Buscar

BM_634810527333750000pedag_1operiodo_metodologia_da_pesquisa_cientifica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 88 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 88 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 88 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

eQuipe uniTinS
organização de conteúdos acadêmicos
1ª edição
2ª edição rev. e ampl.
3ª edição rev. e ampl.
4ª edição
5ª edição
Marcelo Rythowem
Valtuir Soares Filho
Jair José Maldaner
Valtuir Soares Filho
Leila Dias P. do Amaral
Leila Dias P. do Amaral
Leila Dias P. do Amaral
coordenação editorial Maria Lourdes F. G. Aires
Revisão didático-pedagógica Marilda Piccolo
Revisão lingüístico-Textual Ivan Cupertino Dutra
Gerente de divisão de Material impresso Katia Gomes da Silva
Revisão digital Katia Gomes da Silva
projeto Gráfico Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
ilustração Geuvar S. de Oliveira
capas Igor Flávio Souza
eQuipe eadcon/Fael
coordenador editorial William Marlos da Costa
assistentes de edição Ana Aparecida Teixeira da Cruz
Janaina Helena Nogueira Bartkiw
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
programação Visual e diagramação Denise Pires Pierin
Kátia Cristina Oliveira dos Santos
Monica Ardjomand
Rodrigo Santos
Sandro Niemicz
William Marlos da Costa
A
pr
es
en
ta
çã
o
O conjunto de textos e atividades que você está recebendo é um instru-
mento de aprendizagem que, mais do que uma coletânea de conteúdos e 
verdades, é um roteiro de estudos: um mapa que o ajudará a compreender 
os processos de produção e de circulação do conhecimento.
No dia-a-dia de suas atividades acadêmicas e profissionais, a leitura 
deverá estar muito presente. Saber ler é fundamental. Para auxiliá-lo na sua 
leitura, faça uso de um bom dicionário.
A disciplina Metodologia da Pesquisa Científica o auxiliará na compreen- 
são dos procedimentos que permitirão a você realizar seus estudos e 
organizar suas produções acadêmicas de forma coesa e significativa. 
Disponibilizará, também, instrumentais indispensáveis para que você atinja 
seus objetivos nesse curso: o estudo e a pesquisa nas áreas de conheci-
mento em que está inserido.
Neste caderno de conteúdos e atividades, você conhecerá os vários tipos 
de conhecimento humano e suas principais diferenças. Saberá, também, que 
o conhecimento científico é um tipo de conhecimento que utiliza determi-
nados métodos e procedimentos para alcançar seus objetivos. Você entrará 
em contato com as diferentes modalidades de pesquisa científica e conhe-
cerá o instrumental de cada uma delas. Além disso, aprenderá como regis-
trar e comunicar trabalhos científicos, bem como as técnicas de elaboração 
do projeto de pesquisa, do artigo científico e do trabalho de conclusão de 
curso – TCC.
Ao preparar este material, buscamos lhe oferecer subsídios nessa pers-
pectiva. Portanto, o que se verá nele é resultado de nossa experiência como 
professores da disciplina, tendo por base a pesquisa bibliográfica por meio 
da produção e da síntese de textos. A bibliografia indicada pode e deverá 
ser referência para suas consultas.
Faça bom uso do material. Ele será seu grande companheiro para 
sistematizar suas atividades de produção acadêmica.
Prof.ª Leila Amaral
Pl
an
o 
de
 E
ns
in
o
EMENTA
Fundamentos da teoria do conhecimento, epistemologia, ciência, ideo-
logia, crise paradigmática e pós-modernidade. Disciplinaridade, interdisci-
plinaridade e perspectivas multidisciplinares e multirreferenciais na produção 
e difusão do conhecimento científico. Métodos e técnicas de estudo. Tipos 
de trabalho científicos e normas de elaboração: resenha, resumo, artigo 
científico e comunicação científica.
OBJETIVOS
Compreender os pressupostos teórico-metodológicos básicos de •	
iniciação à pesquisa científica.
Refletir sobre as diferentes abordagens metodológicas utilizadas •	
em pesquisa.
Discutir a contribuição das abordagens multi e interdisciplinares na •	
produção e na divulgação do conhecimento científico.
Utilizar as técnicas de elaboração do trabalho acadêmico-científico.•	
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
O processo de construção do conhecimento•	
O conhecimento científico e o método•	
A pós-modernidade e a crise dos paradigmas•	
Múltiplos olhares do conhecimento científico•	
A pesquisa científica: tipos e técnicas•	
Tipos de registro do trabalho acadêmico: resumo, fichamento e •	
resenha
Tipos de apresentação do trabalho acadêmico: seminário, painel, •	
comunicação
Normas técnicas da ABNT•	
O projeto de pesquisa•	
O trabalho de conclusão de curso (TCC) e o artigo científico•	
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 487
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANDRE, Marli Eliza D. A. o papel da pesquisa na formação e prática dos profes-
sores. Campinas: Papirus, 2001. (Prática Pedagógica)
BARROS, Aidie de Jesus Paes. LEHFELD, Neide Ap. de Souza. projeto de pesquisa. 
Propostas metodológicas. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Repensando a pesquisa participante. São 
Paulo: Brasiliense, 1984.
GIL, Antonio C. como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2002.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina. Fundamentos de metodologia científica. 
São Paulo: Atlas, 2003.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho acadêmico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 
2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CERVO, A. L., BERVIAN, P.A. Metodologia científica. São Paulo, McGrraw-Hill, 
1977.
GOLDENBERG, Miriam. a arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa 
em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997.
LAKATOS, Eva M. e MARCONI, Marina de. a metodologia científica. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2000.
MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São 
Paulo: Saraiva, 2003.
SALOMON, Délcio Vieira. como fazer uma monografia. São Paulo: Martins 
Fontes, 1999.
SANTOS, Antonio. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 
Rio de Janeiro: DP & A editora, 2002.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: 
Cortez, 2004.
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
identificar as características do senso comum, da teologia e da filosofia.•	
Para esta primeira aula, na qual se inicia a construção de novos saberes que 
o auxiliarão nessa caminhada na universidade, sugerimos leituras sobre o que 
é conhecimento e sobre como se constituiram os vários tipos de conhecimento. 
Assim, no sítio <http://www.puc-io.br/sobrepuc/depto/dad/lpd/download/
tiposdeconhecimento>, você encontrará um texto que discorre sobre os tipos de 
conhecimento – senso comum, conhecimento mítico/religioso, filosófico e cientí-
fico - e, também, sobre os tipos de métodos científicos.
O conhecimento é uma peculiaridade humana, pois o ser humano é o único 
ser que, em sua vivência, é capaz de planejar a sua ação sobre o meio que 
o cerca e construir um conhecimento sobre essa ação. Alguma vez você já se 
perguntou se o conhecimento de um astrônomo, de um líder religioso, de um 
renomado intelectual e das demais pessoas têm alguma relação? Num primeiro 
momento, parece que não, pois temos a tendência de julgar as modalidades 
de conhecimento por meio de uma hierarquia, ou seja, colocando uns como 
mais importantes que outros. Atribuímos um papel de destaque ao conheci-
mento produzido pelos estudiosos e depreciamos a experiência cotidiana da 
qual todos nós participamos. Nesta aula, optamos por tratar as modalidades de 
conhecimento como diferentes, sem julgá-las como inferiores ou superiores umas 
às outras, pois, de certa forma, todos nós nos servimos delas em graus diversos 
e valorizamos as diversas maneiras de conhecer o mundo. Assim, temos o senso 
comum ou conhecimento vulgar; a teologia ou conhecimento religioso; a filosofia 
aula 1 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 489
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
identificar as características do senso comum, da teologia e da filosofia.•	
Para esta primeira aula, na qual se inicia a construção de novos saberes que 
o auxiliarão nessa caminhada na universidade, sugerimos leituras sobre o que 
é conhecimento e sobre como se constituiram os vários tipos de conhecimento. 
Assim, no sítio <http://www.puc-io.br/sobrepuc/depto/dad/lpd/download/
tiposdeconhecimento>, você encontraráum texto que discorre sobre os tipos de 
conhecimento – senso comum, conhecimento mítico/religioso, filosófico e cientí-
fico - e, também, sobre os tipos de métodos científicos.
O conhecimento é uma peculiaridade humana, pois o ser humano é o único 
ser que, em sua vivência, é capaz de planejar a sua ação sobre o meio que 
o cerca e construir um conhecimento sobre essa ação. Alguma vez você já se 
perguntou se o conhecimento de um astrônomo, de um líder religioso, de um 
renomado intelectual e das demais pessoas têm alguma relação? Num primeiro 
momento, parece que não, pois temos a tendência de julgar as modalidades 
de conhecimento por meio de uma hierarquia, ou seja, colocando uns como 
mais importantes que outros. Atribuímos um papel de destaque ao conheci-
mento produzido pelos estudiosos e depreciamos a experiência cotidiana da 
qual todos nós participamos. Nesta aula, optamos por tratar as modalidades de 
conhecimento como diferentes, sem julgá-las como inferiores ou superiores umas 
às outras, pois, de certa forma, todos nós nos servimos delas em graus diversos 
e valorizamos as diversas maneiras de conhecer o mundo. Assim, temos o senso 
comum ou conhecimento vulgar; a teologia ou conhecimento religioso; a filosofia 
O conhecimento e suas 
principais modalidades
Aula 1
aula 1 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
490 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
ou conhecimento especulativo e a ciência ou conhecimento científico. Este último 
será tratado detalhadamente na próxima aula. Vejamos, agora, a definição de 
conhecimento e em seguida os principais aspectos do senso comum, da teologia 
e da filosofia.
