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DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2022.01-ECT-BSB 
 
 
SEMINÁRIO III - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
 
Questões 
1. Defina o conceito “decadência” no âmbito do direito tributário. 
 (a) Com base na bibliografia indicada para desenvolvimento deste seminário 
apresente as diferentes acepções do conceito “decadência”. 
 (b) Construa a respectiva estrutura normativa para cada acepção (ex. NGA, 
NIC, antecedente, consequente...), indicando quai(is) dessa(s) estrutura(s) 
normativa(s)) são norma em sentido estrito. 
 (c) É correta a afirmação de que a decadência opera-se automática e 
infalivelmente? Justifique sua resposta. 
 (d) Quanto aos efeitos da decadência em relação ao crédito tributário (arts. 150 
e 173, do CTN), pode-se afirmar que sejam: (i) extintivos ou (ii) impeditivos? 
Justifique sua resposta. 
 (e) Diferençar, se possível: (i) decadência do direito de lançar, (ii) prescrição 
do direito do Fisco cobrar o crédito tributário, (iii) decadência do direito do 
contribuinte pleitear a restituição do indébito tributário e (iv) prescrição do 
direito de ação do contribuinte repetir o indébito tributário. 
Considerando-se os ensinamentos absorvidos de uma das obras do 
professor Paulo de Barros Carvalho1, obra essa indicada como parte da 
bibliografia para desenvolvimento do presente seminário, destaca-se, no 
âmbito do direito tributário, pelo menos seis diferentes interpretações quanto 
ao termo decadência. Um dos principais pontos que diferenciam tais 
interpretações é a significação de decadência ora como norma geral e 
abstrata, ora como norma individual e concreta. Explica ainda o professor que 
de cada uma dessas categorias decorrem outras duas acepções, adequados 
ao antecedente e ao consequente, respectivamente. Vejamos: 
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8ª ed. São Paulo: 
Noeses, 2021, p. 583-584. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
[...] (i) “decadência” como norma geral e abstrata; (ii) como 
hipótesedessa norma, descrevendo o termo final de um lapso de 
tempo; (iii)como consequente da norma geral e abstrata, tipificando o 
efeitoextintivo; (iv) como norma individual e concreta que constitui o 
fato dehaver decorrido o tempo referido na regra geral e abstrata, no 
mesmoinstante em que determina, no consequente, o efeito fulminante 
dedesconstituir uma relação existente; (v) como o antecedente 
destaúltima norma individual e concreta; e (vi) tão só como o 
consequentetambém desta última regra. 
 
Nesse sentido, dizer que que a decadência opera-se automática e 
infalivelmente é uma afirmação equivocada, pois até o CTN em seu art. 173, 
II nos faz ter a compreensão que que tal afirmação é equivocada, em que tal 
dispositivo determina a interrupção da contagem do prazo decadencial. Assim 
dispõe o art.: 
[…] 
II. da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, 
por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. 
 
Analisando o dispositivo acima de forma aprofundada, nota-se que tal 
norma concede ao Fisco, quando ocorrer vícios formais que atingem a higidez 
do ato constitutivo do crédito, na verdade o que há é nítida prorrogação do 
prazo decadencial em detrimento do contribuinte e da segurança jurídica. 
No que concerne aos efeitos da decadência em relação ao crédito 
tributário, Paulo de Barros2 bem explica que o instituto em comento “faz 
desaparecer o direito subjetivo de exigir a prestação tributária e, em 
contrapartida, também se extingue o débito do sujeito passivo, desintegrando-
se o laço obrigacional.” 
Por fim, em relação a última parte da questão, conforme os 
ensinamentos de Eurico Marco Diniz de Santi3, podemos assim, explicar: 
i) decadência do direito de lançar: perda da competência administrativa 
da Fazenda para constituir o crédito tributário, tendo em vista o 
decurso do prazo legal senha que tenha o feito; 
 
2 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, 
p. 484. 
3 SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Decadência e prescrição no direito tributário. São Paulo: Max Limonad. 
Capítulos 8, 9 e 10. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
ii) prescrição do direito do Fisco cobrar o crédito tributário: perda do 
direito do Fisco ajuizar execução fiscal, haja visto a superação do 
prazo sem que tenha exercido tal direito; 
iii) decadência do direito do contribuinte pleitear a restituição do indébito 
tributário: perda da legitimidade do sujeito passivo pleitear 
administrativamente a repetição do indébito, tendo em vista o 
transcurso do prazo previsto legalmente; 
iv) prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito 
tributário: perda do direito do contribuinte vindicar junto ao Judiciário 
a repetição do indébito, também em virtude da perda do prazo para 
tanto. 
 
