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DIREITO INTERNACIONAL - 2022_Und 01

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DIREITO INTERNACIONAL 
PÚBLICO & PRIVADO
PROF. MSC. CAIO HENRIQUE FAUSTINO DA SILVA.
Questões preliminares
1º Encontro Apresentação da disciplina:
Apresentação do Marco operacional da disciplina;
•Objetivo geral
•Objetivos específicos
•Metodologia
•Instrumentos avaliativos
•Bibliografia
1º Eixo temático: Conceito, objeto e histórico do Direito Internacional Público.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 2
Questões preliminares
1º Eixo temático: Conceito, objeto e histórico do Direito Internacional Público.
•Entre a comunidade e a sociedade internacional;
•Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público;
•A construção histórica do Direito Internacional Público;
•Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 3
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Entre a comunidade e a sociedade internacional
A sociedade internacional é formada por Estados (os únicos, para a percepção tradicional), 
organizações internacionais, ONGs, empresas e indivíduos.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 4
SOCIEDADE INTERNACIONAL COMUNIDADE INTERNACIONAL
Vínculos intencionais Vínculos espontâneos
Aproximação pela vontade dos membros
Aproximação por laços culturais, religiosos, 
linguísticos
Objetivos comuns e interesses Identidade comum, cumplicidade e afinidade
Possibilidade de dominação Ausência de dominação
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Entre a comunidade e a sociedade internacional
A sociedade internacional é um conjunto de vínculos entre diversas pessoas e entidades
interdependentes entre si, que coexistem por diversos motivos e que estabelecem relações que
reclamam a devida disciplina.
“No seio da comunidade internacional, o direito internacional pretende regular as relações de
reciprocidade, de coordenação e subordinação que se estabelecem entre os vários sujeitos de
direito internacional” (MACHADO, 2019)
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 5
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Entre a comunidade e a sociedade internacional
A sociedade internacional é um conjunto de vínculos entre diversas pessoas e entidades
interdependentes entre si, que coexistem por diversos motivos e que estabelecem relações que
reclamam a devida disciplina.
oCaracterísticas da sociedade internacional:
a) Universal: abrange o mundo inteiro, ainda que o nível de integração de seus membros às suas
dinâmicas não seja tão profunda.
b) Heterogênea: os atores podem apresentar significativas diferenças entre si.
c) Interestatal: para parte da doutrina, é formada apenas por Estados e, nesse sentido, seria também
paritária (igualdade jurídica entre os Estados). A doutrina moderna rechaça esse entendimento.
d) Desigualdade de fato: grande diferencial de poder entre os Estados.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 6
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Entre a comunidade e a sociedade internacional
oCaracterísticas da sociedade internacional:
e) Descentralizada: não há um poder central internacional ou um governo mundial, mas vários
centros de poder. Não possui uma organização institucional. As relações entre os Estados se dão
de maneira horizontal, sem que haja uma norma suprema.
f) Coordenação de interesses: Em vez da subordinação (direito interno).
g) Regionalização: Criação de espaços regionais de cooperação, como União Europeia, Mercosul
e UNASUL.
h) Institucionalização: Não é mais um direito que regula apenas relações entre Estados, mas
também entre os organismos internacionais, de âmbito territorial (universais e regionais), fins e
meios (de integração e cooperação) variados.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 7
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Entre a comunidade e a sociedade internacional
oCaracterísticas da sociedade internacional:
i) Funcionalização: Por um lado, o direito internacional, extravasando cada vez mais o âmbito
das meras relações externas entre os Estados e penetrando cada vez mais em quaisquer
matérias a nível interno, assume tarefas de regulamentação e de solução de problemas (como
saúde, trabalho, ambiente, etc.). Por outro lado, a funcionalização tem se traduzido na
multiplicação de organizações internacionais de âmbito setorial, em particular as da chamada
família das Nações Unidas.
j) Humanização: Direito Internacional dos Direitos do Homem, incremento do direito
humanitário, convenções de Genebra, Convenção de 1997, proteção das minorias, dos
refugiados e das populações autóctones, aparecimento da figura da ingerência humanitária,
responsabilidade criminal internacional por crimes contra a humanidade e outros crimes de
violação dos direitos do Homem.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 8
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Entre a comunidade e a sociedade internacional
oCaracterísticas da sociedade internacional:
k) Objetivação: ou desvoluntarização do Direito Internacional. Em primeiro lugar o “jus cogens",
em segundo lugar a interpretação de várias regras da Convenção da Viena de 1969, em um
sentido objetivista, tais como o regime das reservas, da validade dos Tratados e das modificações
dos tratados.
l) Codificação: codificação do Direito Internacional com uma tríplice finalidade: a) sistematização
e de reforço de segurança jurídica; b) função de integração dos novos Estados surgidos na ordem
jurídica internacional; c) racionalização e desenvolvimento do Direito Internacional.
m) Jurisdicionalização: O desenvolvimento de tribunais internacionais (CIJ e TPI, por exemplo).
