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Resumo Aula 15 2 - Concordância

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1Curso	Ênfase	©	2020
Língua	Portuguesa	–	Rachel	Ribeiro
Visão	Detalhada	Sobre	Concordância	-	Parte	I
Olá!	 Nesta	 unidade	 de	 aprendizagem	 nós	 vamos	 conversar	 sobre
concordância.
2Curso	Ênfase	©	2020
	
O	verbo,	em	regra,	deve	concordar	com	o	sujeito	da	oração.	Essa	é	a
regra	de	concordância.
3Curso	Ênfase	©	2020
Então,	 você	 vai	 ter	 de	 aprender	 e	 vai	 ter	 de	 se	 preocupar	 em
identificar	o	sujeito	da	oração.
Você	se	lembra	de	que	quando	você	quer	identificar	o	sujeito,
você	 pergunta	 ao	 verbo:	 "Quem"	 +	 (verbo)	 ou	 "	 o	 que"	 +
(verbo)?
A	 partir	 disso,	 você	 vai	 fazer	 a	 concordância	 do	 verbo	 com	 esse
sujeito.
EXEMPLO:	O	juiz	deferiu	o	pedido	do	advogado	de	defesa.
Quem	deferiu	o	pedido?
O	juiz.	Sujeito:	o	“juiz”.	Esse	termo	está	no	singular	e	o	verbo	tem	que
ficar	no	singular	para	concordar	com	ele.
Quem	deferiu?
O	juiz,	o	juiz	deferiu	o	pedido.
EXEMPLO:	 O	 promotor	 e	 o	 advogado	 não	 concordaram	 com	 a
sentença.
Quem	não	concordou	com	a	sentença?
O	promotor	e	o	advogado.	Tudo	 isso	é	o	sujeito.	Eu	tenho	um	sujeito
chamado	 composto,	 porque	 eu	 tenho	 dois	 núcleos,	 “promotor”	 e
“advogado”.	Então,	o	verbo	tem	de	ir	para	o	plural	concordando	com
esses	dois	núcleos.
4Curso	Ênfase	©	2020
Nós	 vamos	 ver	 alguns	 casos	 especiais	 ou	 casos	 particulares.	 Vamos
dar	 uma	 olhada	 naqueles	 principais	 casos	 que	 aparecem	 em
concursos	públicos.
O	 primeiro	 deles	 é	 aquele	 em	que	 encontramos	 um	 sujeito	 partitivo
ou	coletivo.
O	que	é	isso?
É	aquele	sujeito	que	representa	uma	parte	de	um	todo.
“Não	entendi,	Raquel”
“A	 maioria	 de”,	 “grande	 parte	 de”,	 “pequena	 parte	 de”.	 Essas
expressões	 partitivas	 ou	 coletivas,	 a	 “multidão”,	 seguida	 de	 um
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substantivo	no	plural,	o	verbo	vai	poder	ficar	no	singular	ou	no	plural.
EXEMPLO:	A	maioria	dos	candidatos	compareceu	/	compareceram	à
revisão	para	prova.
Quem	é	o	núcleo	desse	sujeito?	Quem	compareceu?
A	maioria	dos	candidatos.
Cadê	o	núcleo	desse	sujeito?
Maioria.	O	núcleo	do	sujeito	é	“maioria”.	Não	pode	ser	“candidatos”,
porque	o	núcleo	do	sujeito	não	pode	ser	preposicionado.
Se	o	verbo	concordar	com	o	núcleo	do	sujeito,	que	essa	é	a	regra,	ele
vai	ficar	no	singular.
"A	maioria	compareceu".
Só	 que	 eu	 tenho	 um	 substantivo	 que	 está	 preposicionado	 “dos
candidatos”	no	plural.	Neste	 caso,	 eu	posso	 concordar	 com	o	núcleo
ou	com	esse	substantivo	no	plural.	Escrevendo	com	"pareceram":
EXEMPLO:	A	maioria	 dos	 candidatos	 compareceram	 à	 revisão	 para
prova.
O	que	vai	acontecer?
Eu	 tenho	 dupla	 possibilidade,	 singular	 ou	 plural.	 Isso	 só	 é	 possível,
porque	esse	núcleo	do	sujeito	tem	essa	ideia	partitiva	ou	coletiva.
