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UNIDADE 4 - Educação no sec 20

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Responsável pelo Conteúdo: 
Profa Esp Débora Cabrera Novaes 
 
Revisão Textual: 
Profa Vera Lidia de Sa Cicaroni 
 
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Esta unidade faz uma contextualização da educação brasileira, mostrando, entre tantos 
aspectos importantes, a aparição da figura feminina como elemento atuante no cenário 
educacional do Brasil. Apresenta, também, a visão de uma educação longe de abordagens 
religiosas, porém extremamente influenciada por pensamentos positivistas e pragmatistas. 
Durante este estudo, veremos que se desenrolou, no país, uma discussão ampla sobre vários 
aspectos educacionais, fundamentada em pensamentos, ideias, teorias pedagógicas 
significativas que propunham uma educação livre, gratuita e pública, direcionada a todos os 
cidadãos brasileiros. Nesse sentido conheceremos algumas ações que trouxeram mudanças 
para o processo de educação vigente, como, por exemplo, a elaboração do Manifesto dos 
Pioneiros da Educação e a discussão sobre a necessidade de planos educacionais e de uma 
Lei com diretrizes e bases específicas para a Educação brasileira. 
 O Pensamento de Anísio Teixeira 
 A Educação no Século XX: O Pensamento Pedagógico e as 
Políticas Educacionais 
Nesta Unidade, vamos estudar as mudanças no âmbito educacional e político, 
ocorridas no século XX. Em primeiro lugar abordaremos o período da 
Primeira República, que traz um contexto de mudanças nos campos da 
política, cultura, economia e educação no Brasil. Mostraremos um período em 
que a educação é envolvida por interesses políticos, prevalecendo as 
influências de uma classe dominante, como a dos coronéis e fazendeiros, que, 
por meio de acordos políticos, priorizavam a educação exclusivamente para o 
“voto”. Vamos explorar os acontecimentos que sucederam a Primeira Guerra 
Mundial, como a explosão da industrialização, os movimentos culturais e 
educacionais. Veremos, na área da Educação, a influência do pensamento 
positivista e pragmatista trazido, da Europa e dos Estados Unidos, por 
importantes intelectuais e educadores, os escolanovistas, que implantaram, em 
um contexto de otimismo, mudanças no âmbito educacional, fundamentadas 
por uma visão política e social. 
 
 
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As mudanças e o ideal de democracia na Educação Brasileira 
 
A Primeira República é um período marcado pelo federalismo que, de uma 
determinada forma, cria uma desigualdade política, uma vez que prevalecem apenas os 
interesses políticos que envolvem, praticamente, três cidades: São Paulo, Rio de Janeiro e 
Minas Gerais. 
Em virtude dos acordos realizados politicamente, a educação passa a ter um único 
objetivo, o voto: “vamos educar para conquistar o maior número de eleitores, para que assim 
possamos incluir o maior número de representantes assumindo cargos políticos”. 
 Essa visão predomina até a Primeira Guerra Mundial. Ao final da guerra, o 
pensamento positivista para a educação chega ao Brasil, trazido por Benjamim Constant, que 
assume o Ministério da Instrução, Correios e Telégrafos, e, nesse cargo, realiza uma 
significativa Reforma Educacional. Sua reforma privilegia, na educação, um ensino mais 
científico do que intelectual. 
A industrialização e a grande urbanização ocorrida após a Primeira Grande Guerra 
propicia o nascimento de uma nova burguesia, que passa a priorizar o acesso à educação. 
Na década de 1920, surgem alguns intelectuais que trazem 
consigo um espírito renovador e promovem mudanças. Acontecem 
os movimentos culturais como, por exemplo, a Semana de Arte 
Moderna e a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE). 
Em 1924 dá-se início a uma discussão mais concreta sobre os rumos 
da Educação Brasileira e as mudanças que se fazem necessárias 
naquele momento. 
Nasce o que se pode designar de um pensamento liberal 
democrático, movimentando a discussão em defesa de uma 
educação pública, laica, gratuita à qual todos tenham pleno acesso. A 
educação passa a ser discutida em âmbito nacional. 
Esse movimento criado por intelectuais e educadores dá origem a um documento que 
irá contemplar todos os ideais de uma educação democrática, combatendo a educação elitista. 
É o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que atribui, em todo o seu discurso, a 
responsabilidade total pela educação no Brasil ao Estado. 
Fonte: 
http://www.sxc.hu/browse.phtm
l?f=search&w=1&txt=docume
nt&p=2 
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search&w=1&txt=document&p=2
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search&w=1&txt=document&p=2
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search&w=1&txt=document&p=2
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Esse documento é um marco na história da Educação Brasileira, pois é um dos 
primeiros momentos em que a educação é trabalhada de forma consciente, visando à 
educação para todos. 
 