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 9
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Entre o clássico e o moderno: o que é o Direito Internacional Público?
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 10
CLÁSSICO MODERNO
Sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as 
relações entre os ESTADOS soberanos (Rezek). Essa 
concepção remonta à Paz de Vestfália, que consolidou o 
sistema moderno dos Estados. Definição estreita: não 
contempla a pessoa humana (destinatário), nem outros 
sujeitos de direito internacional.
Conjunto de normas que regula as relações externas dos 
atores que compõem a sociedade internacional: ESTADOS, 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS, EMPRESAS e INDIVÍDUOS 
(Celso de Albuquerque Mello).
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oEntre o clássico e o moderno: o que é o Direito Internacional Público?
Definição de Portela: DIP é o ramo do direito que visa a regular as relações internacionais e a
tutelar temas de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da
sociedade internacional, que não incluem só os Estados e as organizações internacionais, mas
também outras pessoas e entes como os indivíduos, as empresas e as ONGs, dentre outros.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 11
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oObjeto do DIP
O DIP é fator de organização da sociedade que tem como missões:
a) Redução da anarquia nas relações internacionais e delimitação das competências de seus
membros;
b) Regulação da cooperação internacional;
c) Tutela adicional a bens jurídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir
importância;
d) Satisfação de interesses comuns entre os Estados.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 12
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oFundamento do DIP
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 13
VOLUNTARISMO (corrente positivista) OBJETIVISMO
As normas de DIP são obrigatórias porque os Estados e
OIs expressaram livremente sua VONTADE livre em fazê-
lo, de forma expressa (tratados) ou tácita (aceitação
generalizada de um costume). Vertentes:
- Autolimitação da vontade (Jellinek);
- Vontade coletiva (Triepel);
- Consentimento das nações (Oppenheim);
- Delegaçãodo direito interno (Max Wenzel).
As normas de DIP são obrigatórias porque surgem da
dinâmica da sociedade internacional, sendo irrelevante a
vontade dos sujeitos de DIP, tendo sobre eles uma
PRIMAZIA NATURAL. Vertentes:
- Jusnaturalismo;
- Teorias sociológicas do direito;
- Teoria da norma-base de Kelsen;
- Direitos fundamentais dos Estados.
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oOrdenamento Jurídico Internacional:
Dicotomia entre a relativização da soberania nacional e manutenção de sua importância.
- O DIP é um direito de “coordenação”, em oposição ao direito interno, que é de
“subordinação”.
- O DIP distingue-se pela ampla descentralização da produção normativa (ocorre em vários
âmbitos).
- O DIP não é um mero conjunto de intenções de caráter político. É composto de normas
jurídicas, obrigatórias para seus destinatários.
- A fragmentação também é característica do DIP (heterogeneidade de suas normas).
- A diversidade de temas regulados pelo DIP leva à criação ramos específicos (DIDH, Direito
Internacional do Trabalho, Direito Internacional do Meio Ambiente etc.).
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 14
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oCooperação e coordenação internacional:
A cooperação internacional não é um meio apenas para combater problemas, mas também
constitui instrumento adicional, pelo qual os Estados podem promover seu desenvolvimento
econômico e social (exp.: Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e a criação da
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 15
Logotipo do AIEA
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oJurisdição internacional:
O DIP tem como um de seus pilares a IGUALDADE FORMAL ENTRE OS ESTADOS,
independentemente de qualquer aspecto fático ou econômico.
Regra geral: Os Estados não são automaticamente jurisdicionáveis perante as cortes e tribunais
internacionais, ainda que sejam parte do tratado de criação dessa jurisdição internacional.
A maioria dos órgãos internacionais ainda não permite que sujeitos que não sejam Estados ou
OI’s participem de seus procedimentos, excetuadas a CEDH e o TPI.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 16
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oJurisdição internacional e seus mecanismos de sanção:
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 17
DW. Soldado da MINUSMA em patrulha no 
Mali. 
Infográfico do Ministério da Defesa do Brasil, 2016
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
oJurisdição internacional e seus mecanismos de sanção:
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 18
Logotipo da OMS e seus sistema de Direito 
Internacional Econômico.
