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Psicologia Médica

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PSICOLOGIA MÉDICA 
Prof. Diogo 
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MED T39 
1 
 
 
 O trabalho é uma forma de aliviar o sofrimento, assim bem como, a loucura 
também seria uma forma. 
 A religião nos faz acreditar no conformismo com o sofrimento atual, pois 
haverá uma ‘recompensa’ no final de tudo. 
 Freud era um médico, ele começou a observar a chegada de pacientes com 
paralisias e cegueira, que aparentemente, de acordo com os exames 
aparentavam-se normais, e tentou por meio da hipnose conseguir ter acesso à 
memória das pessoas, a fim de, destravar algo no passado. 
Ele percebeu que a hipnose não levava a melhora efetiva do paciente, pois 
após a hipnose o paciente voltava para a situação que estava. 
Mas observou melhora quando a paciente começou a falar sobre o que estava 
‘preso’. 
 Após o nascimento, a primeira companhia além do médico é a 
mãe/responsável (“A”  o “GRANDE OUTRO” >> A criança não fala, mas a mãe 
começa a interpretar esses choros, de maneira que instintiva e assim, começa a 
ter uma RELAÇÃO e repassa um SIGNIFICADO (S’) que é dela para o novo 
indivíduo, assim, ela está agindo como um GRANDE OUTRO)  Começa a ter 
TRANSFERÊNCIA de todo sentimento, amor, e etc. e a criança transmitir para o 
mundo/relações àquilo que é colocado a ele pela mãe e familiares, do início, da 
maneira como sempre aprendeu (S’/ A)  [S(A)]. 
 
A princípio o feto nasce zerado, com o delta zerado [sujeito nasce vazio, ou 
seja, ele vai ser preenchido ao longo da vida, é por isso que a seta está vazia], e 
chegará ao final com tudo preenchido [$ - a seta preenchida]. 
~ Escolhemos pessoas que nos remetem a situações de início de vida [por 
transferências]. 
~ Pais ausentes, viciados em algo e como era criança e não conseguia discernir 
acaba entendendo que deve ter algo de bom naquilo, e acaba se relacionando 
com pessoas que remetem àquilo no futuro, ou, transmitindo a raiva, ou outro 
sentimento que outra pessoa colocou na vida dele. 
~ Ao longo da nossa vida vão surgindo pessoas que resignificam à nossa vida, e 
vão fazendo parte do “Grande Outro” = Sujeito Suposto Saber [S. s. s.] -> 
Delegamos a eles suposições de um saber sobre nós mesmos, ou seja, achamos 
que eles sabem de nós [eles podem não saber, mas nós achamos/acreditamos 
que sim]; A mesma coisa quando um paciente chega e fala o que tem supondo 
que assim, o médico conseguirá diagnosticar – depósito de 
confiança/expectativa. 
Fazemos tudo isso de acordo com os Imagus Parentais, ou seja, com a imagem 
que nossos pais nos fizeram ter ao longo da vida algumas pessoas chegam 
achando que os pais não os amam, ou com ações que advém daquilo]; E ao 
longo da nossa vida vamos criando outras Imagus. 
PSICOLOGIA MÉDICA 
Prof. Diogo 
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MED T39 
2 
 
 
 
 Os médicos iniciam do zero com cada paciente, que já chegam com uma 
transferência do que já ouviu falar, além do que já traz da sua vida; para isso 
ocorrer é necessário CONFIANÇA. 
 Em uma primeira relação tem-se: MÃE | CRIANÇA 
A mãe vive em função da criança “lambendo a cria”. Mas segundo Freud é 
importante que o pai entre nessa relação para evitar os excessos. Pois a relação 
entre Mãe-Filho tem muita intensidade e garante ao que ela será toda para ele, 
que ele é o amor da sua vida, e com isso, muitas crianças acabam não 
entendendo quando o Pai e a Mãe se reaproximam (EX: é o COMPLEXO DE 
ÉDIPO no qual o filho (masculino) sente forte atração pela figura materna e se 
rivaliza com a figura paterna, um exemplo mais grave é o incesto, que consiste 
n os filhos acreditarem que a mãe/pai é quem vai satisfazê-los em tudo na sua 
vida). 
Algo que também ocorre é quando os filhos percebem que os seus pais nem 
sempre são como ‘criaram’, por exemplo, se um dia a mãe ficar brava e ele não 
conseguir entender, pois achava que ela sempre seria o ‘amor da vida dele’, o 
trataria somente com bondade e etc. 
 
 
PSICOLOGIA MÉDICA 
Prof. Diogo 
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MED T39 
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 Nós não temos medo do incerto, mas sim do que conhecemos muito bem, e no 
espaço da dúvida colocamos toda nossa imaginação, ‘paranoias’, àquilo que 
temos na mente. E assim, é com os filhos que percebem que seus pais não são 
‘perfeitos’ e a maneira a qual ele agirá sobre àquilo vai determinando a 
PERSONALIDADE, ou seja, de acordo com às frustações. 
Exemplo: uma doença, e cabe aos médicos demonstrarem que não são 
amigos/pais/ ou outros, mas sim que, está ali de maneira profissional. 
 O maior castigo não é levar a pedra até o topo do cume para sempre, mas ter 
que retornar toda vez para busca-la - [MITO DE SÍSIFO]. 
 
 
DIAGNÓSTICO E ESTRUTURA... 
 “Freud tinha perfeitamente apontado, desde o início de sua obra, a 
ambiguidade em torno da qual se coloca o problema do diagnóstico no campo 
da clínica psicanalítica; estabelecer precocemente um diagnóstico para decidir 
qual à condução da cura, enquanto a pertinência deste diagnóstico só receberá 
confirmação após um certo tempo de tratamento” (DOR, 1991, p.13) 
[Freud acreditava que um diagnóstico precoce pode agravar, por isso, sempre 
se deve ter a certeza.] 
 
 “Um diagnóstico é um ato médico mobilizado por dois objetivos. 
Primeiramente, um objetivo de observação destinado a determinar a natureza 
de uma afecção ou uma doença, a partir de uma semiologia [meio ou modo de 
se examinar um paciente]. Em seguida, um objetivo de identificação, que 
permite localizar um estado patológico no quadro de uma nosografia (...) Além 
disso, o diagnóstico médico se propõe não só a estabelecer o prognóstico vital 
ou funcional da doença, mas ainda a escolher o tratamento mais apropriado.” 
(DOR, 1991, p. 13-14). 
 
 Entrevistas Preliminares são subdivididas em quatro: “Ensaio de análise” 
 Sintomal 
Transferencial [observar se está havendo transferência, seja positiva 
ou negativa] 
Diagnóstica 
Retificação Subjetiva [autocorreções que devemos fazer sobre como 
encarar o mundo – EX: um paciente que chega se queixando de alguém, 
na verdade, está se queixando de si próprio, após ouvir, deve-se fazê-lo 
enxergar que é o reflexo dela] – a maioria das pessoas não percebe que 
estão repetindo àquelas situações que as incomodam. 
 
PSICOLOGIA MÉDICA 
Prof. Diogo 
TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MED T39 
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 DIAGNÓSTICO: 
FASE DE OBSERVAÇÃO: 
Anamnese [traz um referencial do paciente, pois busca o que àquele 
paciente já passou antes até chegar ali]. 
Exames [após anamnese, pode ser que já tenha uma hipótese, mas 
os exames são necessários para que se possa ter certeza]. 
Mediadores técnicos, instrumentais, biológicos. 
Escuta [psicanálise] – quer saber sobre tudo, o porquê em 
determinados assuntos o paciente começa a apresentar ‘tics’ que não 
percebe que está fazendo, como: tosse, desconforto, mexer 
pernas/ombros e etc; Por meio disso pode se determinar se é um 
paciente histérico, psicótico e etc. 
 
