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Ectoparasitas · Ectoparasitas são parasitos externos ao nosso corpo, vivem sob a pele humana, podendo provocar danos à saúde. · Tem forte papel como transmissores e disseminadores de doença para o ser humano. Importante alvo de saúde pública no Brasil. São consideradas infestações esporádicas, epidêmicas ou algumas vezes endêmicas. · Geralmente, estas ectoparasitoses têm baixa prevalência. Dependendo de condições climáticas, socioeconômicas ou grupos suscetíveis, podem torna-se altas e até levarem à morbidade. · Os artrópodes são carrapato e sarna. O resto é hexápodes. Pediculose Humana · Tem como agentes etiológicos, três tipos de piolhos pertencentes ao Filo Arthropoda, Classe Insecta, ordem Phthiraptera, Subordem Mallophaga (piolhos com mandíbulas, mordedor-lambedor) e Subordem Anoplura (piolho com aparelho bucal picador-sugador). · Os piolhos encontrados em humanos são sugadores e pertencem a duas diferentes famílias: piolhos que parasitam a cabeça, piolhos que parasitam o corpo e a região pubiana. · Ficou normatizado o nome cientifico dos piolhos humanos: · Piolho da região pubiana: Pthirus pubis Linnaeus · Piolho da cabeça: Pediculus humanus capitis · Piolho do corpo: Pediculus humanus humanus Pediculose na Cabeça · Atinge preferencialmente crianças entre 3 a 12 anos, exatamente na fase escolar. · O piolho da cabeça é considerado um dos mais antigos ectparasitos. · P. humanus capitis é um inseto de corpo achatado, dorso ventral, cabeça com formato ovóide, um par de antenas com cinco segmentos e aparelho bucal do tipo picador-sugador. Tórax fundido por tres partes. Abdome dividido em nove segmentos. · Desenvolvimento Embrionário: Ovo, chamado de lêndea -> Três Estágios de ninfas, que são semelhantes ao adulto -> Adultos Machos e Fêmeas. · O P. humanus (cabeça e corpo) nunca abandonam o seu hospedeiro. Quando separados de seu hospedeiro, morrem em 3 dias. · Ciclo Biológico se completa em torno de mais ou menos 3 a 4 semanas, dependendo das condições ambientais e do hospedeiro, tais como: temperatura, umidade e pH. · Uma fêmea pode depositar no fio de cabelo cerca de dez ovos por dia. Os ovos são aderidos firmemente no cabelo por uma substancia produzida pela fêmea, garantindo sua fixação e dificultando que eles caiam. · De cada ovo irá eclodir uma ninfa, chamada de ninfa de estágio primário. O tempo de eclosão da ninfa é cerca de dez dias. · Após a eclosão, as ninfas já estão prontas para realizar a hematofagia. · O piolho adulto necessita realizar hematofagia 3x ao dia. · Transmissão: Todas as classes socioeconômicas podem ser parasitadas. Isso se deve a sua fácil e rápida proliferação e transmissão. Sua transmissão é feita pelo contato direto entre indivíduos infestados, por meio de aproximação de uma cabeça com a outra, ou por meio de fômites (troca de pentes, presilha). O habito de colocar os cabelos atrás da orelha ou presos, após lavá-los, facilita a proliferação. · Quadro Clínico: O primeiro sintoma da pediculose é a intensa coceira. Essa coceira é explicada pela presença de enzimas anticoagulantes e anestésicas, secretadas à saliva decorrente da hematofagia, provocando uma reação imunológica. Infecções oportunistas bacterianas por estreptococos ou estafilococos podem ocorrer devido à coceira, levando a piodermite. Outro aspecto clínico em decorrência desta infecção é a presença de linfodenopatia regional. Pode-se também observar anemia em função da hematofagia. · Diagnóstico e Profilaxia: Feito por meio de inspeção da cabeça à procura de qualquer fase evolutiva. Como sua locomoção é rápida, pode ser facilitado com a ajuda de u pente fino. · Tratamento: Benzoato de benzila, butóxido de piperonila, deltametrina, lindane, malation, permetrina e dimeticone. Há medidas caseiras, para evitar o custo, destacam-se uso de vinagre, água salgada, ervas como o bolso, melão-de-são-caetano. Pediculose no corpo · Não é um grande problema de saúde, pois acomete um grupo restrito de indivíduos. Presentes em mendigos, devido não ter o hábito de tomar banho e trocar de roupa. · Vulgarmente conhecido como Muquinara. · Etiopatogenia: Pediculus humanus humanus. A oviposição dos ovos pelas fêmeas é geralmente feita na dobra das roupas ou pelos do corpo. · Transmissão: Feita do mesmo modo que o piolho da cabeça, pelo contato direto entre indivíduos ou fômites. · Diagnóstico: Observação de uma das fases evolutivas: ovos (lêndeas), ninfas e adultos. · Tratamento: Aplica-se o mesmo protocolo de tratamento da pediculose na cabeça. · Controle: Fazer higienização do corpo incluindo banhos diários e lavagem das roupas. · É vetor de uma série de doenças como a febre recorrente, febre das trincheiras e tifo. Pediculose na Região Pubiana · É uma DST, uma das mais contagiosas. A transmissão não sexual é por meio de fômites · O agente etiológico é o Pthirus pubis, realiza hematofagia, tem tórax e abdome fundidos em única peça. · Parasita preferencialmente região pubiana, mas pode parasitar cílios, sobrancelhas, bigode. · Raramente se desloca, pois fica agarrado à base dos pelos. · Quadro clínico: Ftiríase, que é caracterizado por um prurido intenso provocando irritações cutâneas, dermatite e aparecimento de pápulas eritematosas. · Diagnóstico: Semelhante à pediculose humana, apenas visualização