1.1 O que é conhecimento?
Vamos analisar as contribuições de alguns autores sobre o que é conheci-
mento. Para Aranha e Martins, “O conhecimento é o pensamento que resulta da 
relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido” 
(ARANHA; MARTINS, 2002, p. 21). Pressupõe-se, então, que há um sujeito que 
busca conhecer e um objeto que se dá ao conhecimento. Já para Abbagnano, 
o conhecimento é
em geral, uma técnica para a verificação de um objeto qualquer, ou 
a disponibilidade ou posse de uma técnica semelhante. Por técnica 
de verificação deve-se entender qualquer procedimento que possi-
bilite a descrição, o cálculo ou a previsão controlável de um objeto; 
e por objeto deve-se entender qualquer entidade, fato, coisa, reali-
dade ou propriedade. Técnica, nesse sentido, é o uso normal de 
um órgão do sentido tanto quanto a operação com instrumentos 
complicados de cálculo: ambos os procedimentos permitem verifi-
cações controláveis (ABBAGNANO, 1998, p. 174).
O conceito de Abbagnano complementa o anterior trazendo à discussão o 
fato de que entre o sujeito cognoscente e o objeto existe uma técnica que, pode 
fazer uso tanto dos sentidos quanto de instrumentos sofisticados, mas que ambos 
permitem verificações importantes sobre um objeto que se deseja conhecer. 
Assim, tanto o conhecimento que temos sobre determinado objeto a partir da 
nossa experiência cotidiana, quanto àquele que é produzido em laboratório 
pelos cientistas são importantes. Vamos observar agora as características do 
senso comum e a sua contribuição para a construção do conhecimento.
1.2 O senso comum
No dia-a-dia, estamos habituamos a conviver com o fato de que o sol nasce 
a leste e se põe a oeste, sem nos preocuparmos com o fato de que, na verdade, 
é a terra que gira em torno do sol. Muitas pessoas acreditam que homens e 
mulheres possuem papéis sociais definidos sem se preocuparem com o fato de 
que essa relação desigual é uma construção histórica. Também observamos o 
universo colorido que nos rodeia como se as cores existissem em si mesmas, 
sem levarmos em conta que elas só existem porque são ondas luminosas de 
comprimentos diferentes obtidas pela refração e reflexão da luz branca. E assim 
temos várias outras situações que são por nós vividas diariamente, das quais 
nos servimos para a nossa existência sem maiores preocupações. Segundo 
Aranha e Martins,
aula 1 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 491
chamamos senso comum ao conhecimento adquirido por tradição, 
herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados 
da experiência vivida na coletividade a que pertencemos. Trata-se 
de um conjunto de idéias que nos permite interpretar a realidade, 
bem como de um corpo de valores que nos ajuda a avaliar, julgar e, 
portanto agir (ARANHA; MARTINS, 2002, p. 35, grifo do autor).
O senso comum é, portanto, aquele conhecimento primeiro, que nos situa frente 
aos desafios do cotidiano, ao qual recorremos nas mais variadas situações e no 
qual, também confiamos, pois faz parte da experiência de nossos antepassados.
Entre as principais características desse conhecimento, destacamos
o senso comum é um tipo de conhecimento empírico baseado na experi-•	
ência vivida das pessoas, ou seja, desenvolve-se pelo acúmulo de situa-
ções vividas. Por exemplo, uma doceira com vários anos de experiência 
não saberia explicar as propriedades químicas dos ingredientes que 
usa, nem porque seus bolos são tão deliciosos, no entanto é reconhe-
cida pelo seu trabalho;
é um conhecimento ingênuo, isto é, não passa por nenhum tipo de julga-•	
mento ou crítica. As situações vividas são tratadas como coisas naturais, 
ou seja, desde sempre foi assim. Um exemplo que atesta esse caráter é a 
maneira como as famílias definem desde cedo o papel social do homem 
e da mulher. Você já reparou que os presentes que costumamos dar às 
crianças diferem por aquilo que acreditamos ser papel social masculino ou 
feminino? Se for um menino, provavelmente, ganhará uma bola ou carrinho 
de brinquedo; se menina, uma boneca, fogãozinho, maquiagem de brin-
quedo. Esses objetos não são neutros. Nós usamos o carro para sair de casa, 
da mesma forma a bola pode ser utilizada para se jogar em um campo ou 
quadra, ambos em sua simbologia apontam que lugar de homem é fora de 
casa. Por outro lado, a boneca é uma imitação do bebê e pode significar 
que a responsabilidade pela educação das crianças é do gênero femi-
nino. Da mesma forma, o fogãozinho representa os afazeres domésticos 
aos quais a figura feminina está vinculada. Sem perceber, reforçamos os 
valores de uma cultura machista que situa as mulheres no espaço doméstico 
privado e propõe ao homem o mundo fora de casa, espaço público, onde 
estão concentradas as atividades políticas e no qual se exerce o poder;
é também um conhecimento subjetivo, pois o ponto de referência dos •	
julgamentos é a opinião de quem julga, ou seja, é um conhecimento que 
exprime sentimentos e opiniões individuais e de grupos. Assim, é comum 
observarmos que, diante de uma cultura diferente, o senso comum irá 
compará-la com seu modo de viver e de ver as coisas. Por exemplo, 
diante de um estádio de futebol um vendedor de pipocas procurará 
vender; um torcedor, se divertir; um atleta verá ali uma oportunidade de 
trabalho; um policial irá preocupar-se com a ordem e a segurança;
aula 1 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
492 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
o senso comum é fragmentário, pois não percebe inter-relações onde •	
elas ocorrem. Assim, por exemplo, atribui-se a um problema de caráter 
ou de índole a questão da violência e do crime, ou seja, as pessoas 
caem no mundo do crime, de acordo com esta visão, por falta de bom 
caráter ou por desonestidade. Dificilmente atribui-se como causa da 
criminalidade a má distribuição de renda e a falta de acesso a uma 
educação de qualidade.
Para Arruda e Martins, é preciso enfatizar que:
[...] o primeiro estádio do conhecimento precisa ser superado 
em direção a uma abordagem crítica e coerente, características 
estas que não precisam ser necessariamente atributos de formas 
mais requintadas de conhecer, tais como a ciência e a filosofia. 
Em outras palavras, o senso comum precisa ser transformado em 
bom senso, este entendido como a elaboração coerente do saber 
como explicitaçãodas intenções conscientes dos indivíduos livres 
(ARANHA; MARTINS, 2002, p. 35).
Isto significa dizer que não devemos desmerecer o conhecimento do senso 
comum, mas partindo dele alcançar outros estágios que nos possibilitem compre-
ender mais e melhor a realidade e o mundo que nos cerca.
1.3 O conhecimento teológico ou religioso
O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Por isso, as verdades reli-
giosas são inquestionáveis, pois são a revelação sobrenatural de uma entidade 
superior e fora desse mundo. Uma de suas principais características é o fato de 
que estas verdades são valorativas, ou seja, propõem de antemão uma série 
de valores que devem ser seguidos por todos. As verdades da fé estão regis-
tradas nos livros sagrados, na palavra dos iluminados ou profetas e também nas 
doutrinas orientadoras de um determinado credo religioso.
Esse tipo de conhecimento teve um respaldo muito significativo na Idade 
Média, período em que observamos uma relação muito forte entre poder político 
e fé. Todo conhecimento produzido nessa época era filtrado pelos dogmas do 
conhecimento religioso.
1.4 O conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico busca dar respostas às grandes indagações da 
humanidade, assim como o senso comum e o conhecimento religioso, porém 
o seu fundamento é a construção lógica de argumentos e raciocínios. A filo-
sofia é “[...] sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É um conheci-
mento instituinte, no sentido de que questiona o saber instituído” (ARANHA; 
MARTINS, 2002, p. 72). Chauí, por sua vez, afirma que a filosofia é uma 
fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas, ou seja, 
ela se interessa por aquele instante em que a realidade natural e histórica 
torna-se estranha, quando o senso comum e a ciência já não sabem o que 
pensar (CHAUÍ, 1995, p. 15).
A atitude filosófica, portanto, é indagar. Perguntar o que, como e por que 
uma coisa, valor ou idéia é: a filosofia indaga qual é a natureza e o significado 
de algo, qual é sua estrutura e as relações que a constituem; qual é a sua origem 
ou as suas causas.
O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual, sistemático, pois não se 
contenta em obter respostas para as questões colocadas, mas também exige que 
as próprias questões sejam válidas e que suas respostas sejam verdadeiras, rela-
cionem-se entre si, esclareçam umas às outras, agrupem-se em conjuntos coerentes 
de idéias e possam ser testadas e provadas racionalmente (CHAUÍ, 1995).
Nesta aula, você pôde observar que, apesar de serem tratados de forma 
hierarquizada, os saberes não estão em níveis diferenciados, mas procuram dar 
conta da diversidade de elementos que compõem a realidade. O conhecimento 
permite que nossa consciência se relacione com o mundo externo. Da mesma 
forma que em uma viagem, podemos escolher vários roteiros para chegar ao 
nosso destino, no conhecimento, várias são as vias de acesso. Precisamos desco-
brir qual a que melhor nos conduzirá em nossa eterna busca da verdade.
1. No quadro a seguir, trace um paralelo entre senso comum, conhecimento 
teológico/religioso e conhecimento filosófico, procurando destacar como, 
diariamente, você experimenta cada uma dessas formas de conhecimento.
SENSO COMuM
CONhECIMENTO 
TEOLóGICO
CONhECIMENTO 
FILOSóFICO
aula 1 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 493
ela se interessa por aquele instante em que a realidade natural e histórica 
torna-se estranha, quando o senso comum e a ciência já não sabem o que 
pensar (CHAUÍ, 1995, p. 15).