 “Como sabemos, esse espaço de palavra está saturado de ‘mentira’ e tem o 
imaginário como parasita. De fato, é o lugar aonde vem se exprimir o 
desdobramento fantasmático; é também aquele em que o sujeito dá testemunho 
de sua própria cegueira, já que não sabe realmente o que diz através do que 
enuncia, do ponto de vista da verdade do seu desejo, do ponto de vista, então, 
daquilo que subtende o sintoma em seu transvestimento. Por esta razão, o 
estabelecimento do diagnóstico se subtrai aos dados empíricos objetivamente 
controláveis. Sua avaliação é essencialmente subjetiva, na medida em que só se 
sustenta a partir do discurso do paciente, e toma apoio na subjetividade do 
analista que ouve.” (DOR, 1991, p. 14). 
 
 
Muitas vezes o indivíduo fala algo inconscientemente que revela o verdadeiro ‘eu’, 
e assim, o espaço de palavra está saturado de ‘mentira’. E como isso é um lugar 
onde há expressão do desdobramento das fantasias, e o sujeito dá testemunho de 
sua própria cegueira, já que, não sabe realmenteo que diz, e com isso começa a 
tranvestir [arrumar ‘desculpas’ para justificar o que ela queria/quer fazer, e é por 
isso que o outro conhece apenas o que queremos que ele conheça e não o nosso 
erdadeiro eu]. Por isso, para estabelecer um diagnóstico se subtrai aos dados 
empíricos objetivamente controláveis. Sua avaliação é essencialmente subjetiva, 
na medida em que só se sustenta a partir do discurso do paciente, e toma apoio 
na subjetividade do analista que ouve. (DOR, 1991, p. 14) 
 
 
 
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TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MED T39 
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EX: Freud citou o caso de um adulto que conta ter visto os pais tendo relações 
sexuais, e que isso, mexeu muito com ele. Mas, durante a escuta o rapaz 
entregou que, na verdade, esse ‘trauma’, aconteceu em uma fazenda, quando 
ele era pequeno e viu os animais tendo relações e fazendo muito barulho; Com 
isso, foi possível identificar que a cena de relações sexuais e as consequências 
do que àquilo trouxe sobre ele, nunca foi entre os pais, mas sim entre os 
animais. 
 
 “Na clínica analítica, o ato diagnóstico é necessariamente, de partida, um ato 
deliberadamente posto em suspenso e relegado a um devir. É quase 
impossível determinar com segurança, uma avaliação diagnóstica sem o apoio 
de um certo tempo de análise. Mas é preciso, no entanto, circunscrever, o mais 
rápido possível, uma posição diagnóstica para decidir quanto à orientação da 
cura.” (DOR, 1991, p. 14). 
 
 
Freud sublinha a importância do discurso livre para que assim, o próprio 
paciente possa dizer a maneira com a qual ele gostaria de ser tratado; Sendo 
assim, quem analisa NUNCA dirá o que o paciente tem, mas irá fazê-lo 
perceber o que tem e a melhor maneira de tratar. 
 
 O trabalho gera satisfação, mas também sofrimento e até adoecimento; A 
pesquisa buscou entender o porquê exercendo a mesma função, duas pessoas 
desenvolviam coisas diferentes, como por exemplo, o esgotamento profissional 
e outro não; Então percebeu que a bagagem de vida determina qual sofreria 
mais, e o adoecimento não são sintomas para determinar a causa, pois há 
variáveis múltiplas, ou seja, cada um suporta coisas diferentes – 
SINGULARIDADE DO SUJEITO. 
 
EX: Duas pessoas podem se queixar de depressão, mas o tratamento será 
diferente, pois o que levou a isso são causas diversas em ambos, e assim, o 
tratamento também irá se diferenciar. 
 
 Ao trabalhar com um diagnóstico deve-se observar qual estrutura psíquica 
àquele paciente demonstra, pois assim, demonstrará fenômenos e sintomas 
diferentes. 
 
 
 
 
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ESTRUTURA = Conjunto de elementos que mantem uma relação entre si e que 
essa articulação é mais importante do que os elementos em si; 
Essa relação, o paciente possui em sua vida desde quando nasce para que ele 
dê conta de viver e suportar a vida da sua maneira, ou seja, essa junção dos 
elementos demonstra o valor que o sujeito dá às situações que ocorrem, e 
assim, demonstrando sua possível estrutura. 
O conjunto de elementos que formatam a estrutura do indivíduo representam 
tudo àquilo que a personalidade vai usar para ela se organizar ao longo da vida, 
ou seja, cada indivíduo tem a sua personalidade, porque antes houve uma 
estruturação na vida dele, o que possibilitou as reações, os interesses de cada 
um. Sendo assim, embora mais de um indivíduo tenha a mesma estrutura, eles 
terão características diferentes, pois a vida, família, e outros contribuíram para 
a organização de cada será a maneira com a qual a personalidade irá responder 
as coisas da vida deles. 
 
A PERSONALIDADE de todos os indivíduos pode ser compreendida por meio de 
três estruturas mentais, são elas: 
- Neurose [Histeria / Neurose Obsessiva] – É a maneira que a pessoa irá 
reagir aos fatores da vida. Esse tipo se caracteriza como sendo àquele 
sempre mantem o problema em segredo, ou seja, guarda dentro de si o 
problema externo. Tudo que é doloroso é recalcado e permanece obscuro, 
causando sofrimentos que o indivíduo mal pode identificar, apenas sentir, e 
como ele não consegue identificar a pessoa passa a reclamar de outras 
coisas, de sintomas que não sente – INCONSCIENTE. Dessa maneira o 
sujeito vive remoendo o passado e há grande sentimento de ‘culpa’ ao 
pensar em algumas situações, e tender a sensação de que poderia ter feito 
mais. 
* A neurose é ‘normal’ mas são os desdobramentos que ela traz: 
obsessivo/histeria que reflete para criação de manias e outros para 
sobreviver desse mundo. 
 
❃Histeria: ‘Comum em mulheres’ 
“A histeria é um quadro de existência muito antiga, um nome que já vinha 
sendo usado muito antes de Freud. Constituindo sempre um objeto de interesse, 
a histeria ganhou um grande número de explicações acerca da sua etiologia e, 
dependendo da natureza da explicação, tornava-se alvo de práticas religiosas, 
judiciárias e médicas, entre outras. (...) Com relação à variedade das 
manifestações da histeria, à diversidade de sintomas que apresenta, podemos 
dizer que os quadros atuais são nitidamente diferentes daqueles descritos por 
Freud. Naquela época, Freud descrevia suas pacientes como apresentando 
graves paralisias, sérias perturbações, incluindo a chamada ‘grande conversão’. 
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Pacientes desse tipo não são a maioria dos que frequentam atualmente os 
consultórios dos analistas, ou seja, a ‘aparência’ dos sintomas, hoje em dia, é 
diferente da época de Freud.” (PALONSKY, 1997, p. 29-30). 
 
 
O Grande Outro é importante em nossa vida, até mesmo para criarmos 
leis/manias e etc. para viver/organizar o mundo para trazer certa 
segurança/ para nos deixar mais confortáveis, mas toda essa estrutura 
que formamos é falha e isso pode causar certo desconforto; Por meio 
da Neurose, que é o ‘normal’, mas é ela quem possibilita criarmos 
normas para convívio social/leis e outros para reorganizar o que 
acontece nas vidas – “ela consegue nos tirar da beira da loucura”. 
 
Seu significado se relaciona com “útero”, que é um espaço vazio/falta 
e a histeria se baseia nisso, em preencher esse vazio, o que está 
faltando. 
 