O documento defende a educação obrigatória, pública, gratuita e leiga 
como um dever do Estado, a ser implementada em programa de âmbito 
nacional. Critica o sistema dual, que destina a escola para os ricos e 
outra para os pobres, reivindicando a escola básica única” (Aranha, 
1996, p. 198) 
 
Algumas figuras destacam-se nesse cenário da educação na Primeira República, 
impondo mudanças significativas tanto no âmbito político quanto no educacional. No início 
do século XX, a aparição da figura feminina é um dos acontecimentos importantes; a mulher 
passa a assumir uma participação ativa na sociedade, enfrentando preconceitos e desafios. 
Entre elas merecem destaque, por sua atuação à frente da educação, Anália Franco e Maria 
Lacerda de Moura. Anália Franco, luta pela erradicação do analfabetismo e pela igualdade 
social entre negros, mestiços, brancos. Maria Lacerda de Moura, em sua trajetória, enfrenta os 
preconceitos da época, também em uma luta contra o analfabetismo. 
Além dessas duas importantes figuras femininas, apresentaremos também de outros 
educadores que trouxeram relevantes contribuições para a educação no Brasil: Fernando de 
Azevedo, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Paschoal Lemme e Mário de Andrade, que, além 
de ser expoente da Semana de Arte Moderna, de 1922, tem importante participação na 
história da educação brasileira. 
 
 
 
A Educação no Século XX: O Pensamento Pedagógico e as Políticas Educacionais 
 
A Primeira República 
 
Após a instauração do Império, em 1822, surgiram novas ações no campo da 
Educação, como, por exemplo, a criação do Colégio Pedro II e das escolas normais na cidade 
de Niterói, no Rio de Janeiro, e em outros estados como Bahia, Ceará, São Paulo. 
Mesmo depois da proclamação da República, não houve grandes mudanças no 
pensamento educacional, permanecendo certa formalidade no ensino. Porém, com achegada 
de imigrantes às fazendas de café e, posteriormente, com o processo de urbanização da cidade 
de São Paulo, decorrente da migração dos trabalhadores que saíam dessas fazendas de café 
em direção à capital, em busca de novas oportunidades de trabalho no comércio e na 
indústria, o capital estrangeiro se fez presente na sociedade, e, apoiados nos princípios do 
Positivismo, de August Comte, o pensamentos voltaram- separa o tecnicismo e a ciência. 
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Influenciado pelos ideais positivistas, Benjamim Constant realizou uma reforma que 
estabeleceu a prioridade dos estudos científicos, sobrepondo-os aos estudos das letras. Essa 
reforma introduziu as ciências físicas e naturais no currículo das classes elementares, nível de 
estudo que hoje corresponde ao Ensino Fundamental I. Benjamim Constant, nasceu em Paris, 
em 1767, foi escritor, pensador e político e acreditava em um mundo moderno. 
A Constituição de 1891 reafirmou a descentralizaçãodo ensino, porém a educação 
elementar ainda não mereceu a devida atenção, persistindo a dualidade. As reformas 
educacionais não conseguiam muito sucesso em sua implementação, porque os senhores do 
café eram avessos às renovações, principalmente no que se referia à 
educação. 
Em 1894 os cafeicultores elegeram seus próprios 
representantes políticos no maior polo eleitoral do país, 
estabelecendo a união entre o maior produtor de leite, o estado de 
Minas Gerais, e o maior produtor de café, o estado de São Paulo. 
Essa aliança resultou naquela que ficou conhecida como a “política 
do café com leite”. 
O planejamento da escola, nesse período, era direcionado 
por objetivos políticos, ou seja, o ensino não era o mesmo para 
todos e a alfabetização era incentivada com um único propósito: “o 
voto”. O ensino dividia-se entre a educação profissional, que tinha 
como alvo as massas, e a educação científica, voltada somente à 
elite. 
Alguns intelectuais brasileiros, como Rui Barbosa, Caetano de Campos e Rangel 
Pestana, foram influenciados por correntes de pensamento que dominavam a Europa. 
Rangel Pestana participou da criação da Escola do povo, que oferecia um ensino 
gratuito e público a alunos de ambos os sexos. Fundou o Colégio Liceu de Artes e Ofícios. 
Durante o governo do presidente Prudente de Morais, Rangel Pestana indicou Caetano de 
Campos para reorganizar o ensino público em São Paulo. 
Caetano de Campos assumiu esse encargo e criou a primeira Escola Normal de São 
Paulo, inspirado nos métodos do educador americano John Dewey. Influenciou outros 
intelectuais brasileiros aos quais transmitiu a visão americana a respeito do ensino. 
A nova burguesia, que reivindicava uma educação acessível a todos, começou a ter, 
como aliados, alguns pensadores que priorizavam uma educação mais acadêmica sobre a 
formação técnica, pois a educação defendida por Rangel Pestana e Caetano de Campos 
necessitava de reformas, uma vez que os índices de analfabetismo, na época, eram 
alarmantes. 
Fonte: 
http://www.museumaconicopar
anaense.com/MMPRaiz/image
ns/iAcad_PML/Cadf43-200.jpg 
http://www.museumaconicoparanaense.com/MMPRaiz/imagens/iAcad_PML/Cadf43-200.jpg
http://www.museumaconicoparanaense.com/MMPRaiz/imagens/iAcad_PML/Cadf43-200.jpg
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Partindo desse contexto, alguns intelectuais, educadores e profissionais ligados à 
educação discutiam uma forma de reverter o quadro vigente. Como resultado dessas reflexões 
e com a influência de pensamentos mais liberais, como os de John Dewey, ganhou força a 
ideia de uma educação pública e laica para todos, ou seja, procurava-se a democratização do 
ensino. Os intelectuais envolvidos nesse movimento foram chamados de escola novistas, pois 
queriam uma escola nova, que contemplasse o ideal de uma educação sem caráter dualista, 
que não estabelecesse a separação entre uma classe e outra por meio da educação. 
Esses intelectuais tentaram reorganizar os sistemas educacionais e combater a 
educação elitista, levando a igualdade do conhecimento para todos. Os escolanovistas eram 
conhecidos também como Pioneiros da Educação Nova, pois produziram um documento 
chamado Manifesto dos Pioneiros da Educação, redigido por Fernando de Azevedo, no qual 
extravasaram otimismo pedagógico e o entusiasmo pela educação. Foi um marco histórico na 
Educação Brasileira, porque continha um indicador de rumos a serem seguidos com o 
objetivo de provocar sentimentos, atitudes e mobilizar para a ação. Tratava do direito do 
indivíduo à educação integral e do dever do Estado de organizar os meios necessários para 
efetivar esse direito, através de um Plano Geral de Educação. 
Alguns educadores merecem nossa atenção, pois trouxeram importantes contribuições 
para a educação no Brasil. Vamos, a partir de agora, conhecer alguns deles e a contribuição 
que deram para o desenvolvimento do processo educacional no país. 
Dentre eles está Anália Emília Franco, nome de solteira, que passou a se chamar, após 
o seu matrimônio com Francisco Antônio Bastos, Anália Franco Bastos. Nascida em Rezende 
(RJ), em 1856, mudou com seus pais para São Paulo aos cinco anos de idade. Ajudava sua 
mãe no magistério em diversos colégios, foi educadora, escritora, teatróloga e um exemplo de 
vocação bem direcionada e de completo êxito. Formou-se como professora aos 15 anos, 
dedicou-se ao magistério público, fundou associações, colégios e o liceu feminino. Após a Lei 
do Ventre Livre, chegou ao seu conhecimento que os filhos dos escravos estavam destinados à 
"Roda" da Santa Casa de Misericórdia, e que as crianças mais velhas perambulavam como 
mendigos pela cidade. Diante desse fato, Anália procurou auxílio para abrir uma escola ou um 
abrigo para essas crianças. Com ajuda da esposa de um fazendeiro rico, conseguiu uma casa 
para sua escola, porém foi-lhe imposta a condição de que crianças brancas e negras não 
compartilhassem o mesmo espaço. Achando uma afronta, Anália não aceitou a casa que lhe 
foi oferecida gratuitamente e pagou aluguel para inaugurar a primeira casa maternal. 
Começou a receber todas as crianças que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou 
apanhadas nas moitas e desvios dos caminhos. Não tinha dinheiro para pagar o aluguel e foi 
pedir esmolas junto com as crianças, as quais chamavam de “meus alunos sem mães”. Sua 
fama, definitivamente, não era das melhores sem uma a sociedade formada por católicos, 
escravocratas e monarquistas. 
A educadora fez parte de um grupo de abolicionistas e republicanos em São Paulo. 
Com a missão de lutar a favor dos mais pobres, fundou uma revista própria, intitulada Álbum 
das Meninas e também fundou o instituto educacional, que se denominou "Associação 
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Fonte: 
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search
&txt=ideas&w=1&x=0&y=0 
 
