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Comércio Internacional p / AFRFB-2015
Teoria e Questões
Prof. Ricardo Vale - Aula 07
AULA 07: CONTRATOS INTERNACIONAIS E
INCOTERMS
SUMÁRIO PÁGINA
1- Palavras Iniciais 1
2- Contratos Internacionais 2 - 10
3- Convenção de Viena sobre o contrato de compra e 
venda internacional
10 - 21
4- Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) 21 - 56
5- Questões Comentadas 56 - 59
6- Lista de Questões e Gabarito 60 - 73
Olá, amigos concurseiros, tudo bem?
Hoje falaremos de um assunto que, tradicionalmente, sempre é 
cobrado em provas de Comércio Internacional. Eu diria, inclusive, que se você 
entender tudo dessa nossa aula, já terá um pontinho garantido na prova de 
AFRFB.
Estudaremos hoje sobre os contratos internacionais, os INCOTERMS 
2010 e, ainda, sobre a Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra 
e Venda Internacional (CVIM). A ESAF sempre gostou de cobrar, em suas 
provas, conhecimentos sobre os INCOTERMS. Nos últimos concursos, todavia, 
temos percebido que essa banca examinadora passou a ter predileção pela 
CVIM.
Todos preparados? Vamos em frente!
Um abraço a todos,
Ricardo Vale ricardovale@estrategiaconcursos.com.br
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"O segredo do sucesso é a constância no objetivo!"
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Teoria e Questões
Prof. Ricardo Vale - Aula 07
1-CONTRATOS INTERNACIONAIS:
1.1-Conceitos Iniciais:
A globalização econômico-comercial aumentou o grau de integração e 
vinculação entre pessoas físicas e jurídicas no cenário internacional. A conduta 
desses agentes em suas relações comerciais é regida pelos contratos 
internacionais, que são instrumentos destinados a regular as obrigações e 
direitos das partes, materializando a vontade originária de cada uma delas.
Mas o que é um contrato? Quais suas características principais?
Para responder essa pergunta, temos que recorrer ao direito civil e à 
Teoria Geral dos Contratos!
Segundo a doutrina civilista, contratos são negócios jurídicos 
originados a partir de um acordo de vontades, que cria, modifica ou 
extingue direitos. Por meio de um contrato, se estabelece um vínculo jurídico 
entre duas ou mais pessoas. São elementos constitutivos de um contrato os 
seguintes: as partes, o objeto, o local de celebração e o local de execução.
Mas o que seriam então "contratos internacionais"?
A definição do conceito de contrato internacional não é algo 
corriqueiro, havendo diferentes visões doutrinárias sobre o assunto. No Brasil, 
a posição dominante é no sentido de considerar-se que contrato 
internacional é o que possui elementos que possibilitem sua 
vinculação a sistemas jurídicos diferentes. Nesse sentido, se os elementos 
constitutivos de um contrato (partes, objeto, local de celebração e local de 
execução) estiverem conectados a mais de um Estado, este será, por 
excelência, internacional.1
O contrato de compra e venda internacional é um instrumento 
jurídico consensual, bilateral, oneroso, comutativo e típico. Mas o que
significa cada uma dessas características?
Bem, para entendermos cada uma dessas características, temos que 
falar um pouco sobre direito civil! Nesse sentido, os contratos podem se 
classificar de diferentes formas:
a) Consensuais ou reais: São consensuais os contratos que se 
reputam perfeitos e acabados com a aceitação das partes (consenso). São 
reais os contratos que somente se consideram formados com a entrega efetiva 
da coisa. O contrato de compra e venda, por considerar-se formado com a 
aceitação da proposta, classifica-se como consensual.
1 STRENGER, Irineu. Contratos Internacionais do Comércio. 4. ed. São Paulo: LTR, 1998.
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b) Bilaterais (sinalagmáticos) ou unilaterais: São bilaterais os 
contratos que envolvem obrigações recíprocas, isto é, quando os contratantes 
são simultaneamente credor e devedor um do outro. Por sua vez, são 
unilaterais os contratos em que apenas uma parte se obriga perante a outra. O 
contrato de compra e venda envolve obrigações recíprocas e, portanto, é 
bilateral ou sinalagmático.
c) Onerosos ou gratuitos; São onerosos os contratos em que há 
contraprestações. Por outro lado, são gratuitos os contratos dos quais apenas 
uma parte tira proveito. O contrato de compra e venda, por envolver 
contraprestações (o comprador paga o preço e o vendedor entrega a 
mercadoria) classifica-se como oneroso.
d) Comutativos ou aleatórios; São comutativos os contratos que 
envolvem prestações equivalentes e cuja equivalência pode ser aferida. Nos 
contratos comutativos, as prestações são certas e definidas. Os contratos 
aleatórios, por sua vez, envolvem prestações incertas de uma ou de ambas as 
partes. Nesse tipo de contrato, as prestações ficam na dependência de um fato 
futuro e imprevisível. Os contratos de compra e venda se classificam como 
comutativos.
e) Típicos ou atípicos: São típicos os contratos que possuem 
previsão na lei por serem os mais comuns e importantes. Os atípicos, por sua 
vez, não encontram previsão legal. O contrato de compra e venda está 
previsto em diversas legislações nacionais e, inclusive, em convenções 
internacionais. Portanto, trata-se de um contrato típico.
Esquematizando:
CONTRATO
INTERNACIONAL
r
- Consensual
- Bilateral (sinalagmático)
- Oneroso
- Comutativo
- Típico
V
Quando se fala em contratos internacionais celebrados por empresas 
brasileiras, há duas questões importantes a serem definidas:
- Qual será a legislação aplicável ao contrato? Para responder 
essa perguntar, precisamos observar o que dispõe a Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro (LIDB). Segundo o art. 9° da LIDB, para qualificar
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e reger as obrigações, aplica-se a lei do país em que estas tiverem sido 
constituídas. Importante ressaltar que a obrigação (ex: contrato) reputa-se 
constituída no domicílio do proponente (quem faz a proposta).
- Qual será a jurisdição competente para apreciar controvérsia 
envolvendo o contrato? A resposta para essa pergunta está no art. 88 do 
Código de Processo Civil, que dispõe que a autoridade judiciária brasileira é 
competente quando: i) o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver 
domiciliado no Brasil; ii) a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil e; iii) a 
ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
Em que pese a previsão desse dispositivo do CPC, as partes poderão 
decidir, em cláusula contratual específica, qual o foro competente para 
apreciar controvérsia envolvendo o contrato.
1.2- Cláusula de força maior e cláusula de hardship:
As operações de compra e venda internacional estão sujeitas a 
diversos fatos imprevisíveis e inevitáveis que fogem do controle das partes 
(fator aleatório). Podem ocorrer, por exemplo, fenômenos da natureza 
(terremotos, tsunamis, tempestades), acontecimentos de ordem política 
(guerras, revoluções, greves) ou mesmo crises econômicas. Tudo isso pode vir 
a frustrar a execuçãodo contrato.
A cláusula de força maior e a cláusula de hardship existem, 
justamente, para fazer frente a essas situações imprevisíveis e inevitáveis, 
buscando restabelecer o equilíbrio contratual. A lógica de ambas as cláusulas 
repousa no princípio "rebus sic stantibus", segundo o qual caso haja uma 
alteração substancial das circunstâncias que envolveram a formação do 
contrato, este poderá ser alterado.
Nesse sentido, a cláusula d| força maior e a cláusula de hardship são 
muito importantes nos contratos internacionais de compra e venda, sendo 
fundamental que, ao celebrarem contratos de compra e venda, as empresas 
prevejam essas cláusulas, uma vez que qualquer operação está sujeita à 
ocorrência de circunstâncias imprevistas e inevitáveis. Destaque-se que a 
redação da cláusula de força maior e da cláusula de hardship varia de 
contrato para contrato, não havendo padronização internacional para isso.
Mas qual é a diferença entre cláusula de força maior e a cláusula de
hardship?
Tanto a cláusula de hardship quanto a cláusula de força maior 
existem para fazer frente a situações imprevisíveis e inevitáveis. Todavia, a 
cláusula de força maior se aplica quando a execução contratual se
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torna inviável, isto é, o contrato se torna inexequível. Por sua vez, a 
cláusula de hardship se aplica quando o contrato se torna 
substancialmente mais oneroso, porém, ainda assim, poderá ser 
executado.
Esquematizando:
CLÁUSULA DE FORÇA
MAIOR w
O contrato se tornou 
inexequível
CLÁUSULA DE 
HARDSHIP
O contrato se tornou 
> substancialmente mais 
oneroso
1.3- Garantias em um contrato internacional:
Quando é celebrado um contrato internacional, é normal que as 
partes queiram se precaver ao máximo dos riscos contratuais. É possível, por 
exemplo, que o vendedor forneça mercadorias estragadas ou não preste um 
serviço adequado. Ou, ainda, que o vendedor assuma o compromisso de 
fornecer um determinado serviço, mas depois desista. Para se precaver dos 
prejuízos advindos desse tipo de situação, as partes podem exigir garantias 
nos contratos.
