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Trabalho - PESQUISA JURISPRUDENCIA - direito empresarial 20 10

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PESQUISA DE JURISPRUDÊNCIA – PROF. CAIO LORO NETTO 
ALUNO: NATHAN RESENDE DA SILVA – RA: 1620200018 
 
Nome da partes 
Agravante(s): G.A. Gil ME 
Agravado (a)(s): Sílvio Mandarano Scarsiotta; Oreol Supermed Saúde 
Comércio de Produtos Médico-Hospitalares Ltda. EPP; e Oreol Camejo 
Durruthy 
 
Número do processo: 2225319-20.2021.8.26.0000 
 
Estado do tribunal: Comarca de Araçatuba / 4ª Vara Cível 
 
Resumo do relatório da decisão: 
 
1. Trata-se de recurso de agravo, interposto sob a forma de instrumento, 
contra a r. decisão que, nos autos da ação de execução que G.A. 
GIL ME. move em face de OREOL SUPERMED SAÚDE 
COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICO-HOSPITALARES LTDA. 
EPP, indeferiu o requerimento, formulado pela exequente, de 
instauração de incidente para desconsideração da personalidade 
jurídica da executada. Cuida-se de ação de execução aparelhada com 
duplicatas, por meio da qual a exequente pretende ver satisfeito o 
crédito de R$3.000,22 (vál. p/ ago/2020). Agravo de Instrumento nº 
2225319-20.2021.8.26.0000 - Comarca de Araçatuba PODER 
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
12ª Câmara de Direito Privado Pesquisas por meio dos sistemas 
RENAJUD, SISBAJD e INFOJUD não renderam frutos (pp. 68, 
85/86 e 97). Nesse panorama, a exequente requereu a instauração de 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica da executada. 
Argumentou que a executada foi encerrada irregularmente, revelando o 
abuso da personalidade jurídica. O nobre magistrado a quo entendeu 
que o mero encerramento irregular da empresa executada e a 
inexistência de bens penhoráveis no patrimônio do devedor, 
fundamentos nos quais se assenta o pedido de desconsideração 
formulado pela exequente, não ensejam, por si só, a aplicação do 
disposto no art. 50 do Código Civil, notadamente à míngua de prova do 
abuso da personalidade jurídica da empresa executada, ou, ainda, 
de dolo ou má-fé dos sócios na condução das atividades 
empresariais, de desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
Assim, indeferiu o requerimento, formulado pela exequente, de 
instauração de incidente para desconsideração da personalidade jurídica 
da executada. Inconformada, a exequente recorre. Insiste na presença 
dos requisitos indispensáveis à instauração do incidente. Pugna pelo 
provimento do recurso para reforma da r. decisão agravada. O recurso 
foi recebido sem atribuição de efeito ativo. À míngua de formação 
completa da relação jurídica processual (no incidente), não foi ofertada 
contraminuta. É o relatório do essencial. 
 
Resumo da decisão (e leis, julgados ou doutrinas que basearam a 
decisão): 
A decisão é que "Negaram provimento ao recurso. V. U.", baseada no rol dos 
artigos a respeito do assunto de DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA postulada no código civil, não ficou comprovada a caracterização 
desse instituto. Não houve os requisitos preenchidos legalmente como manda 
a lei, primeiro usado como parâmetro o §4º do art. 134 do Código de Processo 
Civil, determina que: “O requerimento [de instauração do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica] deve demonstrar o preenchimento 
dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade 
jurídica”. 
“Como base central dessa decisão o art. 50, CC, consoante posicionamento 
sedimentado em diversos julgamentos desta Câmara, a mera inexistência 
de bens ou encerramento irregular da atividade empresarial não basta 
para desconsiderar a personalidade jurídica da devedora, com fundamento 
no art. 50 do Código Civil. Ou seja: a instauração do incidente depende da 
demonstração de, no mínimo, indícios da utilização fraudulenta da empresa, 
da confusão patrimonial, da formação de grupo econômico ou da 
sucessão empresarial.” 
Sobre o tema, esclarece FÁBIO ULHOA COELHO: “Pressuposto inafastável da 
despersonificação episódica da pessoa jurídica, no entanto, é a ocorrência da 
fraude por meio da separação patrimonial. Não é suficiente a simples 
insolvência do ente coletivo, hipótese em que, não tendo havido fraude 
na utilização da separação patrimonial, as regras de limitação da 
responsabilidade dos sócios terão ampla vigência. A desconsideração é 
instrumento de coibição do mau uso da pessoa jurídica; pressupõe, 
portanto, o mau uso. O credor da sociedade que pretende a sua 
desconsideração deverá fazer prova da fraude perpetrada, caso contrário 
suportará o dano da insolvência da devedora. Se a autonomia patrimonial 
não foi utilizada indevidamente, não há fundamento para a sua 
desconsideração.” (Manual de Direito Comercial. 20 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. p. 126-127). 
Dispositivo da decisão: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio 
de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da 
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, 
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de 
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
(Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da 
pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos 
ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato 
entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do 
administrador ou vice-versa; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, 
exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Lei nº 
13.874, de 2019) 
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Lei 
nº 13.874, de 2019) 
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à 
extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de 
que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade 
da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da 
finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. 
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
 
 
 
Seu parecer de 1 a 5 parágrafos com opinião sobre concordância ou não 
da decisão: 
- A decisão foi precisa em negar provimento ao recurso, pois a 
desconsideração da personalidade jurídica ela estende a responsabilização da 
pessoa jurídica para o sócio/administrador, se houver a comprovação de abuso 
descrito no art. 50, CC. Ou seja, para desconsiderar tem que abusar através de 
desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
A autonomia patrimonial entre a pessoa jurídica e a pessoa física dos sócios, é 
importante para estimular a atividade empresarial e comercial. Mas não pode 
servir como passaporte para cometimento de fraudes. 
No caso exposto a exequente requereu a instauração de incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica da executada. Argumentando que a 
executada foi encerrada irregularmente, revelando o abuso da personalidade 
jurídica. Porém isso não configura por si só a comprovação de fraude ou a 
inexistência de bens penhoráveis. 
Sendo assim é possível extrair da decisão que paradesconsiderar a PJ é 
necessário cumprir restritamente a comprovação de desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial, para atingir o sócio como parte da responsabilização da 
dívida a ser paga.

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