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Aplicações da epidemiologia no SUS

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16/05/2022 21:01 Aplicações da epidemiologia no SUS
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02421/index.html# 1/52
Aplicações da epidemiologia no SUS
Prof.º Fábio Augusto Costa Ferreira Rebouças
Descrição
Sistema de vigilância em saúde, dados e informações, medidas de prevenção e promoção à saúde.
Propósito
Compreender como os dados produzidos no nível mais básico irão alimentar um sistema de nível nacional é
importante para entender como são produzidas as informações relevantes no SUS e como essas
informações servirão para propor medidas em saúde, que podem não só evitar o adoecimento de indivíduos
e populações, mas também melhorar o cuidado e a recuperação daqueles que já adoeceram.
Preparação
Tenha em mãos um dicionário médico para sanar as dúvidas sobre os termos e as doenças relatados ao
longo do texto.
Objetivos
Módulo 1
Vigilância epidemiológica
Reconhecer a importância da vigilância epidemiológica na saúde pública.
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Módulo 2
Ferramentas para monitoramento e coleta de dados
Reconhecer os sistemas de informação em saúde.
Módulo 3
Medidas de controle, promoção e prevenção de doenças e agravos
Identificar os tipos de prevenção e promoção à saúde.
A produção de informação em saúde pública é um sistema capilar que se inicia no nível do indivíduo,
a partir do atendimento ambulatorial, ou mesmo com a visita de um Agente Comunitário de Saúde
(AGS). Toda ação em saúde precisa produzir dados relevantes, que irão alimentar um sistema
integrado de nível nacional no qual os gestores, por intermédio da vigilância epidemiológica, poderão
acessar e produzir informação e, posteriormente, propor medidas de prevenção e promoção que vão
desde fomentar o bem-estar e instruir o cidadão, dificultando que ele adoeça, passando pelo
diagnóstico precoce e avançando, até o tratamento e a redução de sequelas.
Vamos, ao longo deste conteúdo, entender conceitos, funções, propósitos e fases que compreendem
o esforço para reunir dados sobre doenças e agravos, tendo a consciência de que essa é uma etapa
indispensável para a produção de informação útil em saúde, a qual fundamentará toda uma rede de
prevenção e promoção à saúde.
Introdução
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1 - Vigilância epidemiológica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da vigilância
epidemiológica na saúde pública.
Introdução à vigilância epidemiológica
A vigilância epidemiológica apresenta definições diferentes, como observamos a seguir.
Lei nº 8080/1990
“Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança
nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
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recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” (Lei nº 8080/1990,
art. 6º, § 2º).
Guia de vigilância epidemiológica
“Conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer
momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações
de seus fatores condicionantes, com a finalidade de recomendar oportunamente, sobre bases firmes,
as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças”
(FUNASA, 2002, p. 11).
As ações de vigilância epidemiológica estão previstas na Lei nº 8.080/1990 e visam, por intermédio dos
sistemas de informação em saúde (SIS), coletar, processar e analisar dados sobre agravos que possam
afetar diferentes populações (humanas ou animais). A partir desses dados, é possível propor ações de
controle, avaliar o custo-efetividade das medidas já adotadas e divulgar as informações que levem à
promoção da saúde e à prevenção das doenças.
A vigilância epidemiológica também se propõe a divulgar informações de saúde, com o intuito de produzir
orientação técnica para os gestores responsáveis pela decisão e execução de ações de controle de doenças
e agravos. Além disso, é um importante instrumento para operacionalização, organização e planejamento
estratégico dos serviços de saúde, além de subsidiar a normatização de procedimentos e atividades
técnicas.
Ciclo da vigilância epidemiológica.
Para isso, os dados produzidos por todos os SIS são consolidados, processados e transformados em
informação pelo Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), o que permite que a informação
seja analisada e interpretada.
Em linhas gerais, a vigilância epidemiológica procura responder a indagações cujas respostas orientarão
para a tomada de decisão, ações e objetivos de curto, médio e longo prazos no combate e controle de
determinado agravo, como os seguintes questionamentos a seguir.

