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Análise Funcional do Comportamento Revisão NP2 O CONCEITO DE LIBERDADE O comportamento é sempre um fenômeno relacional, não tem como separar o comportamento do ambiente, e a Análise do Comportamento se ocupa de compreender as relações comportamentais: relações nas quais buscamos identificar no ambiente de uma pessoa as causas para o que ela faz. DECISÃO A Análise do Comportamento considera que decidir é comportar-se, é fazer algo e, com isso, produzir certas consequências. Mas nós decidimos muito menos coisas do que pensamos, e se isso fosse diferente, viver seria praticamente impossível. Fazemos muitas coisas "sem pensar", porque nossa experiência em situações semelhantes nos faz prever alguns resultados. Quando não são resultados previsíveis, aí é que "decidimos", buscando recursos que nos façam agir desse ou daquele modo. Porém, ninguém nasce sabendo decidir. O comportamento de decidir também deve ser aprendido, no sentido de ser selecionado por suas consequências. SOMOS LIVRES? Skinner não afirma como verdade absoluta que o comportamento humano é determinado, mas sim que o cientista do comportamento deve pressupor que seja, porque dessa forma irá investigar relações de causalidade entre seu ambiente e seu comportamento, assim podendo prever e modificar esse comportamento. Para a Análise do Comportamento, não se aplica aqui a liberdade plena, o livre arbítrio, ou seja, a capacidade de decisão não é autônoma. Não somos completamente livres. Sua concepção é o determinismo, em que você terá limite nas suas escolhas. Nós aprendemos a decidir a partir das interações com a nossa cultura (comportamento selecionado por suas consequências), algumas pessoas desenvolvem mais habilidades de decidir, e outras não. Todo comportamento é determinado = sofre influências do ambiente; certas contingências (relações entre eventos) vão favorecer um comportamento e não outro. Liberdade como sentimento Quando nosso comportamento é positivamente reforçado, não há coerção, então tendemos a nos sentir satisfeitos e livres, por isso a Análise do Comportamento opta por favorecer a utilização de relações comportamentais de reforçamento positivo. Educação pela liberdade Autocontrole: a pessoa descreve o que influencia o que ela faz, tornando-se capaz de mudar isso (o que aumenta ou diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer). Ao ser determinista, a pessoa é mais livre, porque identifica as variáveis do comportamento e é capaz de modificá-las, tornando-se independentes e livres. Isso é o autocontrole (identificar e mudar). Avaliação Funcional do Comportamento O que é a análise funcional de um problema de comportamento? Como você conduz uma análise funcional? Análise Funcional é o processo de coletar e analisar informações em relação aos antecedentes e conseqüências contingentes a ocorrência de um comportamento. Analisar a função de um comportamento não adaptativo é importantíssimo para modelar um novo comportamento mais funcional. É o instrumento mais básico do trabalho do analista do comportamento, que se diz respeito a identificar as relações entre os eventos antecedentes que evocam o comportamento ( o que fornece contexto) e as consequências que o mantêm (o que acontece depois). Problema de comportamento Para realizar uma avaliação funcional, sempre devemos nos basear no parâmetro do contexto em que a pessoa está inserida. O analista do comportamento vai identificar as contingências atuais e inferir sobre contingências que operaram no passado a partir da observação direta ou através de relatos do comportamento. Ela ocorre durante todo o processo terapêutico, já que o comportamento é dinâmico e multideterminado, podendo sofrer alterações. Objetivos da Avaliação Funcional Identificar o comportamento alvo ( aquele que estou avaliando) e as condições ambientais que o mantém; Determinar intervenção apropriada; Monitorar o progresso da intervenção; Auxiliar na medida do grau de eficácia e efetividade da intervenção. Etapas da Avaliação Funcional Identificar o comportamento alvo: Comportamento escolhido para alguma análise ou intervenção Identificar estímulos antecedentes: horário e local do comportamento, pessoas presentes quando o comportamento ocorre, quaisquer eventos ambientais imediatamente anteriores ao comportamento e a frequência. Identificar as consequências ou consequentes (função): as mudanças no ambientes externo e interno, positivo (produz algo no ambiente) ou negativo (remove algo do ambiente), físico, (objetos/coisas) ou social (mudanças de cpto de outras pessoas) Intervenção: Identificação da operação motivadora (privação ou estimulação aversiva), buscar outra resposta que produza a mesma consequência e/ou atinja a mesma