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Métodos de Pesquisa

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UNIDADE 1 
Nesta unidade I, vamos tratar dos seguintes 
temas: 
• Método, metodologia e pesquisa: conceitos e 
definições; 
• Os diferentes tipos de pesquisa; 
• Métodos de pesquisas qualitativas; 
• Métodos de pesquisas quantitativas. 
Pesquisa é importante para os alunos de 
graduação? 
 Não é uma atividade desenvolvida, apenas, por 
profissionais que chamamos de pesquisadores? Realizar a 
pesquisa é uma das principais atividades dos alunos que 
estão em processo de formação nas universidades. A 
pesquisa científica faz parte do cotidiano dos alunos e 
tem mais: a atividade profissional exige o conhecimento 
de métodos de pesquisa é com eles que vamos poder 
solucionar problemas e inovar o uso de métodos 
corretos em pesquisas garante a segurança e a 
confiabilidade. Segundo Zanella (2013), a ciência é a 
produção humana na sua atividade de conhecer e refletir 
a respeito do mundo e dos fenômenos da natureza a 
ciência é o fruto da reflexão de um sujeito (quem busca 
saber) sobre um objeto (o alvo dessa reflexão). 
Vamos analisar um exemplo? 
• O geógrafo que deseja investigar/pesquisar os 
movimentos migratórios. 
• Sujeito = geógrafo. 
• Objeto de pesquisa = os movimentos migratórios 
ocorridos em uma determinada região e em um 
determinado espaço de tempo. 
 Pesquisas utilizam os métodos adequados para 
conduzir aos resultados seguros nem sempre serão 
positivos, mas deverão, sempre, ser seguros o método 
é o caminho que o sujeito cognoscente faz em direção 
ao seu objeto são os procedimentos que o agente do 
conhecimento escolhe para que possa refletir, conhecer 
e entender um fato ou um aspecto da natureza, 
procedimentos envolvem as atividades, e os processos 
intelectuais e técnicos. Envolvem a razão e a ação, a 
ordenação dos pensamentos, de forma a decidir sobre 
como compreender algo e como realizar a atividade, 
com o objetivo de apreender este objeto, metodologia 
é o estudo dos métodos. 
• As maneiras como os sujeitos do conhecimento 
dirigem-se ao objeto: este é o campo da 
Metodologia. 
 Estudar os caminhos escolhidos pelos 
pesquisadores para atingir os determinados objetivos, 
para oferecer as respostas às perguntas feitas conjunto 
de procedimentos sistemáticos para a construção do 
conhecimento. Cada área do conhecimento legitima e 
consagra determinados métodos. Existem métodos 
comuns a todas as áreas do saber, mas, em geral, há 
especificidades metodológicas que surgem em função da 
especificidade dos problemas colocados à frente dos 
pesquisadores as formas de investigar um objeto 
dependem das intenções dos sujeitos do conhecimento 
e da natureza dos objetos que se deseja conhecer. Os 
objetos e os sujeitos de pesquisa são diferentes e, por 
isso, os métodos também poderão ser diferentes, para 
que se adequem às necessidades ou às especificidades 
o que há em comum é que todos os métodos buscam 
isolar os fatores subjetivos na investigação dos objetos 
de estudo, fazer o uso de formas racionais de entender 
as relações de causalidade entre as variáveis e, assim, 
sistematizar os procedimentos que permitam o alcance 
de resultados e a redução de incertezas. As pesquisas 
são divididas, quase sempre, em dois grandes grupos: o 
grupo das pesquisas teóricas e o das pesquisas aplicadas, 
as pesquisas teóricas têm como proposta ampliar o 
conhecimento em determinada área, propondo novas 
questões ou novas explicações para os problemas já 
estudados, anteriormente. 
Vamos pensar em um exemplo? 
 Na área da História várias pesquisas teóricas são 
realizadas para rever os conceitos já estudados como, 
por exemplo, o conceito de gênero que é diferente do 
conceito de sexo biológico, e inclui os atributos sociais e 
históricos. A pesquisa aplicada, em contrapartida, tem 
como objetivo propor soluções a determinados 
problemas p campo desta pesquisa é a aplicação prática, 
ou seja, o uso da ciência em situações concretas para 
resolver as questões existentes 
• A pesquisa aplicada busca controlar ou provocar 
mudanças nos fenômenos da natureza e na 
sociedade: ela intervém nas situações reais. 
Um exemplo? 
 A pesquisa para a elaboração de vacinas contra 
uma determinada forma de contaminação por vírus. É 
uma pesquisa aplicada para a solução de um problema 
concreto. 
Uma pesquisa é sempre, puramente, teórica ou 
aplicada? 
 A resposta é negativa: pesquisas teóricas podem 
gerar as tecnologias e os instrumentos práticos; ao 
mesmo tempo, as pesquisas aplicadas podem fazer surgir 
perguntas novas, antes não pensadas, e que exigem a 
ampliação do conhecimento teórico para serem 
resolvidas vários exemplos existem nas diversas áreas do 
conhecimento, pesquisas teóricas de Matemática podem 
ser utilizadas no campo da Engenharia Civil para a 
construção de pontes ou edifícios, pesquisas teóricas em 
Geologia podem fornecer os dados essenciais para a 
melhoria de grãos de soja, aumentando, 
significativamente, o resultado da produção. Pode ocorrer 
um descompasso entre a pesquisa teórica e a aplicação 
prática, como por exemplo, o desenvolvimento de 
tecnologia que utilize o conhecimento resultante da 
pesquisa teórica isso já aconteceu várias vezes, ao longo 
da história e, certamente, está acontecendo em nosso 
tempo também. Também é preciso considerar que, às 
vezes, os interesses políticos e econômicos são 
determinantes, para acelerar ou retardar o 
desenvolvimento da pesquisa teórica que poderá resultar 
em novas tecnologias na vida social nada acontece de 
forma isolada. Pense nisso! 
