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FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS Disciplina – Empreendedorismo e Liderança Prof.(a): Tálita Rodrigues O. Martins 1 - Startup Startup é uma empresa jovem com um modelo de negócios repetível e escalável, em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Embora não se limite apenas a negócios digitais, uma startup necessita de inovação para não ser considerada uma empresa de modelo tradicional. A utilização do termo começou durante a crise das empresas ponto-com, entre 1996 e 2001. Na época, foi formada uma bolha especulativa caracterizada pela alta das ações das novas empresas de tecnologia da informação e comunicação alocadas no espaço da Internet. A Bolha da Internet, como ficou comumente conhecida, adotou e começou a utilizar o termo startup, que até então apenas significava um grupo de pessoas trabalhando por uma ideia diferente e com potencial de fazer dinheiro. Além disso, startup, na etimologia da palavra, também sempre foi sinônimo de iniciar algo e colocá-lo em funcionamento. De fato, startup é um termo que está na moda e empreender virou o sonho de muita gente, tanto no Brasil quanto fora dele. Um erro comum que permeia a definição de startups é se elas são somente empresas de internet. Não necessariamente, elas só são mais frequentes na Internet porque é bem mais barato e facilmente propagável criar uma empresa online do que uma de agronegócio, por exemplo. Há bastante espaço para discussão e interpretação do significado real do que é uma startup. Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Há ainda quem diga que a “tia do cachorro-quente” é uma startup e uma franquia de lanches é uma empresa. Se desmembrando a palavra, chegamos ao ato de iniciar algo, seria todo empreendimento um dia uma startup? A resposta é: não! Existem algumas características que definem esse tipo de empresa que excluem negócios tradicionais. Elas são: modelo de negócio inovador, repetível e escalável e cenário de incertezas. Características de uma startup O que é um modelo de negócios? E um negócio escalável e repetível? O que pode ser considerado um cenário de incertezas? Esses fatores essenciais para uma startup e são tópicos recorrentes no ecossistema. No entanto, não são óbvios para quem não está familiarizado com o meio. Para não restarem dúvidas, a gente explica em detalhe: Modelo de negócios Antes de tudo, o modelo de negócios é diferente de um plano de negócios, que foca em estratégias detalhadas para atingir metas, por exemplo. No modelo de negócios, o foco não é necessariamente no produto, mas no valor e, consequentemente, na rentabilidade. Em outras palavras, como o seu negócio soluciona a dor do cliente de forma lucrativa. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS Muitas vezes, o desafio do modelo de negócios de startups é criar algo inovador: ou adaptar um modelo de negócios para uma área onde não é comumente aplicado, ou criar um modelo totalmente novo. Repetível e escalável Esses dois fatores são super importantes para uma startup, uma vez que sem eles o negócio tem grandes chances de se tornar insustentável. Quem empreende com uma startup nunca sabe o dia de amanhã: afinal, a empresa terá capital para se manter? Essa é uma pergunta vital para esse negócio. Um produto repetível e escalável traz inúmeras vantagens, uma vez que ele promete atingir um grande número de clientes e gerar lucro de forma rápida! Para um negócio ser repetível significa que ele é capaz de entregar o mesmo produto em escala potencialmente ilimitada. Dessa forma, não é viável muitas customizações ou adaptações, pois a meta é multiplicar. Já ser escalável significa crescer cada vez mais sem que isso influencie no modelo de negócios. Como resultado, um modelo de negócio repetível e escalável que tem um fit no mercado tem grandes chances de ser uma startup de sucesso. Cenário de incertezas Criar uma startup é fugir do tradicional. Como procura ser disruptiva, dificilmente uma startup vai ter um manual de como ser bem sucedida. Não há como afirmar se a ideia ou projeto de empresa irão realmente deslanchar. Dessa