6Curso	Ênfase	©	2020
O	que	seria	partitiva?
A	maioria.	 Quando	 eu	 digo	 “a	maioria	 dos	 candidatos”	 é	 uma	 parte
dos	 candidatos.	 Então,	 quando	 eu	 tiver	 esse	 núcleo	 partitivo	 ou
coletivo	seguido	de	um	substantivo	no	plural,	eu	posso	concordar	com
o	 núcleo	 no	 singular	 ou	 com	 substantivo	 no	 plural.	 As	 duas	 formas
estão	corretas.
EXEMPLO:	A	maioria	dos	candidatos	compareceu	/	compareceram	à
revisão	para	prova.
Cuidado,	que	se	eu	tivesse	apenas	“a	maioria”,	eu	não	poderia	colocar
o	verbo	no	plural.
EXEMPLO:	A	maioria	compareceu	à	revisão	para	prova.
7Curso	Ênfase	©	2020
Outro	caso,	essas	expressões	que	significam	ideia	aproximada:	“Cerca
de”,	“perto	de”,	“menos	de”,	“mais	de”.	Quando	ela	estiver	seguida	de
um	 numeral	 +	 substantivo,	 o	 verbo	 vai	 concordar	 com	 esse
substantivo.	Você	pode	 ter	 visto	 concordar	 com	o	numeral,	 e	 vai	dar
no	mesmo	se	concordar	com	o	numeral	ou	com	substantivo,	porque	o
substantivo	 e	 o	 numeral	 vão	 estar	 concordando,	 obrigatoriamente.
Então,	vai	concordar	com	o	substantivo	ou	com	o	numeral.
“Raquel,	não	entendi”.
Veja	o	exemplo:
EXEMPLO:	Mais	de	um	aluno	acertou	a	questão.
“Mais	 de”	 é	 uma	 expressão	 aproximativa,	 que	 dá	 uma	 ideia
aproximada,	não	é	certa.	Não	foi	1	aluno,	foi	mais	de	1.
Quantos	foram?
É	uma	ideia	aproximada.	“Um”	é	numeral	e	“aluno”	é	o	substantivo.	O
numeral	 e	 o	 substantivo	 vão	 estar	 sempre	 concordando.	 Então,	 “um
aluno	acertou”,	o	verbo	vai	concordar	com	esse	substantivo,	que	está
concordando	com	o	numeral.	É	óbvio.
“Raquel,	mas	quando	eu	falo	mais	de	um	aluno,	eu	não	tenho
uma	ideia	de	plural	de	mais	de	um	aluno,	não	são	2,	3	ou	4?”
Sim,	 mas	 a	 gente	 não	 está	 fazendo	 a	 concordância	 com	 a	 ideia.	 A
gente	 está	 fazendo	 a	 concordância	 com	 o	 que	 está	 escrito.	 Então,	 o
substantivo	está	no	singular,	o	verbo	vai	ficar	no	singular.
8Curso	Ênfase	©	2020
EXEMPLO:	Cerca	de	cem	candidatos	entregaram	currículo.
“Cem	 candidatos”	 plural,	 então,	 o	 verbo	 vai	 ficar	 no	 plural,
“entregaram”.
Sempre	que	aparecer	uma	expressão	para	se	aproximativa,	“mais	de”,
“menos	de”,	“perto	de”,	“cerca	de”,	seguida	de	numeral	e	substantivo,
o	verbo	vai	concordar	com	o	substantivo.
Se	eu	falasse:
EXEMPLO:	Menos	de	dois	alunos	compareceram	à	reunião.
“Menos	 de	 dois	 alunos”,	 você	 teria	 que	 colocar	 o	 verbo	 no	 plural:
“compareceram”.
Quantos	alunos	compareceram?
Um	só,	mas	eu	tenho	que	colocar	o	verbo	no	plural,	concordando	com
“alunos”.
9Curso	Ênfase	©	2020
Continuando,	nomes	que	só	existem	no	plural.
É	óbvio	que	o	verbo	vai	concordar	e	vai	ficar	no	plural?
Não.	Vai	concordar	com	o	artigo	que	vier	precedendo.