• Chernobyl é um bom exemplo de situação teórica e 
prática que poderia ter sido encaminhada de forma 
diferente, não fossem os interesses econômicos e 
políticos que existiam naquela época. 
 Em relação aos seus objetivos, as pesquisas 
podem ser exploratórias, descritivas ou explicativas a 
pesquisa exploratória tem o propósito de ampliar o 
conhecimento a respeito de determinado objeto ou 
fenômeno, quase sempre, ela é a primeira etapa de uma 
pesquisa mais complexa, em especial quando o 
pesquisador não conhece o tema com profundidade o 
objetivo da pesquisa exploratória: promover uma 
primeira aproximação com o objeto de estudo ou com 
o problema que orienta a investigação, em especial, 
quando o tema é novo ou pouco conhecido. 
Vamos pensar em um exemplo? 
 A introdução de uma nova tecnologia para a 
produção de televisões. É preciso conhecer muito bem 
os métodos de produção para identificar em que eles 
podem ser melhorados, de forma a produzir mais em 
menor tempo ou com menor custo. 
• A pesquisa descritiva tem objetivos diferentes 
daqueles da pesquisa exploratória: ela não pretende 
uma primeira aproximação com o tema; ao 
contrário, ela se propõe a descrever, com o máximo 
de exatidão possível, os fatos, os fenômenos ou os 
objetos. 
 Seu propósito é elaborar um panorama que 
apresente a realidade com detalhes a pesquisa descritiva 
é utilizada quando se pretende descrever as 
características de determinado grupo ou, para descobrir 
a proporção de pessoas que, num grupo, apresentam 
comportamentos específicos com o uso de métodos 
estatísticos a pesquisa descritiva consegue, muitas vezes, 
mapear o comportamento de consumidores, em relação 
às suas preferências por um produto também por meio 
de pesquisa descritiva é possível identificar quais as 
principais políticas públicas utilizadas por prefeitos de 
cidades com, até, 100 mil habitantes, no campo da saúde 
pública. A pesquisa explicativa tem o objetivo de 
identificar os fatores determinantes que explicam a 
ocorrência de fenômenos, sejam eles naturais ou sociais 
ela não quer, apenas, se aproximar do tema, tampouco 
limitar-se a descrever a realidade: a pesquisa explicativa 
quer explicar, quer mostrar a relação de causa e efeito 
entre as variáveis. Se a pesquisa descritiva se ocupa em 
descrever o que é, a explicativa busca entender o por 
quê os fenômenos ou os fatos acontecem. 
Um exemplo? 
• Pesquisa explicativa naárea de violência de gênero 
que pretenda investigar as causas de feminicídio. 
• No campo das Ciências Médicas, a pesquisa que 
tenha por objetivo explicar as sequelas da 
contaminação por determinado vírus. 
 As pesquisas também podem ser categorizadas 
em função da sua abordagem como as pesquisas 
qualitativas e as pesquisas quantitativas a pesquisa 
qualitativa tem, por objetivo, aprofundar o conhecimento 
sobre o fenômeno ou o objeto de estudo. Trabalha com 
os dados qualitativos e não métricos a pesquisa 
quantitativa tem a preocupação de mensurar, de medir 
a ocorrência do fenômeno. Seu material são os dados 
quantitativos, métricos, quantificáveis um mesmo objeto 
de pesquisa pode ser estudado de forma quantitativa e 
qualitativa. 
Um bom exemplo? 
• Estudar um grupo de pessoas que vive em 
determinada região do país para pesquisar: o que 
elas entendem como segurança alimentar 
(qualitativa) e quantas dessas pessoas vivem em uma 
situação que possa ser classificada como de 
segurança alimentar (quantitativa). 
• Segurança alimentar: direito de acesso à alimentação 
de qualidade e na quantidade necessária. 
Quanto aos procedimentos utilizados pelo pesquisador, 
podemos classificar as pesquisas em: 
• Pesquisas do tipo desk research: são pesquisas de 
“gabinete”, quer dizer, que não necessitam de 
contato com as pessoas ou as situações. Elas são 
realizadas “na mesa”, a partir de dados já existentes, 
como, por exemplo, os documentos históricos ou as 
estatísticas; 
• Pesquisas que envolvem a investigação em campo: 
estas pesquisas dependem de informações dadas 
por pessoas, com o uso de observação ou de 
entrevistas; 
• As pesquisas poderão ser classificadas de muitas 
formas diferentes. Isso serve para facilitar a 
compreensão dos caminhos que o pesquisador (ou 
grupo de pesquisa) escolheu; 
• O objeto de pesquisa, aquilo que se pretende 
pesquisar, é determinante na escolha dos métodos. 