forma, o caminho a ser trilhado e os passos que o empreendedor deve tomar são minimamente incertos. É justamente por esse ambiente, recorrente até que o modelo de negócios seja bem definido, que tanto se fala em investimento para startups. Sem capital de risco, é muito difícil persistir na busca por um modelo de negócios que comece a gerar grana e se sustente. O ideal é o negócio sobreviver até a comprovação de que o modelo existe e sua receita comece a de fato crescer. Caso contrário, provavelmente será necessário uma nova rodada de investimentos para que essa startup se torne uma empresa sustentável. Tipos de startups As startups podem ser divididas de várias formas, sendo que as principais são entre tipos de negócio ou nichos onde atuam. Em relação aos tipos de negócio, destacam-se dois tipos: B2B (Business to Business): em português, negócios para negócios, esse tipo de startup atende outras empresas ao invés do consumidor final diretamente. Um exemplo é o 99 corporativo, serviço de transporte para empresas. B2C (Business to Consumer): em português, negócios para consumidores, essa startup fornece um serviço para o consumidor final. Um exemplo é o 99, serviço de transporte voltado para o consumidor diretamente. B2B2C (Business to Business to Consumer): em português, negócios para empresas para consumidores, é utilizada quando uma empresa faz negócios com outra visando uma venda para o cliente final. No caso, o iFood é um ótimo caso de uma startup que faz parceria com outras empresas (restaurantes) para ajudar na venda para clientes. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS Já os nichos onde atuam são de acordo com a área da empresa. Você já deve ter se deparado com termos como FinTech, HealthTech, EdTech, LawTech e por aí vai. Essas são nomenclaturas para definir startups no ramo, respectivamente, de mercado financeiro, saúde e medicina, educação, direito. Startup e o empreendedorismo Ter uma startup é uma aventura. Portanto, não é qualquer pessoa que está disposta a entrar nessa, é preciso ter o espírito empreendedor. Em pesquisa rápida pela internet, alguns termos insistiram em aparecer nas definições de empreendedorismo: • Autonomia: esse é um dos principais motivos pelos quais as pessoas abandonam seus empregos e se tornam empreendedores. Trata-se da capacidade de assumir a responsabilidade pelas suas decisões e a independência na definição de seu sucesso. • Dedicação: não existe empreendedorismo sem comprometimento e determinação. Sabe aquela história de apenas 10% de inspiração de 90% de transpiração? • Disposição para se arriscar: não existe nenhum cenário em que o empreendedor não assuma algum tipo de risco. Muitas pessoas bem-sucedidas creditam o seu aprendizado e a sua evolução à capacidade de assumir riscos, de aprender com os erros e de perseverar a cada ocasião. A questão é: empreender, sobretudo, significa andar pelos próprios pés e rumo a um caminho desconhecido. É ser autônomo e dedicado o suficiente para assumir um risco e bancá-lo. E isso dá um medo danado, requer toda uma reestruturação de mentalidade, hábitos e costumes. Não caia na armadilha de pensar que nomes como Elon Musk ou Larry Page não sentiram isso quando se jogaram pelo mundão, porque são sensações inerentes à consciência do homem. Surge nessas horas o instinto e cabe a todos os corajosos saberem como controlar e superá-lo,em ordem de atravessar todos os seus medos e finalmente atingir o sucesso. Por fim, um último elemento fundamental para essa definição: valor. Note que em nenhuma parte do texto foram usadas as palavras “empresa” ou “negócios”. Isso porque não diz respeito apenas sobre os negócios. É necessário ampliar o conceito de empreendedorismo para além do negócio próprio e usá-lo como uma ferramenta que gere valor para a sociedade. Por que startups são importantes? Como já citado, startup é um termo cada vez mais pesquisado e que está na moda. Mas isso não é algo aleatório! Cada vez mais as inovações estão transformando a vida de milhares de pessoas para sempre. Elas vem para substituir processos engessados e revolucionar o mundo como conhecemos hoje. Essas mudanças