Feminina Beneficente e Instrutiva", no dia 17 de novembro de 1901, com sede no Largo do 
Arouche, em S. Paulo. Criou ainda várias Escolas Maternais e Escolas Elementares. No dia 25 
de janeiro de 1902, inaugurou o Liceu Feminino, que tinha por finalidade instruir e preparar 
professoras para a direção daquelas escolas, com um curso de dois anos para a formação das 
professoras das Escolas Maternais e outro, de três anos, para professoras das Escolas 
Elementares. Anália Franco mantinha Escolas Reunidas, na Capital, e Escolas Isoladas, no 
Interior, Escolas Maternais e Creches, na Capital e no Interior do Estado, bibliotecas anexas às 
escolas, Escolas Profissionais com cursos de arte tipográfica, escrituração mercantil, prática de 
enfermagem e arte dentária, línguas (francês, italiano, inglês e alemão), música, desenho, 
pintura, pedagogia, costura, bordados, flores artificiais e chapéus, num total de 37 instituições. 
Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir a Chácara Paraíso, que tinha 
75 alqueires de terra e benfeitorias diversas, como um velho solar, ocupado durante longos 
anos por uma das mais notáveis figuras da história do Brasil: Diogo Antônio Feijó. Nessa 
chácara fundou Anália Franco a Colônia Regeneradora D. Romualdo, sob direção feminina, 
aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, para internar, ali, os garotos mais 
aptos para a lavoura e a horticultura. Recolheu, ainda, moças desviadas, conseguindo, assim, 
regenerar centenas de mulheres. Concomitantemente colaborou, de forma bastante ativa, com 
as revistas feministas, entre elas A Mensageira. 
Anália sofreu todo o preconceito da época, pois sua obra era voltada aos pobres, tinha 
como meta a erradicação do analfabetismo e o combate à miséria e à pobreza. Morreu em 
1919, na cidade de São Paulo. 
Outra figura importantíssima para a educação brasileira é Maria Lacerda de Moura. 
Nasceu em 1887, na fazenda de Monte Alverne,na cidade de Manhuaçu, Minas Gerais. 
Durante quinze anos dedicou-se aos estudos das práticas de 
psicologia, pedagogia e higiene infantil. Participou da 
fundação da Liga Contra o Analfabetismo. 
Maria Lacerda de Moura era vista como uma 
anarquista, em virtude dos valores conservadores que 
vigoravam na cultura familiar da época. Por sua criação, as 
mulheres, mesmo participando do mundo operário no século 
XIX e primeira metade do século XX, adotavam uma posição 
subalterna, determinada por velhos preconceitos associados às 
ideias que destacavam a fragilidade feminina, o papel 
maternal das mulheres e sua passividade. Apesar de esse ser 
um pensamento dominante na sociedade da época, muitas 
personagens femininas optaram por uma vida pessoal independente, da qual o casamento e 
uma relação familiar mais tradicional ou até a maternidade foram excluídos em nome da 
liberdade e da autonomia. Entre essas mulheres, Maria Lacerda de Moura se sobressai, não só 
pela sua personalidade, pela sua múltipla atividade de escritora e conferencista, como também 
pelo destaque que chegou a ter no Brasil e em outros países da América do Sul, e por ter, 
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search&txt=ideas&w=1&x=0&y=0
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search&txt=ideas&w=1&x=0&y=0
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também, os seus textos divulgados em Portugal, na França e, principalmente, na Espanha. 
Entre 1928 e 1937, a ativista libertária viveu numa comunidade em Guararema (SP), no 
período mais intenso da sua atividade intelectual. Maria descreveu esse período como uma 
época em que esteve livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, 
livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais. 
Os temas tratados por Maria Lacerda de Moura abordavam assuntos como educação, 
direitos da mulher, amor livre, combate ao fascismo e antimilitarismo, tornando-se conhecida 
não só no Brasil, mas também no Uruguai e na Argentina, onde esteve convidada por grupos 
anarquistas e de sindicatos locais. Entre os seus numerosos livros destacam-se: Em torno da 
educação (1918); A mulher moderna e o seu papel na sociedade atual (1923); Amai e não vos 
multipliqueis (1932); Han Ryner e o amor plural (1928) e Fascismo: filho dileto da Igreja e do 
Capital (s/d). 
Atravessou algumas fases de maior envolvimento social e outras, de isolamento; umas, 
de otimismo e outras, de declarado pessimismo. Escreveu sobre pedagogia e educação no 
jornal A Plebe, no estado de São Paulo.Era uma ativista contra a exploração feminina, o 
preconceito e a injustiça, porém, ainda hoje, é pouco conhecida, pois muito foi feito para que 
ela não fosse lembrada, uma vez que seu pensamento liberal causava incômodo aos membros 
de uma sociedade completamente conservadora. 
No fim da vida, guardava em seu interior certo pessimismo, em virtude das 
divergências e rupturas que, no fim da década de 20, colocavam anarquistas e comunistas em 
confronto, e também devido à ameaçadora ascensão do fascismo. Após a fundação do 
Partido Comunista, dirigentes desse partido fizeram várias tentativas para aliciá-la, mas Maria 
recusou-se a abandonar sua visão de mundo, mantendo, até ao fim da vida, o seu 
anarquismo individualista. Morreu em 1945, na cidade do Rio de Janeiro. 
 
