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Autismo (4)

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Gabryelle Maria Soares Galvão.
EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUAS IMPLICAÇÕES: AUTISMO EM EVIDÊNCIA
IPU – CE 2019
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Gabryelle Maria Soares Galvão.
EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUAS IMPLICAÇÕES: AUTISMO EM EVIDÊNCIA
Monografia apresentada a Faculdade - , como requisito parcial para obtenção Do título de Graduada em Pedagogia.
Orientador (a): Profª Esp. 
 IPU – CE
 2019
FICHA CATALOGRÁFICA
GALVÃO, Gabryelle Maria Soares.
Educação especial e suas implicações: Autismo em evidência.
Gabryelle Maria Soares Galvão, Ipu, 2019.
Orientador (a): Professor (a): Esp. 
Monografia – Graduação –Faculdade -.
1. Autismo, Educação Especial, Deficiente. Ipu – CE, 2019.
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Ipu – 2019
Monografia apresentada ao curso de Graduação em Pedagogia pela Faculdade - .
Gabryelle Maria Soares Galvão.
Monografia apresentada em: 	/ 	/ 	
Orientador (a): Profª Esp. 
2º Examinador (a):
3º Examinador (a):
Coordenador do Curso:
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha Família.
AGRADECIMENTOS6
7
A educação qualquer que seja ela é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.
(Paulo Freire)
RESUMO
O ensino especial focando o autismo, mesclando com abordagens de inclusão e exclusão será o tema desse texto. A educação especial no Brasil é o principal objetivo, junto à abordagem especifica sobre o autismo. Introduzirei, enquadrando uma definição histórica do deficiente, na intenção de identificar as etapas ocorridas nos diversos momentos da História. Sendo assim, elencam-se as diversas mudanças e evoluções feitas sobre o papel do deficiente na sociedade. Enfatizar o sistema legislativo, analisando através de leis e medidas dessa natureza que sedimentaram e unificaram o ensino especial no Brasil, ocasionando uma evolução bastante significativa do ensino de especiais. A ideia de incluir o aluno especial na educação é algo que deve ser colocado em pauta na atualidade, percebe-se que as dificuldades de aprendizado que o aluno apresenta, acaba que se tornando uma deficiência, por exemplo, o aluno que tenha um déficit de atenção uma imperatividade alta, esses sintomas em alguns casos são taxados como alunos especiais, mas, entende-se que a deficiência deve ser enquadrada dentro de contexto bem específico e rígido. Apresenta-se o conceito e definição de autismo, aonde ela chega à educação especial e qual o papel do professor e da escola em prol desses alunos.
PALAVRAS – CHAVES: Autismo, Educação Especial, Deficiente.
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ABSTRACT
Special education focusing on autism, merging with inclusion and exclusion approaches will be the theme of this text. Special education in Brazil is the main goal, with the specific approach of autism. I bring, framing a historical definition of the disabled, are intended to identify the steps that occur at different times in history. Thus, lists up the various changes and developments made on the role of the disabled in society. Emphasize the legislative system, analyzing through laws and such measures that sedimented and unified special education in Brazil, causing a very significant evolution of special education. The idea to include the special student in education, is something that should be placed on the agenda at the present time, it is noticed that the difficulties of learning that the student has, it turns out that becoming a disability, for example, the student who has a deficit attention high imperative, these symptoms in some cases are taxed as special students, but it is understood that disability should be framed within very specific and rigid context. It presents the concept and definition of autism, where it comes in special education and the role of the teacher and the school for the benefit of those students.
KEY - WORDS: Autism, Special Education, Disability.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	11
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO ESPECIAL, PERCALÇOS E CAMINHOS TURBULENTOS. 
Da pré-história a Contemporaneidade dos deficientes	14
Evolução da educação especial brasileira	17
CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
Conceito de inclusão e exclusão observações a serem feitas	22
Teorias inclusivas em detrimento da exclusão	24
CAPÍTULO III
POLÍTICAS PÚBLICAS E SUAS IMPLICAÇÕES RELATIVAS AO AUTISMO. 