 Análise do discurso ou simplesmente AD, tem 
como objeto o discurso, que corresponde ao texto 
(verbal e não verbal) emitido por um sujeito que se 
apropria de regras de linguagem e que “fala” a partir de 
determinado contexto social e histórico. 
O que podemos entender por discurso? 
 Quando alguém fala, escreve, canta, desenha ou 
interpreta, e quando esta fala, está escrita, esta canção, 
este desenho ou esta interpretação produzem algum 
sentido, estamos nos referindo a um discurso a AD 
ocupa-se com o sentido produzido, seja ele intencional 
ou não. O texto (verbal ou não verbal) deve ser 
interpretado e o seu sentido apreendido para além do 
que está visível. 
O que pode não estar visível? 
 Podem não estar claras as intenções do sujeito 
que emitiu o discurso, as marcas históricas de vida desse 
sujeito, as marcas sociais dos grupos aos quais o sujeito 
pertence: o trabalho da AD é, justamente, o de identificar 
o que está oculto e explicar o discurso feito pelo sujeito. 
A descoberta dos sentidos produzidos por um discurso 
é feita pela AD, e esta é uma modalidade de pesquisa 
muito utilizada nos casos de estudos qualitativos a AD se 
adequa, perfeitamente, às necessidades e às 
características da pesquisa qualitativa, já que o seu foco 
é o de identificar os motivos, as razões e os sentimentos 
por trás dos fenômenos, sem preocupar-se com a 
quantificação e a mensuração na atualidade, estudos 
sobre os memes produzidos e divulgados nas redes 
sociais são um ótimo material de pesquisa e estudo da 
análise do discurso, que poderá desvelar a mensagem 
que cada uma dessas brincadeiras pretende difundir, 
pense em quantas possibilidades existem para a análise 
do discurso “Grafites”. Os Estudos de Caso são uma 
modalidade de pesquisa qualitativa muito utilizada nas 
áreas de Administração, Contábeis e Economia seu uso 
é frequente, também, no campo da Psicologia e da 
Pedagogia, do Marketing, da Comunicação, das Ciências 
Sociais e da Gestão de RH os Estudos de Caso têm a 
proposta de investigar, com profundidade, um assunto, 
fenômeno, fato ou comportamento específico o 
pesquisador busca as principais e as únicas características 
do objeto, supondo-se que ele seja representativo; assim, 
o alvo dos Estudos de Caso é uma unidade individual, seja 
ela uma empresa ou uma área da empresa, ou um grupo 
muito específico de pessoas utiliza vários instrumentos, 
simultaneamente, somando-se aos métodos de campo e 
de desk research, pode incluir a coleta de dados 
estatísticos, as entrevistas e a observação do ambiente 
a investigação costuma ser detalhada e profunda. 
Como selecionamos um caso para o estudo? 
 A partir das perguntas que o pesquisador 
pretende responder com o seu trabalho o caso deve, a 
princípio, conter as características principais que 
supomos corresponder ao conjunto do qual ele faz parte. 
Por exemplo? Métodos de administração de startup os 
Estudos de Caso costumam ser criticados, justamente, 
por conta daquilo que é a sua principal característica: 
como eles estudam um ou poucos casos, é difícil 
estabelecer as generalizações a partir de seus resultados 
por mais que o objeto tenha as características do 
conjunto ao qual pertence, a situação é única e, por isso, 
os seus resultados são únicos. Estudos de Caso são 
amplamente utilizados nos casos de pesquisas 
exploratórias e, algumas vezes, nos casos de pesquisas 
descritivas há restrições para as investigações 
explicativas. 
As principais técnicas utilizadas em estudos de 
caso são: 
• Grupos focais - Técnica de pesquisa que permite 
identificar as opiniões convergentes e divergentes 
em um grupo de pessoas com as características 
desejadas; 
• Entrevistas semiestruturadas – Utilizam os roteiros 
que reúnem os temas a partir das quais o 
entrevistado será estimulado a falar de forma livre. 
Não responde às perguntas diretas que envolvam as 
respostas sob a forma de alternativas padronizadas, 
ou que exijam a objetividade e a concisão; 
• Observação - Permite observar como os fenômenos 
ocorrem no seu ambiente natural ou controlado. 
Pode ser participante ou não. Tem como potencial 
desvantagem a subjetividade do observador. 
 A observação participante torna possível um 
contato mais direto do pesquisador com o seu objeto de 
estudo, o que lhe permite conhecer as experiências 
cotidianas dos sujeitos da pesquisa, a sua realidade e as 
suas ações é indicada para as situações em que as 
pessoas estão desenvolvendo as suas atividades no 
ambiente natural, e nas ocasiões em que o foco se dá 
na investigação da realidade por meio de uma 
perspectiva cultural, tais situações exigem uma 
abordagem específica, qual seja, a de compreender o 
ambiente a partir da investigação cultural o trabalho de 
campo requer visitar os domicílios, acompanhar a rotina 
do grupo que está sendo estudado, observar o 
comportamento e os rituais tradicionais. A pesquisa-ação 
é outro método aplicado em pesquisas qualitativas que 
tem pontos de convergência com as técnicas de 
observação participante, porque se propõe a investigar 
um fenômeno ou uma situação no seu ambiente natural, 
difere da observação por ter, como objetivo, 
desenvolver uma ação com a intenção declarada de 
transformar a realidade na observação participante, 
mesmo quando inserido no ambiente de pesquisa, o 
investigador deve agir de forma neutra para não 
interferir no resultado na pesquisa-ação o pesquisador 
pode e deve intervir na realidade o pesquisador é um 
interventor e um agente de mudança, debate 
importante: há quem discuta o caráter, puramente, 
“científico” da pesquisa-ação, já que ela se propõe a ir 
além da mera construção do conhecimento em 
contrapartida, os defensores da pesquisa-ação afirmam 
que esta modalidade põe em debate os objetivos da 
construção do conhecimento e o papel do cientista. 
