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Filosofia.2

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Unidade de Aprendizagem 4:
As mulheres e o pensamento -
Da antiguidade ao
pensamento feminino cristão.
RECOMENDAÇÕES DE ESTUDO
Na atual sociedade temos observado uma ascensão de temas tratando a
importância do pensamento feminino, bem como sua visibilidade e, por isso, se
faz tão importante a análise das problemáticas cotidianas. São essas
problemáticas que fazem com que o aluno reflita sobre os preconceitos que
foram naturalizados em sua rotina (EM13CHS502).
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Seguindo os princípios da Declaração dos Direitos Humanos, é imprescindível o
estudo sobre os grupos sociais que buscam justiça e lutam por equiparação
social entre os indivíduos (EM13CHS605), deste modo, trazer para este estudo o
desenvolvimento do pensamento feminino é também ampliar o estudo sobre os
fenômenos que cercam as mulheres.
● Os anseios das reflexões femininas em relação à sociedade em que
viviam.
● A relação do pensamento feminino com os estudos da teologia
cristã.
● O aprimoramento de registros acerca do pensamento feminino, da
antiguidade clássica ao pensamento feminino cristão.
Esta unidade dispõe de videoaulas, não deixe de assisti-las.
Ao final do conteúdo, você deverá realizar as atividades dispostas para melhor
assimilação dos conteúdos abordados.
Bons estudos!
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1. As mulheres e o pensamento?
As mulheres sempre influenciaram na formação e desenvolvimento do
pensamento humano, contudo, os registros sobre esses processos estão sendo
resgatados após longos anos de anulação e esquecimento. Por isso, uma das
maiores funções do pensamento feminino na atualidade é exatamente
resgatar esses nomes e recompô-los aos compêndios da literatura que trata o
pensar como importante exercício na sociedade.
2. Enheduana (2850 aC - 2250 aC
- aproximadamente)
Uma das primeiras pensadoras que o mundo conhece é Enheduana.
Filha de um grande rei da Mesopotâmia, Sargão de Arcádia, Enheduana,
foi nomeada pelo pai para ser uma sacerdotisa do templo de Inana, a deusa
da lua.
Viajou pelas cidades do império do pai e o ajudou a fortalecer o poder
político da família, unificando cidades-estado ao mesclar a adoração de
deuses locais com deuses sumérios, usando o sincretismo como arma política.
Enheduana escreveu três hinos para a deusa Inana, neles, os temas
eram distintos da fé religiosa do período em que vivia. Nos textos, havia
exaltação de Inana na proteção aos governos, supervisão do lar e das
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crianças e pedia à deusa da lua que a ajudasse contra os usurpadores
masculinos que se opunham à função dela de sacerdotisa no templo.
Mesmo após a morte do pai e da governança dos irmãos e sobrinhas,
ela se manteve como sacerdotisa e teve sua influência política reconhecida, a
tal ponto de sua figura ser tratada como semi-divina.
Temistocleia (524 a.C - 460 a.C)
Conhecida por ser uma sacerdotisa de Delfos, um dos templos mais
conhecidos na Grécia Antiga, Temistocleia é reconhecida por ter sido
professora de Pitágoras, um dos pais da Filosofia, a quem teria ensinado boa
parte de seus princípios morais.
É considerada por muitos estudiosos como a primeira mulher filósofa, no
entanto, é sabido que na África, Oriente Médio e Ásia, haviam mulheres, antes
de Temistocleia, consideradas pensadoras notáveis e de grande influência na
sociedade que habitavam.
Pouco se sabe sobre essa sacerdotisa, no entanto, os templos
acumulavam conhecimentos sobre a natureza, medicina e filosofia, sendo
assim, Temistocleia frequentava um local em que havia grande fonte de
conhecimento, por isso, era comum que as sacerdotisas fossem vistas como
figuras de alta sabedoria e, por isso, muitos estudantes do pensamento
humano consultavam os templos para aprimorar suas reflexões.
Aspásia de Mileto (470 a.C – 410 a.C)
Grande pensadora para o desenvolvimento da Filosofia ateniense,
Aspásia surpreendeu a sociedade em que vivia ao transpor os padrões
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estipulados às mulheres de sua época, conseguindo, inclusive, criar uma
escola para atender mulheres.
Livre do comum claustro imposto às mulheres de Atenas, Aspásia saiu
de casa devido à orfandade e, fora, integrar o núcleo familiar de sua irmã.
Porém decidiu ir em busca de fortuna ao noroeste da Grécia, onde trabalhou
como cortesã e chegou a abrir um cabaré em Mergara. Após esse episódio,
partiu para o leste de Atenas, junto com outras prostitutas, para atingir sua
busca por melhores condições financeiras.