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Para a seleção de agravos à vigilância epidemiológica alguns determinantes são prioritários, como o risco,
fator de risco e agravo à saúde. Esses conceitos já sabemos, mas vamos relembrar a seguir.
Risco
É a probabilidade de ocorrência de uma doença, agravo, óbito ou condição relacionada à saúde (incluindo
cura, recuperação ou melhora) em uma população ou grupo durante um tempo determinado.
Fator de risco
Como a doença se distribui segundo as características das pessoas, lugares e
épocas consideradas?
Que fatores estão relacionados à ocorrência da doença e sua distribuição na
população?
Que medidas devem ser tomadas a �m de prevenir e controlar a doença?
Qual o impacto das ações de prevenção e controle sobre a distribuição da
doença?
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São os componentes que podem levar à ocorrência da doença ou contribuir para o risco de adoecimento e
manutenção dos agravos de saúde.
Agravo à saúde
Corresponde ao mal ou ao prejuízo à saúde de um ou mais indivíduos, de uma coletividade ou população.
Como saber qual doença ou agravo é prioritário?
Para isso, devemos avaliar diferentes critérios, são eles:
É a incidência, a prevalência, a morbidade, a mortalidade e a gravidade do efeito (consequência ou
dano) do evento. Ela indica uma frequência elevada da doença ou que aquela doença atinge grandes
contingentes populacionais.
Equivale à possibilidade da sua disseminação por vetores, como mosquitos, ou demais fontes de
infecção, colocando em risco outros indivíduos ou coletividades.
É a medida da relevância social, do reconhecimento que dada população dá a um evento e da
motivação dessa comunidade para resolver o problema. Normalmente, é influenciada pela gravidade
dos eventos.
Magnitude 
Potencial de disseminação/transmissibilidade 
Transcendência (valor social) 
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Avalia as consequências do processo ou da doença. É medida pela letalidade, pela taxa de
hospitalização, pelas sequelas produzidas pelo agravo ou por outras consequências.
Compreende as situações de saúde que prejudicam o desenvolvimento econômico, como os custos
de tratamento e do diagnóstico, as restrições comerciais etc.
É causada pelas doenças e pelos agravos novos ou desconhecidos que são capazes de colocar a
população em uma situação de maior vulnerabilidade.
São as doenças ou agravos que precisam da adoção de um conjunto de medidas com alcance
mundial para seu controle, eliminação ou erradicação. Exemplos: O sarampo, a fome e a covid-19.
São as doenças de notificação compulsória internacional e estão obrigatoriamente incluídas na lista
de todos os países membros da OMS. Exemplos: Cólera,ebola e febre amarela.
Atenção!
Todas as suspeitas de epidemias, surtos e doenças emergentes ou reemergentes devem ser investigadas e
notificadas de forma mais rápida possível.
Severidade/gravidade 
Relevância econômica 
Vulnerabilidade 
Compromissos internacionais 
Regulamentos sanitários internacionais 
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Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE)
Na década de 1970, o Mistério da Saúde (MS), orientado pelo relatório final da 5ª Conferência Nacional de
Saúde (1975), editou o Decreto nº 78.231/1976 e a Lei nº 6.259/1975, estabelecendo a compulsoriedade da
notificação de determinados agravos e doenças transmissíveis, atualizada pela Portaria nº 104, de 25 de
janeiro de 2011.
Duas décadas depois, o SUS incorporou o SNVE, definindo a vigilância no texto da Lei nº 8.080/1990,
tornando-a uma importante ferramenta do SUS. A partir dos dados obtidos pelo SNVE, inicia-se o processo
de “informação–decisão–ação” para o controle de doenças e agravos específicos, tendo como principais
objetivos elaborar, recomendar e avaliar as medidas de controle e planejamento. A rede de informações que
compõe o sistema SNVE tem atividades similares, tais como:
Avaliação, implementação e recomendação de ações de controle
Investigação epidemiológica
Coleta, processamento, análise e interpretação de dados
Retroalimentação e divulgação de informações
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Essas atividades fortalecem o sistema de informações, as quais são obtidas em todos os níveis do sistema
de vigilância (municipal, estadual e federal). Quanto maior a qualidade dos dados obtidos, maior será a
precisão das informações geradas a partir do banco de dados do SNVE.
Atenção!
Os dados obtidos em nível municipal apresentam maior fidedignidade e riqueza de detalhes, pois existe o
contato entre o agente de saúde e a população. Já os dados coletados em níveis estadual e federal
participam do sistema, construindo estratégias e elaborando notas técnicas e pareceres.
Quais os dados que integram o SNVE?
Os dados que integram o SNVE são:
Dados socioeconômicos, ambientais e demográ�cos
Correspondem ao número de habitantes, distribuição por idade, sexo, etnia e renda, condições de
saneamento, pluviosidade, temperatura, umidade relativa do ar, entre outros.
Dados de morbidade
Correspondem à notificação de casos e surtos (prioritariamente), produção de serviços ambulatoriais,
laboratoriais e hospitalares, investigação epidemiológica e busca ativa de casos.
Dados de mortalidade
Correspondem às declarações de óbitos, processadas pelo Sistema de informação de mortalidade (SIM).
Com base nesses dados, é possível realizar um estudo correlacionando as diferentes variáveis e o aumento
ou decréscimo do número de casos, por exemplo, ajudando a identificar as populações mais suscetíveis, as
mais resistentes e ajudando, também, na elaboração de políticas públicas voltadas àquela população mais
vulnerável.
E como é feita a inserção dos dados que integram o SNVE?
A “informação para a ação” tem sido o princípio que rege a relação entre as diferentes fontes produtoras de
dados e os responsáveis pela vigilância epidemiológica. Neste contexto, a notificação compulsória de casos
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suspeitos e confirmados se estabeleceu como uma fonte de informação permanente e confiável, ajudando
na adoção de medidas de intervenção.
A seguir, vemos algumas das fichas de notificação da covid-19, disponíveis do site do Ministério da Saúde.
Fichas de notificação da covid-19 - Ministério da Saúde (MS).
Quais são as fontes de informação?
As fontes de informação são:
1. instituições de saúde (públicas ou privadas), por intermédio das fichas de notificação ou pelo telefone,
dada a urgência da necessidade de intervenção;
2. laboratórios (resultados de exames.);
3. imprensa e relatos de populares;
4. notificação negativa (a não ocorrência de determinado agravo também precisa ser comunicada, como
medida de controle);
5. investigação de campo (monitoramento, acompanhamento e encerramento do caso);
�. sistema-sentinela (evento-sentinela, unidade-sentinela).
Modalidade de vigilância epidemiológica
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A vigilância epidemiológica apresenta algumas modalidades, são elas:
É focada na observação da ocorrência de sinais, sintomas e fisiopatologias comuns a etiologias
diversas. A definição de casos de acordo com a ocorrência de determinadas síndromes é o
suficiente para enquadrar o indivíduo ou a população nesse critério, facilitando a notificação e
possibilitando o levantamento de um volume considerável de dados, o que melhora a análise e reduz
a sobrecarga dos serviços de saúde.
Importante salientar que essa modalidade só é aplicável a grupos de doenças com síndromes
agudas em comum, como síndrome exantemática, síndrome ictérica, síndrome diarreica, síndrome
respiratória etc., permitindo intervenções rápidas e evitando a ocorrência de surtos/epidemias.
Consiste em uma ou mais instituições de saúde capacitadas para o fornecimento de insumos
específicos para realização de exames laboratoriais, a fim de rastrear a ocorrência de determinada
doença ou agravo e com profissionais responsáveis pelo registro regular e envio periódico às
autoridades sanitárias das doenças de notificação compulsória. Por exemplo: H1N1, síndrome
respiratória aguda grave (SARS), HIV, infecções sexualmente transmissíveis (IST) e doenças
ocupacionais.
Tem como objetivo realizar ações de vigilância nesse ambiente, notificando doenças e
especificando, após a alta hospitalar, o início da doença, os locais de residência e trabalho do
paciente, permitindo verificar possíveis agravos à saúde na população que tem contato com o
paciente. Podemos também criar sistemas de vigilância epidemiológica ambulatorial, com dados de
pacientes não internados.
Vigilância sindrômica 
Sistema Sentinela 
Vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar 
Vigilância sanitária de produtos de saúde pós-uso/comercialização 
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É a área de atividade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que tem como objetivo
realizar ações de vigilância de produtos de saúde (medicamentos, kits para exames laboratoriais,
órteses, próteses, equipamentos e materiais médico-hospitalares, saneantes, sangue e seus
componentes), pós-uso/comercialização.
Tem na notificação espontânea sua principal alimentadora. É o método mais simples, de menor
custo e o mais habitualmente utilizado na análise de eventos adversos à saúde. Por seu elevado grau
de imprecisão, não pode ser utilizado como única fonte para tomada de decisão, porém, é muito
eficiente em identificar determinado problema na população servindo como pontapé inicial para
pesquisas mais elaboradas e com maior grau de precisão. Um exemplo são as notificações
voluntárias e espontâneas que ocorrem na rotina do serviço de saúde.
Caracteriza-se pelo contato direto, em intervalos definidos, entre a equipe de saúde e o cidadão, que
ocorre usualmente em unidades de saúde públicas e privadas, laboratórios e hospitais.
Em que situações podemos combinar a vigilância ativa com a passiva?
A combinação da vigilância passiva com a busca ativa de casos pode ser utilizada em situações alarmantes
ou em programas de erradicação e/ou controle prioritários. Por exemplo: tuberculose, HIV/AIDS; erradicação
da poliomielite; eliminação do sarampo.
A vigilância ativa e passiva apresenta vantagens e desvantagens, vamos conhecê-las?Vantagem Desvantagem
Vigilância ativa
Representativa 
Detecta epidemias
Complexa 
Alto custo
Vigilância passiva 
Vigilância ativa 
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Vantagem Desvantagem
Vigilância passiva
Simples 
Baixo custo
Pouco representativa 
Pode não detectar epidemias
Quadro: Vantagens e desvantagens da vigilância ativa e passiva. 
Elaborado por: Fábio Rebouças.
A Anvisa, após levantamento de dados, consegue reavaliar registros, pode publicar alertas e retirar produtos
do mercado. Além disso, é responsável por realizar inspeções em empresas e verificar se elas seguem as
normas e regulamentações vigentes, garantindo produtos de qualidade e a segurança da população.
Logotipo da Anvisa.
Saiba mais
A Rede de Hospitais Sentinela atua como observatório do desempenho e da segurança de produtos de
saúde regularmente usados.
Quais os tipos de monitoramento epidemiológico?
O monitoramento epidemiológico é essencial para a regulação sanitária, veja os três tipos a seguir.
Farmacovigilância
Visa acompanhar o desempenho dos medicamentos que já estão no mercado, realizando ações de forma
compartilhada pelas vigilâncias sanitárias dos estados, municípios e pela Anvisa, com objetivo de garantir
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a segurança dos medicamentos.
Hemovigilância
Corresponde ao monitoramento das reações transfusionais resultantes do uso terapêutico de sangue e
hemoderivados, visando à qualidade dos produtos e à segurança transfusional do paciente. Toda reação
transfusional deve ser notificada.
Tecnovigilância
É o sistema que monitora as queixas técnicas de produtos para a saúde em fase de pós-comercialização
e os eventos adversos, com o objetivo de garantir a segurança sanitária desses produtos.
Os produtos farmacêuticos apesar de serem produzidos para evitar, aliviar ou curar doenças/agravos
podem ter efeitos indesejáveis e até danosos. Essa dualidade é importantíssima para a saúde pública, o que
torna a farmacovigilância uma atividade indispensável à regulação sanitária em qualquer país. Um exemplo
disso é o caso do medicamento talidomida, que inicialmente foi desenvolvido para o tratamento de náuseas
e prescrito para gestantes, porém, com seu uso em larga escala, foi associado à malformação fetal, gerando
o que hoje ficou conhecida como a síndrome de talidomida.
Investigação epidemiológica
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A avaliação sistemática das condições de saúde e de doença da população requer disponibilidade e
qualidade de dados coletados pelos sistemas de vigilância epidemiológica. Entretanto, em emergências ou
calamidades, haverá a necessidade de produção de informação complementar, utilizando-se métodos de
investigação rápidos, específicos, apropriados e de pronto emprego.
A investigação epidemiológica de campo consiste na aplicação dos princípios e metodologias da pesquisa
epidemiológica para o estudo de problemas de saúde inesperados, realizados no ambiente real de
ocorrência da doença/agravo, para os quais são necessárias uma resposta imediata e uma intervenção
oportuna na população. Esse estudo opera no terreno no qual ocorre o problema e a investigação tem
duração e extensão limitadas no tempo.
Os objetivos da investigação epidemiológica são:
A investigação epidemiológica deve ser iniciada logo após a notificação de determinado caso, seja ele
isolado ou um conjunto (agregado), seja um caso suspeito ou laboratorialmente confirmado, tendo o
diagnóstico clínico ou sendo apenas um contactante. Em todos esses casos, a autoridade sanitária irá
avaliar a necessidade de dispor de informações complementares. Em algumas situações, especialmente
quando a fonte e o modo de transmissão já são evidentes, as ações de controle devem ser instituídas
durante ou até mesmo antes da realização da investigação.
Os critérios e considerações em uma investigação epidemiológica são:
Identi�car fontes de
infecção, modo de
transmissão, grupos
vulneráveis e/ou expostos e
os fatores de risco.
Con�rmar o diagnóstico e
determinar as principais
características
epidemiológicas.
Orientar medidas de
controle para limitar a
expansão de doença/agravo
no terreno.
Exame do doente e de seus contatos.
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A investigação detalhada de cada caso é imprescindível, pois, a partir dela, será possível identificar as
formas iniciais da doença ou do agravo e instituir precocemente o tratamento adequado (aumentando
Detalhamento da história clínica e de dados epidemiológicos (tempo, pessoa,
lugar).
Coleta de amostras para laboratório (se houver indicação).
Busca de casos adicionais a partir do relato do paciente.
Identi�cação do(s) agente(s) infeccioso(s), quando se tratar de doença
transmissível.
Determinação de seu modo de transmissão ou de ação, busca de locais
contaminados (reservatórios) ou de vetores/fômites.
Identi�cação de fatores que tenham contribuído para a ocorrência dos casos.
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chance de sucesso) ou proceder ao isolamento, visando evitar o avanço da doença na comunidade.
A partir da investigação inicial, a autoridade sanitária procurará alcançar quatro pilares importantes para a
obtenção de sucesso, tanto na contenção da doença, como na saúde e qualidade de vida do indivíduo
portador. São eles:
Para minimizar as consequências do agravo. Caso seja uma doença transmissível de pessoa a
pessoa, o tratamento irá contribuir para a redução do risco de transmissão.
Nesse ponto, a autoridade sanitária irá verificar se os pacientes estão sendo atendidos em unidade
de saúde com capacidade para prestar assistência adequada e oportuna, de acordo com as
características clínicas da doença. Caso contrário, o paciente será encaminhado para uma unidade
especializada.
Quando necessário, adotar medidas de isolamento, considerando a forma de transmissão da doença
(entérica, respiratória etc.).
Logo após a confirmação da suspeita, visa à adoção de medidas de controle coletivas específicas
para cada tipo de doença.
Investigação de casos de noti�cação compulsória
Atenção médica ao paciente 
Qualidade da atenção médica 
Proteção individual 
Proteção da população 

