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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE IRAJÁ-AM.
JOANA, nacionalidade, estado civil, servidora pública, portadora do RG N° 00000-00 e do CPF N° 000.000.000-00, domiciliada nesta cidade e residente no Endereço, CEP: 00000-000, por intermédio de seus advogados ao final firmados, mandato incluso, com endereço profissional situado no Endereço, CEP: 00000-000, onde receberá citações, notificações e intimações, vem respeitosamente perante esse Juízo, com fundamento no artigo 282 e seguintes do Código de Processo Civil propor: AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA contra o MUNICÍPIO DE IRAJÁ - prefeitura, pessoa jurídica de direito público interno, com sede e foro situado nesta cidade na Endereço, CEP: 00000-000 representado pela PGM situada no Endereço, CEP: 00000-000.
A TÍTULO DE INTROITO
( a ) Benefícios da gratuidade da justiça (CPC, art. 98, caput)
 A parte Autora não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais, máxime custas iniciais.
Destarte, a Demandante ora formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.
( b ) Quanto à audiência de conciliação (CPC, art. 319, inc. VII)
A Promovente opta pela realização de audiência conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII). Por isso, requer a citação da Promovida, na forma regida no art. 242, § 2°, do CPC, para comparecer à audiência designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput c/c § 5º), caso Vossa Excelência entenda que haja possibilidade legal de realizar-se autocomposição (CPC, art. 190 c/c art. 334, § 4°, inc. II).
1. DAS RAZÕES FÁTICAS E DA FUNDAMENTAÇÃO
JURÍDICA
	A Requerente foi contratada em 01 de janeiro de 2012 pela Prefeitura de Irajá- Am sob vínculo de regime temporário, regido pela lei xxxxx de xx de xxxxx de xxxx, e suas alterações posteriores, para exercer atividades profissionais de xxxxxxxx.
	O período da contratação foi de 01/01/2012 a 31/12/2016, tendo o contrato sido prorrogado sucessivamente até a dispensa do cargo ocorrida em 31/12/2016.
 Ocorre que não é lícito que um trabalhador labore por um considerável período para o Município a título "precário" e ao final do contrato saia sem direito a qualquer indenização.
	Assim Excelência, laborou a Requerente para o Município de Irajá durante 4 anos e 11 meses (quatro anos e onze meses), contudo ao final do término da relação contratual, não teve direito ao recebimento de verbas remuneratórias referentes aos salários de abril, maio, novembro e dezembro de 2016, 13º salário de 2016 e o Fundo de Garantia por tempo de serviço (FGTS), não pagos durante o período em que fez parte de seu quadro funcional, tendo sofrido como a ausência do pagamento de danos morais.
 Desse modo, diante das irregularidades apresentadas, alternativa não resta a mesma, senão requerer a prestação da tutela jurisdicional, a fim de ver assegurado o seu direito ao recolhimento e recebimento de FGTS e recebimento das verbas remuneratórias do período acima narrado e do décimo terceiro salário de 2016.
2. DA NULIDADE DO CONTRATO 
 O Contrato firmado entre a Administração e Requerente que inicialmente era por prazo determinado, em decorrência de sucessiva renovação, passou a caracterizar-se como indeterminado e irregular a luz do que dispõe as normas em vigor.
 É cediço que, nos termos do art. 37, II, da CRFB/88, com o advento da Constituição da República de 1988, o ingresso nos quadros da Administração Pública em qualquer de suas esferas passou a se dar por concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as exceções constitucionalmente previstas. Veja-se:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
  Todavia, por ser evidente que, em algumas situações, a realização de concurso público pode não ser viável para a Administração Pública, o artigo acima mencionado, em seu inciso IX, traz uma exceção, dispondo da seguinte forma:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
  Atendendo ao comando acima, o Município-Réu editou a Lei Municipal nº XXXXX, a qual, em seu art. tal, dispõe que o prazo é de até x meses.