2. Conjugando o art. 146, III, “b”, da CF e o princípio da autonomia dos entes 
federativos, responda: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
por meio de lei ordinária, podem estabelecer prazo diverso do constante no 
CTN para a decadência e prescrição de seus créditos? E mediante lei 
complementar estadual ou municipal? (Vide anexo I e Súmula Vinculante n. 8 
do STF).4 
Inicialmente, necessita-se esclarecer o princípio da autonomia dos entes 
federativos, compreendendo que se trata de tais entes terem autogoverno, 
autoadministração e auto-organização. 
Todavia, no que se refere a autonomia tributária, se trata de legislar 
quanto a instituição, modificação e extinção dos tributos, porém, desde que 
autorizado constitucionalmente para tanto. 
Dessa forma, considerando o art. 146, III, “b”, da CF/88, os temas 
relacionados a legislação tributária quanto à decadência e prescrição são 
objetos reservados à lei complementar, não podendo, portanto, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e o Municípios, estabelecerem, por meio de lei 
 
4 Súmula Vinculante n. 8: “São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do Dec.-lei 1.569/77 e os arts. 
45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam da prescrição e decadência de crédito tributário.” 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
ordinária, prazo diverso do constante no CTN para a decadência e prescrição 
de seus créditos. 
A respeito desse tema, o STF por meio do RE nº 559.943/RS juntamente 
com a Súmula 8 da própria Corte pacificou o entendimento de que prescrição 
e decadência são matérias privadas a lei complementar. Inclusive, tal Súmula, 
declarando inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do Dec.-lei 1.569/77 
e os arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam do tema. 
No que tange a lei complementar estadual ou municipal, interessante 
destacarmos o art. 24, CF/88, que trata da competência concorrente da União, 
dos Estados e do Distrito Federal. Os parágrafos do dispositivo constitucional 
acima limitam a União à edição de normas gerais, outorgando aos entes 
federativos a suplementação da legislação federal. Quando não existir lei 
federal sobre norma geral, a competência dos Estados será plena. Entretanto, 
quanto ao direito tributário cabe lembrar o CTN, que em seus arts. 150, § 4º, 
173 e 174 tratam sobre o tema. 
Dessa forma, em que pese reste aos Estados a competência plena 
quando inexistir lei federal que disponha sobre normas gerais referentes à 
legislação tributária, cabe destacar que o CTN, o qual recepcionado com 
status de lei complementar pela CF/88, traz em seu bojo, conforme 
dispositivos acima mencionados, regras gerais sobre decadência e 
prescrição, afastando assim, a possibilidade de lei complementar estadual ou 
municipal estabelecer prazo diverso quanto a prescrição e decadência diverso 
do constante no próprio código. 
O anexo I, traz o entendimento acima, esclarecendo que a CF/88 reserva 
à lei complementar o estabelecimento de normas gerais em matéria de 
legislação tributária, especialmentesobre prescrição e decadência. 
Recepcionados pela Carta Magna de 88 como disposições de lei 
complementar, subsistem os prazos prescricional e decadencial previstos nos 
artigos 173 e 174 do Código Tributário Nacional. 
 
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3. Quando começa a contar o prazo de decadência para o Fisco lançar nos 
tributos sujeitos ao lançamento de ofício? E nos tributos sujeitos ao 
“lançamento por homologação”? Se não houver o que homologar, o prazo 
passa a ser o dos tributos sujeitos ao lançamento de ofício (vide anexos II e 
III)? E no caso de fraude (vide anexo IV)? 
No que tange ao lançamento de ofício, a contagem do prazo 
decadencial, quanto ao direito de o Fisco efetuar o lançamento, se inicia no 
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter 
sido efetuado, forte no art. 173, I, CTN, extinguindo-se tal direito após 
decorrido 5 anos contado a partir desse marco inicial. 
Cumpre ressaltar que tal marco inicial poderá ser antecipado à data em 
que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao 
sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao 
lançamento, conforme se denota do § único, do art. 173, do CTN. 
Quanto aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, cumpre-
nos fixar o entendimento do art. 150, § 4º, do CTN, o qual dispõe sobre o 
prazo decadencial referente a esse tipo de lançamento, vejamos: 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a 
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o 
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a 
ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
Não havendo o que homologar, caberá ao Fisco efetuar o lançamento, 
submetendo-se assim, ao prazo decadencial regido no art. 173, I, CTN. 
Nesse mesmo sentido, no caso de fraude, onde o Fisco constate 
irregularidades ou omissões, ensina Argos Campos Ribeiro Simões5 que deve 
aplicar o prescrito no art. 149, V, CTN e efetuar de ofício o lançamento. Assim 
dispõe tal dispositivo: 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade 
administrativa nos seguintes casos: 
(...) 
 