Os sintomas são diferentes nos dias atuais, do que quando Freud 
descrevia; Na época, ele citava perturbações como “grande conversão” 
– movimento de retorno, ou seja, perturbação emocional que retorna 
de alguma maneira, nesse caso, para o próprio corpo (cegueira, 
paralisias e etc) – que não tinham vínculos fisiopatológicos; 
Sabe-se que há modelos sociais (“O que é ser mulher?”) impostos, que 
podem trazer sintomas; Na época de Freud, as mulheres eram muito 
mais reprimidas, o que caracteriza esse retorno. 
Hoje, as mulheres não fazem mais ‘grande conversão’ do Freud com 
(paralisias e etc), mas apresentam outros sintomas que irão convergir 
para esses mesmos sintomas (Hoje, os modelos sociais/estereótipos 
baseiam-se, por exemplo, nos polos da moda – extremamente 
magras)- e mulheres de academia – com corpo todo moldado-, 
recursos como academia, plásticas, procedimentos estéticos para 
chegar são utilizados). 
** Algumas mulheres se tornam anorexígenas, com bulimias, se 
mutilam por não conseguirem atingir tal ‘padrão’ e até mesmo a 
‘distorção de imagem. 
– Vigorexia: oposta a anorexia, ou seja, mais comum em homens, a 
pessoa se vê menor e quer se tornar maior levando a um excesso de 
atividade física, uso de anabolizantes e etc; Ou em mulheres o 
aumento também das próteses de silicones’** 
 
 
PSICOLOGIA MÉDICA 
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TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MED T39 
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Outros sintomas também são: teatralização, dramatização, a fim de, 
chamar a atenção para si, ou seja, o outro sempre é o culpado; e 
mesmo que o outro organize/solucione, ela sempre agir como não 
estar satisfeita. Ela pode sempre se colocar como o “Desejo Idealdo 
Outro” = AUTRUÍSMO, ou seja, sempre busca o que o outro quer para 
se tornar àquilo. 
 
 EX: A mulher vê o crush e sente uma euforia, emoção por dentro... No primeiro 
encontro é bom, mas depois de um tempo ela começa a perceber as 
falhas/defeitos e expor ao outro, até mesmo aumentando ou criando; Isso 
ocorre até sem que a mulher perceba. 
 EX: Começando um resfriado, e já acha que está com COVID-19, ou fala “Eu vou 
ficar, vocês vão ver em”. 
 EX: Mãe quando fala “O dia que eu morrer você vai me dar valor”. 
 
“O movimento realizado pelo sujeito de modo a conseguir manter a 
ilusão acerca da existência de um Outro completo consiste em trazer 
para si a castração, e é nesse sentido que Lacan diz que o neurótico 
oferece a própria castração para sustentar um Outro não-castrado. 
(...) Temos, pois, que o sujeito, em relação à neurose, foi confrontado 
com a castração do Outro e que, portanto, ele ‘sabe’ dessa castração. 
Entretanto, pelo recalque, esse ‘saber’ é afastado do plano consciente, 
e o sujeito, mesmo sabendo, faz como se disso não soubesse. 
Podemos dizer que a neurose está estruturada em torno desse ‘saber’ 
inconsciente, a partir da ação do recalque. Esse é o fundamento da 
neurose, presente, tanto na histeria quanto na neurose obsessiva. 
Entretanto, podemos dizer que o recalque da castração do Outro é o 
mecanismo por excelência da histeria.” (PALONSKY, 1997, p. 30-32). 
 
 
Ela sempre evidencia a falta no outro (minúsculo), ou seja, com isso ela 
se coloca como quem pode completar, e quando isso não ocorre, ela 
evidencia os defeitos e faltas (Castração do Outro); Muitas vezes 
colocando um 3º para resolver tudo e deixar ‘perfeito’, o que nunca 
será, pois somos pessoas incompletas. 
A pessoa percebe a falha do outro e torna isso inconsciente e acaba 
agindo sem perceber apontando essas falhas do outro. 
 
 EX: Mãe reclamando do pai para a filha, como se ele nunca faz nada certo; o 
problema é quando compramos uma briga que não é essa, ou seja, como se 
pudéssemos arrumar tudo isso, mas ele não meu marido, mas sim o pai; Ele é 
falho como homem para a mãe, e não para o filho. 
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Isso tudo, pode estar relacionado com o fato do “Amor Materno”, ou 
seja, muitas mulheres podem se sentir como “pouco amadas” – um 
pai/irmão que a mãe amou mais (‘algo desorganizado’); E a maneira 
pela qual ela consegue criar manias e outros, pode ser o que fez ela se 
tornar neurótica e não atingir a psicose/perverso. 
Mesmo em filhas gêmeas, criadas juntas e em um mesmo contexto, 
cada uma terá uma forma de lidar com as organizações da vida. 
 
 EX: Pais falam “Eu vou dar para o meu filho tudo àquilo que não tive”, mas na 
verdade, o que o filho precisa é do amor; É necessário a presença, mas também 
a ausência (não negligente), para que vejo que eles não são perfeitos, e com 
isso ele cria certa dependência daquilo que os pais não podem oferecer, e ele 
consegue isso com os novos relacionamentos ao longo da vida; Isso mostra que 
o filho pode se lançar ao mundo, mas que sempre terão eles, não para sempre 
concordar, mas para ser um seguro, como afeto. 
 
O controle do ego é derrubado, ou seja, realiza ações que o ego não visa; 
O indivíduo permanece dando voltas em torno de um mesmo problema, 
como se nunca conseguisse encontrar a verdadeira causa de sua frustação, 
por isso sempre ao relembrar de um fato do passado sente ‘culpa’; ou até a 
busca constante por um objeto ou relação idealizada, na qual o indivíduo 
deposita à frustação recalcada levando a mais frustações – mais comum 
em mulheres, pois há maior complicação no desenvolvimento sexual, 
sentimento de castração que leva a passividade -. 
Ele passa da realidade para a fantasia; No qual a angústia é expressa por 
meio do corpo. 
 
“Até que Freud produzisse, em 1905, o seu trabalho ‘Três ensaios 
sobre a teoria da sexualidade’, existia, entre outras, a crença de que a 
sexualidade adulta estaria determinada pelo encontro de um objeto 
heterossexual para que se pudesse realizar a sua finalidade, o ato 
sexual, o coito. Dada essa concepção, a sexualidade humana seria algo 
da natureza do instinto, existindo já previamente marcado através de 
que objeto poderia se dar a satisfação sexual. Nas palavras de Freud 
(1905), parece provável que a pulsão sexual seja, em primeiro lugar, 
independente de seu objeto; nem é provável que sua origem seja 
determinada pelos atrativos de seu objeto. Essa independência em 
relação ao objeto implica que, para o ser humano, não existe nada 
que indique, de antemão, qual é o objeto da satisfação sexual, nada 
que indique o que desejar. Ou seja, não existe nenhuma indicação se o 
objeto ao qual se vai dirigir deve ser uma pessoa do sexo oposto, 
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conforme era suposto antes de Freud. O objeto vai se constituir como 
resultado de um processo, e é sempre apresentado por um Outro.” 
(PALONSKY, 1997, p. 34-35). 
 
 
 
Tudo que é dado como Grande Outro se baseia nos pais e no contexto 
inserido; Nessa época do texto, era momento de forte atuação da 
crença religiosa tradicional – nesse caso, o sexo seria apenas para 
reprodução/instinto, e isso, de maneira ruim, nos aproxima de um 
‘animal’, mas com humanos não é assim, pois envolve ‘pulsão’- o que 
vai além. Ou seja, não precisa ser um objeto sexual, mas só de ser um 
objeto, como comida, afeta, por exemplo, que traz a satisfação. 
**INSTINTO= os animais, por exemplo, comem, bebe só quando estão 
com fome, ou sede; Ligado ao primitivo/Leis Naturais – Cruza para 
reprodução e pelo instinto. 
**PULSÃO= Os humanos, por si só, não come só quando está com fome, e 
na verdade, escolhe alimentos que não são básicos, mas que traz a 
sensação de prazer; Exemplo: A escolha do tipo de comida ou bebida; 
Exemplo o ato sexual – não basta apenas o ato (o que seria instintivo), 
mas outros, por exemplo, precisa de algo a mais, como: abraços, 
carinhos e outras manias. – Ligado aos aspectos emocionai, ao 
organismo. 
** o desejo sexual vem para suprir a falta que o indivíduo possui; E 
apesar de escolher um objeto para isso, outras falhas sempre irão 
aparecer, ou seja, o Neurótico escolhe esses objetos por medo de 
sofrer, então ele escolhe para ser feliz. 
 
 EX: Quando a mãe coloca a criança para mamar, nesse ato, ela não da só a 
comida/instinto, mas também faz carinho; Por isso, muitos até mesmo quando 
cheios choram, só para conseguirem o afeto que o ato do instinto traz, ou seja, 
coloca para mamar, ele não mama, mas só por estar ali, o que àquilo traz. 
 
