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Fichamento II de Psicopatologia - Esquizofrenia

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FICHAMENTO II DE PSICOPATOLOGIA
GIOVANA GOMES
CAMPINAS 2022
GIOVANA GOMES
FICHAMENTO II DE PSICOPATOLOGIA
Trabalho apresentado à disciplina de Psicopatologia I, da faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, como parte das atividades de laboratório exigidas para avaliação.
Orientador:
PUC-CAMPINAS 2022
1. ESPECTRO	DA	ESQUIZOFRENIA	E	OUTROS	TRANSTORNOS PSICÓTICOS
1.1. Perspectivas sobre a esquizofrenia
-Esquizofrenia é um “transtorno alarmante”, que pode contar com uma ampla gama de disfunções cognitivas e emocionais, como ilusões e alucinações transtorno complexo
↳ Muitos impactos na vida da pessoa e da família, tendo enorme peso
emocional e gastos financeiros
↳ Pode gerar perturbação em quase toda a vida do sujeito, como no pensamento, fala e movimento
↳ É comum que os esquizofrenicos sofram discriminação e estigmatização
↳ Poucos se recuperam totalmente da esquizofrenia
↳ É um transtorno de ampla disseminação
↳ Há muitas pesquisas sobre
-Personagens pioneiros no diagnóstico da esquizofrenia
↳ John Haslam, em 1809, publicou observations on madness and melancholy a respeito de sintomas que, atualmente, são enquadrados na esquizofrenia
↳ Philippe Pinel também escreveu sobre indivíduos com sintomatologia esquizofrênica
↳ Aproximadamente 50 anos depois, Benedict Morel cunhou o termo démence précoce para o transtorno, já que tende a iniciar na adolescência
↳ Emil Kraepelin, no final do século XIX, uniu os estudos dos autores supracitados, descrevendo e classificando devidamente a esquizofrenia.
↳ O termo esquizofrenia foi cunhado por Bleuler, que viveu no mesmo período a Kraepelin. Etimologicamente, a palavra se refere a “dividir” e “mente”, mas isso gerou equívocos, colocando a esquizofrenia como designadora de personalidades múltiplas pela etimologia do termo
-Identificando os sintomas
↳Costuma ter causas múltiplas e uma sintomatologia não padronizada entre os indivíduos que a possuem. Inclui-se, na sintomatologia, ouvir e ver estímulos que não estão realmente presentes e ter delírios/crenças irreais.
1.2. Descrição clínica, sintomas e subtipos
-Comportamento psicótico
↳Termo que caracteriza comportamentos incomuns, tendendo a envolver delírios e/ou alucinações, e estando presente na esquizofrenia
-É comum que o senso comum distorça tal transtorno, muitas vezes tratando-os, por exemplo, como perigosos. isso se reflete, inclusive, na indústria cultural
-Esquizofrenia é um espectro que inclui muitas variantes, como transtornos psicóticos diversos e transtorno da personalidade
-A esquizofrenia possui sintomas classificados como positivos, negativos e desorganizados
-Sintomas positivos envolvem sintomas que circundam a realidade distorcida
↳ São os sinais mais óbvios de psicose, como alucinações e delírios
↳ Delírios: seriam “uma distorção da realidade”, a “característica básica da loucura”. Há várias formas de delírio, como o de grandeza, o de perseguição, síndrome de Capgras e síndrome de Cotard)
↳ Alucinações: "experiência de eventos sensoriais sem nenhum estímulo no ambiente circundante”. Sugere-se, atualmente, que alucinações se relacionem com metacognição emeta preocupação e tomografias durante a ocorrência de alucinações demonstraram ativação da área de Broca
-Sintomas negativos: envolvem déficits, ausência ou insuficiência de comportamentos típicos, como apatia e retraimento emocional/social
↳ Alguns sintomas relacionados são avolia, alogia, anedonia,
associabilidade, embotamento afetivo
-Sintomas desorganizados: envolvem fala desconexa, comportamento errático e afeto inadequado
↳ São os sintomas menos estudados e compreendidos, incluindo
comportamentos erráticos que incidem na fala, comportamento motor e reações emocionais
↳ Incluem desorganização do pensamento (discurso); afeto inadequado e
comportamento desorganizado
-Para diagnosticar a esquizofrenia, é preciso dois ou mais sintomas dessas três categorias, e que estes venham ocorrendo por, pelo menos, um mês. Também é necessário que um dos sintomas inclua delírio, alucinação ou discurso desorganizado