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Neste vídeo, o especialista Fábio Rebouças, Mestre em epidemiologia, apresenta o passo a passo de uma
investigação de caso de notificação compulsória pela vigilância epidemiológica, a partir de exemplos
práticos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Introdução à vigilância epidemiológica
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
SNVE
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Modalidades de vigilância epidemiológica

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
“A vigilância epidemiológica compreende o conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção
ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e
agravos” (BRASIL, 1990). Um dos pilares da vigilância para doenças com potencial epidêmico é a
notificação compulsória
A apenas de casos confirmados.
B apenas de casos suspeitos.
C de óbitos.D de casos de pacientes internados.
E de casos suspeitos e confirmados.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Como a questão trata de doenças com potencial epidêmico, é importantíssimo notificar
conjuntamente casos confirmados e suspeitos, com a finalidade de conseguir intervir o mais
rápido possível e bloquear a expansão da referida doença.
Questão 2
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O Ministério da Saúde editou a Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, cujo anexo atualiza a relação de
doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória no território nacional. A inclusão
de uma doença nessa lista é decidida mediante a consideração conjunta de alguns critérios. Assinale a
opção que apresenta a correta definição do critério pontuado.
A
Vulnerabilidade: doenças para as quais existe interesse em esforços conjuntos visando ao
cumprimento de metas mundiais.
B
Transcendência: existência de instrumentos de prevenção e controle contra a doença,
possibilitando intervenções efetivas.
C
Magnitude: expressada pela frequência elevada da doença ou por atingir grandes
contingentes populacionais.
D
Potencial de disseminação: conjunto de características clínico-epidemiológicas que
possibilitam inferir o grau de relevância da doença em termos prognósticos, sociais e
econômicos.
E
Gravidade: capacidade da doença ou agravo em alcançar números crescentes de
indivíduos na população, seja por vetores ou outras fontes de infecção.
Parabéns! A alternativa C está correta.
De todos os critérios apresentados, apenas magnitude está com a definição correta.
Vulnerabilidade é causada por doenças e agravos novos ou desconhecidos, que são capazes de
colocar a população mais vulnerável. Potencial de disseminação equivale à possibilidade da sua
disseminação por vetores, como mosquitos, ou demais fontes de infecção, colocando sob risco
outros indivíduos ou coletividades. Transcendência é a medida da relevância social, do
reconhecimento que dada população dá a um evento e da motivação desta comunidade em
resolver o problema. Já a gravidade avalia as consequências do processo ou da doença.
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2 - Ferramentas para monitoramento e coleta de dados
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os sistemas de informação em saúde.
Sistemas de informação em saúde
Os sistemas de informação em saúde (SIS) abrangem elementos importantíssimos para diversos setores,
como a administração, a assistência, o controle e a avaliação, para o orçamento e as finanças, o
planejamento, os recursos humanos, a regulação, a saúde suplementar e o geoprocessamento.
Dessa forma, garantem a avaliação constante da situação de saúde de determinada população, além de
acompanhar sistematicamente os resultados das ações implementadas, oferecendo subsídios para uma
melhoria contínua e alinhada aos objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Os SIS são ferramentas que permitem a coleta e o monitoramento de dados, servindo de base para a
análise dos problemas de saúde da população, apoiando a tomada de decisões nas três esferas do governo.
Saiba mais
A coleta dos dados pode ser realizada sem a ajuda da informática, assim não podemos confundir sistema
de informação com sistema informatizado. Entretanto, a informática é uma ferramenta essencial para esse
levantamento de dados e para análises nessa área.
Entidades de informação em saúde
A produção e a utilização de informações sobre saúde no Brasil ocorrem pela cooperação entre vários
organismos, envolvendo diferentes estruturas de gestão e financiamento.
A primeira instituição que nos vem à mente quando pensamos em indicadores e coleta de dados é o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável pela coleta e análise de uma
infinidade de dados a respeito da população brasileira. No Brasil, as informações relacionadas à saúde são
produzidas pelos seguintes órgãos:
SUS (principalmente)
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A Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA) foi criada pela associação entre o Ministério da
Saúde (MS) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS). Esse sistema tem indicadores específicos
para avaliar o estado de saúde da população e os aspectos econômicos, sociais e organizacionais, que são
determinantes para verificar a situação de saúde do indivíduo, sendo essencial para aumentar a capacidade
de obter informação para o estabelecimento de políticas de saúde.
Sistemas de informação no âmbito do SUS
O principal sistema de informação do SUS é o Datasus (departamento de informática do SUS), responsável
por organizar as informações relativas às ações, como dados de morbimortalidade, capacidade instalada,
formas de financiamento e aplicação de recursos, monitoramento de programas, etc., desenvolvidas e
alimentadas pelos municípios e estados. A ferramenta de armazenamento do Datasus é o Tabnet.
Entidades públicas ou privadas, como universidades e institutos de pesquisa
Órgãos internacionais e agências não governamentais

