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Seminário III - Lucas Melo de Moura

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Seminário III
Lucas Melo de Moura
1.	Defina o conceito “decadência” no âmbito do direito tributário.
(a) Com base na bibliografia indicada para desenvolvimento deste seminário apresente as diferentes acepções do conceito “decadência”. 
	Procedimento da decadência: é o processo de preparação para a contagem do prazo decadencial desde o termo inicial ate o termo final, chegando ao fim com a expedição do documento competente.
	Ato da decadência: é o produto final do procedimento, que é a documentação competente.
	Fato jurídico decadencial: são enunciados prescritivos dispostos em um documento que compõe o sistema do direito positivo.
	Norma da decadência: é a previsão legal que determina o procedimento.
	(b) Construa a respectiva estrutura normativa para cada acepção (ex. NGA, NIC, antecedente, consequente...), indicando qual(is) dessa(s) estrutura(s) normativa(s) são norma em sentido estrito. 
	A norma segundo a teoria da regra matriz é composta por um consequente e uma antecedente, dentre as quais tem em sua estrutura 5 critérios: (i) critério material (o que?); (ii) critério temporal (quando?); (iii) critério espacial (onde?); (iv) critério pessoal (quem?); (v) critério quantitativo (quanto?). 
	A antecedente tem linguagem descritiva, coletando os elementos de fato da realidade social que almeja disciplinar e os qualificando normativamente como fatos jurídicos, assim, neste são abordados os critérios material, temporal e espacial.
	No consequente há subsídios para a identificação de eventos com expressão econômica, facilitando a tarefa do critério quantitativo e pessoal.
	Sobre as normas em sentido estrito que são normas gerais e abstratas, podemos observar que a regra-matriz de incidência tributária se enquadra nessa classificação, pois ela é uma norma de conduta geral que serve como norte para a interpretação das outras normas.
	(c) É correta a afirmação de que a decadência se opera automática e infalivelmente? Justifique sua resposta.
	Não, nada no mundo jurídico se opera automaticamente e infalível, pois para que determinado fato exista no mundo jurídico ele precisa primeiro ser constatado/verificado, se isso não ocorrer esse fato nunca existirá ou terá relevância no mundo jurídico. Existem 3 requisitos para que a decadência ocorra, primeiro ela ser constatada e colocada em linguagem com sentido jurídico, segundo ser decretada por agente próprio e terceiro ser verificado os requisitos para que ela ocorra.
	(d) Quanto aos efeitos da decadência em relação ao crédito tributário (arts. 150 e 173, do CTN), pode-se afirmar que sejam: (i) extintivos ou (ii) impeditivos? Justifique sua resposta. 
	Os efeitos da decadência são extintivos, baseado no art. 156, V, do CTN, pois a decadência ela alui a relação jurídica que existia entre o ente estatal e o sujeito que praticou o fato gerador, tal fato praticado passa a ser irrelevante para o direito.
	(e) Diferençar, se possível: (i) decadência do direito de lançar, (ii) prescrição do direito do Fisco cobrar o crédito tributário, (iii) decadência do direito do contribuinte pleitear a restituição do indébito tributário e (iv) prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito tributário.
	Decadência do direito de lançar: O fisco vê seu direito de constituir o debito tributário extinto, já que o fato jurídico praticado pelo sujeito não tem mais relevância para o mundo jurídico.
Prescrição do direito do Fisco cobrar o crédito tributário: Após constituído definitivamente o crédito e do fisco o ter lançado, o fisco ficou inerte por 5 anos o que extingue seu direito de cobrar debito tributário.
Decadência do direito do contribuinte pleitear a restituição do indébito tributário: é quando o contribuinte paga a maior o tributo e dentro de 5 anos não requere seu direito de restituir a quantia paga a maior.
Prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito tributário: é quando o fisco cobra indevidamente certo tributo e o contribuinte permanece inerte, extinguindo assim seu direito e requerer ao ente estatal a quantia paga indevidamente.
2.	Conjugando o art. 146, III, “b”, da CF e o princípio da autonomia dos entes federativos, responda: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de lei ordinária, podem estabelecer prazo diverso do constante no CTN para a decadência e prescrição de seus créditos? E mediante lei complementar estadual ou municipal? (Vide anexo I e Súmula Vinculante n. 8 do STF).
	O CTN foi desenvolvido por lei ordinária sob a égide da Constituição Federal de 1967, porem com a entrada em vigor da Constituição Federal de 1988, essa lei foi recepcionada como lei complementar em nosso ordenamento jurídico, já que a CF/88 em seu art. 146, III, delimita que normas gerais matéria tributaria deveram ser tratadas em lei complementar, gostaria de dar um foco especial a alínea “b” deste inciso que faz menção a prescrição e decadência como matérias exclusivas de lei complementar. Deste modo, analisando apenas a questão de qual tipo de lei deve tratar dos prazos decadenciais e prescricionais, entendo que somente pode ser feita com leis complementares.
