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ANALISE DE MUSICA

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EDUARDO E MÔNICA - LEGIÃO URBANA
A letra de Eduardo e Mônica, demonstra o relacionamento de duas pessoas com gostos e atitudes totalmente diferentes, mas que mesmo assim conseguiram dar certo num relacionamento e até constituir uma família. 
Eles primeiro se apaixonaram e quando a paixão acabou, virou amor isso porque tiveram condições internas de aceitar o bom e mau do outro, tendo a noção do objeto inteiro. 
Quando a pessoa tem o desenvolvimento esperado, ela consegue elaborar as posições esquizo-paranóide e a depressiva, isso faz com que ela seja uma pessoa com recursos e entenda sobre a responsabilidade afetiva e que tenha condições de amar, que é algo difícil pois você precisa lidar com o fato de que o objeto não é o objeto idealizado, que irá suprir todas as suas necessidades e sempre lhe causar prazer, que nem quando o bebê na posição esquizo-paranóide que quando o “seio bom” se desintegra, recorre ao mecanismo de defesa idealização, onde irá idealizar um “seio idealizado” onde esse consegue acalmar o ego do medo do aniquilamento e saciar sua voracidade, já que o “seio idealizado” não pode ser destruído e o leite nunca acaba, ou seja é apenas uma fonte de prazer. 
Amar exige que você entenda que assim como si próprio, que o objeto de amor é bom e mau, e irá lhe causar prazer mas também irá lhe causar frustrações, e ambos precisam aprender lidar com isso e ser consciente dos seus próprios sentimentos e do impacto que causam no outro. 
A relação mãe-bebê nos primeiros meses de vida é uma relação simbiótica, onde o bebe depende totalmente da mãe e não tem noção do outro, ou seja ele não sabe onde começa e onde termina, já no relacionamento de Eduardo e Mônica, ambos parecem ter noção de que são seres completos e que não precisam de alguém, mas que pelo fato de gostarem um do outro e de sua companhia, resolvem ter um relacionamento.
DE QUEM É A CULPA- MARÍLIA MENDONÇA
A letra é pautada por um desespero, com resquícios de uma dependência emocional do outro em sua vida , no qual isso é compreendido pois a paixão é algo patológico em que o indivíduo não aceita a separação por falta de uma diferenciação entre ego e objeto. Não conseguindo ter uma existência própria sem aquela pessoa que foi idealizada , a angústia de separação é recorrente em indivíduos que possuem dificuldades em se separar. Uma parte da música diz que “sem você, a vida não continua” ou seja, mostra que o fato de não ter o ego diferenciado do objeto, mostra que como o objeto levou parte dela embora, não tem como viver. 
Aqui vemos que a pessoa estava apaixonada pois a paixão é uma fase onde o outro é perfeito e corresponde a idealização da pessoa, conforme o tempo vai passando, a pessoa tende a perceber que a pessoa não nada daquilo que ela imaginava, ou seja a pessoa idealizada (no caso da música- utiliza-se a palavra inventada) e tomada pela pessoa real, que possui defeitos e qualidades, quando isso acontece, se tem duas possibilidades ou vira amor, como na música Eduardo e Mônica, ou se separam como a música da Marília Mendonça de quem é a culpa.
Aqui a eu- lírico encontra-se dominada pelos sentimentos depressivos, pois está vivenciando o luto pelo fim do relacionamento e também nota-se uma certa maturidade e organização, pois a mesma consegue assumir que tem culpa pelo término de relacionamento pois ela que se apaixonou por alguém que ela mesmo inventou. 
EU TE AMO- CHICO BUARQUE 
Na letra “eu te amo” de Chico Buarque é relatado uma dependência emocional de um relacionamento, pois é perceptível que o eu lírico, que acabou de terminar um relacionamento começa a refletir que fazia tudo junto com a pessoa e que agora como seguirá em frente sozinho. Isso pode ser comparado aos primeiros meses de nascimento, pois o bebê vive uma relação simbiótica com a mãe e também tem uma visão cindida dos objetos, ou seja não sabe distinguir quem é ele e quem é o outro, que nem a parte da música “Já confundimos tanto as nossas pernas”. 
Durante a posição esquizo-paranóide o bebê tem medo do aniquilamento e existe os objetos “maus” e os “bons” na posição depressiva o bebe compreende que ele que é o causador dos objetos “bons” e “maus” assim durante essa posição depressiva percebe que a pulsão destrutiva não está fora e sim dentro, e que ele é destrutivo, assim se dando conta da agressividade, destrutividade que possui. Aqui percebe-se que a eu lírico também encontra-se na posição depressiva pois em algumas partes da música entende que tem responsabilidade sobre o relacionamento como por exemplo “Rompi com o mundo, queimei meus navios/Meu sangue errou de veia e se perdeu”.
Aqui mostra que ele não elaborou a posição depressiva e consequentemente a esquizo-paranóide, pois não tem distinção entre ego e objeto, ou seja, o que é dele está no outro e o que é do outro está nele.
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