“Não	entendi”.
“Os	 Estados	 Unidos”,	 quando	 você	 coloca	 esse	 artigo	 antes	 de
"Estados	 Unidos",	 você	 vai	 ter	 que	 colocar	 o	 verbo	 no	 plural
concordando	com	ele.
EXEMPLO:	Os	Estados	Unidos	estão	preocupados	com	a	China.
Se	você	não	puser	o	artigo:
“Minas	 Gerais”,	 não	 é	 sempre	 que	 você	 escreve	 com	 o	 artigo:	 “as
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Minas	 Gerais”.	 Então,	 você	 não	 colocou	 o	 artigo,	 “Minas	 Gerais”	 só,
você	coloca	o	verbo	no	singular.
EXEMPLO:	Minas	Gerais	possui	lugares	incríveis	para	relaxar.
Se	você	puser:
EXEMPLO:	As	Minas	Gerais	possuem	lugares	incríveis	para	relaxar.
Você	coloca	o	verbo	no	plural,	concordando	com	o	artigo.
Então,	quando	aparecer	algum	nome	que	só	exista	no	plural,	“Estados
Unidos”,	“Minas	Gerais”,	você	vai	concordar	com	o	artigo	que	precede
esse	nome	no	plural.
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Pronome	interrogativo	ou	indefinido,	quando	aparecer.	Se	o	pronome
interrogativo	 ou	 indefinido	 aparecer,	 um	 ou	 outro	 aparecer	 no
singular,	 o	 verbo	 vai	 ter	 de	 ficar	 no	 singular.	 Se	 o	 pronome
interrogativo	ou	o	pronome	indefinido	aparecer	no	plural,	o	verbo	vai
ter	de	ficar	no	plural,	mas	temos	que	tomar	cuidado.
EXEMPLO:	Qual	de	nós	fez	o	exercício.
“Qual”	 é	 pronome	 interrogativo	 no	 singular.	 Então,	 o	 verbo	 só	 pode
ficar	no	singular.	“Qual	de	nós	fez	o	exercício”,	só	posso	fazer	isso.	Eu
não	posso	colocar	o	verbo	no	plural	de	forma	alguma.
EXEMPLO:	Alguns	de	vós	viajaram	/	viajastes	no	feriado.
“Alguns”	 é	 um	 pronome	 indefinido	 que	 está	 no	 plural	 e	 está
acompanhado	do	pronome	“vós”.	Então,	eu	tenho	duas	possibilidades:
O	 verbo	 vai	 ter	 de	 ficar	 obrigatoriamente	 no	 plural,	 mas	 eu	 posso
concordar	com	“alguns”,	na	terceira	pessoa	do	plural.
EXEMPLO:	Alguns	de	vós	viajaram	no	feriado.
Ou	posso	concordar	com	“vós”,	na	segunda	pessoa	do	plural.
EXEMPLO:	Alguns	de	vós	viajastes	no	feriado.
Eu	 tenho	 essa	 dupla	 possibilidade,	 mas	 observe	 que,	 nas	 duas
possibilidades,	o	verbo	se	encontra	no	plural.
Então,	 pronome	 interrogativo	 ou	 indefinido	 no	 singular,	 verbo	 no
singular.	 Pronome	 interrogativo	 ou	 indefinido	 no	 plural,	 verbo	 no
plural.
12Curso	Ênfase	©	2020
Só	 que	 quando	 tiver	 no	 plural,	 você	 tem	 duas	 possibilidades:
concordar	 com	 o	 indefinido	 ou	 com	 termo	 que	 vier	 depois,	 com	 o
pronome	que	aparecer	depois.
Expressão	 que	 indica	 porcentagem.	 Cuidado:	 se	 estiver	 seguida	 de
substantivo,	 você	 possui	 duas	 possibilidades:	 Concordar	 com	 o
numeral	ou	com	osubstantivo.
EXEMPLO:	20%	da	população	votaram	/	votou	nesse	partido.
Eu	posso	concordar	com	“20%”.
EXEMPLO:	20%	da	população	votaram	nesse	partido.
Ou	posso	concordar	com	“população”.
13Curso	Ênfase	©	2020
EXEMPLO:	20%	da	população	votou	nesse	partido.
