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Introdução Para entender o Mecanismo de Parto, é importante termos conhecimento prévio da Estática Fetal, que consiste em avaliar a situação, apresentação, posição, atitude e variedade de posição fetal, assim como os assinclitismos, para que possamos acompanhar a evolução do parto. Anatomia da pelve Os ossos pélvicos possuem grande importância no estudo do parto, já que são responsáveis pelas principais distocias. Trajeto mole Corresponde a um conjunto de tecido fundamentalmente muscular e aponeurótico, localizado inferiormente a cavidade pélvica. Estes tecidos fazem a contenção dos órgãos situados nesta localização. • Segmento inferior do útero • Colo do útero • Vagina • Região vulvoperineal → Assoalho pélvico: q Diafragma pélvico o Músculo elevador do ânus o Músculo pubococcigeo (musculo mais acometido por lacerações durante o parto) o Músculo puborretal o Músculo iliococcigeo o Músculo isquiococcígeo q Diafragma urogenital (Tem localização externa ao diafragma pélvico) o Músculo transverso profundo do períneo o Músculo esfíncter da uretra o Músculos isquiocavernosos o Músculos bulbo cavernosos o Músculo transverso superficial do períneo Trajeto duro Pode ser dividido em dois grandes espaços. A pequena bacia é a mais importante por constituir o canal ósseo por onde o feto passa durante o mecanismo de parto. • Ossos: 2 ilíacos, sacro, cóccix e suas respectivas articulações. → Dimensões da pelve • Grande bacia (pelve falsa) • Pequena bacia (pelve verdadeira): Linha terminal. É a mais importante o parto, pois constitui o canal ósseo onde o feto passa durante o mecanismo de parto. Portanto, seu diâmetro deve ser compatível com a biometria fetal para eu o parto possa ocorrer. o Estreito superior: vai do promontório à borda sínfise púbica (ESè Limites A= pubes/ L= linha terminal / P= saliência do promontório e asa do sacro. Durante o parto mecanismo trabalho de parto a insinuação ocorre quando a cabeça ultrapassa esse plano). o Estreito médio: é delimitado pela borda inferior do osso púbico e pelas espinhas isquiáticas o Estreito inferior: é delimitado pela borda inferior do osso púbico, ligamentos sacroisquiáticos e extremidade do cóccix. Conjugata exitus (diâmetro antero-posterior). O diâmetro da anteroposterior do estreito superior pode ser dividido em: • Conjugata obstétrica ou Vera obstétrica • Conjugata diagonalis • Conjugata anatômica ou Vera anatômica Ossos • Ílio • Ísquio • Sacro • Cóccix • Púbis O diâmetro transverso do estreito médio define o diâmetro biespinha isquiática. É o menor diâmetro da pelve e mede 10,5 cm. Corresponde ao plano 0 de De Lee. Tipos de pelve Na pratica, temos subtipos intermediários. 1. Pelve feminina típica: seu maior diâmetro é o transverso; tem melhor prognostico para o parto vaginal. 2. Pelve masculina típica: mais distócica; distócia crescente. 3. É semelhante a bacia dos antropoides superiores - gorilas / seu maior diâmetro é o antero-posterior. 4. É o tipo mais raro de bacia / é achatada no sentido antero-posterior e seu maior diâmetro é o transverso Anatomia fetal Ossos • Frontais • Parietais • Occipital Suturas • Frontal ou Metópica • Coronal • Sagital • Lambdóide Fontanelas • Anterior ou bregmática (formato de losango) • Posterior ou lambdoide (formato triangular) Estática fetal • A estática fetal na cavidade uterina deverá ser determinada no início do trabalho de parto. • A orientação do feto em relação à pelve materna é descrita em termos de situação, apresentação e posição e atitude Obs.: Relações do feto com a bacia e com o útero. Situação → relação entre os eixos longitudinais do feto e do útero (longitudinal/ transversa/ obliqua) Situação • Relação entre os eixos longitudinais fetal e materno • Maior eixo uterino com o maior eixo fetal Há 3 tipos de situações • Longitudinal: maiores eixos materno e fetal coincidem (99%) • Transversa: maiores eixos materno e fetal são perpendiculares • Oblíqua: inclinação e transição entre transversa e longitudinal (formam um ângulo de 45°). É instável. Figura 1. situação longitudinal Figura 2. situação transversa Atitude • Relação das diversas partes do feto entre si • A maneira que o feto permanece no útero • Eixo anteroposterior: Flexão ou deflexão • Eixo laterolateral: sinclitismo e assinclitismos Eixo cefálico As apresentações cefálicas se classificam de acordo com a atitude do polo cefálico, a cefálica fletida corresponde a 95- 96% das gestações. Em determinada situações, a cabeça fetal se afasta em graus variados da face anterior o tórax o que constitui as deflexões. Isso, muda o formato convexo fletido da apresentação para um contorno concavo da coluna vertebral, modifica o diâmetro de insinuação e dificulta ou impossibilita o parto por via baixa. A apresentação de bregma normalmente é um achado transitório. Transforma-se em ACF sem causar maiores problemas. Já a apresentação de fronte, é rara e impossibilita na grande maioria das vezes o Pv, uma vez que o maior diâmetro da cabeça fetal é apresentado a pelve. Eixo anteroposterior • Cefálica fletida (mento se posiciona próximo à face anterior do tórax). • Deflexão de primeiro grau – apresentação de bregma • Deflexão de segundo grau – apresentação de fronte • Deflexão de terceiro grau - apresentação de face Eixo laterolateral: sinclitismo e assinclitismo Consiste no encaixamento da cabeça fetal com a sutura fetal desnivelada em relação ao