A atitude filosófica, portanto, é indagar. Perguntar o que, como e por que 
uma coisa, valor ou idéia é: a filosofia indaga qual é a natureza e o significado 
de algo, qual é sua estrutura e as relações que a constituem; qual é a sua origem 
ou as suas causas.
O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual, sistemático, pois não se 
contenta em obter respostas para as questões colocadas, mas também exige que 
as próprias questões sejam válidas e que suas respostas sejam verdadeiras, rela-
cionem-se entre si, esclareçam umas às outras, agrupem-se em conjuntos coerentes 
de idéias e possam ser testadas e provadas racionalmente (CHAUÍ, 1995).
Nesta aula, você pôde observar que, apesar de serem tratados de forma 
hierarquizada, os saberes não estão em níveis diferenciados, mas procuram dar 
conta da diversidade de elementos que compõem a realidade. O conhecimento 
permite que nossa consciência se relacione com o mundo externo. Da mesma 
forma que em uma viagem, podemos escolher vários roteiros para chegar ao 
nosso destino, no conhecimento, várias são as vias de acesso. Precisamos desco-
brir qual a que melhor nos conduzirá em nossa eterna busca da verdade.
1. No quadro a seguir, trace um paralelo entre senso comum, conhecimento 
teológico/religioso e conhecimento filosófico, procurando destacar como, 
diariamente, você experimenta cada uma dessas formas de conhecimento.
SENSO COMuM
CONhECIMENTO 
TEOLóGICO
CONhECIMENTO 
FILOSóFICO
aula 1 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
494 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
2. Sobre as características do senso comum, do conhecimento teológico e do 
conhecimento filosófico, marque a alternativa correta.
Olhando uma árvore, se eu sou artista, vejo a beleza da árvore; se sou a) 
marceneiro, a qualidade da madeira; se estiver passeando sob o sol, a 
sombra onde me refugiar. Essa característica é do senso comum.
A fé é o fundamento do conhecimento filosófico e expressa a vontade b) 
sobrenatural de uma entidade superior.
O conhecimento religioso é fundamentado na construção de argumentos e c) 
raciocínios lógicos que respondem às grandes questões de humanidade.
A filosofia é um tipo de conhecimento baseado na experiência vivida d) 
das pessoas, ou seja, desenvolve-se pelo acúmulo de situações vividas.
Agora que você já compreendeu o que é conhecimento, quais as principais 
modalidades do mesmo e suas características, observe que, na questão 1, basta 
delinear as diferenças de enfoque e explicação da realidade de cada um desses 
conhecimentos. Compartilhe as experiências obtidas nessa construção teórica 
com seus colegas e observe se há semelhanças na forma como cada um expe-
rimenta essas formas de conhecimento. Na atividade 2, a alternativa correta é 
a letra (a), pois o conhecimento do senso comum é subjetivo e exprime os senti-
mentos e opiniões individuais e de grupos. Observando as demais alternativas 
você perceberá que estão incorretas, pois o conhecimento filosófico é aquele que 
se fundamenta na construção de argumentos e raciocínios lógicos, diferentemente 
do religioso, cujo fundamento é a fé.
ABBAGNANO, Nicola. dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: 
introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2002.
CHAUÍ, Marilena. convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995.
Na próxima aula, refletiremos sobre o conhecimento científico e seus métodos e 
sobre como esse conhecimento pode contribuir para o seu desenvolvimento acadê-
mico, por meio da utilização de mecanismos para realizar pesquisas e trabalhos 
acadêmicos. Veremos, também, que o conhecimento científico é diferente do senso 
comum, da teologia e da filosofia pelo fato de ser racional, sistemático, confiável.
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
identificar as principais características do conhecimento científico;•	
compreender as principais concepções metodológicas desde Galileu •	
até hoje.
Você terá mais facilidade para acompanhar esta aula se revisar a aula ante-
rior e observar as diferenças entre as outras formas de conhecimento – baseiam-
se na opinião, na fé ou na reflexão - e o conhecimento científico que se funda 
na comprovação empírica. Além disso, no sítio <http://www.ecientificocultural.
com/ECC2/artigos/metcien1.htm> você encontrará artigos que versam sobre o 
tema desta aula: o que é conhecimento científico, quais suas principais caracterís-
ticas,o que é método, quais são os mais relevantes, entre outras temáticas afins.
A ciência ou o conhecimento científico é visto pelas pessoas de maneira 
antagônica: para algumas, seria o caminho de redenção da humanidade, pois 
permite ao ser humano obter um conhecimento que não tem limites. Ela seria, 
dessa forma, uma oportunidade de superar as limitações que nossa condição 
humana nos impõe. Por outro lado, muitos a interpretam como uma forma muito 
perigosa de relacionar-se com o mundo, pois abre a possibilidade de dominar 
e de modificar a natureza e os seres humanos. São várias as definições sobre 
o conhecimento científico. Vamos encontrar nessas definições elementos comuns 
que o diferenciam de outras formas de conhecimento que produzimos, tais como 
o senso comum, a filosofia, a religião, a arte.
Além disso, o método tornou-se fundamental nas ciências para que chegás-
semos aos resultados que temos hoje, pois ele é o elemento que garante o rigor 
e a correção em seu desenvolvimento sistemático. Porém, é muito difícil falarmos 
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 495
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
identificar as principais características do conhecimento científico;•	
compreender as principais concepções metodológicas desde Galileu •	
até hoje.
Você terá mais facilidade para acompanhar esta aula se revisar a aula ante-
rior e observar as diferenças entre as outras formas de conhecimento – baseiam-
se na opinião, na fé ou na reflexão - e o conhecimento científico que se funda 
na comprovação empírica. Além disso, no sítio <http://www.ecientificocultural.
com/ECC2/artigos/metcien1.htm> você encontrará artigos que versam sobre o 
tema desta aula: o que é conhecimento científico, quais suas principais caracterís-
ticas, o que é método, quais são os mais relevantes, entre outras temáticas afins.
A ciência ou o conhecimento científico é visto pelas pessoas de maneira 
antagônica: para algumas, seria o caminho de redenção da humanidade, pois 
permite ao ser humano obter um conhecimento que não tem limites. Ela seria, 
dessa forma, uma oportunidade de superar as limitações que nossa condição 
humana nos impõe. Por outro lado, muitos a interpretam como uma forma muito 
perigosa de relacionar-se com o mundo, pois abre a possibilidade de dominar 
e de modificar a natureza e os seres humanos. São várias as definições sobre 
o conhecimento científico. Vamos encontrar nessas definições elementos comuns 
que o diferenciam de outras formas de conhecimento que produzimos, tais como 
o senso comum, a filosofia, a religião, a arte.
Além disso, o método tornou-se fundamental nas ciências para que chegás-
semos aos resultados que temos hoje, pois ele é o elemento que garante o rigor 
e a correção em seu desenvolvimento sistemático. Porém, é muito difícil falarmos 
O conhecimento científico 
 e o método
Aula 2
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
496 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
de um método científico, uma vez que, com a fragmentação do saber, há uma 
infinidade de ciências que possuem métodos específicos. Apresentaremos nesta 
aula, também, as linhas gerais do método.
2.1 O que é o conhecimento científico?
Da mesma forma que o conhecimento filosófico, o conhecimento científico 
é racional, com a diferença de que tem a pretensão de ser sistemático e revelar 
aspectos da realidade, pois opera com ocorrências ou fatos. Máttar Neto (2002) 
esclarece que as noções de experiência e de verificação são essenciais nas ciên-
cias, pois o conhecimento científico deve ser justificado e sempre passível de 
revisão, desde que se possa provar sua inexatidão.
Lakatos e Marconi (2003, p. 23), por sua vez, apresentam a ciência como 
“um conhecimento racional, objetivo, lógico e confiável”. Seu foco não é apre-
sentar um conjunto de verdades inquestionáveis, mas admitir que seus resultados 
sejam falíveis, isto é, pode ocorrer que novos fatos levem o cientista a abandonar 
um conjunto de saberes articulados que, até então, apresentavam-se como confiá-
veis em favor de outros mais consistentes. Um exemplo disso pode ser constatado 
recentemente a respeito da reposição hormonal para mulheres na menopausa. 
Esse tratamento foi considerado adequado por muitos anos para aliviar os sintomas 
da menopausa; porém, descobriu-se, mais tarde, que ele poderia provocar um 
aumento no risco de câncer e deixou de ser prescrito pelos ginecologistas.
Do exemplo anterior, destacamos outro aspecto do conhecimento científico: 
para ser aceito, ele precisa ser verificado por meio da experimentação para 
a comprovação de suas hipóteses. Com certeza, muitos cientistas haviam aler-
tado para os riscos da prática citada, mas ela só deixou de ser consenso na 
comunidade médica após estudos baseados na observação de seus efeitos e 
nos estudos desses efeitos que comprovaram os riscos da reposição hormonal. 
Vamos agora conhecer as características do conhecimento científico.
2.2 Os limites do conhecimento científico
O conhecimento científico foi, por muito tempo, defendido como uma forma neutra, 
objetiva e isenta de pretensões metafísicas (crenças, superstições) ou ideológicas.
Atualmente, sabe-se que essa pretensão não se confirmou. Ao determinar como 
realizará uma pesquisa, o cientista necessita escolher certos procedimentos e meto-
dologias que não estão isentos de carregar conteúdos metafísicos ou ideológicos.
A própria ciência se transformou em ideologia ao promover o que chamamos 
de cientificismo, ou de tecnocracia. Essas ideologias defendem que apenas as 
formas de conhecimento fundadas na ciência são válidas. Essa postura torna-
se ideológica porque esconde relações de poder e ser baseada em formas de 
saber. Vamos, agora, conhecer as características do conhecimento científico.