#curiosidades: O Brasil é um dos grandes
demandantes do EUA no sistema OMC.
Principais demandas brasileiras:
Lei de patentes, medidas antidumping referentes
aos metais brasileiros, impostos estadual sobre o
suco de laranja, crédito agrícola, estabelecimento
de padrões para o comércio de gasolina etc.
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Diferenças entre direito internacional público e privado: 
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 19
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Regulação da sociedade internacional Regulação dos conflitos de leis no espaço
Disciplina direta das relações internacionais ou das 
relações internas de interesse internacional
Indicação da norma nacional aplicável a um conflito 
de leis no espaço
Normas de aplicação direta Normas meramente indicativas do direito aplicável
Regras estabelecidas em normas internacionais Regras estabelecidas em normas internacionais ou 
internas
Regras de Direito Internacional Público Regras de Direito Internacional Público ou interno
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Conflitos entre Direito Internacional Público e Direito Interno: 
A relação entre o DIP e o direito interno geralmente é feita dentro da Constituição de cada
Estado. Duas teorias examinam essa relação:
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 20
DUALISMO MONISMO
- HÁ DUAS ORDENS JURÍDICAS DISTINTAS E
INCONFUNDÍVEIS (DIREITO INTERNACIONAL
E DIREITO INTERNO). Assim, para a aplicação
interna de uma norma internacional, deve
haver sua incorporação ao ordenamento
interno (teoria da incorporação).
- EXISTE APENAS UMA ORDEM JURÍDICA,
PASSANDO A NORMA INTERNACIONAL A
COMPOR A ORDEM JURÍDICA NACIONAL
IMEDIATAMENTE, SEM NECESSIDADE DE
INCORPORAÇÃO.
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Conflitos entre Direito Internacional Público e Direito Interno: 
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 21
DUALISMO MONISMO
- Dualismo moderado  não é necessário que o
conteúdo das normas internacionais seja inserido
em um projeto de lei interna. Basta a
incorporação dos tratados ao OJ interno por meio
de procedimento específico com a ratificação do
Chefe de Estado, bem como, no caso do Brasil,
um decreto de promulgação do Presidente da
República, que inclui o ato internacional na
ordem jurídica nacional.
Em caso de CONFLITO entre as normas, há 2 correntes:
- Monismo internacionalista primazia do DIP.
- Moderado  tanto o DIP como o nacional podem ser
aplicados, entretanto, o eventual descumprimento da
norma internacional poderia ensejar a
responsabilidade internacional do Estado.
- É A TEORIA ADOTADA PELO DIP: uma parte não pode
invocar as disposições de seu direito interno para
justificar o inadimplemento de um tratado (art. 27 da
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados).
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Conflitos entre Direito Internacional Público e Direito Interno: o dualismo e suas nuances
DUALISMO: A teoria dualista parte da premissa de que o DIP e o Direito interno são dois
ordenamentos jurídicos distintos e totalmente independentes. Como há completa separação
entre Direito Interno e Internacional, suas normas não entram em conflito.
Além disso, a eficácia das normas internacionais não depende da compatibilidade com a norma
interna (pensar o jus cogens).
Para que um compromisso internacionalmente assumido passe a ter valor jurídico no âmbito
do Direito interno do Estado, é necessário que o Direito Internacional seja transformado em
norma de Direito Interno, pelo processo conhecido como adoção ou transformação.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 22
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Conflitos entre Direito Internacional Público e Direito Interno: o dualismo e suas nuances
Teoria da Incorporação ou da Transformação de mediatização e dualismo (Paul Laband): Não
há a aplicação imediata do tratado, exigindo-se uma transformação do Direito Internacional em
Direito Interno.
O Estado pactuante obriga-se a incorporar tais preceitos no seu ordenamento doméstico,
assumindo somente uma obrigação moral, mas se não o fizer, deverá ser, por isso,
responsabilizado no plano internacional (pacta sunt servanda).
Teoria do Dualismo Moderado: Não é necessário que o conteúdo das normas internacionais
seja inserido em um projeto de lei interna, bastando apenas a ratificação dos tratados por meio
de procedimento específico que inclua a aprovação prévia do Parlamento e a ratificação do chefe
de Estado (necessidade de um ato formal de internalização como um decreto ou um
regulamento).
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 23
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Conflitosentre Direito Internacional Público e Direito Interno: quem ganha a disputa?
Para o monismo nacionalista, em caso de conflito deve prevalecer o direito interno de cada
Estado.