Conceito, curiosidade e observações sobre o autismo	29
Educação e educadores e sua relação com os autistas.	33
CONSIDERAÇÕES FINAIS	39
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA	40
Introdução
A educação no Brasil é um dos grandes problemas que o nosso atual governo carrega, a “pátria educadora” não consegue atingir os objetivos devidos, imagine a situação da educação especial.
Historicamente falando, os deficientes sofrem preconceitos e resistência desde os primórdios da história da humanidade, isso repercute negativamente em toda sociedade e no processo educacional também.
A história dos deficientes é recheada de situações desiguais. A situação do indivíduo que sofre de alguma patologia crônica ou permanente tende a ter dificuldades no sistema educacional. Uma das intenções da educação especial é diminuir esse preconceito.
No primeiro capítulo de nossa pesquisa, busco analisar a situação do deficiente e da educação especial. Para isso, é importante pensar a situação da pessoa com deficiência ao longo do tempo.
Pensar o processo de introdução do ensino especial no Brasil será um dos objetivos do trabalho, entende-se que a evolução do processo educacional em relação aos especiais ocorreu de forma lenta e gradativa. Gerando complicações desde sua introdução até os dias de hoje.
A evolução do ensino especial se dá muito através de leis e medidas que advogam em prol do deficiente. As responsabilidades do estado e do governo em relação à educação dos especiais acabam que aumentando a cada dia, com inciativas do legislativo em favor dos especiais.
Essa evolução do ensino especial abre espaço para uma nova discussão que adentra a realidade da educação especial, que é a noção de inclusão x exclusão. As políticas públicas repudiam veementemente o preconceito e a exclusão dos especiais, simplesmente por causa de sua especialidade, gerando um confronto bastante tenso e volumoso sobre a temática.
Inserir o aluno especial nas escolas regulares deve ser a medida a ser tomada? Qual o verdadeiro sentido de inclusão, para o deficiente é estar junto aos alunos “normais”? Perguntas como essas permeiam a discussão sobre o que realmente é, e para que sirva políticas inclusivas.
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A ideia de incluir o aluno especial na educação é algo que deve ser colocado em pauta na atualidade, percebe-se que as dificuldades de aprendizado que o aluno apresenta, acaba que se tornando uma deficiência, por exemplo, o aluno que tenha um déficit de atenção uma imperatividade alta e etc. esses sintomas em alguns casos são taxados como alunos especiais, mas, entende-se que a deficiência deve ser enquadrada dentro de contexto bem específico e rígido.
Encerro nosso primeiro capítulo, com a discussão entre inclusão e exclusão, onde defendo a tese de que o indivíduo com alguma especialidade deve sim frequentar escolas regulares, mas casos atípicos e específicos devem ser trabalhados com muita delicadeza dependendo da deficiência e do grau da mesma, o aluno deve sofre um atendimento especial, podendo até estudar em turmas próprias, ou seja, incluir determinados alunos especiais, em turmas regulares pode gerar uma opressão muito mais profunda do que se ele tivesse, em uma turma própria para lhe dar com sua patologia ou deficiência.
No segundo capítulo busco enfatizar uma deficiência rotineira em crianças, espalhadas em várias escolas regulares. Evidenciar o autismo, uma deficiência relativamente leve, mais um pouco comum.
O autismo é um transtorno do corpo e do cérebro, onde a pessoa cria certas dificuldades, variadas dependodo tipo de autismo e do próprio transtorno. Sendo assim, é uma espécie de “deficiência”, apesar desse termo não ser único e nem o mais correto de definir o autismo.
O drama do autismo é algo que o mesmo leva para sempre, entende-se que esse transtorno é permanente, ou seja, a criança autista se tornará um adulto autista, portanto temos a pessoa autista.
Compreende-se, que o aluno enquanto autista pode e deve frequentar turmas regulares. Por ser um transtorno, o autismo atingi os indivíduos de variadas formas, ou seja, quem tem autismo não significa dizer que é o mesmo autismo de outras. Os níveis de autismo podem variar dependendo da condição e da forma como ele se dá em cada pessoa. Sendo assim, é importante os pais, educadores e demais pessoas que rodeiam o mundo do indivíduo com autismo, devem ter o mínimo de noção desse transtorno, a fim de lhe darem melhor com a situação.