Há, fundamentalmente, 4 (quatro) tipos de garantias que podem 
ser utilizados em um contrato internacional: bid bond, supply bond, 
performance bond e refundment bond.
A bid bond, também chamada de garantia de oferta, é apresentada 
pelo vendedor (contratado) como foS a de garantir que honrará sua proposta 
comercial. É muito comum em licitações, em que se exige dos participantes a 
apresentação de uma garantia. Destaque-se que a bid bond será executada 
quando, após ter sido vencedora de uma licitação, a empresa desistir de 
fornecer as mercadorias ou serviços previstos na proposta. Pelas suas 
características, a bid bond se aplica tanto aos contratos de compra e venda de 
mercadorias quanto aos contratos de prestação de serviços.
A supply bond, também chamada de garantia de fornecimento, é 
exigida pelo comprador (contratante) como forma de se certificar de que o 
vendedor (contratado) irá fornecer a mão-de-obra e as mercadorias 
necessárias para a execução de um contrato de prestação de serviços. Aplica- 
se, portanto, apenas a contratos de prestação de serviços em que haja 
fornecimento de mercadorias.
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Bid: proposta
suppy: fornecimento
Performace: Rendimento
Refundment: reembolso
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A performance bond, também chamada de garantia de 
desempenho, tem como objetivo assegurar que o contrato seja cumprido 
satisfatoriamente (mercadorias entregues ou serviços prestados). Por sua 
natureza, a performance bond se aplica tanto aos contratos de fornecimento 
de mercadorias quanto aos contratos de prestação de serviços. Essa garantia 
pode ser exigida tanto pelo vendedor (contratado) quanto pelo comprador 
(contratante). Assim, caso alguma das partes não cumpra suas obrigações 
contratuais, ela será executada. É o caso, por exemplo, em que um serviço 
não é prestado adequadamente pelo vendedor ou, ainda, a mercadoria 
fornecida não atende as especificações técnicas previstas no contrato.
Por último, a refundment bond pode ser exigida quando, em um 
contrato internacional, o comprador (contratante) faz algum adiantamento ao 
vendedor (contratado). Ela é executada quando, após ter sido feita a 
antecipação de um pagamento, o contrato não é cumprido. Destaque-se que a 
refundment bond, por suas características, é exigida do vendedor (contratado).
Esquematizando:
r
- BID BOND: garantia de oferta
GARANTIAS EM UM 
CONTRATO 
INTERNACIONAL
- SUPPLY BOND: garantia de fornecimento 
-PERFORMANCE BOND: garantia de desempenho
- REFUNDMENT BOND: garantia de reembolso
V
Essas garantias podem ser apresentadas individualmente ou 
em conjunto, umas com as outra . Pode ocorrer, por exemplo, de, em um 
contrato de compra e venda de mercadorias, o comprador exigir do vendedor 
uma performance bond. Adicionalmente, caso o comprador tenha efetuado um 
pagamento antecipado, ele poderá também exigir uma refundment bond. 
Nessa situação, caso as mercadorias não sejam fornecidas, as duas garantias 
(performance bond e refundment bond) serão executadas.
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
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1. (AFTN-1998 - adaptada)- O contrato de compra e venda 
internacional é classificado, juridicamente, como consensual, bilateral, 
oneroso, comutativo e típico.
Comentários:
De fato, o contrato de compra e venda internacional é instrumento 
consensual (reputa-se perfeito e acabado com a aceitação das partes), 
bilateral (envolve obrigações recíprocas), oneroso (envolve contraprestações), 
comutativo (envolve prestações equivalentes e que podem ser aferidas) e 
típico (previsto em diversas legislações nacionais e em instrumentos 
internacionais). Questão correta.
2. (AFRF-2003) - Nos contratos internacionais de compra e venda, a 
diferença entre cláusula de força maior e a cláusula de hardship reside 
em que na primeira, a circunstancia é imprevista mas evitável, 
enquanto que na segunda é imprevista e inevitável; na primeira, o 
contrato se torna exequível e na segunda, inexequível.
Comentários:
A questão está errada por dois motivos:
1) - A cláusula de hardship e a cláusula de força maior dizem respeito 
a situações imprevisíveis e inevitáveis.
2) - A cláusula de força maior se aplica quando o contrato se tornou 
inexequível. Já a cláusula de hardship se aplica quando o contrato se tornou 
substancialmente mais oneroso.
3. (AFRF-2003)- Nos contratos internacionais de compra e venda, a 
cláusula de força maior e a cláusula de hardship se referem a 
circunstâncias imprevisíveis e inevitáveis. Todavia, enquanto a 
primeira tem a ver com circunstâncias que impossibilitam a execução 
contratual; a segunda diz respeito a circunstâncias que tornam o 
contrato substancialmente mais oneroso, porém exeqüível.
Comentários:
Essa questão descreve perfeitamente a cláusula de força maior e a 
cláusula de hardship! Ambas dizem respeito a circunstânciasimprevisíveis e 
inevitáveis. No entanto, ao passo que a cláusula de força maior determina o 
que ocorre quando a execução contratual torna-se impossível, a cláusula de 
hardship determina o que ocorre quando a execução contratual se torna muito 
mais onerosa. Questão correta.
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4. (Questão Inédita)- A bid bond é uma garantia presente em 
contratos internacionais que é executada quando uma empresa, tendo 
realizado uma proposta comercial e sido vencedora de uma seleção, se 
recuse a formalizá-la mediante celebração de um contrato.
Comentários:
A bid bond será executada quando uma empresa, após sagrar-se 
vencedora de um certame licitatório, recusa-se a assinar o contrato, isto é, a 
formalizar a proposta que havia feito anteriormente. Questão correta.
5. (Questão Inédita)- A supply bond é utilizável nos contratos de 
prestação de serviços e de venda de mercadorias.
Comentários:
A supply bond somente pode ser utilizada em contratos de prestação 
de serviços que dependam do fornecimento de mercadorias. Assim, executa-se 
a supply bond quando, nesse tipo de contrato, as mercadorias necessárias não 
são fornecidas. Perceba, caro amigo, que o contrato em si é de prestação de 
serviços, embora envolva o fornecimento de mercadorias. Questão errada.
6. (Questão Inédita)- A refundment bond é executada sempre que 
um serviço não é prestado a contento do seu tomador ou ainda quando 
a mercadoria fornecida não atende às especificações previstas no 
contrato.
Comentários:
A garantia executada quando um serviço não é prestado 
adequadamente ou, ainda, quando a mercadoria não atende as especificações 
técnicas previstas no contrato, é a performance bond. A refundment bond é 
executada quando, após ter sido adiantada uma parcela do pagamento, o 
contrato não é cumprido. Questão emada.
7. (Questão Inédita)- A performance bond será executada no 
contrato de compra e venda de mercadorias quando a mercadoria não 
for entregue, somente podendo ser exigida pelo contratante para que 
o contratado a apresente.
Comentários:
Tanto o comprador (contratante) quanto o vendedor 
(contratado) poderão apresentar a performance bond. Ela será 
executada quando qualquer um deles não cumprir suas obrigações contratuais. 
Se o vendedor não fornecer as mercadorias ou fornecê-las fora das 
especificações, essa garantia será executada. Por sua vez, se o comprador não
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efetuar o pagamento dos valores previstos no contrato, essa garantia também 
será executada. Questão errada.
8. (AFRF-2002.2)- A modalidade de crédito documentário através 
do qual, na eventualidade de inadimplência ou recusa do comprador 
(importador), seja formalizada uma garantia bancária internacional, 
normalmente no valor de 20% (vinte por cento) da operação em favor 
do vendedor (exportador) como forma de ressarcimento de despesas 
incorridas pela não-quitação do Draft at Sight, é identificada como 
performance bond.
Comentários:
Em primeiro lugar, o que significa "draft at sight"?
Não é difícil, meus amigos! Pessoal, '"draft at sight" é o mesmo que 
uma cobrança documentária à vista, que é uma das modalidades de 
pagamentos internacionais.
Se o comprador não quitou o draft at sight, isto é, não pagou o valor 
cobrado pelo banco, a performance bond poderá ser executada. Lembre-se de 
que a performance bond é executada quando qualquer uma das partes não 
cumprir suas obrigações contratuais. Assim, poderá ser exigida tanto do 
vendedor quanto do comprador. O inadimplemento contratual por parte 
de qualquer um deles dá ensejo à execução da performance bond. 