Graças à inteligência de Aspásia, ela conseguiu atrair o importante
estadista grego Péricles, com quem se casou, tornando-se sua segunda
esposa após um divórcio do político. Na residência do casal, eram comuns
encontros de grandes pensadores e artistas.
Como Aspásia era de Mileto, ela usou sua origem que não a obrigava
diretamente a seguir às regras impostas às mulheres de Atenas. Sendo assim,
em seu domicílio criou uma escola em que estimulava meninas à busca pelo
estudo do pensamento, reflexões e literatura. A qualidade desta escola era tão
elevada que atraiu até mesmo homens renomados de sua época, bem como
cônjuges.
Aspásia fora reconhecida por sua retórica, lógica de pensamento,
influenciar decisões políticas de seu marido e por influenciar Sócrates.
No entanto, mesmo sendo muito reconhecida pela alta sociedade
ateniense, Aspásia foi acusada de provocação à guerra e de ter caluniado
deuses gregos, porém, foi defendida com grande êxito por Péricles a uma
plateia de 1500 pessoas.
Aspásia esteve com Péricles por dezesseis anos, até que uma peste, que
matou um terço da população, atingiu o estadista. A seguir, Aspásia uniu-se à
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Listicles, um político de menor expressividade que faleceu em uma batalha em
428 a.C.
Pouco se sabe sobre seu falecimento e, apesar de não ter textos
publicados de sua autoria, ela é citada por pensadores como Platão e
Xenofonte.
3. Pensadoras Cristãs
Heloísa de Paráclito (1908 – 1163)
A religiosa que escandalizou a sociedade francesa com seu romance
com Pedro Abelardo, tem nas suas trocas de correspondências, o grande
marco da literatura romântica no Ocidente.
Heloisa não tem sua origem familiar muito bem esclarecida nos textos
históricos, o que se sabe é que ela foi criada no convento de Santa Maria em
Argenteuil, uma comunidade beneditina da França, por isso, supõe-se que sua
mãe era freira.
No convento em que foi criada, Heloisa recebeu uma sólida formação,
dominando idiomas como o hebraico, grego e latim, além de ter sua
reputação reconhecida com destaque em gramática e retórica.
Heloisa foi morar com o tio Fulbert, um cânone da Catedral de Notre
Dame, um homem de prestígio não apenas eclesiástico, mas também de
renome administrativo na região em que vivia.
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Neste período, o erudito Abelardo aproximou-se de Fulbert para que
fosse professor de Heloísa, pois estava encantado com o desempenho
intelectual da moça e também com sua beleza.
Então, Abelardo e Heloísa desenvolveram uma intensa relação amorosa
que resultou em inúmeras cartas de grande valor literário, que mostravam não
apenas a erudição de Abelardo, quinze anos mais velho que a moça, mas
também a habilidade de escrita da moça. Sendo assim, Abelardo classificou
Heloisa como nominatissima, ou seja, aquela de grande habilidade intelectual.
Mesmo que tenham se casado forçadamente sob a pressão de Fulbert,
Heloísa não queria que a carreira de filósofo de Abelardo fosse afetada pelo
casamento, por isso, fugiu. O tio da moça considerou que, mesmo casados,
Abelardo havia desonrado sua família. Assim, após Fulbert ter mandado
castrar Abelardo, o casal decidiu levar uma vida religiosa e assim terminaram
suas vidas.
Ainda que não tenha uma obra escrita com seu nome, além da coleção
de cartas que foram trocadas com seu amado, Heloísa é citada como grande
argumentadora, em especial nos quesitos de lógica, teologia e retórica,
dominando os discursos com quem dialogava.
Catarina de Siena (1347 – 1380)
A espiritualista Catarina nasceu em Siena, na Itália e ainda muito
criança já havia demonstrado o seu gosto pela vida religiosa, e ainda jovem,
em 1363 juntou-se ao lar dos dominicanos, onde viveu duras penitências
religiosas mescladas com aparições sobrenaturais.
Em 1376, trabalhou como embaixatriz de Florença junto ao papado de
Avignon, a fim de trazer o papado de Gregório XI para Roma. Para tal feito,
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viajou por diversas cidades italianas pregando a paz e defendendo o
catolicismo.
Ditou para seus fiéis discípulos o texto do “Diálogo da Divina
Providência” (1378), um conteúdo com pouca profundidade técnica, mas
extremamente rico em imaginação, sensibilidade e fervor das razões
apresentadas. Um texto incomum para as colocações públicas das mulheres
de sua época. Também há em seus escritos uma incessante busca para o
autoconhecimento, e profundas reflexões sobre sentimentos humanos como a
humildade e a paciência, bem como a misericórdia divina.
Catarina faleceu aos 33 anos em decorrência da gravidade de suas
penitências, foi sagrada padroeira da Itália e deixou um legado, além de seu
livro, foram inúmeras cartas e orações que tratam não apenas de fé, mas
também da condução do comportamento humano.