Eu	tenho	essas	duas	possibilidades.
Vamos	a	um	conteúdo	importante?
CONTEÚDO	IMPORTANTE
Veja	só:
Se	 essa	 porcentagem	 estiver	 acompanhada	 de	 um	 determinante,	 a
concordância	vai	se	dar,	obrigatoriamente,	com	o	numeral.
EXEMPLO:	Os	90%	da	turma	compareceram	à	aula.
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Eu	tenho	um	determinante,	que	a	gente	pode	chamar	de	modificador,
que	 é	 o	 artigo	 “os”.	 Então,	 eu	 tenho	 de	 fazer	 a	 concordância
obrigatoriamente	 no	 plural.	 Eu	 não	 poderia,	 de	 forma	 alguma,	 que
concordar	 com	 “turma”,	 “Os	 90%	 da	 turma	 compareceu”,	 eu	 não
posso.
Eu	tenho	que,	obrigatoriamente,	concordar	com	esse	determinante	e
com	esse	modificador	“os”,	que	pode	ser	um	pronome	demonstrativo,
pode	 ser	 pronome	 possessivo	 ou	 pode	 ser	 um	 artigo,	 como	 foi	 o
exemplo.
Continuando	 com	 os	 casos	 particulares.	 Pronome	 relativo	 “que”.
Quando	 aparecer	 um	 pronome	 relativo	 “que”,	 que	 você	 já	 estudou,
que	introduz	a	oração	subordinada	adjetiva:
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Qual	é	o	papel	do	pronome	relativo?
Retomar	o	termo	da	oração	anterior,	um	termo	antecedente.	O	verbo
vai	concordar	com	esse	termo	antecedente.
EXEMPLO:	Fui	eu	que	preparei	o	jantar.
Eu	 não	 poderia	 colocar	 de	 forma	 alguma:	 “Fui	 eu	 que	 preparou	 o
jantar.”	 	 O	 “preparei”	 vai	 concordar	 com	 o	 termo	 antecedente	 ao
pronome	 relativo,	 com	 o	 “eu”.	 Com	 o	 termo	 que	 o	 pronome	 relativo
está	retomando:	“Fui	eu	que	preparei”.
EXEMPLO:	Éramos	nós	que	fazíamos	os	relatórios.
“Nós	 fazíamos”,	 “Éramos	 nós	 que	 fazíamos”,	 o	 verbo	 vai	 concordar
com	o	pronome	“nós”,	com	antecedente	do	pronome	relativo	“que”.
Cuidado	 com	 a	 expressão	 “um	 dos	 que”	 ou	 “uma	 das	 que”.	 A
preferência	é	pelo	plural.
Por	quê?
Porque	 esse	 “que”	 é	 pronome	 relativo,	 que	 está	 retomando	 “dos”.
Significa	“um	daqueles	que”.	Esse	“dos”	é	a	contração	da	preposição
“de”	 com	 o	 pronome	 demonstrativo	 “aqueles”,	 que	 está	 sendo
representado	pelo	“os”.	O	“os”	pode	ser	um	pronome	demonstrativo,
equivalendo	a	“aqueles”.
Então,	 “um	 dos	 que”	 significa	 “um	 daqueles	 que”.	 Esse	 pronome
relativo	está	retomando	o	pronome	“aqueles”	e	o	verbo	fica	no	plural.
EXEMPLO:	Ele	foi	um	dos	que	socorreram	o	rapaz.
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Ele	 foi	 “um	 daqueles	 que”	 socorreram	 o	 rapaz.	 Esse	 “que”	 está
retomando	“aqueles”,	o	“os”.
O	pronome	relativo	“quem”.	Então,	com	o	pronome	relativo	“que”	você
concorda	com	o	termo	antecedente.	Com	o	pronome	relativo	“quem”
você	 tem	 duas	 possibilidades:	 concordar	 com	 o	 pronome	 “quem”	 ou
com	o	termo	antecedente.
EXEMPLO:	Fui	eu	quem	preparei	/	preparou	o	jantar.
Eu	posso	concordar	com	o	pronome	“eu”.
EXEMPLO:	Fui	eu	quem	preparei	o	jantar.