das fases evolutivas. · Tratamento: Permetrina 1%, Benzoato de Benzila. · Controle: Lavar roupas intimas, evitar contato sexual ate que a infestação seja eliminada. O uso de preservativo não evita a transmissão. Escabiose · Zoonose que acomete a pele dos indivíduos parasitados, causando sarna zoonótica. · Ampla distribuição geográfica e mundial, prevalecendo em países com problemas socioeconômicos, é ligada a fatores de baixa renda, promiscuidade e higiene inadequada. · Frequentemente associado a DST. · Agentes etiológicos da família Sacarcoptidae, pode infestar homens, animais como cão e gato. Causada por um ácaro. É um ectoparasita obrigatório. · Etiopatogenia: É um Arthropoda da Classe Arachinida, Ordem Acari, Espécie Sarcoptes scabiei. Característica ovóide. · Seus estágios evolutivos compreendem ovo, larvas hexápodes, ninfas octópodes e adultos machos e fêmeas. · Ciclo Biológico dura de 10 a 14 dias. · Os ácaros se alojam sob a pele do hospedeiro, formando galerias, onde a fêmea faz a oviposição. As larvas hexápodes eclodem dos ovos e depois de 2 dias cavam túneis laterais para migrar na superfície e escondem-se abaixo das escamas epidérmicas, penetrando nos folículos pilosos. · A escabiose ocorre como epidemia cíclica, principalmente em orfanatos. · Transmissão: Contato direto entre indivíduos, por meio de fômites. · Quadro Clínico: As lesões atingem os espaços interdigitais, a superfície dos punhos, cotovelos, axilas, tornozelos, pés, virilhas. É observada em pacientes imunodeficientes. As lesões são crostas exuberantes, podendo disseminar por todo o corpo, provocando queda de cabelo. · Diagnóstico: O Período de Incubação é de 3 semanas. A coceira noturna é o principal sintoma. O diagnostico é feito pela técnica de fita gomada que primeiramente é aderida na pele. Logo, após sua retirada, é levado ao microscópio para a observação das fases evolutivas. · Tratamento: Orientar maior higiene e limpeza de ambientes, como colchões, colchas, lençóis e passadas a ferro quente. Pode usar Ivermectina. · Sarna crostosas é a sarna norueguesa. Tungíases · Artrópode da Classe Insecta, Ordem Sifonaptera, Espécie Tunga penetrans. · Vulgarmente conhecida como pulga-de-areia, cuja fêmea é o bicho-de-pé · Por ter dentre seus principais hospedeiros os animais domésticos e ratos, é considerada uma zoonose. · Nativa das regiões tropicais. · Associada a condições precárias de moradias, a T. penetrans é encontrada em lugares secos e arenosos, chiqueiros, galinheiros, praias. · Caracterizada por ter a cabeça angular em forma de agulha, facilitando a penetração da pele do hospedeiro. · Ciclo Biológico: Apresenta as seguintes fases evolutivas: ovo, dois estágios de larva, pupa e adultos. · Ambos os sexosrealizam hematofagia, embora os machos sejam de vida livre. A fêmea penetra na pele do hospedeiro, deixando a extremidade posterior em contato com o ar, proporcionando a respiração · É frequente a observação de reação inflamatória, localizada ao redor da pulga · Quadro Clínico: O prurido na região dos pés, principalmente na sola plantar e nos dedos, bordas de unhas e espaços interdigitais é o principal sintoma da doença. Podem aparecer no início algumas lesões semelhantes a um ponto negro, idênticas às verrugas. · Diagnóstico: Identificação das lesões. · Tratamento: Retirada mecânica, com o auxilio de uma agulha estéril. Miíase · Larva de mosca, Dermatobia hominis. São vermes segmentados. · Alojam pele, mucosa, ou cavidades naturais. · A mosca coloca ovos em mosquitos e ao picar nos transmite esses ovos, virando larva. · Primária: Conhecido como berne, que se alimenta da nossa pele. · Secundária: Bicheira, encontrado em pele necrosada. · Tratamento: Retirada por extração. Ectoparasitoses por carrapato · Considerada uma zoonose. Tem como agente etiológico Filo Arthropoda, Classe Arachinida, Ordem Acari. Família Ixodidae. · Vulgarmente conhecido como carrapato e fazem hematofagia em grandes hospedeiros vertebrados: répteis, pássaros e mamíferos. · Dentre as enfermidades transmitidas ao homem encontram-se dermatites e paralisia provocada por picada, febre maculosa (pelo carrapato Amblyomma), eritema. Pode trazer febre recorrente, doença de Lyme. · O controle é feito pela utilização de carrapaticidas nos hospedeiros e no meio ambiente. O Tratamento é a retirada com fórceps. Larvas migrans · Zoonose também conhecida como dermatite serpiginosa ou dermatite linear. · Embora o agente etiológico seja um Nematódeo, o Ancylostoma brazieliense. Apresenta infecção cutânea, autolimitada. · Importante na saúde pública, pois os animais domésticos (cães e gatões) são seus vetores e hospedeiros. · Penetração de larva L3 na pele. · O homem é considerado hospedeiro acidental. Infecta por contato direto com areias de praias, bancos públicos, creches, escolas. · Quadro Clínico: Aspecto da lesão no homem. As larvas penetram a epiderme e migram no tecido subcutâneo sem destino, provocando quadros de pruridos intensos e erupções com aspecto serpiginoso, localizado principalmente em MMII. · Infecções restritas a países tropicais. No Brasil, esta ectoparasitose tem sido relatada em diversos casos. · Controle: Feito em cães e gatos. Tratados com anti-helmínticos. Programas educacionais de esclarecimento à população.
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