 EX: Os diabéticos possuem seus tratamentos, mas sempre acabam saindo um 
pouco do que lhe foi colocado; O médico precisa entender tudo que envolve 
essa DM além dos exames laboratoriais e físicos que ele realiza, mas também 
visualizando o desejo daquele paciente em cima da alimentação, não de 
maneira instintiva, mas sim pulsional que levou essa pessoa ao consumo 
exagerado de carboidratos aumentando a glicose, que chegou ao ponto de ser 
uma patologia; O médico deve sim ofertar os medicamentos, dietas, exercícios 
físicos para o controle dessa enfermidade, mas, além disso, deve-se oferecer a 
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ajuda de psicólogo para que a pessoa avaliar como os afetos estão mal 
relacionados com a alimentação em excesso. 
 
 EX: Anorética teve alguma relação com a comida que a faz não ter afeto pela 
comida. 
 
A pulsão não está ligada a um objeto, na verdade é anterior e interno. 
São as relações com o Grande Outro que nos faz ter a escolha do 
objeto (seja pelo físico, intelecto, sexual) para satisfação da pulsão 
sexual. 
*A sexualidade, não necessariamente, possui relação direta ao ato 
sexual, mas ao que pensa, como se impõe e etc; e sádico (tende aohomem/obsessivo – se impõe, mais agressivo) masoquismo (tende a 
mulher/histeria- aceita o sofrimento, humilhação, acha que não possui 
direito, ou seja, como a mãe não possui o mesmo genital que o 
homem há sentimento de falta, ainda mais que, no mundo, os homens 
possui mais direitos e conseguem se impor mais) 
 
 EX: Eu não amo a pessoa pelo que ela é em si, mas pelo que eu criei em cima 
daquela pessoa – o que enxergo no outro, ou seja, o amor não é cego, mas ele 
enxerga o que é suficiente/que deseja ver, e não de fato o que a pessoa às 
vezes é; 
 EX: Não há garantias de que uma criança criada por casal homossexual se 
tornará também, visto que, a maioria dos homossexuais foram criados por 
héteros. 
 
“Além disso, os objetos com os quais o sujeito ‘aprende’ o que se 
relaciona com o amor, o desejo e o sexo vão ser os objetos proibidos 
na hora da escolha. A própria estrutura do desejo faz com que nunca 
exista um objeto totalmente satisfatório, havendo sempre uma 
distância entre o objeto desejado e aquele encontrado. Isto não é um 
acidente particular da vida de uma pessoa, nem depende da sua 
maneira de buscar ou escolher o objeto. É claro que a história e as 
particularidades de cada um são importantes, mas a impossibilidade 
de encontrar ‘O Objeto’ do desejo não depende disso. Por sinal, se um 
sujeito tem um encontro com esse tal objeto, o resultado não é uma 
imensa satisfação, mas uma intensa angústia.” (PALONSKY, 1997, p. 
35). 
 
 
Os objetos de escolhas não traz satisfação plenamente, e quando há 
possibilidade disso ocorrer, nos traz angústia (faz valer os sintomas de 
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manias, medos e etc – EX: Mulher que conseguiu engravidar depois de 
muito tempo, 1ª é sensação de felicidade, mas depois vêm os 
pensamentos de problemas que podem ocorrer), pelo fato de 
acabarem os desejos  há distância entre o desejado e o encontrado, 
e assim, não há SATISFAÇÃO completa (morte, pois é um momento 
que se depara com o real da vida, ou seja, ali termina e não há mais 
nada para se fazer, e isso traz angustia para os demais). 
 
Tudo que fica recalcado, quando vem ao consciente, vem fragmentado, e 
isso demonstra que sempre fica um resto. 
 
Só ‘deseja’ àquilo que falta (tentativa de preencher), pois não há como 
desejar àquilo que já se possui; E escolhemos os objetos que trazem 
traços do ‘Imago Paretal’, ou seja, recorre aos traços/parte dos pais 
como imagem (são as memórias que obtivemos, é em casa que 
aprendemos a amar e ser amado; E na vida temos esse sentimento e 
atraímos pessoas que são semelhantes, mas ao longo da vida, 
podemos ir editando e ir complementando isso, ou seja, é passiva [o 
que obtemos no passado] e ativa [vamos reinventando e completando 
ao longo das experiência da vida]; Mas ao longo do tempo percebe-se 
que eles não são tão ‘perfeitos’ como havíamos criado, pois em tudo 
há falhas (o Outro não é obrigado a suprir nossas expectativas). 
** Pai e Mãe (não é o de ‘carne e osso’ ou àquele biológico, mas sim 
quem traz o afeto, ou seja, que traz essa função (MÃE: coloca muito 
carinho e afeto, amor, quem reivindica, aponta para a socialização, ou 
seja, a palavra de uma mãe tem muita força. E é ela que permite que o 
pai entre, pois até então, num primeiro momento, a relação é apenas 
com a mãe, sendo o pai um ser qualquer, como se o cordão umbilical 
não tivesse sido cortado | PAI: entra cortando a relação simbiótica (Lei 
para interromper) entre a mãe e o pai, mas tudo isso, se dá quando a 
mãe permite começar a se desvincular | CRIANÇA: nota que quando 
chora não tem mais àquela que vinha, o cheiro, e etc; Com isso, 
começa a perceber que eles não são um só, mas sim dois diferentes) 
*se o pai morrer/abandonar/do sexo masculino antes de crescer, por 
exemplo, para a criança é como se não tivesse existido, pois não teve a 
função de pai, o que deverá ser suprido em outras coisas, a mãe terá 
que arrumar alguma outra forma. 
 
“Vimos que quando uma criança nasce, ela vai ocupar, por estrutura, o 
lugar de falo da mãe, ou seja, essa criança vai, inicialmente, ser o falo 
da mãe, aquilo que torna essa mãe completa. Estamos aqui falando 
de um momento particular em que existe uma fusão mãe/criança, um 
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momento em que a criança identifica-se com o que supõe ser o objeto 
de desejo da mãe. Nessa condição de suposta completude, a 
dimensão do desejo está abolida, não existindo a possibilidade de a 
criança desejar qualquer coisa: ela é tudo o que a mãe deseja.” 
(PALONSKY, 1997, p. 36). 
 
 
Quando a criança nasce, ela ocupa o local de ‘Falo’ = ‘pênis’ (círculo na 
imagem abaixo) para mãe, pois o entendimento da criança sobre 
poder e não poder se dá por uma percepção anatômica, que é tomado 
como um símbolo; A mãe não possui esse ‘Falo’, e ao engravidar, a 
barriga grande representa um falo na vida dela; 
Antigamente exibir a barriga gestante era mal visto, e atualmente, é 
exibido (possui até direitos preferenciais) e valorizado, e com isso, a 
mulher também valoriza o produto gerado pela barriga, a criança 
(dependendo de como se encara a gravidez, a mulher pode enxergar a 
criança como a única razão da vida dela, colocando-a como um 
estatuto de um ‘Falo’  Ela possui uma posição privilegiada, pois irá 
mandar na criança); E com isso, o que ocorre é uma inversão onde o 
bebê será o rei, ou, majestade, onde tudo gira em torno dele, ou seja, 
ela ocupa uma posição fálica para a mãe (a mãe projeta o desejo 
naquela criança tem as expectativas criadas, o símbolo da barriga, e 
com isso, ao nascer cria-se um vínculo, e as expectativas/desejos que 
são colocados no novo ser, ou seja, o sonho de ser mãe se materializa 
e ela já cria toda a vida dessa criança), e a criança também acredita 
que trará a plena felicidade para a mãe. 
** em depressão pós-parto ou em gravidez não desejada, a mãe terá 
‘Falo’ externo, ou seja, está investindo de maneira intenso no interno e 
não percebe o que está no externo. 
 
 
 
“A unidade mãe/criança vai ser abalada se e quando surgir na mãe a 
possibilidade de um desejo que não possa ser satisfeito pelo filho; e, 
neste momento, entra em cena o pai como aquele para o qual se 
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dirige o desejo da mãe. A percepção do desejo na mãe coloca para o 
filho a questão de que ele não a preenche, que a mãe não fica 
completa com ele, que ele não é tudo que a mãe precisa, quer. É nessa 
circunstância que, supostamente, vai entrar a figura do pai. Como já 
foi apontado, não se trata exatamente do pai biológico, mas de uma 
função que indica que o desejo da mãe está referido a uma outra 
ordem, que não está circunscrito no espaço mãe/filho.” (PALONSKY, 
1997, p. 36). 
 
