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Aula6StartupeStartupUnicrnio_20210925055024

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FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS – FEAMIG 
Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS 
 
 
Disciplina – Empreendedorismo e Liderança Prof.(a): Tálita Rodrigues O. Martins 
 
1 - Startup 
 
Startup é uma empresa jovem com um modelo de negócios repetível e escalável, em 
um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Embora não se limite apenas a 
negócios digitais, uma startup necessita de inovação para não ser considerada uma empresa 
de modelo tradicional. 
 
A utilização do termo começou durante a crise das empresas ponto-com, entre 1996 e 2001. 
Na época, foi formada uma bolha especulativa caracterizada pela alta das ações das novas 
empresas de tecnologia da informação e comunicação alocadas no espaço da Internet. A Bolha 
da Internet, como ficou comumente conhecida, adotou e começou a utilizar o termo startup, 
que até então apenas significava um grupo de pessoas trabalhando por uma ideia diferente e 
com potencial de fazer dinheiro. Além disso, startup, na etimologia da palavra, também 
sempre foi sinônimo de iniciar algo e colocá-lo em funcionamento. 
 
De fato, startup é um termo que está na moda e empreender virou o sonho de muita gente, 
tanto no Brasil quanto fora dele. Um erro comum que permeia a definição de startups é se elas 
são somente empresas de internet. Não necessariamente, elas só são mais frequentes na 
Internet porque é bem mais barato e facilmente propagável criar uma empresa online do que 
uma de agronegócio, por exemplo. 
 
Há bastante espaço para discussão e interpretação do significado real do que é uma 
startup. Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser 
considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de 
manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez 
maiores. Há ainda quem diga que a “tia do cachorro-quente” é uma startup e uma franquia de 
lanches é uma empresa. Se desmembrando a palavra, chegamos ao ato de iniciar algo, seria 
todo empreendimento um dia uma startup? 
 
A resposta é: não! Existem algumas características que definem esse tipo de empresa que 
excluem negócios tradicionais. Elas são: modelo de negócio inovador, repetível e escalável e 
cenário de incertezas. 
 
Características de uma startup 
 
O que é um modelo de negócios? E um negócio escalável e repetível? O que pode ser 
considerado um cenário de incertezas? Esses fatores essenciais para uma startup e são tópicos 
recorrentes no ecossistema. No entanto, não são óbvios para quem não está familiarizado com 
o meio. Para não restarem dúvidas, a gente explica em detalhe: 
 
Modelo de negócios 
 
Antes de tudo, o modelo de negócios é diferente de um plano de negócios, que foca em 
estratégias detalhadas para atingir metas, por exemplo. No modelo de negócios, o foco não é 
necessariamente no produto, mas no valor e, consequentemente, na rentabilidade. Em outras 
palavras, como o seu negócio soluciona a dor do cliente de forma lucrativa. 
 
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Instituto Educacional Cândida de Souza - IECS 
 
 
Muitas vezes, o desafio do modelo de negócios de startups é criar algo inovador: ou adaptar 
um modelo de negócios para uma área onde não é comumente aplicado, ou criar um modelo 
totalmente novo. 
 
Repetível e escalável 
 
Esses dois fatores são super importantes para uma startup, uma vez que sem eles o negócio 
tem grandes chances de se tornar insustentável. Quem empreende com uma startup nunca 
sabe o dia de amanhã: afinal, a empresa terá capital para se manter? Essa é uma pergunta vital 
para esse negócio. Um produto repetível e escalável traz inúmeras vantagens, uma vez que ele 
promete atingir um grande número de clientes e gerar lucro de forma rápida! 
Para um negócio ser repetível significa que ele é capaz de entregar o mesmo produto em 
escala potencialmente ilimitada. Dessa forma, não é viável muitas customizações ou 
adaptações, pois a meta é multiplicar. Já ser escalável significa crescer cada vez mais sem que 
isso influencie no modelo de negócios. Como resultado, um modelo de negócio repetível e 
escalável que tem um fit no mercado tem grandes chances de ser uma startup de sucesso. 
 