Eu	preparei,	ou
17Curso	Ênfase	©	2020
EXEMPLO:	Fui	eu	quem	preparou	o	jantar.
Quem	preparou,	concordando	com	o	“quem”.
As	duas	formas	estão	corretas.
Essa	fica	até	mais	esquisita,	veja:
EXEMPLO:	Éramos	nós	quem	fazíamos	os	relatórios.
Nós	fazíamos,	ou
EXEMPLO:	Éramos	nós	quem	fazia	os	relatórios.
O	“fazia”	concordando	com	o	“quem”.
As	duas	formas	estão	corretas.
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Pronome	de	tratamento,	esse	é	um	assunto	que	aparece	também	em
prova.	Quando	aparecer	um	pronome	de	 tratamento,	a	concordância
vai	 se	 dar	 na	 terceira	 pessoa,	 cuidado	 (principalmente	 com	 esses
pronomes	 de	 tratamento,	 como	 o	 pronome	 “vossa”).	 A	 pessoa	 fica
confusa.
EXEMPLO:	Vossa	Excelência	deseja	um	café?
Não	 é	 “Vossa	 Excelência	 desejais	 um	 café?”.	 É	 Vossa	 Excelência
“deseja”,	o	verbo	se	flexiona	na	terceira	pessoa,	como	se	fosse	“você”,
“você	deseja”.
Se	você	puser	o	pronome	de	tratamento	no	plural:
EXEMPLO:	Vossas	senhorias	podem	entrar	na	sala.
“Vossas	 senhorias	 podem”,	 você	 vai	 flexionar	 o	 verbo	 na	 terceira	 do
plural	e	não	na	segunda	do	plural,	como	se	fosse	“voz”.
Então,	sempre	que	aparecer	pronomes	tratamento	a	concordância	vai
se	dar	na	terceira	pessoa.
19Curso	Ênfase	©	2020
Verbos	 impessoais	 (você	 também	 já	 estudou	 isso	 algumas	 vezes)	 são
aqueles	verbos	das	orações	sem	sujeito.	O	verbo	“haver”	no	sentido	de
existir,	ocorrer,	acontecer,	o	verbo	“haver”	e	o	verbo	“fazer”	no	sentido
de	tempo	decorrido,	os	verbos	que	exprimem	fenômenos	da	natureza,
são	verbos	impessoais.
“Rachel,	o	que	vai	acontecer?”
Sempre	que	você	 tiver	um	verbo	 impessoal	 (ou	seja,	você	não	vai	 ter
sujeito	na	oração)	esse	verbo	vai	ficar	flexionado	na	terceira	pessoa	do
singular.
EXEMPLO:	Houve	problemas	durante	a	prova.
O	verbo	“haver”	está	no	sentido	de	que	existir,	ocorrer	ou	acontecer.
Então,	 eu	 não	 tenho	 sujeito	 nessa	 oração	 e	 o	 verbo	 tem	 que	 ficar,
20Curso	Ênfase	©	2020
obrigatoriamente,	no	singular.
EXEMPLO:	Há	dez	anos	não	o	vejo.
O	 verbo	 “haver”	no	 sentido	de	 tempo	decorrido.	Não	 tenho	 sujeito	 e
ele	fica	no	singular.
EXEMPLO:	Faz	cinco	meses	que	estou	de	dieta.
“Faz”	e	não	“fazem”	cinco	meses.	O	verbo	“fazer”	no	sentido	de	tempo
decorrido	não	possui	sujeito	e	fica	flexionado	na	terceira	do	singular.
EXEMPLO:	Choveu	muito	ontem.
Verbo	 que	 exprime	 fenômeno	 da	 natureza	 não	 possui	 sujeito.	 Então,
ele	fica	flexionado	na	terceira	pessoa	do	singular.
21Curso	Ênfase	©	2020
Agora,	cuidado:	verbo	posposto	ao	sujeito.	Veja	só:
EXEMPLO:	O	aluno	e	o	professor	discutiram	a	questão.
O	 verbo	 está	 depois	 do	 sujeito,	 só	 que	 esse	 sujeito	 é	 composto.	 Eu
chamo	a	atenção	de	vocês:	Sujeito	composto.