Argumentos: a) ausência, no cenário internacional, de uma autoridade supraestatal; b) o
fundamento puramente constitucional dos órgãos competentes para concluir tratados em nome
do Estado (MAZZUOLI).
Para o monismo internacionalista (Kelsen), há o primado do direito Internacional, a que se
ajustariam as ordens internas.
Fundamento: Art. 29 da Conv. Viena de 1969!
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 24
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
Conflitos entre Direito Internacional Público e Direito Interno: Qual a posição do Brasil?
No Brasil, o STF entende que é necessária a incorporação interna das normas internacionais
através de um “decreto de execução presidencial”, mas não exige a edição de lei interna para
incorporar a norma internacional DUALISMO MODERADO!
Em relação à hierarquia normativa do tratado internacional (ainda considerando a visão do D.
Interno), o STF entende que, regra geral, o “status” normativo é de lei ordinária.
Crítica doutrinária: (“treaty override”)
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 25
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
O dualismo moderado brasileiro
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 26
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
O dualismo moderado brasileiro
Art. 84 CFRB. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
Art. 49 CFRB. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 27
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
#vamospraticar?
(CESPE) - No que concerne ao direito internacional público, julgue os itens a seguir. De acordo com
o dualismo, as normas de direito internacional e de direito interno existem separadamente e não
afetam umas às outras. No Brasil, a teoria adotada é o monismo, de acordo com a qual há
unidade do ordenamento jurídico, ora prevalecendo as normas de direito internacional sobre as
de direito interno, ora prevalecendo estas sobre aquelas.
Certo ou errado?
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 28
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
O que se entende por expansão quantitativa e qualitativa do Direito Internacional?
A expansão quantitativa do Direito Internacional ensejou uma expansão qualitativa, com a
criação de inúmeros tribunais internacionais e órgãos quase-judiciais que fornecem
uma interpretação imparcial e concretizam o dever de cumprimento das normas internacionais
 O fenômeno da constitucionalização do Direito Internacional.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 29
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Arcabouço conceitual do Direito Internacional Público
O fenômeno da constitucionalização do Direito Internacional: 
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 30
Constitucio
nalização 
do DIP
Acesso 
direito de 
indivíduos 
e vítimas
Rule
of
Law
Proteção 
aos Direitos 
Humanos 
Fundamenta
is
CIJ, 
TPI, 
CEDH
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Objetivos contemporâneos do Direito Internacional Público (MACHADO, 2019)
a) Superação do modelo de Vestefália do Estado moderno;
b) O esforço de elevação do indivíduo a unidade primária e sujeito por excelência do Direito
Internacional;
c) A proliferação de organizações e tribunais internacionais;
d) O aprofundamento da justiça penal internacional;
e) O desenvolvimento da governança e regulação globais;
f) Revisão crítica do direito internacional.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 31
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
Antecedentes remotos: A Antiguidade
Os tratados entre as cidades da Mesopotâmia, Lagash e Umma (2100 a.C?)
Entre o Egito de Ramsés II e o Reino Hitita de Hattusili III (1270 a.C)
“Clara percepção, de fundo religioso, de princípios universais de origem
divina” (MACHADO, 2019)
Religião, costume e razão compunham a base do “direito internacional” da
Antiguidade.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 32
Versão hitita do tratado de Cades em exposição 
no Museu Arqueológico de Istambul.
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
Antecedentes remotos: O pensamento grego
Na Grécia antiga, sublinha-se o valor da racionalidade “logos” como fonte 
central dos processos decisórios.
Para a Escola Estoica:
“um mundo não mais constituído por Estados separados, mas por uma
grande cidade sob a lei divina, em que todos seriam cidadãos e membros
uns dos outros, unidos não por leis humanas, mas pelo seu consentimento
voluntário, ou por amor” (ZENÃO)
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 33
Representação em mármore de Zenão de Cítio
(Sec. III). 
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
Antecedentes remotos: O contributo Romano
Os romanos foram capazes de reunir a ideia de jus naturale ao pensamento jurídico organizado e
sistematizado, operando distintivamente o jus civile do jus gentium.
Edito de Caracala (212 d.C) e a cidadania romana aos gentios.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 34
Representação em mármore do Imperador Caracala (188-217).
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
Antecedentes remotos: O Cristianismo
Concretização e aprofundamento do universalismo já presente em outras culturas da
Antiguidade.
“Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda as tuas forças, e
ao próximo como a ti mesmo” (Deuteronômio 6:25; Lucas 10:27)
“Deus, por meio de Cristo, reconciliou a humanidade consigo, não tendo conta os seus pecados e
encarregando-nos de anunciar a obra da reconciliação” (2º Carta aos crentes do Corinto, 5, 19)
“É mais importante obedecer a Deus do que aos Homens” (Atos dos Apóstolos, 5:29)
“Bem aventurados os pacificadores porque eles serão chamados Filhos de Deus”. (Mateus 5:9)
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 35
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
Antecedentes remotos
“A evolução histórica do direito internacional público é essencialmente o produto da civilização judaico-
cristã europeia, acompanhada de uma forte influência greco-romana” (MACHADO, 2019).
oA Idade Média e a “Respublica Christiana”
Agostinho de Hipona (354-430): O uso da força como ultima ratio e a lei natural foi inscrita divinamente
no coração dos homens.
A Respublica Christiana se inicia com o conversão de Constantino e oficialização do Cristianismo como
religião oficial do Império decadente (queda em 476 d.C).
“O espírito missionário de ‘persuasão gentil’ irá aos poucos dar lugar ao espírito belicista de cruzada
contra os mulçulmanos” (MACHADO, 2019)
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 36
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade 
civil global
oA Idade Média e a “Respublica Christiana”
O crescente poder do Bispo de Roma “Dominus
Mundi” e o reconhecimento dos Reis.
O desenvolvimento de alguns ramos do direito
internacional, tais como: direito do mar, direito
regulatório do mercado, direito da guerra, o jus
tractuum e o jus legationis.
O Colapso da “Respublica Christiana”
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 37
A conquista de Jerusalém pelos cruzados (s.d)
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois deWestphália à sociedade civil global
oO caminho para a Modernidade passa pela reforma protestante
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 38
DW. Lutero e as 12 teses em Wittenberg.
Massacre de São Bartolomeu, François Dubois. (cerca de 1572 a 
1584)
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
oO caminho para a Modernidade passa pelas “grandes navegações”
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 39
Cristóvão Colombo tomando posse da Ilha de São Domingos. 
Desembarque de Cabral em Porto Seguro, Oscar Pereira. 
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
oA descoberta da América e a “questão indiana”
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 40
“Não são eles acaso homens?
Não tem almas racionais?
Vós não sois obrigados a amá-los como a vós mesmos?
Será que não entendeis isso? Não o podeis sentir?
Tende como certo que, no estado em que vos encontrais, não tendes mais chance de vos 
salvardes de que os muçulmanos e turcos, que não têm fé em Jesus Cristo”
(Fragmento do sermão do 4º Domingo do Advento de 1511, Frei Antônio de Montesinos)
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
oA descoberta da América, a “questão indiana” e as primeiras denúncias
“Ou ele pensa que os índios (apesar de não utilizar estes termos) são seres completamente
humanos com os mesmos direitos que ele (...) ou então parte da diferença, que é imediatamente
traduzida em termos de superioridade e inferioridade (no caso, obviamente, são os índios os
inferiores)” (TODOROV, 2016).
“tensões confessionais e discussões teológicas que se deslocam para a América receberam tanto
novo desdobramento como possibilidades de resolução” (KIENING, 2014)
O fundamento jurídico-teológico já estava definido, a conversão dos pagãos e a expansão do
orbis christianus confeririam total legitimidade às variadas formas de combate aos povos infiéis
(LOUREIRO apud SILVA, 2017)
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 41
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
oA descoberta da América, a “questão indiana” e a Escola Ibérica da Paz
Capitaneado por Juan Ginés de Sepúlveda estava:
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 42
Juan Ginés de Sepúlveda Bartolomeu de las Casas 
“O discurso humanista franciscano que
seguia a tradição teocrática, defendia a
ideia aristotélica de escravidão natural e
argumentava os crimes contra a lei natural
cometidos pelos ameríndios deveriam ser
punidos com a guerra justa pelos
espanhóis” (LOUREIRO, 2015)
“Os indígenas americanos eram homens
livres e iguais a qualquer outro súdito
espanhol e, nesta condição, deveriam ter
seu direito de domínio respeitado”
(LOUREIRO, 2015)
Conceito, objeto e histórico do Direito 
Internacional Público
Desde antes ou depois de Westphália à sociedade civil global
oA Escola Ibérica da Paz e a afirmação da soberania dos povos originários da América
“A legitimidade do poder civil dos cristãos sobre os infiéis deveria ser considerada no mesmo
plano da legitimidade do poder civil dos infiéis sobre os cristãos” (CALAFATE, 2014)
“Nem o Papa poderia considerar-se dominus orbis in temporalibus et spiritualibus nem a
autoridade imperial se estendia a todos os povos do mundo” (CALAFATE, 2014)
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 43
Princípios e Fontes do DIP
As fontes são os motivos que levam ao aparecimento da norma jurídica e os modos pelos quais
ela se manifesta.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 44
FONTES MATERIAIS FONTES FORMAIS
Fatos que demonstram a necessidade e a
importância da formulação de preceitos jurídicos,
que regulem certas situações.