Cenário de incertezas 
 
Criar uma startup é fugir do tradicional. Como procura ser disruptiva, dificilmente uma startup 
vai ter um manual de como ser bem sucedida. Não há como afirmar se a ideia ou projeto de 
empresa irão realmente deslanchar. Dessa forma, o caminho a ser trilhado e os passos que o 
empreendedor deve tomar são minimamente incertos. 
 
É justamente por esse ambiente, recorrente até que o modelo de negócios seja bem definido, 
que tanto se fala em investimento para startups. Sem capital de risco, é muito difícil persistir 
na busca por um modelo de negócios que comece a gerar grana e se sustente. O ideal é 
o negócio sobreviver até a comprovação de que o modelo existe e sua receita comece a de 
fato crescer. Caso contrário, provavelmente será necessário uma nova rodada de 
investimentos para que essa startup se torne uma empresa sustentável. 
 
Tipos de startups 
As startups podem ser divididas de várias formas, sendo que as principais são entre tipos de 
negócio ou nichos onde atuam. Em relação aos tipos de negócio, destacam-se dois tipos: 
 
B2B (Business to Business): em português, negócios para negócios, esse tipo de startup 
atende outras empresas ao invés do consumidor final diretamente. Um exemplo é o 99 
corporativo, serviço de transporte para empresas. 
 
B2C (Business to Consumer): em português, negócios para consumidores, essa startup fornece 
um serviço para o consumidor final. Um exemplo é o 99, serviço de transporte voltado para o 
consumidor diretamente. 
 
B2B2C (Business to Business to Consumer): em português, negócios para empresas para 
consumidores, é utilizada quando uma empresa faz negócios com outra visando uma venda 
para o cliente final. No caso, o iFood é um ótimo caso de uma startup que faz parceria com 
outras empresas (restaurantes) para ajudar na venda para clientes. 
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Já os nichos onde atuam são de acordo com a área da empresa. Você já deve ter se deparado 
com termos como FinTech, HealthTech, EdTech, LawTech e por aí vai. Essas são nomenclaturas 
para definir startups no ramo, respectivamente, de mercado financeiro, saúde e medicina, 
educação, direito. 
 
Startup e o empreendedorismo 
Ter uma startup é uma aventura. Portanto, não é qualquer pessoa que está disposta a entrar 
nessa, é preciso ter o espírito empreendedor. Em pesquisa rápida pela internet, alguns termos 
insistiram em aparecer nas definições de empreendedorismo: 
 
• Autonomia: esse é um dos principais motivos pelos quais as pessoas abandonam seus 
empregos e se tornam empreendedores. Trata-se da capacidade de assumir a 
responsabilidade pelas suas decisões e a independência na definição de seu sucesso. 
• Dedicação: não existe empreendedorismo sem comprometimento e determinação. 
Sabe aquela história de apenas 10% de inspiração de 90% de transpiração? 
• Disposição para se arriscar: não existe nenhum cenário em que o empreendedor 
não assuma algum tipo de risco. Muitas pessoas bem-sucedidas creditam o seu 
aprendizado e a sua evolução à capacidade de assumir riscos, de aprender com os 
erros e de perseverar a cada ocasião. 
 
A questão é: empreender, sobretudo, significa andar pelos próprios pés e rumo a um caminho 
desconhecido. É ser autônomo e dedicado o suficiente para assumir um risco e bancá-lo. E isso 
dá um medo danado, requer toda uma reestruturação de mentalidade, hábitos e costumes. 
Não caia na armadilha de pensar que nomes como Elon Musk ou Larry Page não sentiram isso 
quando se jogaram pelo mundão, porque são sensações inerentes à consciência do homem. 
 