Quem	discutiu	a	questão?
O	aluno	e	o	professor.	Então,	eu	tenho	um	sujeito	composto	e	o	verbo
depois.	 Eu	 tenho	 que	 colocar	 o	 verbo	 no	 plural	 concordando,
obrigatoriamente,	com	esses	dois	núcleos.
Quando	 eu	 coloco	 o	 verbo	 antes	 do	 sujeito,	 tome	 cuidado,	 anteposto
ao	 sujeito	 composto,	 eu	 tenho	 duas	 possibilidades	 de	 concordância:
concordar	com	o	núcleo	mais	próximo	ou	com	os	dois	núcleos.
EXEMPLO:	Discutiu	ou	discutiram	a	questão	professor	e	alunos.
Eu	posso	concordar	só	com	“professor”:
EXEMPLO:	Discutiu	a	questão	professor	e	alunos.
“Discutiu”	concordando	com	“professor”	ou	“Discutiram”	concordado
com	“professor	e	alunos”.
EXEMPLO:	Discutiram	a	questão	professor	e	alunos.
Isso	só	é	possível	porque	o	sujeito	composto	está	depois	do	verbo,	está
posposto	ao	verbo.
22Curso	Ênfase	©	2020
Se	o	sujeito	composto	aparecer	antes	do	verbo,	o	verbo	tem	de	 ficar,
obrigatoriamente,	no	plural.	Só	se	o	sujeito	composto	aparecer	depois
do	 verbo	 que	 eu	 tenho	 essa	 dupla	 possibilidade	 de	 concordância:
concordar	 com	 o	 núcleo	mais	 próximo	 (é	 chamado	 de	 concordância
atrativa)	ou	concordar	com	os	dois	núcleos.
Vamos	a	um	conteúdo	importante?
CONTEÚDO	IMPORTANTE
Veja	só:
Mesmo	 o	 sujeito	 composto	 estando	 depois	 do	 verbo,	 se	 houver	 essa
ideia	de	reciprocidade,	o	verbo	tem	que	ficar	no	plural.
23Curso	Ênfase	©	2020
EXEMPLO:	Xingaram-se	jogador	e	torcedor.
Quem	se	xingou?
Jogador	 e	 torcedor.	 Um	 xingou	 ao	 outro	 é	 essa	 a	 ideia	 de
reciprocidade.	 Eu	 não	 poderia	 colocar	 aqui	 o	 verbo	 no	 singular,
concordando	 só	 com	 “jogador”.	 Então,	 se	 houver	 essa	 ideia	 de
reciprocidade,	 o	 verbo	 concorda,	 obrigatoriamente,	 com	 os	 dois
núcleos.
Continuando,	 núcleos	 de	 sujeitos	 são	 unidos	 pelo	 “com”	 e	 tem	 duas
possibilidades	pela	conjunção	“com”.
EXEMPLO:	O	 jornalista	 com	 o	 entrevistado	 elaboraram	 a	 pauta	 da
entrevista.
24Curso	Ênfase	©	2020
Veja	que	há	uma	diferença	para	o	exemplo	de	baixo.
EXEMPLO:	O	 jornalista,	 com	 o	 entrevistado,	 elaborou	 a	 pauta	 da
entrevista.
Eu	não	separei	por	vírgulas.
EXEMPLO:	O	 jornalista	 com	 o	 entrevistado	 elaboraram	 a	 pauta	 da
entrevista.
Eu	estou	dizendo	o	quê?
Que	o	jornalista	e	o	entrevistadoelaboraram.		
Eu	 chamo	 a	 atenção	 de	 vocês	 para	 o	 outro	 exemplo	 em	que	 “com	 o
entrevistado”	está	entre	vírgulas.
EXEMPLO:	O	 jornalista,	 com	 o	 entrevistado,	 elaborou	 a	 pauta	 da
entrevista.
Esse	 “com	 entrevistado”	 entre	 vírgulas	 deixa	 de	 integrar	 o	 sujeito.
Então,	 o	 verbo	 vai	 concordar	 só	 com	 “jornalista”.	 Esse	 “com	 o
entrevistado”	passa	a	trazer	uma	ideia	de	companhia,	foi	um	adjunto
adverbial	de	companhia.