Questão correta.
9. (CODESP-SP-2011)- A redação da cláusula de força maior é igual 
em todos os contratos, pois é estabelecida pela Câmara de Comércio 
Internacional.
Comentários:
A redação da cláusula de força maior varia de contrato para contrato. 
Questão errada.
10. (CODESP-SP-2011)-Objetivando regular modificações
imprevisíveis que possam gerar desequilíbrios economicos entre as 
partes, podem ser inseridas nos contratos de compra e venda 
internacionais cláusulas hardship.
Comentários:
A cláusula de hardship serve para regular modificações imprevisíveis 
e inevitáveis que gerem desequilíbrios econômicos entre as partes, tornando o 
contrato substancialmente mais oneroso, porém exeqüível. Questão correta.
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11. (CODESP-SP-2Ü11)- Nos contratos estabelecidos com intervenção 
de empresas brasileiras, o fórum competente para resolver eventuais 
litígios, advindos do contrato, deverá estar situado no Brasil, 
independente da nacionalidade do outro outorgante.
Comentários:
É possível que litígios decorrentes de contratos celebrados por 
empresas brasileiras sejam apreciados pelo Poder Judiciário de outro Estado. 
Questão errada.
2- Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda 
Internacional de mercadorias (CVIM):
2.1- Generalidades:
A Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda 
Internacional de Mercadorias (CVIM) foi celebrada em 1980 no âmbito da 
UNCITRAL (United Nations Comission on International Trade Law), estando em 
vigor desde 1988.
A UNCITRAL é uma comissão das Nações Unidas (ONU) que se 
dedica à reforma da legislação mercantil em nível mundial, tendo como 
objetivo modernizar e harmonizar as regras do comércio internacional.
A CVIM é, nesse sentido, uma iniciativa da UNCITRAL, elaborada com 
o objetivo de uniformizar regras para os contratos de compra e venda 
internacional, tendo em vista a multiplicidade de legislações nacionais a 
reger o assunto. Atualmente, há 79 Estados-partes da CVIM, dentre os 
quais se encontra o Brasil, que aderiu à referida Convenção em 
04/03/2013, data na qual o Brasil depositou seu instrumento de adesão junto 
à ONU.
A adesão do Brasil à CVIM foi aprovada pelo Congresso 
Nacional em 18 de outubro de 2012, por meio do Decreto 
Legislativo n° 538/2012.
A aprovação do Congresso Nacional representou uma autorização 
para que o Estado brasileiro pudesse aderir ao tratado, o que 
foi feito no dia 04/03/2013.
A CVIM entrará em vigor no Brasil somente em 01° de abril de 
2014, no primeiro dia do mês seguinte ao término do prazo de 12 
meses do depósito do instrumento de adesão._________________
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Imagine você um contrato de compra e venda celebrado entre uma 
empresa alemã e uma empresa chinesa. Qual será a legislação aplicável a esse 
contrato? A legislação da Alemanha ou a legislação da China? O objetivo da 
CVIM é justamente evitar esse conflito de legislações, uniformizando as regras 
aplicáveis aos contratos de compra e venda internacional.
Mas quais são as vantagens da utilização da CVIM?
Em primeiro lugar, a adoção de um diploma jurídico único no 
comércio internacional é algo que possibilitamaior previsibilidade e 
segurança jurídica aos agentes econômicos, sejam eles compradores ou 
vendedores. Com efeito, quando alguém atua no comércio internacional, é de 
todo desejável que tenha familiaridade com a legislação aplicável a um 
contrato de compra e venda de mercadorias.
Alguém aí conhece a legislação chinesa sobre contrato de compra e 
venda? Eu não faço a mínima ideia! Pois bem, imagine que uma empresa 
brasileira exporte mercadorias para a China e a esse contrato se aplique a 
legislação chinesa! Nesse caso, o exportador brasileiro não teria qualquer 
familiaridade com a legislação aplicável à sua operação e, portanto, entraria 
em um ambiente de insegurança jurídica. Seria muito melhor que fosse 
aplicada ao contrato uma lei que as duas partes conhecem, concordam? Essa 
"lei" seria a CVIM.
Em segundo lugar, a utilização da CVIM não privilegia nenhum 
sistema jurídico, não impõe critérios a favor de países mais ou menos 
desenvolvidos e não cria organismos nacionais ou internacionais para a 
imposição de regras. Ressalte-se que a CVIM não envolve interesses 
governamentais (tarifas aduaneiras, barreiras comerciais, etc), mas tão 
somente interesses privados. Trata-se de norma aplicável a privados e que, 
como tal, não é de utilização obrigatória. Dessa forma, ainda que um Estado 
a tenha ratificado, os particulares não precisam utilizá-la caso não o 
queiram. Em outras palavras, a CVIM é uma convenção que não vincula os 
Estados nacionais.
Em terceiro lugar, considerando-se que não haverá necessidade de 
contratação de profissionais especializados no direito de outros países, haverá 
redução do custo dos contratos e, consequentemente, maior rentabilidade das 
transações e desenvolvimento do comércio internacional.
Por fim, vale ressaltar que a utilização da CVIM, ao proporcionar 
integração jurídica, facilita a integração econômica e a resolução mais 
rápida e eficaz para conflitos que envolvam contratos de compra e venda 
internacional de mercadorias.
Pois bem, agora que já entendemos as vantagens da CVIM, vejamos 
algumas de suas principais disposições!
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2.2- Princípios Fundamentais:
A CVIM possui os seguintes princípios fundamentais, os quais estão 
dispersos em seu texto: i) autonomia da vontade; ii) princípio do caráter 
internacionais; iii) uniformidade; iv) boa-fé; v) informalidade; vi) neutralidade 
(não impõe critérios em favor de economias mais ou menos desenvolvidas).
A autonomia da vontade está explícita no art. 6°, que estabelece 
que as partes contratuais podem excluir a aplicação da Convenção de 
Viena a um contrato de compra e venda, assim como derrogar qualquer de 
suas disposições ou modificar-lhe os efeitos.
O princípio do caráter internacional impõe que a interpretação 
dos institutos jurídicos mencionados na CVIM deve ser realizada abstraindo-se 
do sentido que lhes é concedido pelos ordenamentos jurídicos nacionais. 
Assim, ela não deve ser interpretado à luz do direito nacional, mas sim 
segundo a doutrina e jurisprudência internacionais.
O princípio do caráter internacional está intimamente ligado ao 
princípio da uniformidade. Na interpretação da CVIM, o hermeneuta deve 
buscar aplicar valores jurídicos que permitam alcançar a universalidade a que 
se propõe a CVIM. Cabe destacar que a Convenção de Viena tem a difícil tarefa 
de uniformizar as regras aplicáveis aos contratos de compra e venda 
celebrados tanto por empresas de países onde vigora o direito codificado 
quanto por empresas onde vigora o "common law". O art. 7°, parágrafo 1°, da 
CVIM deixa explícito os princípios da uniformidade e do caráter internacional:
Artigo 7°
(1) Na interpretação da presente Convenção ter-se-á em conta o 
seu caráter internacional bem como a necessidade de 
promover a uniformidade da sua aplicação e de assegurar o 
respeito da boa fé no comércio internacional.
A CVIM tem como um dos seus principais objetivos a harmonização 
de regras aplicáveis aos contratos de compra e venda internacional,
dispondo sobre seus mais variados aspectos: transporte, seguro, indenizações 
por violação contratual, propriedade industrial, transferência de risco, perdas e 
danos, juros, obrigações de vendedores e compradores, dentre outros.
O princípio da boa fé, por sua vez, prevê que a interpretação da 
CVIM deve ser realizada considerando-se a conduta que se espera de um 
homem padrão médio. Em outras palavras, o princípio da boa fé representa a 
obrigação de razoabilidade na interpretação.
A informalidade se evidencia no art. 11 da CVIM, que dispõe que "o 
contrato de compra e venda não tem de ser concluído por escrito nem de 
constar de documento escrito e não está sujeito a nenhum outro requisito de
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forma." Ao contrário, o contrato poderá ser provado por qualquer meio, 
inclusive a prova testemunhal.
A neutralidade guarda correlação com o princípio da uniformidade. 
O texto da Convenção de Viena, assim como sua interpretação, não estabelece 
tratamento diferenciado para países mais ou menos desenvolvidos.
2.3- Aplicação da Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e 
Venda Internacional de Mercadorias:
Em que situações é aplicada a CVIM?
A resposta a essa pergunta nos é dada pelo art. 1° da referida 
Convenção. Vejamos:
"Art. 1°
(1) Esta Convenção aplica-se aos contratos de compra e venda de 
mercadorias entre partes que tenham seus estabelecimentos em 
Estados distintos:
(a) quando tais Estados forem Estados Contratantes; ou
(b) quando as regras de direito internacional privado levarem à 
aplicação da lei de um Estado Contratante.