 
O ‘pai’ não necessariamente é o físico e biológico, pode ser o estudo, 
trabalho e outros da mãe, que demonstram essa função, 
demonstrando que a criança não precisa ser tudo que a mãe havia 
projetado para ele. Num primeiro momento pode ser uma maneira de 
Interrupção (traços em vermelho na imagem), mas também 
Libertador; 
A mãe começa a desejar outras coisas que o filho não consegue 
satisfazer, trazendo um sentimento para a criança de que ele não é 
tudo que a mãe quer/ falta algo, e nesse momento supostamente 
(precisa ser validado pela mãe) ocorre à entrada do pai. 
 
“Para analisar esse papel, vamos recorrer a uma crença infantil, 
apontada por Freud, segundo a qual todos os seres humanos seriam 
dotados de pênis, desconsiderando, portanto, a possibilidade de que 
alguém não tenha pênis. Essa crença sofre um abalo com a 
constatação da diferença entre os sexos, ou seja, é instaurada para a 
criança a possibilidade da existência de seres sem pênis. Freud (1924) 
diz: Mais cedo ou mais tarde a criança, quetanto orgulho tem da 
posse de um pênis, tem uma visão da região genital de uma menina e 
não pode deixar de convencer-se da ausência de um pênis numa 
criatura assim semelhante a ela própria. A diferença entre os sexos é 
então colocada para a criança em relação a uma falta. De fato, tudo 
isso poderia ser simplificado caso a diferença entre os sexos fosse 
‘apenas’ uma diferença, segundo a qual um sexo é constituído de uma 
maneira, e o outro, de outra maneira. No entanto, não é assim que 
acontece, e a suposição de que ‘algo falta’ é o que vai constituir a 
base da diferença.” (PALONSKY, 1997, p. 39-40). 
 
“(...) a cultura oferece permanentemente modelos do que 
supostamente é uma mulher, o que é o amor, o que é o desejo, o que 
um homem deseja e o que uma mulher deve desejar. Desde as 
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novelas até as letras das músicas, passando pela publicidade e a 
moda.” (PALONSKY, 1997, p. 46). 
 
 
 
A histérica acaba achando que precisa ser o ‘objeto ideal’ para o 
homem, se esquecendo de que basta ser mulher. 
No caso do feminismo ao colocar que deveria ter direitos iguais aos 
dos homens, mas se esquecem de que os homens deveriam ter, na 
verdade, os mesmo deveres dessas mulheres (EX: Cozinhar deve ser 
função de quem pode manusear o fogo e quer comer; Limpar a casa 
deve ser de quem mora e etc). 
 
 
Pode-se ter uma mulher com traços obsessivos e homens com traços 
histéricos, mas na mulher, geralmente é a histeria que se sobressai, assim 
como, no homem é o obsessivo. 
 
❃Neurose Obsessiva: ‘Comum em homens’ 
Lacan diz que “O neurótico oferece a própria castração para sustentar 
um Outro não-castrado”. 
O indivíduo permanece dando voltas em torno dos mesmos problemas, 
no entanto, existe uma forte tendência em organizar tudo ao seu redor, e 
é visto como ‘centro do mundo’, liberdade, e quando questionados, 
muitos não conseguem lidar como não sendo o ‘centro’ e se tornam mais 
violentos [momento em que não são mais tudo para a mãe, que não são 
mais o centro]. 
A necessidade de organização externa seria um mecanismo para evitar 
pensar nos problemas reais recalcados em seu interior. O sujeito destrói 
os outros para, em seguida, reconstruí-lo – mais comum em homens – 
 
“Antes de Freud, a concepção de obsessão pela psiquiatria consistia em 
dar conta de uma loucura que não afetava o raciocínio. O psiquiatra 
Philippe Pinel a denominou ‘mania sem delírio’, por não encontrar uma 
ideia delirante que a originasse, mas uma alteração nas funções afetivas, 
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donde o sujeito era tomado por um furor intenso. A palavra obsessus, de 
origem latina, significa ‘sitiado’, ‘cercado’. O ‘estado de sítio’ da neurose 
obsessiva já havia sido sublinhado pelo psiquiatra Legrand Du Saulle, que 
a descreveu como ‘loucuras da dúvida’. Este autor uniu a neurose 
obsessiva e a fobia, concluindo que a ‘loucura da dúvida’ consiste em uma 
luta silenciosa: ‘o sitiado não se queixa do sitiador’. (RIBEIRO, 2011, p. 
53). 
 
 
Tudo que era obsessivo era considerado loucura, mas que não afetava o 
raciocínio, ou seja, ficavam dentro da razão [o impacto maior é no 
pensamento e não no corpo]  eles observavam que não afetavam 
muito, na verdade, o comportamento. 
Quando ocorrem falhas ou são questionados, os obsessivos são tomados 
por algo que vem de maneira descontrolada/ficam nervosos/ímpeto –
manias desenvolvidas - para dar conta da castração do Outro e para não 
se haver com a angústia; E também podem agir de maneiras infantis 
quando as coisas saem de seu controle. 
 
Na neurose obsessiva, os sintomas aparecerão, prioritariamente, no 
campo das ideias, como dúvidas, restrições, hesitações, ambivalência 
afetiva e racionalização. Lacan, na conferência em Genebra sobre o 
sintoma, estabelece uma fórmula inspirada nos obsessivos: “O obsessivo 
é muito essencialmente alguém que é penso. Ele é penso avaramente. Ele 
é penso em circuito fechado. Ele é penso para si mesmo” (LACAN, 
1975/1998, p. 14). Mas todo esse esforço não anula o corpo que, com 
frequência, padece dos efeitos da angústia. Frente a tais considerações, 
se torna imprescindível realizar. 
 
O obsessivo [significado: sitiado, ou seja, se sente vigiado o tempo todo, 
mas não se queixa de quem o vigia, pois quem detém o poder maior que o 
dele, traz a ele a razão de se igualar, derrotar e manter derrotado; Assim, 
ele não critica o Outro, pois ele quer ser sempre ressaltado sobre o outro] 
‘pensa demais’, ou seja, está sempre em dúvida e acaba entrando a 
paranoia, diferente da histeria que é mais reflexa na conversão pelo 
corpo, por exemplo. 
Se alguém propõe mundo do seu mundo, o obsessivo sente que o seu 
mundo está desabando. Ele já possui uma sequencia de feitos 
diários/manias, e se algum dia esse ordem mudar, ele começa a ter 
sofrimento interno [furor intenso/interno]  Tudo para controlar o 
Grande Outro, ou seja, para que as coisas não saiam do seu controle [se 
algo sai do controle, se sente sempre culpado]. 
E 
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** a histérica não precisa manter o opositor derrotado, na verdade, ela 
mantém perto para poder criticá-lo** 
 
A simbologia de ter um falo traz uma diferenciação ao homem, por isso 
que, para trazer questionamentos é só perguntar sobre tamanho, 
potência, funcionalidade – ou seja, esse órgão humano traz uma possível 
uma representatividade do poder [sensação fálica que não está ligada ao 
social, mas que acaba se associando]. 
 
Segundo Lacan, o obsessivo é um escravo que espera pacientemente a 
morte do seu senhor para que possa vir a ocupar o seu lugar. Em outras 
palavras, para que assim ele possa gozar. “Que espera o obsessivo? A 
morte do senhor. De que lhe serve essa espera? Ela interpõe-se entre ele 
e a morte. Quando o senhor estiver morto, tudo começará” (LACAN, 
1953-54/1979, p. 326). Eis a escravidão do obsessivo: sem tal morte ele 
se vê aprisionado a uma espera e, enquanto espera, tudo o que lhe resta 
é criar artifícios para que o seu desejo e o desejo do outro permaneçam 
encobertos. O obsessivo é, portanto, fundamentalmente aquele que 
espera, que protela, para si e para o outro. Para o outro também, pois ele 
é “o sujeito que pensa o pensamento do outro, vê no outro a imagem e o 
esboço dos seus próprios movimentos. Ora, cada vez que o outro é 
exatamente o mesmo que o sujeito, não há outro mestre exceto o mestre 
absoluto, a morte” (LACAN, 1953-54/1979, p. 327). 
 