já estão acontecendo e são parte da Nova Economia. O que é nova economia e como ela está ligada às sta rtups? A nova economia é o surgimento de novos modelos de negócios disruptivos, o que faz com que empresas e profissões fiquem obsoletas muito rapidamente. Ela exige outra postura de nós, pois é preciso ser mais rápido, mais competitivo, mais conectado e atualizado. Nesse FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS cenário de mudanças importantes é que surgiu a StartSe: nosso principal objetivo é conectar o mundo com as transformações causadas pela nova economia! Se você quiser saber mais detalhes sobre a nova economia e os impactos que ela promete trazer, baixe nosso ebook gratuito: A Nova Economia. Mas o que isso tem a ver com startups? No caso, as startups são parte fundamental dessa nova forma de pensar e agir. Elas são negócios com o olhar no futuro, que tem como um dos principais objetivos inovar e transformar processos. Mas, além de trazerem soluções disruptivas, elas também prometem desafiar o status quo, derrubando monopólios e ameaçando corporações. Quem não se lembra de gigantes como Kodak e Blockbuster? Elas foram substituídas por negócios que começaram como startups e hoje dominam o mercado, como Instagram e Netflix. Dessa forma, é certo dizer que a nova economia já chegou e nada mais importante do que estar por dentro desse ecossistema! FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS 2 – Startup Unicórnio Você provavelmente já ouviu o termo unicórnio muitas vezes, certo? Ele foi criado em 2013, pela fundadora da Cowboy Ventures, Aileen Lee, para se referir a 39 startups que tiveram uma valorização de mais de US$ 1 bilhão. Além de dar nome ao termo, que foi usado para enfatizar tal raridade, ela escreveu um relatório sobre as startups, que foram fundadas entre 2003 e 2013. Quando surgiu o termo startups unicórnio, ele ficava mais restrito a empresas de software fundadas após 2003, de capital privado e de valor superior a US$ 1bi. Hoje não há tanto essa delimitação de campo. De acordo com o relatório da CBInsights, há um total de 451 unicórnios no mundo, sendo os 5 principais: • Toutiao (Bytedance) – US$ 75 bilhões; • Didi Chuxing – US$ 56 bilhões; • Stripe – US$ 35,25 bilhões; • Airbnb – US$ 35 bilhões; • SpaceX – US$ 33,3 bilhões. Características das startups unicórnios As startups unicórnios já não são tão raras assim. Como levantado no report Corrida dos Unicórnios, pela central de inteligência do Distrito, o Dataminer, nasceram apenas em 2019 mais de 127 startups unicórnios. Além disso, na última década as startups bilionárias tiveram um grande boom, sendo que, dos 451 unicórnios mapeados pelo CBInsights, quase 50% se encontram nos Estados Unidos e 25% estão na China. Apesar da concentração, vale destacar que, nos últimos anos, outros países vêm entrando na lista. Já são 27 países com unicórnios e, segundo o Crunchbase, o Brasil foi o terceiro país a produzir mais unicórnios em 2019, com cinco ao todo. No ano de 2020, a Loft deu a largada entre os novos unicórnios brasileiros já no comecinho de janeiro. Mas o que as torna diferentes de outras startups? E o que elas têm em comum? Inovação disruptiva Quase todas as startups unicórnios quebram barreiras no segmento a que pertencem. Por exemplo, o Uber mudou a forma como as pessoas pegam táxi e o Airbnb monetizou a economia compartilhada. Vantagem de ser o primeiro O rompimento de barreiras e a vantagem de ser o primeiro andam juntos. Os unicórnios não apenas aproveitam essa vantagem, mas mantêm seu posicionamento inovando e melhorando seu produto ou serviço constantemente. Paradigma tecnológico FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS 87% dos produtos de startups unicórnios são software, 7% são hardware e os 6% restantes são outros produtos e serviços. Quase todos os unicórnios até agora capitalizaram no mercado passando por uma mudança de paradigma tecnológico. O Uber possibilitou solicitar um táxi ao simples toque da tela do smartphone, o Airbnb possibilitou o compartilhamento via internet e o Dropbox aproveitou a tecnologia baseada na nuvem. Foco no consumidor Entre os