônomas para lidar com várias questões por meio de regimento próprio respeitado o princípio da gestão pública, bem como, aponta que é a União quem vai se organizar dentro do seu orçamento anual para destinar dinheiro às universidades. Não foi apresentada nestes artigos a questão das universidades particulares, porém, sinaliza-se que nas aulas futuras serão vistos que o governo as auxilia com o financiamento de bolsas de estudos por meio do FIES ou mesmo do PROUNI. Unidade 3 • O Projeto Neoliberal77/240 Voltando ao nosso caso. Repare você, caro aluno, que numa época onde se vive as políticas neoliberais, com a pouca participação do Estado nos assuntos, as leis brasileiras vão na contramão, ou seja, com o Estado suprindo todos os custos na universidade pública, por meio do repasse anual de verbas, com base na arrecadação de impostos. Tal situação tem duas situações: a positiva e a negativa. Positiva porque a tutela do Estado garante estabilidade, sobretudo, ao quadro funcional da universidade. Negativa porque em períodos neoliberais, há pouco flexibilidade da universidade pública para investimentos externos e também porque vários outros países que adotaram o modelo neoliberal fazem a avaliação da qualidade da educação superior por meio de produção cientifica. As experiências destes países também mostram que a educação superior é paga, ou em parte ou na totalidade, fato ainda alheio às universidades públicas do país. Por muito tempo, nas universidades públicas, há uma certa relutância em maior abertura para o capital. Como se pode notar hoje em dia, o governo tem adotado certas manobras para que não ocorra déficit, mas sim superávit na economia. Caso isso aconteça, salvo a falta de crescimento do país, a dívida interna cresce, ameaçando assim, o crescimento das universidades, bem como a sua manutenção. Por fim, juntos contra o neoliberalismo, Unidade 3 • O Projeto Neoliberal78/240 os movimentos estudantis, os sindicatos docentes e de servidores técnicos, aliados a várias reitorias, resistem e sustentama necessidade de uma saída progressista para a crise das universidades públicas (principalmente as federais). Com isso, enfatizam o compromisso social destas com as camadas populares e com o desenvolvimento nacional. Para concluir vamos responder aos questionamentos propostos. O que é Estado de Bem Estar Social? É aquele que assume para si a responsabilidade por todas as questões sociais básicas de uma nação, regulando interesses entre a esfera pública e privada. No que se fundamenta o neoliberalismo? O neoliberalismo se fundamenta na criação de reserva de mão de obra especializada, no desmantelamento das ações do Estado e na economia global e comunicacional dada por meio dos avanços no processo produtivo. O foco maior, porém, é o monetarismo como acumulação de dinheiro. Qual a influência do neoliberalismo na minha futura atividade docente? Como se pode observar o neoliberalismo é uma prática social cotidiana, está presente nas relações humanas simples, porém, no que tange à docência no ensino superior o neoliberalismo impacta diretamente na Unidade 3 • O Projeto Neoliberal79/240 estabilidade de uma docência na universidade pública e na concorrência constante de mão de obra especializada na universidade da esfera privada. Glossário Soberania: Supremacia total e absoluta do Estado sobre outras instancias de uma sociedade. ONU: Organização das Nações Unidas. PNE’S: Plano Nacional de Educação. Questão reflexão ? para 80/240 Elabore um texto dissertativo apontado os reflexos do neoliberalismo para a Sociedade Global e brasileira. 81/240 Considerações Finais » O estado de bem estar social, no campo político, fazia o Estado oferecer à nação as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. » A derrocada do Estado de Bem Estar Social se inicia com a crise do petróleo no final dos anos 1970, que dentre outros fatores, faz o Estado encontrar dificuldades no relacionamento com o setor privado em virtude do aumento da carga de impostos cobrados. » As modificações nos modos de produção industrial oferece ao Homem novos processos tecnológicos de informação e comunicação. » A sociedade por si, apesar de unida pelo virtual cada vez mais se apresenta individual e fragmentada. » A classe trabalhadora também sofre as exigências de mudanças e qualificações. 82/240 Considerações Finais » A mão-de-obra excedente e não qualificada contribui para o surgimento de um terceiro setor. » A fragmentação de classe trabalhadora leva ao surgimento de novos agentes que aumenta a demanda dos movimentos sociais. » O neoliberalismo está centrado doutrinariamente na ideia da desregulamentação dos mercados, da abertura comercial e financeira, mas principalmente na redução do tamanho e papel do Estado. » Outra característica do neoliberalismo é a desqualificação da Política. » A Sociedade moderna divide a vida dos cidadãos em dois aspectos: o privado e o público. A vida pública necessita imprescindivelmente do outro, esse é essencial para que haja comunicação. A vida privada é confundida com a vida pública, porém, permite que se tenha (e em raros casos compartilhe) ambiente próprio. 