 
 Bastando mera leitura dos dispositivos acima mencionados, tem-se, portanto, que não se trata de discricionariedade do Município-Réu, ou seja, para que um contrato temporário realizado seja considerado válido, além de a necessidade ser temporária e de excepcional interesse público, deve-se respeitar o prazo máximo trazido em lei.
  Mesmo sob a égide administrativa, é conferido alguns direitos sociais provenientes do Art. 7º, da Constituição Federal, aos servidores temporários. Porém, após o julgamento do RE 765.320, o Supremo Tribunal Federal passou a entender ser possível o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), aos titulares de cargo temporário em decorrência da nulidade do referido contrato, com base no artigo 37, §2º, da Carta Magna e nos termos do artigo 19-A da Lei 8.036/1990 (Lei do FGTS).
 No caso em apreço, contudo, o que se verifica é A FLAGRANTE NULIDADE DO CONTRATO. Isso porque, o Município-Réu não procedeu à contratação temporária observando na integralidade o disposto no art. 37, IX, da CF/88, nem os ditames da Lei Municipal tal, tanto quanto ao prazo de duração do contrato, quanto ao requisito “necessidade temporária”, sendo certo, portanto, que descumpriu as obrigações decorrentes do respectivo contrato temporário.
  
 Logo, é forçoso que se reconheça a sua nulidade.
3. DAS VERBAS REMUNERATÓRIAS DO PERIODO DEVIDO, DO RECEBIMENTO DO FGTS E DÉCIMO TERCEIRO PROPORCIONAL DO ANO DE 2016
 Resta claro que a Autora, quando do seu desligamento, não recebeu os valores correspondentes ao período acima narrado, nem o valor referente ao décimo terceiro de 2016, o que claramente ofende ao disposto no art. 7º, incisos IV e VIII da CRFB/88. Veja-se:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
 			
	Destarte, a Requerente faz jus aos valores correspondentes aos depósitos de FGTS, que devem ser calculados com base na remuneração paga ou devida ao servidor, com fulcro no art. 15, da Lei n°. 8.036/90 que preceitua:
"Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida,no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei n° 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei n° 4.749, de 12 de agosto de 1965.
§ 1° Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão- de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se."
Consoante à jurisprudência do STJ e STF (Re 596478), para fins de levantamento do FGTS, a declaração de nulidade do contrato firmado com a Administração Pública em razão da falta de realização prévia de concurso se equipara à modalidade de extinção por culpa recíproca, hipótese em que a multa do FGTS é devida à razão de 20% (art. 18, §2°, da Lei 8.036/90).
	Este tem sido o entendimento adotado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas e também por outros da federação no julgamento de casos semelhantes ao dos presentes autos, vejamos:
"CONTRATAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SEM A PRÉVIA REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO. PERÍODO POSTERIOR À CARTA MAGNA DE 1988. NULIDADE. SALDO DE SALÁRIOS PELOS DIAS TRABALHADOS. Após a Carta Magna de 1988, é nula a contratação para a investidura em cargo ou emprego público sem prévia aprovação em concurso público. Tal contrato gera, tão-somente, o direito ao pagamento dos salários pelos dias efetivamente trabalhados, sob pena de enriquecimento sem causa do Poder Público. Agravo desprovido"(AI 497.984-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, 30.9.2005).