O autismo na educação é de extrema importância, para o sucesso da criança, entende-se que todos os autistas podem ter uma vida normal, como qualquer outra apesar de suas especialidades, eles podem viver sozinhos e em família de maneira normalmente, mas é necessário que o tratamento ocorra desde muito cedo e principalmente dentro das escolas.
Sabe-se que a escola é o primeiro local de interação do indivíduo fora do convívio familiar, com isso, se esse ambiente se mostrar hostil e desconfortável para a criança autista, naturalmente ocorrerão diversas dificuldades no aprendizado escolar e consequentemente prejudicará seu acesso ao ambiente de trabalho.
Então nossa pesquisa além de enfatizar a educação especial como um todo, vamos afunilar a temática, especificando o autismo como um transtorno que deve ser visto e pensando diariamente nas escolas regulares.
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO ESPECIAL, PERCALÇOS E CAMINHOS TURBULENTOS.
1.1 Da pré-história a Contemporaneidade dos deficientes.
A história geral dos deficientes é sem dúvidas uma história bastante triste e difícil. O preconceito e a visão negativa dos deficientes foi prática rotineira em quase todas as sociedades do mundo e em variados momentos.
Na antiguidade, por exemplo, o deficiente não tinha nem um tipo de expressividade social, gerando pouquíssimas alternativas para o indivíduo que se sofresse de alguma deficiência.
Entende-se que nesse período da história apenas a figura masculina tinha alguma função social propriamente dita, mulheres e crianças faziam um papel secundário geralmente destinado ao lar e os serviços domésticos. Numa conjuntura social estratificada, o deficiente não conseguia galgar nenhum tipo de expressividade, cabendo ao mesmo o fatídico ostracismo social.
Os deficientes sofriam bastante com a falta de oportunidades devido sua condição alguns vivam de mendigarem e de boas ações dos outros andarilhos do tempo, alguns serviam de bobo, segundo Kanner (1964) relatou que “a única ocupação para os retardados mentais encontrada na literatura antiga é a de bobo ou de palhaço, para a diversão dos senhores e seus hóspedes” (p. 5). (ARANHA, p. 162, Apud. KANNER, p. 5, 1964.)
Algumas sociedades tratavam os deficientes com um rigor severo da época, por exemplo, a cidade estada de Esparta na Grécia Antiga era adepta do infanticídio, em casos de a criança nascer com algum tipo de deficiência. Evidentemente isso não acontecia de maneira natural, para os espartanos a perfeição do corpo era de suma importância, pois, todo homem apto era soldado um guerreiro, aquele que sofria de deficiência não poderia jamais ser um espartano legitimo, com isso, as crianças defeituosas eram sacrificadas.
Na Esparta, os imaturos, os fracos e os defeituosos eram propositalmente eliminados. Consta que os romanos se descartavam de crianças deformadas e indesejadas... em esgotos localizados, ironicamente, no lado externo do Templo da Piedade”. A busca de compreensão sobre tais procedimentos exige que estes sejam olhados no contexto da organização sócio-política-econômica então vigente na sociedade. (ARANHA, p. 161, 2001.)
O período medieval dar um olhar parecido aos deficientes como era na antiguidade, apesar de sofrerem com a exclusão social outras ideias fortaleciam essa situação.
A Idade Média foi marcada drasticamente pelos princípios religiosos especificamente com o apogeu do cristianismo. Isso causou uma dualidade confusa e turbulenta em relação à forma de tratar os deficientes e as pessoas em geral.
A religião criou um princípio de igualdade onde todos nós somos irmãos e filho de Deus. Então, de uma maneira minimizam-te as desigualdades acabavam sendo subjugadas, principalmente pelos adeptos mais fervorosos.
