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Unidade II FÍSICA E BIOFÍSICA Prof. Renato Fernandes A natureza da luz A luz possui energia e a nossa maior fonte dessa energia é o Sol, que está a cerca de 150 milhões de quilômetros da Terra. Isaac Newton (1643-1727) considerava que a luz era corpuscular, explicando a reflexão da luz e a propagação retilínea. Thomas Young e Augustin Fresnel, no século XVIII, demonstraram que a interferência e a difração só seriam possíveis se à luz fosse onda. Foi Albert Einstein quem demonstrou que a luz é formada por pequenos pacotes de energia, chamados fótons, explicando o fenômeno da emissão fotoelétrica. Formação das cores nos objetos Quando a luz passa por um prisma – peça de vidro com faces opostas não paralelas –, são gerados diversos feixes coloridos. Isaac Newton fez um experimento isolando um dos feixes coloridos e o fez passar por um novo prisma. Esse feixe de luz não sofreu nenhuma distorção. Newton reproduziu essas cores num disco e demonstrou que, ao girá-lo em alta velocidade, se enxerga a cor branca. Os corpos não possuem luz própria, absorvem-na de algumas cores do espectro da luz branca e refletem outras. Existe o efeito fisiológico na percepção dessas cores. Humanos percebem as cores entre os comprimentos de onda de 750 a 400 nm. As câmaras fotográficas Sistemas óticos biológicos são complexos, mas são semelhantes a uma câmera fotográfica simples. Não existe um inventor para a câmera fotográfica. Ela é um equipamento que foi sendo aperfeiçoado. Os primeiros registros são do século V a.C. Aristóteles, no século IV a.C., observou um eclipse solar pela projeção do fenômeno no chão, provocada por um espaço entre folhas de uma árvore. A evolução seguinte foi a câmara escura, feita por Giovanni Baptista Della Porta, no século XVI. A câmara escura é um recinto fechado, no qual a luz entra por um orifício numa das paredes, que é direcionado para a paisagem que se deseja retratar. As câmaras fotográficas Um raio de luz atinge o alto da árvore e é refletido em todas as direções, inclusive em direção da câmara escura. O mesmo efeito acontece com todos os raios até o ponto mais baixo da árvore. A junção de todos os raios resulta em uma imagem invertida em relação à imagem original. Alguns pintores utilizavam o recurso da câmara escura para reproduzir paisagens. Fonte: Próprio autor As câmaras fotográficas Quanto menor o orifício, mais nítida é a imagem, porém a imagem fica tênue e mais difícil de ser enxergada. Problema que foi resolvido por Girolamo Cardano, em 1550, que passou a utilizar uma lente para concentrar os raios de luz. Foco da lente Fonte: Próprio autor Foco da lente As câmaras fotográficas A câmara fotográfica atual é uma câmara escura que possui lentes e a imagem fica registrada ou por meios químicos, no caso da câmera analógica, ou por sensores fotoelétricos, como nas câmaras digitais, localizados no fundo da câmara escura. Um olho humano funciona de uma maneira semelhante a uma câmera fotográfica, em que encontraremos estruturas semelhantes às lentes convergentes e ao filme. Interatividade Durante uma apresentação de teatro, num salão devidamente preparado, um artista executava movimentos de dança vestindo uma roupa vermelha, que cobria todo o corpo do artista, com um esqueleto branco desenhado. Num dado momento, todas as luzes foram apagadas e foi acendida apenas uma lâmpada monocromática violeta. O que foi visto a partir daí? a) Nada, pois as luzes foram apagadas e a luz violeta é fraca. b) Um esqueleto violeta dançando. c) O artista de roupa vermelha com um vazio preto no local onde estava desenhado o esqueleto. d) O que era vermelho ficou branco e o que era branco ficou violeta. e) O que era vermelho continua vermelho e o que era branco continua branco. Resposta Durante uma apresentação de teatro, num salão devidamente preparado, um artista executava movimentos de dança vestindo uma roupa vermelha, que cobria todo o corpo do artista, com um esqueleto branco desenhado. Num dado momento, todas as luzes foram apagadas e foi acendida apenas uma lâmpada monocromática violeta. O que foi visto a partir daí? a) Nada, pois as luzes foram apagadas e a luz violeta é fraca. b) Um esqueleto violeta dançando. c) O artista de roupa vermelha com um vazio preto no local onde estava desenhado o esqueleto. d) O que era vermelho ficou branco e o que era branco ficou violeta. e) O que era vermelho continua vermelho e o que era branco continua branco. Anatomia do olho simples O olho é o órgão sensorial mais complexo dos humanos. Fonte: http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_6875/145.gif