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE VERBAS RESCISÓRIAS. SERVIDOR TEMPORÁRIO MUNICIPAL. VÍNCULO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. REGIME DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO (ART. 37, IX, DA CF/88). REEMBOLSO DOS VALORES DESCONTADOS A TÍTULO DE INSS, SEGURO DESEMPREGO, MULTAS DOS ARTS. 467 E 477, DA CLT. INADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO NÃO PAGAMENTO DO 13° SALÁRIO; DO REPOUSO SEMANAL REMUNERADO; DAS FÉRIAS; E DAS HORAS EXTRAS. DIREITO AO FGTS REFERENTE AO PERÍODO TRABALHADO. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 19-A DA LEI N°. 8.036/90. ENTENDIMENTO DO STF. - " O contratado pela Administração Pública por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público faz jus ao recebimento das verbas contratuais e daquelas estabelecidas pela legislação aplicável, entre as quais não se incluem os valores descontados a título de INSS, seguro desemprego, multas dos arts. 467 e 477, da CLT. - No que tange aos pedidos de 13° Salário, Repouso Semanal Remunerado, Férias, e, por derradeiro, Horas Extras, tenho que o Apelante não se desincumbiu do ônus probatório, razão pela qual ratifico o silogismo jurídico perfilhado pela MM. Juíza da Causa. - Com relação ao pleito alusivo ao recebimento do FGTS, verifico assistir razão ao Apelante, porquanto a sua contratação temporária encontra-se inquinada pelo vício da nulidade (art. 37, § 2°, da CF). Como consequência da nulidade, aplica-se à situação o art. 19-A da Lei n°. 8.036/90, fazendo jus o Recorrente ao pagamento de FGTS pelo período trabalhado. - Em aplicação ampliativa do posicionamento firmado no julgamento do RE 596.478/RR, a Corte Suprema já consignou, recente e expressamente, a "aplicabilidade dessa orientação jurisprudencial aos casos de contratação em caráter temporário pela Administração Pública" (RE 863.125). - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO, EM PARTE. (TJ-AM, Relator: Ari Jorge Moutinho da Costa, Data de Julgamento: 21/09/2015, Segunda Câmara Cível).
"EMENTA: AÇÃO DE COBRANÇA. PARCELAS NÃO PAGAS.
SERVIDOR PÚBLICO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
PRORROGADA POR 6 ANOS. DIREITO. " A nulidade da contratação de servidor não lhe retira o direito às parcelas remuneratórias correspondentes ao cargo ocupado, enquanto efetivamente prestado o serviço, sob pena de enriquecimento ilícito
da Administração". SENTENÇA MANTIDA NO REEXAME NECESSÁRIO." (TJMG - Número do processo:
1.0086.00000-00/001(1) – Relator: Nome-
Data da Publicação: 04/04/2006).
EMENTA: ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL - SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. CONTRATOS TEMPORÁRIOS - GRATIFICAÇÃO NATALINA FÉRIAS E TERÇO CONSTITUCIONAL - CONSECTÁRIOS DA RELAÇÃO DE TRABALHO - LEGITIMIDADE DA COBRANÇA.
"É devido ao servidor público temporário os direitos relativos ao décimo-terceiro salário, férias e o respectivo adicional, mesmo que a contratação seja irregular. - O poder público não pode privilegiar-se do serviço prestado pelo servidor e deixar de pagar-lhe a retribuição legalmente devida."(TJMG - Número do processo: 1.0392.00000-00/001(1) - Relator: ALBERTO VILAS BOAS -
Data da Publicação: 05/09/2008).
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO -
AÇÃO DE COBRANÇA - CONTRATO TEMPORÁRIO - VERBAS
DEVIDAS - ART. 39, § 3° DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
"Constituem direitos do servidor as verbas relativas aos meses por ele efetivamente trabalhados, as quais foram indevidamente retidas pelo ente público. Uníssono hoje o entendimento no sentido de que, havendo o servidor prestado efetivos serviços à Administração, cumpre a esta efetuar o pagamento respectivo, sob pena desconfigurar-se o locupletamento ilícito da Administração, o quese repudia. Com base nos ditames constitucionais aplicáveis à espécie, havendo o servidor prestado efetivos serviços à entidade pública, faz jus à respectiva contraprestação, ainda que eventual nulidade se evidencie do vínculo entre eles existente."(TJMG - Número do processo: 1.0086.00000-00/001 – Relator: CARREIRA MACHADO - Data da Publicação: 19/08/2008).