Métodos experimentais são frequentes em pesquisas 
qualitativas. 
• Segundo Kerlinger (2007), um experimento é uma 
pesquisa em que variáveis independentes são 
manipuladase os resultados são verificados em dois 
grupos de sujeitos: o grupo experimental e o grupo 
de controle. 
• A realização de experimentos exige cuidados: 
identificação precisa das variáveis dependentes e 
independentes, mecanismos precisos para medir as 
variáveis, e a possiblidade de criar as condições 
experimentais necessárias (a formação de um grupo 
de controle e um grupo experimental). 
• Vamos pensar em um exemplo: pesquisar as 
reações dos empregados de uma empresa diante 
de uma nova forma de administração, por exemplo, 
a mudança de cargos e salários. 
 A pesquisa documental é outra modalidade de 
pesquisa qualitativa e consiste na análise de algum 
material que, ainda, não recebeu qualquer tratamento 
analítico tabelas estatísticas, cartas, documentos pessoais 
ou oficiais, fotografias e vídeos são materiais que podem 
ser um objeto de pesquisa documental a pesquisa 
documental utiliza os documentos que não foram 
analisados ou sistematizados daquela forma utilizada pelo 
pesquisador é diferente da pesquisa bibliográfica. Pesquisa 
bibliográfica, estado da arte ou revisão da literatura - Uma 
pesquisa do que mais recentemente foi publicado a 
respeito do tema, pesquisa o que a “literatura científica” 
tem a dizer a respeito daquele assunto as maiores fontes 
das pesquisas bibliográficas são as bibliotecas (virtuais ou 
presenciais), os bancos de dados, os acervos de jornais 
ou revistas, e os arquivos de organismos nacionais e 
internacionais. Pesquisa quantitativa tem como objetivo 
mensurar e quantificar, os fenômenos ou os 
comportamentos em geral, ela é realizada quando o 
assunto já é de domínio do pesquisador, quando ele 
conhece as variáveis envolvidas, e tem clareza quanto às 
relações de associação ou causalidade entre as variáveis, 
diferentemente da pesquisa qualitativa, que tem por 
objetivo estudar um cenário, ainda, desconhecido, a 
pesquisa quantitativa pressupõe a existência de 
investigações anteriores sobre o tema e a clareza sobre 
quais resultados serão medidos, e com quais objetivos. 
• Vamos estudar as técnicas de pesquisas quantitativas: 
os surveys e os web surveys (ou on-line surveys). 
 Os surveys (ou levantamentos) são uma 
modalidade de pesquisa apreciada nas áreas das Ciências 
Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e outros estudos 
comportamentais seu pressuposto é que é possível 
entender, de forma racional, o comportamento social, 
mesmo se este envolver os elementos irracionais os 
levantamentos partem do princípio de que é possível 
identificar as variáveis que determinam o 
comportamento humano, identificando os fatores que 
levam pessoas a agir de tal ou qual modo (BARBIER, 1999) 
uma pesquisa do tipo survey faz o uso da aplicação de 
um questionário para obter as informações relevantes ao 
tema que está sendo investigado este questionário é 
aplicado junto a uma amostra – um grupo de pessoas 
que tenha as características da população estudada – e 
os resultados são analisados estatisticamente, a depender 
da amostra (do seu tamanho e da maneira como foi 
composta), estes resultados podem ser projetados para 
a população como um todo. Os estudos do tipo survey 
têm se aproveitado do desenvolvimento tecnológico em 
comunicação e informação hoje, podemos realizar o 
levantamento via on-line, sem quaisquer despesas de 
impressão ou deslocamento a maioria dos instrumentos 
disponíveis para a elaboração dos questionários tem 
interface com softwares estatísticos, o que possibilita a 
realização de análises avançadas o fato de todos esses 
instrumentos terem se tornado acessíveis possibilitou 
que inúmeros profissionais pudessem realizar as 
pesquisas que, em tempos passados, apenas grandes 
institutos de pesquisa poderiam fazer os pesquisadores 
precisam estar capacitados para a utilização dos 
instrumentos tecnológicos. A pesquisa survey pode ser 
utilizada nos casos de pesquisas explicativas, exploratórias 
ou descritivas, desde que o objetivo seja mensurar ou 
quantificar, os fenômenos ou os comportamentos a 
depender do propósito do pesquisador, a pesquisa 
buscará explicar as relações de causalidade, ou 
familiarizar-se com uma situação, ou descrever 
determinado fenômeno ou comportamento uma das 
decisões centrais de um pesquisador envolvido numa 
pesquisa do tipo survey é a amostra que será utilizada 
para o estudo amostra é um grupo de pessoas que 
possui as características de interesse para os objetivos 
da pesquisa sexo, idade, profissão e região. Como é 
oneroso, trabalhoso e, às vezes, impossível entrevistar 
todos os elementos de uma população, selecionase um 
grupo para que, a partir dele, os resultados possam ser 
projetados para o restante. As amostras probabilísticas 
são aquelas em que todos os participantes de um grupo 
têm a mesma chance de participarem da composição da 
amostra. as amostras não probabilísticas são aquelas em 
que há a prevalência de algum critério para a escolha dos 
participantes de uma amostra em relação ao tamanho da 
amostra, há cálculos estatísticos que indicam o número 
ideal em função do erro que o pesquisador está disposto 
a assumir, o nível de confiança que se deseja para os 
dados, a proporção em que o comportamento ou a 
característica se manifesta na população etc. A pesquisa 
do tipo survey apresenta uma série de vantagens para o 
pesquisador e, dentre essas, distinguem-se as 
relacionadas às possibilidades de conhecimento da 
realidade, à economia e à rapidez com que podem ser 
realizadas, e às possibilidades de quantificação 
• Existem limitações: no caso de entrevistas com 
pessoas há que se considerar possíveis erros, 
percepções distorcidas ou vieses introduzidos pelos 
próprios entrevistados. 
