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CURSO DE DIREITO CONTRATOS CIVIS E EMPRESARIAIS Prof. Rodrigo da Costa Ratto Cavalheiro AULA 11 BIBLIOGRAFIA: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. São Paulo: Saraiva. (v. 3) VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos em espécie. São Paulo: Atlas. (v. III) DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações contratuais e extracontratuais. São Paulo: Saraiva. (v. 3) CONTRATO DE DEPÓSITO * Conceito. É o contrato pelo qual um dos contraentes (DEPOSITÁRIO) recebe do outro (DEPOSITANTE) um bem móvel, obrigando-se a guardá-lo, temporária e gratuitamente, para restituí-lo quando lhe for exigido. ________________________________________________________ * Legislação. CC, arts. 627 ao 652 do CC. ________________________________________________________ * Partes: DEPOSITANTE = aquele que entrega a coisa em depósito. DEPOSITÁRIO = aquele que recebe a coisa em depósito. Exemplo. A sairá do país às pressas e precisa deixar seus pertences com alguém. Deposita-os com B, pessoa de confiança. ________________________________________________________ * Características. a) contratualidade/bilateralidade b) unilateralidade: obrigações tão somente para o DEPOSITÁRIO. * PODE SE CONVERTER, DURANTE A SUA EXECUÇÃO, EM BILATERAL, POIS PODE GERAR A OBRIGAÇÃO DO DEPOSITANTE PAGAR AS DESPESAS COM A CONSERVAÇÃO DA COISA E ATÉ PAGAR UMA REMUNERAÇÃO. * EXEMPLO = determinada pessoa deixa seu veículo em depósito no ESTACIONAMENTO e, após, paga ao DEPOSITÁRIO remuneração pelo tempo em que se exerceu a custódia do bem. c) gratuidade/onerosidade: em sua essência gera vantagens e sacrifícios para ambas as partes. d) contrato real: necessita da entrega efetiva da coisa ao DEPOSITÁRIO, a não ser que a coisa já se encontre com ele. EX.: caso da alienação fiduciária em garantia. e) “intuitu personae”, pois se funda nas qualidades pessoais do DEPOSITÁRIO, como honradez, confiança, honestidade etc. * ATUALMENTE ESTE CARÁTER NÃO TEM PREVALECIDO, PRINCIPALMENTE PORQUE TEM-SE ENTREGADO A GUARDA DE BENS À EMPRESAS. f) obrigação de custódia: a finalidade do contrato de depósito é a GUARDA DA COISA ALHEIA, e não o uso, não obstante este não desconfigure o depósito. * EX. 1: entrega de café para um armazém para catação, beneficiamento e GUARDA. * EX. 2: entrega de veículo a uma garagem para GUARDA, limpeza e lubrificação. * PODE O DEPOSITANTE AUTORIZAR O USO DA COISA, DESDE QUE NÃO SEJA A RAZÃO PRINCIPAL DA CONTRATAÇÃO, SENÃO: USO GRATUITO = COMODATO USO REMUNERADO = LOCAÇÃO g) restituição da coisa ao depositante no prazo ajustado ou quando reclamada SOB PENA DE SER CONSIDERADO DEPOSITÁRIO INFIEL E TER QUE ARCAR COM OS PREJUÍZOS QUE CAUSOU (ANTIGAMENTE, ERA POSSÍVEL ATÉ A PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO INFIEL POR ATÉ 1 ANO). * SÚMULA VINCULANTE N. 25 = É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. (Data de publicação do enunciado: DJE de 23-12-2009 - FONTE: STF) h) temporariedade: não é perpétuo. EX.: os créditos resultantes de qualquer contrato que estiverem DEPOSITADOS nas Caixas Econômicas e que não forem reclamados no prazo de 25 anos, serão recolhidos ao Tesouro Nacional e lá ficarão por 5 anos. Caso não haja qualquer reclamação, incorporar-se-ão definitivamente ao Tesouro Nacional (Lei n. 2.313/54, art. 2º). i) gratuidade (CC, art. 628): em regra é gratuito, mas nada impede que se fixe gratificação ao depositário pela ATIVIDADE NEGOCIAL ou pelos SERVIÇOS PRESTADOS, desde que não seja esta gratificação equivalente ao serviço prestado (=LOCAÇÃO DE SERVIÇOS). CC, art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão. Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento. * CASO NÃO HAJA ESTIPULAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO AO DEPOSITÁRIO = SERÁ DETERMINADA PELOS USOS DO LOCAL ou POR ARBITRAMENTO. ________________________________________________________ * Requisitos: 1. Subjetivos = capacidade genérica para os atos da vida civil e capacidade especial (=INEQUÍVOCA VONTADE DE ENTREGA O BEM EM DEPÓSITO E A ACEITAÇÃO DO OUTRO) * NÃO HÁ A NECESSIDADE DE QUE O DEPOSITANTE SEJA O PROPRIETÁRIO DA COISA. QUESTÃO - SE DURANTE O CONTRATO DE DEPÓSITO O DEPOSITÁRIO SE TORNAR INCAPAZ É SUBSTITUÍDO POR SEU REPRESENTANTE? RESP.: NÃO, POIS É INTUITU PERSONAE. DEVE-SE TÃO BREVE QUANTO POSSÍVEL PROVIDENCIAR A RESTITUIÇÃO DA COISA AO DEPOSITANTE, OU RECOLHÊ-LA AO DEPÓSITO PÚBLICO OU PROMOVER A NOMEAÇÃO DE NOVO DEPOSITÁRIO (art. 641 do