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 497
Saiba mais
2.3 Características do conhecimento científico
Você pode compreender melhor de que maneira o conhecimento cientí-
fico difere das demais modalidades de conhecimento, basta atentar para as 
seguintes características:
o conhecimento científico é racional e objetivo•	 porque é constituído por 
conceitos, juízos e raciocínios a partir da observação dos fatos e não por 
sensações, imagens, modelos de conduta. É também analítico porque 
decompõe o todo em suas partes componentes, exatamente por serem 
parciais os problemas da ciência e, consequentemente, suas soluções e 
procedimentos científicos de “análise” conduzirem à síntese;
o conhecimento científico é factual •	 porque parte dos fatos e sempre volta 
a eles, capta ou recolhe os fatos, da mesma forma como se produzem ou 
se apresentam na natureza ou na sociedade, porém é transcendente aos 
fatos: diz-se que o conhecimento científico transcende aos fatos quando 
os descarta ou produz novos;
o conhecimento científico é verificável•	 em virtude de ser aceito como 
válido, quando passa pela prova da experiência ou da demonstração;
o conhecimento científico é metódico •	 porque é planejado, pois o cientista 
não age ao acaso. Ele planeja seu trabalho e deve saber proceder para 
encontrar o que almeja. Além disso, o cientista baseia-se em conheci-
mento anterior, particularmente em hipóteses já confirmadas, em leis 
e princípios já estabelecidos. Obedece a um método preestabelecido 
que determina, no processo de investigação, a aplicação de normas e 
técnicas, em etapas;
o conhecimento científico é falível•	 , ou seja, não é definitivo, absoluto ou 
final. O próprio progresso científico descortina novos horizontes, induz a 
novas indagações, sugere novas hipóteses derivadas da própria combi-
nação das idéias existentes. É, portanto, aberto, ou seja, não conhece 
barreiras que, a priori, limitem o conhecimento;
o conhecimento científico é geral •	 em decorrência de situar os fatos singu-
lares em modelos gerais, os enunciados particulares em esquemas mais 
amplos. Procura na variedade e na unicidade a uniformidadee a gene-
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
498 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
ralidade. A descoberta de leis ou princípios gerais permite ao pesqui-
sador a elaboração de modelos ou sistemas mais amplos de explicação 
dos fenômenos;
o conhecimento científico é útil •	 em decorrência de sua objetividade, 
pois, na busca da verdade, cria ferramentas de observação e experi-
mentação que lhe conferem um conhecimento adequado das coisas e 
mantém a ciência em conexão com a tecnologia (LAKATOS; MARCONI, 
2003, p. 30-42).
Como você pode observar, o conhecimento científico se contrapõe ao senso 
comum, na medida em que este se baseia em hábitos, preconceitos, tradições 
cristalizadas e é um conhecimento ametódico e assistemático. As ciências, ao 
contrário, caracterizam-se pela utilização de métodos científicos. Mas afinal, o 
que é método?
2.4 O que é método?
Lakatos e Marconi (2000, p. 44) observam que todas as ciências precisam 
de um caminho seguro para chegar a seus objetivos. Esse caminho é o método. 
Mas, em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam esses 
métodos são ciências. Ainda para as autoras citadas, a utilização de métodos 
científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o 
emprego de métodos científicos.
Saiba mais
Podemos ver uma classificação dos possíveis conceitos de método a seguir:
método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda •	
que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido 
e deliberado;
método é uma forma de selecionar técnicas, de avaliar alternativas para •	
a ação científica. Assim, enquanto as técnicas utilizadas por um cien-
tista são fruto de suas decisões, a maneira pela qual tais decisões são 
tomadas depende de suas regras de decisão. Métodos são regras de 
escolha; técnicas são as próprias escolhas;
método é a forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência, •	
os métodos constituem os instrumentos básicos que ordenam, a prin-
cípio, o pensamento em sistemas, traçam de modo ordenado a forma 
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 499
de proceder do cientista ao longo de um percurso para alcançar um 
objetivo (LAKATOS; MARCONI, 2000, p. 44-45).
Resumindo, diríamos que a finalidade da atividade científica é a produção 
de conhecimentos demonstráveis por intermédio da comprovação das hipóteses 
apresentadas. Nesse sentido, o método é o conjunto das atividades sistemáticas 
e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo 
– conhecimentos válidos e demonstráveis –, traçando o caminho a ser seguido, 
detectando erros e auxiliando as decisões do pesquisador.
Vejamos, a seguir, algumas das principais construções teóricas a respeito do 
método em seu desenvolvimento histórico.
2.5 O método de Galileu Galilei
Galileu Galilei (1564-1642) foi pioneiro em relação à abordagem do 
método no que se refere ao conhecimento científico, por meio do método expe-
rimental. O foco da investigação, em sua opinião, não deveria ser a busca das 
essências ou a qualidade das relações, como queriam os antigos, mas a busca 
de leis que presidem os fenômenos. O objeto da ciência são as relações quan-
titativas, ou seja, aquilo que pode ser observado matematicamente. Segundo 
Lakatos e Marconi (2000, p. 47), o método de Galileu “[...] pode ser descrito 
como indução experimental, chegando-se a uma lei geral por intermédio da 
observação de certo número de casos particulares”. Os principais passos do 
método de Galileu podem se assim delineados:
observação dos fenômenos;•	
análise dos elementos constitutivos desses fenômenos, com a finalidade •	
de estabelecer relações quantitativas entre eles;
indução de certo número de hipóteses, tendo por fundamento a análise •	
da relação desses elementos constitutivos dos fenômenos;
verificação das hipóteses aventadas por intermédio da experiência •	
(experimento);
generalização do resultado das experiências para casos similares;•	
confirmação das hipóteses, obtendo-se, a partir dela, leis gerais •	
(MARCONI; LAKATOS, 2000, p. 47).
Segundo Aranha e Martins (2002, p. 150), “Galileu é um dos expoentes 
que marcam o surgimento de novos tempos: a ciência nascente não é resultado 
de simples evolução, mas surge de uma ruptura [...] sendo, portanto, o fruto de 
uma revolução científica”. Galileu formulou os pressupostos do que deveria ser 
uma ciência numa época em que predominava o conhecimento religioso como 
forma de compreender a realidade. Imaginem o que significou isso para a sua 
época! Ele foi acusado de heresia e confinado numa prisão, sendo obrigado a 
negar todos os seus postulados. Porém, a semente já havia sido plantada.
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
500 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
2.6 O Método de Francis Bacon
Bacon (1561-1626), filósofo e político inglês, elaborou uma crítica da 
ciência antiga, pois, para ele, seu resultado não era útil à humanidade. A 
ciência deveria, em seu entendimento, propiciar uma melhoria na qualidade de 
vida das pessoas. Mas, como se daria isso? Em primeiro lugar, era necessário 
eliminar os obstáculos ao conhecimento. Esses obstáculos seriam os pré-juízos, 
idéias pré-concebidas que impedem o avanço do conhecimento. Bacon dá a 
esses pré-juízos o nome de ídolos. Esses ídolos seriam causados pelas falhas e 
insuficiência dos sentidos, pela educação e inclinações pessoais, pela tirania da 
linguagem e pelo respeito exagerado para com a autoridade.
Feito isso, seria necessário usar um método adequado para o avanço do 
conhecimento. Na Antiguidade e Idade Média, usava-se o método dedutivo. 
Para Bacon, esse método conseguia apenas antecipações estéreis. Isto é, tirava 
conclusões precipitadas que não produziam nada de novo. O método adequado 
seria, então, o método indutivo, porque procura interpretar os fatos particulares 
em busca de leis universais que regem a natureza.
O método proposto por Bacon seria, daí em diante, cânone, regra para 
a pesquisa científica. A adoção deste método trouxe uma série de avanços, 
o que influenciou de forma decisiva o mundo ocidental. Esses avanços 
serviram de base para o desenvolvimento posterior do capitalismo por meio 
da pesquisa tecnológica.
O método científico proposto por Bacon traz algumas conseqüências éticas 
em pelo menos dois aspectos: o ser humano, enquanto objeto de pesquisa, 
pode ser manipulado, experimentado livremente? Que tipo de conseqüências a 
exploração da natureza, por meio do método científico, pode acarretar para o 
equilíbrio ecológico?
Sendo o conhecimento científico o único caminho seguro para a verdade 
dos fatos, ele deve acompanhar os seguintes passos, conforme a abordagem de 
Lakatos e Marconi (2000, p. 48):
a) experimentação – nessa fase, o cientista, para poder observar e regis-
trar, de forma sistemática, todas as informações que têm possibilidade 
de coletar, realiza experimentos acerca do problema.
b) Formulação de hipóteses – tendo por base os experimentos e a análise 
dos dados obtidos por seu intermédio, as hipóteses procuram explicitar 
(e explicar) a relação casual entre os fatos.
c) Repetição – os experimentos devem ser repetidos em outros lugares por 
outros cientistas, tendo por finalidade acumular dados que, por sua vez, 
servirão para a formulação de hipóteses.
d) Testagem das hipóteses – por intermédio da repetição dos experimentos, 
testam-se as hipóteses; nessa fase, procura-se obter novos dados, assim 
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 501
como evidências que confirmem as hipóteses, pois seu grau de confir-
mação depende da quantidade de evidências favoráveis.
e) Formulação de generalizações e leis – o cientista, desde que tenha 
percorrido todas as fases anteriores, formula a lei ou as leis que desco-
briu, fundamentado nas evidências que obteve, e generaliza suas expli-
cações para todos os fenômenos da mesma espécie. As hipóteses são 
teses provisóriasque procuram explicar determinado fenômeno e devem 
ser demonstradas. Dessa forma, o método de Bacon consiste em testar 
as hipóteses construídas a partir da experimentação para, posterior-
mente, sendo elas validadas, construir as leis de explicação para todos 
os fenômenos da mesma espécie.