5 Artigo: Decadência: artigo 150, § 4º X artigo 173, I na aplicação a dois casos relevantes: 
creditamento indevido e ICMS-importação por conta e ordem, de Argos Campos Ribeiro 
Simões. 
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V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa 
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo 
seguinte; 
 
Sendo assim, conclui-se que nos casos de fraude, dolo ou simulação 
deve ser aplicado o prazo decadencial transcrito no art. 173, I, do CTN. 
O anexo II traz um caso de lançamento por homologação em que não 
há o pagamento antecipado pelo contribuinte. Dessa forma, o julgado foi no 
sentido de que da aplicação da regra regida pelo art. 173, I, do CTN. 
O anexo III demonstra um caso de lançamento por homologação em que 
há suposto creditamento indevido. O entendimento é de que o creditamento 
indevido nada mais é do que um crédito utilizado pelo contribuinte decorrente 
da escrituração do tributo apurado em determinado período, que veio a ser 
glosada pela administração, de modo que houve pagamento a menor de 
débito tributário em decorrência de creditamento indevido. Dessa forma, deve-
se observar o disposto no art. 150, § 4º, do CTN. 
Por fim, o anexo IV traz um caso de lançamento por homologação, no 
qual o entendimento é de que no caso discutido ocorreu fraude, razão pela 
qual, mesmo havendo pagamento a menor, afastou a aplicação do art. 150, § 
4º, do CTN, fazendo incidir o art. 173, I, do mesmo diploma legal. 
 
4. Como deve ser interpretado o parágrafo único do art. 173 do CTN? Que se 
entende por “medida preparatória indispensável ao lançamento”? Tal medida tem 
apenas o condão de antecipar o termo inicial da contagem do prazo prescrito no 
inciso I ou pode também postergá-lo? Trata-se de causa de interrupção do prazo 
decadencial? (Vide anexo V e VI). 
Como visto, o art. 173, do CTN trata de decadência quato a constiuição do 
crédito tributário pela Fazenda Pública. O inciso I do referido dispositivo registra 
que o Fisco perde o direito à constituição do crédito tributário em 5 anos, contados 
a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia 
ter sido efetuado. 
Todavia, o § único do mesmo artigo, traz importante mudança quanto ao 
marco incial da contagem do prazo acima mencionado. Esse dispositivo regula 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
que o direito da Fazenda pública em constituir o crédito tributário se extingue em 
5 anos, porém, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do 
crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida 
preparatória indispensável ao lançamento. Ou seja, referido dispositivo tem o 
condão de antecipar o marco inicial abordado no inciso I, art. 173, do CTN. 
O professor Paulo de Barros Carvalho6 bem explica o tema: 
“Além disso, cumpre esclarecer que o art. 173, parágrafo único, do CTN 
traz outro termo inicial nas hipóteses em que há ciência, pelo particular; 
de algum fato ou medida preparatória indispensável ao lançamento. Neste 
caso, ocorrerá antecipação do termo inicial para o decurso de prazo 
decadencial, contando cinco anos a partir da data em que se tenha por 
formalizada a notificação do contribuinte a respeito desta medida.” 
 
Quanto ao entendimento sobre “medida preparatória indispensável ao 
lançamento”, podemos citar o art. 196, do CTN para melhor compreensão. 
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer 
diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se 
documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que 
fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. 
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, 
sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados 
em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia 
autenticada pela autoridade a que se refere este artigo. 
 