CC). ________________________________________________________ 2. Objetivos = SOMENTE COISAS MÓVEIS CORPÓREAS a) NÃO HÁ TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE. b) NÃO HÁ AUTORIZAÇÃO PARA O USO. c) COISA DEPOSITADA DEVE SER MÓVEL, SENÃO É PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. d) COISA DEPOSITADA DEVE SER CORPÓREA, QUE PODE SER MANIPULADA. e) COISA DEPOSITADA DEVE SER INDIVIDUADA. f) EM SE TRATANDO DE DINHEIRO, DEVE-SE ESPECIFICAR A ESTAMPA E O NÚMERO. ________________________________________________________ 3. Formais = é LIVRE a sua forma. * EXCEÇÃO: INSTRUMENTO ESCRITO PARA O DEPÓSITO VOLUNTÁRIO (art. 646 do CC). CC, art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito. ________________________________________________________ * Espécies: 1. DEPÓSITO VOLUNTÁRIO ou CONVENCIONAL (arts. 627 ao 646 do CC) = é o resultante da livre estipulação das partes. • Não há qualquer pressão externa para a escolha do DEPOSITÁRIO. • Somente se prova por escrito (CC, art. 646). ________________________________________________________ 2. DEPÓSITO NECESSÁRIO (arts. 647 ao 652 do CC) = é o que independe da vontade das partes. • Resulta de fatos imprevistos e irremovíveis. • O depositante não tem como escolher livremente o depositário. • É, em regra, contrato consensual, podendo ser provado por qualquer meio admissível em direito (CC, art. 648, § único e CPC, art. 402, II). CC, art. 647. É depósito necessário: I - o que se faz em desempenho de obrigação legal; II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. CC, art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela, pelas concernentes ao depósito voluntário. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos previstos no inciso II do artigo antecedente, podendo estes certificarem-se por qualquer meio de prova. • Não se presume gratuito (CC, art. 651, 1ª alínea), pois se não há a escolha pela confiança então é melhor que se gratifique, mesmo por que assim o depositário será mais cuidadoso. CC, art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. ________________________________________________________ * SUBESPÉCIES DE DEPÓSITO NECESSÁRIO: 2.1. DEPÓSITO LEGAL = decorrente de lei, em desempenho de uma obrigação legal (CC, art. 647, I). São eles: • O que o descobridor é obrigado a fazer de coisa perdida (CC, art. 1233, parágrafo único). CC, art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente. • O de dívida vencida, na pendência da lide, se vários credores disputarem o montante, uns excluindo os outros (CC, art. 345). CC, art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígioentre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação. • O feito pelo administrador dos bens do depositário que tenha se tornado incapaz (CC, art. 641). CC, art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário. • O do lote compromissado, no caso de recusa de recebimento da escritura definitiva. • O do excesso do crédito recebido por credor pignoratício (CC, art. 1435, V) CC, art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado: V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433. * SUBSIDIARIAMENTE HÁ A APLICAÇÃO DAS DISPOSIÇÕES DO DEPÓSITO VOLUNTÁRIO. ________________________________________________________ 2.2. DEPÓSITO MISERÁVEL = efetuado em decorrência de calamidade pública. • INCÊNDIO, INUNDAÇÃO, NAUFRÁGIO ou SAQUE (CC, art. 647, II). • O depositante é obrigado a aceitar a primeira pessoa que se dispuser a depositar as coisas que conseguiu salvar. • Prova-se por qualquer meio de prova admitido em direito. ________________________________________________________ 2.3 DEPÓSITO DO HOTELEIRO ou DO HOSPEDEIRO (CC, art. 649) CC, art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem. ➢ É o depósito da bagagem dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem. ➢ Abrange também INTERNATOS, COLÉGIOS, HOSPITAIS etc, em que se recebem pessoas para estadia em troca de dinheiro. ➢ O hospedeiro ou estalajadeiro responderá por este depósito e, também, pelos furtos e roubos que seus funcionários realizarem (CC, art. 649, parágrafo único), dispensando-se prova por escrito seja qual for o valor. CC, art. 649. Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos. ➢ Esta responsabilidade é considerada como um RISCO DO NEGÓCIO – não há tradição real da coisa, somente ficta (= ingresso das bagagens no interior do estabelecimento). ➢ Esta responsabilidade recai sobre os bens que habitualmente os hóspedes levem consigo (objetos de uso pessoal e roupas), não alcançando quantias vultuosas e joias, A NÃO SER QUE haja culpa do hospedeiro ou que haja contrato de depósito voluntário. ➢ O hóspede, para receber a indenização, terá que provar o CONTRATO DE HOSPEDAGEM e o DANO RESULTANTE. ➢ Exclusão da responsabilidade do HOSPEDEIRO: por convenção realizada com o hóspede; provar que o prejuízo não poderia ter sido evitado (CC, art. 650); ocorrência de força maior ou caso fortuito (como escalada, invasão da casa, roubo à mão armada etc) (haverá responsabilidade no furto simples e com utilização de chave falsa); houver culpa do hóspede, que deixa aberta a porta de seu quarto por exemplo. ➢ ESTE DEPÓSITO É REMUNERADO E QUASE SEMPRE ESTA REMUNERAÇÃO ESTÁ INCLUÍDA NO PREÇO DA HOSPEDAGEM (CC, art. 651, 2ª parte) CC, art. 651. (...) Na hipótese do art. 649, a remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem. ________________________________________________________ 3. DEPÓSITO IRREGULAR = se recair sobre bens fungíveis. ________________________________________________________ 4. DEPÓSITO REGULAR ou ORDINÁRIO = se recair sobre bens infungíveis. DIFERENÇA PRINCIPAL COM O MÚTUO = tem em vista o interesse do DEPOSITANTE, então este pode exigir a restituição do bem a qualquer momento. QUESTÃO - NOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS HÁ CONTRATO DE MÚTUO OU CONTRATO DE DEPÓSITO IRREGULAR? RESP.: HÁ OPINIÕES PARA OS DOIS LADOS. ________________________________________________________ 5. DEPÓSITO JUDICIAL ou SEQUESTRO (CPC, art. 664) = se realizado pelo juiz. CPC, art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. CONCEITO DE SEQUESTRO DE BENS NO PROCESSO CIVIL = é um dos meios executivos para o cumprimento da tutela de urgência de natureza cautelar para asseguração do direito (quando houver dúvida ou discussão quanto à titularidade de um bem específico e risco de dano ou perecimento à coisa). Fonte: DireitoNet * Através de mandado do juiz que entrega a terceiro coisa litigiosa (móvel ou imóvel), para preservar sua incolumidade, até decisão final, para não haver qualquer prejuízo para as partes. * É depósito remunerado. * Confere poderes de administração ao DEPOSITÁRIO. ________________________________________________________ 6. DEPÓSITO COMERCIAL ou EMPRESARIAL (art. 628 do CC) = aquele que provém de atividade negocial, for praticado por profissão ou durante o exercício de empresa. ________________________________________________________ 7. DEPÓSITO CIVIL = aquele que não for COMERCIAL. ________________________________________________________ * Deveres e Direitos do Depositante e do Depositário. * DIREITOS DO DEPOSITÁRIO = a) cobrar pelas despesas feitas com a coisa e indenização pelos prejuízos (CC, art, 643). CC, art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem. b) direito de retenção da coisa até o pagamento referido na letra anterior. c) exigir a remuneração pactuada. d) requerer o depósito judicial da coisa quando não possa mais tê-la consigo e o depositante não queira recebê-la (CC, art. 635) ou quando tornando-se incapaz o depositário o depositante não queira recebê-la por seu representante (CC, art. 641). CC, art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la. Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário. e) pedir compensação, caso depositante e depositários tenham depósitos recíprocos (CC, art. 638, parte final). CC, art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando não pertencer a coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar. ________________________________________________________ * OBRIGAÇÕES DO DEPOSITÁRIO = a) guardar a coisa sob seu poder. b) responder pelos prejuízos que ocasionar à coisa (culpa/dolo) (CC, art. 629, 1ª alínea). CC, art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. c) sem autorização do depositante, nunca se utilizar do bem, sob pena de ter que pagar uma indenização (CC, art. 640 e parágrafo único). CC, art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem. Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa em depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste. d) manter a coisa no estado em que lhe foi entregue (CC, art. 630). CC, art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo estado se manterá. e) restituir a coisa depositada no lugar estipuladoou no local do depósito. f) responder pelos riscos da coisa em havendo acordo neste sentido, em caso de já estar em mora de a restituir ou quando sobreveio caso fortuito, mas depositário fazia uso da coisa sem autorização do depositante (CC, arts. 399, 393, 642). CC, art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha a escusa, terá de prová-los. g) não transferir o depósito sem autorização do depositante. ________________________________________________________ * DIREITOS DO DEPOSITANTE = a) A QUALQUER TEMPO, exigir a restituição da coisa depositada. b) se não autorizou, impedir o uso da coisa. c) exigir que o depositário conserve a coisa no estado em que a entregou. ________________________________________________________ * OBRIGAÇÕES DO DEPOSITANTE = a) se acordado, pagar a remuneração do depositário. b) reembolsar o depositário das despesas necessárias, indenizando- o dos prejuízos resultantes e pagar, se assim foi permitido, as benfeitorias úteis e voluptuárias (CC, art. 643). CC, art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem. c) responder pelo risco do contrato de depósito. d) dar caução idônea de que pagará o que deve ao depositário (remuneração, indenização etc) (CC, art. 644, parágrafo único). CC, Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas. Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público, até que se liquidem. ________________________________________________________ * EXTINÇÃO DO CONTRATO DE DEPÓSITO = a) vencimento do prazo. b) manifestação unilateral do depositante. c) quando o depositário, por motivo plausível, não puder mais ter a coisa em depósito (requererá depósito judicial) (CC, art. 635). CC, art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la. d) quando a coisa depositada se perder por força maior ou caso fortuito. e) se contrato “intuitu personae”, pela morte ou incapacidade do depositário. f) após 25 anos se não reclamado o bem (Lei n. 2.213/54) ________________________________________________________ MODELO DE CONTRATO DE DEPÓSITO CONVENCIONAL DEPOSITANTE: (Nome do Depositante), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de Identidade nº ............, C.P.F. nº ............, residente e domiciliado na Rua ............, nº ............, bairro ............, Cep ............, Cidade ............, no Estado ............; DEPOSITÁRIO: (Nome do Depositário), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de Identidade nº ............, C.P.F. nº ............, residente e domiciliado na Rua ............, nº ............, bairro ............, Cep ............, Cidade ............, no Estado ............. As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado o presente Contrato de Depósito Voluntário Oneroso Com Prazo de Restituição, que se regerá pelas cláusulas seguintes e pelas condições descritas no presente. DO OBJETO DO CONTRATO Cláusula 1ª. O presente contrato tem como OBJETO o depósito do bem móvel ............, avaliado em R$ ............ (Valor expresso), pelo DEPOSITANTE, possuindo as seguintes descrições: ............ (Descrever o bem nas condições atuais); de propriedade do DEPOSITANTE, que será mantido na Rua ............, nº ............, bairro ............, Cep ............, Cidade ............, no Estado ............, sob a responsabilidade do DEPOSITÁRIO. DAS OBRIGAÇÕES Cláusula 2ª. O DEPOSITANTE pagará quaisquer despesas ou prejuízos que provierem do depósito1. Cláusula 3ª. É de responsabilidade do DEPOSITÁRIO resguardar o bem com todos os frutos advindos, cuidando pela sua guarda, diligência, cuidado e conservação. Cláusula 4ª. O DEPOSITÁRIO não poderá se servir do bem sob pena de responder por perdas e danos. DO PRAZO Cláusula 5ª. Este instrumento passa a valer a partir do dia ............, data de entrega do bem. Cláusula 6ª. O DEPOSITÁRIO restituirá o bem ao DEPOSITANTE, ou a quem ele indicar por devida procuração, no dia ............, ou antes, caso assim seja solicitado, sob pena de ser considerado depositário infiel. DO PAGAMENTO Cláusula 7ª. Pelo pactuado neste instrumento, o DEPOSITANTE deverá pagar ao DEPOSITÁRIO a quantia mensal de R$ ............ (Valor expresso), todo dia ..........… DO FORO Cláusula 8ª. Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CONTRATO, as partes elegem o foro da comarca de ............; Por estarem assim justos e contratados, firmam o presente instrumento, em duas vias de igual teor, juntamente com 2 (duas) testemunhas. (Local, data e ano). (Nome e assinatura do Depositante) (Nome e assinatura do Depositário) (Nome, RG e assinatura da Testemunha 1) (Nome, RG e assinatura da Testemunha 2) Fonte: SANT´ANNA, Valéria Maria. Manual prático dos contratos: teoria e prática. Bauru:EDIPRO.
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