operação motivadora. Identificar processos: Identificar possíveis efeitos Métodos de Avaliação Funcional Indireto (mais comum): entrevistas ou questionários, mais fácil e rápido mas depende da habilidade de relatar. Exemplos de perguntas sobre antecedentes: Quando e onde o problema costuma acontecer? Quem está presente? Que atividades precedem o problema? O que as pessoas dizem ou fazem antes do problema acontecer? Exemplos de perguntas sobre consequentes: Sobre os consequentes: O que acontece após o problema? O que você faz? O que outras pessoas fazem? o que a criança obtém após? Direto: observar os antecedentes e consequentes quando eles ocorrem (geralmente crianças, acontece no consultório); Métodos experimentais - fazer análise funcional: testar sua hipótese; observar empiricamente tornando possível identificar relações funcionais entre as respostas dos organismos e eventos externos, antecedentes e consequentes que as acompanham. O objetivo principal de uma avaliação funcional é identificar a função do problema de comportamento. As variáveis externas das quais o comportamento é função dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou funcional. Nossas variáveis independentes - as causas do comportamento - são as condições externas das quais o comportamento é função. Por que para a Análise do Comportamento não considera a noção de patológico? Um comportamento jamais é dito patológico, pois se entende que se ele ocorre é porque de alguma maneira ele é funcional, tem um valor de sobrevivência. Fazer uma analise funcional é identificar o valor de sobrevivência de um determinado comportamento. Por exemplo: o comportamento de auto-agressão não é considerado como manifestação de um processo psicótico, e sim, um conjunto de respostas que permitem o acesso, pelo individuo, a consequências importantes para ele: consequências sensoriais, consequências sociais, consequências como bens tangíveis, ou consequências como a evitação de eventos desagradáveis. Quando, como consequência do comportamento, é acrescentado algo, chamamos de positivo; quando é retirado, chamamos de negativo. a) Reforço positivo é o aumento da frequência de um comportamento pelo acréscimo de alguma coisa como consequência desse comportamento antes do comportamento essa coisa não está presente, mas depois da ocorrência do comportamento, essa coisa é apresentada ou adicionada à situação. b) Reforço negativo é o aumento da frequência de um comportamento pela ausência ou retirada de alguma coisa como consequência do comportamento antes do comportamento essa coisa está presente, mas com a ocorrência do comportamento ela é retirada, ou a ocorrência do comportamento impede que essa coisa seja adicionada. c) Punição positiva é a diminuição da frequência de um comportamento pelo acréscimo de alguma coisa como consequência desse comportamento antes do comportamento essa coisa não está presente, mas depois da ocorrência do comportamento, essa coisa é apresentada ou adicionada à situação. d) Punição negativa é a diminuição da frequência de um comportamento pela ausência ou retirada de alguma coisa como consequência do comportamento antes do comportamento essa coisa está presente, mas com a ocorrência do comportamento ela é retirada, ou a ocorrência do comportamento impede que essacoisa seja adicionada. Existem quatro classes amplas de consequências reforçadoras ou funções de problemas de comportamento : Reforço social positivo Um tipo de consequência reforçadora envolve reforço positivo mediado por outra pessoa. Quando uma consequência reforçadora positiva é fornecida por outra pessoa após o comportamento-alvo, e como resultado, é mais provável que o comportamento ocorra. Reforço social negativo Em alguns casos, os comportamentos-alvo são mantidos pelo reforço negativo que é mediado por outra pessoa. Quando outra pessoa termina uma interação, tarefa ou atividade aversiva após a ocorrência de um comportamento-alvo, e como resultado, é mais provável que o comportamento ocorra. Reforço automático positivo A consequência reforçadora de um comportamento-alvo não é mediada por outra pessoa, mas ocorre como uma consequência automática do próprio comportamento. Quando o comportamento produz automaticamente uma consequência reforçadora positiva e o comportamento é fortalecido. Nesse caso, a consequência reforçadora para o comportamento não é mediada por outra pessoa. Reforço automático negativo O reforço automático negativo ocorre quando o comportamento-alvo automaticamente reduz ou elimina um estímulo aversivo como consequência do comportamento e ele é fortalecido com o reforço automático negativo, escapar do estímulo aversivo não é algo mediado pelas ações de outra pessoa.
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