Teresa D’ávila (1515 – 1582)
Teresa D'Ávila, a freira espanhola conhecida por sua conduta ligada à
pobreza e o silêncio, tem importantes textos sobre seus processos meditativos
de oração mental e experiências sobrenaturais com vozes e visões, além de
mesclar um cotidiano recheado de vivências contemplativas.
Teresa cresceu uma criança muito devota e, seus biógrafos relatam uma
moça de grande beleza e alegria, no entanto, após a morte de sua mãe,
quando a menina tinha treze anos, Tereza teve que escolher entre o
casamento e os estudos em um convento.
Após ficar gravemente doente, Teresa decidiu converter-se, afinal, foi
durante sua enfermidade que leu diversos textos cristãos, dentre eles as
cartas de São Jerônimo, O Terceiro Alfabeto Espiritual de Francisco Osuna,
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dentre outros textos que fortaleceram sua fé e, segundo ela, trouxeram-lhe
saúde.
Apesar de ter tido um grande trabalho com a evangelização de leigos,
Teresa buscava uma maior interação com Deus e, por isso, investiu no
aprofundamento das orações mentais. Então, suas visões e escutas espirituais
eram frequentes, o que não era bem visto por muitos membros da igreja, por
isso, Teresa guardava seus relatos em uma autobiografia.
Após constatar que o convento em que vivia estava repleto de luxo,
decidiu dedicar-se a uma vida de pobreza e, assim, em 1560, liderou um grupo
de freiras que queria uma vida de mais simplicidade material e maior
profundidade espiritual. Enfrentando a oposição de muitos líderes religiosos,
fundou a ordem das carmelitas descalças.
Na ordem das carmelitas descalças, as religiosas também adotaram
para seu modo de vida trajes grosseiros e o não uso de sapatos, pregando a
abstinência pura e um convívio recluso, com a presença de poucas freiras.
Após a visita do general Giovanni Rossi, Teresa passou a viajar por toda
a Espanha, estabelecendo monastérios femininos e masculinos, todos dentro
dos preceitos que ela pregava. Contudo, sua ordenadora superior pediu que
ela voltasse para Ávila, a fim de dirigir o Convento das Encarnações.
Entre 1573 e 1577 teve grande produção literária e muitos textos com
descrições sobre como deve ser a conduta das religiosas. Também é desse
período, um de seus livros mais famosos (após a autobiografia), O Castelo
Interior, em que compara a alma a um castelo e, nele, a alma deve visitar
“seus apartamentos” através de um profundo processo de autorreflexão por
intermédio das orações silenciosas.
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Mesmo com a saúde debilitada, Teresa continuou sua produção literária
sobre seus pensamentos e suas práticas diárias, além de continuar viajando
para visitar e fundar conventos.
Após o conflito entre as carmelitas calçadas e as descalças, o Papa
designou, em 1594, que a ordem de Teresa deveria ser separada. E assim,
Teresa continuou sendo vista como pioneira e grande contribuinte para a
reflexão da relação do ser humano com o sobrenatural.
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Unidade de Aprendizagem 5:
As mulheres e o pensamento –
O pensamento moderno e
contemporâneo feminino.
RECOMENDAÇÕES DE ESTUDO
Ao observar a trajetória histórica de mulheres que protagonizaram discursos em
prol de mudanças sociais, o estudante poderá compreender a relação de
influência entre as biografias apresentadas, bem como a sociedade em que
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viviam (EM13CHS102). Isso fornece ao aluno (a) a possibilidade de analisar o
quanto mudanças culturais influenciam o meio e vice-versa.
Ao analisar histórias de vida que reverberam na sociedade, o discente pode
construir um panorama crítico que possa compor suas experiências particulares
na construção do pensamento filosófico e cultural (EM13CHS101).
O presente estudo traz uma longa distância temporal e isso faz com que seja
possível observar de modo quantitativo e qualitativo sobre a caminhada do
pensamento feminino ao longo da história.
● As mudanças do pensamento feminino e, o quanto ele (o
pensamento) influenciou políticas sociais.
● A ideia de “banalidade do mal”.
● A influência da Primeira e Segunda Guerra Mundial na produção
literária das pensadoras apresentadas.
● Reflexões acerca do feminismo e da luta anti-racial.
Esta unidade será ministrada em uma aula remota, em dia e horário
agendados previamente.
Bons estudos!
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1. Mulheres e o pensamento
moderno e contemporâneo.
Harriet Taylor (1807 – 1858)
Nascida em Londres, filha de um cirurgião, Harriet aos dezoito anos
casa-se com um rico empresário, John Taylor, com quem teve três filhos.