Nesse sentido, entende-se por “medida preparatória indispensável ao 
lançamento” qualquer ato oficial da autoridade administrativa que mostre ao 
contribuinte o início de uma ação fiscal, em atendimento ao que regula o art. 196, 
do CTN. 
Nesse diapasão, verifica-se que tal medida não suspende e nem interrompe 
o prazo decadencial. 
O anexo V traz julgamento do STJ aplicando o entendimento de que a 
notificação de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento 
implicará antecipação da fruição do prazo decadencial, de sorte que aquele ato 
representará o marco inicial para contagem do prazo de cinco anos. 
 
6 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: linguagem e método. 8ª Ed. São Paulo: 
Noeses, 2021, p. 585. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
Por sua vez, o anexo VI traz uma matéria trabalhista, esclarecendo que, em 
que pese a jusrispudência do TST entender que o respeito à determinação trazida 
no artigo 606 da CLT é imprescindível para a ciência do contribuinte de sua 
obrigação e para a sua constituição em mora, a aplicação do art. 173, § único ao 
caso discutido é correta. 
 
5. A Lei n. 11.051/04 trouxe previsão de prescrição intercorrente no processo 
judicial. Quanto ao processo administrativo fiscal, existe prescrição 
intercorrente no seu curso? E no decorrer do processo executivo fiscal? Qual é 
o tratamento mais adequado em caso de falta de intimação da Fazenda Pública 
sobre o despacho que determina sua manifestação antes da decisão que 
decreta a prescrição intercorrente? É possível que a decretação da prescrição 
intercorrente seja ilidida? Justificar (vide anexos VII, VIII e IX e X). 
O instituto da prescrição intercorrentepode ser definida como a perda do 
direito de ação pela não movimentação adequada do processo. Na prática, 
pode-se dizer que é a extnção do processo, findando assim, o rito processual. 
Dito isso, cabe lembrar que no âmbito do processo administrativo fiscal 
não há que se alegar prescrição intercorrente, pois vedada pela Súmula nº 11 
do CARF, que assim dispõe: “Não se aplica a prescrição intercorrente no 
processo administrativo fiscal .” (Anexo VII deste semniário). 
Já em relação ao prescrição intercorrente no decorrer do prcoesso 
executivo fiscal, assim dispõe o art. 40 da Lei 6.830/80: 
Art. 40. O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for 
localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a 
penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. 
§ 1º. Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao 
representante judicial da Fazenda Pública. 
§ 2º. Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado 
o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o 
arquivamento dos autos. 
§ 3º. Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, 
serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução. 
§ 4º. Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo 
prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de 
ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. 
§ 5º. A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste 
artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja 
inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Nesse sentido, o STJ editou a Súmula 314, que assim dispõe: “Em 
execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo 
por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal 
intercorrente.” 
Entretanto, mesmo com disposição do art. 40 da LEF, bem como da citada 
súmula do STJ, ainda sim houve grande debate quanto ao tema, pois ainda 
haveria discussão quanto alguns pontos a serem esclarecidos, como: (a) qual 
o pedido de suspensão por parte da Fazenda Pública que inaugura o prazo de 
1 (um) ano previsto no art. 40, § 2º. da LEF; (b) se o prazo de 1 (um) ano de 
suspensão somado aos outros 5 (cinco) anos de arquivamento pode ser 
contado em 6 (seis) anos por inteiro para fins de decretar a prescrição 
intercorrente; (c) quais são os obstáculos ao curso do prazo prescricional da 
prescrição prevista no art. 40 da LEF; (d) se a ausência de intimação da 
Fazenda Pública quanto ao despacho que determina a suspensão da execução 
fiscal (art. 40, § 1º.), ou o arquivamento (art. 40, § 2º.), ou para sua manifestação 
antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente (art. 40, § 4º.) ilide a 
decretação da prescrição intercorrente. 
Dessa forma, afim de sanar tais dúvidas, o STJ julgou o tema por meio do 
RESp 1.340.553/RS em sede recursos repetitivos. Tal proceso trata 
estabeleceu teses juríridcas sistemáticas referentes a contagem dos prazos 
prescricionais nas ações executivas que tramitam sob o rito da LEF. 
E assim restou estabelecido: 
a) O prazo de 1 ano de suspensão do processo e do respectivo prazo 
prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da lei 6.830/80 – LEF, tem início 
automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não 
localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no 
endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, 
o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
b) Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não 
pronunciamento judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 ano de 
suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável. 
c) A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) 
são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando 
para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, a feitura da penhora 
sobre ativos financeiros ou sobre outros bens. 
d) A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 
278 do CPC), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação dentro 
do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que 
sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o termo inicial , onde o 
prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência de 
qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição. 
Ressalta-se a suma importância desse julgado, pois, não só delimita os 
atos do Fisco, como resguarda quye a dídiva do contribuinte não seja 
eternamente cobrada. 
Em relação ao aenxo VIII, o tema aborda a não aplicação da prescrição 
intercorrente no processo administrativo fiscal, justamente pela vedação da 
Súmula 11 do CARF. 
Quanto aos anexos IX e X, os julgados trazem a aplicação da prescrição 
intercorrente no processo executivo fiscal, abordando o tema do RESp 
1.340.553/RS, porém, ainda quando não resolvido. Todavia, na presente 
questão, foi abordado o desfecho do caso. 
 
