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T U T O R I G O R C U N H A | F L C 8 9 2 1 B F R INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS » OBJETIVOS: » Construir os conceitos necessários para a compreensão das áreas farmacêuticas; » Diferenciar os tipos de medicamentos existentes; » Assimilar o entendimento dos processos que acontecem com um medicamento da sua descoberta até o uso pelo paciente; » Diferenciar os medicamentos tarjados e quais precisam de prescrição. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS » TÓPICO 1: Introdução e Definições » TÓPICO 2: Tipos de Medicamentos » TÓPICO 3: Medicamento com exigência e isentos de prescrição UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Todo medicamento a ser lançado no mercado passa por diversas etapas de pesquisa e testes até ser aprovado por órgão competente do país de origem do fabricante. No Brasil, esse órgão é a Anvisa; »O processo de regulamentação de um medicamento é longo, rigoroso e custa muito caro para a indústria farmacêutica. Ele deve cumprir diversas etapas, desde aquelas que antecedem seu uso até as de acompanhamento após o seu lançamento e que comprovem que tal produto não incorrerá em reações prejudiciais à saúde da população. Esse processo é chamado de ensaio clínico. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Os esforços de pesquisa e desenvolvimento, necessários para garantir a segurança e a eficácia de novos medicamentos, são complexos, demorados e financeiramente arriscados. Milhares de compostos passam por extensivos testes para cada composto químico novo que recebe aprovação para comercialização; »Os custos de pesquisa e desenvolvimento para cada medicamento novo são estimados em aproximadamente 1 bilhão de dólares. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »A descoberta e a síntese de uma molécula com potencial ativo e a sua correlação com um alvo biológico apropriado constituem o início do processo. Por lei, a segurança e a eficácia dos fármacos devem ser definidas antes de sua comercialização. Em fase posterior, são realizados, além dos estudos in vitro, os estudos in vivo que caracterizarão os efeitos biológicos da molécula em animais (testes pré-clínicos) antes que possam ser iniciados os estudos clínicos em seres humanos. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Atualmente, a maioria dos fármacos em uso clínico é de origem natural ou desenvolvida por síntese química planejada em laboratório. As modificações moleculares também são comumente empregadas em estruturas de produtos naturais, visando a introduzir mudanças nas propriedades relacionadas com as fases farmacodinâmicas ou farmacocinéticas. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Estudo Pré-Clínico »Os candidatos a fármacos que passam com sucesso pelos procedimentos iniciais de triagem e estabelecimento do perfil farmacológico devem ser cuidadosamente avaliados quanto aos riscos potenciais, antes e no decorrer dos testes clínicos. Esses riscos são monitorados por meio de testes pré-clínicos; UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Os estudos pré-clínicos têm como objetivo principal a avaliação farmacológica em sistemas in vitro e em animais in vivo, para a obtenção do maior conhecimento possível acerca das propriedades e dos efeitos adversos do fármaco em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, a farmacocinética é testada em animais. O composto é submetido a testes de toxicidade a curto e longo prazos em animais, para que suas propriedades farmacológicas possam ser definidas dentro de uma relação dose-resposta. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Além dos estudos relacionados à toxicidade, é importante efetuar várias estimativas quantitativas, que incluem: » A dose “sem efeito” – a dose máxima em que não se observa um efeito tóxico específico; » A dose letal mínima – menor dose observada que mata qualquer animal; » A dose letal mediana – a dose que mata cerca de 50% dos animais. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Essas doses são utilizadas para calcular a dose inicial a ser administrada experimentalmente em seres humanos, geralmente de um centésimo a um décimo da dose sem efeito em animais. Em geral, é necessário realizar estudos integrais em animais para estabelecer o efeito do fármaco sobre os sistemas de órgãos e modelos de doenças. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Estudo Clínico »Os estudos clínicos correspondem à pesquisa conduzida em pacientes ou voluntários sadios, usualmente destinada a avaliar um novo tratamento; »O Conselho Nacional de Saúde (CNS) regulamenta, na Resolução CNS nº 01/1988, que a pesquisa de medicamentos em farmacologia clínica compreende a sequência de estudos realizados, desde a administração da substância pela primeira vez ao ser humano até a obtenção dos dados sobre sua eficácia e segurança terapêutica em grandes grupos de população. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Os estudos clínicos são divididos em cinco fases distintas: » Fase I: na pesquisa clínica, avalia a tolerância do ser humano e determina a posologia segura. A fase I inicia com a administração de uma pequena dose de um agente experimental administrado a poucos voluntários, para estabelecer parâmetros farmacocinéticos, avaliando também a segurança; » Fase II: visa estudar a eficácia terapêutica, intervalo de dose, cinética e metabolismo. As doses estabelecidas na fase I são utilizadas para orientar justificativas dos protocolos dos estudos de fase II, nos quais são avaliadas a eficácia e a segurança do medicamento em ensaios piloto. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS » Fase III: também denominado de estudos de eficácia comparativa, consistem no aumento da amostragem e diversificação da gama de pessoas nos testes. Nessa fase, são incluídos tratamentos mais prolongados com o composto, visando à flexibilidade da dosagem e à coleta de dados sobre segurança e eficácia; » Fase IV: assim como a fase III, destina-se a testar a eficácia e segurança por meio de um grande número de amostras. Depois de comercializado, o medicamento continua a ser estudado. Esses estudos também são chamados de farmacovigilância e têm por objetivo obter mais informações sobre os seus efeitos e suas interações medicamentosas, visando, sobretudo, a ampliar as avaliações de segurança realizadas por intermédio dos estudos fármaco-epidemiológicos. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS » Fase V: de responsabilidade do órgão regulamentador, é o estudo do uso do fármaco na prática. Essa vigilância após a comercialização, que ocorre após a aprovação da Anvisa, é necessária para fornecer feedback do uso em grande escala do fármaco. Nessa fase, podem ser descobertos novos efeitos terapêuticos ou tóxicos, incluindo efeitos a longo prazo ou raros, que não eram discerníveis em pequeno grupo de indivíduos. Os estudos de farmacovigilância (vigilância pós comercialização) são sinônimo do processo de detecção, acompanhamento e controle de problemas decorrentes do uso já autorizado de medicamentos. A importância da farmacovigilância pode ser exemplificada pelos inúmeros fármacos que foram introduzidos na terapêutica e, posteriormente, por razões de toxicidade, foram retirados. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Todo e qualquer medicamento, novo ou antigo, deve ser: » Seguro, isto é, ter níveis aceitáveis de toxicidade. Ser incapaz de representar uma ameaça ao usuário, porque a possibilidade de causar efeitos tóxicos injustificados é pequena; » Eficaz, isto é, que atinge os efeitos propostos; » De qualidade, isto é, ter características que precisamos conhecer e entender melhor. Essencial sempre saber a procedência da matéria-prima UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Existem diversas formas farmacêuticas de incorporar um fármaco para o tratamento conveniente e eficaz de uma doença. As formas farmacêuticas podem ser projetadas para a administração por vias de liberação alternativas, a fim demelhorar a resposta terapêutica; »Muitos fármacos são formulados em diferentes formas e em várias potências, cada uma apresentando características farmacêuticas adequadas para uma aplicação específica. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »A absorção é a transferência do fármaco do seu local de administração para o compartimento central e a amplitude com que isso ocorre. No caso das preparações sólidas, a absorção depende, inicialmente, da dissolução do comprimido ou da cápsula, que então libera o fármaco; »A biodisponibilidade refere-se à extensão e à velocidade em que a porção ativa (fármaco ou metabólito) adentra a circulação sistêmica, alcançando, assim, o local de ação. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »O padrão de absorção de fármacos varia consideravelmente de substância para substância, bem como entre as diferentes vias de administração. As formas farmacêuticas são projetadas para fornecer o fármaco numa estrutura adequada para a absorção, a partir de cada via de administração selecionada; »A via enteral é composta por todas as administrações que utilizam o trato gastrointestinal para introduzir o fármaco no organismo. A via parenteral é composta por todas as administrações que não utilizam o trato gastrointestinal para introduzir o fármaco no organismo. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Oral »A ingestão oral é o método mais comumente usado para administrar os fármacos. Também é o mais seguro, conveniente e econômico. Suas desvantagens são a absorção limitada de alguns fármacos em função de suas características; »Em comparação com outras vias de administração, a via oral é a mais simples, mais prática e o meio mais seguro de administração de fármaco. No entanto, as desvantagens incluem início relativamente lento de ação, possibilidade de absorção irregular e destruição de certos fármacos pelas enzimas e secreções do trato gastrointestinal. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS » Via Oral » A via oral possui várias vantagens e algumas desvantagens em relação às outras vias, como: a ação do pH estomacal sobre o fármaco, a possibilidade de o fármaco sofrer metabolismo de primeira passagem, a interação com alimentos e outras substâncias ingeridas. Fatores como absorção, biodisponibilidade e coeficiente de ionização do composto são variáveis entre os diversos fármacos que utilizam essa via; » As formas farmacêuticas orais mais comuns são comprimidos, cápsulas, suspensões, soluções e emulsões. Os comprimidos são obtidos por compactação e contêm fármacos e adjuvantes de formulação que são incluídos para funções específicas. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS » Via Oral » As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas que contêm fármacos e, geralmente, adjuvantes de enchimento apropriado, fechados dentro de um invólucro de gelatina dura ou mole ou de outro material polimérico adequado; » As suspensões que contêm fármacos, finamente divididos ou suspensos em um veículo adequado, são um meio útil de administrar grande quantidade de fármacos que, de outro modo, seriam inconvenientes se administrados na forma de comprimido ou cápsula. Elas também são úteis para pacientes que experimentam dificuldade em deglutir comprimidos ou cápsulas e no uso pediátrico. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Retal »Os fármacos aplicados por via retal na forma de solução, supositório ou emulsão geralmente são administrados para obter efeito local, em vez de sistêmico; »Os supositórios são formas farmacêuticas sólidas destinadas à introdução em cavidades do corpo (normalmente retal, mas também vaginal e uretral) onde serão dissolvidas para liberar o fármaco. Essa via de administração é indicada para fármacos inativados pelos fluidos gastrointestinais quando por via oral ou quando esta é desaconselhada; UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Retal »Os fármacos administrados por via retal entram na circulação sistêmica sem passar pelo fígado, uma vantagem para aqueles acentuadamente inativados pelo fígado após serem absorvidos pela via oral; »Como desvantagens da via retal podemos citar o fato de ser inconveniente e, muitas vezes, a absorção do fármaco ser irregular e difícil de prever. »No Brasil, temos poucas apresentações usadas via retal, embora em outros países essa via de administração seja muito usada. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS » Via Parenteral » A administração parenteral é feita por meio da utilização de uma agulha oca para injetar o fármaco em vários locais e com diferente profundidade. As três principais vias parenterais são: subcutânea, intramuscular e intravenosa. Outras vias, como intracardíaca e intratecal, são utilizadas com menos frequência; » A via parenteral é preferida quando uma absorção rápida é essencial, como em situações de emergência ou quando o paciente está inconsciente ou incapaz de aceitar a medicação por via oral, e ainda em casos em que o fármaco é destruído, inativado ou mal absorvido após a administração oral. Em geral, os níveis do fármaco no sangue são mais previsíveis do que aqueles obtidos por formas farmacêuticas orais. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Parenteral »As preparações injetáveis geralmente são soluções ou suspensões estéreis de fármacos em água ou outros veículos adequados e fisiologicamente aceitáveis. Os fármacos em solução são rapidamente absorvidos, já as suspensões injetáveis atuam de maneira lenta. Como os fluídos do corpo são um meio aquoso, a utilização de fármacos suspensos em veículos oleosos mostra características de absorção mais lenta, podendo ser formuladas para proporcionar uma preparação de depósito, promovendo um reservatório do fármaco que é lentamente liberado para a circulação sistêmica. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Parenteral »Nessa via, a biodisponibilidade é total, todo o fármaco é posto de forma uniforme na circulação sistêmica por um acesso arterial ou venoso; »Mas existem desvantagens, como em obesos que possuem muito tecido adiposo e não expõem tanto suas veias periféricas, dificultando o acesso. Outra desvantagem é a chance de infecção sistêmica, oriunda da agulha que entra em contato direto com a circulação. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Tópica/Transdérmica »Nem todos os fármacos penetram facilmente pela pele intacta. A absorção daqueles que o fazem depende da superfície sobre a qual são aplicados e de sua lipossolubilidade, pois a epiderme comporta-se como uma barreira lipídica; »Entretanto, a derme é livremente permeável a muitos solutos; por essa razão, a absorção sistêmica dos fármacos ocorre mais facilmente pela pele que sofreu abrasão, queimadura ou desnudamento. UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Tópica/Transdérmica »Os fármacos são aplicados topicamente, isto é, sobre a pele, visando principalmente à ação local. Embora essa via possa ser utilizada para administração sistêmica de fármacos, a absorção percutânea é, muitas vezes, deficiente e irregular, embora estejam disponíveis vários sistemas transdérmicos capazes de liberar o fármaco para distribuição sistêmica; UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Tópica/Transdérmica »As formulações farmacêuticas tópicas – unguentos, cremes e pastas – são compostas por um fármaco em um estado semissólido apropriado. É comum a aplicação de fármacos sobre outras superfícies tópicas, como ocular, auricular e nasal, sendo utilizados unguentos, cremes, suspensões e soluções. As preparações oftálmicas, entre outras características, devem ser estéreis. As formas farmacêuticas nasais incluem soluções ou suspensões aplicadas por conta gotas ou em aerossol, utilizando-se um spray. As formulações auriculares, em geral, são viscosas para prolongar o contato com as áreas afetadas.UNIDADE 2 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS »Via Respiratória »Os pulmões são uma excelente superfície de absorção com fármaco administrado nas formas gasosa, aerossol ou de partícula, determinando a extensão em que eles penetram na região alveolar, uma zona de absorção rápida. As partículas do fármaco, que possuem 0,5 a 1 mm de diâmetro, atingem os sacos alveolares; »Essa via de administração é particularmente útil para o tratamento de problemas asmáticos, utilizando aerossóis pulvéricos e aerossóis com dispositivo dosador que contêm o fármaco incorporado em um gás propelente liquefeito e inerte. UNIDADE 2 Obrigado! “
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