2.7 O Método de Descartes
Considerado o pai da filosofia moderna, Renée Descartes foi contemporâneo 
de Galileu e Bacon. Ao contrário desses, desenvolveu o método dedutivo. Sua 
contribuição se deu também na matemática – com certeza você deve se lembrar 
do plano cartesiano. Seu método pode ser dividido em quatro fases:
a) a da evidência – não acolher jamais como verdadeiro algo que não 
se reconheça evidentemente como tal, isto é, evitar a precipitação e o 
preconceito e não incluir juízos;
b) a da análise – dividir cada uma das dificuldades em tantas partes 
quantas necessárias para melhor resolvê–las;
c) a da síntese – conduzir ordenadamente os pensamentos, principiando 
com os objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, em 
seguida, pouco a pouco, até o conhecimento dos objetos que não se dispo-
nham, de forma natural, em seqüências de complexidade crescente;
d) a da enumeração – realizar sempre enumerações tão cuidadas e revisões 
tão gerais que se possa ter certeza de nada haver omitido (HEGENBERG 
citado por LAKATOS; MARCONI, 2000, p. 49).
A análise compreende o processo em que determinado problema geral é 
decomposto em seus elementos constitutivos, até chegar às partes mais simples.
A síntese compreende o processo de reunificação das partes em seu todo 
maior após a resolução dos problemas mais simples.
O método cartesiano proporcionou avanços significativos para a ciência porque 
permitiu que problemas de alta complexidade fossem abordados a partir de suas 
partes. Nosso atual modelo de educação baseia-se no método cartesiano, ao dividir 
o conhecimento em diversas disciplinas. O grande problema apontado, hoje, é que, 
por causa dessa divisão, o conhecimento fragmentou-se, provocando a multiplicação 
de abordagens parcelares da realidade, o que leva à perda da visão do todo.
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
502 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
2.8 Concepção atual de método
Com o passar do tempo, muitas modificações foram feitas nos métodos exis-
tentes, inclusive surgiram outros novos. Atualmente, o método baseia-se na teoria 
da investigação.
Já não podemos mais compreender as questões metodológicas por um 
prisma unilateral. A especialização e a fragmentação do conhecimento fazem 
com que, na atualidade, cada problema/investigação tenha um método especí-
fico. Assim, cada situação a ser resolvida é relativa ao método que lhe é mais 
adequado. No entanto, mesmo diante de tal fragmentação, podemos citar, entre 
os métodos, alguns que são mais utilizados do ponto de vista da argumentação 
e outros voltados para as ciências humanas e sociais.
Vejamos, a seguir, as principais construções metodológicas atualmente utili-
zadas do ponto de vista da argumentação. Esses métodos são formas de argu-
mentação utilizadas nas ciências naturais, humanas e exatas.
2.9 Método indutivo
Podemos caracterizar a indução como processo mental que, partindo de 
dados particulares, tira conclusões gerais, que ainda não estavam presentes 
nas partes examinadas. O objetivo do método indutivo é fazer com que, por 
meio da observação de dados particulares, suficientemente constados, possa-
se chegar a conclusões cujo conteúdo é mais amplo do que as premissas em 
que se baseiam.
Da mesma forma que o método dedutivo, o argumento indutivo fundamenta–
se em premissas. Porém, se no primeiro é possível deduzir uma verdade já implí-
cita na premissa maior, no método indutivo só é possível chegar a um conheci-
mento provável. Por exemplo,
a mangueira é um vegetal que realiza fotossíntese
a grama realiza fotossíntese
a orquídea realiza fotossíntese
logo, todos os vegetais realizam fotossíntese
A indução se realiza por três etapas:
a) observação dos fenômenos – consiste em observar os fatos ou fenômenos 
para, por meio de análise, descobrir as causas de sua manifestação;
b) descoberta da relação – o objetivo desta fase é detectar a relação cons-
tante existente entre eles, por meio da comparação;
c) generalização – nesta etapa, ocorre um salto porque, por meio da 
generalização das relações encontradas entre os fenômenos e os fatos 
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 503
semelhantes, aplica-se à hipótese levantada aos demais casos mesmo 
sem observá-los.
2.10 Método dedutivo
O raciocínio dedutivo parte de uma lei, teoria ou hipótese geral que é aceita 
por todos e da qual é possível tirar conclusões particulares. Diz-se, portanto, que 
a dedução vai do geral para o particular. Deduzir nada mais é que comparar 
uma situação particular frente a uma teoria ou verdade geral, para concluir se 
aquele caso particular se encaixa na teoria geral.
Para alguns, a dedução é um raciocínio estéril, pois não acrescenta nada de 
novo ao conhecimento. Apenas confirma se uma situação particular se encaixa 
em princípios universais. O exemplo clássico de dedução é o silogismo aristoté-
lico. Sua forma pode ser descrita a partir do exemplo a seguir.
Todos os homens são mortais
Sócrates é homem
Logo, Sócrates é mortal
Todavia, a dedução tem sido muito utilizada para a construção de teorias 
que partem de saberes prévios e que, por dedução, podem contribuir para a 
produção de saberes em que não é possível elaborar, pelo menos ainda, experi-
mentos. Um exemplo disso é a teoria dos buracos negros que, por meio de uma 
série de deduções, tem sido elaborada.
2.11 Método hipotético-dedutivo
Abordaremos o método hipotético-dedutivo a partir das idéias de Karl 
Popper (1902-1994), que lançou as bases desse método e do critério de 
falseabilidade.
Por acreditar que a ciência – conhecimento absolutamente certo, demons-
trável – era um ídolo e, portanto, insustentável e inatingível, Popper propõe o 
método hipotético-dedutivo que Marconi e Lakatos (2000, p. 73) chamam de 
“método de tentativas e eliminação de erros”. Popper afirma que
a metodologia é como uma arma de busca, caçada aos problemas 
e destruição de erros, mostrando-nos como podemos detectar e 
eliminar o erro, criticando as teorias e as opiniões alheias e, ao 
mesmo tempo, as nossas próprias (POPPER citado por LAKATOS; 
MARCONI, 2000, p. 73).
Seguindo o raciocínio do método hipotético-dedutivo, seria mais fácil 
demonstrar que algo pode estar errado do que certo; é mais fácil negar, falsear 
uma hipótese do que confirmá-la. Ao procurar demonstrar os erros, buscar o 
que é falso, eliminam-se as concepções equivocadas,ou seja, não se tem a 
certeza da posse da verdade, mas tem-se a segurança da eliminação do erro.
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
504 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
O método hipotético–dedutivo apresenta as seguintes etapas:
a) problema – surge a partir do momento em que determinada situação 
não se enquadra em um esquema pré-estabelecido, frustrando as expec-
tativas e desencadeando a pesquisa;
b) conjecturas – é uma solução proposta em forma de proposição passível 
de teste, direto ou indireto, em suas conseqüências sempre dedutiva-
mente. A conjectura é utilizada para explicar ou prever aquilo que 
despertou uma curiosidade intelectual ou uma dificuldade de ordem 
prática ou teórica;
c) tentativa de falseamento – nessa etapa do método hipotético-dedutivo, 
são realizados os testes cujo objetivo é a tentativa de falseamento para 
eliminação de erros, tornando falsas as conseqüências derivadas ou 
deduzidas da hipótese.
Assim, o valor de uma teoria não é medido pelo seu caráter de verdade, mas 
pela possibilidade de ser falsa. A falseabilidade seria o critério de avaliação 
das teorias científicas garantindo, dessa forma, o progresso científico, pois é a 
mesma teoria que vai sendo corrigida por novos fatos que a falsificaram (CHAUÍ, 
1995,p. 259).
Saiba mais
2.12 Método dialético
O termo dialética significa a relação entre termos opostos. A dialética tem 
seu início com o pensamento de Heráclito de Éfeso (cerca de 540-470 a.C.). 
Ele reconhecia que a realidade era um contínuo fluxo, tudo se move, tudo se 
transforma. É célebre a sua afirmação de que é impossível banhar-se duas vezes 
no mesmo rio: em primeiro lugar, porque as águas que correm no rio não são 
as mesmas, e também porque nós não somos os mesmos, pois acumulamos 
experiências que nos transformam a cada dia. Compreendia que o movimento 
era a passagem de uma realidade para o seu oposto. Assim, era impossível 
compreender a doença sem saber o que era a saúde, compreender a escuridão 
sem saber o que era a luz, o quente sem o frio...
Hegel (1770-1831) também reconhecia que a realidade era processo 
contínuo. E poderia ser compreendida porque era perfeitamente racional, mas 
não uma racionalidade estática, e sim dinâmica.
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 505
O método usado para compreender a realidade era a dialética, única forma 
de apreender a realidade em sua totalidade, abarcando o afirmativo e o nega-
tivo, as coisas e sua contradição.
Hegel desenvolve a dialética em três momentos:
a) Tese – afirmação de uma idéia
b) antítese – negação da tese afirmada
c) Síntese – é o momento de união entre as partes postas pela tese e antítese 
em um todo único, em que são anuladas as imperfeições e se conserva 
a positividade de cada uma delas.
Como Hegel propunha a dialética no campo das idéias, Marx e Engels 
propuseram a dialética materialista, isto é, não é a consciência humana que 
transforma a realidade, como queria Hegel, mas é o contrário, é a realidade 
material que transforma a mentalidade, a consciência humana.