O escritor do Manifesto dos Pioneiros da Educação, Fernando 
de Azevedo, professor, educador, crítico, ensaísta e sociólogo, figura 
importante no cenário da educação, nasceu em São Gonçalo do 
Sapucaí (MG), em 1894. Aos 22 anos, tornou-se professor substituto 
de latim e psicologia no Ginásio do Estado, em Belo Horizonte; foi 
também professor de latim e literatura, na Escola Normal de São 
Paulo; de sociologia educacional, no Instituto de Educação da 
Universidade de São Paulo; catedrático do Departamento de 
Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras 
da Universidade de São Paulo; professor emérito da referida 
faculdade da USP. Foi integrante do movimento reformador da 
educação pública, na década de 20, que ganhou o país e foi 
impulsionado pela Associação Brasileira de Educação, fundada em 
1924. Entre 1927 e 1930, promoveu uma ampla reforma educacional 
no Rio de Janeiro, capital da República, baseada na proposta de 
Fonte: 
http://www.scielo.br/img/rev
istas/ea/v8n22/v8n22a16f1.g
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http://www.scielo.br/img/revistas/ea/v8n22/v8n22a16f1.gif
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extensão do ensino a todas as crianças em idade escolar, articulando todos os níveis e 
modalidades de ensino (primário, técnico, profissional, normal) e promovendo adaptação da 
escola ao meio urbano, rural e marítimo. Fundou a biblioteca pedagógica brasileira e, em 
1932, redigiu e lançou, juntamente com outros 25 intelectuais, o Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova. Foi Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo, promulgando 
o Código de Educação do Estado de São Paulo (1934) e participou da fundação da 
Universidade de São Paulo. Pode-se dizer que Fernando de Azevedo ajudou a colocar a 
educação como prioridade na agenda nacional; sua atuação foi marcante na divulgação do 
pensamento liberal em defesa da escola pública de ensino primário para todos. Ao expor suas 
ideias educacionais, denunciou graves problemas que atingiam o ensino brasileiro, como, por 
exemplo, o fato de o Governo Federal encarregar-se dos níveis de ensino superior e 
secundário, que permaneciam acadêmicos e destinados a atender aos interesses da elite, e a 
falta de um projeto que, de forma mais sistemática, organizasse a educação nacional. 
Fernando de Azevedo foi um homem cujo pensamento voltava-se para múltiplos interesses 
intelectuais, para quem nada do que fosse humano era estranho. Estudioso e amante dos 
clássicos, nunca escondeu o seu fascínio pelas ciências modernas, que procurou incluir nos 
currículos escolares, e, nos anos 50, organizou a obra As ciências no Brasil. Entre seus 25 
livros, a maioria na área da educação, escreveu obras pioneiras no campo das ciências sociais, 
como: Princípios de Sociologia(1938), Sociologia Educacional(1940) e Canaviais e engenhos 
na vida política do Brasil (1948).Segundo o testemunho de Paschoal Lemme, Fernando de 
Azevedo foi "uma das mais altas expressões da inteligência e da cultura do Brasil moderno", 
destacando-se por três contribuições fundamentais: 
 
