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Dos Herdeiros Necessários (CC, arts. 1.845 a 1.850) Art. 1.845. “São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge”. O herdeiro necessário “difere da expressão “herdeiro legítimo”, indicada no art. 1.829 do Código Civil. Todo herdeiro necessário é legítimo, mas nem todo herdeiro legítimo é necessário, também designado como legitimário, reservatário, obrigatório ou forçado” (MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil: direito das sucessões. v. 6. São Paulo: Saraiva). Em regra, os herdeiros necessários (CC, art. 1.845), não podem ser afastados da sucessão, com restrição do ato de ingratidão e exclusão (CC, arts. 1.814, 1.962 e 1.963). Restrição à liberdade de testar: “Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima (CC, art. 1.846). Aos herdeiros necessários a lei assegura o direito à legítima, que corresponde à metade dos bens do testador, ou à metade da sua meação, nos casos em que o regime do casamento a instituir. A outra, denominada porção ou quota disponível, pode ser deixada livremente. GONÇALVES, Carlos Roberto. E é bom ainda ressaltar, o que o “legislador pretendeu, ao resguardar o direito dessa categoria de herdeiros, foi precisamente dar-lhes certo amparo patrimonial, impedindo que o autor da herança dispusesse totalmente do seu patrimônio”(GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Direito das sucessões, vol. 7. São Paulo: Saraiva). Paulo Lôbo ensina que “a existência de qualquer pessoa que possa se investir na figura de herdeiro necessário limita a liberdade do doador e a liberdade do testador. No direito brasileiro a legítima dos herdeiros necessários, também denominada parte legítima ou necessária, corresponde, no mínimo, à metade ou 50% do valor do patrimônio pertencente ao de cujus. A metade legítima e a metade disponível são invariáveis, em razão do número de herdeiros necessários ou de outras circunstâncias. Mas, se o de cujus tiver feito doações em vida a descendentes ou ao outro cônjuge, os respectivos valores são acrescidos ao da metade do patrimônio, compondo o valor final da legítima”. Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação. Destaca se ainda que “As dívidas constituem o passivo do de cujus e devem ser abatidas do monte para que se apure o patrimônio líquido e real transmitido aos herdeiros” (Carlos Roberto Gonçalves). Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima. Carlos Roberto Gonçalves “Pode o testador, uma vez que tem o direito de dispor da quota disponível como lhe aprouver, beneficiar com ela um filho mais necessitado que outro. Está apenas impedido de ultrapassar os limites da aludida quota. Não o fazendo, a deixa é perfeitamente válida, não necessitando ser colacionada no inventário”. Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. § 1º. Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa. § 2º. Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros. As cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade, como mencionado, são admitidas somente em casos excepcionais, de justa causa declarada no testamento. Aceita a justificação, deverão ser obedecidas (Carlos Roberto Gonçalves). Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar. Como só aos descendentes, ascendentes e cônjuge é assegurado o direito à legítima, os herdeiros colaterais podem ser excluídos da sucessão. Não se exige que a exclusão seja expressa. Basta que o testador não os contemple em testamento. Dispõe, com efeito, o art. 1.850 do Código Civil que, “para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar”. Aqueles, no entanto, só podem ser privados do direito sucessório motivadamente, por meio de testamento, se derem causa à deserdação (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito das sucessões. Vol. 7. São Paulo: Saraiva). Bibliografia: Código Civil Brasileiro (Código Civil para Concursos / coordenador Ricardo Didier – 6.ed. rev. ampl. e atual. – Salvador: Juspodivm, 2017). Comentários ao código civil: artigo por artigo/ coordenação Jorge Shiguemitsu fujita... [et al.] – 3. ed rev., atual... – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. Outros autores: Carlos Eduardo Nicoletti Camillo, Glauber Moreno Talavera, Luiz Antonio Scavone Junior. Vários autores. Constituição Federal DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões. São Paulo: Revista dos Tribunais. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v. 6. Direito das Sucessões. São Paulo: Saraiva. Francisco Cahali e Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, Curso Avançado de Direito Civil—Direito das Sucessões, 2. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Direito das sucessões, vol. 7. São Paulo: Saraiva. GOMES, Orlando. Sucessões. Rio de Janeiro: Forense. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito das sucessões. Vol. 7. São Paulo: Saraiva. Leite, Eduardo de Oliveira. Direito civil aplicado, v. 6: direito das sucessões. São Paulo: Revista dos tribunais, 2004. Lôbo, Paulo. Direito civil: Direito das sucessões. São Paulo: Saraiva, 2016. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil: direito das sucessões. v. 6. São Paulo: Saraiva. NADER, Paulo. Curso de Direito Civil - Direito das Sucessões. v.6. Rio de Janeiro: Forense. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil VI: direito das sucessões. Rio de Janeiro: Forense. RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões. Rio de Janeiro: Forense. RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Vol. 7 – Direito das Sucessões. São Paulo: Saraiva. TARTUCE, Flávio. Direito civil, v. 6: direito das sucessões. Rio de Janeiro: Forense. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Vol. VII. Direito das sucessões. São Paulo: Atlas. WALD, Arnoldo. Direito das Sucessões. São Paulo: Saraiva.
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