Modo de revelação e exteriorização da norma
jurídica e dos valores que esta pretende tutelar.
Exemplos : II Guerra Mundial, fundamentos das
normas de cunho filosófico, sociológico, político
etc.
Exemplo : Processos de elaboração das normas.
Princípios e Fontes do DIP
As fontes são os motivos que levam ao aparecimento da norma jurídica e os modos pelos quais 
ela se manifesta. 
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 45
FONTES PRIMÁRIAS FONTES SECUNDÁRIAS
Tratados, costumes internacionais, 
princípios gerais do direito.
São aquerlas que explictam e não 
criam regras de direito internacional, 
apenas auxiliando a aplicação das 
fontes primárias, como doutrinas e 
decisões judiciais.
Princípios e Fontes do DIP
Fontes estatutárias:
Estão consolidadas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ). Como o rol é
EXEMPLIFICATIVO, também permite a existência de fontes extras estatutárias.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 46
FONTES ESTATUTÁRIAS FONTES EXTRA-ESTATUTÁRIAS
Tratados Atos unilaterais de Estados
Costume internacional Atos unilaterais e decisões de OIs
Princípios gerais do direito e do DIP Soft Law
Jurisprudência* (auxiliar)
Doutrina* (auxiliar)
Princípios e Fontes do DIP
Fontes do Direito Internacional Público
Para a doutrina majoritária, NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE AS FONTES.
Antes, a fonte mais empregada era o costume. Hoje, prevalecem os tratados. A importância
dos tratados é prática e não necessariamente confere a estes uma hierarquia superior às outras
fontes (mais democráticos e escritos).
Também são importantes a analogia, a equidade e o jus cogens.
#ATENÇÃO: O CONTRATO INTERNACIONAL e a LEX MERCATORIA podem ser consideradas
fontes de Direito Internacional PRIVADO, mas não de Direito Internacional Público.
As decisões judiciais dos Estados constituem fontes de DIP.
O gentlemen’s agreement não é qualificado como uma forma de tratado, cuidando-se de
meros entendimentos entre representantes de sujeitos de DIP.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 47
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Estatutárias do Direito Internacional Público
A) Costume Internacional: Prática Geral, Uniforme e Reiterada dos Sujeitos de DIP, reconhecida
como Juridicamente Exigível.
#ATENÇÃO: O costume internacional diferencia-se dos MEROS USOS e PRÁTICAS DE CORTESIA 
INTERNACIONAL, por contar com um requisito objetivo e um subjetivo.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 48
ELEMENTO OBJETIVO (INVERTERATA 
CONSUETUDO)
ELEMENTO SUBJETIVO (OPINIO JURIS)
Prática generalizada, reiterada, 
uniforme e constante de um ato.
Convicção de que essa prática é 
juridicamente obrigatória.
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Estatutárias do Direito Internacional Público
A) Costume Internacional
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 49
VOLUNTARISTAS OBJETIVISTAS
O costume valeria apenas entre 
aqueles entes que implicitamente 
concordassem com ele.
O costume é uma manifestação sociológica que OBRIGA 
ERGA OMNES quanto mais difundido for, vinculando 
INCLUSIVE OS ESTADOS QUE NÃO CONCORDEM COM ELE.
O persistent objetor é o sujeito que não reconhece 
expressamente um costume existente ou em gestação.
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Estatutárias do Direito Internacional Público
A) Costume Internacional
A PARTE QUE INVOCA O COSTUME DEVE PROVAR SUA EXISTÊNCIA. Como? POR TODOS OS
MEIOS DE PROVA ADMITIDOS. Elementos de provas que consta na jurisprudência da Corte
Internacional de Justiça: Nota diplomática, manifestações de um determinado Estado nas suas
relações diplomáticas, etc.
O costume tem como elemento objetivo uma prática, que pode ser representada tanto por uma
AÇÃO quanto por uma OMISSÃO (exp.: Passagem inocente).
A norma costumeira só é alterada a partir de uma violação inicial? Sim, mas não basta isso. É
necessário outro elemento: a não reação dos demais estados.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 50
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Auxliares do Direito Internacional Público
B) Jurisprudência Internacional:
Origina-se de Cortes como CJI, TPI, CIDH (vide Cuardernilhos de Jurisprudência), CEDH.