 O survey deve ser realizado em função de 
perguntas que possam ser respondidas a resposta 
provável a uma pergunta é a hipótese de trabalho, que 
será confirmada ou negada em função dos dados 
coletados o pesquisador deve fazer uma pergunta 
possível de ser respondida e elaborar uma resposta 
provável da questão realizada: os dados coletados no 
survey deverão ser capazes de confirmar ou negar a 
resposta provável oferecida pelo pesquisador o 
pesquisador precisa ter em mente a pergunta que o seu 
trabalho deverá responder por vezes, o pesquisador 
sequer consegue identificar o que pretende com o seu 
trabalho, quais são os seus objetivos, qual imagina ser o 
resultado provável da sua pesquisa a elaboração de uma 
pergunta clara e a formulação de uma hipótese de 
trabalho são condições essenciais para que um survey 
possa ser realizado de forma bem-sucedida. O 
pesquisador precisa garantir a credibilidade da pesquisa. 
• Dois critérios são essenciais: a confiabilidade e a 
validade. 
 A confiabilidade diz respeito à precisão da 
medição, ou seja, quando uma variável for medida 
repetidamente, ela deve apresentar, sempre, o mesmo 
resultado. O exemplo mais clássico é o da balança: a cada 
vez que, por exemplo, um quilo de alimento for pesado 
em uma mesma balança, o resultado deve ser sempre 
o de um quilo, e não de oitocentas gramas numa 
pesagem, um quilo noutra, e um quilo e duzentas gramas 
em uma terceira mensuração. Já a validade é entendida 
como a capacidade de acurácia (ou exatidão) de uma medida, isto é, a sua habilidade de medir, adequadamente,
os conceitos que estão sendo investigados (LAMEIRÃO, 2014, p. 46). 
E as perguntas formuladas pelo pesquisador? 
 A elaboração do questionário requer uma atenção especial do pesquisador, já que ele deve tomar cuidado com 
a clareza e a precisão dos termos utilizados na formulação das questões há dois formatos de perguntas: as abertas e as 
fechadas as questões abertas são perguntas as quais o entrevistado responde livremente, sem ter que escolher as 
alternativas as questões fechadas têm alternativas como respostas e o entrevistado deverá escolher uma delas as questões 
fechadas facilitam a contagem das respostas e requerem que o pesquisador conheça a fundo o tema que estásendo 
pesquisado para que as alternativas possam ser oferecidas de maneira clara as questões abertas podem fazer surgir 
informações que, de outra forma, não surgiriam, embora dificulte a contabilização de respostas. 
A ordem das questões também é importante não se deve induzir o entrevistado à determinada resposta, tampouco 
confundi-lo com vai e vem de temas as perguntas devem levar em conta o universo de referência do entrevistado e 
não podem exigir uma informação que o entrevistado não tem mesmo nas perguntas abertas é necessário que não haja 
uma ambiguidade na formulação dos questionamentos cada pergunta deve ter, como foco, uma única ideia, já que o 
entrevistado não tem como responder a vários elementos de uma só vez o questionário não pode ser excessivamente 
longo, nem conter as questões indiscretas ou extremamente pessoais deve ser realizada uma amostra pré-teste. A web 
survey é a pesquisa do tipo survey realizada por meio da utilização de tecnologias de informação e comunicação entre 
os benefícios do uso do ambiente on-line para a realização de web surveys destacam-se a interatividade possível de ser 
estabelecida com o entrevistado, o uso de recursos visuais e um número menor de vieses introduzidos na pesquisa, em 
função de características ou das opiniões do entrevistador e as desvantagens: necessidade de acesso à internet, a pesquisa 
pode ser respondida por outra pessoa que não àquela na qual estamos interessadas, ausência de um entrevistador que 
estimule e resolva quaisquer dúvidas do respondente, e a dificuldade de garantir o anonimato dos respondentes respostas 
por e-mail ou por aplicativos de mensagens identificam o respondente. O pesquisador deve evitar o uso de palavras, 
símbolos ou itens gráficos que não são de conhecimento geral, ou que podem gerar uma ambiguidade tamanho do 
questionário a ser aplicado: as pesquisas indicam que, quanto maior o questionário, menor a taxa de resposta; ainda, quanto 
mais agrupadas estiverem as questões numa mesma página (evitando-se, assim, que o respondente tenha que “mudar” 
de página várias vezes), menor a taxa de desistência recomendável utilizar uma linguagem simples e forma acessível, sem 
muitos desenhos, figuras ou cores berrantes muito importante utilizar pré-testes para corrigir os erros são muitos os 
instrumentos disponibilizados na web para a elaboração e a aplicação de questionários de web surveys. 