1. A grande reforma do ensino no antigo Distrito Federal (1927-1930) [...], 
reforma essa que, segundo as opiniões mais autorizadas, foi o marco inicial 
do processo de modernização do ensino no Brasil. 
2. O Manifesto dos pioneiros da educação nova (1932) [...], documento único 
na história da educação brasileira. [...] Subscrito por um grupo dos mais 
eminentes educadores e intelectuais, mantém até hoje sua validade. 
3. A monumental obra A cultura brasileira, redigida inicialmente para servir de 
introdução ao recenseamento de 1940, tornou-se de consulta obrigatória 
para quem deseja conhecer a evolução da cultura nacional, em todos os 
seus aspectos (Carta ao Jornal do Brasil, 1976) 
Poderíamos acrescentar uma quarta contribuição, que foi a sua importante participação 
no processo de fundação da Universidade de São Paulo (1934),destacando-se como um 
lutador incansável pela implementação do verdadeiro espírito universitário, plenamente 
identificado com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, como anima mater da 
Universidade. Fernando de Azevedo morreu em São Paulo em 1974. 
 
 
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Manifesto dos Pioneiros da Educação 
 
O Manifesto foi dirigido à nação e ao governo Vargas. Esse documento colocou a 
educação como questão nacional de maior importância, acima dos problemas econômicos 
nos planos de reconstrução do país. 
Pela primeira vez afirmava-se, em alto e bom som, que era impossíveldesenvolver 
forças econômicas ou de produção sem o preparo intensivo das forças culturais e sem o 
desenvolvimento das aptidões à invenção e à iniciativa, que são fatores fundamentais à 
riqueza de uma sociedade. 
O Manifesto estabelecia para o Estado as seguintes diretrizes: uma função 
essencialmente pública da educação; a garantia de acesso à educação aos cidadãos em 
condições de inferioridade econômica; a laicidade, gratuidade e obrigatoriedade da educação; 
a proibição da separação de sexos entre alunos; a autonomia da função educacional; 
proibição de influências religiosas, políticas partidárias sobre o processo educacional. O 
Manifesto termina com um parágrafo que alerta o Estado para sua responsabilidade. 
 
 
 
Mas, de todos os deveres que incumbem ao Estado, o que exige maior 
capacidade de dedicação e justiça e maior soma de sacrifícios; aquele com que 
não é possível transigir sem a perda irreparável de algumas gerações; aquele 
em cujo cumprimento os erros praticados se projetam mais longe nas suas 
consequências, agravando-se à medida que recuam no tempo; o dever mais 
alto, mais penoso e mais grave é, de certo, o da educação que, dando ao 
povo a consciência de si mesmo e de seus destinos e a força para afirmar-se e 
realizá-los, entretém, cultiva e perpetua a identidade da consciência nacional, 
na sua comunhão íntima com a consciência humana. 
 