Em contrapartida, um ideal de perfeição acabou sendo fundamentado dentro dos princípios cristãos. Pois, Deus é a perfeição e o homem sendo sua semelhança deveria ser essa perfeição também. Com isso, a imagem do deficiente era tradada com um problema. Segundo nossos estudos, vejamos;
A própria religião, com toda sua força cultural, ao colocar o homem como “imagem e semelhança de Deus”, ser perfeito inculcava a ideia de condição humana como incluindo perfeição física e mental. E não sendo “parecidos com Deus”, os portadores de deficiência (ou imperfeições) eram postos à margem da condição humana. (MAZZOTTA, p. 16, 2011.)
Nesse sentido, em todos os períodos da história da humanidade os deficientes foram tradados com desprezo e exclusão, na Idade Média como vimos ocorreu certas modificações, mas não o suficiente para afirmamos que o deficiente ganhou alguma importância.
O século XVIII preconizou o início da Idade Moderna. Nessa época a Revolução Industrial deu uma movimentada na estrutura social até então nunca pensada, com o fim do sistema Feudal, eclodiu uma nova forma de sistema o Capitalismo.
Podemos afirmar que nesse momento ocorreu um apogeu tecnológico e cientificista, onde mudanças significativas foram sentidas em variados âmbitos. Com o desenvolvimento da medicina, por exemplo, tratamentos e iniciativas de natureza terapêutica foram surgindo em benefício aos deficientes.
Nessa nova forma de sistema e de estrutura social se formando, a preocupação da educação da socialização se tornou um tema rotineiro, ou seja, a aceitação do deficiente era algo que deveria ser colocada em pauta de maneira efetiva e organizada. Infelizmente, junto ao surgimento da modernidade e com os progressos atingidos, o olhar do deficiente tinha um caráter puramente patológico, cabendo um olhar único e preocupante em relação aos deficientes.
A Idade Moderna, associada ao surgimento do capitalismo, presencia o início do interesse da ciência, especificamente da medicina, no que diz respeito à pessoa com deficiência. Apesar da manutenção da institucionalização, passa a existir uma preocupação com a socialização e a educação. No entanto, persistia uma visão patológica do indivíduo que apresentava deficiência, o que trazia como consequência o menosprezo da sociedade. (MIRANDA, p. 30, 2008.)
Nesse turbulento processo, os ideais de educação passaram a ganhar certo destaque e repercutirem em prol de educação inclusiva em relação ao deficiente. É claro que estamos falando dos primórdios do ideal de uma educação inclusiva, ou seja, efetivamente nesse momento não ocorria uma inclusão dos deficientes e sim as primeiras ideias sobre a questão.
Então, por volta do século XVIII às informações sobre os deficientes ainda não conseguiram atingir objetivos expressivos. Destacando poucas medidas de maneira efetiva. Mazzotta nos diz em relação a esse momento histórico, que tudo era muito imatura e ineficiente na prática, seguindo com sua fala;
Buscando na história da educação informações significativas sobre o atendimento educacional dos portadores de deficiência, pode-se constatar que, até o século XVIII, as noções a respeito da deficiência eram basicamente ligadas a misticismo e ocultismo, não havendo base científica para o desenvolvimento de noções realísticas. O conceito de diferenças individuais não era compreendido ou avaliado. “As noções de democracia e igualdade eram ainda meras centelhasna imaginação de alguns indivíduos criadores. (MAZZOTTA, p. 16, 2011.)
As primeiras iniciativas que tiveram características efetivas de ajuda aos deficientes foram em cima, dos portadores de deficiência relativamente “comuns”, surdos, mudos e cegos, principalmente o surdo-mudo.
Por exemplo, a primeira obra impressa efetiva com características voltadas a solucionar e favorecer os deficientes, foi sobre os mudos. Outra inciativa com essas características foi à fundação em Paris da primeira instituição especializada no tratamento dos surdos-mudos, isso em meados do século XVIII.
A análise criteriosa das informações possibilitou constatar que a primeira obra impressa sobre a educação de deficientes teve autoria de Jean-Paul Bonet e foi editada na França em 1620 com o título Redação das letras e arte de ensinar os mudos a falar. Constatou-se, também, que a primeira instituição especializada para a educação de “surdos-mudos” foi fundada pelo abade Charles M. Eppée em 1770, em Paris. O abade Eppée inventou o método dos sinais, destinado a completar o alfabeto manual, bem como a designar muitos objetos que não podem ser percebidos pelos sentidos. Sua obra escrita mais importante foi publicada em 1776 com o título A verdadeira maneira de instituir os surdos-mudos. (MAZZOTTA, p. 18, 2011.)