nove unicórnios brasileiros, seis são B2C, com modelos de negócio focados em tornar as coisas mais fáceis e acessíveis para os consumidores. Os outros três são B2B. Se olharmos para a base inteira de startups brasileiras, veremos que os números se invertem, e as B2B são a maioria. Essa diferença se explicar pelo fato de que atender o consumidor final exige muito capital e o custo de aquisição do cliente (CAC) é muito mais alto, porque requer mais investimento em marketing e publicidade, de forma geral. Como a maioria das startups no Brasil não tem isso, elas operam no modelo B2B, que é mais fácil de manter. Por outro lado, elas também não crescem tão rápido. Mais de um fundador A cultura popular retrata os fundadores de startups como excêntricos, introvertidos e trabalhando sozinhos, mas essa não é a realidade na maioria dos casos. Das 39 startups unicórnios da lista de Lee, 35 tinham mais de um fundador, com três co- fundadores, em média. A maioria deles tinha outra coisa em comum, uma longa história de trabalho juntos — 90% se conheciam há anos. Por que essa explosão de startups unicórnios? A explosão de firmas de tecnologia de capital privado com avaliações bilionárias depende, evidentemente, da disponibilidade desse capital. Segundo o Prof. William H. Janeway, economista da Universidade de Princeton e venture capitalist, a maior disposição de investidores em injetar capital em empreendimentos arriscados, apostando em grandes retornos, vem da crise financeira global de 2008. As taxas de juros baixas ou quase nulas em bancos centrais da América do Norte e Europa incentivaram a tomada de riscos, o que explica a confiança dos investidores. Mas não é só isso. O crescimento desproporcional das startups passa também por outros dois fatores: escalabilidade: empresas de tecnologia como Google e Facebook mostraram que é possível atingir bilhões de clientes com bem menos atrito e custo, e com mais velocidade que outros setores; necessidade maior de crescer rapidamente: no tipo de mercado conhecido como winner takes all, a empresa que cresce mais rápido geralmente elimina ou absorve as outras e reina sozinha. Isso exige quantidades enormes de capital, capazes de alimentar a expansão acelerada mesmo enquanto a empresa não lucra – o que pode demorar anos, ou até mesmo nunca acontecer. A Uber, por exemplo, avaliada em US$72 bilhões, ainda não dá lucros e continua buscando capital de expansão. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS E as startups unicórnios brasileiras? Muitas startups brasileiras estão se estruturando dentro de uma comunidade e um ecossistema propício para a captação de investimento nos mais diversos estágios do negócio. Prova disso é que,em pouco mais de dois anos, tivemos nove startups incluídas na lista de unicórnios, sendo uma delas — o Nubank — um decacórnio, ou seja, com valor acima de US$ 10 bilhões. Entre os fatores que levam essas e outras startups a serem tão promissoras está o amadurecimento do modelo de negócios e a capacidade de oferecer soluções inovadoras que suprem as demandas do mercado. Quem são elas? Embora falemos em 9 unicórnios, nossa lista contém 11 nomes. Isso porque Arco Educação e Stone já abriram capital, o que foge do conceito tradicional de unicórnio. Nesses, estamos chamando de IPOgrifos. O nome é uma brincadeira com o termo IPO (Initial Public Offering), que representa o lançamento de uma empresa na bolsa de valores, e o também mitológico Hipogrifo, um cavalo com cabeça e asas de águia. 99 Fundada por Ariel Lambrecht, Renato Freitas e Paulo Vera em 2012, a antiga 99Taxi tinha como objetivo ser um aplicativo para facilitar o serviço de táxis no país. Com a chegada da Uber ao mercado, a 99 evoluiu seus serviços para a linha Pop. Criou também o 99 Empresas, uma plataforma de gestão de transporte corporativo, e o 99 Food, para delivery de comida. Foi a primeira brasileira a se tornar uma startup unicórnio, em janeiro de 2018. A DiDi Chuxing, empresa chinesa de mobilidade urbana, já havia investido US$ 100 milhões nela, um ano antes, comprando fatias detidas por fundos como Qualcomm Ventures, SoftBank, Tiger Global, Riverwood