 
“Em ‘As psiconeuroses de defesa’ (1894), Freud aprofundou-se no estudo 
da histeria e das obsessões e fobias, cujo mecanismo de defesa se dá de 
forma diferente. Nas obsessões, há uma substituição da ideia original 
relacionada às impressões penosas da vida sexual do sujeito por outra 
ideia que vai associar-se ao estado afetivo, devendo-se, a isto, o caráter 
obsessivo. As obsessões distinguem-se das fobias, pois, no mecanismo da 
fobia, não se trata da substituição de ideias intoleráveis, mas de um 
conflito psíquico que culmina em um estado de angústia no qual a 
solução encontrada pelo sujeito seria a de substituir esse conflito por um 
objeto evitável”. (FILIPPI; SADALA; LOURES, 2019, p. 363-364). 
 
 
 
Para ele, como há presença de algo anatômico, quando algo perturbador 
ocorre, ele tampa esse estado de ansiedade e angústia com algo que ele 
cria, ou seja, começa a pensar demais  está na ordem dos 
E 
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pensamentos. 
EX: Compra de um carro  o homem quer entender mais que o próprio 
vendedor, ou seja, se liga mais a ‘potência’; enquanto que a mulher se 
preocupa mais com o estético, aparência. 
 
A fobia/medo  Existe um objeto em que se coloca o desconforto 
advindo de outra situação [recalcado],de uma ideia que, para àquela 
pessoa é intolerável, e com isso, ela cria uma ‘cortina de nuvem’ para 
cobrir o verdadeiro motivo/desconforto. 
 
**geralmente, possui características voltadas para defender a moral dos 
bons costumes, principalmente, quando se tem filha mulher** 
 
“Também, Freud (1894) ressaltou uma importante diferença referente à 
etiologia sexual das neuroses. Na etiologia histérica, encontramos a 
passividade sexual, uma experiência tolerada com indiferença, com 
temor. Na neurose obsessiva, ocorre o oposto: trata-se de uma 
experiência que causou prazer. As ideias obsessivas a que Freud se refere 
são as reprovações que o paciente dirige a si próprio, pelo gozo sexual 
antecipado, estando tais reprovações deformadas por um trabalho 
psíquico inconsciente de substituição das representações intoleráveis.” 
(FILIPPI; SADALA; LOURES, 2019, p. 364). 
 
 
As experiências entre os sexos, mas não sexual, como por exemplo: da 
mãe com filho, da filha com pai; na histérica há passividade, ou seja, a 
mulher é passiva/temor em relação ao outro sexo [não andar em certos 
lugares pelo medo do que algum homem poderia fazer – o pai geralmente 
coloca até restrições para que não ocorra o ‘pior’]; Enquanto que no caso 
do homem, as experiências são sempre prazerosas em relação ao outro 
sexo, inicia-se, por exemplo, com a mãe [muito permissível] podendo 
gerar certo prazer, e com isso, foge disso; Só de pensar na mulher como 
objeto de prazer, já se torna moralizador com a filha, mulher e se acham 
no direito de julgar um tamanho de roupa, com o que os outros irão 
pensar e agir, e etc, e com isso reprimem as parceiras; 
Mas geralmente, esses homens encontram mulheres que não 
questionam, e sim que aceitam e assumem a posição passiva; Pois esses 
homens só de olharem outras mulheres, ele já pensa que outros farão a 
mesma coisa e agem com ciúme excessivo. 
Geralmente, o obsessivo tem alguém que ele segue a risca, seja político, 
Deus, ou outra imagem, e quando não consegue seguir àquilo, ele se 
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pune, e atribui para si próprio o julgamento, ou seja, só de pensar já 
sofre. 
 
“As recordações e as repulsas das experiências sexuais infantis não 
chegam à consciência sem sofrer deformações. O eu tenta, com efeito, 
defender-se pelos sintomas, que representam ‘medidas preventivas’ na 
luta contra as representações intoleráveis e afetos correspondentes. 
Estas medidas preventivas podem se tornar atos obsessivos que 
asseguram ao eu a defesa contra o retorno do conteúdo recalcado. 
Algumas medidas preventivas consistem em penitência, cerimoniais 
incômodos e contagem, entre outros. As medidas de preservação são as 
fobias, as superstições, a minuciosidade e os escrúpulos.” (FILIPPI; 
SADALA; LOURES, 2019, p. 364). 
 
 
 
Ele é cheio de penitências, regras, preocupação com cálculos, detalhista, 
que age sempre achando que as maneira dele dará certo e será melhor. 
Só menospreza superstições, minuciosidade e escrúpulos desde que ele 
sinta que não possui a obrigação de dar conta disso, ou seja, tem quem 
faça por ele e passa a ser desleixado naquelas condições [tiram a roupa e 
deixam naquele lugar, comem e deixam os pratos aonde comeram e etc]. 
 
** o TOC é quando já há prejuízos, é um transtorno que precisa ser 
tratado** 
 
“Ademais, fazendo uma analogia entre os atos obsessivos e as práticas 
devotas do crente, denominados de ‘cerimoniais’, Freud, em 1907, 
escreveu o texto Atos obsessivos e as práticas religiosas. O cerimonial 
neurótico consiste em gestos e restrições colocados em prática em sua 
vida cotidiana, produzindo formalidades desprovidas de qualquer 
significado. Na neurose obsessiva, o sujeito é incapaz de suprimir a 
execução destas formalidades por ser tomado por um estado de 
angústia intolerável que o obriga a executá-las. Os atos cerimoniais do 
neurótico obsessivo consistem em atividades que complicam, atrasam, 
por exemplo, o ato de vestir, tirar a roupa, deitar-se para dormir etc. 
Freud (1907) descreve este ato cerimonial como sendo uma adaptação 
fiel do sujeito a uma série de leis não escritas.” (FILIPPI; SADALA; LOURES, 
2019, p. 364). 
 
 
 
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Há sintomas quando os rituais que o obsessivo se vale e começa a 
produzir formalidades que não possuem significados [EX: sempre compra 
o mesmo sabonete- se não comprar daquele, não quer dizer que ficará 
menos limpo, mas é para seguir o ritual], a partir do momento que ele 
insiste em algo antigo/ritual sem sentido e não aceita a mudança. 
Ele não acaba com os esses rituais, pois é inquestionável e tem sentido 
para ele. 
 
“A análise dos atos obsessivos realizada por Freud (1907) nos trouxe uma 
explicação de sua causa, podendo-se dizer que o sujeito está sob o 
domínio de uma consciência de culpa inconsciente, por mais 
contraditórios que sejam estes termos. Esta consciência de culpa tem sua 
origem em certos acontecimentos psíquicos precoces e encontra uma 
atualização constante em ocasiões novas. Há uma expectativa 
angustiante que receia o aparecimento de acontecimentos nefastos, 
ligados pelo conceito de castigo, tendo que fazer certas coisas para que 
não lhe aconteça nenhuma desgraça. O cerimonial se inicia como um ato 
de defesa, como uma medida de proteção.” (FILIPPI; SADALA; LOURES, 
2019, p. 364). 
 
 
 
Ele acha que cumprindo com os rituais nada de ruim ocorrerá com ele. 
 
“Como pensador consciente, o obsessivo ignora de propósito o 
inconsciente – esse discurso estranho dentro de nós, esse discurso que 
não controlamos nem podemos controlar, que se aproveita das 
ambiguidades e significados múltiplos das palavras de nossa língua 
materna, para nos fazer dizer o oposto do que conscientemente 
tencionávamos dizer. O obsessivo não consegue suportar a ideia de 
compartilhar sua boca com essa voz estrangeira, e faz todo o possível 
para mantê-la baixa ou, pelo menos, fora dos alcances dos ouvidos. Age 
como se ela não existisse, a despeito de todas as provas em contrário. (...) 
O obsessivo se vê como sujeito inteiro. (...) é completo em si.” (FINK, 
2018, p. 138). 
 