↳ O DSM-5 também possui uma classificação, que se volta a gravidade sintomatológica
-Subtipos históricos da esquizofrenia
↳ Há três divisões historicamente identificadas, que são paranóide, desorganizado e catatônico, mas que foram retiradas do DMS-5, sendo agora usada a avaliação dimensional da gravidade no lugar
-Outros transtornos psicóticos
↳ Transtorno esquizofreniforme: sintomas esquizofrênicos que somem por alguns meses, que podem também desaparecem com um bom tratamento ou com razões desconhecidas
↳ Trastorno esquizoafectivo: sintomas de esquizofrenia junto a características de transtornos do humor
↳ Transtorno delirante: o indivíduo apresenta crença persistente incongruente com a realidade, mas com ausência de outros traços esquizofrênicos. Envolvem delírios persistentes sem fontes orgânicas, e quem os possui tende a não apresentar embotamento afetivo, anedonia e outros sintomas negativos. São reconhecidos, pelo DSM-5, os subtipos erotomaníaco, grandioso, ciumento, persecutorio e somático
↳ Síndrome psicótica atenuada: transtorno psicótico potencialmente novo, onde o indivíduo pode apresentar sintomas esquizofrênicos, mas tendo consciência de que são preocupantes e “bizarros”. Um transtorno psicótico relacionado seria o da personalidade esquizotípica, onde há similaridade a esquizofrenia, mas de forma atenuada
1.3. Prevalência e causas da esquizofrenia
-A fim de compreender tal transtorno, há um enfoque de pesquisa na génese, na ação química de drogas para tratamento, nas alterações fisiológicas cerebrais, e nos fatores de risco que podem engatilhar os sintomas.
-Estatísticas
↳ Demonstram que a esquizofrenia tende a ser crônica e gerar dificuldades de convivência em sociedade, fazendo com que os indivíduos, por exemplo, não se relacionem afetivamente e não tenham filhos
↳ No geral, tende a prevalecer de forma muito semelhante em homens e mulheres, entre 0,2% e 1,5% da população geral
↳ Traz uma expectativa de vida ligeiramente menos pela ocorrência de suicídios e acidentes
-Desenvolvimento
↳ Os sintomas graves costumam iniciar no final da adolescência, mas pode-se notar sinais logo no início da infância, por meio de alterações fisiológicas leves, menor coordenação motora e problemas cognitivos e sociais leves
↳ Pode-se chegar a 85% dos indivíduos esquizofrênicos que passam por um estágio prodrômico
↳ Com o início dos sintomas, casos de alto risco podem levar de 2 a 10 anos para se manifestarem
↳ Os dois primeiros anos após o surgimento dos sintomas são os com maior potencial de risco
↳ Costuma haver melhora com tratamentos de qualidade, mas ocorre um padrão de recidiva e recuperação
↳ O prognóstico da esquizofrenia tende a ser pior do que o de outros transtornos
-Fatores culturais
↳ Há controvérsias com relação ao diagnóstico e com relação a existir ou não, de fato, a esquizofrenia. Entretanto, os sintomas são encontrados mesmo em culturas fortemente diferentes, sendo um transtorno universal e incidente em todos os grupos já estudados
↳ O curso e o resultado, entretanto, variam de cultura para cultura, por conta de estressores, que podem ser sociais, políticos e econômicos, além da influência de se ter ou não um atendimento a saúde adequado
-Estudos sobre famílias
↳ Franz Kallmann, com seus estudos, conseguiu demonstrar que, quanto pior o quadro de um genitor, maior a probabilidade de seu filho também ter transtornos psicológicos no geral e esquizofrenia, mas essa predisposição para esquizofrenia não é para o mesmo subtipo de do transtorno que o genitor possui.
-Estudos sobre gênero
↳ Demonstram que há questões genéticas ligadas a esquizofrenia, mas mesmo frente o mesmo ambiente, o desenvolvimento e as consequências diferem
-Estudos sobre adoção
↳ Demonstram que crianças adotadas com mais biológicas com esquizofrenia e outro transtorno relacionadoapresentam uma chance muito maior de apresentarem também a esquizofrenia. E, mesmo com a adoção em si, ainda há a alta probabilidade do desenvolvimento do transtorno, mas o risco diminui com um bom ambiente.