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Como usar o sistema o Tabnet?
Neste vídeo, o especialista Fábio Rebouças, Mestre em epidemiologia, apresenta na prática como utilizar a
ferramenta Tabnet, importante ferramenta utilizada no Datasus.
Os dados são inseridos no sistema sempre no mesmo formato e em sistemas cujos bancos de dados
sejam intercambiáveis entre si, assim, a análise conjunta dos mais diversos bancos de dados torna-se
facilitada, integrada e articulada entre todas as bases de dados de interesse para a saúde.
O acompanhamento e o controle em todas as etapas de produção (coleta, tratamento e armazenamento)
são imprescindíveis para que haja qualidade nas informações de saúde. Isso permitirá a correção oportuna
dos problemas detectados e a disseminação da informação.
Hoje em dia, temos uma plataforma em implantação que funcionará nacionalmente visando à
interoperabilidade de dados em saúde e com pretensão de conclusão de todas as etapas prevista para
2028. Trata-se da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), instituída pela Portaria GM/MS nº 1.434, de 28
de maio de 2020.
Seu objetivo é estabelecer a troca ágil de informações entre os diversos pontos da rede de atenção à saúde
espalhados por todo o Brasil, tanto no setor público, como no privado. Por enquanto, os dados continuam
sendo acessados prioritariamente por intermédio do Datasus. Nessa ferramenta, é possível acessar a série
histórica dos Indicadores e Dados Básicos em Saúde (IDB).
SIS disponíveis no Brasil
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Sistema de Informação de Agravos de Noti�cação
(Sinan)
O Sinan reúne dados de investigação e notificação pelos estados e/ou municípios de doenças e agravos que
estão relacionadas na lista nacional de doenças de notificação compulsória, como:

Arboviroses

HIV

Sí�lis

Tentativa de suicídio
A relação de agravos ou doenças de notificação compulsória em âmbito nacional é redigida pelo MS,
relacionando os agravos de maior relevância sanitária, sendo atualizada sempre que há alteração no estado
epidemiológico da população. Estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias de interesse
regional ou local, desde que justifiquem sua necessidade e definam os mecanismos operacionais
correspondentes. Em dezembro de 2021, a última atualização da lista em âmbito federal consta na Portaria
nº 264, de17 de fevereiro de 2020.
Atenção!
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A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode ser
realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que tenha conhecimento, não existindo, nesse caso, a
compulsoriedade da notificação.
Esse sistema permite mapear a ocorrência de determinado evento em uma população, contribuindo para
desvendar as possíveis causas dos agravos, os riscos e, assim, a realidade epidemiológica de uma região
geográfica.
Por exemplo, ao se analisar os casos notificados de dengue no Brasil, na região Nordeste, o profissional
pode realizar a estratificação dos dados por bairro ou logradouro, sendo possível identificar as áreas de
ocorrência de casos na mesma região geográfica. Como o dengue está intimamente relacionada ao
território e à presença de reservatórios de água, essa análise permitirá ao gestor determinar que seja feita
uma varredura no local, visando identificar e eliminar esses reservatórios, além de aproveitar a oportunidade
para a conscientização sobre a prevenção da doença.
Casos de dengue no Brasil em 2019–2020.
Resumindo
Em linhas gerais, esse é o motor da vigilância epidemiológica: ter a capacidade crítica e técnica de
transformar dados em informações úteis que irão refletir em ações concretas para o benefício de uma
população, atuando para reduzir indicadores de morbidade e mortalidade, entre outros.
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
O SIM é o sistema que monitora os dados sobre mortalidade no Brasil. Foi criado em 1975 pelo MS e
permitiu que os dados fossem levantados em nível nacional de forma mais confiável. A partir dos dados de
mortalidade, são criadas estatísticas por meio das quais são calculados diferentes índices de mortalidade,
como taxa de mortalidade materna e infantil e que permitem avaliar os indicadores de saúde da região.
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No nível gerencial, existem profissionais com a incumbência de acompanhar alguns indicadores, em uma
ação de vigilância contínua. Entre esses indicadores, vigora o de taxa de mortalidade materna como uma
prioridade prevista no Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.
Atenção!
Os bancos de dados do SIM são avaliados semanal ou mensalmente com a finalidade de verificar o
cumprimento das diretrizes de redução desse indicador. Via de regra, todos os casos visualizados vão para
a Comissão de Mortalidade Materna local, para que as causas sejam discutidas entre os gestores e os
responsáveis pelo acompanhamento daquela gestante no nível local. Todas as inconformidades observadas
se transformam em oportunidades de melhoria, que, ao longo do tempo, serão traduzidas em manutenção
de níveis cada vez menores desse indicador.
Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc)
O Sinasc reúne os dados de nascimentos informados em território nacional. Esse sistema foi criado em
1990 e apresenta maior quantidade de dados do que o IBGE, que realiza esse levantamento a partir de
dados do registro civil no cartório. Esse banco agrupa também alguns dados adicionais como, por exemplo:

Peso ao nascer

Prematuridade

Idade da mãe

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Distribuição no território
A partir do levantamento realizado por esse banco, temos dados para criar políticas relacionadas à saúde da
mulher e da criança, com ações de atenção à gestante e ao recém-nascido. Além disso, são sinalizadas as
prioridades para esse grupo.
Por intermédio da assistência básica, toda gestante é encaminhada a alguma unidade de saúde para
realizar o acompanhamento pré-natal.
A partir do acompanhamento dos registros lançados no Sinasc, o gestor regional é capaz de filtrar os dados
de acordo com o baixo peso ao nascer.
Exemplo
Ao correlacionar repetidas ocorrências de baixo peso ao nascer com mulheres atendidas em determinada
unidade específica, é possível apurar onde o atendimento pré-natal não está sendo feito da maneira
adequada ou se há algum empecilho que dificulte o acesso das gestantes naquela situação específica.
Assim, dependendo do cenário, será possível propor alternativas e melhorias no processo para reduzir esse
indicador negativo de baixo peso ao nascer.
Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunizações (SI-PNI)
O SI-PNI realiza o registro das vacinas aplicadas e do percentual de cobertura vacinal de determinada
população ou faixa etária populacional, em um tempo definido e em uma área geográfica. Assim, possibilita
o controle do estoque de imunobiológicos, ferramenta crucial para programar sua aquisição e distribuição, e
permite a avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias.
Durante o período pandêmico da covid-19, iniciado em março de 2020, o SI-PNI se consolidou como
ferramenta fundamental na gestão de imunobiológicos e no controle da cobertura vacinal, tendo
disponibilizado dados que subsidiaram uma infinidade de políticas públicas tanto de incremento nas
restrições de contato social, como no afrouxamento dessas medidas, de acordo com o percentual de
cobertura vacinal de determinada população.
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Sistema de Informação da Atenção Básica
(Siab)
O Siab foi desenvolvido pelo Datasus em 1998 com a finalidade de realizar o levantamento das atividades
desenvolvidas no âmbito das equipes das unidades de saúde e sistematizar dados coletados pelos agentes
comunitários de saúde (ACS) nas visitas às comunidades. É a partir dos dados de produção do Siab que
ocorre a transferência de recursos financeiros do MS, sendo o sistema uma ferramenta muito importante.
Atualmente, o Siab funciona como um sistema de gestão dos sistemas de saúde em nível local, e traz
consigo conceitos muito caros à Estratégia de Saúde na Família (ESF), como a responsabilidade sanitária, o
território e o problema. Além disso, incorpora avanços significativos no campo da informação em saúde,
como, por exemplo:
1. avaliação de intervenções e visualização dos problemas de saúde da comunidade na perspectiva do
território (espacialização);
2. emprego mais ágil da informação colhida;
3. geração de indicadores com a capacidade de abranger todas as etapas de estruturação das ações de
saúde com base na identificação precoce de problemas.
Sistema de Avaliação Alimentar e Nutricional (Sisvan)
O Sisvan realiza o levantamento e monitoramento do estado nutricional de uma população. Atualmente,
existem grupos prioritários para o acompanhamento que englobam todas as gestantes em
acompanhamento pré-natal e as crianças entre 0 e 5 anos que frequentam a rede municipal de saúde.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Os sistemas de informação em saúde
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
SIS disponíveis no Brasil

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Vimos que os sistemas de informação em saúde são importantíssimos para diversos setores da saúde.
Sobre o SIS, analise as afirmativas e assinale a alternativa que traz uma informação correta.
A É um sistema informatizado de coleta de dados.
B
Permite a coleta e o monitoramento de dados, servindo de base para a análise dos
problemas de saúde da população.
C É importante apenas para avaliaro planejamento de recursos financeiros e humanos.
D É uma ferramenta que avalia apenas as doenças de notificação compulsória.
E
O SIS faz o levantamento de dados, mas não o acompanhamento dos resultados de ações
em saúde.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Os SIS abrangem elementos importantes para a administração, a assistência, o controle, a
avaliação, o orçamento e as finanças, o planejamento, os recursos humanos, a regulação, a saúde
suplementar e o geoprocessamento em saúde, garantindo a avaliação constante da situação de
saúde de determinada população, além de acompanhar sistematicamente os resultados das
ações de saúde implementadas. A coleta de dados não precisa ser feita de forma informatizada.
Questão 2
A taxa de mortalidade materna é um indicador muito utilizado no âmbito da gestão para medir a qualidade
da assistência prestada no pré-natal. Esse indicador correlaciona o número de óbitos relacionados a
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gravidez, parto e puerpério no período e o número de nascidos vivos no mesmo período. Quais SIS podemos
utilizar para obter esses dados?
A Sinasc e SI-PNI.
B Siab e Sisvan.
C SIM e Sinasc.
D Sisvan e SIM.
E SIM e SI-PNI.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O sistema responsável por informar as mortes e suas causas é o SIM, e de lá obteremos as
informações que relacionam o óbito às causas relacionadas à gravidez. Já o Sinasc é o sistema
responsável por fornecer informações acerca do número de nascidos vivos, que será utilizado
para estabelecer o índice de mortalidade materna.

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3 - Medidas de controle, promoção e prevenção de
doenças e agravos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os tipos de prevenção e promoção à
saúde.
Resposta social aos problemas de saúde
Em linhas gerais, a função da saúde pública começa com a verificação da realidade e orienta a efetivação
de mudanças na saúde da população. Nesse sentido, a epidemiologia contribui de forma sistemática, tendo
a observação, a quantificação, a comparação e a proposição como princípios básicos do seu processo
institucional e de uma atitude profissional positiva.
A saúde da população é um processo de decisões pessoais, históricas e sociais. O entendimento de que os
determinantes da saúde existem e funcionam em diferentes níveis da organização, desde o nível celular até
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o nível ambiental, colaborou para a ampliação do conceito de saúde, o que desencadeou novos paradigmas
para a prática da saúde coletiva.
Além da necessidade de incorporar essa visão ampliada da saúde na resposta social, há também a
necessidade de um melhor ajuste dessa resposta devido às transformações estruturais surgidas com a
globalização e às mudanças demográficas e epidemiológicas ocorridas em determinada população.
Entre as possíveis respostas sociais, encontram-se:
A modernização da máquina pública
O reconhecimento das funções de gestão em saúde
A descentralização da tecnologia
A administração de �nanças
As mudanças tecnológicas
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A concepção ampliada de saúde destaca as características multidimensionais, enfatizando que a saúde não
se reduz apenas à ausência de doenças, mas se refere à presença de qualidade de vida, introduzindo o
conceito de promoção à saúde.
A Constituição Federal de 1988 define que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Essa diretriz
constitucional tomou como base as recomendações presentes na Carta de Ottawa (1986), que apregoa que
qualidade de vida não se resume à ausência de doença, mas se refere à manutenção de um estado de bem-
estar físico, mental e social.
Portanto, a saúde passa a ser encarada como um recurso da vida diária, em vez de ser uma meta da vida,
transformando-se em um estado de bem-estar. Nessa perspectiva, o objetivo da saúde pode ser resumido
em quatro garantias:

Acesso à saúde para todos

Melhoria da qualidade da vida

Redução da mortalidade

Redução da morbidade
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A Carta de Ottawa aponta a resposta social para as demandas de saúde, com uma visão multidimensional,
alicerçada em cinco grandes áreas, apresentadas a seguir.
Assegurar a expansão de uma conjuntura pública favorável à promoção da saúde. Isso parte desde
uma alimentação mais saudável oferecida àqueles que são alimentados pelo Estado (colégios e
creches), passando pela geração de conhecimento e pelo desestímulo do uso de álcool, tabaco e
drogas ilícitas, por distribuição de renda, capacitação da mão de obra e conscientização sobre
diversidade e gênero.
Criar toda uma estrutura que possa produzir efeitos positivos em termos de saúde em diversos
aspectos, sendo eles sociais, físicos, econômicos, culturais e até mesmo espirituais. O indivíduo
precisa se sentir parte de algo maior, acolhido e amparado, o que corrobora para o ideal de bem-
estar. Bons exemplos são as ações de higiene ocupacional, políticas de segurança pública, acesso
ao esgotamento sanitário e políticas públicas de lazer.
Representa as atividades oriundas do voluntariado em razão do bem comum de toda uma
sociedade. São ações desempenhadas por organizações sem vínculo com os demais setores
(estado e mercado), sem fins lucrativos e que podem estabelecer parcerias e receber investimentos
(públicos e/ou privados). O fomento visa incentivar o envolvimento dos grupos comunitários na
definição de prioridades e tomada de decisões que afetam a saúde coletiva.
Estimular e desenvolver habilidades pessoais e gerar conhecimento para adequar o cidadão ao
mundo globalizado e tecnológico, por exemplo, tendo como objetivo não só a capacitação para a
vida profissional, mas também para enfrentar os desafios da vida, ampliar a percepção em saúde e
Desenvolvimento e implantação de políticas públicas saudáveis 
Estabelecimento de redes de apoio 
Fomento ao terceiro setor 
Capacitação cidadã 
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tudo o que pode ser considerado uma ameaça ao bem-estar e que antes não era compreendido
como tal.
Representa a mudança da rede de saúde para que o indivíduo seja entendido e atendido de forma
integral, objetivando a promoção da saúde desde o momento em que ainda não exista a presença da
doença. Entre as medidas, podem ser citadas as visitas domiciliares no nível da atenção básica para
o acompanhamento do indivíduo antes mesmo da ocorrência de qualquer doença ou agravo,
tratamento de acamados dentro de suas próprias residências e outros.
Medidas de prevenção
Com base nos alicerces conceituais epidemiológicos, é importante saber diferenciar e identificar os
métodos estratégicos de prevenção e controle de doenças. Existem métodos de controle que atuam no nível
do indivíduo e outros que atuam no nível da população (coletivo), pois a origem da doença no coletivo parte
de uma complexa interação entre os fatores individuais, devido aos diversos contextos envolvidos (culturais,
políticos, biológicos, econômicos, físicos, sociais, históricos, ambientais e outros).
O nível individual, seus métodos de prevenção e controle de tudo aquilo que atua como causador de alguma
doença ou agravo, tem suas ações focadas no indivíduo, com atenção paraos grupos mais vulneráveis. Já o
nível populacional tem suas ações centradas nas populações. Cabe ressaltar que alguns fatores
considerados relevantes para o adoecimento de indivíduos podem não ser relevantes em nível populacional.
A seguir, vemos um gráfico que mostra a diferença de estratégia dos métodos de controle de doenças e
agravos no indivíduo ou na população.
Redirecionamento dos serviços de saúde 
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Medidas de controle individual (esquerda) e populacional (direita).
Ao observar o gráfico, anteriormente, percebemos que, ao realizar medidas de controle individuais (gráfico
da esquerda), apenas os grupos vulneráveis (grupos de alto risco representados pela curva vermelha) são
favorecidos, o restante da população permanece com o mesmo risco de adoecer. Entretanto, quando as
medidas de controle atingem toda a população (gráfico da direita), a prevalência da doença diminui
coletivamente. Observamos isso por meio do deslocamento da curva para esquerda (curva preta). Assim, há
redução do risco em todos os níveis da população.
Nesse contexto, como decidir se as medidas de controle devem ser individuais ou coletivas? Vamos ver a
seguir duas situações.
Medidas de controle individuais
Quando é possível identificar com certo grau de precisão qual é a população mais afetada por
determinado agravo, as ações de saúde se concentram nela. Como exemplo, a vacinação contra o
rotavírus tem como público-alvo crianças de dois a quatro meses de idade (população-alvo específica).
Medidas de controle coletivas
Quando o risco estiver difundido por toda a população de maneira mais homogênea, não sendo
possível identificar grupos mais vulneráveis, ou mesmo se esses grupos específicos não existirem, é
indicada a abordagem em nível populacional. Como exemplo, estratégia de adição de flúor na água,
trazendo como benefício a redução da incidência de cáries em toda a população.
Dessa forma, a decisão pelo controle dos fatores de risco partirá da análise da prevalência da exposição
nociva, justificando a implantação da ação em nível populacional. Esse é o impacto populacional potencial e

