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26 Hormônios

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Hormônios - Crescimento 
Desenvolvimento vegetal 
Os seres vivos em condições de desenvolvimento executam diversos processos 
biológicos: 
a) multiplicação celular: através das mitoses que fazem o número de células 
proliferar. 
b) crescimento: acontece pelo aumento no número das células, assim como 
pelo elongamento (aumento volumétrico de cada célula). 
c) diferenciação: representa o conjunto de modificações que o código genético 
determina nas células que vão seespecializando e formando os diferentes 
tecidos que estarão nos órgãos e sistemas do organismo animal ou vegetal. 
Esse complexo de processos biológicos precisa ser regulado dinamicamente para 
que ocorram ou sejam inibidos em tempo e velocidade adequados. 
Nos vegetais, o controle é exercido por fatores externos ou extrínsecos (luz, calor, 
temperatura, umidade, concentração de O2) e internos ou intrínsecos (código 
genético, enzimas, hormônios). 
Os fitormônios exercem relevante papel, ao longo da vida, em todo o complexo 
processo de desenvolvimento vegetal. Sua função reguladora depende: 
a) da concentração dos diferentes tipos de hormônios, que ora 
poderão estimular ora poderão inibir os processos metabólicos. 
b) do local da produção ou síntese: meristemas de raiz e caule (jovens ou 
adultos); folhas (jovens ou envelhecidas);flor (aparelho reprodutor 
feminino); frutos e sementes. 
c) dos tipos de hormônios, diferenciados pelas respectivas composições 
químicas: auxinas; giberelinas;citocininas; gás etileno; ácido abscísico; vitaminas do 
complexo B: B1 – tiamina; B2 – riboflavina; B6 – piridoxina; ácido nicotínico; ácido 
pantotênico. 
DESENVOLVIMENTO VEGETAL: 
 
 
AUXINAS. 
As auxinas naturais ou sintéticas participam de múltiplos processos: 
 
 
a) Tropismos. 
As auxinas determinam crescimento das extremidades do caule (geotropismo 
negativo – afasta-se do centro de gravidade da Terra, enquanto cresce 
verticalmente para cima) e da raiz (geotropismo positivo – cresce se 
aprofundando na Terra). 
O crescimento pode ser diferenciado ou até inibido, dependendo da concentração das 
auxinas e do órgão vegetal (raiz ou caule). 
Veja a análise gráfica (efeito do AIA na raiz e no caule): 
 
 
O fototropismo mostra uma aplicação imediata: o lado iluminado tem pequena 
parcela das auxinas que é destruída pela luz (fotolábil) e grande parte do hormônio 
migrando para o lado oposto que é menos iluminado. 
Assim, na extremidade das coleóptiles (primeiras folhas na germinação de 
monocotiledôneas), do lado mais iluminado, onde a concentração de auxinas está 
menor o crescimento é mais lento. Do lado menos iluminado, a concentração é maior e 
o crescimento é mais rápido. 
Como resultado desse crescimento desigual ocorre a curvatura da coleóptile na 
direção da luz (fototropismo positivo). 
 
 
Processos semelhantes de curvatura ocorrem com o pecíolo da folha e 
o pedúnculo da flor. 
Uma planta colocada em posição horizontal terá, por ação da gravidade, 
grande deposição de auxinas na parte inferior. A raiz terá crescimento mais rápido do 
lado superior, onde a concentração de auxinas é menor, curvando-se e aprofundando-
se no solo (geotropismo positivo). O caule terá crescimento mais rápido do lado 
inferior, onde aconcentração de auxinas é maior, curvando-se para cima e crescendo 
verticalmente (geotropismo negativo). 
 
 
b) Enraizamento de estacas. 
Estacas são segmentos de caule contendo gemas (meristemas) que podem fazer 
a reprodução vegetativa. Antes de serem implantados no solo elas devem 
permanecer certo tempo mergulhadas em solução de auxinas. Como resultado, 
oenraizamento é mais intenso e rápido aumentando a probabilidade de as estacas 
vingarem. 
 
 
c) Dominância apical. 
A gema do ápice (extremidade) do caule produz grande quantidade de auxinas, 
que enquanto for mantida em alta concentração impede as gemas laterais de 
promoverem as ramificações. 
O hábito da “poda periódica”, retirando a gema apical, interrompe a inibição das 
gemas laterais que estarão liberadas para realizarem as ramificações, tornando o 
caule mais frondoso (carregado de ramos e folhas). 
 
 
d) Abscisão das folhas. 
À medida que a planta vai envelhecendo as gemas apicais produzem menos 
auxinas. Essa queda do teor de auxina circulante é “sinal” para a construção de 
camadas de células transversais ao pecíolo das folhas. 
O processo é freqüente, para determinadas espécies de plantas no outono, 
causando ruptura nesse ponto, com queda das folhas. 
 