 
O inconsciente são as memórias caóticas, recalcadas, e lidar com isso que 
não é regrado, que pode escapar por sintomas/atos falhos e outros 
meios, e isso traz indignação, pois quando isso ocorre, ele quer justificar; 
Dessa maneira, quando ele erra, ele quer que os outros não saibam; e age 
de maneira que não há possibilidade de errar. 
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Ele se vê como alguém inteiro, completo em si, mas como uma fachada, 
pois há tantos erros e falhas, que ele está a todo o momento corrigindo a 
sua vida e dos outros para que tudo dê certo. 
 
- Psicose [Paranoia | Autismo | Esquizofrenia] – O psicótico encontraria 
fora de si tudo que exclui de dentro, dessa maneira, ele incluiria para fora 
os elementos que poderiam ser internos, ou seja, para ele o problema está 
sempre no outro/externo, mas nunca em si, ou seja, não há o sentimento 
de ‘culpa’; Ela pode sofrer, mas por sentimentos do presente e não do 
passado. Essa maneira, ele cria outra realidade, substitui a realidade 
repudiada/negação (FORACLUSÃO). Possuindo um discurso fragmentado e 
que não consegue finalizar, o que gera questionamento quanto a sua 
veracidade – DELÍRIO/ALUCINAÇÃO. 
EX: Sentimento de perseguição / Surto / Monstro. 
 
- Perversão [Fetichismo] – Freud coloca que muitos indivíduos que faziam 
análise com ele apresentavam fetiches como algo que os traria apenas 
prazer, mas nunca o procuravam para falar desses fetichismos; Recusando 
reconhece um fato, um problema, um sintoma, uma dor... 
Ou seja, indivíduo possui satisfação em burlar regras/leis, mesmo que 
sejam sociais. Não há sentimento de ‘culpa’ quando há algumevento de 
assassinato que presenciou ou que praticou. 
Possui traço de sadismo, ou seja, gosta de fazer os outros sofrerem a partir 
de atitudes que ele tem. Ele consegue se relacionar/articular de maneira 
que em algum momento tais indivíduos sofram por atitudes próprias, ou 
colocando em evidência as falhas deles; Dessa maneira, pode-se dizer que 
ele consegue saber o “Calcanhar de Aquiles”. 
Relacionada com situações criminosas que teve atitudes conscientes por 
parte do sujeito que praticou. 
 
 “Quando falamos em estrutura, estamos fazendo referência a um conjunto de 
elementos que mantêm certa relação entre si, sendo que essa relação, sua 
articulação e sua posição relativa são mais importantes do que os elementos 
em si. Esse conceito de estrutura vale para qualquer tipo de estrutura, não 
sendo exclusivo da psicanálise. (...) Trata-se de uma relação entre relações em 
que as posições estão marcadas, ou seja, os elementos da expressão mantêm 
uma certa relação entre si, uma relação lógica. Isto quer dizer que cada um dos 
elementos da expressão tem uma importância pelo lugar que ocupa em 
relação aos outros elementos, não em si mesmo.” (PALONSKY, 1997, p. 15). 
 
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 “O fato de a expressão ser composta por letras indica que os números que 
eventualmente poderão estar nos lugares das letras não têm importância em 
si: é a posição que cada número ocupa em relação aos outros que 
determinará o seu valor. Isso não significa, porém, que se possa colocar 
qualquer número em qualquer lugar, uma vez que toda estrutura possui as 
suas regras. O número que virá no lugar da letra x, porém, já não pode ser um 
número qualquer, arbitrário; a estrutura determina que apenas um número 
pode estar nesse lugar.” (PALONSKY, 1997, p. 15-16). 
 
 
 
A importância do conjunto dos elementos que compõe uma estrutura, no caso, 
os símbolos e as letras e assim, percebe-se que cada um tem seu lugar, e assim, 
determinando o seu valor – cada um tem o seu lugar, ou seja, devem-se 
respeitar as regras-, e assim, só se chega a uma conclusão diagnóstica (‘x’) 
quando se relaciona todos os elementos entre si. 
 
Paciente fala sobre o que faz com que ele se sinta mal... Os elementos do que 
ele fala tem que se relacionarem, e assim, não basta apenas olhar para os 
sintomas físicos, mas deve-se observar qual estrutura ele apresenta, pois será, 
de maneira singular, a maneira com a qual se deve tratar. 
Além do qual, cada estrutura apresenta suas características peculiares e únicas 
– uma histérica irá se comportar com características histéricas, enquanto que 
um obsessivo com características tais, e etc - daquele tipo, e também o sujeito 
não deixa de ser daquela estrutura e mudar para outra, apesar de em alguns 
momentos apresentar sintomas de outra estrutura, mas é apenas uma crise, ou 
seja, um surto não faz uma pessoa passar de neurótico para psicótico, por 
exemplo. 
 
 “Não podemos juntar as palavras de uma forma aleatória; tal como numa 
equação, existem regras que precisam ser respeitadas. Assim, falando ou 
escrevendo, é necessário fazer concordar o predicado com o sujeito, fazer a 
concordância em gênero, número, etc. Também nesse caso não interessa o 
elemento que está sendo colocado na estrutura, desde que a relação seja 
mantida. O sujeito também faz parte de estruturas, de tal modo que se não 
fosse em relação a uma estrutura não existiria o sujeito, e o valor da palavra de 
uma pessoa depende do lugar que essa pessoa ocupa numa estrutura. Assim, 
a palavra pronunciada pela mãe é importante porque provém de um lugar: o 
lugar da mãe. Da mesma maneira, o valor que tem a palavra do analista é dado 
pelo lugar do analista e não pela pessoa do analista.” (PALONSKY, 1997, p. 16-
17). 
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A maneira pela qual o sujeito vai respondendo/interagindo aos significados (S’) 
que são colocados para ele demonstram sua estrutura. 
O que se escuta no dia a dia, só passa a ter significado/representatividade 
dependendo de quem e do lugar que esse alguém que falou ocupa dentro da 
estrutura, ou seja, não interessa o que foi digo, mas sim, quem disse, e o que 
representa para nós. Por isso, muitas pessoas passam despercebidas em nossas 
vidas, e o que muda é quando passamos a dar importância, seja por uma 
características/ação que chamou atenção, elogio e/ou outra coisa que ocorre. 
Isso tudo é relevante, pois diz quem é o “Grande Outro” que assume uma 
importância a mais na vida de uma pessoa. Não é qualquer pessoa que ocupa esse 
lugar, por exemplo: a pessoa do ‘médico’ não quer dizer nada para o indivíduo, mas 
o lugar que ocupa como “médico”, ou seja, que pela cabeça do senso comum é 
àquele que trata da vida e morte; Mas, se o paciente não colocar o médico em seu 
lugar, então o médico perde sua função e não se torna relevante. 
Bem-estar do paciente: Relaciona o bem-estar médico e o bem-estar 
singular/pessoal. Se só o 1º fosse levado em conta o paciente estaria sempre com a 
saúde garantida; Mas tem-se que alguns pacientes não seguem a risco àquilo que 
foi proposto pelo médico, ou seja, em algum momento o paciente irá dar um 
‘deslize’ no seu tratamento. 
Assim também, na infância nós seguimos/nos preenchemos daquilo que o “Grande 
Outro”  Pai/Mãe/Responsável nos colocou, mas chega uma etapa que 
começamos a conflitar se àquilo é o certo para seguir de fato. Porém, quando 
começamos a ter outras experiências que são realizadas por desejo próprio, a partir 
do momento que nos entendemos como sujeito e que vamos tomando liberdade 
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para estruturar nossa própria vida, ou, quando outras pessoas começam a entrar 
em nossas vidas e a completar/formar o “Grande Outro”  E essa organização nova 
ocorre por meio de modelos, leis e outros, a fim de, ter segurança para viver. 
 “O Outro, enquanto estrutura, implica também uma castração, e a maneira 
como o sujeito se posiciona frente à castração do Outro e à sua própria 
resulta na definição ou no estabelecimento do que denominamos estrutura 
clínica. O que o conceito de estrutura clínica como tal está definindo é uma 
posição do sujeito, basicamente em relação à castração do Outro e à própria 
castração. Portanto, quando falamos em uma estrutura clínica, não estamos 
nos referindo a um certo tipo de sintomas, mas a uma posição do sujeito.” 
(PALONSKY, 1997, p. 19-20). 
 