Surge nessas horas o instinto e cabe a todos os corajosos saberem como controlar e superá-lo,em ordem de atravessar todos os seus medos e finalmente atingir o sucesso. 
Por fim, um último elemento fundamental para essa definição: valor. 
 
Note que em nenhuma parte do texto foram usadas as palavras “empresa” ou “negócios”. Isso 
porque não diz respeito apenas sobre os negócios. É necessário ampliar o conceito de 
empreendedorismo para além do negócio próprio e usá-lo como uma ferramenta que gere 
valor para a sociedade. 
 
Por que startups são importantes? 
Como já citado, startup é um termo cada vez mais pesquisado e que está na moda. Mas isso 
não é algo aleatório! Cada vez mais as inovações estão transformando a vida de milhares de 
pessoas para sempre. Elas vem para substituir processos engessados e revolucionar o mundo 
como conhecemos hoje. Essas mudanças já estão acontecendo e são parte da Nova Economia. 
 
O que é nova economia e como ela está ligada às sta rtups? 
A nova economia é o surgimento de novos modelos de negócios disruptivos, o que faz com 
que empresas e profissões fiquem obsoletas muito rapidamente. Ela exige outra postura de 
nós, pois é preciso ser mais rápido, mais competitivo, mais conectado e atualizado. Nesse 
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cenário de mudanças importantes é que surgiu a StartSe: nosso principal objetivo é conectar o 
mundo com as transformações causadas pela nova economia! Se você quiser saber mais 
detalhes sobre a nova economia e os impactos que ela promete trazer, baixe nosso ebook 
gratuito: A Nova Economia. 
 
Mas o que isso tem a ver com startups? No caso, as startups são parte fundamental dessa nova 
forma de pensar e agir. Elas são negócios com o olhar no futuro, que tem como um dos 
principais objetivos inovar e transformar processos. Mas, além de trazerem 
soluções disruptivas, elas também prometem desafiar o status quo, derrubando monopólios 
e ameaçando corporações. Quem não se lembra de gigantes como Kodak e Blockbuster? Elas 
foram substituídas por negócios que começaram como startups e hoje dominam o mercado, 
como Instagram e Netflix. 
 
Dessa forma, é certo dizer que a nova economia já chegou e nada mais importante do que 
estar por dentro desse ecossistema! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 – Startup Unicórnio 
 
Você provavelmente já ouviu o termo unicórnio muitas vezes, certo? Ele foi criado em 2013, 
pela fundadora da Cowboy Ventures, Aileen Lee, para se referir a 39 startups que tiveram uma 
valorização de mais de US$ 1 bilhão. 
Além de dar nome ao termo, que foi usado para enfatizar tal raridade, ela escreveu 
um relatório sobre as startups, que foram fundadas entre 2003 e 2013. 
 
Quando surgiu o termo startups unicórnio, ele ficava mais restrito a empresas de software 
fundadas após 2003, de capital privado e de valor superior a US$ 1bi. Hoje não há tanto essa 
delimitação de campo. 
 
De acordo com o relatório da CBInsights, há um total de 451 unicórnios no mundo, sendo os 5 
principais: 
• Toutiao (Bytedance) – US$ 75 bilhões; 
• Didi Chuxing – US$ 56 bilhões; 
• Stripe – US$ 35,25 bilhões; 
• Airbnb – US$ 35 bilhões; 
• SpaceX – US$ 33,3 bilhões. 
 
Características das startups unicórnios 
 
As startups unicórnios já não são tão raras assim. Como levantado no report Corrida dos 
Unicórnios, pela central de inteligência do Distrito, o Dataminer, nasceram apenas em 2019 
mais de 127 startups unicórnios. 
 
Além disso, na última década as startups bilionárias tiveram um grande boom, sendo que, dos 
451 unicórnios mapeados pelo CBInsights, quase 50% se encontram nos Estados Unidos e 25% 
estão na China. 
 