Como desdobramentos posteriores da dialética materialista, teremos, 
então, a construção das leis da dialética que passam a fundamentar os proce-
dimentos do método dialético:
lei da passagem da quantidade à qualidade•	 – o processo de trans-
formação das coisas se faz por saltos. Mudanças mínimas de quanti-
dade vão se acrescentando e provocando em determinado momento 
uma mudança qualitativa: o ser passa a ser outro. O exemplo clás-
sico é o da água esquentando; ao alcançar 100ºC, deixa o estado 
líquido e passa para o gasoso. [...] Na biologia, segundo a teoria 
evolucionista de Darwin, alterações acumuladas levam à formação 
de uma nova espécie [...].
lei da interpenetração dos contrários•	 – a dialética considera a contra-
dição inerente à realidade das coisas. E justamente a contradição é a 
força motriz que provoca o movimento e a transformação. A contra-
dição é o atrito, a luta que surge entre os contrários. Mas os dois 
pólos contrários são também inseparáveis, e a isso chamamos de 
unidade dos contrários, pois, mesmo em oposição, estão em relação 
recíproca. Por estarem em luta, há a geração do novo. Por exemplo, 
o ovo de galinha já tem, em germe, a sua negação; nele coexistem 
duas forças: que ele permaneça ovo e que ele venha a ser ave.
lei da negação da negação•	 – da interação das forças contraditórias, 
em que uma nega a outra, deriva um terceiro momento: a negação da 
negação, ou seja, a síntese, que é o surgimento do novo. Tese, antítese 
e síntese, eis a tríade que explica o movimento do mundo e do pensa-
mento (ARANHA; MARTINS, 2002, p. 89-90).
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
506 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
Como pudemos perceber, a ciência não é um conhecimento pronto e 
acabado, mas está aberto às transformações que ocorrem com o ser humano 
e com a sociedade.
Nesta aula, apresentamos, sinteticamente, as características do conhecimento 
científico que é o conhecimento racional, factual, verificável, metódico, falível, 
geral e útil. Assim, ficou mais fácil a você identificar as principais diferenças entre o 
conhecimento científico e as demais modalidades do conhecimento humano, bem 
como compreender as possibilidades e limitações da ciência. Você teve, também, 
a oportunidade de compreender o conceito de método e sua evolução ao longo da 
história, obedecendo à preocupação que as pessoas da época tinham em relação 
à resolução de seus problemas. Percebeu que as construções metodológicas de 
Galileu, Bacon e Descartes privilegiam ora a racionalidade ora a experiência. E 
sobre a concepção atual de método, o que você precisa saber?
A indução é o processo mental que, partindo de dados particulares, •	
tira conclusões gerais, que ainda não estavam presentes nas partes 
examinadas.
O raciocínio dedutivo parte de uma lei, teoria ou hipótese geral que é •	
aceita por todos e da qual é possível tirar conclusões particulares.
O método hipotético-dedutivo parte de uma idéia geral sob a forma •	
de uma hipótese que será, ou não, validada a partir da investigação 
dos fenômenos.
O método dialético apreende a realidade em sua totalidade, por meio •	
da análise das contradições abarcando o afirmativo e o negativo, as 
coisas em sua contradição nas fases da tese, antítese e síntese.
1. Leia as afirmativas a seguir e marque aquela que não se refere às caracterís-
ticas do conhecimento científico.
a) É um conhecimento constituído por conceitos, juízos e raciocínios funda-
mentados na observação dos fatos.
b) É um conhecimento que necessita de planejamento e obedece a um 
método preestabelecido.
c) É um conhecimento definitivo, absoluto ou final, ou seja, traduz a verdade 
sobre os fenômenos e fatos que ocorrem ao nosso redor.
d) É um conhecimento útil em decorrência de sua objetividade e mantém a 
ciência em conexão com a tecnologia.
2. Releia a aula anterior e escreva um pequeno texto de aproximadamente 
15 linhas comparando e discutindo as características do senso comum e do 
conhecimento científico.
3. Explique as principais diferenças metodológicas entre Bacon e Descartes. Para 
tanto, elabore um texto dissertativo em que você expresse suas percepções.
4. Para Hegel, o método que deveria ser utilizado para compreender a reali-
dade era o dialético, única forma de apreender a realidade em sua totali-
dade, abarcando o afirmativo e o negativo, as coisas e sua contradição. 
Este pensador desenvolveu o método dialético em três momentos. Assinale a 
alternativa que corresponde aos mesmos.
a) Qualidade, negatividade e seletividade.
b) Legalidade, realidade e positividade.
c) Tese, antítese e síntese.
d) Mudança, contradição e quantidade.
Depois que você identificou as características do conhecimento científico 
e compreendeu as principais abordagens metodológicas do mesmo, observou 
que, na atividade um, a afirmativa que não se refere às características do conhe-
cimento científico é a letra (c), pois esse conhecimento é falível, ou seja, não 
é definitivo, absoluto, final; é um conhecimento que, em sua evolução, leva a 
novas indagações, sugere novas hipóteses e não há barreiras, a priori, que o 
limitem. As demais alternativas correspondem às características do conhecimento 
científico, ou seja, é racional e objetivo, é metódico e é útil. Já na atividade dois, 
você enriqueceu o seu conhecimento através de uma comparação entre o senso 
comum e a ciência. Percebeu, por exemplo, que, enquanto o conhecimento 
científico é objetivo, ou seja, é constituído por juízos e raciocínios a partir da 
observação dos fatos, o senso comum é subjetivo, ou seja, exprime sentimentos 
e opiniões individuais e de grupos, variando de uma pessoa para outra e de 
um grupo para outro. Para a atividade três, você levou em conta que o método 
científico é uma construção histórica e que não se pode atribuir a um ou outro 
pensador o título de pai desse método. As contribuições de Bacon e Descartes 
foram fundamentais para a consolidação do campo das ciências e permitem a 
você compreender como utilizar os raciocínios dedutivo e indutivo para estudar 
determinado fenômeno. Finalmente, na atividade quatro, você percebeu que a 
alternativa que corresponde às fases do métododialético de Hegel é a letra (c). 
Hegel desenvolve a dialética em três momentos:
a) Tese – afirmação de uma idéia
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 507
2. Releia a aula anterior e escreva um pequeno texto de aproximadamente 
15 linhas comparando e discutindo as características do senso comum e do 
conhecimento científico.
3. Explique as principais diferenças metodológicas entre Bacon e Descartes. Para 
tanto, elabore um texto dissertativo em que você expresse suas percepções.
4. Para Hegel, o método que deveria ser utilizado para compreender a reali-
dade era o dialético, única forma de apreender a realidade em sua totali-
dade, abarcando o afirmativo e o negativo, as coisas e sua contradição. 
Este pensador desenvolveu o método dialético em três momentos. Assinale a 
alternativa que corresponde aos mesmos.
a) Qualidade, negatividade e seletividade.
b) Legalidade, realidade e positividade.
c) Tese, antítese e síntese.
d) Mudança, contradição e quantidade.
Depois que você identificou as características do conhecimento científico 
e compreendeu as principais abordagens metodológicas do mesmo, observou 
que, na atividade um, a afirmativa que não se refere às características do conhe-
cimento científico é a letra (c), pois esse conhecimento é falível, ou seja, não 
é definitivo, absoluto, final; é um conhecimento que, em sua evolução, leva a 
novas indagações, sugere novas hipóteses e não há barreiras, a priori, que o 
limitem. As demais alternativas correspondem às características do conhecimento 
científico, ou seja, é racional e objetivo, é metódico e é útil. Já na atividade dois, 
você enriqueceu o seu conhecimento através de uma comparação entre o senso 
comum e a ciência. Percebeu, por exemplo, que, enquanto o conhecimento 
científico é objetivo, ou seja, é constituído por juízos e raciocínios a partir da 
observação dos fatos, o senso comum é subjetivo, ou seja, exprime sentimentos 
e opiniões individuais e de grupos, variando de uma pessoa para outra e de 
um grupo para outro. Para a atividade três, você levou em conta que o método 
científico é uma construção histórica e que não se pode atribuir a um ou outro 
pensador o título de pai desse método. As contribuições de Bacon e Descartes 
foram fundamentais para a consolidação do campo das ciências e permitem a 
você compreender como utilizar os raciocínios dedutivo e indutivo para estudar 
determinado fenômeno. Finalmente, na atividade quatro, você percebeu que a 
alternativa que corresponde às fases do método dialético de Hegel é a letra (c). 
Hegel desenvolve a dialética em três momentos:
a) Tese – afirmação de uma idéia
aula 2 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
508 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
b) antítese – negação da tese afirmada
c) Síntese – é o momento de união entre as partes postas pela tese e antí-
tese num todo único, em que são anuladas as imperfeições e se conserva 
a positividade de cada um deles.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: 
introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2002.
CHAUÍ, Marilena. convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de. a metodologia científica. São Paulo: 
Atlas, 2000.
______. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003.
Como você observou, o conhecimento não é estático. Ele muda à medida 
que a sociedade e os indivíduos que a compõem também elegem novas formas 
de compreender o mundo que os cerca. O pano de fundo da nossa próxima aula 
é o desafio de enfrentar a complexidade dos fenômenos humanos sem reduzi-
los a apenas um enfoque disciplinar, o que empobreceria sua compreensão. 
Refletiremos sobre a crise dos paradigmas científicos e sobre as novas abordagens 
que daí resultam, tais como a interdisciplinaridade e a multirreferencialidade.
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
reconhecer os limites e as vantagens de uma prática integradora do •	
conhecimento nas pesquisas.