O casal Taylor, extremamente ativo na congregação unitarista que
frequentavam, conheceu William Johnson Fox, um dos principais ministros da
congregação e um forte defensor do direito das mulheres. No entanto, foi em
um encontro organizado por Fox, que Harriet conheceu John Stuart Mill, um
filósofo de ideias bastante libertárias para sua época. Neste período Harriet
escrevia textos poéticos e também sobre igualdade de direitos às mulheres.
Harriet e Mill se apaixonaram e, em 1833 ela passa a viver em uma casa
separada de seu marido, voltando apenas ao final da vida de Taylor, para
cuidar do mesmo, que faleceu de câncer em 1849. Harriet e Mill apenas
aceitaram se casar formalmente após dois anos da morte de Taylor, tamanho
o receio do que enfrentariam na sociedade.
A partir do convívio com Taylor, a obra de Mill se mistura entre as
colocações dos dois, tamanha a afinidade, sendo assim, Mill sempre deixou
claro que suas obras, após adentrar neste relacionamento, tinham forte
influência de sua amada.
Os textos tratavam de temas como divórcio e casamento, além de se
fazer notória a presença de Harriet quando os assuntos eram: igualdade de
direitos das mulheres, as diferenças entre os modelos educacionais ofertados
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para homens/mulheres, quer fosse na educação formal ou na doméstica.
Ainda sobre a vida doméstica, Harriet escreveu sobre a violência no lar, em
co-autoria com Mill.
Outro aspecto importante levantado nos textos de Taylor/Mill,
especialmente no livro com autoria assinada por Mill “Os princípios da
economia política “(1948), é a questão dos trabalhadores. O texto coloca sobre
a importância da melhoria salarial, participação nos lucros e na propriedade
da empresa.
Harriet Taylor passou seus últimos dias na companhia de Mill e de sua
filha, que faleceu de problemas pulmonares em Avignon, no ano de 1858.
2. Rosa de Luxemburgo (1871 – 1919)
Rosa foi uma teórica adepta de ideias marxistas, filósofa, socialista
alemã. De ascendência polonesa/judaica, naturalizou-se alemã.
Foi ativa participante de partidos políticos de social-democracia, tanto
na Polônia quanto na Alemanha. No entanto, ao perceber que o imperialismo e
militarismo alemão trariam a guerra como resultado, tentou evitar isso de
todas as maneiras. Defendia que os proletários deveriam constituir o poder,
mas essa tomada não deveria acontecer à força, ela deveria acontecer por
intermédio da união dos trabalhadores.
Rosa também defendia que a revolução por parte dos trabalhadores
não deveria acontecer somente em países ditos mais industrializados, mas
também em sociedades com economia menos desenvolvida.
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Nascida na Polônia, seus ímpetos revolucionários foram notados ainda
na época do ginásio, na Varsóvia, mas, foi na Universidade de Zurique, que
ela estudou as cadeiras de História, Filosofia, Economia e Política.
Em 1904 publica um trabalho sobre as questões sociais da democracia
russa em que se opõe a uma ditadura comunista. Após esse episódio, tenta a
todo custo evitar a Primeira Guerra Mundial, inclusive, convocando greves
trabalhistas e liderando a liga Spartacus, que distribuía panfletos anti-guerra.
Posteriormente, em 1918, cria o jornal “Bandeira Vermelha”, que
defendia o perdão aos presos políticos e, quando o chanceler alemão Friedrich
Ebert chega ao poder, ele tenta erradicar toda a movimentação esquerdista,
prendendo Rosa e seus correligionários. Após a prisão, Rosa é encontrada
morta no canal Landwehr de Berlim.
3. Hannah Arendt (1906 – 1975)
A teórica política reconhecida por provocar as raízes históricas do
intelectualismo radical moderno, nasceu na Alemanha, numa família judia, de
ascendência russa. Iniciou sua carreira acadêmica sendo expulsa da escola de
gramática para moças e, posteriormente, ingressou na universidade de Berlim
estudando Teologia e clássicos da Filosofia.
Arendt passou por universidades em Marburg, Freiburg e Heidelberg e,
nelas estudou com pensadores como Jaspers, Husserl e, especialmente
Heidegger, com quem teve um relacionamento até a morte do mesmo.
Inclusive, foi Arendt que ajudou a apresentar o trabalho de Heidegger nos
Estados Unidos.
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Em 1929, defende seu doutorado com tema sobre a teoria de amor de
Santo Agostinho e se casa com o filósofo Gunther Stern. Porém, com a
ascensão de Hitler, Arendt é presa e consegue fugir para Paris. Trabalhou
ajudando exilados franceses e, em 1936, divorcia-se de Stern e conhece seu
segundo marido, Bluncher, com quem foge para Nova York após a ocupação
nazista na França. Nos Estados Unidos inicia sua carreira como escritora de
periódicos e trabalha na recuperação e organização de material cultural
judeu.