Apesar da concentração, vale destacar que, nos últimos anos, outros países vêm entrando na 
lista. Já são 27 países com unicórnios e, segundo o Crunchbase, o Brasil foi o terceiro país a 
produzir mais unicórnios em 2019, com cinco ao todo. No ano de 2020, a Loft deu a largada 
entre os novos unicórnios brasileiros já no comecinho de janeiro. 
Mas o que as torna diferentes de outras startups? E o que elas têm em comum? 
 
Inovação disruptiva 
Quase todas as startups unicórnios quebram barreiras no segmento a que pertencem. Por 
exemplo, o Uber mudou a forma como as pessoas pegam táxi e o Airbnb monetizou a 
economia compartilhada. 
 
Vantagem de ser o primeiro 
O rompimento de barreiras e a vantagem de ser o primeiro andam juntos. Os unicórnios não 
apenas aproveitam essa vantagem, mas mantêm seu posicionamento inovando e melhorando 
seu produto ou serviço constantemente. 
Paradigma tecnológico 
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87% dos produtos de startups unicórnios são software, 7% são hardware e os 6% restantes são 
outros produtos e serviços. Quase todos os unicórnios até agora capitalizaram no mercado 
passando por uma mudança de paradigma tecnológico. 
 
O Uber possibilitou solicitar um táxi ao simples toque da tela do smartphone, o Airbnb 
possibilitou o compartilhamento via internet e o Dropbox aproveitou a tecnologia baseada na 
nuvem. 
 
Foco no consumidor 
Entre os nove unicórnios brasileiros, seis são B2C, com modelos de negócio focados em tornar 
as coisas mais fáceis e acessíveis para os consumidores. Os outros três são B2B. Se olharmos 
para a base inteira de startups brasileiras, veremos que os números se invertem, e as B2B são 
a maioria. 
Essa diferença se explicar pelo fato de que atender o consumidor final exige muito capital e o 
custo de aquisição do cliente (CAC) é muito mais alto, porque requer mais investimento em 
marketing e publicidade, de forma geral. Como a maioria das startups no Brasil não tem isso, 
elas operam no modelo B2B, que é mais fácil de manter. Por outro lado, elas também não 
crescem tão rápido. 
 
Mais de um fundador 
A cultura popular retrata os fundadores de startups como excêntricos, introvertidos e 
trabalhando sozinhos, mas essa não é a realidade na maioria dos casos. 
Das 39 startups unicórnios da lista de Lee, 35 tinham mais de um fundador, com três co-
fundadores, em média. A maioria deles tinha outra coisa em comum, uma longa história de 
trabalho juntos — 90% se conheciam há anos. 
 
Por que essa explosão de startups unicórnios? 
 
A explosão de firmas de tecnologia de capital privado com avaliações bilionárias depende, 
evidentemente, da disponibilidade desse capital. 
 
Segundo o Prof. William H. Janeway, economista da Universidade de Princeton e venture 
capitalist, a maior disposição de investidores em injetar capital em empreendimentos 
arriscados, apostando em grandes retornos, vem da crise financeira global de 2008. 
 
As taxas de juros baixas ou quase nulas em bancos centrais da América do Norte e Europa 
incentivaram a tomada de riscos, o que explica a confiança dos investidores. Mas não é só isso. 
 
O crescimento desproporcional das startups passa também por outros dois fatores: 
 
escalabilidade: empresas de tecnologia como Google e Facebook mostraram que é possível 
atingir bilhões de clientes com bem menos atrito e custo, e com mais velocidade que outros 
setores; 
 
necessidade maior de crescer rapidamente: no tipo de mercado conhecido como winner takes 
all, a empresa que cresce mais rápido geralmente elimina ou absorve as outras e reina sozinha. 
Isso exige quantidades enormes de capital, capazes de alimentar a expansão acelerada mesmo 
enquanto a empresa não lucra – o que pode demorar anos, ou até mesmo nunca acontecer. A 
Uber, por exemplo, avaliada em US$72 bilhões, ainda não dá lucros e continua buscando 
capital de expansão. 
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E as startups unicórnios brasileiras? 
 