(2) Não será levado em consideração o fato de as partes terem 
seus estabelecimentos comerciais em Estados distintos, quando 
tal circunstância não resultar do contrato, das tratativas entre as 
partes ou de informações por elas prestadas antes ou no 
momento de conclusão do contrato.
(3) Para a aplicação da presente Convenção não serão 
considerados a nacionalidade das partes nem o caráter civil ou 
comercial das partes ou do contrato."
Interpretando-se o parágrafo 1° do dispositivo supracitado, chegamos 
à conclusão de que, como regra geral, a CVIM se aplica aos contratos de 
compra e venda de mercadorias (bens tangíveis móveis) celebrados entre 
partes que tenham estabelecimento em Estados diferentes, desde que 
ambos os Estados sejam partes contratantes da referida Convenção. 
Nesse caso, a CVIM será automaticamente aplicada, a menos que ambas as 
partes contratuais se manifestem de forma contrária.
Imaginemos, para ilustrar a situação acima apresentada, dois países 
A e B, ambos partes-contratantes da CVIM. Se for celebrado um contrato de 
compra e venda de mercadorias entre uma empresa situada no país A e outra
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empresa situada no país B, a CVIM será a ele aplicável, a menos que eles se 
manifestem de forma contrária.
A CVIM não dispõe sobre o conceito de "estabelecimento". No 
entanto, a doutrina mais abalizada afirma que, para a caracterizaçãode 
estabelecimento, não há necessidade de constituição de pessoa 
jurídica. Nessa esteira, os elementos básicos do conceito de estabelecimento 
são a permanência e a regularidade das negociações realizadas no local.
Outra possibilidade de aplicação da CVIM é "... quando as regras de 
direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um Estado 
Contratante." Para ilustrar a hipótese acima apresentada, imaginemos que é 
celebrado um contrato de compra e venda de mercadorias entre uma empresa 
situada no país A (parte contratante da CVIM) e uma empresa situada no país 
B (que não é parte contratante da CVIM). Imaginemos, ainda, que a legislação 
do país A estabeleça que aos contratos celebrados entre empresas estrangeiras 
e empresas situadas em seu território será aplicada sua legislação interna. 
Nesse caso, considerando que será aplicada a legislação do país A e que o país 
A é parte-contratante da CVIM, esta será aplicável ao caso in concretu.
Ainda acerca da aplicação da CVIM, cabe destacar as regras 
estabelecidas pelos §2° e §3° do art.1°.
O §2° estabelece que ”... não será levado em consideração o fato 
de as partes terem seus estabelecimentos comerciais em Estados distintos, 
quando tal circunstância não resultar do contrato, das tratativas entre as 
partes ou de informações por elas prestadas antes ou no momento de 
conclusão do contrato." Desta feita, concluímos que, para que o contrato de 
compra e venda de mercadorias seja considerado internacional, deverá haver 
menção ao fato de que as partes possuem estabelecimentos comerciais em 
Estados distintos. Tal menção poderá ser feita no próprio contrato, nas 
tratativas entre as partes ou em informações por ela prestadas antes ou no 
momento da conclusão do contrato.
O §3° estabelece, por sua vez, que para a aplicação da CVIM ”... 
não serão considerados a nacionalidade das partes nem o caráter civil ou 
comercial das partes ou do contrato". Assim, se duas empresas A e B tiverem 
a mesma nacionalidade, mas estiverem localizadas em Estados distintos, isso 
não irá retirar o caráter internacional do contrato que celebrarem. Da mesma 
forma, não importa a natureza jurídica das partes no contrato de compra e 
venda. O caráter internacional do contrato é determinado 
exclusivamente em função do local dos estabelecimentos das partes 
contratuais. Se as partes contratuais tiverem estabelecimento em Estados 
diferentes, o contrato será internacional; caso as partes contratuais tenham 
estabelecimento no mesmo Estado o contrato não será internacional.
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Mesmo antes de o Brasil ter ratificado a CVIM, nós já a estudávamos. 
Será que isso significa que, mesmo não tendo ratificado a CVIM, ela poderia 
ser aplicada a um contrato de compra e venda celebrado por empresa 
brasileira?
Sim. A CVIM poderia ser aplicada a um contrato de compra e venda 
celebrado por empresa brasileira na hipótese do art. 1°, parágrafo 1°, alínea b 
("quando as regras de direito internacional privado conduzirem à 
aplicação da lei de um Estado contratante").
A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LIDB)2
estabelece, em seu art. 9°, que para qualificar e reger as obrigações, deverá 
ser aplicada a lei do país em que estas se constituírem (lex loci celebrationis). 
Adicionalmente, o art. 9°, § 2° da LIDB dispõe que a obrigação resultante do 
contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Tendo em 
mente esse dispositivo, imagine um contrato de compra e venda celebrado 
entre uma empresa brasileira e uma empresa alemã e considere que a 
empresa alemã é a proponente (que faz a proposta!). Nesse caso, pelo art. 9°, 
§ 2° da LIDB, o contrato em questão será regulado pela legislação alemã. 
Considerando que a Alemanha é signatária da CVIM, esta irá aplicar-se ao caso 
concreto.
Cabe destacar o art. 95 da CVIM, que dispõe que "qualquer Estado 
pode declarar, no momento do depósito do seu instrumento de 
ratificação, de aceitação, de aprovação ou de adesão, que não ficará 
vinculado pela alínea "b" do parágrafo 1 do artigo 1° da presente 
Convenção." Segundo esse dispositivo, os contratos de compra e venda 
celebrados por empresas com estabelecimento em um Estado que tenha 
apresentado reservas ao art. 1°, parágrafo 1°, alínea b da CVIM somente 
serão regidos pela referida Convenção se celebrados com empresas com 
estabelecimento em outro Estado contratante.
A China, por exemplo, ao aderir à CVIM, apresentou reservas ao 
dispositivo supracitado. Suponha, sntão, que uma empresa chinesa (na 
condição de proponente) celebre um contrato com uma empresa brasileira. 
Segundo o art. 1°, parágrafo 1°, alínea b, a CVIM seria aplicável a esse 
contrato. No entanto, como a China apresentou reservas a esse dispositivo, a 
lei reguladora do contrato será a lei chinesa (aplicação do art. 9°, § 2° da 
LIDB).
2 A Lei de Introdução às normas do direito brasileiro é a principal norma de direito 
internacional privado do ordenamento jurídico brasileiro.
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2.4- Não-aplicação da Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra 
e Venda Internacional de Mercadorias:
Há certos tipos de contratos de compra e venda aos quais não se 
aplica a CVIM. Vejamos o teor do art. 2° da Convenção de Viena!
Art. 2° - A presente Convenção não regula as vendas:
(a) de mercadorias compradas para uso pessoal, familiar ou 
doméstico, a menos que o vendedor, em qualquer momento 
anterior à conclusão do contrato ou na altura da conclusão deste, 
não soubesse nem devesse saber que as mercadorias eram 
compradas para tal uso;
(b) em leilão;
(c) em processo executivo;
(d) de valores mobiliários, títulos de crédito e moeda;
(e) de navios, barcos, hovercraft e aeronaves;
(f) de eletricidade.
São basicamente dois motivos que levam à inaplicabilidade da 
Convenção de Viena. O primeiro é em razão do objetivo do comprador; o 
segundo diz respeito à natureza do objeto contratual.
Quanto ao objetivo do comprador, cabe destacar que se as 
mercadorias forem compradas para uso não-profissional (pessoal, familiar ou 
doméstico), a compra e venda não poderá ser regulada pela CVIM. Da mesma 
forma, se as mercadorias foram adquiridas em leilão ou processo executivo 
não será aplicada a CVIM.
Em relação à natureza do objeto contratual, há alguns bens cuja 
compra e venda não pode ser regulada pela CVIM. São eles: i) os valores 
mobiliários, títulos de crédito e moeda; ii) navios, barcos, hovercrafts e 
aeronaves e; iii) eletricidade.
O art. 3° da CVIM reconhece a aplicabilidade da Convenção também 
aos contratos que envolvam a compra e venda de mercadorias a serem 
fabricadas ou produzidas. No entanto, a CVIM não se aplica quando o 
comprador tiver que fornecer uma parte essencial dos elementos 
materiais necessários para a produção da mercadoria. É o caso em que, 
por exemplo, o comprador fornece toda a madeira a ser utilizada na produção 
de determinados móveis. Com efeito, é possível perceber que, nessa situação, 
o vendedor está ofertando um serviço ao comprador, ficando caracterizado um
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contrato de prestação de serviços (e não umacompra e venda de 
mercadorias!).