Esse primeiro tópico serviu para pensarmos a questão dos deficientes não apenas, dentro da visão repassada nos dias de hoje, a ideal é justamente relativizar a questão da deficiência colocando-a em evidência historicamente falando.
1.2 Evolução da educação especial brasileira.
A educação no Brasil, sempre caminhou a passos lentos, infelizmente essa realidade marcou a história do Brasil em todos seus períodos. Nesse sentido, a
educação especial também sofreu certa negligência, aja vista, que a própria educação geral nunca deve o progresso merecido, imagine o ensino especial.
No Brasil republicano, um dos grandes “divisores de águas” da história, foi o surgimento da Constituição Federal de 1988, até hoje essa Constituição nos representa.
Percebe-se que essa constituição surgiu no pós-ditadura militar, momento de grande esperança, liberdade e inovação para o Brasil. Com isso, todos os aspectos foram representados por esse texto constitucional, sendo amplamente evidenciadas as questões envolvendo educação e consequentemente o ensino de especiais.
A educação especial no Brasil só teve expressividade depois da Constituição de 1988. Obviamente que antes da constituição, o ensino de especiais era algo que existia e estava em crescimento no Brasil, mas, somente após a Constituição foi que deram diretrizes especificas e voltadas totalmente para a educação especial.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 traçou as linhas mestras visando à democratização da educação brasileira, e trouxe dispositivos para tentar erradicar o analfabetismo, universalizar o atendimento escolar, melhor a qualidade do ensino, implementar a formação para o trabalho e a formação humanística, cientifica e tecnológica do país. Ela assegurou que a educação de pessoas com deficiência deveria ocorrer, preferencialmente na rede regular de ensino e garantiu ainda o direito ao atendimento educacional especializado. (MENDES, p. 101, 2010.)
Outro ponto importante, para pensarmos a evolução das políticas públicas sobre a educação especial, foi o tratamento internacional que influenciaram de maneira significativa o progresso do ensino especial no Brasil.
Na última década do século XX, surge um movimento a nível mundial, que advogava em prol da integração dos alunos especiais nas escolas regulares. Visando claramente a evolução educacional dos especiais, e priorizando o ideal e integração e isonomia entre “normais” e “especiais”.
Afirmamos categoricamente, que as reformas relativas ao ensino especial no Brasil só tiveram efeito expressivo, graças à intervenção internacional, que de maneira
direta e indireta representaram os deficientes em busca de uma melhor qualidade de ensino e em favor da escola integral.
Outro princípio que promoveu essa evolução educacional foi o ideal de escolas para todos, independentemente do nível aquisitivo e ou classe social, todos deveriam ter o direito de estudar. Essa ideia surgiu no Brasil junto a Constituição de 1988. Nesse sentido, a educação especial deveria ser um direito garantido pelo governo, e deveria englobar toda a educação em favor do ensino de todos, seja alunos regulares ou especiais, o direito do ensino era algo inalienável.
A partir da década de 90 do século XX surge um movimento mundial em favor da inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais. Esses movimentos estavam insatisfeitos com a tentativa de integração social dos alunos das escolas regulares que eram encaminhados para classes especiais. Nesse período as reformas educacionais no país foram marcadas por um amplo debate nacional e internacional, inspiradas por organismos internacionais e caracterizadas pelo discurso da educação para todos (CEPAL, 1992). (MACHADO; VERNICK. p. 50, 2013.)
Apenas na década de 90 do século XX, que o Brasil ganha uma regulamentação padrão em torno da educação especial, visando uma organização total dessa vertente educacional.
É no governo de Fernando Henrique Cardoso, que é publicado o documento que abarca todas as prerrogativas necessárias para a manutenção e sustentação da educação especial no Brasil: Política Nacional de Educação Especial (PNEE), lançado no ano de 1994.