UNIDADE 11
Nesta Unidade II vamos tratar dos seguintes 
temas: 
• Projetos de Pesquisa; 
• Aspectos Éticos da Pesquisa; 
• Apresentação de resultados para a comunidade 
acadêmica; 
• Apresentação de resultados para a comunidade não 
acadêmica. 
Projeto de Pesquisa – é uma carta de intenções 
 Nele são expostas as intenções, a razão pela qual 
se pretende fazer a pesquisa, os objetivos a serem 
alcançados, como a pesquisa será feita e os resultados 
esperados ao executar o projeto, se ele for aprovado, o 
pesquisador deverá cumprir obrigatoriamente o que tiver 
sido proposto no projeto. 
Em resumo, o projeto deve definir: 
• A problematização à qual se pretende oferecer uma 
resposta; 
• A hipótese que se imagina ser uma resposta plausível 
para a pergunta; 
• Os objetivos que se desejam alcançar com a 
pesquisa; 
• A metodologia a ser utilizada para confirmar ou não 
a hipótese elaborada; 
• Os motivos da escolha do tema/da problematização; 
• O referencial teórico que dá suporte à 
problematização e à formulação da hipótese; 
• O cronograma de atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Metodologia é o estudo dos métodos 
• As maneiras como os sujeitos do conhecimento se 
dirigem ao objeto: esse é o campo da metodologia. 
Estudar os caminhos escolhidos pelos pesquisadores para 
atingir determinados objetivos, para oferecer respostas 
às perguntas feitas conjunto de procedimentos 
sistemáticos para a construção do conhecimento. 
Escolha do tema 
 A escolha do tema é o primeiro passo para 
realizar uma investigação científica o tema é o assunto 
que se pretende pesquisar é recomendável que o 
pesquisador escolha um tema com o qual tenha alguma 
familiaridade é fundamental o conhecimento prévio a 
respeito do tema que se pretende investigar quanto mais 
conhecimento o pesquisador tiver sobre o assunto, mais 
fácil será planejar e executar a pesquisa. 
• É fundamental gostar do tema! 
• E também evitar “modismos” e levar em conta o 
tempo disponível para a pesquisa. 
O que é problematização em pesquisa? 
 Pesquisas são realizadas para que encontremos 
respostas a perguntas feitas diante dos fenômenos que 
nos cercam a problematização é o momento em que o 
pesquisador fará uma pergunta em relação ao tema, 
pergunta essa possível de ser respondida por meio da 
pesquisa a pergunta de pesquisa expressa o que o 
pesquisador pretende investigar e conhecer, materializa 
o problema de pesquisa sem que a pesquisa proponha 
um problema a ser resolvido, não há como selecionar 
métodos, técnicas e referencial bibliográfico a pergunta 
serve de norte para o pesquisador, já que ele 
desenvolverá a pesquisa com o objetivo de responder à 
pergunta feita quando o problema de pesquisa é 
formulado corretamente, o pesquisador não perde o 
rumo. 
Gil (2008) recomenda alguns cuidados quando da 
formulação da pergunta de pesquisa: 
• O problema deve ser formulado de forma 
interrogativa; 
• O problema tem que ser traduzido por meio de uma 
pergunta; 
• O problema deve ser viável, ou seja, o problema 
precisa estar sujeito à resolução; 
• O problema deve ter clareza. Caso ele inclua algum 
conceito na sua formulação, o significado desse 
conceito deve estar explicitado; 
• O problema deve ser preciso. 
Formulação da hipótese de pesquisa 
 O problema da pesquisa é formulado por meio 
de uma pergunta a hipótese é uma resposta à pergunta 
e que se supõe provável a hipótese é uma afirmativa 
que responde ao problema e o trabalho de pesquisa dirá 
se essa resposta é correta ou não. 
Segundo Gil (2008), alguns cuidados devem ser tomados 
para formular a hipótese: 
• Deve ser formulada de maneira clara; 
• Deve ser formulada de maneira específica; 
• Não deve implicar julgamentos de valor e deve 
envolver variáveis possíveis de serem medidas de 
alguma forma; 
• Precisa ser formulada de maneira simples; 
• Deve estar relacionada a uma teoria porque esta 
serve de guia para as hipóteses, sugerindo caminhos 
já percorridos e resultados já alcançados. 
 Identificação dos objetivos da pesquisa os 
objetivos estão relacionados aos propósitos da pesquisa, 
suas finalidades e suas Intenções o problema e a hipótese 
identificam o que será pesquisado e os objetivos 
mostram o porquê será pesquisado os objetivos podem 
ser genéricos ou específicos, mas, como regra, eles são 
representados por meio de verbos de ação, quer dizer, 
os verbos de ação instrumentalizam os objetivos os 
verbos deverão ser utilizados conforme os objetivos 
sejam de: conhecer, compreender, aplicar, analisar, 
sintetizar ou comparar. 