Se	 eu	 isolar	 por	 vírgulas,	 o	 verbo	 vai	 ficar	 no	 singular	 concordando
com	o	“jornalista”.	Se	eu	não	separar	por	vírgulas,	eu	concordo	com
os	dois	núcleos,	porque	eu	vou	ter	um	sujeito	chamado	de	composto,
“jornalista	com	o	entrevistado”.	Então,	eu	 tenho	dois	núcleos,	sujeito
composto	e	verbo	no	plural.
25Curso	Ênfase	©	2020
Continuando,	 elementos	 do	 sujeito	 composto	 unidos	 por	 aposto
recapitulativo	 ou	 chamado	 de	 resumitivo.	 O	 verbo	 vai	 ficar	 no
singular.
EXEMPLO:	Roupas,	sapatos,	comida,	água,	tudo	foi	doado.
Esse	 “tudo”	 é	 o	 tal	 do	 aposto	 resumitivo	 ou	 recapitulativo,	 resume	o
que	foi	apresentado	antes.	O	verbo,	neste	caso,	vai	concordar	com	ele.
É	uma	exceção	à	regra,	porque,	em	regra:
O	verbo	concorda	com	quem?
Com	o	núcleo	 do	 sujeito.	Neste	 caso,	 o	 verbo	 concordou	 com	aposto
recapitulativo	e	fica,	obrigatoriamente,	no	singular.
Então,	vamos	a	mais	um	conteúdo	importante.
26Curso	Ênfase	©	2020
CONTEÚDO	IMPORTANTE
Veja	só:
O	verbo	+	a	partícula	“se”	(você	já	viu	isso	também).	O	“se”	pode	ser
pronome	indeterminador	do	sujeito	e	pode	ser	partícula	apassivadora.
Sempre	 que	 o	 “se”	 for	 indeterminador	 do	 sujeito,	 o	 verbo	 vai	 ficar,
obrigatoriamente,	no	singular.
Que	verbo	é	esse?
Você	já	viu:	o	transitivo	indireto,	intransitivo	ou	de	ligação.
Então,	o	 “se”,	quando	 foi	 indeterminador	do	sujeito,	vai	acompanhar
27Curso	Ênfase	©	2020
verbo	 transitivo	 indireto,	 verbo	 intransitivo	ou	 verbo	de	 ligação	e	 vai
ficar	flexionado,	obrigatoriamente,	no	singular.
EXEMPLO:	Precisa-se	de	funcionários	qualificados.
O	“precisar”	é	transitivo	 indireto	e	o	“se”	é	pronome	indeterminador
do	 sujeito.	 Então,	 esse	 verbo	 tem	 de	 ficar	 no	 singular
obrigatoriamente.
EXEMPLO:	Chega-se	facilmente	ao	centro.
“Chegar”	 é	 intransitivo.	 Então,	 “se”	 é	 pronome	 indeterminador	 do
sujeito	e	o	verbo	“chegar”	tem	de	ficar	no	singular.
EXEMPLO:	Era-se	mais	feliz	naquela	época.
“Era”	 verbo	 de	 ligação,	 “se”	 é	 pronome	 indeterminador	 do	 sujeito,
então,	o	verbo	tem	que	ficar,	obrigatoriamente,	na	terceira	pessoa	do
singular.
28Curso	Ênfase	©	2020
Quando	 o	 “se”	 for	 partícula	 apassivadora,	 a	 partícula	 “se”	 vai
acompanhar	 verbo	 transitivo	 direto	 ou	 verbo	 transitivo	 direto	 e
indireto.	Esse	verbo	vai	concordar	com	o	sujeito.
EXEMPLO:	Xingou-se	o	juiz.
Esse	“se”	é	partícula	apassivadora.
Você	se	lembra	de	como	retirar	a	prova	real?
Fazendo	 aquela	 transposição:	 O	 juiz	 foi	 xingado.	 Então,	 sempre	 que
você	 conseguir	 fazer	 essa	 transposição,	 você	 sabe	 que	 esse	 “se”	 é	 a
partícula	apassivadora.
Por	que	o	verbo	está	no	singular?