Os fotorreceptores São as células que convertem o sinal luminoso em impulsos nervosos: os bastonetes e os cones. Os bastonetes são células que percebem a presença ou ausência de luz. Os cones são as células que percebem as cores e são especializados por cor: azul, verde e vermelho. A luz, ao atingir a retina, quebra a rodopsina em opsina e retinal e ativa uma proteína G da célula fotorreceptora, gerando uma alteração de potencial que, por sua vez, é propagada aos neurônios e ao nervo ótico, que levam a informação ao cérebro. Em seguida, a opsina e o retinal se recombinam em rodopsina novamente. A sequência da bioquímica da transdução de sinal luminoso em sinal elétrico é semelhante em todos os cones e bastonetes da retina do homem e dos demais vertebrados. Dispositivos dióptricos e os defeitos da visão São dispositivos que combinam a geometria e a refração da luz para corrigir a trajetória dos raios luminosos. A maioria dos defeitos de visão é devida a problemas de focalização da imagem e o olho não produz imagens nítidas dos objetos. Um olho normal pode focalizar objetos localizados em distâncias que variam desde o infinito até aproximadamente 15 cm à sua frente, pelo efeito do ajuste do cristalino, feito pelo músculo ciliar. A idade de uma pessoa tem influência na acomodação do olho devido à redução da força neste músculo. Esse problema é chamado presbitismo ou presbiopia, e o sujeito portador deste problema não enxerga bem a pequenas distâncias. Miopia e hipermetropia Miopia Hipermetropia Fonte: Próprio autor Olho composto O olho de alguns artrópodes é formado por um grande globo de pequenas facetas receptoras da luz. Cada faceta é denominada omatídio. Um omatídio possui vários componentes, mas o principal é o rabdoma, no qual se encontram as células retinulares. O omatídio não forma imagem. (a) Fotografia de um olho composto (b) Estrutura de um olho composto Fonte:http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788 536323244/page/321. (c) Estrutura de um omatídio (d) Secção transversal de um omatídio Célula retinular Cone cristalino Córnea Fibras nervosas aferentes Omatídio Córnea Cone cristalino Célula retinular Rabdômero [microvilosidades das células retinulares] Microvitosidades da célula retinular Olho composto Existem dois tipos de olhos compostos, adaptados ao meio ambiente que o inseto vive: os olhos compostos com aposição, típicos de insetos diurnos, apresentam omatídios atuando de forma independente e os neurônios destes insetos fazem muitas conexões, o que os tornam capazes de gerar uma imagem integrada; os olhos compostos com sobreposição, em que os omatídios atuam juntos. Este tipo de olho é encontrado em insetos e crustáceos de hábito noturno e mostram um bom funcionamento em condições de pouca luminosidade. Interatividade O funcionamento dos olhos é como o de uma câmera fotográfica, em que os raios de luz penetram pela córnea, que possui um grande poder de focalização.A íris regula a quantidade de luz. A luz então viaja através do cristalino, que faz o ajuste fino na focalização sobre a retina, localizada na parte posterior do olho, atuando como se fosse o filme da câmera. A retina transforma a luz em impulsos elétricos, que são levados pelo nervo óptico até o cérebro. Para enxergarmos bem, os raios de luz necessitam ser precisamente focalizados sobre a retina. Segundo o texto, as imagens que enxergamos: a) são interpretações de impulsos elétricos. b) são formadas atrás da retina. c) são diminuídas pela pupila. d) são filtradas pela córnea. e) são raios de luz que caminham pelo nervo óptico. Resposta O funcionamento dos olhos é como o de uma câmera fotográfica, em que os raios de luz penetram pela córnea, que possui um grande poder de focalização. A íris regula a quantidade de luz. A luz então viaja através do cristalino, que faz o ajuste fino na focalização sobre a retina, localizada na parte posterior do olho, atuando como se fosse o filme da câmera. A retina transforma a luz em impulsos elétricos, que são levados pelo nervo óptico até o cérebro. Para enxergarmos bem, os raios de luz necessitam ser precisamente focalizados sobre a retina. Segundo o texto, as imagens que enxergamos: a) são interpretações de impulsos elétricos. b) são formadas atrás da retina. c) são diminuídas pela pupila. d) são filtradas pela córnea. e) são raios de luz que caminham pelo nervo óptico. Energia Toda matéria e toda energia do universo foram criadas no momento do surgimento do universo, o Big Bang. O conceito de geração e consumo de energia só é válido mediante a análise de dois