Sobre o princípio da autonomia dos entes federativos e a possibilidade ou não de estabelecerem prazo decadencial e prescricional diverso do estipulado no CTN, entendo que, por se tratar de uma norma geral de aplicação do direito tributário e deste modo, de competência da União. Sendo assim, ela não poderia ser tratada em lei complementar estadual ou municipal, já que essas normas gerais já foram estipuladas no CTN, podendo o estado ou municípios tratarem de normas especificas e matérias gerais não tratadas no CTN. 
3.	Quando começa a contar o prazo de decadência para o Fisco lançar nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício? E nos tributos sujeitos ao “lançamento por homologação”? Se não houver o que homologar, o prazo passa a ser o dos tributos sujeitos ao lançamento de ofício (vide anexos II e III)? E no caso de fraude (vide anexo IV)? 
	O prazo inicial da decadência sobre tributos sujeitos a lançamento de oficio é o primeiro dia do exercício seguinte ao qual o lançamento deveria ter sido realizado ou da data em que a decisão definitiva tiver anulado o lançamento por vício formal, segundo o artigo 173 do CTN.
	O prazo inicial da decadência sobre tributos sujeitos a lançamento por homologação é da data de ocorrência do fato gerador, isso se a lei do tributo não tiver fixado um prazo para a homologação, segundo o artigo 150, §4ª do CTN.
	Não, pois nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação se considera apenas a ocorrência do fato gerador do tributo e não o pagamento antecipado ou a homologação do fisco.
	Nos casos de fraude, bem como na simulação e no dolo, a contagem de prazo passa ser igual à dos tributos sujeitos ao lançamento de oficio, esse é o entendimento doutrinário, pois a lei não trata deste caso em especifico e devemos, portanto, aplicaria o art. 173, I do CTN para preencher essa lacuna. Porem entendo, observado o código civil na parte de defeitos do negócio jurídico, buscando os art. 158 a 166 do CC que não deveria ter prazo decadencial para a fraude e simulação, o mesmo entendimento deveria ser dado ao dolo pois neste caso especifico se trata de interesse público e não privado como o dolo é tratado no Código Civil.
4.	Como deve ser interpretado o parágrafo único do art. 173 do CTN? Que se entende por “medida preparatória indispensável ao lançamento”? Tal medida tem apenas o condão de antecipar o termo inicial da contagem do prazo prescrito no inciso I ou pode também postergá-lo? Trata-se de causa de interrupção do prazo decadencial? (Vide anexo V e VI).
O art. 173 do CTN trata do prazo decadencial dos tributos sujeitos ao lançamento de oficio e por declaração, portanto, em seu paragrafo unico a interpretação que deve ser dada é referente a estes tributos e sobre o prazo decadencial. A doutrina entende de duas formas essa questão: 
Primeiro que teria um novo prazo decadêncial, desta maneira ele teria 5 anos para iniciar a constituiçãodo credito tributario e mais 5 anos para constituir o credito tributario. Deste modo, tal medida poderia antecipar ou postergar o prazo prescrino no inciso I.(entendimento que entendo ser mais correto).
Segundo da constatação do termo inicial de contagem do prazo decadêncial, se for iniciada a constituição do credito antes do primeiro dia do exercicio seguinte, o termo inicial seria a data de inicio da constituição. Caso não fosse iniciado antes, o termo inicial seria o primeiro dia do exercicio seguinte. Deste modo, somente poderia antecipar o prazo prescito no inciso I.
A decadência não tem interrupção nem prescrição segundo o entendimento majoritario, e em minha opinião esse posicionamento está correto.
5.	A Lei n. 11.051/04 trouxe previsão de prescrição intercorrente no processo judicial. Quanto ao processo administrativo fiscal, existe prescrição intercorrente no seu curso? E no decorrer do processo executivo fiscal? Qual é o tratamento mais adequado em caso de falta de intimação da Fazenda Pública sobre o despacho que determina sua manifestação antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente? É possível que a decretação da prescrição intercorrente seja ilidida? Justificar (vide anexos VII, VIII e IX e X).
	A prescrição intercorrente é aquela que ocorre pela falta de bens do devedor para saldar a divida, o que não faria sentido de ocorrer dentro do processo administrativo fiscal que tem como objetivo verificar o quantum devido, sendo meramente constitutivo, no mesmo sentido se encontra a sumula 11 do CARF. 
No processo executivo fiscal a prescrição intercorrente pode ocorrer, já que o seu objetivo é arrecadar aos cofres público a quantia devida, e se o devedor não possui bens para salda-la essa prescrição pode acabar ocorrendo e gerando a extinção do processo e da divida.