O PNEE tinha na época como principal objetivo, garantir e gerenciar o atendimento educacional para todos os portadores de necessidades especiais. Esse documento define o estado de deficiência, assim como a gravidade da mesma. Regular e promove a educação dos especiais.
Essa foi a principal medida relativa a educação especial no Brasil, essa garantia dada pela Constituição de 1988 junto aos ideais do PNEE, fundidos, eis que surgi efetivamente uma educação especial brasileira.
No âmbito da política educacional brasileira, apesar das mudanças ocorridas na organização administrativa do Ministério da Educação e Cultura (MEC), em relação à educação especial, é publicado no Governo de Fernando Henrique Cardoso o documento intitulado Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), com o objetivo de garantir o atendimento educacional às “[...] pessoas portadoras de deficiência, condutas típicas (problemas de conduta), e de altas habilidades (superdotadas), assim como orientar todas as atividades que garantem a conquista e a manutenção de tais objetivos”. (MACHADO; VERNICK. p. 50, 2013.)
O PNEE em 2008 promove uma das perspectivas mais destacáveis na contemporaneidade em relação ao ensino de especiais, que o ideal de inclusão e integração dos alunos especiais junto às turmas regulares, configurando-se uma nova fase do ensino especial.
O deficiente seja lá qual for sua patologia deve e merece receber o mesmo tratamento dos indivíduos normais, tratar igualmente os iguais, e tratar desigualmente os desiguais, é uma ideia que faz sentido, mas não em seu todo. Ou seja, os especiais merecem e deve receber um tratamento especial devido sua própria especialidade, mas isso, não significa dizer que eles devem viver a margem da sociedade de maneira excludente e separativa.
Com isso, a inclusão dos alunos especiais promovida pelo PNEE, sugere justamente a integração entre alunos regulares e especiais, no mesmo ambiente vivenciado o mesmo ensino e coabitando de maneira conjunta dentro das escolas, mas, com um olhar individual e detalhista para as necessidades do deficiente.
Essa iniciativa do PNEE está sustentada nos princípios elencados pelos direitos humanos, onde a isonomia de direitos tem que ser distribuída para todos, independentemente da deficiência ou do estado de classe que o indivíduo esteja inserido.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEE), lançada em 2008, traz subjacente a ideia de que a educação inclusiva, fundamentada na concepção de direitos humanos, é, além de cultural, sociale pedagógica, uma ação política, promotora de uma educação de qualidade para todos os alunos. (MACHADO; VERNICK. p. 57, 2013.)
Pode-se afirmar que foi apenas a partir do PNEE, que a educação especial no Brasil ganhou o respeito e compromisso devido. Percebe-se que a educação especial em toda a história do Brasil sofreu uma significativa negligencia, onde apenas na década de 90 junto ao PNEE.
Uma das principais mudanças atribuídas à educação especial é a perspectiva de perceber a educação especial como uma construção e uma prática pedagógica que leve o indivíduo com especialidade, em busca do conhecimento básico, superior, e se inserir aonde ele quiser. Fugindo da visão assistencialista, como se o ensino de especiais você apenas uma medida paliativa e superficial.
A PNEE inaugura um novo marco teórico e organizacional na educação brasileira. Define a educação especial como modalidade não substitutiva à escolarização. Há, a partir dela, um abandono da ideia de educação especial como uma proposta pedagógica para centrar-se na disponibilização de recursos e serviços (GARCIA; MICHELS, 2011). A política defende, ainda, a transversalidade da educação especial, já proposta na LDBEN 9.394/96, desde a educação infantil até os níveis superiores da educação e contempla o conceito de atendimento educacional especializado como complemento e suplemento ao ensino regular (BRASIL, 2008a). (MACHADO; VERNICK. p. 57, 2013.)
Encerrando nosso pensamento sobre o progresso na educação especial no Brasil, percebemos que foi apenas no final do século XX, que ocorreu efetivamente a aproximação necessária das discussões sobre educação especial, apesar dos progressos ao longo do tempo, afirmamos que ocorreu constante negligência ao redor da educação de especiais.

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