• Métodos e técnicas: as escolhas metodológicas. 
 O problema e a hipótese indicam o que fazer os 
objetivos, para que fazer a metodologia indica como 
fazer, ou seja, ela envolve as escolhas a respeito de 
processos, 
procedimentos e operações para investigar os fatos e os 
fenômenos o que vai indicar quais os métodos deverão 
ser escolhidos são o problema, a hipótese e os objetivos 
são em função deles que o pesquisador escolhe se fará 
uma pesquisa qualitativa ou quantitativa, e qual o método 
de pesquisa mais adequado para coletar as informações 
necessárias. 
Justificativa do projeto 
 É a razão de escolha do objeto de pesquisa 
momento que “se expõem as razões de ordem teórica 
(desenvolvimento da ciência) e de ordem prática 
(aplicação da ciência) pelas quais a pesquisa proposta é 
importante” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 98) explicitar 
a relevância, a oportunidade (momento adequado), a 
demanda (solicitação ou bolsa de estudos para temas 
específicos) ou alguminteresse de ordem pessoal. 
Referencial teórico da pesquisa 
 Também chamado de marco teórico, revisão de 
literatura e estado da arte, diz respeito aos conceitos, às 
teorias e aos constructos nos quais o pesquisador está 
se apoiando é a fundamentação teórica da pesquisa inclui 
o que já foi pesquisado sobre o objeto e também os 
resultados encontrados, teoria é o conjunto de 
conhecimentos que se propõe a explicar um fenômeno 
com algum grau de exatidão; quanto maior o grau de 
exatidão, melhor a teoria a teoria busca explicar como 
ou por que as coisas acontecem. 
• As teorias são diferentes das leis: as leis descrevem 
fenômenos; as teorias explicam os fenômenos. 
 O cronograma de atividades responde à questão 
de tempo a pesquisa deve ser realizada conforme uma 
sequência de etapas e precisa ser concluída dentro do 
prazo que há disponível. 
• Algumas etapas podem ocorrer de forma 
simultânea: por exemplo, redigir o referencial teórico 
e, ao mesmo tempo, analisar os dados estatísticos 
que foram encontrados. 
• Outras etapas devem ocorrer de forma 
concatenada, ordenada: por exemplo, precisamos 
definir o referencial teórico antes de coletar os dados. 
• Leitura exploratória de artigos sobre o tema; 
• Seleção de artigos e textos que serão a base do 
referencial teórico; 
• Elaboração da pergunta e da hipótese de trabalho; 
• Nova coleta de material bibliográfico; 
• Elaboração do referencial teórico; 
• Elaboração do instrumento de pesquisa (no caso de 
surveys ou outras modalidades que envolvam coleta 
de dados); 
• Pré-teste do instrumento de pesquisa; 
• Seleção da amostra; seleção dos documentos; 
seleção das fontes de informação; 
• Coleta de dados; 
• Tratamento de dados; 
• Elaboração do relatório final; 
• Revisão do relatório final. 
Quadro 4. Cronograma de Atividades (etapa 
versus semanas) 
 
 Referências, o pesquisador deverá arrolar as 
referências utilizadas para a elaboração do projeto elas 
deverão estar identificadas de acordo com as normas da 
ABNT ou outras, em ordem alfabética pelo sobrenome 
do autor. 
Aspectos éticos da pesquisa 
 Existem episódios muito tristes de falta de ética 
em pesquisas científicas na história da humanidade, 
especialmente durante o período do nazismo, na 
Alemanha, durante a II Guerra Mundial os debates sobre 
as questões éticas envolvendo pesquisas vêm ganhando 
cada vez mais espaço na comunidade científica. 
• É correto observar pessoas sem que elas assim o 
autorizem? 
• É ético entrevistar pessoas alegando determinado 
motivo quando, na verdade, a intenção do 
pesquisador é outra? 
• É ético ministrar medicamentos sem avisar aos 
indivíduos quais os riscos que eles estão correndo? 
 Essas e outras questões são discutidas no âmbito 
da ética em pesquisa. “Moral pode ser definida como 
qualquer conjunto de regras, valores e proibições, 
impostos pela política, costumes sociais, religiões ou 
ideologias. Por sua vez, a ética sempre implica em uma 
reflexão sobre a validade da conduta humana, ou seja, é 
uma análise crítica das regras impostas pela moral” 
(ALVES; TUBINO, 2006, p. 29) os códigos de ética para 
pesquisas com seres vivos têm como base quatro 
princípios oriundos do corpo da ética em medicina e 
tratamento de seres humanos: o princípio da não 
maleficência, o princípio da beneficência, o princípio da 
autonomia e o princípio da justiça embora genéricos, eles 
dão conta de resolver a maior parte dos conflitos que 
surgem quando da pesquisa com seres humanos ou 
animais. Toda e qualquer pesquisa com seres vivos que 
aconteça no âmbito do ambiente acadêmico deve 
receber autorização prévia para a sua realização essa 
autorização se dá mediante os esclarecimentos que o 
pesquisador faz em relação aos métodos e aos 
procedimentos da pesquisa, bem como em relação aos 
cuidados tomados em relação aos princípios éticos que 
normatizam esse tipo de investigação. 