 
e) Formação de frutos. 
Os grãos de pólen, sobre o estigma do gineceu, são estimulados por auxinas 
produzidas no ovário a desenvolverem o tubo polínico (quimiotropismo +). 
No interior deste tubo estarão dois gametas masculinos que realizarão dupla 
fecundação no interior do saco embrionário contido no óvulo. 
Do óvulo será desenvolvida a semente, a qual produz auxinas que estimulam a 
transformação do ovário em fruto. 
Há flores em que mesmo não tendo ocorrido a polinização, as auxinas do ovário 
promovem o desenvolvimento do fruto. Estes frutos que não terão 
sementes são partenocárpicos (parteno, virgem; carpo, fruto). Em condições 
naturaisisso ocorre com a banana e artificialmente é provocado no limão-taiti e 
laranja-baía. 
No morango, a partenocarpia provocada pela aplicação de auxinas desenvolve 
inclusive o receptáculo floral, juntamente com os pequeninos frutinhos secos, 
formando um pseudofruto. 
Giberelinas. 
Dentre as muitas variações químicas conhecidas, o GA3 (ácido giberélico A3) é o 
mais comum e mais estudado, sendo obtido a partir do fungo Giberella fujikuroi. 
Nas plantas geneticamente anãs há deficiência na produção desses hormônios. 
Aplicadas artificialmente as giberelinas promovem a formação de frutos 
partenocárpicos. 
Nas sementes, as giberelinas estimulam a produção de enzimas que quebram o 
amido, interrompendo a dormência epromovendo a germinação. 
Citocininas e vitaminas do complexo B. 
São hormônios que estimulam as mitoses, principalmente em células de raiz, 
fazendo o crescimento ser mais rápido. 
As citocininas aplicadas sozinhas promovem a divisão celular. Quando misturadas às 
giberelinas, em concentração adequada, orientam o elongamento celular. 
 
 
Em meio de cultura, misturadas às auxinas em proporções variadas, estimulam só 
crescimento ou crescimento com diferenciação de órgãos: só de raiz; só caules 
e folhas. 
 
 
GÁS ETILENO. 
É produzido por todos os órgãos vegetais em condições 
naturais (endógeno). Artificialmente pode ser fabricado (exógeno) pela queima do 
querosene, da palha e da serragem. 
Algumas das suas funções biológicas: 
Indução da abscisão. 
Nas folhas envelhecidas, com a queda do teor auxínico circulante, o gás etileno é 
produzido e estimula a formação das camadas de abscisão, com a 
conseqüente queda das folhas. 
Fisiologicamente o etileno induz a produção da enzima celulase que digere as 
paredes celulares. Pelo mesmo processocairão as flores e frutos,ou seja, pela 
formação de camadas de abcisão no pedúnculo. 
Indução da floração. 
A floração e a formação dos frutos pode ser estimulada (antecipada) com a 
aplicação do etileno. Isso ocorre, por exemplo, em manga, abacaxi, maçã, 
oferecendo alternativas importantes para os cultivadores e a comercialização 
dos vegetais. 
Amadurecimento dos frutos. 
Quando inicia o amadurecimento de uma banana pertencente a um cacho ou 
de uma maçã dentro de um grupo delas, pode-se envolvê-las em jornal ou 
acondicioná-las em saco plástico. O primeiro fruto que iniciar a processo de 
maturação é responsável pela produção do gás etileno. Aprisionado com os 
demais,haverá amadurecimento de todos os frutos ao mesmo tempo. 
No transporte à distância ou no armazenamento por determinado tempo antes da 
comercialização, cuidados devem ser tomados para que os frutos “não 
amadureçam”, ou seja, para que eles não produzam o gás etileno: mantê-los em 
câmaras com temperatura baixa (próximo de 5oC), atmosfera pobre em O2 e rica em 
CO2. 
Ácido abscísico. 
Ácido abscísico, cumarinas e ácido cinâmino são inibidores pelo fato de atuarem 
como antagonistas dos outros fitormônios. 
Esses hormônios inibem a germinação de sementes, o brotamento de gemas, 
o alongamento de raízes e estimulam a queda de folhas e frutos (formação da 
camada de abscisão). 
Importantes aplicações dos fitormônios. 
1.Aumentar o tempo de armazenamento de vegetais: batatas, maçãs, bananas, 
etc. 
2.Induzir a floração simultânea e antes da “época”: abacaxi, maçã, manga, 
morango. 
3.Impedir a queda prematura do fruto, permanecendo mais tempo no pé e 
adquirindo maior tamanho: laranjas, uvas, maçãs. 
4.Estimular formação de frutos partenocárpicos: uvas, morango, laranja-baía, 
limão-taiti. 
5.Aplicação de auxinas sintéticas que funcionarão como herbicida seletivo para 
parasitas. A auxina sintética 2,4-D; (ácido dicloro-fenoxiacético) não causa 
danos às gramíneas (arroz, trigo, centeio), porém mata ervas daninhas que 
apresentam folhas largas (carrapichos, picões, dentes-de-leão). 
6.Cultura de tecidos em solução nutritiva, obtendo-se “calos” (tecido 
indiferenciado) e depois plantas inteiras, isentas de parasitas: cenoura, batata, 
pêra, maçã, morango, etc.

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