2.5- Formação do Contrato:
A Convenção de Viena dispõe, em sua segunda parte, sobre a 
formação do contrato de compra e venda internacional. Inicialmente, cabe 
destacar que, segundo a CVIM, o contrato de compra e venda de mercadorias 
conclui-se no momento em que a aceitação da proposta contratual se 
torna eficaz.
O conceito de proposta contratual está definido no art. 14 da CVIM. 
Segundo o referido dispositivo, proposta contratual é uma proposta 
destinada a uma ou mais pessoas que, além de ser suficientemente 
precisa, indica a vontade de seu autor de a ela vincular-se em caso de 
aceitação. Considera-se que uma proposta é suficientemente precisa quando 
ela designa as mercadorias e, expressa ou implicitamente, fixa a quantidade e 
o preço ou dá indicações que permitam determiná-los.
Se uma proposta for dirigida a pessoas indeterminadas (um panfleto 
ou e-mail promocional, por exemplo), ela é considerada apenas um convite 
para contratar, a menos que a pessoa que fez a proposta tenha indicado 
claramente o contrário.
Mas quando é que uma proposta se torna eficaz?
Uma proposta comercial se torna eficaz quando chega ao seu 
destinatário. É possível, todavia, que uma proposta comercial, ainda que 
irrevogável, seja retirada, desde que a retratação chegue ao destinatário antes 
ou ao mesmo tempo da proposta.
Cabe destacar também que, até o momento da conclusão de um 
contrato, uma proposta comercial poderá ser revogada, desde que a 
revogação chegue ao destinatário antes de este ter expedido uma 
aceitação.
Quando uma proposta comercial chega ao destinatário, ela poderá ser 
rejeitada ou aceita. A rejeição, ao chegar ao proponente, tem como efeito a 
extinção da proposta comercial. Por sua vez, a aceitação, ao chegar ao 
proponente, torna-se eficaz e materializa a conclusão do contrato de 
compra e venda.
Nos termos do art. 18, parágrafo 1°, da CVIM, a aceitação poderá 
ser expressa ou tácita. Será expressa quando houver uma declaração do 
destinatário da proposta comercial; será tácita quando o destinatário da
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proposta adotar comportamento que evidencie o seu assentimento. A 
aceitação também poderá ser retirada, desde que a retratação chegue 
ao proponente antes ou no momento em que a aceitação teria se 
tornado eficaz.
Para visualizarmos a formação de um contrato de compra e venda 
internacional regulado pela CVIM, nada melhor do que um exemplo!
Consideremos, como informação inicial, que Alemanha e França 
ratificaram a CVIM. A empresa A (com estabelecimento situado na Alemanha) 
inicia negociações com uma empresa B (com estabelecimento situado na 
França). Após as negociações, a empresa A emite uma proposta comercial 
tendo como destinatária a empresa B e a envia por meio dos correios. Ocorre 
que a proposta é extraviada e não chega à destinatária. Poderemos, então, 
considerá-la uma proposta eficaz? Não, a proposta comercial somente se torna 
eficaz quando chega ao destinatário.
Suponha, entretanto, que a proposta comercial tenha chegado à 
empresa B e, portanto, se tornado eficaz. Nessa situação, a empresa A poderá 
retirar a proposta? Também não! A proposta comercial somente pode ser 
retirada se a retratação chegar antes ou ao mesmo tempo que a proposta. No 
entanto, é possível que a empresa A revogue a proposta comercial, desde que 
o faça antes de a empresa B ter expedido a aceitação.
Se a empresa B aceitar a proposta comercial e esta aceitação chegar 
à empresa A, o contrato de compra e venda reputa-se constituído. Todavia, 
caso a empresa B rejeite a proposta comercial, esta será extinta.
Caso a empresa B tenha aceitado a proposta, mas dela desista a 
posteriori, terá que correr contra o tempo. Para retirar a aceitação, a 
retratação da empresa B deverá chegar à empresa A antes ou no momento em 
que a aceitação teria se tornado eficaz.
2.6- Obrigações do comprador e vendedor:
A Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda 
Internacional de Mercadorias (CVIM) teve como objetivo central a 
uniformização de regras sobre compra e venda de mercadorias. Para alcançar 
esse objetivo, ela dispõe, em sua terceira parte, sobre as regras gerais 
aplicáveis a esse tipo de contrato, tecendo considerações sobre as obrigações 
das partes contratuais.
Segundo o art. 30 da CVIM, são obrigações do vendedor entregar 
as mercadorias, transferir a propriedade sobre elas e, se for o caso, 
remeter os documentos que se lhe referem.
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O art. 53 da CVIM, por sua vez, dispõe que são obrigações do 
comprador pagar o preço e aceitar a entrega das mercadorias.
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
12. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra 
e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM) é instrumento jurídico 
que vincula Estados Nacionais em torno do objetivo de harmonizar 
internacionalmente as fórmulas que definem as obrigações e direitos 
dos exportadores e importadores em torno da comercialização de um 
bem internacionalmente.
Comentários:
A CVIM não vincula Estados Nacionais. Dessa forma, ainda que um 
Estado tenha ratificado a CVIM, as empresas desse Estado poderão deixar de 
utilizá-la caso assim desejem. Questão errada.
13. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra 
e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), firmada no âmbito da 
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento 
(UNCTAD), estabelece procedimentos padrões para a celebração de 
contratos comerciais internacionais entre agentes privados.
Comentários:
A CVIM foi celebrada no âmbito da UNCITRAL, que é uma comissão 
das Nações Unidas destinada a promover o aperfeiçoamento e a evolução do 
direito do comércio internacional. Questão errada.
14. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra 
e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), celebrada no âmbito da 
Câmara Internacional de Comércio (CCI), é instrumento de direito 
privado que rege os atos administrativos e jurídicos que envolvem a 
transferência da propriedade da mercadoria transacionada 
internacionalmente.
Comentários:
A CVIM foi celebrada no âmbito da UNCITRAL. A CCI é uma 
organização não-governamental, de caráter privado, responsável pela criação
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dos INCOTERMS. Estudaremos sobre os INCOTERMS mais à frente, ainda na 
aula de hoje. Questão errada.
15. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra 
e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), firmada no âmbito das 
Nações Unidas, uniformiza as regras sobre compra e venda de 
mercadorias, envolvendo aspectos como transporte, seguro, 
transferência de riscos, propriedade industrial, pagamentos e 
indenizações por não cumprimento de obrigações, mercadoria 
avariada, danos e prejuízos.
Comentários:
O principal objetivo da CVIM é a harmonização das regras aplicáveis 
aos contratos de compra e venda internacional, em seus diversos aspectos. 
Questão correta.
16. (Questão Inédita)- Na interpretação dos institutos jurídicos 
definidos pela Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e 
Venda Internacional (CVIM), ohermeneuta deve abstrair-se do sentido 
que lhes é dado pelos ordenamentos jurídicos nacionais, levando em 
consideração o caráter internacional da referida Lei Modelo.
Comentários:
De acordo com o princípio do caráter internacional, a CVIM não 
deve ser aplicada à luz do direito nacional, mas sim segundo a 
doutrina e jurisprudência internacionais. Questão correta.
17. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, o caráter internacional 
de um contrato de compra e venda de mercadorias independe do local 
dos estabelecimentos das partes contratuais.
Comentários:
O local de estabelecimento das partes contratuais é fundamental na 
determinação do caráter internacional de um contrato de compra e venda. 
Questão errada.
18. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, considera-se concluído 
um contrato de compra e venda internacional de mercadorias quando a 
proposta comercial torna-se eficaz.
Comentários:
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Segundo a CVIM, o contrato de compra e venda internacional de 
mercadorias considera-se concluído no momento em que a aceitação da 
proposta comercial se torna eficaz. Questão errada.
19. (Questão Inédita)- A CVIM é utilizada para regular contratos 
internacionais de compra e venda de bens tangíveis, inclusive quando 
o comprador fornecer uma parte essencial dos elementos materiais 
necessários para a produção desses bens.
Comentários:
A CVIM não se aplica quando o comprador tiver que fornecer uma 
parte essencial dos elementos materiais necessários para a produção da 
mercadoria. Questão errada.
20. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, são considerados de 
compra e venda os contratos de fornecimento de mercadorias a 
fabricar ou a produzir, a menos que o contratante que as encomende 
tenha de fornecer uma parte essencial dos elementos materiais 
necessários para o fabrico ou produção.
Comentários:
Os contratos de fornecimento de mercadorias a fabricar ou produzir 
são considerados contratos de compra e venda, a eles se aplicando a CVIM. No 
entanto, a CVIM não será aplicada quando o contratante que encomendar as 
mercadorias tiver que fornecer uma parte essencial dos elementos materiais 
necessários para sua produção. Questão correta.
3- TERMOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO (INCOTERMS): 
3.1- Generalidades:
Quando é celebrado um contrato internacional de compra e venda de 
mercadorias, várias cláusulas devem ser decididas pelas partes contratuais 
(importador e exportador). Será necessário determinar onde serão entregues 
as mercadorias ao importador, se será contratado um seguro da carga ou, 
ainda, quem procederá ao desembaraço aduaneiro. Dessa forma, a celebração 
de um contrato dessa natureza não é tarefa simples, a ela devendo ser 
concedida especial atenção, uma vez que as cláusulas contratuais, além de se 
refletirem na formação do preço das mercadorias, permitem que as partes 
possam usufruir de maior segurança jurídica.
Os INCOTERMS (International Commercial Terms) foram criados pela 
Câmara de Comércio Internacional (CCI) em 1936 justamente com o
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objetivo de simplificar a celebração de contratos internacionais de compra e 
venda. Trata-se de fórmulas contratuais que definem as obrigações de 
vendedores e compradores nesse tipo de contrato. Ao invés de se 
utilizar várias cláusulas contratuais, definindo as responsabilidades do 
exportador e do importador em cada fase da cadeia logística, é muito fácil uma 
única formula que resuma tudo em poucas letras. Essa é a lógica dos 
INCOTERMS! Cabe destacar que os INCOTERMS não se aplicam aos 
contratos de prestação de serviços, mas apenas aos contratos de compra e 
venda de mercadorias.
Suponha que seja celebrado um contrato de compra e venda entre 
uma empresa brasileira (importadora) e uma empresa estrangeira 
(exportadora). Por óbvio, será necessário que eles definam onde ocorrerá a 
entrega da mercadoria e quais custos serão responsabilidade de cada um. 
Pode ser estabelecido, por exemplo, que a mercadoria será considerada 
entregue pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de embarque 
e que, além disso, o vendedor irá arcar com o frete e seguro internacionais. Ao 
invés de especificar todas essas cláusulas no contrato de compra e venda, 
basta que vendedor e comprador digam que será usado o INCOTERM CIF 
(Cost, Insurance and Freight). Tudo ficou, sem dúvida alguma, muito mais 
fácil!
A Câmara de Comércio Internacional (CCI) é uma organização 
não-governamental de amplitude global que tem como objetivos promover o 
comércio internacional e o crescimento econômico, representando o setor 
empresarial junto aos governos. Para alcançar seus objetivos, a CCI, dentre 
outras ações, atua na criação de regras uniformes para reger as relações 
comerciais. Dentre essas regras, estão os INCOTERMS.
Em virtude de serem criados por uma organização não- 
governamental, os INCOTERMS não são de utilização obrigatória, ou seja, são 
usados facultativamente pelas partes em um contrato de compra e 
venda de mercadorias. Eles não são normas internacionais, mas apenas um 
conjunto consolidado e pad ronizado dos usos e costumes
alfandegários e de entrega utilizados no mundo.3
Mas se não são obrigatórios, os INCOTERMS possuem algum valor
jurídico?
Sim. Apesar de serem de utilização facultativa, os INCOTERMS 
possuem valor jurídico quando mencionados em um contrato de 
compra e venda internacional. Se as partes contratuais definiram que irão 
utilizar um INCOTERM para regular as obrigações que regem um determinado 
contrato, elas passam automaticamente a estarem vinculadas a essa fórmula
3
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contratual. Essa vinculação decorre de dois princípios gerais da teoria dos 
contratos: o princípio "pacta sunt servanda" e o princípio "lex inter partes".
Além de definirem as obrigações de compradores e vendedores em 
contratos internacionais de compra e venda de mercadorias, os INCOTERMS 
também são usados como forma de padronizar as estatísticas nacionais e 
internacionais de comércio. Nesse sentido, as estatísticas das exportações 
são usualmente apresentadas em base FOB, ao passo que as estatísticas das 
importações são apresentadas em base CIF (valor acrescido do seguro e do 
frete internacional).
O objetivo dessa padronização (exportações em base FOB e 
importações em base CIF) é evitar que dois países contabilizem, ao 
mesmo tempo, custos de transporte e de seguro, o que faria que, ao 
analisar os números do comércio global, tivéssemos uma visão distorcida das 
trocas internacionais. Assim, quando o Brasil exporta para os EUA, por 
exemplo, ele não contabiliza em sua balança comercial os valores de frete e 
seguro; os EUA, entretanto, na mesma operação, irá contabilizar esses 
valores.
Criados em 1936 pela CCI
INCOTERMS Definem as obrigações de vendedores e
compradores em um contrato de compra 
e venda internacional de mercadorias
Sao utilizados facultativamente, mas, quandomencionados em um contrato, vinculam as 
partes.
A primeira versão dos INCOTERMS foi criada em 1936. 
Posteriormente, seguiram-se diversas outras revisões, as quais chegaram ao 
número de 7 (sete); 1953, 1967, 1976, 1980, 1990, 2000 e 2010. As 
sucessivas revisões dos INCOTERMS existem em virtude da necessidade de 
que as regras comerciais acompanhem a evolução das relações comerciais 
entre os países.
Levando-se em consideração que os INCOTERMS não são normas 
internacionais, uma versão mais atual não revoga a anterior. Dessa 
forma, todas as versões dos INCOTERMS, mesmo as mais antigas, ainda 
podem se utilizadas em um contrato de compra e venda internacional de 
mercadorias. Para isso, basta que as partes deixem explícito no contrato qual 
será a versão dos INCOTERMS aplicável. Caso as partes contratuais não 
especifiquem qual versão está sendo utilizada, poderá haver dúvidas de 
interpretação, prejudicando a segurança jurídica da operação.
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Os INCOTERMS também podem ser objeto de alteração pelas partes 
contratuais, desde que elas entrem em acordo. Nesse sentido, é possível que 
sejam efetuados aditamentos ou reduções nas atribuições do vendedor 
ou do comprador. Por exemplo, o INCOTERM EXW determina que o 
desembaraço de exportação será feito pelo importador. No entanto, por razões 
burocráticas, isso pode ser complexo. Assim, os contratantes podem 
determinar que o INCOTERM a ser utilizado será o EXW mas que, 
adicionalmente, o exportador será responsável pelo desembaraço de 
exportação.
O conhecimento exato dos INCOTERMS é fundamental para a 
logística de uma operação de comércio exterior, pois define o momento em 
que o vendedor transfere ao comprador as responsabilidades quanto 
aos custos e riscos. A transferência da responsabilidade quanto aos 
riscos ocorre no momento em que o vendedor entrega a mercadoria no local 
definido pelas partes. Já a transferência da responsabilidade quanto aos 
custos, efetiva-se quando cessam as obrigações de custeio que couberem ao 
vendedor. A depender do INCOTERM utilizado, o momento em que é 
transferida a responsabilidade quanto aos riscos não coincide com o momento 
em que é transferida a responsabilidade quanto aos custos.
Os INCOTERMS também são importantes para a determinação do 
preço das mercadorias. Com efeito, cada cláusula contratual nos permite 
identificar os elementos que compõe o preço de uma mercadoria. Ao usar a 
cláusula contratual CIF (Cost Insurance and Freight), por exemplo, sabe-se 
que ao preço da mercadoria deverá ser somado o valor do frete e seguro 
internacionais. Em virtude disso, os INCOTERMS são conhecidos como 
"cláusulas de preço".
Destaque-se, ainda, que, ao proceder a escolha dos INCOTERMS, 
exportadores e importadores deverão observar as especificidades da 
legislação interna de seus países. Imaginem, por exemplo, que um 
contrato seja formalizado baseando-se no INCOTERM Ex Works. Nessa fórmula 
contratual, quem realiza o desembana ço para exportação é o comprador. Pode 
existir alguma norma no país de origem da mercadoria que não permita que 
uma empresa estrangeira realize o despacho para exportação ou mesmo 
proceda ao licenciamento da operação. Nessa situação, o INCOTERM Ex-Works 
não poderá ser utilizado.
3.2- INCOTERMS 2010:
Passaremos agora a estudar especificamente cada uma das fórmulas 
contratuais previstas na versão INCOTERMS 2010. Quando oportuno, faremos 
remissão também a alguns INCOTERMS da versão anterior, para fins de
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comparação e de entendimento do que foi alterado com a nova publicação da 
CCI.
A versão INCOTERMS 2010, publicada pela CCI, possui uma 
introdução e, logo em seguida, uma explicação de cada termo. Antes de cada 
termo, há notas de orientação (guidance notes), as quais visam a orientar 
vendedores e compradores na escolha do INCOTERM mais adequado à 
operação pretendida.