sistemas físicos em interação. Um sistema é uma porção do universo que é separada para facilitar o entendimento de um fenômeno. Damos nomes diferentes para a energia, dependendo da forma como ela é encontrada, mas é sempre energia e pode ser transformada de uma maneira para outra sem deixar de ser energia. A energia é medida em J (Joule), segundo o S.I. 1 J é, aproximadamente, a quantidade de energia necessária para tirar um copo com água pela metade e levantar do chão até em cima de uma mesa. Primeira Lei da Termodinâmica Muitos inventores tentaram, ao longo dos séculos, criar máquinas que não consumissem energia, ou ainda pior, que gerassem mais energia do que consumiam. Mesmo que fosse possível eliminar todas as forças que dissipam energia, como o atrito, uma máquina desse tipo seria completamente inútil, pois, ao retirarmos energia da máquina, ela para. Este é o sentido da Primeira Lei da Termodinâmica: a energia se conserva. Ela não surge do nada e não vai para o nada. Ela é convertida nos vários sistemas da natureza ou das máquinas. Sistema físico Energia que entra Energia que sai Energia que acumula Energia que entra – Energia que sai = energia que acumula Trabalho e potência Somente percebemos a energia quando ela migra de um sistema para outro. Toda vez que se fornece energia para um sistema e ele altera o estado que estava, está se fazendo trabalho. Quando uma pessoa movimenta uma carga, aplica uma força. Essa aplicação é um fornecimento de energia se houver um deslocamento, caso contrário, a força não executará trabalho. Imagine dois carregadores de caixas executando o mesmo serviço: um homem fraco e um homem muito forte. Qual dos dois vai conseguir levantar a caixa a 1 m de altura, primeiro? É claro que o carregador forte vai levantar primeiro, mas por quê, se o trabalho a ser executado é exatamente o mesmo? A resposta para isso está na potência aplicada. Potência é a medida da rapidez com a qual a energia é transferida. Formas de energia A energia se manifesta sobre diversos aspectos: energia térmica, cinética, potencial, elétrica etc. Mas independentemente da forma como essa energia se manifesta, é sempre energia. A energia mecânica pode ser encontrada em três formas: cinética, potencial gravitacional e potencial de mola. Ex.: salto com vara. A energia térmica está relacionada ao grau de agitação das moléculas e é proporcional à temperatura. O que chamamos de calor é a variação da energia térmica de um sistema. A energia química é o somatório de diversas grandezas físicas, sendo a principal chamada de entalpia de ligação. A forma que os organismos têm de armazenar energia é por meio da construção de biomoléculas. Essas moléculas são complexas e são formadas, às vezes, por milhares de ligações químicas. Interatividade Imagine um liquidificador doméstico com um copo de paredes bem grossas, de modo a isolar termicamente o conteúdo do copo. Se considerarmos um sistema cujas fronteiras sejam esse copo, teremos uma entrada de energia por meio das pás do liquidificador, mas não teremos uma saída de energia. Pela Primeira Lei da Termodinâmica, a energia que entra no copo e não sai, fica acumulada, aumentando a temperatura do copo. Se invertermos o sentido de giro das pás do liquidificador, qual será o resultado no conteúdo do copo e por quê? a) Esfria, porque estamos retirando energia do copo. b) Esquenta, porque continuamos a introduzir energia no copo. c) Esfria, porque continuamos a introduzir energia no copo. d) Esquenta, porque retiramos energia no copo. e) A temperatura permanece a mesma. Resposta Imagine um liquidificador doméstico com um copo de paredes bem grossas, de modo a isolar termicamente o conteúdo do copo. Se considerarmos um sistema cujas fronteiras sejam esse copo, teremos uma entrada de energia por meio das pás do liquidificador, mas não teremos uma saída de energia. Pela Primeira Lei da Termodinâmica, a energia que entra no copo e não sai, fica acumulada, aumentando a temperatura do copo. Se invertermos o sentido de giro das pás do liquidificador, qual será o resultado no conteúdo do copo e por quê? a) Esfria, porque estamos retirando energia do copo. b) Esquenta, porque continuamos a introduzir energia no copo. c) Esfria, porque continuamos a introduzir energia no copo. d) Esquenta, porque retiramos energia no copo. e) A temperatura permanece a mesma. O corpo humano e a energia Em todas as atividades do corpo há trocas de energia. Mesmo dormindo, um adulto gasta cerca de 100 W no metabolismo basal. A única fonte de energia do corpo é a alimentação, mas são necessárias diversas reações químicas