Segundo o Recurso Especial 1.340.553/RS, a falta da intimação da Fazenda antes da decisão de decreta a prescrição intercorrente não casa prejuízos a fazenda e, portanto, não afeta a decisão, o entendimento dos ministros é baseada na Súmula 314 do STJ que visa impedir que as execuções fiscais perdurem “eternamente”.
No meu entendimento deveria ser dada uma ultima oportunidade para a Fazenda se pronunciar sobre possíveis bens que podem ser alvo de constrição para o pagamento da dívida, já que no tempo de suspensão ou de arquivamento é possível ter surgido algum bem ou a Fazenda ter verificado alguma fraude a credores por parte do devedor, já que estamos tratando de um interesse público, que atinge toda a sociedade, além de que a própria lei de execução fiscal determina em seu art. 40 § 4º, que o representante fazendário seja intimado e ouvido antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente, quando o judiciário descumpre essa normal demonstra uma clara violação ao principio do devido processo legal.
Sobre a possibilidade de que a decisão que decreta a prescrição intercorrente ser ilidida, segundo o RE já citado é possível essa situação caso a Fazenda comprove o prejuizo que ela teve, o único prejuízo que é presumido é a falta de citação para constituir o termo inicial, pois segundo o entendimento a Fazenda teve diversas oportunidades para realizar a constrição de bens e não o fez.
6.	Qual o marco inicial da contagem do prazo para redirecionamento da execução fiscal contra os sócios? Trata-se de prazo decadencial ou prescricional? É possível compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja considerado ilícito suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e não o seja para a execução fiscal de débito não-tributário. (Vide anexos XI, XII e XIII)
		O termo inicial para a contagem do prazo para o redicionamento da execução fiscal contra os socios depende da data de ocorrencia do fato ilicito, se o fato ocorreu antes da citação da empresa no processo judicial, o marco inicial é a citação; porem, se o fato ocorreu apos a citação da empresa o termo inicial é a data de ocorrencia do fato ilicito.
	O prazo é de 5 anos e é um prazo prescricional, pois o marco inicial que se dá é após a constituição definitiva do credito tributario.
	Em um entendimento o simples fato da dissolução inregular da empresa não é o suficiente para redirecionar a execução fiscal aos socios, tal entendimento foi firmado de acordo com o art. 50 do CC, nesse entendimento, impõe-se a prova do abuso da personalidade jurídica, caracterizada pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. 
No outro entendimento, a dissolução irregular já configuraria ilício e poderia baseado neste fato requerer a desconsideração da personalidade jurídica dentro da execução fiscal, baseado no art. 135, III do CTN, que responsabiliza “os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado”, “pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos” (Caput art. 135 CTN).
Para tentar resolver este problema o STJ formulou a sumula 435, em que, presumia que a empresa que parar de funcionar no seu domicilio legal sem informar os órgãos competentes, será considerada dissolvida irregularmente e poderá responsabilizar o socio gerente quanto aos débitos tributários. Deste modo, entendo que é claramente possível a responsabilização do sócio-gerente em débitos ficais, nos casos de dissolução irregular da empresa por si só, e não do restante dos sócios, onde seria necessário a comprovação do art. 50 do CC.
Encerrada essa questão, adentramos a questão da responsabilização dos sócios em débitos não fiscais, sendo que eles foram responsabilizados nos débitos fiscais, neste assunto entendo que um mesmo fato jurídico não pode ser utilizado de forma distinta para os débitos, desta forma, acho impensável que o sócio que foi comprovado o abuso da personalidade jurídica ou o sócio-gerente que descumpriu os seus deveres e fez uma dissolução irregular da empresa, serem responsabilizados apenas por parte dos débitos, seria uma priorização irregular de uns débitos sobre os outros.
7.	Sobre a decadência/prescrição do direito de repetir o indébito tributário pergunta-se:
	a) Quais indébitos estão sujeitos ao art. 3º da LC n. 118/05: todos, independente da data do pagamento indevido; aqueles cuja restituição seja requerida depois do termo inicial de sua vigência; ou somente os pagamentos efetuados após iniciada sua vigência? Justificar (vide anexos XIV e XV).
	Todos independente da data do pagamento indevido, pois apesar de existir o principio da irretroatividade da norma tributaria, a norma que foi implementada é meramente interpretativa ou que configura uma das exceções a este princípio, de acordo com o art. 106, I, do CTN.
	b) No caso de lei tributária julgada inconstitucional em ADIN (sem modulação de efeitos), como fica o prazo para repetir o indébito tributário? Conta-se do pagamento indevido ou o termo inicial seria a “data da declaração de inconstitucionalidade da lei que fundamentou o gravame”? (Vide anexos XVI e XVII).
	O prazo para o contribuinte requerer o indébito continua sendo de 5 anos contados do pagamento indevido, porem por se tratar de um prazo prescricional, o período de avaliação sobre a constitucionalidade da lei tributaria constitui interrupção da prescrição.

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