Uma modificação importante na versão INCOTERMS 2010 é que ela 
afirma explicitamente que as notas de orientação (guidance notes) e a 
introdução não integram a estrutura dos INCOTERMS, possuindo caráter 
de meras orientações 4.
Além disso, na versão INCOTERMS 2010, o texto deixa explícito que 
as fórmulas contratuais nele previstas podem ser usadas tanto em 
contratos de compra e venda internacionais como em contratos de 
compra e venda domésticos. O objetivo é permitir que as empresas, ao 
usar os INCOTERMS em contratos domésticos, possam se acostumar com sua 
utilização. Destaque-se que essa previsão não existia na versão INCOTERMS 
2000.
Vamos ao estudo de cada um dos INCOTERMS da versão 2010!
3.2.1- EXW (Ex Works- named place o f delivery):
O termo EXW é o que representa maior nível de obrigações ao 
comprador e, simultaneamente, o menor nível de obrigações para o vendedor. 
Quando esse INCOTERM é utilizado, o vendedor se compromete a 
disponibilizar a mercadoria ao comprador em seus próprios domínios 
(nas suas próprias instalações). Em outras palavras, as obrigações do 
vendedor se encerram no momento em que ele acondiciona a mercadoria na 
embalagem de transporte.
Costuma-se dizer que, no INCOTER EXW, a mercadoria é entregue 
pelo vendedor ao comprador no "chão da fábrica" e, a partir daí, todas as 
despesas serão de responsabilidade do comprador. O comprador deverá arcar 
até mesmo com as despesas de carregamento no veículo transportador.
Nos INCOTERMS em geral, o desembaraço aduaneiro de 
exportação será sempre de responsabilidade do exportador (vendedor), 
enquanto o desembaraço aduaneiro de importação será de
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responsabilidade do importador (comprador). No entanto, para o INCOTERM 
EXW, até mesmo o desembaraço aduaneiro de exportação será de 
responsabilidade do importador (comprador). Esse é o único INCOTERM em 
que isso ocorre!
Ao vincular esse termo em um contrato de compra e venda, é 
necessário que se identifique explicitamente onde será entregue a mercadoria, 
ou seja, deverá ser nomeado um local de entrega na origem. O INCOTERM 
EXW pode ser usado para qualquer tipo de transporte ou mesmo para o 
transporte multimodal.
3.2.2- FCA (Free Carrier - named place of delivery):
O termo FCA (Free Carrier) impõe a obrigação de que o vendedor 
entregue a mercadoria ao transportador, seja na propriedade do 
próprio vendedor ou em outro local designado. A partir daí, todos os 
custos e riscos irão correr por conta do comprador. Teremos, então, duas 
situações possíveis:
a) Mercadorias entregues ao transportador no 
estabelecimento do vendedor: as despesas de carregamento do veículo 
serão responsabilidade do vendedor.
b) Mercadorias entregues em outro local designado: o vendedor 
entregará as mercadorias prontas para serem desembarcadas. Percebe-se que, 
nesse caso, o vendedor embarcou as mercadorias em um veículo e levou-as a 
um local designado. Nesse local, as despesas de descarregamentoserão de 
responsabilidade do comprador.
No INCOTERM FCA, o desembaraço aduaneiro de exportação fica por 
conta do vendedor (exportador) e o desembaraço aduaneiro de importação 
será responsabilidade do compradoS (importador). Dessa forma, a execução 
das formalidades alfandegárias e o pagamento dos direitos aduaneiros são de 
responsabilidade do vendedor.
O FCA pode ser utilizado em qualquer modo de transporte ou 
mesmo para o transporte multimodal.
3.2.3- FAS (Free Alongside Ship - named port of shipment):
O termo FAS (Free Alongside Ship) estabelece que as mercadorias 
deverão ser entregues pelo vendedor ao comprador ao lado do navio 
no porto de embarque nomeado. A partir daí, todas as despesas e riscos
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serão de responsabilidade do comprador. Considerando que a mercadoria é 
entregue ao lado do navio, as despesas de carregamento deste serão de 
responsabilidade do comprador.
O FAS pode ser utilizado apenas para o transporte marítimo ou 
hidroviário interior (o próprio nome já nos indica isso!). O desembaraço 
aduaneiro de exportação é responsabilidade do exportador e o desembaraço 
aduaneiro de importação fica por conta do importador.
3.2.4- FOB (Free on Board- named port of shipment):
Na versão INCOTERMS 2000, esse termo estabelecia que a 
mercadoria seria considerada entregue ao comprador no momento em que ela 
"transpusesse a amurada do navio" no porto de embarque. Essa redação 
gerava alguns problemas e dificuldades de interpretação. Em razão disso, o 
termo FOB foi alterado na revisão INCOTERMS 2010.
Segundo a versão INCOTERMS 2010, o termo FOB impõe ao 
vendedor a obrigação de entregar a mercadoria ao comprador a bordo do 
navio designado pelo comprador, no porto de embarque. A partir desse 
momento, é transferida toda a responsabilidade pelos custos e riscos do 
vendedor ao comprador.
O INCOTERM FOB somente pode ser utilizado para o transporte 
marítimo ou hidroviário interior. O desembaraço aduaneiro de exportação 
fica a cargo do exportador (vendedor), enquanto o desembaraço aduaneiro de 
importação é responsabilidade do importador (comprador).
3.2.5- CPT (Carriage Paid To - named place of destination):
O INCOTERM CPT (Carriage Paid To) estabelece que o vendedor 
deverá entregar a mercadoria ao transportador no local acordado e, 
além disso, arcar com as despesas referentes ao frete internacional 
até um local designado.
Quando esse termo é usado em um contrato de compra e venda, 
pode-se identificar que a transferência da responsabilidade quanto aos 
riscos ocorre em momento diverso da transferência da 
responsabilidade quanto aos custos. A responsabilidade quanto aos riscos 
é transferida pelo vendedor ao comprador no momento em que a mercadoria é 
entregue ao transportador no local acordado. Já a responsabilidade quanto aos 
custos persiste com o vendedor até a chegada ao local de destino.
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Um detalhe importante: o local nomeado, que acompanha o 
INCOTERM CPT, não é onde a mercadoria será entregue ao transportador, mas 
sim até onde o frete internacional será pago. Dessa forma, quando se usa o 
INCOTERM CPT- Porto de Santos, significa que o frete será pago até o Porto de 
Santos e, ainda, que esse porto está situado no país de destino (país 
importador). Essa é uma particularidade dos INCOTERMS do Grupo "C"!
O termo CPT pode ser utilizado para qualquer tipo de transporte, 
inclusive o multimodal. O desembaraço aduaneiro de exportação será de 
responsabilidade do vendedor (exportador); por sua vez, o desembaraço 
aduaneiro de importação será de responsabilidade do comprador (importador).
3.2.6- CIP (Carriage and Insurance Paid To - named place of 
destination):
O INCOTERM CIP é bem similar ao CPT. Nele, o vendedor tem a 
obrigação de entregar a mercadoria ao transportador no local 
acordado e, além disso, arcar com as despesas referentes ao frete e ao 
seguro internacionais.
Nesse termo, a transferência da responsabilidade quanto aos riscos 
também ocorre em momento diferente ao da transferência da responsabilidade 
quanto aos custos. A responsabilidade quanto aos riscos encerra-se no 
momento da entrega da mercadoria ao transportador; a
responsabilidade quantos aos custos, no momento em que a mercadoria 
chega ao local de destino.
Alguém poderia perguntar: "Se o vendedor tem que pagar o seguro 
internacional, a responsabilidade quanto aos riscos é mesmo transferida no 
momento da entrega da mercadoria ao transportador?"
Sim. De fato, o vendedor deve contratar o seguro internacional. No 
entanto, a apólice de seguro tem como beneficiário o comprador. Essa é a 
maior prova de que a responsabilidade quanto aos riscos se transfere no 
momento da entrega da mercadoria ao transportador. Cabe destacar que o 
seguro internacional contratado pelo vendedor deverá possuir a cobertura 
mínima (que equivale a 110% do valor da operação!)
Assim como no INCOTERM CPT, o local nomeado será o local de 
destino da mercadoria, até onde o frete e o seguro internacional serão 
pagos. Dessa maneira, se estiver previsto em um contrato o INCOTERM CIP - 
Porto de Paranaguá, isso significa que o frete e o seguro internacionais serão 
pagos até esse porto e que trata-se de uma importação brasileira.
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O termo CIP pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte, 
inclusive o multimodal. O desembaraço aduaneiro de exportação será de 
responsabilidade do vendedor (exportador), enquanto o desembaraço 
aduaneiro de importação ficará por conta do comprador (importador).