Muitas startups brasileiras estão se estruturando dentro de uma comunidade e um 
ecossistema propício para a captação de investimento nos mais diversos estágios do negócio. 
Prova disso é que,em pouco mais de dois anos, tivemos nove startups incluídas na lista de 
unicórnios, sendo uma delas — o Nubank — um decacórnio, ou seja, com valor acima de US$ 
10 bilhões. Entre os fatores que levam essas e outras startups a serem tão promissoras está o 
amadurecimento do modelo de negócios e a capacidade de oferecer soluções inovadoras que 
suprem as demandas do mercado. 
Quem são elas? Embora falemos em 9 unicórnios, nossa lista contém 11 nomes. Isso porque 
Arco Educação e Stone já abriram capital, o que foge do conceito tradicional de unicórnio. 
Nesses, estamos chamando de IPOgrifos. O nome é uma brincadeira com o termo IPO (Initial 
Public Offering), que representa o lançamento de uma empresa na bolsa de valores, e o 
também mitológico Hipogrifo, um cavalo com cabeça e asas de águia. 
 
99 
Fundada por Ariel Lambrecht, Renato Freitas e Paulo Vera em 2012, a antiga 99Taxi tinha 
como objetivo ser um aplicativo para facilitar o serviço de táxis no país. Com a chegada da 
Uber ao mercado, a 99 evoluiu seus serviços para a linha Pop. Criou também o 99 Empresas, 
uma plataforma de gestão de transporte corporativo, e o 99 Food, para delivery de comida. 
Foi a primeira brasileira a se tornar uma startup unicórnio, em janeiro de 2018. A DiDi Chuxing, 
empresa chinesa de mobilidade urbana, já havia investido US$ 100 milhões nela, um ano 
antes, comprando fatias detidas por fundos como Qualcomm Ventures, SoftBank, Tiger Global, 
Riverwood Capital e Monashees. 
Após a aquisição, a 99 investiu na integração das equipes, com aulas de mandarim aos seus 
funcionários brasileiros e aulas de português para a equipe que veio da China. 
 
Nubank 
Tudo começou em 2013, quando Cristina Junqueira, David Vélez e Edward Wible receberam 
um investimento de US$ 2 milhões da Sequoia Capital e Kaszek Ventures para criar a fintech. 
O modelo de negócios foi se firmando como exemplo para instituições financeiras tradicionais, 
que se aventuraram no lançamento de cartões e contas digitais, mas sem a mesma penetração 
no mercado que o Nubank conseguiu. 
Em março de 2018 anunciou ter se tornado unicórnio após um aporte, liderado pelo fundo DST 
Global, do investidor russo Yuri Milner, de US$ 150 milhões na série E. Foi a sexta rodada de 
investimentos da fintech desde sua fundação. 
Ainda no mesmo ano, em outubro, a gigante chinesa Tencent colocou mais US$ 180 milhões 
na conta da Nubank, fazendo com que o seu valor de mercado chegasse aos US$ 4 bilhões, 
tornando-a o maior banco digital do mundo. Em julho de 2019, um novo aporte de US$ 400 
milhões da TCV colaborou para que a empresa se tornasse o primeiro decacórnio brasileiro, 
avaliado em mais de US$ 100 bilhões. 
Com 20 milhões de clientes ativos, considerando a soma daqueles que têm o cartão de crédito 
e a NuConta, a expectativa é que a fintech traga inovações da Ásia para o Ocidente, por meio 
da parceria com a Tencent e a expertise asiática em inovações. 
 