Outra figura importante dentro do cenário educacional brasileiro é Anísio Teixeira, que 
nasceu em Caetité, Rio de Janeiro, em 1900, e faleceu na mesma cidade, em 1971. Sua 
morte traz um suspense até os dias de hoje. Sua formação inicial foi concretizada em um 
colégio de jesuíta, e, em 1922, formou-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de 
Janeiro. Foi convidado pelo Governador Góes Calmon para ocupar o cargo de Inspetor Geral 
de Ensino da Bahia - cargo equivalente, hoje, ao de Secretário da Educação. Em 1927, teve 
contato com as ideias do filósofo e pedagogo John Dewey e, no ano seguinte, 1928, fez pós-
graduação nos EUA. De volta ao Brasil traduziu dois trabalhos de Dewey, que tiveram, pela 
primeira vez, versão em língua portuguesa. Entre os anos de 1929 e 1930, difundiu os 
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pressupostos do movimento da Escola Nova, enfatizando a importância do desenvolvimento 
do intelecto e da capacidade de julgamento; teve participação efetiva na elaboração do 
Manifesto dos Pioneiros, defendendo o ensino público, gratuito, laico e obrigatório. Em 1931, 
ocupou a Diretoria da Instrução Pública do Distrito Federal, em cujo cargo instituiu a 
integração da "Rede Municipal de Educação", do fundamental à universidade. Diversas 
melhorias e mudanças foram feitas. Na década de 1940, foi Conselheiro da UNESCO. Em 
1946, Anísio foi convidado para ser o Secretário de Educação e Saúde. O tema “autonomia” 
na Educação foi mencionado desde 1950, época da criação da Escola-Parque, de Anísio 
Teixeira, em Salvador, também conhecida como Centro Educacional Carneiro Ribeiro. 
Dirigiu, nos anos 50, o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, que, no governo do 
presidente Fernando Henrique Cardoso, passou a se chamar Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP. 
Em uma carta dirigida a Fernando de Azevedo, Anísio envia as seguintes palavras, 
como se já estivesse prevendo a sua morte: 
 
Por mais que busquemos aceitar a morte, ela nos chega sempre como algo de 
imprevisto e terrível, talvez devido a seu carater definitivo: a vida é 
permanente transição, interrompida por estes sobressaltos bruscos de morte. 
 
 
 
O Pensamento de Anísio Teixeira. 
 
Algumas de suas ideias, expressas nos vários livros e 
artigos, revelam sua constante preocupação com uma educação 
livre de privilégios, cada vez mais valorizada. 
Anísio Teixeira era contra a educação vista como processo 
exclusivo de formação de uma elite, pois mantinha a grande 
maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância. 
Anísio revoltava-se em saber que, dos cinco milhões de brasileiros que frequentavam a 
escola, apenas 450.000 conseguiam chegar àquarta série, permanecendo todos os demais 
frustrados intelectualmente e incapacitados para se integrarem a uma sociedade industrial e 
alcançarem um padrão de vida decente. 
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Outro representante das ideias sociais foi Lourenço Filho (1897 — 1970), um educador 
brasileiro conhecido, sobretudo, por sua participação no movimento dos pioneiros da Escola 
Nova. Sua obra mostra diversas facetas do intelectual educador extremamente ativo e 
preocupado com a escola em seu contexto social e com as atividades de sala de aula. Realizou 
um importante trabalho de reformulação do ensino no Brasil e em outros países da América 
Latina, pelo que mereceu o título de Mestre das Américas. 
Foi professor de escolas normais em São Paulo e reorganizou a instrução pública do 
estado do Ceará. Voltando a São Paulo, foi diretor-geral de ensino do estado (1930-1931), 
desenvolvendo um notável trabalho de reformulação do ensino normal e profissional de seu 
estado. Após uma viagem de estudos aos Estados Unidos, ministrou aulas de psicologia 
educacional na Escola de Educação da Universidade do Distrito Federal, da qual também foi 
diretor em 1935.Foi membro do Conselho Nacional da Educação e Diretor-geral do 
Departamento Nacional de Educação (1937), organizou e dirigiu o Instituto Nacional de 
Estudos Pedagógicos (INEP) entre 1938 e1946.Após deixar o INEP (1946), ministrou cursos 
em universidades latino-americanas e colaborou (1944) para a reforma do ensino no 
Paraguai. Organizou e dirigiu o Seminário Interamericano de Alfabetização de Adultos (1949), 
durante o qual recebeu o título de Maestro de las Américas. Mais do que signatário do 
Manifesto, foi um educador sedento do novo, que bebia nas fontes do novíssimo, das últimas 
novidades pedagógicas do cenário internacional. Sua preocupação, de fato, voltava-se 
também para o fazer pedagógico. 
No campo da Educação, sua contribuição abrange temas como: educação pré-
primária, alfabetização infantil e de adultos, Ensino Secundário, Ensino Técnico Rural, 
Universidade, Didática, Metodologia do Ensino, Administração Escolar, Avaliação 
Educacional, Orientação Educacional, Formação ee Professores, Educação Física e Literatura 
Infantil. 
Seus textos foram publicados em numerosos livros, revistas, jornais, cartilhas, 
apresentações e prefácios, além de terem sido proferidos em conferências. Há publicação de 
alguns de seus escritos em inglês, francês e espanhol. Para Lourenço, o papel da escola, 
principalmente o da escola primária, era o de adaptar os futuros cidadãos, material e 
moralmente, às necessidades que estariam por vir, buscando integrar a criança na sociedade, 
sendo essa a função da escola gratuita e obrigatória, o que explica a necessidade da educação 
escolar como função pública. A escola deve preparar para a vida real, pela própria vida. Viveu 
os últimos anos no Rio e morreu vítima de colapso cardíaco, no dia 3 de agosto de 1970, aos 
73 anos. 
Suas Obras: Juazeiro do padre Cícero (1926); Introdução ao estudo da Escola 
Nova (1930), uma obra fundamental sobre os fundamentos psicológicos e 
biológicos das novas doutrinas pedagógicas do século XX, Tendências da 
educação brasileira (1940); A pedagogia de Rui Barbosa (1954). 
 