plano do estreito superior. Em outras palavras, é observado uma inclinação lateral da apresentação. • Sinclitismo: a sutura sagital encontra-se equidistante do pube e do sacro. • Assinclitismo anterior (obliquidade de Nagele): ocorre quando a sutura sagital fetal está próxima ao sacro e o parietal anterior ocupa a maior parte dos estreitos da pelve. • Assinclitismo posteior (obliquidade de Litzmann): ocorre quando a sutura sagital fetal está próxima ao pube e o parietal posterior ocupa a maior parte dos estreitos da pelve. Apresentação • Parte fetal que ocupa o estreito superior da pelve materna onde se insinuará. • Sentido por meio da palpação ou exame de toque Cefálica A cabeça se apresenta no estreito superior Pélvica O polo pélvico encontra-se no estreito superior Córmica De ombros Posição É a relação do dorso fetal com pontos de referência do abdômen materno (à direita ou à esquerda). Direita Esquerda Variedades de posição É a relação entre os vários pontos de referência fetal e os pontos de referência maternos Materna • Púbis • Iminências do íleo (direita e esquerda) • Junção sacro ilíaca Fetal • Lambda/occipício (O) • Bregma (B) • Glabela/naso (N) • Mento (M) • Crista Sacrococcigea (S) • Acrômio (A) Nomenclatura Obstétrica Em relação à variedade de posição • Situação, apresentação e a variedade de posição • 1ª letra – fetal • Demais – materna Ex: OEA (O = Occipicio; E = Esquerda; A = Anterior) Exemplos A: Occipital Esquerda Anterior B: Occipital Esquerda Posterior Nomenclatura Determine a variedade de apresentação Figura 3. OP Figura 4. OEA Figura 5. OS Figura 6. ODP Figura 7. ODA Planos de Delee • É a forma mais utilizada na prática para definir a altura da apresentação. • Plano 0 de DeLee: diâmetro biespinha isquiática. • Cada cm abaixo desse plano é considerado positivo • Cada cm acima desde plano é considerado negativo • A variação desde plano é de -5 a +5 Planos de Hodge • São planos paralelos na pelve materna pouco utilizados na prática. • Primeiro plano: delimitado pela borda superior do pube e promontório. Correspondeao estreito superior da bacia. • Segundo plano: vai da borda inferior do pube ao meio da segunda vértebra sacra. • Terceiro plano: delimita-se nas espinhas isquiáticas e corresponde ao estreito médio. (equivale ao plano zero de Delee) • Quarto plano: é traçado pela ponta do cóccix. Estudo do motor • Para que o parto ocorra, precisamos do correto funcionamento do útero – o motor. • O entendimento da contratilidade uterina é fundamental para o bom acompanhamento do trabalho de parto. • A partir disso, que podemos indicar, quando necessário, intervenções para melhorar a contração uterina. Parâmetros Tônus: pressão do músculo uterino em repouso, ou seja, a mínima. Geralmente o TU é 8-12mmHg). Intensidade: é o aumento da pressão acima do tônus basal a cada contração. • Gravidez: 2-4mmHg • Braxton Hicks: 10-20mmHg • Parto: > 25mmhg chega a 50mmhg Duração: a duração da contração é aferida em segundos. - Trabalho de parto: • 40-60 seg (fase de contração seguida pelo relaxamento) Frequência: representa o número de contrações em 10 minutos. - Trabalho de parto: Frequência de 2 a 3 contrações em 10 min e duração de 40 segundos. Final primeiro período com 4-5 em 10 min e duração de 60-70 segundos. Tríplice gradiente descendente A contração uterina, para que seja eficaz, precisa criar um vetor que empurre o feto em direção ao canal vaginal. • Começar na parte mais alta do útero e ir se propagando em direção à parte baixa • Durar mais tempo na parte mais alta do útero • Ser mais forte na região fúndica. Mecanismo do parto É o conjunto de movimentos que o feto é forçado a realizar na sua passagem pelo canal de parto. Tempos principais: 1. Insinuação 2. Descida 3. Desprendimento 4. Restituição (rotação externa) Tempos acessórios • Flexão • Rotação interna • Deflexão • Desprendimento dos ombros Insinuação (flexão) • Passagem do diâmetro biparietal (maior diâmetro transverso da apresentação cefálica) pelo estreito superior da bacia. • Na prática, esse diagnóstico é feito quando o vértice alcança o estreito médio (na altura das espinhas isquiáticas). Obs.: O fato do bebe está insinuado não me garante o sucesso do parto vaginal. Pode ocorrer antes ou durante do trabalho de parto. Nessa fase, ocorre a flexão. Descida (rotação interna) • Movimento complementar a insinuação • Descida e passagem fetal entre os estreitos superior e inferior da bacia materna • Planos de De Lee – nível das espinhas isquiáticas (plano 0) → Nuliparas: pode ocorrer apenas no período expulsivo e em multípara ocorre junto a insinuação → Durante a descida, a cabeça fetal roda em movimento espiral, chamando de rotação interna Desprendimento (deflexão) A resistência do períneo materno e da sínfise púbica associadas à pressão uterina de cima para baixo à a desviar sua descida em direção à vulva e resulta no seu desprendimento com deflexão da cabeça. Rotação externa (desprendimento dos ombros) • Após a saída da cabeça, ocorre o movimento de rotação externa ou restituição à diâmetro biacromial se posicione no sentido anteroposterior. • Primeiro sai o ombro anterior (que estava abaixoo da sínfise púbica), seguido do ombro posterior. • Após, o restante do corpo sai com facilidade. Obs.: A cabeça fetal roda para o mesmo sentido que estava antes de insinuar, fazendo com que o diâmetro biacromial se posicione
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