Arco Educação 
Foi fundada em 2004 pela família de Sá, mas somente 10 anos depois alavancou de vez, com a 
chegada da General Atlantic como sócia, detendo 25% do capital. 
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Nasceu com a missão de transformar a forma como os estudantes aprendem, promovendo e 
escalando a educação de excelência. Com um crescimento superior a 40% ao ano, a empresa 
continua expandindo seu portfólio e sua abrangência territorial. 
Registrando lucro líquido de R$ 54,3 milhões no primeiro semestre de 2018 e com receita 
líquida de R$ 195,1 milhões, a ideia inicial dos executivos sempre foi abrir o caminho para 
lançar sua oferta nas bolsas estadunidenses. 
Assim foi feito: lançou-se na Nasdaq em setembro de 2018, captando US$ 194 milhões. Agora 
a empresa já vale US$ 2,8 bilhões e tem focado em aquisições. Em maio de 2019, comprou o 
Sistema Positivo de Educação por R$ 1,65 bilhão. 
 
Stone 
A empresa de pagamentos foi fundada em 2013 e contou com acionistas como o Fundo Arpex 
Capital, de Jorge Paulo Lemann, a estadunidense Madrone Capital Partners, o fundo britânico 
Actis, a gestora Gávea Investimentos, entre outros nomes de peso. 
Nasceu de um sonho antigo dos sócios-fundadores, de construir um negócio próspero em um 
mercado arcaico e, naturalmente, ineficiente. De 2015 a 2017, cresceu 15 vezes a equipe e 
quase 1.500 vezes o portfólio de clientes e viu sua base de clientes aumentar 1.500 vezes. 
Em outubro de 2018 a startup fez sua oferta pública inicial na Nasdaq, superando as 
expectativas iniciais e precificando seus papéis em US$ 24. Como resultado disso, a empresa 
captou US$ 1,2 bilhão. 
A demanda pela pré-reserva das ações foi tão alta que a Stone acabou antecipando o início das 
negociações. Entre os investidores estiverem grandes nomes, como Warren Buffett, mega 
empreendedor, e Ant Financial, braço do chinês Alibaba e dono do Alipay, uma das maiores 
plataformas na área de pagamentos de todo o mundo. 
Atualmente seu valor de mercado já chega a cerca de US$ 12 bilhões. Os números falam por si: 
no terceiro trimestre de 2019, a Stone reportou lucro de R$ 191,3 milhões no terceiro 
trimestre e suas ações se valorizaram 88% no ano de 2019. 
 
Movile 
Nasceu em Campinas, em uma sala com dois funcionários, e desde o início o plano era ser uma 
empresa global. Hoje está presente em mais de 100 países e cresce cerca de 80% ao ano. 
A Movile, holding que adquiriu o controle do iFood em 2014, é dona também de startups 
como a Sympla, plataforma líder em venda de tickets para eventos, Playkids e Apontados, 
entre outros. 
A startup bateu US$ 1 bilhão em faturamento em março de 2017, mas optou por anunciar os 
valores somente depois de receber uma rodada de investimento de US$ 500 milhões, em 
novembro de 2018, para expandir sua atuação no exterior e no Brasil. 
Além do 1 bilhão de usuários para 2020, outra meta da Movile é se tornar uma grande holding 
de tecnologia, com valor de mercado de US$ 10 bilhões, alcançando o status de decacorn. 
Decacorn – Super Unicorn – Super Unicórnio: é um unicórnio que cruza a valorização de US$ 
10 bilhões. Uber, Dropbox, SpaceX, Pinterest e WeWork são alguns decacorns famosos. 
 
Gympass 
A ideia da Gympass é permitir o uso de milhares academias diferentes pagando uma única 
assinatura. O conceito, que já era atrativo para consumidores finais, tomou proporções 
maiores quando a startup se voltou para clientes corporativos. 
Agora, empresas podem oferecer o serviço como um benefício para aumentar a retenção e 
possivelmente até mesmo a produtividade de seus funcionários. Hoje são 19.600 academias 
acessíveis pelo serviço no Brasil, e o número continua a aumentar. 
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Com a mudança da sede para Nova Iorque e mais de 6.000 academias disponíveis no país, 
conseguiram uma rodada de investimentos do Softbank. Em junho de 2019, recebeu um 
aporte de US$ 300 milhões liderado pelo Softbank e pelo Valor Capital Group para continuar 
sua expansão e internacionalização. 
 