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Também foi importante para a educação no Brasil a atuação de Paschoal Lemme 
(1904- 1997). A discussão promovida por esse educador sobre os problemas educacionais 
destacou questões relacionadas à necessidade da construção de um sistema nacional de 
ensino e à luta pela defesa da escola pública e pela democratização do ensino. 
Paschoal Lemme foi militante, principalmente, na área da educação pública.Elaborou 
juntamente com o professor Celso Kelly, um documento intitulado A Reconstrução 
Educacional no Estado do Rio de Janeiro. Participou da criação do Manifesto dos Inspetores 
do Ensino do Estado do Rio de Janeiro ao Magistério e à Sociedade Fluminense, em abril de 
1934. 
Esse documento tratava dos problemas que assolavam a educação no contexto 
nacional, mas principalmente no estado do Rio de Janeiro. Através dessa experiência, relatou 
alguns problemas que abrangiam a formação de professores, destacando que, em decorrência 
da situação do ensino, boa parte dos professores encontrava-se num estado de indiferença e 
descrença. Entendia que essa situação poderia ser resultante das dificuldades morais e 
materiais em que trabalhavam os profissionais da educação, situações criadas pela evidente 
ausência de uma diretriz, que fosse estabelecida pelos responsáveis pela vida educacional no 
Estado do Rio de Janeiro. 
O período de atuação desse educador foi marcado pelo tom de renovação e 
reconstrução que era presente não só no Brasil, mas também em outros países do mundo 
ocidental. Viveu em um período de repressão política, impulsionado pelo governo ditatorial de 
Getúlio Vargas. Militou entre a função de professor e cargos administrativos, tendo, em 
relação à educação, posicionamentos que divergiam de seus pares. Entendia que a educação 
era mais um elemento para que o país conseguisse a transformação social tão almejada, e não 
o principal ou o motor da modernização social. Participou dos maiores Manifestos em prol da 
educação brasileira, que culminou com a destacada participação na 
elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 
4.024/61, da qual falaremos na Unidade V. Viajou para a Rússia e 
escreveu sobre o ensino socialista daquele país. Na década de 1980, 
escreveu suas memórias, ao todo cinco volumes; o de número cinco foi 
uma obra póstuma e todos foram editados pelo INEP. Dedicou boa 
parte de sua vida de homem público a melhorar as condições de vida 
da classe trabalhadora por meio de medidas que pudessem 
democratizar mais a educação e oportunizar um possível nivelamento 
entre as classes. 
 É importante ressaltar que Paschoal Lemme lutou pela 
implementação de cursos, objetivando melhorar a formação dos 
professores desde a década de 1930. 
 
Fonte: 
http://upload.wikimedia.org/wikipe
dia/commons/1/13/Mario_de_andr
ade_1928b.png 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/13/Mario_de_andrade_1928b.png
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/13/Mario_de_andrade_1928b.png
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Não se pode deixar de mencionar, aqui, a importância de Mário Raul de Moraes 
Andrade (1893- 1945), poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo, que exerceu grande 
atividadeno movimento modernista no Brasil e produziu um grande impacto no processo de 
renovação literária e artística do país.Participou ativamente da Semana de Arte Moderna, de 
1922.Trabalhando como diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, criou 
vínculos fortes com outros grandes artistas do país,dentre os quais destacam-se Manuel 
Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Fernando 
Sabino e Augusto Meyer. Embora escrevesse poesia desde muito jovem, já que o seu primeiro 
poema é datado de 1904, sua primeira vocação foi musical; em 1911 foi matriculado no 
Conservatório de São Paulo. 
Com a morte precoce de seu irmão Renato, em 1913, ainda muito jovem, Mário sofreu 
um profundo choque eabandonou o conservatório, retirando-se com sua família para uma 
fazenda em Araraquara. Esse incidente marcou o fim de sua carreira como pianista, pois 
produziu um tremor em suas mãos que o impediu de tocar seu instrumento. Por esse motivo, 
decidiu tornar-se professor de música, e começou a ter um interesse mais sério pela literatura. 
Em 1922, ao mesmo tempo em que preparava a publicação de Paulicéia Desvairada, 
Mário trabalhou com Anita Malfatti e Oswald de Andrade na organização de um evento que 
se destinava a divulgar as criações do grupo modernista de São Paulo, a famosa Semana de 
Arte Moderna, que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, entre 11 e 18 de fevereiro de 
1922.Além de uma exposição de pinturas de Anita Malfatti e de outros artistas, também foram 
realizadas leituras literárias e palestras sobre arte, música e literatura. Na ocasião, Mário 
apresentou o esboço do ensaio que viria a publicar em 1925 A Escrava que não é Isaura. 
Em 1935, organizou e dirigiu, juntamente com o escritor e arqueólogo Paulo Duarte, 
um Departamento de Cultura para a unificação da cidade de São Paulo, o Departamento de 
Cultura e Recreação da Prefeitura Municipal de São Paulo, o objetivo era catalogar músicas 
do Norte e Nordeste brasileiros. Mudou-se para o Rio de Janeiro para tomar posse em um 
posto na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde dirigiu o Congresso da Língua 
Nacional Cantada, um importante evento folclórico e musical. 
Em 1935, surgiram, em São Paulo, por iniciativa de Mario de Andrade, os parques 
infantis: 
 Embora o PI1(Parque Infantil I) fosse destinado apenas a crianças maiores de três 
anos, mesmo sendo filhos e filhas dos operários, seu enfoque era na própria criança e não 
apenas no direito trabalhista de sua mãe. (FARIA, p.48). 
Nos parques infantis, havia jogos, brincadeiras e folclore como atividades principais, 
fazendo com que as crianças participassem da construção da cultura nacional. 
 