São fontes auxiliares. Para Mazzuoli, não cria o direito, mas sim o interpreta mediante a
reiteração de decisões no mesmo sentido. Em qualquer caso, criam direito entre aspartes em
litígio.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 51
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Auxliares do Direito Internacional Público
C) Doutrina: 
Também é fonte auxiliar, constituindo funções da doutrina o fornecimento da prova do
conteúdo do direito e a influência no seu desenvolvimento.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 52
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Extra-Auxliares do Direito Internacional Público
D) Princípios Gerais:
Para CASSESE, em uma primeira fase de evolução da sociedade internacional, destacam-se três
postulados: liberdade, igualdade e efetividade.
1º FASE: Liberdade: (“atteggiamento permissivo” ou “laissez-faire approach”);
2º FASE: igualdade: Carta da ONU de 1945 e a a igualdade soberana dos Estados membros; e a
obrigação de resolução das controvérsias de maneira pacífica e a proibição à ameaça do uso
da força.
3º FASE: efetividade: iniciado o processo de revisão, extensão e atualização dos princípios
estabelecidos na Carta da ONU.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 53
Princípios e Fontes do DIP
Fontes do Direito Internacional Público
D) Princípios Gerais:
1. Igualdade soberana dos Estados;
1.1 Soberania;
1.2 Igualdade jurídica;
2. Não ingerência nos assuntos internos e externos dos Estados;
3. A proibição da ameaça e do uso da força (Pacto Briand-Kellogg 1928);
4. A solução pacífica das controvérsias;
5. O respeito aos direitos humanos;
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 54
Princípios e Fontes do DIP
Fontes do Direito Internacional Público
D) Princípios Gerais: (continuação)
6. A autodeterminação dos povos (extinção do Conselho de tutela);
7. Estoppel (venire contra factum proprium);
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 55
#vamosdiscutir:
O que se entende por “princípios gerais
do Direito das nações civilizadas”?
Princípios e Fontes do DIP
Fontes do Direito Internacional Público
E) Analogia:
Forma de regular relações sociais que não sejam objeto de norma jurídica expressa por meio
do emprego de regras aplicáveis a casos semelhantes. Parte da doutrina entende que é fonte,
outra parte entende que é meio de integração do ordenamento jurídico.
F) Equidade:
É a aplicação dos princípios de justiça a um caso concreto sub judice. O Estatuto da CIJ autoriza
a Corte, ao examinar o litígio, a afastar a aplicação de uma norma que incida sobre um caso
concreto, decidindo o conflito com base na equidade.
Em todo caso, a equidade só poderá ser empregada a partir da ANUÊNCIA EXPRESSA DAS
PARTES.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 56
Princípios e Fontes do DIP
Fontes do Direito Internacional Público
G) Atos Unilaterais dos Estados:
É uma manifestação de vontade inequívoca, deste, formulada com a intenção de produzir
efeitos nas suas relações com outros Estados ou organizações internacionais, com o
conhecimento expresso destes ou destas.
Características: NÃO são normativos, porque não têm generalidade e abstração.
Classificação: Os atos unilaterais podem ser expressos (forma escrita ou oral) ou tácitos (pelo
silêncio ou pela prática de ações compatíveis com o seu objeto). O ato unilateral tácito é
também denominado de aquiescência.
Ex: Caso do Templo de Préah Viéhar (Tailândia Vs. Cambodia – CIJ – Demarcação de fronteiras).
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 57
Princípios e Fontes do DIP
Fontes do Direito Internacional Público
G) Atos Unilaterais dos Estados:
- Tipos: a) PROTESTO: Manifestação expressa de discordância quanto a determinada situação,
destinada ao transgressor de norma internacional para evitar a preclusão; ;
b) NOTIFICAÇÃO: Ato pelo qual um Estado leva oficialmente ao conhecimento de outro ente
estatal fato ou situação;
c) RENÚNCIA: É a desistência de um direito. A bem da segurança jurídica, deve ser sempre
expressa;
d) DENÚNCIA: Ato pelo qual o Estado se desvincula de um tratado;
e) RECONHECIMENTO: Ato expresso ou tácito de constatação e admissão da existência de certa
situação que acarrete consequências jurídicas.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 58
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Extra-Auxiliares do Direito Internacional Público
G) Atos Unilaterais dos Estados:
- Tipos:; f) RUPTURA DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS: Ato que suspende o diálogo oficial com um
Estado nas relações internacionais;
g) PROMESSA: Ato unilateral de um Estado, pelo qual este institui para si mesmo um dever de
agir ou de abster-se de agir, criando um direito subjetivo a outros Estados.