A apresentação dos resultados de uma pesquisa: a 
comunicação científica para a comunidade acadêmica 
 Seja quando a pesquisa for encomendada por 
uma instituição (e, portanto, for necessário respeitar o 
sigilo das informações coletadas), seja quando for 
promovida com o objetivo de esclarecer a comunidade 
em relação a um tema, as decisões relativas à publicação 
dos dados de uma investigação devem ser consideradas 
com bastante critério. 
De forma resumida, temos duas modalidades de 
comunicação científica: 
• A acadêmica, destinada à própria comunidade 
científica; 
• A não acadêmica é associada à divulgação científica 
para o público em geral. 
 A comunicação científica para o público 
acadêmico é aquela realizada entre os pesquisadores e 
as instituições de pesquisa a comunidade acadêmica é 
composta por pesquisadores\professores, 
pesquisadores\alunos, universidades\centros de pesquisa, 
órgãos de financiamento, editores, publicações científicas 
com dimensão comercial, publicações científicas de 
acesso livre e repositórios institucionais na comunicação 
realizada no âmbito da própria comunidade acadêmica, 
temos cientistas falando com seus pares as conclusões 
podem ser apresentadas sob a forma impressa (por 
meio de relatórios ou artigos acadêmicos) ou por meio 
de apresentações orais, sendo que cada uma dessas 
modalidades envolve decisões especiais Os relatórios são 
a modalidade mais comum de apresentação de pesquisa 
são entregues em forma textual para o solicitante, antes 
ou depois de uma banca de avaliação como acontece no 
caso das monografias e dos trabalhos de conclusão de 
curso. 
Um relatório, habitualmente, é composto de: 
a) Introdução. 
b) Capítulo com referencial teórico. 
c) Capítulo com apresentação e análise de dados 
coletados. 
d) Capítulo com conclusões e recomendações finais. 
 Os relatórios monográficos costumam ter entre 
40 e 60 páginas e, em geral, cada capítulo contém entre 
10 e 15 páginas para algumas pesquisas há exigência de 
banca. Cada universidade tem as suas próprias regras em 
relação às bancas, em especial no que respeita à 
duração, ao número de componentes e ao formato (se 
presencial ou online, se há apenas questionamentos por 
parte da banca ou se o pesquisador também realiza 
alguma apresentação concisa sobre os resultados). quase 
sempre o pesquisador tem de 10 a 30 minutos para 
apresentar sua pesquisa e os professores da banca (de 
dois a cinco) fazem questionamentos sobre escolhas, 
critérios e referenciais utilizados pelo pesquisador para 
bancas de mestrado e doutorado existem regras e 
normas próprias das universidades e também da Capes 
– Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Ensino Superior. Para apresentação de pesquisa em 
revistas científicas é preciso seguir as regras próprias. As 
revistas acadêmicas brasileiras são categorizadas por 
meio de critérios estabelecidos pela Capes e pelo CNPq 
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico). 
• O indicador Qualis tem sido utilizado para avaliar 
revistas, categorizando-as em A1, A2, B1, B2, B3, B4, 
B5 e C. 
• Os primeiros quatro estratos (A1, A2, B1 e B2) são 
identificados a partir do Fator de Impacto que 
apresentam. 
• Os periódicos B3, B4 e B5 são atribuídos em função 
da base de dados em que estão indexados: bases 
internacionais de dados conferem indicador B3; 
• A indexação no SciElo confere indicador B4; 
• E a indexação em outras bases nacionais confere 
indicador B5; 
• A ausência de indexação confere indicador C; 
• Quanto mais elevado for o indicador da revista, mais 
prestígio uma publicação alcança e mais bem avaliada 
é a pesquisa apresentada. 
A Capes categoriza os eventos científicos em: 
• Congresso; 
• Simpósio; 
• Encontro; 
• Colóquio; 
• Workshop; 
• Reunião; 
• Seminário; 
• Painel; 
• Fórum; 
• Conferência; 
• Palestras e Ciclo de Palestras; 
• Jornada; 
• Feira (Mostra ou Festival). 
 
 A apresentação dos resultados de uma pesquisa: a comunicação científica para a comunidadenão acadêmica não 
é apenas a comunidade acadêmica que tem interesse na divulgação de resultados de pesquisa cada vez mais, o público 
em geral busca informações sobre a ciência, já que é dela que resultam processos, instrumentos e equipamentos que 
fazem parte da nossa vida as pessoas percebem que o conhecimento científico é um diferencial para a compreensão do 
mundo. Em função da necessidade crescente de informações a respeito de ciência, uma série de veículos foi criada e 
vem sendo utilizada para levar o conhecimento às pessoas, em linguagem adequada e compreensível essa tarefa tem se 
mostrado imensamente difícil, já que, cada vez mais, a ciência trabalha no terreno da especialização, exigindo 
conhecimentos muito específicos e complexos documentários, revistas eletrônicas, blogs e vídeos são meios que a 
comunidade científica utiliza para aproximar o público do conhecimento produzido nos laboratórios e nos institutos de 
pesquisa esse trabalho é a disseminação do conhecimento científico, revistas como a Superinteressante ou de 
universidades, canais no YouTube são instrumentos que permitem o diálogo entre os dois mundos
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