EMENTA - FGTS - SAQUE.
"O FGTS pode ser sacado quando a conta vinculada do empregado não tem depósitos por mais de três anos (art. 20, VIII, da Lei n° 8.036), em virtude da mudança do regime celetista para estatutário. Se a reclamada não depositou os referidos valores ou se há pedido de parcelamento, deve pagar diretamente à reclamante os depósitos, posto que atendida a hipótese legal de saque. O empregado não pode ficar prejudicado pelo inadimplemento das obrigações legais da reclamada".
(TRT 2a R.; REO-RO (00)00000-0000; Ac. (00)00000-0000; Terceira Turma; Rel. Juiz Nome; Julg. 02/09/1997; DOESP 16/09/1997).
	O STJ tem decidido, em consonância com entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que é devido o depósito de FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo contrato temporário de trabalho seja declarado nulo.
Ementa
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO TEMPORÁRIO DECLARADO NULO PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. FGTS. OBRIGATORIEDADE DE PAGAMENTO.
1. O STJ possui entendimento de que o servidor público cujo contrato temporário de natureza jurídico-administrativa foi declarado nulo por inobservância do caráter transitório e excepcional da contratação possui direito aos depósitos do FGTS correspondentes ao período de serviço prestado, nos termos do art. 19-A da Lei n. 8.036/90. Precedentes: AgRg no AgRg no AREsp 49.207/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 6/4/2015; AgRg no REsp 1.452.468/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 30/10/2014; AgRg no REsp 1.434.719/MG, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 2/5/2014.
2. Recurso Especial provido.
	Logo, havendo renovações sucessivas do contrato de trabalho por tempo determinado, é legítima a extensão dos direitos sociais previstos no artigo 7° inc. XXIX da Carta Magna ao servidor temporário, dentre os quais o FGTS, verbis:
XXIX - "ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho".
Assim, deve o ente público recolher o FGTS e possibilitar o levantamento do saldo pelo empregado.
Se nãoo fez, deverá fazê-lo, ou pagar a indenização devida.
Deste modo, requer a Autora a condenação do Réu ao pagamento dos valores referentes aos períodos acima descritos, por ser medida de direito e justiça.
4. DOS DANOS MORAIS
Desde a extinção de seu contrato de trabalho, a Autora continua sem receber as parcelas remuneratórias que lhe são devidas.
A ausência de pagamento nos meses de abril, maio, novembro e dezembro de 2016, todas parcelas de natureza alimentar, ocasionaram imenso abalo moral à Autora, interferindo diretamente em seu cotidiano e causando-lhe transtornos para a sua simples subsistência, como atrasos no pagamento das contas de energia elétrica, do aluguel e até mesmo a falta de mantimentos em sua casa.
 
 Mesmo antes de ter seu contrato rescindido, a Autora já estava há 02 (dois) meses sem vencimentos, sem décimo terceiro proporcional, o que trouxe transtornos de viés econômico e emocional, vendo-se na humilhante situação de ver seu nome negativado na praça, sendo obrigada a pedir empréstimos e auxílio a familiares e amigos para poder manter sua subsistência mínima.
 
O Dano moral, nesse caso, está configurado e se encontra caracterizado pela situação angustiante, frustrante e até mesmo vexatória a que foi exposta a parte autora. As regras de experiência comum, perfeitamente aplicáveis à espécie, fazem presumir a sua ocorrência, uma vez que tal situação, por si só, já afeta a paz de espírito, é fonte de angústias, de sensação de impotência, causando intranquilidade e incertezas.