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o que torna algum agravo um problema de saúde pública, pois o que se mede não é a força de associação
ao dano individualmente, e sim o impacto causado a toda uma população.
Isso faz com que muitas doenças até mais graves e mais raras não tenham uma política pública em seu
favor, pois o número de indivíduos que seriam alcançados por ela não representaria uma redução
significativa em números absolutos, implicando um gasto público maior para um quantitativo reduzido de
indivíduos alcançados.
Saiba mais
Mulheres com idade acima dos 40 anos apresentam um risco 20 vezes maior de ter um filho portador da
síndrome de Down (trissomia do 21), contudo, mais de 50% dos casos dessa síndrome são observados em
mulheres com idade inferior a 30 anos. Dessa forma, vemos que “um grande número de pessoas de baixo
risco pode produzir mais casos de doença do que um pequeno número de pessoas de alto risco” (BRASIL,
2010).
Nesse caso, a abordagem de grupos de alto risco não é suficiente para controlar o problema. A adoção de
estratégias em níveis populacionais exige que muitas pessoas tomem medidas preventivas para controlar a
ocorrência de doenças em um número reduzido de indivíduos.
O entendimento dos padrões de doenças e atividades de saúde pública mostra que as grandes alterações
na ocorrência de doenças em uma população são, repetidamente, consequências de modificações nos
determinantes dessas doenças e em seus fatores de risco.
Uma prova disso foi a grande estratégia de marketing das fabricantes de cigarros durante o século XX,
segundo a qual o ato de fumar era associado à liberdade, ao poder e à prosperidade. Essa massificação
midiática do tabagismo, promovida pela indústria, fez com que uma doença considerada rara, como o
câncer de pulmão, fosse uma das causas de morte mais importantes da metade para o fim do século.
Por exemplo, a indústria de tabaco investiu na produção do cigarro para mulheres, relacionando-o à beleza e
ao empoderamento feminino.
Conhecendo a história natural da doença e a sua dinâmica, conseguimos classificá-la, mensurar sua
importância e traçar estratégias de prevenção e controle. A capacidade de resposta do sistema de serviços
de saúde irá definir se o agravo está na sua esfera de controle e se essa ação de controle impactará
positivamente a saúde da população.
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Em linhas gerais, a prevenção é classificada em quatro níveis em relação às diferentes fases de
desenvolvimento da doença:
Visa prevenir o surgimento e a consolidação de padrões de vida, sejam sociais, culturais ou
econômicos, que possam aumentar o risco de adoecimento. Esse nível de prevenção teve seu
reconhecimento há pouco tempo e tem se mostrado absolutamente relevante no entendimento dos
determinantes da saúde em populações. Podemos citar como ações: políticas públicas de
redistribuição de renda, controle da qualidade do ar e da água, estabelecimento de uma dieta
nacional a ser servida em instituições, como colégios e creches públicas, campanhas antitabagismo
para não fumantes e outros. Em síntese, são estratégias que visam impedir a ocorrência do fator de
risco em nível coletivo.
Atua modificando o grau de exposição já existente aos fatores de risco dos agravos, limitando sua
ocorrência. São as medidas de proteção à saúde individuais ou comunitárias, vacinação, tratamento
térmico do leite (UHT), cloração da água, campanhas para uso correto do preservativo, campanhas
antitabagismo para fumantes. Tanto ações no nível individual como aquelas executadas no nível
populacional estão associadas à prevenção primária.
Baseia-se na detecção precoce de doença já estabelecida, na cura do indivíduo e na redução das
consequências mais graves da doença. O objetivo é reduzir complicações decorrentes da doença e
sua mortalidade, e não a redução de sua incidência (ocorrência), uma vez que as medidas de
prevenção secundárias iniciam com o indivíduo já sabidamente doente. Exame citopatológico de
colo uterino, mamografia de rotina e campanhas como Outubro Rosa e Novembro Azul
(conscientização do câncer de mama e próstata, respectivamente) são exemplos de ações de
prevenção secundária.
Prevenção primordial 
Prevenção primária 
Prevenção secundária 
Prevenção terciária 
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Consiste em limitar a progressão e as complicações de uma doença já instalada e clinicamente
detectável, por intermédio de ações que têm por objetivo a redução de sequelas e deficiências,
abrandando a dor e o sofrimento e contribuindo para a adequação dos pacientes e sua nova
realidade a seu antigo cotidiano. Um dos aspectos característicos é a reabilitação, que está
intimamente associada ao próprio tratamento da doença e, por isso, muitas vezes, é difícil se
dissociar dele.
Veja, a seguir, um resumo dos quatro níveis gerais de prevenção.
Nível de prevenção
Fase da história
natural de
enfermidades
População – Objeto Exemplo
Primordial
Determinantes
distais
População total
Medidas redistributivas
da renda econômica
Primária
Determinantes
proximais
População total ou
grupo de “alto-
risco”
Imunização ou
quimioprofilaxia de
contatos
Secundária
Estágio pré-clínico
ou clínico prévio
Pacientes
Busca de sintomáticos
respiratórios
Terciária
Estágio clínico
avançado
Pacientes
Controle de infecções
oportunistas em
pacientes com AIDS
Quadro: Resumo dos quatro níveis gerais de prevenção. 
Adaptado de: Beaglehole,2008.
Você sabia que ainda temos um quarto nível de prevenção?
Esse quarto nível é chamado de prevenção quaternária. É relativamente recente e ainda não figura
como uma política pública de saúde.
Explicação 
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Devido ao fácil acesso à internet e à extensa disponibilidade de informação sobre o mundo médico,
é muito comum que o paciente se autodiagnostique e se automedique antes mesmo de procurar a
opinião de um especialista. De outra forma, não é difícil encontrar profissionais da área da saúde
que, não entendendo por completo a situação clínica e o histórico médico do paciente, muitas vezes
prescrevem medicamentos desnecessários. Embora pareça fácil de resolver, esses dois exemplos
mostram que mais atenção é necessária no processo de diagnóstico e cuidado.
Tendo esse novo problema em mente, o médico belga Marc Jamoulle introduziu, em 1999, o termo
“prevenção quaternária”, que busca identificar a população ou pessoa sob risco de
supermedicalização, evitando uma intervenção médica excessiva, sugerindo maneiras científicas e
eticamente aceitáveis como alternativa, possibilitando que os pacientes possam tomar decisões
independentes, sem a geração de falsas expectativas, tendo conhecimento das vantagens e
desvantagens dos métodos diagnósticos ou terapêuticos propostos. Exemplo: Cuidados paliativos
em portadores de câncer terminal, que colaboram para a redução do sofrimento do próprio doente,
bem como de seus familiares.
Medidas de controle
Tradicionalmente, o termo controle é definido como uma série de cuidados, determinações, estratégias ou
operações consecutivas e estruturadas que visam reduzir a incidência e a prevalência de doenças a um
nível aceitável, para que não sejam mais consideradas questões de saúde pública. Essa é a importância
absoluta da vigilância em saúde pública: determinar se a situação está sob controle em determinado
momento na linha do tempo.
A expressão “controle” assumiu diversos usos, cada um com implicações e entendimentos diferentes em
saúde pública. Conseguimos identificar pelo menos dois aspectos que destacam o significado prático do
termo: um aspecto ocasional e o outro temporal, que depende da situação na qual opera o controle. Veja a
seguir essas duas situações.
Situação de epidemia 
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Nesta situação, o controle ganhará o significado de alcançar rapidamente uma curva descendente,
podendo estancar a epidemia (retornar à incidência aos níveis pré-epidêmicos). Nesse contexto, o
aspecto temporal do termo “controle” abrange o curto prazo.
Nesta situação, o sentido do termo “controle” está relacionado à dimensão temporal de curto ou de
longo prazo. Em curto prazo expressa a estabilidade da situação não epidêmica, isto é, foi possível
preservar o número observado de casos igual ao número esperado (ausência de casos ou nível
endêmico). Já em longo prazo implica a diminuição do risco de adoecer da população (diminuição
da incidência) a níveis que não signifiquem um problema de saúde pública (ou seja, a definição
clássica).
As medidas de controle são dependentes dos seguintes aspectos:

Políticas sociais

Situação econômica

Redes de apoio

Modelo cultural (cada comunidade)
As medidas de controle são dependentes de políticas sociais, da situação econômica, das redes de apoio e
do modelo cultural de cada comunidade. Dessa forma, a resposta social às questões de saúde deve incluir
intervenções amplas e ser cultural e socialmente sensível.
Em nível local, os serviços de saúde precisam tanto manter a vigilância dos indivíduos, intervindo caso a
caso, de acordo com suas demandas pessoais, com o controle sendo feito pelo serviço de saúde, como
Situação não epidêmica (endêmica) 
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também devem ter um olhar no nível populacional, formulando estratégias e ações e aplicando as medidas
de controle de doenças e agravos a partir de ações de saúde minucioasamente planejadas. É nesse
contexto que a epidemiologia desempenha sua função primordial, que é a investigação de fatores de risco e
correlações até então desconhecidas pela ciência.Tradicionalmente, as medidas de prevenção podem ser
as descritas a seguir:
Controle de doenças
Tem como objetivo alcançar o controle da doença, isto é, reduzir a incidência a um nível em que deixe de ser
um problema de saúde pública. As medidas de controle visam, inicialmente, reduzir a morbimortalidade. O
grau de controle depende da doença, dos recursos usados e da atitude das pessoas. Um exemplo é o
acompanhamento de pacientes respiratórios sintomáticos, que têm se mostrado uma medida eficaz na
detecção de casos de tuberculose, com o objetivo de reduzir a prevalência da tuberculose e, em menor grau,
sua incidência.
24 de março, Dia Mundial da Tuberculose.
Eliminação de doenças
Adoção de medidas populacionais destinadas a eliminar determinada doença por meio da eliminação da
causa que leva a seu desenvolvimento. Por exemplo, em áreas urbanas onde o Aedes aegypti está presente,
e mesmo que não haja transmissão do vírus da febre amarela ou da dengue, a presença do portador por si
só constitui um risco potencial. Em contrapartida, o sarampo representa um modelo de doença que está
sendo eliminado nas Américas.
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19 de novembro, Dia Nacional de Combate ao mosquito Aedes aegypti.
Erradicação de doenças
Eliminação tanto da doença como de sua causa (fatores de risco), principalmente dos patógenos. É preciso
enfatizar que a erradicação de uma doença em escala global tem um significado real. Por exemplo, embora
a poliomielite tenha sido “erradicada” das Américas, casos eventualmente importados de áreas infectadas
podem afetar os esforços de erradicação. Até agora, somente a varíola é considerada erradicada no mundo.
24 de outubro, Dia Mundial da Poliomielite.
Tipos de ações de prevenção e controle
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As ações de saúde pública são realizadas por meio de ações estratégicas ou campanhas específicas, com
foco em toda a população. Exemplos de programas geralmente executados no nível local de saúde são:
Programas de saúde da família
Plano Nacional de Imunização
Às vezes, devido a surtos, epidemias ou emergências, é necessário o uso intensivo de mão de obra e
recursos materiais em um tempo definido e limitado; essa é a característica das campanhas como as de
vacinação.
Resumindo
As ações de controle de doenças são organizadas em torno de quatro níveis básicos de prevenção. Por sua
vez, as medidas de controle podem ter como alvo indivíduos ou grupos de pessoas, ou podem ter o objetivo
de controlar, eliminar ou erradicar doenças e agravos.
Do ponto de vista operacional, especialmente no controle de doenças infecciosas, as medidas tomadas
também são diversas devido aos diferentes cenários de aplicação. Assim, é possível distinguir entre:
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Medidas de controle de surto
Resposta a condições de alerta epidêmicas
Medidas de controle de doenças permanentes
Resposta a condições de alerta endêmicas
Na prática, as medidas de controle de doenças infecciosas são agrupadas de acordo com os elos básicos
da cadeia de transmissão, são elas:
1. as medidas de prevenção direcionadas aos patógenos, reservatórios humanos, animais ou ambientais;
2. as medidas direcionadas à porta de saída, à via de transmissão, à porta de entrada e ao hospedeirosuscetível.
Medidas de controle
Neste vídeo, o especialista Fábio Rebouças, Mestre em epidemiologia, apresenta as diferentes medidas de
controle empregadas para controlar e eliminar uma doença ou agravo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
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Módulo 3 - Vem que eu te explico!
A resposta social aos problemas de saúde
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Medidas de prevenção
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Medidas de controle
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Vimos que a saúde passa a ser encarada como um recurso da vida diária, em vez de ser uma meta da vida,
transformando-se em um estado de bem-estar. A Carta de Ottawa aponta a resposta social para as
demandas de saúde, com uma visão multidimensional, alicerçada em cinco grandes áreas. Sobre esse
assunto, analise as afirmativas a seguir:
I. O fomento ao setor terciário visa pagar os voluntários para realizarem ações em saúde.
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II. Houve uma mudança da rede de saúde para que a população seja atendida de forma individualizada.
III. A capacitação visa estimular e desenvolver habilidades pessoais e gerar conhecimento para adequar o
cidadão ao mundo globalizado e tecnológico.
É correto o que se afirma em
A I, apenas.
B II, apenas.
C III, apenas.
D I e II, apenas.
E II e III, apenas.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A afirmativa III está correta. A partir da reformulação do conceito de saúde-doença, houve uma
mudança na visão da saúde. Nesse contexto, houve uma reorganização dos serviços da saúde,
para que a população seja atendida de forma integral, objetivando a promoção da saúde desde o
momento em que ainda não exista a presença da doença. O terceiro setor representa as
atividades oriundas do voluntariado em razão do bem comum de toda uma sociedade. O fomento
visa incentivar o envolvimento dos grupos comunitários na definição de prioridades e tomada de
decisões que afetam a saúde coletiva.
Questão 2
As medidas de prevenção envolvem diversos aspectos relacionados à história natural da doença e podem
ser empregadas para manter a saúde de uma população em um nível adequado para que ela não adoeça,
melhorar o diagnóstico, promover um melhor tratamento para doentes e auxiliar na recuperação daqueles
em curso final do agravo. Tomando a prevenção terciária como exemplo, a qual público ela deve ser
prioritariamente dirigida?
A A toda a população, como mudança de hábitos.
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Considerações �nais
Ao longo deste conteúdo, vimos que a vigilância epidemiológica é a ferramenta responsável pelo
levantamento e pela alimentação de bancos de dados, que serão transformados em informação em saúde.
Esses bancos de dados compõem os sistemas de informação em saúde e é a partir desses sistemas que
serão colhidas as informações para o pensamento e o planejamento de políticas públicas de saúde.
Conhecendo o território e a população que ali reside, as instâncias gestoras terão a capacidade de criar e/ou
adaptar projetos visando o bem-estar da comunidade e estabelecendo metas de promoção e prevenção à
B A pacientes portadores assintomáticos.
C A toda a população, como uma política de saúde.
D A pacientes portadores de doença ou agravo já conhecido.
E A indivíduos saudáveis, mas sob risco de adoecer.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A prevenção terciária tem a finalidade de diminuir (em nível individual ou coletivo) os prejuízos
decorrentes de um problema agudo ou crônico, incluindo reabilitação. Como exemplo, é possível
citar as complicações do diabetes não tratado, a reabilitação do paciente pós-infarto agudo do
miocárdio ou AVC, entre outros.

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saúde. Esse é um conjunto de sistemas que se retroalimenta todos os dias, unindo diversos pontos do fluxo
da saúde, proporcionando à rede informações de qualidade, que refletirão em mais saúde para a população.
Podcast
Neste podcast, o especialista Fábio Rebouças, Mestre em epidemiologia, entrevista Aline Albuquerque, que
fala sobre sua experiência em vigilância epidemiológica.
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Referências
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Panamericana de la Salud, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da
Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Consultado na internet em: 16 nov. 2021.
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2010. P. 12-13 Consultado na internet em: 16 nov. 2021.
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– CBVE. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Consultado na internet em: 16 nov. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Consultado na
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GONÇALVES FERREIRA, S. M. Sistemas de informação em saúde: conceitos fundamentais e organização.
[S. l.]: NESCON/FM/UFMG, 1999. Consultado na internet em: 16 nov. 2021.
LEAVELL, H.; CLARK, E. G. Medicina preventiva. São Paulo: McGraw-Hill, 1976. 744p.
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REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÃO PARA A SAÚDE. Indicadores básicos para a saúde no Brasil:
conceitos e aplicações. 2. ed. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. Consultado na internet
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ROSE, G. La estrategia de la medicina preventiva. Barcelona: Masson, 1994.
ROUQUAYROL, Z. M; Almeida Filho, N. Epidemiologia e saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2009.
Explore +
Leia sobre a primeira conferência internacional sobre promoção de saúde, que aconteceu em 1986, em
Ottawa, disponível no site da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde.
Leia o artigo de Heidmann e colaboradores (2006): Promoção à saúde: trajetória histórica de suas
concepções, disponível no portal SciELO. Nesse texto, você encontra uma revisão sobre as cartas e
declarações a respeito da estratégia e promoção da saúde.
Acesse, no site da Organização Pan-Americana da Saúde, o documento Módulos de princípios de
epidemiologia para o controle de enfermidades. Método contemporâneo de investigação epidemiológica —
doença dos legionários e o processo investigativo para sua descoberta. Conheça um estudo de caso muito
interessante para seu aprendizado.
Realize uma rápida busca na internet por Fichas de notificação Sinan para ter acesso a uma infinidade de
fichas existentes para os mais diversos agravos notificáveis e se familiarizar com os itens que devem ser
preenchidos quando da notificação de algum agravo.
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