No seu primeiro livro, “As origens do totalitarismo” (1951), ela defende
que, tanto o comunismo quanto o fascismo possuem a mesma intersecção em
suas origens, ou seja, partiram dos mesmos princípios fundamentais. Após ser
duramente criticada, ela perde também seus trabalhos com a comunidade
judaica.
Em 1961 torna-se conhecida por usar o termo “A banalidade do mal” no
seu texto sobre Eichmann em Jerusalém. Eichmann foi um funcionário do
governo nazista que articulou detalhes do holocausto e, em seu julgamento,
ele foi visto como um simples funcionário que seguia ordens superiores e não
como um genocida. Um julgamento meramente burocrático e, o texto de
Arendt deixa clara a visão de naturalização da violência humana.
Após intensas críticas, tanto positivas, quanto negativas, tornou-se
professora universitária, até falecer em 1975, enquanto trabalhava em seu
último livro: A vida do espírito.
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4. Simone de Beauvoir (1908 –
1986)
Uma das mais conhecidas escritoras e pensadoras da sociedade
francesa, tratou de temas como ética, política e, principalmente, feminismo.
Inspirada pelo pai, um funcionário público que outrora fora aspirante a
ator, Simone sempre foi incentivada à leitura de clássicos e ao
desenvolvimento da escrita. E, foi ainda na juventude que realizou sua
primeira grande reflexão acerca da vida das mulheres, após a morte
prematura de sua melhor amiga, que sofria com a possibilidade de um
casamento arranjado.
Iniciou sua carreira acadêmica no Instituto Saint Marie, como estudante
de Matemática e Filosofia, no ano de 1925. Seguiu sua carreira estudando na
prestigiada universidade francesa, Sorbonne, onde intensificou os
conhecimentos de Filosofia: ética, lógica e história da filosofia, sendo
complementado por cadeiras como Sociologia, Psicologia e Grego. Mas, foi no
Liceu Janson de Sailly que criou fortes laços com os também estudiosos de
Filosofia: Merleau Ponty e Claude Levi Strauss. Aos vintee um anos tornou-se
a professora de Filosofia mais jovem da França.
Foi após esse período que conheceu o filósofo Jean-Paul Sartre, seu
companheiro afetivo e intelectual, que teve parceria até a morte do mesmo.
Eles não se casaram oficialmente e a relação amorosa era sabidamente
aberta, no entanto, essa condição de uma intimidade livre, afetou a reputação
profissional de Beauvoir por um longo período, além das críticas que sofreu
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por questionar as condições de vida das mulheres, o que acarretou em sua
demissão como professora.
Seguiu sua carreira como escritora, escrevendo romances e artigos,
tanto independentes como na construção de periódicos, abordando
especialmente temas como: metafísica, ética, política, realismo e
existencialismo. Porém, foi com o livro “O segundo sexo” (1949) que sua obra
vai ter um alcance mundial.
“O Segundo Sexo”, um livro organizado em dois volumes, recebeu
críticas de posicionamentos políticos tanto da direita, como da esquerda e,
chegou inclusive a ser considerado um livro proibido por parte do Vaticano. O
principal tema do livro trata do fato de considerar a mulher como uma figura
em constante opressão, sendo rebaixada à ideia de “o outro”, enquanto o
homem é o “eu” (autocentrado), uma vez que, a relação humana deveria ser
diretamente proporcional, mas no convívio homem/mulher ela é desigual. O
livro em si trata de buscar as origens da desigualdade nesta relação e, como
essa estrutura se mantém.
Continuou a escrever também sobre ficção, autobiografia e relatos de
viagens (uma de suas grandes paixões). Fortificou manifestos feministas, deu
entrevistas e alcançou uma fama social incomum aos filósofos de sua época,
tamanho o alcance de seu trabalho.
Ainda escreveu sobre a velhice, com um enfoque parecido com “O
Segundo Sexo” e, faleceu em 1986 de problemas pulmonares.
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5. Angela Davis (1944)
Filha de professores, Angela nasceu num bairro segregado em
Birmingham, no Alabama, Estados Unidos. Em 1948 mudou-se para um bairro
no subúrbio, onde inicialmente a maioria da população era branca. A família
Davis foi a primeira negra a mudar para região e, assim, Angela relata em sua
autobiografia muitos episódios de racismo, porém, posteriormente outras
famílias negras foram se mudando para o local, modificando a relação entre
as famílias negras e brancas naquele ambiente. Importante ressaltar os
constantes ataques da Ku-Klux Khan, um grupo supremacista racista que
bombardeava casas de famílias negras.
Iniciou sua vida estudantil em escolas segregadas e, relata também em
sua autobiografia, grandes reflexões sobre a diferença física dos prédios em
ruínas dos estudantes negros e as edificações bem conservadas dos discentes
brancos.