Loggi 
A Loggi criou uma rede de logística para entregas com um sistema completamente online. Com 
isso, atende e-commerces, empresas e até pessoas físicas. O aplicativo serve hoje a 16 das 
maiores lojas online do país. 
Com um investimento de US$ 150 milhões liderado pelo Softbank e pela Microsoft, tornou-se, 
em junho de 2019, o quinto unicórnio brasileiro. 
 
Quinto Andar 
O Quinto Andar surgiu para resolver uma questão específica do mercado de aluguel de 
imóveis: a dificuldade de obter ou conceder garantia, como fiador, seguro, cheque caução ou 
seguro fiança. A startup conseguiu aumentar o acesso ao mercado e reduzir a média de espera 
do mercado de 30 para 4 dias. 
Depois expandiu sua área de atuação para a intermediação da compra e venda de imóveis, 
reformas de apartamento e uso de inteligência artificial para usar utilizar da melhor forma 
possível os R$ 29 bilhões de ativos sob gestão. 
Entrou para a listade unicórnios brasileiros em setembro de 2019, após um aporte de US$ 25 
milhões do Softbank. 
 
Ebanx 
Sediado no Paraná, o Ebanx é o único unicórnio brasileiro de fora de São Paulo. Especializado 
em processar pagamentos entre fronteiras, permite que os usuários façam compras com 
formas de pagamento latino-americanas em empresas do mundo todo. 
Conta com nomes como Airbnb, Spotify e Sony entre seus parceiros. Atualmente processa 
pagamentos vindos de oito países diferentes e tem presença física em 12 países ao todo. 
Chegou ao seleto grupo de unicórnios brasileiros em outubro de 2019, após um aporte do 
fundo FTV Capital, de valor não revelado. 
 
Wildlife 
A Wildlife é um estúdio de desenvolvimento de games para smartphones. Já lançou mais de 60 
jogos virtuais para dispositivos móveis e superou os 2 bilhões de downloads. Atualmente, tem 
escritórios no Brasil, na Irlanda, nos EUA e na Argentina. 
Após uma rodada de investimentos liderada pelo fundo norte-americano Benchmark Capital, a 
empresa foi avaliada em US$ 1,3 bilhão e passou a fazer parte dos unicórnios brasileiros em 
dezembro de 2019. 
 
Loft 
A estreante do grupo chegou em janeiro de 2020. É também a startup que mais rápido virou 
unicórnio. A empresa foi fundada em 2018 e alcançou o valor de mercado de US$ 1 bilhão com 
menos de um ano e meio de operação. 
A Loft atua no mercado de imóveis e está envolvida em praticamente todas as etapas, desde o 
financiamento até a precificação, compra, reforma e venda de apartamentos. Por meio de uma 
precificação inteligente de propriedades e de parcerias com empreiteiras, é capaz de prever 
melhor a rentabilidade de seus investimentos. 
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Por fim, é importante falar sobre a classificação do PagSeguro, que também faria parte desse 
time de startups unicórnios. A questão é que até pouco tempo atrás o PagSeguro não era uma 
organização independente, tendo boa parte do seu crescimento sob o comando da UOL. 
Então, apesar de ter sido o segundo empreendimento nacional a ter atingido a marca, o 
PagSeguro teoricamente não é uma startup. Se esse é um critério, ele não entra na lista. 
 
E como se tornar um unicórnio? 
 