Porque	 “juiz”	 é	 o	 sujeito	 e	 o	 verbo	 está	 concordando	 com	 o	 sujeito.
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“Xingou-se	o	juiz”.
EXEMPLO:	Informaram-se	os	dados	ao	fiscal.
Por	que	o	verbo	foi	para	o	plural?
Porque	 esse	 “se”	 é	 a	 partícula	 apassivadora	 e	 o	 sujeito	 “dados”.	 Os
dados	 foram	 informados	 ao	 fiscal.	 Então,	 o	 verbo	 está	 no	 plural,
porque	 está	 concordando	 com	o	 sujeito	 “dados”.	O	 “se”	 é	 particular
apassivadora.
Quando	o	“se”	for	indeterminador	do	sujeito,	o	verbo	fica	no	singular.
Quando	 o	 “se”	 for	 partícula	 apassivadora,	 o	 verbo	 concorda	 com	 o
sujeito.
Agora,	sim,	o	verbo	“ser”:
30Curso	Ênfase	©	2020
O	verbo	“ser”	é	muito	especial.
Por	quê?
Porque	ele	pode	concordar	com	o	sujeito,	que	é	a	regra	geral,	ou	com
o	predicativo.	O	verbo	ser	é	um	verbo	de	ligação	e	ele	pode	concordar
com	o	sujeito	ou	com	o	predicativo.
EXEMPLO:	A	menina	é	/	são	as	alegrias	do	pai.
Se	 eu	 usar	 no	 singular,	 eu	 concordo	 com	 sujeito	 “menina”.	 Se	 eu
puser	no	plural,	eu	concordo	com	predicativo	“alegrias”.	Então,	tanto
faz,	as	duas	formas	estão	corretas.
Se	 aparecer	 um	 pronome	 interrogativo	 “que”	 ou	 “quem”	 e	 depois
aparecer	o	nome	no	plural	ou	um	substantivo	no	plural,	é	claro	que	o
verbo	vai	concordar	com	esse	termo	no	plural.
EXEMPLO:	Quem	são	os	responsáveis?
Você	não	 vai	 falar:	Quem	é	 os	 responsáveis.	Então,	 quando	 aparecer
pronome	 interrogativo	 “quem”	 ou	 “que”,	 o	 verbo	 vai	 concordar	 com
outro	 termo	 que	 aparecer	 depois.	 Neste	 caso,	 foi	 para	 o	 plural,
porque	concorda	com	“responsáveis”.
Se	eu	pudesse	no	singular:
EXEMPLO:	Quem	é	o	responsável?
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Na	indicação	de	horas,	de	data	e	de	distância,	o	verbo	vai	concordar
com	a	hora,	a	data	ou	com	a	distância.
EXEMPLO:	São	dez	horas.
EXEMPLO:	É	meio-dia.
EXEMPLO:	São	dez	de	dezembro.
EXEMPLO:	Daqui	ao	centro	são	três	quilômetros.
Sempre	 concordando,	 neste	 caso,	 com	 o	 numeral.	 Distância,	 data	 e
hora,	o	verbo	vai	concordar	com	o	numeral.
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Você	 tem	 o	 verbo	 de	 ligação,	 se	 o	 sujeito	 ou	 o	 predicativo	 for
representado	 por	 um	 pronome	 pessoal,	 o	 verbo	 "ser"	 vai	 concordar,
obrigatoriamente,	com	o	pronome	pessoal.
EXEMPLO:	Os	responsáveis	somos	nós.
Eu	tenho	que	concordar	com	o	pronome	pessoal	“nós”.	Ele,	exercendo
a	 função	 de	 sujeito	 ou,	 ele	 se	 ele	 estiver	 exercendo	 a	 função	 de
predicativo,	eu	tenho	que	concordar	com	o	pronome	pessoal.
Quando	 eu	 falo	 assim:	 “É	 nós.”	 Está	 incorreto.	 É:	 “Somos	 nós”,	 eu
tenho	 sempre	 que	 concordar	 com	 o	 pronome.	 O	 verbo	 “ser”	 vai
sempre	concordar	com	o	pronome	pessoal,	se	ele	aparecer	na	oração.
Bons	estudos.	Tchau,	tchau!

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