- O outro quanto estrutura implica em uma castração, e a maneira que o sujeito 
se POSICIONA frente à castração do “Grande Outro” e da “Sua Própria” que 
resulta na definição de ESTRUTURA CLÍNICA  Nem tudo nós damos conta, em 
algum momento alguma coisa dessa ESTRUTURA montada em nós para falar 
sobre o ‘eu’ e o ‘Outro’ escapa, seja em sonhos/ momentos de choros/ 
vivenciar angústia. 
 
* Importante observar que a ESTRUTURA CLÍNICA não avalia os sintomas, pois 
esse, todos os tipos podem apresentar, mas sim como cada um se POSICIONA 
tendo esses momentos de castrações – nesse momento é que se difere a 
neurose obsessiva e a histérica* 
 
EX: Chega um momento que tudo os pais representavam para nós começa a 
cair por terra, ou seja, nem tudo que desejamos o nossos pais vão poder nos 
oferecer. Não apenas de coisas materiais, mas também sentimentais. Como, 
por exemplo, você passa a conversar mais com uma pessoa/amigo do que com 
os pais porque ela te entende melhor. Isso demonstra que ao longo das nossas 
vidas vão surgindo outras pessoas que vão dando conta da CASTRAÇÃO DO 
“GRANDE OUTRO”, e é por isso, que começamos a nos interessar por outras 
pessoas na nossa vida, já que, àquilo que é demanda biológica, os nossos pais 
não podem suprir, então encontramos outras pessoas que farão àquilo. 
Esse “Grande Outro” não se limita apenas a pessoasfísicas, mas também em 
manias/ filosofias/ leis que vamos adquirindo e vão sendo organizadas para que 
possamos nos defender e sobreviver ao mundo. Dessa maneira, ao longo da 
vida nós vamos reorganizando para que possamos enfrentar dificuldades que a 
vida foi nos apresentando, e a forma como cada um lida com essas 
reorganizações/castrações próprias e do outro determinam características de 
cada estrutura, pois cada um lidará de um jeito [angústia, tranquilidade, 
desespero, etc]. 
 
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~ CASTRAÇÃO: Barrar/Cortar algo, ou seja, mostra que nem tudo que 
desenvolvemos na vida nós conseguiremos viver normalmente. 
 
 “Um ponto fundamental na constituição do sujeito refere-se à castração do 
Outro, entendida no sentido de que não existe estrutura sem falha. O recalque 
dessa condição é o que define a neurose. Como elemento de estrutura, o 
recalque relaciona-se, portanto, com a castração do Outro e com a própria 
castração e aparece sempre como falta de um significante. Porém, dissemos 
que podemos falar de castração em dois sentidos: a castração do Outro e a do 
próprio sujeito. Quando falamos em castração do Outro - conceito muito 
importante para a compreensão das demais estruturas - foi dito que toda 
estrutura apresenta uma falha, ou seja, toda estrutura é ‘castrada’, não existe 
nenhuma estrutura que seja perfeita. Vale a pena insistir nesse ponto, porque 
tal fato não constitui apenas um problema teórico, mas um problema para o 
sujeito. Isto significa que não existe na vida de um ser humano absolutamente 
nada garantido; a única coisa certa é a morte, certa no sentido de que 
inevitavelmente vai acontecer, mas não sabemos quando, como nem onde.” 
(PALONSKY, 1997, p. 25). 
 
 
Com a Castração do Grande Outro é quando a vida nos mostra que ela não tem 
como ser medida, que não é precisa; E com isso, a castração nos mostra que 
sempre há falhas, até mesmo o “Grande Outro” que tentamos organizar na 
nossa vida terá falhas em algum momento. Dessa maneira, observa-se que não 
temos nada garantido, apesar de sabermos, por exemplo, que a morte é 
inevitável, ainda sim, não sabemos quando e onde será. E com isso nós 
tentamos nos reestruturar para tudo que pode acontecer na nossa vida, e para 
isso criamos manias/formas de se comportar para tentar lidar com a vida. 
As pessoas que estavam em lugares privilegiados das nossas vidas  “Grande 
Outro” em algum momento serão castrados, ou seja, irão falhar e quando isso 
ocorre, parece que tudo está esvaindo pelas nossas mãos. 
O RECALQUE dessa condição é o que define NEUROSE – como elemento de 
estrutura, o recalque relaciona-se, portanto, com a Castração do Outro e a 
Próprio. 
 “Não existe nenhuma previsão que se possa fazer do que vai acontecer na 
nossa vida, seja em um sentido mais concreto, seja em relação a qualquer 
circunstância da vida. Valores como lógica, justiça, ordem não passam de ideais 
que o sujeito constrói e sustenta para conseguir levar a vida de uma maneira 
mais ou menos ‘natural’. Se tivéssemos todo o tempo a consciência absoluta da 
imprevisibilidade, estaríamos permanentemente em um estado de angústia tal 
que a vida não seria possível.” (PALONSKY, 1997, p. 26). 
 
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 “O conceito de angústia é aqui incorporado por ser fundamental, enquanto 
afeto que o sujeito vive quando se vê confrontado com a castração do Outro. 
Dado que seria impossível viver com a presença constante da angústia, o ser 
humano inventa ilusões, cria sistemas mais ou menos organizados para sentir 
que a vida é previsível, que existe justiça, ordem, para sentir que a vida faz 
sentido.” (PALONSKY, 1997, p. 26). 
 
 
 
 
Não conseguimos saber exatamente o que irá acontecer nas nossas vidas, e se 
soubéssemos estaríamos em constante angústia. E por isso, nós sempre 
tentamos fugir daquilo que nos traz a tona o sentimento de angústia, até 
mesmo criando ilusões, ou utilizando valores, religião, estudos, ordem, justiça e 
outros para sentir que a via é previsível, que faz algum sentido. 
 
 
 
 O APARELHO PSÍQUICO –protege o indivíduo sobre possíveis problemas – 
constitui-se com um sistema de entrada [Sistema Perceptível – pelos nossos 
sentidos que captam todas as informações que passam por ele] e de saída 
[Sistema Motor – o que parece certo é que repassamos todas as informações 
por meio da fala, motricidade e outros, porém não é assim que funciona, pois é 
impossível passar tudo que foi recebido]; 
Com isso, Freud fala que as informações que não saem do nosso aparelho 
psíquico ficam retidas na memória [Sistema mnêmico – faz parte do 
inconsciente - as informações passam por um processo de condensação, onde 
algumas se perdem ao longo do tempo e outras se condensam em uma ideia. 
EX: Se pensar em infância/casa cada um terá uma referência e pensará em 
várias coisas, mas que se CONDENSARAM em uma única palavra || EX: 
Sensação de sentir um cheiro/ver alguma coisa e lembrar de algo]; Mas nem 
todas as coisas serão guardadas em nosso consciente, mas sim no inconsciente 
[Ics] – àquelas mais traumáticas – devido ao processo de ‘Recalque’ [EX: Os 
sonhos – realização de desejos – ‘absurdos’ como voar, atravessar paredes] e 
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há àquelas guardadas no pré-consciente [onde ficam as memórias de fácil 
acesso, ou, memórias latentes que não nos causam tanto sofrimento], 
 
~ RECALCADO: quando guardamos no inconsciente as memórias que nos 
trazem sofrimento, ou que foram de alguma maneira, traumáticas. 
 
 
 
 CONSCIENTE – O que está no perceptível e motor tendo contato com o 
externo. 
 PRÉ-CONSCIENTE – Está na superfície e são as memórias latentes, de fácil 
acesso; Essas não nos causam tantos danos emocionais. 
 INCONSCIENTE – Estão as memórias recalcadas que causam grande sofrimento, 
e por isso, ficam reservadas no inconsciente do Aparelho Psíquico. 
 
~OS TRÊS DÃO INDÍCIOS DA ESTRUTURA CLÍNICA E DE COMO SE ORGANIZA A 
NEUROSE: HISTERIA E OBSESSIVA~ 
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