6. Qual o marco inicial da contagem do prazo para redirecionamento da execução 
fiscal contra os sócios? Trata-se de prazo decadencial ou prescricional? É 
possível compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja 
considerado ilícito suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito 
tributário e não o seja para a execução fiscal de débito não-tributário. (Vide 
anexos XI, XII e XIII) 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
Incialmente, cabe observar que o legislador não regulou especificamente 
sobre o instituto da prescrição em relação ao redirecionamento da execução 
fiscal em face dos sócios. 
Em verdade, o art. 174, do CTN dispõe, de forma genérica, em relação a 
prescrição e, mesmo assim, ao entendimento relacionado ao devedor orignal 
da obrigação tributária. 
Entrementes, diante do espaço deixado pela lei em relação ao tema da 
presente questão, o STJ buscou pacificar a matéria. 
Dessa forma, a jurisprudência daquela corte firmou o entendimento, por 
meio do RESp 1.201.993/SP, de que a Execução Fiscal não é imprescritível. O 
entendimento consolidado definiu que constituindo a citação da pessoa jurídica 
o marco interruptivo da prescrição, admisível aos devedores solidários, nos 
termos do art. 125, III, do CTN, o redirecionamento contra os sócios deve 
ocorrer no prazo máximo de cinco anos, iniciando a contagem do aludido ato 
processual, com base no art. 135, III, do CTN. 
Indo além, o STJ se atentou em sanar algumas divergências na aplicação 
da lei, reconhencendo que por possuírem características especícas, estas 
situações jurídicas precisam ser distinguidas e, dessa forma, sendo preciso 
afastar a exegese tradicional. 
Nesse sentido, a Corte analisou pontualmente hipóteses quando a prática 
de ato de infração à lei (dissolução irregular, por exemplo), aconteceu em 
momento posterior a citação da pessoa jurídica, alterando para momento futuro 
o marco incial do redirecionamento. 
Nesse contexto, tem-se caso de prazo prescricional, vez que pressupõe 
o curso de ação de execução em face da pessoa jurídica, ou seja, o crédito já 
foi constituído, tratando-se do prazo para o exercício da faculdado da Fazenda 
de cobrar em júizo o débito fiscal. 
Em relaçaõ a última parte da questão, por meio de outro recurso repetitivo, 
RESp 1.371.128/RS, o STJ fimou jurisprudência consigando expressamente 
que “dissolução irregular” corresponde à pratica de ato de infração a lei, 
incluindo-se à dívida tributária (art. 134, III, CTN) e à nomra civil e empresarial 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
esparsa que, com fundamento no art. 4º, § 2º, da Lei 6.830/80, autoriza o 
redirecionamento também na cobrança da dívida ativa não tributária. 
O entendimento é de que a jurisprudência acima seja extensível àsexecuções fiscais de dívida ativa não tributária, até porque, não se pode 
imaginar que a dissoução irregular da sociedade seja considerada infração à 
lei para efeito do art. 135 do CTN e não seja para efeito do art. 10, do Decreto 
nº 3.078/19, pois iguais estes dois dispositivos. 
Os anexos XI e XII tarzem a questão da imprescitibilidade da dívida 
tributária, ao entendimento de que permitir que a pretensão de 
redirecionamento dependa de situações casuísticas conduziria, na prática, a 
uma quase imprescritibilidade da dívida tributária. 
O anexo XIII demonstra um julgado de caso de débito tributário e não 
tributário, com entenfimento firmado como já exposto anteriormente em que 
não há como compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja 
considerado ilícito suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito 
tributário e não o seja para a execução fiscal de débito não-tributário. 
 
