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____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório As três camadas germinativas são responsáveis pela formação de todos os tecidos do corpo. O destino de cada camada é discutido abaixo: O ectoderma embrionário, que está localizado na face dorsal do embrião, é subdividido em ectoderma neural e ectoderma superficial. O ectoderma neural dará origem aos órgãos sensoriais (olhos, ouvido interno). Ele também se subdivide em tubo neural (que vai formar o cérebro e a medula espinhal) e crista neural (que se diferencia em mesênquima cefálico e sistema nervoso periférico). O ectoderma superficial dá origem à epiderme. O mesoderma embrionário é um pouco mais diverso e se divide em mesoderma paraxial, intermediário e lateral. O mesoderma lateral dará origem aos tecidos cardíaco, hematológico, vascular e muscular liso. Ele também formará o baço e os tecidos linfático e adiposo. O mesoderma intermediário é responsável pela formação do trato urinário inferior, rins e sistema reprodutor. O mesoderma paraxial origina primeiramente os somitos. Os somitos então se diferenciam em componentes rígidos e estruturais do corpo (isto é, ossos, ligamentos, tendões, cartilagens e músculos esqueléticos). Eles também dão origem à derme. O endoderma embrionário dá origem ao epitélio aero-digestivo, bem como às células glandulares do trato gastrointestinal e de seus órgãos associados. Os pulmões, timo, tireoide e glândulas prostáticas também são derivados do endoderma. Um celoma se refere a uma cavidade corporal. Dessa forma, o celoma intraembrionário é a cavidade corporal primitiva do embrião. Inicialmente, ele aparece como espaços celômicos solitários nas camadas mesodérmicas lateral e cardiogênica. Subsequentemente, a fusão destes espaços forma um espaço único em forma de ferradura que divide o mesoderma lateral em duas camadas: O mesoderma esplâncnico lateral é a camada visceral que está adjacente à camada endodérmica e se comunica lateralmente com o mesoderma extraembrionário da vesícula umbilical. Juntas, as duas estruturas vão formar a esplancnopleura, que é o intestino embrionário. O mesoderma somático lateral é a camada parietal que está localizado abaixo do ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório ectoderma e se comunica lateralmente com o mesoderma extraembrionário do âmnio. As duas camadas combinadas formam a somatopleura, também conhecida como parede do corpo embrionário. O celoma intra-embrionário sofre outras divisões a partir da 5ª semana de gestação. Neste período, ele é dividido em cavidade pericárdica, cavidade peritoneal e cavidades pleurais. • O sistema respiratório se origina do intestino anterior. • O endoderma origina o parênquima do sistema respiratório. • O mesoderma origina o estroma do sistema respiratório. Mesoderma esplâncnico Tecido conjuntivo e muscular Endoderma Epitélio do trato gastrintestinal e respiratório, além do parênquima das glândulas anexas ao sistema digestório O desenvolvimento dos pulmões é iniciado no 22º dia, com a formação de uma evaginação ventral do endoderma do intestino anterior denominada divertículo respiratório • No intestino anterior surge uma projeção de células chamada divertículo respiratório, que vai originar a traqueia e toda via aérea inferior. • Para separar o intestino anterior do sistema respiratório é formada uma septação chamada septo traqueoesofágico. Inicialmente, o broto pulmonar está em comunicação aberta com o intestino anterior. Entretanto, quando o divertículo se expande caudalmente, duas pregas longitudinais, as pregas traqueoesofágicas, separam-no do intestino. Subsequentemente, quando essas pregas se fusionam para formar o septo traqueoesofágico, o intestino anterior é dividido em uma porção anterior: o esôfago, e em uma porção ventral: a traqueia. O primórdio respiratório mantém sua comunicação com a faringe pelo orifício faríngeo • A septação serve para separar o que é do intestino do que vai ser da via respiratória. ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório As anomalias na divisão do esôfago e da traqueia pelo septo traqueoesofágico resultam em atresia esofágica associada ou não a fístulas traqueoesofágicas (FTEs). Uma complicação de algumas FTEs é o polidrâmnio, visto que, em alguns tipos de FTE, o líquido amniótico engolido não passa para o estômago e para os intestinos. Além disso, o conteúdo gástrico e/ou o líquido amniótico no nascimento podem entrar na traqueia por meio de uma fístula, causando pneumonite e pneumonia. Essa imagem retrata vários tipos de atresia esofágica e/ou FTE (fístula traqueoesofágica). A. A anomalia mais frequente (90% dos casos) ocorre na porção superior do esôfago, terminando em fundo cego e no segmento inferior, formando uma fístula com a traqueia. B. Atresia esofágica isolada (4% dos casos). C. FTE do tipo H (4% dos casos). D e E. Outras variações (cada uma corresponde a 1% dos casos). ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório Essa imagem está marcando somente o endoderma, mostrando toda ramificação da via aérea. A – Lobo superior direito B – Lobo médio direito C – Lobo inferior direito D – Lobo superior esquerdo E – Lobo inferior esquerdo Do ponto de vista histológico, o sistema respiratório é classificado em fases. Isso ajuda a entender porque um recém-nascido pré-termo consegue viver ou não: por conta das fases pulmonares. ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório • Fase pseudoglandular (6-16 semanas) Durante o estágio pseudoglandular, o pulmão tem aparência de glândulas exócrinas. Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas. A respiração não é possível; portanto, fetos nascidos durante esse período não conseguem sobreviver. NÃO HÁ BRONQUIOLOS RESPIRATÓRIOS E NEM ALVÉOLOS! • Período canalicular (16-24 semanas) Cada bronquíolo terminal se divide em dois ou mais bronquíolos respiratórios. A vascularização respiratória começa a se desenvolver. Durante esse processo, os vasos sanguíneos se tornam intimamente justapostos ao epitélio pulmonar. O epitélio pulmonar também começa a se diferenciar em tipos celulares especializados (células ciliadas, secretoras e neuroendócrinas proximalmente e precursoras dos pneumócitos tipo II e I distalmente). NÃO TEM ALVÉOLO! • Período sacular (25-36 semana) Os bronquíolos respiratórios se subdividem para produzir os sacos terminais (alvéolos primitivos). Os sacos terminais continuam a ser produzidos até boa parte da infância.____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório TEM ALVEOLO! TEM TROCA GASOSA! Membrana alvéolo-capilar Membrana hematoaérea. • Período alveolar (32 semanas–8 anos) Fase de maturação dos alvéolos. No início do estágio alveolar, cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos alveolares de paredes delgadas, separados uns dos outros por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos representam os futuros ductos alveolares. Os movimentos respiratórios após o parto levam ar até os pulmões, que se expandem e preenchem a cavidade pleural. Embora os alvéolos aumentem de tamanho, o crescimento ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório dos pulmões após o nascimento decorre principalmente do aumento do número de bronquíolos respiratórios e de alvéolos. Estima- se que por ocasião do nascimento exista apenas um sexto dos alvéolos encontrados no adulto. Os alvéolos remanescentes se constituem durante os primeiros 8 anos da vida pós-natal pela formação contínua de novos alvéolos primitivos. FORMAÇÃO DA LARINGE Na região dos arcos faríngeos (intestino faríngeo – uma região do intestino anterior) tem uma depressão chamada de sulco laringotraqueal, que vai formar a laringe. O sulco laringotraqueal está localizado entre o 4º e o 6º par de arcos faríngeos. O sistema respiratório começa como uma evaginação na linha mediana, o sulco laringotraqueal, que aparece no assoalho da extremidade caudal do intestino anterior (faringe primitiva). O revestimento interno da laringe se origina no endoderma, mas as cartilagens e os músculos têm origem no mesênquima do quarto e sexto arcos faríngeos. Por volta do período em que as cartilagens se formam, o epitélio laríngeo também prolifera rapidamente, resultando em oclusão temporária do lúmen. Subsequentemente, a vacuolização e a recanalização produzem um par de recessos laterais, os ventrículos laríngeos. Esses recessos são limitados por pregas teciduais que se diferenciam em pregas vocais falsas e verdadeiras. ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 3º Semestre – Bases teórico-cognitivas dos sistemas urinário, endócrino e reprodutor Stephani Fernandes - @ste.fernandes Desenvolvimento do Sistema Respiratório Estágios sucessivos do desenvolvimento da laringe: A. 4 semanas. B. 5 semanas. C. 6 semanas. D. 10 semanas. O epitélio de revestimento da laringe é de origem endodérmica. As cartilagens e músculos da laringe desenvolvem-se a partir do mesênquima do quarto e do sexto pares de arcos faríngeos. Observe que o canal laríngeo muda sua forma, de uma abertura semelhante a fenda para um canal em forma de T, à medida que o mesênquima ao redor da laringe em desenvolvimento prolifera. Nessa região do intestino faríngeo, onde esta o sulco laringotraqueal, ocorre uma proliferação muito grande de células fazendo com que a laringe (que começou a se abrir a partir do sulco) seja fechada. Depois acontece uma apoptose que promove uma recanalização da laringe originando duas pregas: vestibular e vocal. O revestimento endodérmico do sulco laringotraqueal forma o epitélio pulmonar e as glândulas da laringe, da traqueia e dos brônquios. O tecido conjuntivo, a cartilagem e o músculo liso dessas estruturas se desenvolvem a partir do mesoderma esplâncnico ao redor do intestino anterior.
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