 
Diferente não é o entendimento de nossos Tribunais sobre o tema:
APELAÇÃO CÍVEL. CONSTITUCIONAL E DIREITO CIVIL. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIO DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR INDENIZATÓRIO ADEQUADO. PEDIDO DE 1/3 SOBRE AS FÉRIAS. O ART. 7°, XVII GARANTE AO TRABALHADOR O DIREITO A GOZO DE FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS, COM PELO MENOS, UM TERÇO A MAIS DO SALÁRIO
NORMAL. DIREITO ADQUIRIDO PELO TRABALHADOR. AUSÊNCIA DE PROVA DO PAGAMENTO DA DÍVIDA PELO MUNICÍPIO. PAGAMENTO OBRIGATÓRIO. RECURSOS CONHECIDOS. APELAÇÃO IMPROVIDA. APELAÇÃO ADESIVA PROVIDA PARCIALMENTE. 1. Extrai-se do contexto fático-probatório que o servidor público municipal, em decorrência do atraso no pagamento de seu salário, além de outros benefícios, sofreu lesão na sua esfera personalíssima, uma vez que se viu tolhido no seu direito à manutenção de sua subsistência, bem como de sua família, além de não poder honrar com os compromissos com os credores habituais que todo cidadão possui. 2. Verifico que o valor arbitrado a título de dano moral, em sede de primeiro grau, está proporcional ao grau de culpa e ao dano causado a parte Apelada, configurando um valor razoável e justo para a indenização. 3. Recurso de Apelação conhecido e improvido. 4. Ao Município réu cabia o gravame de provar que houve o pagamento de 1/3 do salário férias da requerente, mediante a juntada dos documentos pertinentes. Entretanto, não provou haver efetuado o pagamento do crédito salarial reclamado, ao qual tem direito o Apelante. 5. Recurso de Apelação Adesivo conhecido e parcialmente provido. (TJ-AM, Primeira Câmara Cível. Apelação n° 0001142-37.2012.8.04.0000, Relator: SABINO DA SILVA MARRES, Data de Julgamento: 12/10/2014).
APELAÇÃO CÍVEL. Reclamação trabalhista. Contrato de trabalho temporário celebrado com a Administração Pública. Competência da Justiça Comum para processar e julgar as demandas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, contratados em face da necessidade temporária de excepcional interesse público, sendo certo que a prorrogação do prazo de vigência não altera a natureza do vínculo. Verbas rescisórias. Inaplicabilidade das normas da Consolidação das Leis Trabalhistas. Precedentes dos Tribunais Superiores. Licença maternidade. Art. 7°, inciso XVIII da CRFB/88. Interrupção prematura que representa grave violação da garantia constitucional. Dano moral configurado. Sentença reformada para condenar o Município de Resende a reparar o dano moral causado à autora mediante pagamento de indenização arbitrada em R$ 00.000,00. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO NOS TERMOS DO ART. 557 § 1° -A DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, COM BASE NA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA CORTE. (TJ-RJ.
Quanto ao valor da indenização, deve ser fixado com moderação, mas sempre se atentando para a sua adequação à justa medida do prejuízo suportado pela parte autora. 
Por fim, a fixação do valor da compensação deve ser norteada pelo princípio da razoabilidade e pelo caráter punitivo e pedagógico do dano moral.
5. DO VALOR DEVIDO
	O vínculo da Requerente com a Administração Pública deixou de existir a partir de 31/12/2016, deste modo são devidos os salários referentes aos meses que não foram pagos e o décimo terceiro pleiteado, bem como os últimos cinco anos devem ser contabilizados para fins de cálculo e pagamento do FGTS tomando como base o último salário recebido durante o vínculo laboral com o Município.
	A Requerente era remunerada mensalmente com a quantia de R$ 00.000,00.
	Sendo-lhe devidos os últimos 60 meses (cinco anos) de recolhimento de FGTS perfazendo um total de R$ 00.000,00, bem como os salários referentes aos meses que não foram pagos e o décimo terceiro pleiteado, que somam o valor de R$ 00.000,00.
	Tratando-se de verba de natureza indenizatória devida a Requerente, com a respectiva aplicação da multa de 20% sobre o valor devido chegamos à quantia de R$ 00.000,00.