7. Sobre a decadência/prescrição do direito de repetir o indébito tributário 
pergunta-se: 
 a) Quais indébitos estão sujeitos ao art. 3º da LC n. 118/05: todos, 
independente da data do pagamento indevido; aqueles cuja restituição seja 
requerida depois do termo inicial de sua vigência; ou somente os pagamentos 
efetuados após iniciada sua vigência? Justificar (vide anexos XIV e XV). 
O entendimento firmado é de que a aplicação do art. 3º da LC 118/05 é 
valida aos indébitos cuja sua restituição tenha sido vindicada após o termo 
inicial de sua vigência, conforme se denota dos anexos referentes à presente 
questão. 
O STJ, conforme se verifica pelo anexo XIV, ressaltou que tal lei deve 
ser entendia como lei nova, pois altera o conteúdo do art. 168, I, CTN e assim, 
sua aplicação retroativa ofenderia o princípio da segurança jurídica, 
autonomia e independência dos poderes, do direito adquirido, entre outros. 
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Por sua vez, o STF, conforme abordado pelo anexo XV, explica que 
quando do advento da lei em debate, estava “consolidada a orientação do STJ 
no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o 
prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados 
do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 
4º, 156, VII, e 168, I, do CTN.” 
Entretanto, em que pese a LC 118/05 tenha se autoproclamado 
interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 
anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. 
Sendo assim, o Supremo entende que afastando-se as aplicações 
inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da norma, permite-
se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a 
vacatio legis. 
Ademais, finda com o entendimento de que reconhecida a 
inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se 
válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas 
após o decurso da vacatio legis de 120 dias. 
Dessa forma, reforça pela conclusão de que os indébitos alcançados 
pelo prazo prescricional de 5 anos são aqueles cuja restituição seja requerida 
depois do termo inicial de sua vigência. 
 
 b) No caso de lei tributária julgada inconstitucional em ADIN (sem modulação 
de efeitos), como fica o prazo para repetir o indébito tributário? Conta-se do 
pagamento indevido ou o termo inicial seria a “data da declaração de 
inconstitucionalidade da lei que fundamentou o gravame”? (Vide anexos XVI e 
XVII). 
Em relação a presente questão, há enendimetnos divergentes, conforme 
se verifica ao analisar os anexos mencionados em seu enunciado. 
O anexo XVI, demonstra entendimento do STJ, por meio do julgamento 
do RESp 1.110.578/SP, no sentido de que o prazo prescrional para pleteiar a 
repetição tributária, no que se refere aos tributos sujeitos ao lançamento de 
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ofício, tem seu marco inicial a data do efetivo pagamentop, nos termos do 168, 
inciso I, c.c artigo 156, inciso I, do CTN. 
Ressalta ainda a Corte, que para fins de contagem do prazo prescricional 
tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto 
em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício, a declaração de 
inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo, pelo STF, ou a Resolução do 
Senado, é insignificante. 
Em sentido contrário, conforme se depreende ao analisar o anexo XVII, o 
CARF, por meio do Acórdão nº 1402-000.481, sustenta que o marco inicial do 
prazo prescricional de 5 anos para pleitear a repetição de indébito é a data de 
trânsito em julgado da decisão proferida em ADIN ou da publicação da 
Resolução do Senado. 
Dito isso, imperioso registrar, nesta questão, pela discordância quanto ao 
entendimento explanado pelo STJ, ao passo que lei declarada incostitucional 
não pode gerar efeitos principalmente em prejuízo ao contribuinte, ainda mais 
quando de sua declaração não houver efeitos modulativos. Caso contrário, o 
particular está jogado às consequências de uma norma que afronta a 
Constitução Federal. 
Assim, perecebe-se que havia norma individual e concreta, no momento 
do efetivo pagamento, determinando o estabelecimento da relação obrigacional 
entre o Fisco e o contribuinte, a ser constituída pela autoridade administrativa 
mediante atividade plenamente vinculada. 
Levantada pelo sujeito passivo a inconstitucionalidade do tributo como 
impedimento ao pagamento, até que haja decisão judicial que o desobrigasse, 
estaria ele em mora a Fazenda, se submentendo à eventuais medidas 
executórias. 
Nesse sentido, conclui-se que a lesão ou ameaça do direito, no caso em 
tela, estaria configurada somente após a decisão declaratória de 
inconstitucionalidade.

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