 
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Algumas de suas obras: Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, (1917); Paulicéia 
Desvairada,(1922); A Escrava que Não É Isaura, (1925); Losango Cáqui, (1926); Primeiro 
Andar, (1926); O clã do Jabuti, 1927; Amar, verbo intransitivo, (1927); Ensaios Sobra a 
Música Brasileira, (1928); Macunaíma, (1928); Compêndio Da História Da Música, (1929); 
Modinhas Imperiais, (1930); Remate de Males, (1930); Música, Doce Música, (1933); 
Belasarte, (1934); O Aleijadinho de Álvares De Azevedo, (1935); Lasar Segall, (1935); Música 
O Movimento Modernista, (1942); O Baile das Quatro Artes, (1943); Os Filhos da Candinha, 
(1943); Aspectos da Literatura Brasileira (1943); O Empalhador de Passarinhos, (1944); Lira 
Paulistana, (1945); entre outras obras póstumas. 
Mário de Andrade morreu em sua residência, em São Paulo, devido a um enfarte do 
miocárdio, em 25 de fevereiro de 1945, quando tinha 52 anos. Foi enterrado no Cemitério da 
Consolação. 
Outros aspectos importantes para o desenvolvimento da educação no Brasil foram 
tratados pela Constituição de 1934, com vistas à implantação de um Sistema Nacional de 
Educação, a ser fixado pela União, ficando esta incumbida da elaboração de um Plano 
Nacional de Educação. Aos estados e municípios, caberia respeitar as Diretrizes da União. 
Todas as outras constituições, exceto a de 1937, incorporavam a ideia da elaboração 
desse plano. 
Em 1937, o Conselho Nacional de Educação enviou à Presidência da República um 
Anteprojeto de lei, que Identificava as diretrizes da Educação Nacional, confirmava que o 
plano deveria ser fixado em Lei e não poderia ser revisto, senão após uma vigência 
prolongada. No entanto o plano não foi colocado em prática. 
A Constituição de 1946,que marcou o reingresso na democracia, não se referiu a um Plano 
Nacional de Educação, mas sim à necessidade de uma lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBEN). 
 
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Artigos 
 
MENDES, D.T. Anotações sobre o pensamento educacional no Brasil. Rev. 
Brasileira de Estudos Pedagógicos. V. 68. nº 160.Brasília. p.493-506, set/dez, 1987. 
Sites importantes: 
http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/cartas/fernando5.html- Carta a Fernando de 
Azevedo – Fundação Carlos Chagas- arquivo Anísio Teixeira. 
 
 
Bibliografia: 
LOURENÇO FILHO, M.B. Introdução ao estudo da escola nova: bases, 
sistemas e diretrizes da pedagogia. 14 ed. Rio de Janeiro: Eduerj, 2002. 
PECAUT, D. Os intelectuais e a política no Brasil- entre o povo e a nação. 
São Paulo: Ática, 1990. 
 
Segue abaixo a indicação de um 
material complementar muito elucidativo 
para o aprofundamento de sua 
aprendizagem. 
Enfatizamos sempre que é importante a 
leitura da obra original, por isso a 
indicação da bibliografia. 
 
http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/cartas/fernando5.html
 
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ARANHA, M.L. A história da educação e da pedagogia: Geral e Brasil.3.ed. São Paulo: 
Moderna, 2006. 
BRANDÃO. C. R. O que é educação. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2005. 
Guiraldelli Junior, P. História da educação. 2 ed. São Paulo : Cortez, 2000. 
RIBEIRO, M.L.S. História da educação brasileira: Organização escolar. 18 ed. Campinas: 
Autores Associados, 2003. 
ROMANELLI, O. O. História da educação no Brasil. 27 ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 
XAVIER, M. E.S.P. História da educação: A escola no Brasil. São Paulo, FDT, 1994.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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