Capital e Monashees. Após a aquisição, a 99 investiu na integração das equipes, com aulas de mandarim aos seus funcionários brasileiros e aulas de português para a equipe que veio da China. Nubank Tudo começou em 2013, quando Cristina Junqueira, David Vélez e Edward Wible receberam um investimento de US$ 2 milhões da Sequoia Capital e Kaszek Ventures para criar a fintech. O modelo de negócios foi se firmando como exemplo para instituições financeiras tradicionais, que se aventuraram no lançamento de cartões e contas digitais, mas sem a mesma penetração no mercado que o Nubank conseguiu. Em março de 2018 anunciou ter se tornado unicórnio após um aporte, liderado pelo fundo DST Global, do investidor russo Yuri Milner, de US$ 150 milhões na série E. Foi a sexta rodada de investimentos da fintech desde sua fundação. Ainda no mesmo ano, em outubro, a gigante chinesa Tencent colocou mais US$ 180 milhões na conta da Nubank, fazendo com que o seu valor de mercado chegasse aos US$ 4 bilhões, tornando-a o maior banco digital do mundo. Em julho de 2019, um novo aporte de US$ 400 milhões da TCV colaborou para que a empresa se tornasse o primeiro decacórnio brasileiro, avaliado em mais de US$ 100 bilhões. Com 20 milhões de clientes ativos, considerando a soma daqueles que têm o cartão de crédito e a NuConta, a expectativa é que a fintech traga inovações da Ásia para o Ocidente, por meio da parceria com a Tencent e a expertise asiática em inovações. Arco Educação Foi fundada em 2004 pela família de Sá, mas somente 10 anos depois alavancou de vez, com a chegada da General Atlantic como sócia, detendo 25% do capital. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS Nasceu com a missão de transformar a forma como os estudantes aprendem, promovendo e escalando a educação de excelência. Com um crescimento superior a 40% ao ano, a empresa continua expandindo seu portfólio e sua abrangência territorial. Registrando lucro líquido de R$ 54,3 milhões no primeiro semestre de 2018 e com receita líquida de R$ 195,1 milhões, a ideia inicial dos executivos sempre foi abrir o caminho para lançar sua oferta nas bolsas estadunidenses. Assim foi feito: lançou-se na Nasdaq em setembro de 2018, captando US$ 194 milhões. Agora a empresa já vale US$ 2,8 bilhões e tem focado em aquisições. Em maio de 2019, comprou o Sistema Positivo de Educação por R$ 1,65 bilhão. Stone A empresa de pagamentos foi fundada em 2013 e contou com acionistas como o Fundo Arpex Capital, de Jorge Paulo Lemann, a estadunidense Madrone Capital Partners, o fundo britânico Actis, a gestora Gávea Investimentos, entre outros nomes de peso. Nasceu de um sonho antigo dos sócios-fundadores, de construir um negócio próspero em um mercado arcaico e, naturalmente, ineficiente. De 2015 a 2017, cresceu 15 vezes a equipe e quase 1.500 vezes o portfólio de clientes e viu sua base de clientes aumentar 1.500 vezes. Em outubro de 2018 a startup fez sua oferta pública inicial na Nasdaq, superando as expectativas iniciais e precificando seus papéis em US$ 24. Como resultado disso, a empresa captou US$ 1,2 bilhão. A demanda pela pré-reserva das ações foi tão alta que a Stone acabou antecipando o início das negociações. Entre os investidores estiverem grandes nomes, como Warren Buffett, mega empreendedor, e Ant Financial, braço do chinês Alibaba e dono do Alipay, uma das maiores plataformas na área de pagamentos de todo o mundo. Atualmente seu valor de mercado já chega a cerca de US$ 12 bilhões. Os números falam por si: no terceiro trimestre de 2019, a Stone reportou lucro de R$ 191,3 milhões no terceiro trimestre e suas ações se valorizaram 88% no ano de 2019. Movile Nasceu em Campinas, em uma sala com dois funcionários, e desde o início o plano era ser uma empresa global. Hoje está presente em mais de 100 países e cresce cerca de 80% ao ano. A Movile, holding que adquiriu o controle do iFood em 2014, é dona também de startups como a Sympla, plataforma líder em venda de tickets para eventos, Playkids e Apontados, entre outros. A startup bateu US$ 1 bilhão em faturamento em março de 2017, mas optou por anunciar os valores somente depois de receber uma