3.2.7- CFR (Cost and Freight - named port of destination):
A versão INCOTERMS 2000 (versão anterior) dispunha que, no termo 
CFR, a mercadoria se considerava entregue ao comprador no momento em que 
"transpunha a amurada do navio" no porto de embarque. Como essa redação 
gerava dúvidas e polêmicas de interpretação, o INCOTERM CFR foi alterado na 
nova versão.
Na versão INCOTERMS 2010, o termo CFR estabelece que o vendedor 
deverá entregar a mercadoria ao comprador a bordo do navio no porto 
de embarque e, adicionalmente, arcar com as despesas de frete até o porto 
de destino.
Quando se usa esse INCOTERM, há dois pontos críticos, isto é, a 
responsabilidade quanto aos custos é transferida em local diverso ao 
da transferência da responsabilidade quanto aos riscos. A
responsabilidade do vendedor quanto aos riscos cessa no momento em que ele 
entrega a mercadoria a bordo do navio no porto de embarque. Já a 
responsabilidade quanto aos custos se encerra com a chegada da mercadoria 
ao porto de destino designado.
O local nomeado será o porto de destino da mercadoria, até
onde o vendedor deverá arcar com o frete internacional. Aproveitando a 
oportunidade, vamos a uma rápida comparação entre os termos CFR e FOB, no 
que diz respeito ao local nomeado. Vamos lá!
- CFR - Porto de Santos! Nesse caso, o Porto de Santos é o local 
de destino das mercadorias. Trata-se de uma importação brasileira.- FOB - Porto de Santos: Aqui, o Porto de Santos é o local onde a 
mercadoria será embarcada com destino ao exterior. Trata-se de uma 
exportação brasileira.
O termo CFR somente pode ser utilizado no transporte aquaviário. 
Mais uma vez, o desembaraço aduaneiro de exportação cabe ao vendedor, 
enquanto o desembaraço aduaneiro de importação compete ao comprador.
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3.2.8- CIF (Cost, Insurance and Freight - named port of destination):
O termo CIF também teve a redação alterada em relação à versão 
anterior, cabendo ao vendedor entregar a mercadoria ao comprador a 
bordo do navio no porto de embarque e, adicionalmente, arcar com as 
despesas referentes ao frete e ao seguro internacionais.
Nesse INCOTERM, também há dois momentos distintos quanto à 
transferência de responsabilidades. A responsabilidade quanto aos riscos é 
transferida após a entrega da mercadoria a bordo do navio; por sua vez, a 
responsabilidade do vendedor quanto aos custos se encerra com a chegada da 
mercadoria no porto de destino.
O seguro internacional contratado pelo vendedor deverá ter a 
cobertura mínima, o que equivale a 110% do valor da operação.
O local nomeado será o porto de destino da mercadoria, que será até 
onde o vendedor arcará com as despesas de frete e seguro internacionais. O 
termo CIF somente pode ser utilizado no transporte aquaviário (marítimo 
ou hidroviário interior).
O desembaraço aduaneiro de exportação será responsabilidade do 
vendedor (exportador), enquanto o desembaraço aduaneiro de importação 
caberá ao comprador (importador).
3.2.9- DAT (Delivered at Terminal - named terminal at port or place of 
destination):
O termo DAT (Delivered at Terminal) é uma novidade do INCOTERMS 
2010 em relação à versão anterior. Ele substituiu o termo DEQ (Delivered Ex 
Quay), que impunha ao vendedor a obrigação de entregar a mercadoria no 
cais, isto é, em um terminal portuáriB.
Com a introdução do INCOTERM DAT, passa a ser possível a entrega 
da mercadoria também em um terminal externo. Por meio desse termo, o 
vendedor entrega as mercadorias ao comprador em um terminal 
nomeado, já desembarcadas do veículo transportador. Considera-se 
terminal "qualquer local, coberto ou não, como um cais, armazém, pátio de 
contêiner ou terminal de carga rodoviário, ferroviário ou aéreo". 5
Esse INCOTERM pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte, 
inclusive o multimodal. Na exportação, os trâmites aduaneiros serão de 
responsabilidade do vendedor, enquanto na importação caberão ao comprador.
5 KEEDI, Samir. Transportes, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. 5a
edição, Ed Aduaneiras, 2011.
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3.2.10- DAP (Delivered at Place - named place of destination):
O termo DAP (Delivered at Place) também é uma inovação da versão 
INCOTERMS 2010, tendo substituído os termos DAF, DES e DDU. Vejamos 
rapidamente o que dispõem esses INCOTERMS da versão anterior:
- DAF (Delivered at Frontier): o vendedor entrega a mercadoria 
embarcada no veículo transportador no ponto de fronteira designado, mas 
antes da divisa alfandegária do país de destino.
- DES (Delivered Ex Ship): o vendedor entrega a mercadoria ao 
comprador a bordo do navio no porto de destino.
- DDU (Delivered Duty Unpaid): o vendedor entrega a mercadoria 
no estabelecimento do comprador, não desembarcada do veículo 
transportador.
O INCOTERM DAP, por sua vez, impõe que o vendedor deverá 
entregar a mercadoria em um local de destino nomeado, ainda 
embarcada no veículo transportador. Esse destino poderá ser um porto, 
um ponto de fronteira ou até o estabelecimento do comprador.
Se a mercadoria for entregue em um porto embarcada no navio que a 
transportou, o DAP estará cumprindo a função do antigo DES. Já se a 
mercadoria for entregue em um ponto de fronteira, ele cumprirá a função do 
DAF. Por último, se a entrega for no estabelecimento do comprador, será 
cumprida a função do antigo DDU.
Esse termo poderá ser utilizado em qualquer tipo de transporte, 
inclusive o multimodal. O desembaraço de exportação caberá ao vendedor e 
o desembaraço de importação ficará por conta do comprador.
3.2.11- DDP (Delivered Duty Paid - named place of destination):
Enquanto o termo EXW (Ex Works) apresenta o maior nível de 
obrigações para o comprador, o termo DDP (Delivered Duty Paid) é o que 
apresenta maiores responsabilidades para o vendedor.
Esse INCOTERM estabelece que o vendedor deverá entregar a 
mercadoria no local de destino designado, embarcada no veículo 
transportador e, além disso, arcar com o pagamento dos direitos 
aduaneiros. Destaque-se que o local de destino designado poderá ser o 
estabelecimento do comprador.
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O DDP poderá ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive 
o multimodal. Tanto o desembaraço aduaneiro de exportação quanto o 
desembaraço aduaneiro de importação serão de responsabilidade do vendedor 
(exportador). Em razão disso, considera-se que, no DDP, a mercadoria é 
entregue ao comprador já desembaraçada para importação.
3.2.12- Classificação dos INCOTERMS:
Conforme já estudamos, na versão INCOTERMS 2010, há 11 termos 
contratuais, os quais podem ser divididos da seguinte forma6:
a) Divisão em Grupos por Modos de Transporte: Há INCOTERMS 
que podem ser utilizados apenas no transporte aquaviário; outros INCOTERMS 
podem ser utilizados para qualquer modal de transporte ou até mesmo 
transporte multimodal.
Podem ser utilizados apenas no transporte aquaviário os seguintes 
termos: FAS (Free Alongside Ship), FOB (Free on Board), CFR (Cost and 
Freight) e CIF (Cost, Insurance and Freight).
Podem ser utilizados em qualquer tipo de transporte ou no transporte 
multimodal os seguintes termos: EXW (Ex Works), FCA (Free Carrier), CPT 
(Carriage Paid To), CIP (Carriage and Insurance Paid To), DAT (Delivered at 
Terminal), DAP (Delivered at Place) e DDP (Delivered Duty Paid)
b) Divisão em Grupos para Seguro: Há apenas dois INCOTERMS 
em que há obrigação de contratação do seguro. São os termos contratuais CIF 
(Cost, Insurance and Freight) e CIP (Cost and Insurance Paid To), os quais 
impõem ao vendedor a contratação do seguro internacional. Nos outros 9 
(nove) INCOTERMS, poderá haver contratação de seguro internacional, mas 
este não será obrigatório.
c) Divisão em Grupos para Entrega: Quanto ao local de entrega, 
os INCOTERMS podem ser divididos em quatro grupos, cada um deles tendo 
como inicial uma letra (E, F, C e D). Os INCOTERMS iniciados com as letras E, 
F e C são utilizados em contratos de partida; os INCOTERMS iniciados com a 
letra D são utilizados em contratos de chegada. Assim, temos a seguinte 
divisão:
- Grupo E: EXW (Ex Works)
6 A classificação que apresentamos baseia-se no entendimento de Samir Keedi, um dos 
maiores especialistas brasileiros no assunto e que, inclusive, atuou diretamente na elaboração 
dosINCOTERMS 2010.
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