83/240 Considerações Finais » Dado isso, a pobreza é um argumento que prejudica as economias mundiais e deve ser combatida. No caso do mundo do trabalho, a pobreza afeta a produtividade econômica por falta de mão de obra especializada. » Como se pode observar a legislação maior do país oferece às universidades autonomia didática-cientifica e administrativa para se organizarem. » É a União quem vai se organizar dentro do seu orçamento anual para destinar dinheiro às universidades. Unidade 3 • O Projeto Neoliberal84/240 Referências BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996 CASTELLS, M. A Sociedade em Rede: a era da informação: economia, sociedade, cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1. FERNANDES, L. Neoliberalismo e reestruturação capitalista. In SADER, E. GENTlLI, P. (orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1995. PEREIRA, C. E. C. Sociedade e Educação. In: Revista Eletrônica de Política e Gestão Educacional. Araraquara: Faculdade de Ciências e Letras: UNESP. Nº 4. pp. 1-12, 2007. SANTOS, B. S. Reinventar a democracia: entre o pré-contratualismo e o pós-contratualismo. In: Heller, A et al. – A crise dos paradigmas em Ciências Sociais e os desafios para o século XXI. Rio de Janeiro, Contraponto, 1999, p. 33-75. TONHATI , T. M. P. Governo Eletrônico e Inclusão Digital: o caso da Prefeitura municipal de São Paulo. Araraquara. 2005. Unidade 3 • O Projeto Neoliberal85/240 Referências VICENTE, M.M. História e comunicação na ordem internacional [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 214 p 86/240 1. Assinale a alternativa que aponta, qual era a função do estado de bem estar social politicamente a uma sociedade: a) oferecer à nação, em parceria com as forças armadas, as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. b) oferecer à nação, inserida no regime comunista, as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. c) oferecer à nação, em regime de parlamentarismo, as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. d) oferecer à nação as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. e) oferecer à nação, em parceria com as instituições privadas, as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. Questão 1 87/240 2. Assinale a alternativa que aponta as consequências do excedente de mão de obra qualificada: a) O surgimento das corporações de ofício. b) O terceiro setor. c) Os sindicatos. d) O setor quaternário. e) O setor industrial Questão 2 88/240 3. Assinale a seguir a alternativa que expressa um dos ideais do neolibera- lismo: a) Oferecer à população o estado de bem estar social melhorado. b) Maximizar o efeito centralizador do Estado. c) A desregulamentação dos mercados, a abertura comercial e financeira, mas principalmente na redução do tamanho e papel do Estado. d) Propiciar aumento financeiro em razão de cobrança de impostos. e) A desregulamentação dos mercados, o fechamento comercial e financeiro, mas principalmente o aumento do tamanho e papel do Estado. Questão 3 89/240 4. Assinale a alternativa que faz referência à pobreza no neoliberalismo: a) Ela evidencia a soberania da classe burguesa sobre a urbana. b) Ela prejudica as economias globais pelo excesso de mão de obra qualificada. c) Ela não é um problema relacionada ao mercado. d) Trata-se do maior exemplo da falha do Bem-Estar Social. e) A pobreza é um argumento que prejudica as economias mundiais e deve ser combatida. No caso do mundo do trabalho, a pobreza afeta a produtividade econômica por falta de mão de obra especializada. Questão 4 90/240 5. No projeto neoliberal brasileiro quem é o responsável pelo financiamen- to da universidade: a) Receita Própria da Universidade. b) Estados e Municípios. c) Empresas Filantrópicas. d) Agências de Fomento à Pesquisa. e) A União. Questão 5 91/240 Gabarito 1. Resposta: D. No Estado de Bem Estar Social, o Estado oferece à nação as condições básicas sociais, como serviços de educação, saúde, segurança pública, etc. 2. Resposta: B. A mão-de-obra excedente e não qualificada contribui para o surgimento de um terceiro setor. 3. Resposta: C. O neoliberalismo está centrado doutrinariamente na ideia da desregulamentação dos mercados, da abertura comercial e financeira, mas principalmente na redução do tamanho e papel do Estado. 4. Resposta: E. A
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