Ex.: Caso dos Ensaios Nucleares no Pacífico (Austrália v. França e Nova Zelândia v. França).
H) Decisões de Organizações Internacionais (ex.: decisões da ONU)
Essas decisões devem manifestar-se obrigatoriamente com efeito “externa corporis” para serem
consideradas fonte de DIP.
Muitas dessas decisões de organizações internacionais, a exemplo de algumas resoluções da
ONU, podem deter o valor jurídico de “jus cogens”.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 59
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Extra-Auxiliares do Direito Internacional Público
H) Decisões de Organizações Internacionais (ex.: decisões da ONU)
São exemplos de decisões tomadas no âmbito das organizações internacionais: 
a) Assembleia-Geral da ONU – DECISÕES e RESOLUÇÕES; 
b) FMI – RESOLUÇÕES; 
c) Comunidade Econômica Europeia – DIRETRIZES/DIRETIVAS;
d) Comunidade Europeia do Carvão e do Aço – RECOMENDAÇÕES; 
e) Conselho de Segurança da ONU – MANDATÓRIAS.
#ATENÇÃO: O Conselho de Segurança da ONU é o único órgão com poder de tomar decisões
efetivamente mandatórias, as quais os membros das Nações Unidas têm que acatar e
fielmente executar, nos termos do art. 25 da Carta da ONU!
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 60
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Extra-Auxiliares do Direito Internacional Público
I) Jus Cogens (Normas Imperativas): 
Norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo como
norma da qual NENHUMA DERROGAÇÃO É PERMITIDA e que SÓ PODE SER MODIFICADA POR
NORMA ULTERIOR DE DIREITO INTERNACIONAL GERAL DA MESMA NATUREZA (art. 53 da
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados).
Primazia na ordem jurídica internacional e imperatividade de seus preceitos: restrição direta da
soberania em nome da defesa de certos valores vitais.
A norma jus cogens pode ter origem convencional (prevista em tratado) ou origem
consuetudinária (derivada de costumes).
Ex.: normas que tratam de direitos humanos, proteção do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável, paz e proibição do uso da força, segurança internacionais,
autodeterminação dos povos.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 61
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Extra-Auxiliares do Direito Internacional Público
J) Soft Law:
Em suma, soft law é considerado um conjunto de regras cujo VALOR NORMATIVO SERIA LIMITADO, seja
porque os instrumentos que as contêm não seriam juridicamente obrigatórios
Modalidades:
a) Normas, jurídicas ou não, de linguagem vaga ou de conteúdo variável ou aberto ou, ainda, que tenham
caráter principiológico ou genérico;
b) Normas que prevejam mecanismos de solução de controvérsias, como a conciliação e mediação;
c) Atos concertados entre os Estados que não adquiram a forma de tratados e que não sejam obrigatórios;
d) Instrumentos produzidos por entes não-estatais que consagrem princípios orientadores do
comportamento dos sujeitos de DIP e que tendam a estabelecer novas normas jurídicas.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 62
Princípios e Fontes do DIP
Fontes Extra-Auxiliares do Direito Internacional Público
J) Soft Law: 
Em suma, o soft law inclui preceitos que ainda não se transformaram em normas jurídicas ou
cujo CARÁTER VINCULANTE É MUITO DÉBIL, ou seja, com graus de normatividade menores
que os tradicionais. Têm caráter de MERAS RECOMENDAÇÕES.
Outras denominações: non-binding agreements, gentlement’s agreements, código de conduta,
memorandos de entendimentos, declarações conjuntas, declarações de princípios, atas finais,
agendas (Ex: Agenda 21 – ECO/92), programas de ação, recomendações e, inclusive, acordos e
protocolos.
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 63
Princípios e Fontes do DIP
Fontes do Direito InternacionalPúblico
J) Soft Law: 
#SEMCONFUSÃO!
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 64
Jus cogens Soft law
Trata-se de espécie de norma RÍGIDA
(dificuldade na alteração) e
IMPERATIVA
Trata-se de uma espécie de norma
FLEXÍVEL com caráter de mera
recomendação, sendo considerado um
parâmetro interpretativo.
#VAMOSREFLETIR: A Declaração Universal de 1948 compreende em 
exemplo de jus cogens ou soft law?
Muito Obrigado, Turma!
“A justiça exalta as nações”.
Provérbios: 14:34
(Bíblia Sagrada) 
BACHARELADO EM DIREITO - UNL 65
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