Quando os protestos para os direitos civis se iniciaram pelo Alabama,
Angela não pode participar, pois havia se inscrito em um programa para que
estudantes negros fossem para o norte do país.
Angela então muda-se para Nova York a fim de realizar o “High School”
(equivalente ao ensino médio no Brasil) e segue sua vida acadêmica
estudando Filosofia na Universidade de Brandeis, posteriormente na
Universidade de Sorbonne na França e em Frankfurt na Alemanha. Foi na
universidade de Brandeis que sentiu a presença do racismo institucional, pois,
ao sair do sul, com a esperança da redução do preconceito dentro de uma
universidade nortista, Angela relata que em Brandeis passou a ser afetada por
um racismo “diferente”, decepcionando-se com o ambiente em que vivera.
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Enquanto estava na Alemanha, o trabalho do movimento Pantera Negra
eclodiu nos Estados Unidos e, assim, Angela decidiu que era importante
retornar para integrar o grupo. No entanto, apesar de terem em comum a luta
racial, Angela percebeu que o movimento dos panteras era machista e, assim,
passou a organizar movimentos de grupos de mulheres negras.
Com o grupo Che-Lumumba Club, um grupo comunista de inspiração no
movimento cubano, Angela ratificou as pautas raciais, protestos que
defendiam os direitos das mulheres, o fim da violência policial e melhores
moradias para a população negra. Desejavam, inclusive, mudanças radicais
para melhores condições de igualdade em países ditos como “terceiro mundo”.
Contratada para lecionar na Universidade da Califórnia, suas palestras
tinham grande comoção, o que acarretou em um profundo incômodo com a
gestão da instituição, mesmo sendo demitida, depois conseguiu seu cargo de
volta através de lutas judiciais.
Angela também foi presa na acusação de envolvimento com os irmãos
“Soledad”, um grupo ativista acusados de sequestros e homicídios. Chegou a
ser uma das pessoas mais procuradas pelo FBI (instituição de investigação
criminal estadunidense). Após um ano e meio presa, passou a lutar também
pela reforma prisional.
Após alguns anos atuando como professora independente, viajando
como palestrante com muitas ações de ativismo e política (chegou a ser
candidata à vice-presidência dos Estados Unidos pelo partido comunista nas
eleições de 1980 e 1984), Angela volta a lecionar na Universidade da
Califórnia, até que se aposenta no ano de 2008.
Angela traz significativas contribuições para a construção do pensamento
contemporâneo, dentre eles:
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● Críticas ao machismo presente nas lutas raciais e ao racismo constante
nos grupos feministas.
● Sistema de justiça e criminalidade, especialmente no tratamento à
população negra.
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Unidade de Aprendizagem 6:
Início da Filosofia no Brasil.
RECOMENDAÇÕES DE ESTUDO
(EM13CHS603) O presente estudo traz como premissa a importante questão da
formação do pensamento brasileiro. É de extrema importância ressaltar a
anulação da cultura nativa, bem como sua trajetória de pensamento e, como as
linhas de raciocínio europeia por aqui se estabeleceram de forma significativa.
(EM13CHS101) Contudo, ao adquirir características de formação identitárias,
singulares e, por vezes avessas à cultura europeia, muitos pensadores brasileiros
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trouxeram à tona questões pertinentes, não somente à nossa nacionalidade, mas
também, o contexto latino-americano e afrodescendente.
● A imposição do pensamento europeu sobre a cultura indígena.
● A influência do positivismo no Brasil.
● Reflexão sobre a “real” identidade brasileira.
Esta unidade será ministrada em uma aula presencial, em dia e horário
agendados previamente.
Leia o conteúdo analiticamente, realize as atividades propostas e considere as
colocações do instrutor.
Bons estudos!
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1. Início da Filosofia no Brasil.
Os princípios que fundamentaram a Filosofia no Brasil têm, em sua
maior formação, a Filosofia portuguesa, no entanto, vale ressaltar que nossa
população nativa teve sua cultura bastante dizimada e, com o genocídio da
população indígena, perdemos também grande parte dos princípios de sua
lógica de pensamento.
A implementação do ensino da Filosofia no Brasil aconteceu por
intermédio dos jesuítas que trouxeram o pensamento escolástico de São
Tomás de Aquino para ser lecionado em nosso país. Inicialmente os primeiros
alunos foram os índios, que tiveram sua cultura suprimida com o processo de
catequização, posteriormente, o ensino de Filosofia foi implementado nas
instituições de ensino direcionadas às camadas da elite brasileira daquela
época.
Com a expulsão dos jesuítas e as mudanças implementadas na estrutura
educacional brasileira por parte do primeiro-ministro português, Marquês de
Pombal, as ideias iluministas foram colocadas dentro do ensino filosófico
brasileiro, especialmente para preparar os filhos da elite brasileira para
adentrarem nas universidades portuguesas. A presença do iluminismo na
cultura elitista brasileira foi tão grande que influenciou revoltas, lutas
abolicionistas e de independência.