Para muitos fundadores, ganhar o status de unicórnio ainda é uma fantasia. Na verdade, 
menos de 1% das startups alcançarão a avaliação de bilhões de dólares. 
Não há uma receita de bolo para isso, é fato. O que podemos colocar na mesa são algumas 
dicas para os primeiros passos que podem, inclusive, auxiliar a equipe a alcançar a máxima 
produtividade nessa jornada. 
 
Comprometa-se com o crescimento 
 
Construir um unicórnio não é como construir uma startup típica. Para alcançar a posição de 
criatura mitológica, primeiramente, você deve: 
ser altamente motivado para criar algo disruptivo; 
priorizar a missão principal, os valores e a cultura da empresa; 
acreditar fortemente que seu produto ou serviço irá melhorar a vida dos usuários; 
ter um modelo de negócios baseado em escalabilidade e expansão do negócio. 
Depois de ter essa visão e um modelo de negócios voltado para o lucro, descubra o que é 
preciso para atingir os principais indicadores de sucesso. 
Construa o produto certo 
Provavelmente, você tem muitas ideias de negócios que parecem ótimas. Os melhores 
empreendedores criam startups que resolvem problemas, e as melhores ideias nascem dos 
problemas e obstáculos diários. 
No entanto, se o objetivo é construir uma empresa unicórnio, uma boa ideia não é o 
suficiente. Seu produto ou serviço também deve ser altamente desejado por um enorme 
segmento de mercado. De acordo com a CB Insights, 42% das startups falham porque não há 
necessidade de mercado. 
Como saber se sua ideia tem potencial? Antes de colocar a ideia em prática, uma pesquisa de 
mercado é essencial. Os unicórnios testam suas suposições, pesquisam, segmentam grandes 
mercados e buscam indicadores. 
Garanta o investimento certo 
Os grandes investidores apostam apenas nas principais startups. Na maioria dos casos, eles 
estão procurando as que já provaram sua capacidade de escalar. 
 
Depois de alcançar a tração inicial com os primeiros clientes pagantes, a chave para escalar 
rapidamente é garantir uma base fiel de usuários, que defendam sua marca. 
 
Concentrar-se nisso, acompanhar as métricas financeiras e fornecer documentação que prove 
que você tem tudo para replicar os resultados anteriores em uma escala maior é essencial 
para fechar uma boa rodada de investimento. 
Unicórnios são consequência, não objetivo 
 
No texto abaixo, produzido por Gustavo Gierun, sócio do Distrito, e publicado no 
report Corrida dos Unicórnios você entende melhor a nossa visão sobre o setor e mudanças de 
mercado. 
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O investimento em empresas em estado inicial por meio de capital de risco, ou venture capital, 
é um dos principais fatores que permite que Unicórnios surjam. 
 
Mais do que isso, no entanto, é uma forma de possibilitar toda uma nova classe de 
empreendimentos, cujo modelo de negócios não necessariamente funciona em todas as 
escalas e níveis de desenvolvimento. Por meio de injeções estratégicas de capital, uma startup 
pode introduzir tecnologia que só faz sentido, financeiramente, quando usada por uma massa 
enorme de usuários – sem se preocupar em como vai sobreviver o período em que essa massa 
ainda não é atingida. 
 
No entanto, esse objetivo final — uma empresa autossustentável e saudável, com um produto 
ou serviço atraente para o mercado — deve estar claro desde o princípio. Sem isso, o 
investimento se torna puramente especulativo. E, assim, a injeção de capital serve apenas 
como uma forma de fazer com que a empresa cresça em valor antes de ser comprada pelo 
próximo especulador. 
 
Assim, quando tratamos de Unicórnios, vemos o título como uma consequência de um sucesso 
e um reconhecimento. Porém sem ser necessariamente um objetivo a ser mirado.Agora que 
você já sabe tudo sobre as startups unicórnios, aproveite também para baixar nosso 
relatório Corrida dos Unicórnios 2020 e saber quem tem chance de entrar para a lista em 
breve!

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