	Totalizando R$ 00.000,00.
5. DO ÔNUS DA PROVA
Quanto à prova do pagamento ou dos referidos depósitos ao fundo de garantia por tempo de serviço, esta incumbe ao Réu conforme a legislação em vigor art. 333, II do cpc:
Art. 333. O ônus da prova incumbe:
II - "ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor".
	Este também tem sido o posicionamento jurisprudencial, vejamos:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE COBRANÇA CONTRA MUNICÍPIO. VERBAS SALARIAIS. SALÁRIOS ATRASADOS. AUSÊNCIA DE PROVA DE PAGAMENTO. ÔNUS DO RÉU. ART. 333, II, DO CPC.
I - Comprovado o vínculo funcional e, por conseguinte, a prestação de serviços, o pagamento das verbas salariais é obrigação primária da conseguinte, a prestação de serviços, o pagamento das verbas salariais é obrigação primária da municipalidade, sob pena de configurar enriquecimento ilícito do ente público em detrimento do particular.
II - É assegurado ao servidor público à garantia do salário (art. 39, § 3°, da CF/88).
III - Somente a prova efetiva do pagamento é capaz de afastar a cobrança, cujo ônus incumbe ao réu, tendo em vista constituir fato impeditivo, modificativo ou extintivo de direito do autor. Inteligência do art. 333, II, do CPC.
IV - Não pode o ente municipal, réu na demanda originária, perpassar esse ônus processual ao juiz prolator da decisão, ao alvitre que deveria requerer junto ao gerente do banco ao qual a municipalidade possui conta-corrente o extrato das movimentações financeiras atinentes ao mês em questão, quando, em verdade, esse encargo poderia e deveria ter sido assumido por si próprio, maximamente ante o CPC, art. 333, II.
V - A falta de prévio empenho não pode comprometer o pagamento da dívida do Estado, quando a petição inicial estiver instruída com a documentação comprovando o débito e for demonstrada a execução dos serviços .
(STJ, 1a T., AgRg no REsp 795820/MG, Rel. Min. Francisco Falcão, j. 21.02.2006, DJ 13.03.2006 p. 225). VI - Recurso não provido. (Apelação Cível n° (00)00000-0000 (83.021/2009), 2a Câmara Cível do TJMA, Rel. Antônio Guerreiro Júnior. j. 07.07.2009, unânime, DJe 03.08.2009).
6. DOS PEDIDOS	
	Isto Posto, Requer a Vossa Excelência:
	a) A citação do Requerido na pessoa de seus representantes para que tomem conhecimento dos termos da inicial e, querendo, apresentem defesa no prazo legal;
	b) A procedência da pretensão ora deduzida, com a consequente condenação do Requerido ao pagamento diretamente a Requerente das verbas remuneratórias referentes aos salários de abril, maio, novembro e dezembro de 2016, 13º saláriode 2016 e o Fundo de Garantia por tempo de serviço (FGTS), no valor de R$ 00.000,00, a ser atualizado, e acrescido de juros e correção monetária até o efetivo pagamento;
c) a condenação do Município de Irajá ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
	d) A condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e a arcar com o ônus sucumbencial;
	e) Protesta provar o alegado por todos os meios e provas admitidos em direito em especial o depoimento da Requente e do Representante da Requerida, e entre outras a testemunhal, documental, pericial;
	f) Seja adotado o procedimento ordinário nos termos do art. 282 e seguintes do CPC;
	g) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita por que no momento a Requerente não pode arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento e de sua família, nos termos da lei 1060/50,e art. 5°, LXXIV, da CR/88 c/c artigos 98 e 99 do CPC.
	
 Atribui à causa o valor de R$ 00.000,00.
	
	Pede deferimento.
	Manaus, 15 de março de 2022.
	GABRIELE ROCHA DANTAS/OAB
 JORGE LUIZ MARTINS BOTELHO/OAB

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