Francisco de Montalverne (1784 – 1858) é considerado por alguns
estudiosos o primeiro filósofo brasileiro. Lecionou em escolas do Rio de
Janeiro e São Paulo, atuou como pregador e trabalhou com uma Filosofia
espiritualista eclética. A linha de pensamento de Montalverne foi adotada
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também nos cursos de Direito e Medicina do Rio de Janeiro, São Paulo e
Recife durante o período imperial.
No século XIX a educação brasileira caminhou para um perfil
cientificista e, por isso, houve grande adesão aos pensamentos de Augusto
Comte que, no Brasil, foi representado por Miguel Lemos (1854 – 1917) e
Teixeira Mendes (1855 – 1927) que ratificaram o positivismo em nossa bandeira
nacional através do lema “Ordem e Progresso”. Sobre o positivismo no Brasil
é importante ressaltar a Escola de Recife e nomes como Tobias Barreto (1839 –
1889), pensador sergipano que frisava a importância da reflexão
antiescolástica.
Com o tempo as universidades foram criando seus próprios institutos de
Filosofia e, em 1942 o ministro da educação Gustavo Capanema coloca
Filosofia como disciplina obrigatória nas escolas brasileiras. Porém com o
golpe militar de 1964, o desenvolvimento do pensamento filosófico foi
perseguido nas faculdades e ofertado como não-obrigatório no ensino básico
e médio nacional. A Filosofia e a Sociologia somente retornam como
disciplinas obrigatórias no ensino médio em 2006.
2. Filósofos Brasileiros de
Destaque
Sílvio Romero (1851 – 1914)
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Filho de um comerciante português, nascido em Sergipe em 1851, Silvio
Romero foi escritor, filósofo, ensaísta, professor e poeta.
Silvio iniciou sua carreira acadêmica realizando parte de seu ensino básico na
escola “O Ateneu Fluminense” onde teve a oportunidade de estudar sobre a
cultura alemã e preparar-se para o ingresso na Faculdade de Direito no Recife.
Após formar-se advogado, tentou adquirir o título de doutor pela Faculdade
de Direito do Recife, contudo, se indispôs com boa parte do corpo docente, o
que fez com que ele migrasse para o Rio de Janeiro, trabalhando como juiz na
cidade de Parati, professor do Colégio Pedro II e da Faculdade de Direito do
Rio de Janeiro, além de escrever para diversos periódicos, sempre divulgando
os princípios da Escola de Recife. Princípios estes que enaltecem o
evolucionismo científico, questionam a estrutura monárquica, valorizam a
literatura, mantém elo com o pensamento filosófico alemão e, têm na
Filosofia, o elo entre a ciência e as artes.
Na vida política, fundou o partido nacional e elegeu-se como deputado
federal pelo Sergipe. Além destes feitos, auxiliou Machado de Assis na
fundação da Academia Brasileira de Letras, além de ter fundado a Faculdade
de Direito de Juiz de Fora (MG).
Romero foi um profundo crítico das etiologias brasileiras que romantizam e, de
certa forma, exotiza a cultura indígena, alegando que os indígenas não seriam
os “verdadeiros brasileiros” e sim o mestiço fruto das etnias que aqui se
estabeleceram.
Romero era um profundo admirador da cultura alemã e, por isso, sua linha de
pensamento foi chamada de “Germanista”, pois acreditava que a Alemanha
tinha muito a contribuir com suas correntes filosóficas que visavam mais o
coletivo, ao contrário das ideias francesas que detinham um teor de reflexão
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mais vinculado ao “ser” do que o “todo”. Embora, posteriormente, seus textos
foram acusados de racistas e preconceituosos.
Silvio faleceu no Rio de Janeiro em 1914 e, por ser profundamente conhecido
devido às suas críticas literárias, seu livro mais famoso é “História da
Literatura Brasileira” (1988)
Paulo Freire (1921 – 1997)
O pernambucano Paulo Freire, patrono da educação brasileira, formou-se na
Faculdade de Direito do Recife e tinha grande interesse pelos processos de
alfabetização e aquisição de letramento, especialmente na alfabetização de
adultos. Devido a este interesse, desenvolveu uma técnica de alfabetização
que levava em consideração os aspectos regionais do estudante. Freire
acreditava que o regionalismo era um importante instrumento na instrução do
indivíduo.
Seu primeiro estudo de caso para aplicação deste modelo de ensino,
aconteceu na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, no ano de 1963 e
fazia parte do processo de valorização da identidade nacional por parte do
então presidente João Goulart. Em quarenta e cinco dias Freire conseguiu
alfabetizar trezentos alunos.