Você poderá aproveitar melhor esta unidade se revisar o método cartesiano, 
visto na unidade 2. Busque compreender o processo de fragmentação que é 
imposto ao objeto a ser investigado. Dessa forma, terá mais clareza e compre-
ensão de que, por mais especializado que seja um conhecimento, ele estará 
limitado a perceber alguns dos aspectos da realidade complexa que compõem 
a investigação, sobretudo em ciências humanas. Você poderá também visitar o 
sítio a seguir e encontrar uma boa discussão sobre a multidisciplinaridade, a 
pluridisciplinaridade e a interdisciplinaridade o que favorecerá a sua compre-
ensão sobre o tema da aula: <http://www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposi-
coes/proposicao_jairocarlos.pdf>.
Como você pôde perceber na aula 2, o método analítico proposto por Renée 
Descartes tornou-se procedimento corriqueiro nas investigações científicas. Em 
função disso, todo e qualquer problema deveria ser investigado decompondo-o 
em suas menores partes para que pudesse ser mais bem estudado. A principal 
conseqüência dessa postura epistemológica foi a especialização e a fragmen-
tação do saber. Como você também pôde observar, são inúmeras as especiali-
dades dos saberes científicos. Por um lado, isso representou a possibilidade de 
um conhecimento aprofundado; mas, por outro, causou uma separação entre as 
diferentes formas do conhecimento que chega, em muitos casos, a dificultar a 
percepção do todo. Um exemplo dessa tendência são as especialidades médicas. 
Anotações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aula 3 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 509
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
reconhecer os limites e as vantagens de uma prática integradora do •	
conhecimento nas pesquisas.
Você poderá aproveitar melhor esta unidade se revisar o método cartesiano, 
visto na unidade 2. Busque compreender o processo de fragmentação que é 
imposto ao objeto a ser investigado. Dessa forma, terá mais clareza e compre-
ensão de que, por mais especializado que seja um conhecimento, ele estará 
limitado a perceber alguns dos aspectos da realidade complexa que compõem 
a investigação, sobretudo em ciências humanas. Você poderá também visitar o 
sítio a seguir e encontrar uma boa discussão sobre a multidisciplinaridade, a 
pluridisciplinaridade e a interdisciplinaridade o que favorecerá a sua compre-
ensão sobre o tema da aula: <http://www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposi-
coes/proposicao_jairocarlos.pdf>.
Como você pôde perceber na aula 2, o método analítico proposto por Renée 
Descartes tornou-se procedimento corriqueiro nas investigações científicas. Em 
função disso, todo e qualquer problema deveria ser investigado decompondo-o 
em suas menores partes para que pudesse ser mais bem estudado. A principal 
conseqüência dessa postura epistemológica foi a especialização e a fragmen-
tação do saber. Como você também pôde observar, são inúmeras as especiali-
dades dos saberes científicos. Por um lado, isso representou a possibilidade de 
um conhecimento aprofundado; mas, por outro, causou uma separação entre as 
diferentes formas do conhecimento que chega, em muitos casos, a dificultar a 
percepção do todo. Um exemplo dessa tendência são as especialidades médicas. 
Pós-modernidade e conhecimento: a 
interdisciplinaridade e a multirreferencialidade
Aula 3
aula 3 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
510 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
Geralmente, vai-se a um clínico geral para que ele possa realizar um exame 
prévio e encaminhar o enfermo a um especialista. Esse especialista responde 
apenas por sua especialidade. Em muitos casos, para se chegar a um bom diag-
nóstico, é preciso consultar vários especialistas.
O grande desafio da ciência nesse século XXI é promover a reintegração 
dos saberes. E, em busca desse objetivo, postula-se hoje uma nova postura 
epistemológica. Um procedimento capaz de romper com a fragmentação dos 
saberes e de compreender a complexidade dos problemashumanos. A seguir, 
veremos como esse processo se desenvolve na construção de um conhecimento 
necessário à atualidade.
3.1 Pós-modernidade e crise dos paradigmas
Para que você possa compreender o desafio atual da ciência de reintegrar 
os diversos saberes e campos do conhecimento é preciso observar o delinea-
mento de uma nova postura epistemológica. Segundo Boaventura (1989, p. 11), 
“A época em que vivemos deve ser considerada uma época de transição entre 
o paradigma da ciência moderna e um novo paradigma, de cuja emergência se 
vão acumulando os sinais, e a que, à falta de melhor designação, chamo ciência 
pós-moderna”. Assim, o que este autor está querendo evidenciar é que a ciência, 
sob os moldes de uma racionalidade e de uma objetividade que conduzem a um 
conhecimento demonstrável e confiável, já não mais se sustenta.
Boaventura (1989, p. 31) nos fala também de rupturas epistemológicas: a 
primeira, quando a ciência constrói-se contra o senso comum, visto aqui como 
um conhecimento falso com o qual é preciso romper para que se torne possível o 
conhecimento científico, racional e válido. E uma segunda ruptura: o reencontro 
da ciência com o senso comum. Para ele,
enquanto a primeira ruptura é imprescindível para constituir 
a ciência, mas deixa o senso comum tal como estava antes, a 
segunda ruptura transforma o senso comum com base na ciência. 
Com essa dupla transformação pretende-se um senso comum 
esclarecido e uma ciência prudente, ou melhor, uma nova 
configuração do saber [...], ou seja, um saber prático que dá 
sentido e orientação à existência e cria o hábito de decidir bem 
(BOAVENTURA, 1989, p. 41).
Decidir bem significa, por exemplo, poder aliar os avanços tecnológicos 
produzidos pelo conhecimento científico ao conhecimento da experiência coti-
diana e do senso comum, na tentativa de resolver os problemas ecológicos, de 
energia, sobre a fome, a miséria, as doenças. A pós-modernidade e a construção 
de uma ciência que tenha uma nova postura epistemológica implicam uma nova 
forma de conhecimento pautado, por exemplo, na idéia de interdisciplinaridade. 
Vamos entender um pouco o que significa uma postura interdisciplinar frente aos 
fatos e fenômenos que nos cercam?
aula 3 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 511
3.2 Multidisciplinaridade
Antes de iniciarmos a discussão sobre a interdisciplinaridade é preciso 
compreender a perspectiva anterior a ela: a multidisciplinaridade. Esta pode ser 
compreendida como um conjunto de disciplinas atuando de forma simultânea, 
sem que as relações entre elas apareçam. Na multidisciplinaridade, que é a 
forma como nossos currículos escolares estão organizados, não há colaboração 
entre as várias áreas do conhecimento. Várias disciplinas pesquisam sobre o 
mesmo assunto, mas não são capazes de provocar sinergia. Maheu afirma que
de acordo com o conceito de multidisciplinaridade, recorre-se 
a informações de várias matérias para estudar um determinado 
elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre 
si. Assim, cada matéria contribuiu com informações próprias 
do seu campo de conhecimento, sem considerar que existe uma 
integração entre elas. Essa forma de relacionamento entre as 
disciplinas é considerada pouco eficaz para a transferência de 
conhecimentos, já que impede uma relação entre os vários conhe-
cimentos (MAHEU, [19 – –]).
Assim, a multidisciplinaridade reforça a idéia de fragmentação do conheci-
mento, conseqüência de uma postura epistemológica pautada no paradigma da 
ciência moderna.
Saiba mais
3.3 Interdisciplinaridade e multirreferencialidade
A complexidade dos fenômenos humanos desafia a pesquisa. A transposição 
dos métodos das ciências naturais, por mais objetivos que sejam os seus resul-
tados, para a pesquisa de problemas que envolvem o ser humano não se mostrou 
eficiente. Especialmente no campo da educação, percebeu-se a necessidade de se 
construírem metodologias que não reduzissem as pessoas a meros dados estatís-
ticos e que fossem capazes de desenvolver a investigação sob vários enfoques.
A perspectiva da multirreferencialidade e da interdisciplinaridade aborda 
o fenômeno humano sob várias óticas. A simples redução do ser humano ao 
aspecto econômico, psicológico, religioso, educacional, estético, sociológico, 
político, biológico entre outros, mostrou que os resultados alcançados eram 
incompletos ou não satisfaziam plenamente aos objetivos propostos. Seria neces-
sário que os vários campos do saber se comunicassem para que a compreensão 
da complexidade do ser humano fosse adequada. Morin acrescenta que
aula 3 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
512 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
a visão não complexa das ciências humanas, das ciências 
sociais, implica pensar que existe uma realidade econômica, por 
um lado, uma realidade psicológica por outro, uma realidade 
demográfica mais além etc. Acreditamos que estas categorias 
criadas pelas universidades são realidades, mas esquecemos que 
no econômico, por exemplo, estão as necessidades e os desejos 
humanos. Por trás do dinheiro, existe todo um mundo de paixões. 
[...] A consciência da complexidade nos faz compreender que 
não poderemos escapar jamais à incerteza e que jamais pode-
remos ter um saber total: “a totalidade é a não verdade” (MORIN 
citado por MARTINS, 2004, p. 90-91).
A abordagem da pesquisa em ciência humanas e sociais deve superar o 
isolamento das diversas disciplinas e procurar estabelecer um diálogo entre elas. 
É necessária a multirreferencialidade e interdisciplinaridade.
De acordo com Demo (2001, p. 112), somente pode ser tomado como 
pesquisa interdisciplinar aquela composta por especialistas diversificados, de 
preferência oriundos de áreas “opostas”; isto é, é preciso que as várias áreas do 
conhecimento estejam presentes no grupo interdisciplinar.
O bom funcionamento de uma equipe interdisciplinar deve procurar construir 
um texto único e não uma colcha de retalhos em que cada especialidade propõe 
seu ponto de vista, mas não dialoga com as outras áreas. É preciso orquestrar 
os esforços de modo convergente procurando estabelecer um diálogo entre as 
várias competências. Caso contrário, pode ocorrer uma disputa entre os vários 
ramos do conhecimento e a manutenção da fragmentação.