-A descendência de gêmeos
↳Há 1,7% de chance de se ter esquizofrenia, mesmo sem pai esquizofrênicos. Estudos sobre gêmeos idênticos demonstram que há a mesma probabilidade de se desenvolver o transtorno tanto se o genitor possuir quanto se seu gêmeo possuir. Entretanto, entre gêmeos fraternos, esse fenômenos se apresenta com menor intensidade
-Estudos de ligação gênica (linkage) e associação
↳ Há estudos que determinaram localizações de genes que podem gerar esquizofrenia
↳ Endofenótipos: Um dos fenótipos de esquizofrenia mais estudados é o de movimentos oculares de perseguição ou acompanhamento visual, onde percebe-se que indivíduos esquizofrênicos possuem pior desempenho no teste
-Influências neurobiológicas
↳ Dopamina: Há a teoria controversa de que há relação entre esquizofrenia e dopamina, já que, pelo uso de drogas que aumentam a atividade dopaminérgica, percebe-se o aumento de comportamentos esquizofrênicos. Por outro lado, quando se usa drogas que diminuem a atividade dopaminérgica, percebe-se uma diminuição dos sintomas. Entretanto, por muitos não fazerem uso de tais medicamentos, pelo uso demorar mais do que o esperado para surtir efeito e por servirem, principalmente, apenas para diminuir os sintomas negativos, essa teoria é contestada.
↳Estrutura cerebral: Observa-se problemas neurológicos sutis em crianças cujos pais apresentam esquizofrenia, e que persistem na vida adulta. Isso leva a possibilidade de que alterações ou disfunções cerebrais podem se relacionar à esquizofrenia, mesmo que não tenham encontrado ainda um local específico no cérebro que seja alterado. É possível verificar aumento de ventrículos em esquizofrênicos, mas isso não ocorre em todos os indivíduos com o transtorno; Além disso, lobos frontais do cérebro também aparentam ser menos ativos e
notam-se alterações no córtex pré-frontal dorsolateral e em outras regiões corticais e circuitos subcorticais que incluem tálamo e estriado
↳ Influências pré-natais e perinatais: Podem estar correlacionadas a
esquizofrenia, pensando em infecções virais (como influenza) do feto, complicações na gestação e parto, e outras influências como uso de substâncias na gestação
-Influências psicológicas e sociais: Estresse emocionais e padrões de interação familiar podem se relacionar a incidência de esquizofrenia
1.4. Tratamento da esquizofrenia
-Já houve tratamentos que envolviam retirada dos lobos frontais da porção inferior do cérebro, amenizando sintomas, mas levando a déficits cognitivos
↳ Atualmente, o mais comum é uso de drogas neurolépticas para disminuir
síntomas.
-Intervenções biológicas: Na ausência de tratamentos biológicos, já houve recomendação de que se acalmasse pacientes como forma de paliatividade, mas o que não servia de tratamento em si
↳ Já houve administração de injeção de grandes doses de insulina para
gerar coma, mas era algo muito perigoso aos pacientes
↳ Psicocirurgias como lobotomia pré-frontal, eletroconvulsoterapia também já foram usadas
↳ Medicações antipsicóticas: Aliviavam sintomas pesados positivos, além de reduzir a extensão de negativos e desorganizados. Entretanto, o funcionamento ou não de um medicamento pode depender de indivíduo para indivíduo
↳ Baixa adesão à medicação: por que? Porque os antipsicóticos só funcionam com a administração devida, o que não é feito por todos os esquizofrênicos. Também há questões de problemas entre médico e paciente, custo e apoio social.
↳ Tratamentos biológicos adicionais: Estimulação magnética transcraniana melhoram o quadro de alucinações auditivas, mas tem efeito temporário. Medicação modafinil pode melhorar a cognição e, possivelmente, processamento emocional
2. COMENTÁRIOS E REFLEXÕES
O texto é muito rico, trazendo um panorama histórico sobre os estudos e a descoberta da esquizofrenia, que já denotam há séculos atrás. Além disso, também traz que o transtorno possui uma grande dificuldade de estudo, já que tem uma enorme riqueza sintomatológica. Entretanto, mesmo com tais dificuldades, é um transtorno extremamente interessante de se ler sobre. O fato do texto trazer muitos exemplos de casos clínicos faz com que facilite o entendimento de certos sintomas e padrões do transtorno, auxiliando muito na compreensão do mesmo.
Acaba sendo um transtorno que me instiga aos estudos, já que considero fascinante o quanto é complexo e, até o momento, ainda tão incompreendido e incerto quanto a suas causas e expressões.
Também considero relevante ressaltar que percebi uma absorção muito grande do texto na aula de Avaliação Psicológica prática que ocorreu após já ter lido e fichado o texto. Durante a aula, enquanto a turma realizava uma discussão sobre um laudo psicológico e sobre possíveis hipóteses diagnósticas, relembrei muitos trechos do texto, associando sintomas, contextos, entre outras coisas, tendo ajudado muito nas minhas falas durante tal discussão.

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