Contudo, seus posicionamentos foram considerados subversivos e, por isso, foi
preso e teve de se exilar no Chile, onde se envolveu com os movimentos de
reforma agrária e, foi neste período que escreveu seu mais famoso livro
“Pedagogia do Oprimido” (1968). O texto defende que a educação deve ser
libertadora e que o autoritarismo impede o desenvolvimento crítico do
estudante, bem como sua autonomia. É deste livro o termo “educação
bancária”, na qual Freire critica o modelo de ensino na qual o aluno é um
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sujeito meramente passivo nas quais informações lhe são apenas
“depositadas”, sem grandes possibilidades de questionamento.
Entre 1969 – e início dos anos 70, lecionou na Universidade de Harvard e se
tornou conselheiro educacional para diversos países do mundo, especialmente
do continente africano.
Após dezesseis anos exilado, retorna ao Brasil e se torna professor da
Universidade de São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
Universidade Estadual de Campinas e secretário da educação durante o
mandato de Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo.
Doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades pelo mundo, detentor de
inúmeros prêmios internacionais e autor de livros como “Pedagogia da
Esperança”(1992), além de artigos de importante reflexão para modelos
educacionais.
Faleceu em São Paulo, no ano de 1997 e deixou enorme legado, além de ser
leitura fundamental para a formação de licenciados em diversas partes do
mundo.
Miguel Reale (1910 – 2006)
Nascido no interior de São Paulo, filho de um médico italiano e de uma dona
de casa, Reale concluiu o ensino básico no interior de Minas e segue para
realizar o ensino médio no renomado Instituto Dante Alighieri, na capital
paulista.
Enquanto cursava Direito na Faculdade do Largo de São Francisco lutou na
Revolução Constitucionalista e citava a importância da consolidação da
democracia, que acarretou na constituição de 1934.
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Foi participante do movimento integralista, o qual ele defendia como uma
iniciativa importante para manutenção e cuidado de valores brasileiros, tendo
o nacionalismo como base principal, acrescentado à espiritualidade e apreço
pelas tradições. O movimento, visto como conservador, prezava as instituições
e modelos tradicionais de família, hierarquia e autoridade, por isso, por
diversas vezes recebeu críticas de semelhança ao nazismo.
Após o afastamento do movimento da militância integralista desenvolveu a
“Teoria Tridimensional do Direito” (1968) em que os seguintes aspectos devem
ser analisados:
● Sociologismo jurídico, em que os fatos e a eficácia do Direito devem ser
considerados.
● Moralismo jurídico, em que a moral (jurídica) deve ter como premissa os
valores e fundamentos do Direito.
● Normativismo abstrato, aquele que dá pertinência às normas do Direito.
Foi imortal da Academia Brasileira de Letras, reitor da Universidade de São
Paulo, Secretário de Justiça do Estado de São Paulo, Supervisor do Código
Civil Brasileiro (2002), além de ter sido um dos fundadores da Academia
Brasileira de Filosofia. Seus textos têm como principais temas: Política,
Economia (nacional e internacional), temas jurídicos.
Após intensa carreira, faleceu em São Paulo aos 95 anos.
Marilena Chauí (1941)
A paulista Marilena Chauí, filha de um jornalista e de uma professora, nasceu
em 1941 e, saiu do interior de São Paulo para concluir seu ensino médio e
preparar-se para ingressar na universidade, na capital paulista.
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Entra na faculdade no ano de 1960. Fez graduação e mestrado em Filosofia
na Universidade de São Paulo, estudando Humanismo e Merleau Ponty.
Posteriormente segue seu doutorado na USP com a defesa do filósofo Baruch
Espinosa. Em seu doutorado ela apresenta temas como: servidão, liberdade e
paixão.
Em 1987 torna-se professora da faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo em que leciona História da Filosofia
Moderna, Filosofia Brasileira e Filosofia Política.
Além de sua intensa produtividade acadêmica, e do recebimento do título de
Doutora Honoris Causa pelas universidades de Córdoba (Argentina) e
Sorbonne (França), Marilena também tem forte participação política, sendo
uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores e atuou como secretária de
cultura no governo municipal de Luiza Erundina.
Marilena tem como principais temas: as desigualdades sociais, direitos
humanos, democracia e mobilização popular. Marilena também é conhecida
por causa de sua textualidade didática e fala aberta e direta sobre os temas
de importante reflexão para a sociedade brasileira, o que possibilita uma
grande abertura de diálogo fora do universo acadêmico.
Marilena também defende, especialmente em seu livro “Convite à Filosofia”
(2000), que o conhecimento filosófico não foi inaugurado pelos gregos e que,
mesmo quem não detenha conheça os sistemas filosóficos acadêmicos, realiza
o saber filosófico, pois este é uma característica natural da organização do
pensamento humano.
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