e físicas para que o alimento seja transformado em moléculas que possam ser quebradas e aproveitadas na produção de ATP. O corpo humano não perde energia somente em atividades físicas ou pelo metabolismo basal. Existe também a necessidade da manutenção da temperatura do corpo. Além disso, existe perda de energia no aquecimento do ar na respiração e na ingestão de alimentos. Fontes convencionais e não convencionais de energia Com a industrialização, iniciou-se uma busca da humanidade por fontes de energia, gerando impactos ambientais enormes. Essa grande discussão levou à popularização de expressões técnicas, muitas vezes empregadas de forma errada. Fontes convencionais são aquelas cuja técnica esteja dominada e que seja economicamente viável para seu uso comercial em larga escala. São exemplos de fontes convencionais de energia: conversão hidromecânica – a roda d’água e o monjolo; hidrelétricas – converte a energia potencial da água em eletricidade. Essa energia potencial pode ser obtida por meio da variações no relevo, como cachoeiras, ou por meio da construção de represas; Fontes convencionais e não convencionais de energia São exemplos de fontes convencionais de energia (continuação): energia eólica – os ventos são provocados pelo aquecimento de massas de ar pela luz do Sol e são usados como força motriz para grande geradores; energia nuclear – é a energia gerada por usinas de fissão nuclear. Essa tecnologia surgiu no iníciodos anos 1940, como um dos resultados do Projeto Manhattan, que desenvolveu a primeira bomba atômica. Algumas fontes não convencionais de energia possuem usinas experimentais, mas sua tecnologia ainda não está totalmente desenvolvida. São exemplos: energia maremotriz – a usina de La Rance (França). Quando a maré sobe, a água invade a foz do rio Rance, movimentando diversas turbinas; Fontes convencionais e não convencionais de energia São exemplos de fontes convencionais de energia (continuação): energia das ondas – a usina de Pecém, no Ceará, usa flutuadores que movimentam pistões hidráulicos e acionam os geradores. Em Portugal, na região de Aguçadoura, existe uma usina formada por grandes boias cilíndricas acopladas a geradores, chamado máquina Pelamis; energia geotérmica – é a energia encontrada no interior do planeta, onde a crosta terrestre não é espessa, como regiões que possuem atividade vulcânica ou gêiseres. Estados Unidos, França, Portugal e Rússia são países que possuem usinas geotérmicas em operação; fusão nuclear – essa fonte é nuclear, porém, é liberada a partir da fusão dos núcleos de dois átomos de hidrogênio. É a mesma reação que acontece dentro do Sol. Fontes renováveis e não renováveis de energia A capacidade de reposição da energia em comparação à escala de tempo humana. São exemplos de fontes renováveis: biomassa – álcool de cana de açúcar, o bagaço da cana de açúcar, o gás metano de dejetos orgânicos, a lenha de eucalipto; energia solar – é a parcela da energia do Sol que pode ser usada diretamente, seja na forma de aquecimento, seja na geração de eletricidade por materiais fotorreceptores. São exemplos de fontes não renováveis de energia: energia nuclear – as jazidas de elementos radioativos são limitadas e, em algum momento no futuro, irá se esgotar; combustíveis fósseis – o carvão mineral, o petróleo, o gás natural. Interatividade Uma possibilidade de fonte de energia é a biodigestão de resíduos de esgoto nas cidades, porém, dada as dificuldades em se evitar o envio de outros dejetos para o biodigestor, assim como a agressividade química dos dejetos, essa tecnologia ainda não é largamente empregada. Segundo o descrito no texto, o uso de esgoto em biodigestores é: a) uma fonte de energia convencional e renovável. b) uma fonte de energia não convencional e renovável. c) uma fonte de energia convencional e não renovável. d) uma fonte de energia não convencional e não renovável. e) não é uma fonte de energia viável. Resposta Uma possibilidade de fonte de energia é a biodigestão de resíduos de esgoto nas cidades, porém, dada as dificuldades em se evitar o envio de outros dejetos para o biodigestor, assim como a agressividade química dos dejetos, essa tecnologia ainda não é largamente empregada. Segundo o descrito no texto, o uso de esgoto em biodigestores é: a) uma fonte de energia convencional e renovável. b) uma fonte de energia não convencional e renovável. c) uma fonte de energia convencional e não renovável. d) uma fonte de energia não convencional e não renovável. e) não é uma fonte de energia viável. ATÉ A PRÓXIMA!
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