rodada de investimento de US$ 500 milhões, em novembro de 2018, para expandir sua atuação no exterior e no Brasil. Além do 1 bilhão de usuários para 2020, outra meta da Movile é se tornar uma grande holding de tecnologia, com valor de mercado de US$ 10 bilhões, alcançando o status de decacorn. Decacorn – Super Unicorn – Super Unicórnio: é um unicórnio que cruza a valorização de US$ 10 bilhões. Uber, Dropbox, SpaceX, Pinterest e WeWork são alguns decacorns famosos. Gympass A ideia da Gympass é permitir o uso de milhares academias diferentes pagando uma única assinatura. O conceito, que já era atrativo para consumidores finais, tomou proporções maiores quando a startup se voltou para clientes corporativos. Agora, empresas podem oferecer o serviço como um benefício para aumentar a retenção e possivelmente até mesmo a produtividade de seus funcionários. Hoje são 19.600 academias acessíveis pelo serviço no Brasil, e o número continua a aumentar. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS Com a mudança da sede para Nova Iorque e mais de 6.000 academias disponíveis no país, conseguiram uma rodada de investimentos do Softbank. Em junho de 2019, recebeu um aporte de US$ 300 milhões liderado pelo Softbank e pelo Valor Capital Group para continuar sua expansão e internacionalização. Loggi A Loggi criou uma rede de logística para entregas com um sistema completamente online. Com isso, atende e-commerces, empresas e até pessoas físicas. O aplicativo serve hoje a 16 das maiores lojas online do país. Com um investimento de US$ 150 milhões liderado pelo Softbank e pela Microsoft, tornou-se, em junho de 2019, o quinto unicórnio brasileiro. Quinto Andar O Quinto Andar surgiu para resolver uma questão específica do mercado de aluguel de imóveis: a dificuldade de obter ou conceder garantia, como fiador, seguro, cheque caução ou seguro fiança. A startup conseguiu aumentar o acesso ao mercado e reduzir a média de espera do mercado de 30 para 4 dias. Depois expandiu sua área de atuação para a intermediação da compra e venda de imóveis, reformas de apartamento e uso de inteligência artificial para usar utilizar da melhor forma possível os R$ 29 bilhões de ativos sob gestão. Entrou para a listade unicórnios brasileiros em setembro de 2019, após um aporte de US$ 25 milhões do Softbank. Ebanx Sediado no Paraná, o Ebanx é o único unicórnio brasileiro de fora de São Paulo. Especializado em processar pagamentos entre fronteiras, permite que os usuários façam compras com formas de pagamento latino-americanas em empresas do mundo todo. Conta com nomes como Airbnb, Spotify e Sony entre seus parceiros. Atualmente processa pagamentos vindos de oito países diferentes e tem presença física em 12 países ao todo. Chegou ao seleto grupo de unicórnios brasileiros em outubro de 2019, após um aporte do fundo FTV Capital, de valor não revelado. Wildlife A Wildlife é um estúdio de desenvolvimento de games para smartphones. Já lançou mais de 60 jogos virtuais para dispositivos móveis e superou os 2 bilhões de downloads. Atualmente, tem escritórios no Brasil, na Irlanda, nos EUA e na Argentina. Após uma rodada de investimentos liderada pelo fundo norte-americano Benchmark Capital, a empresa foi avaliada em US$ 1,3 bilhão e passou a fazer parte dos unicórnios brasileiros em dezembro de 2019. Loft A estreante do grupo chegou em janeiro de 2020. É também a startup que mais rápido virou unicórnio. A empresa foi fundada em 2018 e alcançou o valor de mercado de US$ 1 bilhão com menos de um ano e meio de operação. A Loft atua no mercado de imóveis e está envolvida em praticamente todas as etapas, desde o financiamento até a precificação, compra, reforma e venda de apartamentos. Por meio de uma precificação inteligente de propriedades e de parcerias com empreiteiras, é capaz de prever melhor a rentabilidade de seus investimentos. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS Por fim, é importante falar sobre a classificação do PagSeguro, que também faria parte desse time de startups unicórnios. A questão é que até pouco tempo atrás o PagSeguro não era uma organização independente, tendo boa parte do seu crescimento sob o comando da UOL. Então, apesar de ter sido o segundo empreendimento nacional a ter atingido a marca, o PagSeguro teoricamente não é uma startup. Se esse é um critério, ele não entra na lista. E como se tornar um unicórnio? Para muitos fundadores, ganhar o status de unicórnio ainda é uma fantasia. Na verdade, menos de 1% das startups alcançarão a avaliação de bilhões de dólares. Não há uma receita de bolo para isso, é fato. O que podemos colocar na mesa são algumas dicas para os primeiros passos que podem, inclusive, auxiliar a equipe a alcançar a máxima produtividade nessa jornada. Comprometa-se com o crescimento Construir um unicórnio não é como construir uma startup típica. Para alcançar a posição de criatura mitológica, primeiramente, você deve: ser altamente motivado para criar algo disruptivo; priorizar a missão principal, os valores e a cultura da empresa; acreditar fortemente que seu produto ou serviço irá melhorar a vida dos usuários; ter um modelo de negócios baseado em escalabilidade e expansão do negócio. Depois de ter essa visão e um modelo de negócios voltado para o lucro, descubra o que é preciso para atingir os principais indicadores de sucesso. Construa o produto certo Provavelmente, você tem muitas ideias de negócios que parecem ótimas. Os melhores empreendedores criam startups que resolvem problemas, e as melhores ideias nascem dos problemas e obstáculos diários. No entanto, se o objetivo é construir uma empresa unicórnio, uma boa ideia não é o suficiente. Seu produto ou serviço também deve ser altamente desejado por um enorme segmento de mercado. De acordo com a CB Insights, 42% das startups falham porque não há necessidade de mercado. Como saber se sua ideia tem potencial? Antes de colocar a ideia em prática, uma pesquisa de mercado é essencial. Os unicórnios testam suas suposições, pesquisam, segmentam grandes mercados e buscam indicadores. Garanta o investimento certo Os grandes investidores apostam apenas nas principais startups. Na maioria dos casos, eles estão procurando as que já provaram sua capacidade de escalar. Depois de alcançar a tração inicial com os primeiros clientes pagantes, a chave para escalar rapidamente é garantir uma base fiel de usuários, que defendam sua marca. Concentrar-se nisso, acompanhar as métricas financeiras e fornecer documentação que prove que você tem tudo para replicar os resultados anteriores em uma escala maior é essencial para fechar uma boa rodada de investimento. Unicórnios são consequência, não objetivo No texto abaixo, produzido por Gustavo Gierun, sócio do Distrito, e publicado no report Corrida dos Unicórnios você entende melhor a nossa visão sobre o setor e mudanças de mercado. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS O investimento em empresas em estado inicial por meio de capital de risco, ou venture capital, é um dos principais fatores que permite que Unicórnios surjam. Mais do que isso, no entanto, é uma forma de possibilitar toda uma nova classe de empreendimentos, cujo modelo de negócios não necessariamente funciona em todas as escalas e níveis de desenvolvimento. Por meio de injeções estratégicas de capital, uma startup pode introduzir tecnologia que só faz sentido, financeiramente, quando usada por uma massa enorme de usuários – sem se preocupar em como vai sobreviver o período em que essa massa ainda não é atingida. No entanto, esse objetivo final — uma empresa autossustentável e saudável, com um produto ou serviço atraente para o mercado — deve estar claro desde o princípio. Sem isso, o investimento se torna puramente especulativo. E, assim, a injeção de capital serve apenas como uma forma de fazer com que a empresa cresça em valor antes de ser comprada pelo próximo especulador. Assim, quando tratamos de Unicórnios, vemos o título como uma consequência de um sucesso e um reconhecimento. Porém sem ser necessariamente um objetivo a ser mirado.Agora que você já sabe tudo sobre as startups unicórnios, aproveite também para baixar nosso relatório Corrida dos Unicórnios 2020 e saber quem tem chance de entrar para a lista em breve!
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