As dificuldades para a construção desse tecido único não são poucas. Não 
é prática comum trabalhar em equipes interdisciplinares,
a arte de tecer a muitas mãos pode ser auxiliada, no início, pela 
tática de exigir de cada uma o tecido próprio, para somente 
depois integrá-Ias; no caso ideal, é mais integrado o que já nasce 
integrado; mas, sendo um desafio por fazer, é preciso saber 
começar do começo (DEMO, 2001, p. 112).
Os esforços realizados de forma conjunta e conjugada devem estar presentes 
na construção final: o texto único, que deve ser a expressão de todos e de cada 
um, superando a idéia de que seja responsabilidade de alguma área privile-
giada. Na prática, muito pouco se tem conseguido nesse sentido. Porém esse 
consenso final deve ser buscado por todos.
Outro problema a ser superado é a heterogeneidade do grupo envolvido: 
cada um possui sua história acadêmica e seus procedimentos já sedimentados, 
o que provoca uma espécie de consenso muito frágil. Segundo Demo (2001), 
essa dificuldade inicial, por mais que represente um grande desafio, é válida 
porque o conhecimento produzido é permeado por vários discursos, e assim é 
mais democrático e corre menos risco de ser fragmentado.
O grande mal a ser evitado é a transformação da interdisciplinaridade em 
um modismo. Esta prática, de transformar as novidades em moda, é comum no 
Brasil. O que se vê é uma justaposição de disciplinas (multidisciplinaridade) que 
de interdisciplinar só têm o nome.
Vimos, nesta aula, que: a especialização do conhecimento levou à fragmen-
tação e à perda da visão do todo; a construção de uma ciência pós-moderna 
requer uma nova postura epistemológica que alie ciência e senso comum; amultidisciplinaridade é uma forma de tratar determinado assunto sob vários 
enfoques, sem estabelecer conexões entre eles; a interdisciplinaridade busca 
estabelecer um diálogo entre os vários campos do conhecimento, procurando 
estabelecer uma prática que compreenda a complexidade dos fenômenos. No 
entanto, há ainda certa dificuldade em exercer essa prática, pois a maioria dos 
pesquisadores está habituada a trabalhar de forma isolada, mas esse quadro 
vem se revertendo rapidamente.
1. Pesquise em outras fontes, por exemplo, no sítio Google <http://www.
google.com.br> os termos: pós-modernidade, multidisciplinaridade, interdis-
ciplinaridade e complexidade e escreva um texto dissertativo, de no máximo 
15 linhas, estabelecendo um paralelo entre eles. Procure as convergências e 
as divergências sobre a produção do conhecimento.
2. Um dos grandes desafios da ciência nesse século XXI é promover a rein-
tegração dos saberes. Em busca desse objetivo, postula-se hoje uma nova 
postura epistemológica e um procedimento capaz de romper com a frag-
mentação dos saberes e de compreender a complexidade dos problemas 
humanos. Marque a alternativa que apresenta um conceito mais aproximado 
dessa nova postura epistemológica.
a) Multidisciplinaridade c) Interdisciplinaridade
b) Protodisciplinaridade d) Disciplinaridade
Ao responder à primeira atividade, você observou a maneira como 
as práticas interdisciplinares e multirreferenciais abordam o conhecimento. 
Percebeu, também, que elas procuram ver o processo de produção do conhe-
cimento e mesmo de organização da sociedade integrando várias áreas, de 
forma a integrar os vários pontos de vista. Na atividade dois, você percebeu 
que a alternativa que apresenta um conceito mais aproximado da nova postura 
epistemológica da ciência é a letra (c), pois a interdisciplinaridade permite a 
aula 3 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 513
Brasil. O que se vê é uma justaposição de disciplinas (multidisciplinaridade) que 
de interdisciplinar só têm o nome.
Vimos, nesta aula, que: a especialização do conhecimento levou à fragmen-
tação e à perda da visão do todo; a construção de uma ciência pós-moderna 
requer uma nova postura epistemológica que alie ciência e senso comum; a 
multidisciplinaridade é uma forma de tratar determinado assunto sob vários 
enfoques, sem estabelecer conexões entre eles; a interdisciplinaridade busca 
estabelecer um diálogo entre os vários campos do conhecimento, procurando 
estabelecer uma prática que compreenda a complexidade dos fenômenos. No 
entanto, há ainda certa dificuldade em exercer essa prática, pois a maioria dos 
pesquisadores está habituada a trabalhar de forma isolada, mas esse quadro 
vem se revertendo rapidamente.
1. Pesquise em outras fontes, por exemplo, no sítio Google <http://www.
google.com.br> os termos: pós-modernidade, multidisciplinaridade, interdis-
ciplinaridade e complexidade e escreva um texto dissertativo, de no máximo 
15 linhas, estabelecendo um paralelo entre eles. Procure as convergências e 
as divergências sobre a produção do conhecimento.
2. Um dos grandes desafios da ciência nesse século XXI é promover a rein-
tegração dos saberes. Em busca desse objetivo, postula-se hoje uma nova 
postura epistemológica e um procedimento capaz de romper com a frag-
mentação dos saberes e de compreender a complexidade dos problemas 
humanos. Marque a alternativa que apresenta um conceito mais aproximado 
dessa nova postura epistemológica.
a) Multidisciplinaridade c) Interdisciplinaridade
b) Protodisciplinaridade d) Disciplinaridade
Ao responder à primeira atividade, você observou a maneira como 
as práticas interdisciplinares e multirreferenciais abordam o conhecimento. 
Percebeu, também, que elas procuram ver o processo de produção do conhe-
cimento e mesmo de organização da sociedade integrando várias áreas, de 
forma a integrar os vários pontos de vista. Na atividade dois, você percebeu 
que a alternativa que apresenta um conceito mais aproximado da nova postura 
epistemológica da ciência é a letra (c), pois a interdisciplinaridade permite a 
aula 3 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
514 1º peRÍodo • pedagogia • unitinS/fael
integração dos saberes, através da construção de um texto único, no qual o 
diálogo entre os vários campos do saber é possível. As demais alternativas estão 
erradas, pois a multidisciplinaridade refere-se a disciplinas isoladas; a discipli-
naridade supõe uma clara definição dos contornos das diversas disciplinas e a 
protodisciplinaridade seria uma definição anterior à disciplinaridade.
DEMO, Pedro. conhecimento moderno: sobre ética e intervenção do conheci-
mento. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
MAHEU, Cristina d’Ávila. interdisciplinaridade e mediação pedagógica. 
Disponível em: <http://www.nuppead.unifacs.br/artigos/Interdisciplinaridade.
pdf>. Acesso em 9 abr. 2006.
MARTINS, João Batista. Contribuições epistemológicas da abordagem multir-
referencial para a compreensão dos fenômenos humanos. Revista Brasileira de 
educação, São Paulo, n. 26, maio/ago. 2004.
SANTOS, Boaventura de S. introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de 
Janeiro: Graal, 1989.
Agora que você já sabe o que é conhecimento científico e, também, seus 
principais métodos, bem como as discussões atuais acerca de uma nova postura 
epistemológica, apresentaremos, a seguir, os diferentes níveis da pesquisa e 
como a pesquisa está vinculada ao desenvolvimento econômico, cultural e social 
de uma nação. Apresentaremos também os objetivos, fontes e procedimentos 
da coleta de dados que fazem parte da pesquisa, bem como os diferentes tipos 
de pesquisa, com o intuito de aprofundar o que iniciamos nas aulas anteriores. 
Esperamos com isso contribuir para que você possa aperfeiçoar seus procedi-
mentos de pesquisa e desenvolver com eficácia suas investigações.
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
identificar o conceito de pesquisa científica e os seus principais níveis;•	
descrever os diferentes tipos de pesquisa. •	
Para uma compreensão mais ampla dos conteúdos desta aula, releia o tópico 
sobre o conhecimento científico e suas características na aula 2. Procure refletir 
sobre a maneira como se dá o processo de desenvolvimento da ciência. Com isso, 
será mais bem interpretado o sentido da pesquisa científica e sua importância 
para a atividade acadêmica. Sobre os tipos de pesquisa, no sítio <http://www.
sbi_web.ifsc.usp.br/metodologia_pesquisa_cientifica.pdf>, você encontrará slides 
identificando os principais tipos quanto aos objetivos, às fontes de dados e aos 
procedimentos de coleta. É apenas uma pequena introdução que o familiarizará 
com o tema desta aula.
É muito comum associarmos a pesquisa à atividade daqueles cientistas 
geniais, meio doidos, às vezes trancados em seus laboratórios, realizando experi-
ências mirabolantes. Na verdade, a pesquisa pode ser feita por todos aqueles que 
tenham a curiosidade necessária e dominem os métodos adequados. O pesqui-
sador individual, hoje, é um personagem em extinção. As agências financiadoras 
aprovam projetos que tenham abordagem interdisciplinar, com a formação de 
grupos de pesquisadores. 
A pesquisa em rede, viabilizada pela Internet, possibilita que um mesmo 
problema seja investigado por vários grupos de vários países, em intercâmbio 
sistemático. Problemas na área ambiental, de saúde, de educação, entre outros, 
que afetam o globo, em suas várias regiões, são investigados em rede. Pesquisar, 
Anotações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aula 4 • metodologia da peSquiSa cientÍfica
unitinS/fael • pedagogia • 1º peRÍodo 515
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
identificar o conceito de pesquisa científica e os seus principais níveis;•	
descrever os diferentes tipos de pesquisa. •	
Para uma compreensão mais ampla dos conteúdos desta aula, releia o tópico 
sobre o conhecimento científico e suas características na aula 2. Procure refletir 
sobre a maneira como se dá o processo de

Continue navegando