Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
_______________________ Estudos Disciplinares Formação Geral Prof. Me. Bruno César Questão 08 – Assunto/tema. Cultura e arte: registros fotográficos, situações do cotidiano e realidade. Leia a charge e a crônica a seguir. Disponível em: https://bit.ly/3Hdm97o. Acesso em: 10 dez. 2015. A Foto Luís Fernando Veríssimo Foi numa festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre não morre, decidiram tirar uma fotografia de toda a família reunida, talvez pela última vez. A bisa e o bisa sentados, filhos, filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão. Castelo, o dono da câmera, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmera a quem ia tirar a fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia? — Tira você mesmo, ué. — Ah, é? E eu não saio na foto? O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na fotografia. — Tiro eu — disse o marido da Bitinha. — Você fica aqui — comandou a Bitinha. Havia certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido reagisse. “Não deixa eles te humilharem, Mário Cesar”, dizia sempre. O Mário Cesar ficou firme onde estava, do lado da mulher. A própria Bitinha fez a sugestão maldosa: — Acho que quem deve tirar é o Dudu… O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita, nunca claramente anunciada, de que não fosse o filho do Luiz Olavo. O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas Andradina segurou o filho. — Só faltava essa, o Dudu não sair. E agora? — Pô, Castelo. Você disse que essa câmera só faltava falar. E não tem nem timer! O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque comprara a câmera num duty free da Europa. Aliás, o apelido dele entre os outros era “Dutifri”, mas ele não sabia. — Revezamento — sugeriu alguém — Cada genro bate uma foto em que ele não aparece, e… A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a família reunida em volta da bisa. Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente até o Castelo e arrancou a câmera da sua mão. — Dá aqui. — Mas seu Domício… — Vai pra lá e fica quieto. — Papai, o senhor tem que sair na foto. Senão não tem sentido! — Eu fico implícito — disse o velho, já com o olho no visor. E antes que houvesse mais protestos, acionou a câmera, tirou a foto e foi dormir. VERISSIMO, L. F. Comédias para se Ler na Escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I. A charge e o texto têm em comum a ideia de que uma fotografia é um relato objetivo e fidedigno da realidade. II. A charge e o texto mostram que as inovações tecnológicas melhoram a vida das pessoas, uma vez que, na crônica, a falta de dispositivos avançados impediu o registro da família toda. III. A charge e o texto mostram a foto como um registro que tem como objetivo expor situações positivas do cotidiano, visando ao olhar de aprovação dos outros nas redes sociais. A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Apenas as afirmativas II e III são corretas. C. Apenas as afirmativas I e II são corretas. D. Apenas a afirmativa II é correta. E. Apenas a afirmativa III é correta. Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta: Na charge, uma mulher tira uma foto dela mesma com um carrinho de supermercado cheio de produtos, mas, na realidade, ela compra apenas o conteúdo de uma sacola. No texto, o bisavô sugere que ele próprio tire uma foto e que apareça “implicitamente”. Logo, a charge e o texto remetem à ideia de que uma foto pode não ser um relato objetivo e fidedigno da realidade. II – Afirmativa incorreta: Na charge e no texto, não há qualquer referência a melhorias proporcionadas por inovações tecnológicas. III – Afirmativa incorreta: O texto sequer menciona os usos de redes sociais. Alternativa correta: A. Questão 09 – Sociedade: civilização e progresso. Leia a charge a seguir. Disponível em: https://bit.ly/3gfuL1o. Acesso em: 03 ago. 2015. Com base na leitura, analise as afirmativas. I. A charge ilustra a evolução histórica da civilização e sugere que a humanidade caminha em direção ao progresso. II. A charge relaciona positivamente o desenvolvimento tecnológico e o bem-estar dos cidadãos. III. A charge indica que o caminho para o progresso exige perseverança e só é possível no ambiente urbano. Assinale a alternativa certa. A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Apenas a afirmativa I é correta. C. Apenas a afirmativa II é correta. D. Apenas a afirmativa III é correta. E. Apenas as afirmativas I e II são corretas. Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta: A charge é irônica e não ilustra a evolução da civilização. Uma evidência disso é que o caminho para o progresso está congestionado. II – Afirmativa incorreta: A charge não retrata uma situação de bem-estar dos cidadãos. III – Afirmativa incorreta: A charge contesta a ideia de progresso atrelada ao desenvolvimento urbano e tecnológico. Alternativa correta: A. Questão 10 – Sociedade: desigualdades de gênero. Leia o texto e os quadrinhos a seguir. O papel da mulher mudou radicalmente nas sociedades mais desenvolvidas durante as últimas quatro décadas. Mas ainda há muito a fazer. E o apoio dos homens é fundamental para conseguir a tão esperada igualdade. A palavra “empoderar” aplica-se perfeitamente à mulher do século XXI. Ela, que se adapta a qualquer papel na sociedade, mudou nos últimos 40 anos, em parte devido à sua progressiva incorporação ao mercado de trabalho. Desde então, a incessante luta pela igualdade salarial e para ocupar posições de poder empresarial e institucional, bem como a conciliação trabalhista e as medidas de ação afirmativa configuraram um papel feminino mais ativo. Mesmo assim, as estatísticas mostram que isso não é suficiente. Nenhum país alcançou a igualdade de gênero. E mesmo os mais igualitários oferecem menos oportunidades para as mulheres. Um dado significativo: 44% dos europeus continuam pensando que o papel mais importante da mulher é cuidar da casa e da família. Essa é a opinião de 44% das mulheres e de 43% dos homens. A mesma porcentagem afirma que a função mais importante do homem é ganhar dinheiro. Elas continuam ganhando muito menos. Portanto, esses dados revelam que ambos os gêneros têm um longo caminho pela frente até alcançar a verdadeira igualdade. RAMIREZ, P. El País semanal. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/27/eps/1511812441 _406375.htm. Acesso em: 08 dez. 2017 (com adaptações). Disponível em: http://soacomomusica.blogspot.com.br/. Acesso em: 24 jan. 2018. Com base na leitura, analise as afirmativas. I. De acordo com o texto, mais de 40% de mulheres e homens europeus mantêm arraigados valores tradicionais da sociedade, pois consideram que o trabalho doméstico é função feminina. II. Os quadrinhos têm o objetivo de mostrar que homens e mulheres exercem as mesmas funções hoje em dia, contrariando o que afirma o texto. III. As desigualdades de gênero ocorrem apenas em países subdesenvolvidos, como no Brasil, em que até o idioma é pobre para expressar a condição feminina, como evidenciam os quadrinhos. IV. O objetivo dos quadrinhos é apontar que o uso da linguagem é ideológico e reflete as desigualdades presentes na sociedade. Assinale a alternativa certa. A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Apenas a afirmativa I é correta. C. Apenas as afirmativas I e IV são corretas. D. Apenas as afirmativas III e IV são corretas. E. Apenas as afirmativas I e II são corretas. Análise das afirmativas. I – Afirmativa correta: O texto afirma que “44% dos europeus continuampensando que o papel mais importante da mulher é cuidar da casa e da família”. II – Afirmativa incorreta: Os quadrinhos mostram como a linguagem reflete a ideologia da sociedade patriarcal. III – Afirmativa incorreta: O texto afirma que nenhum país alcançou a igualdade de gênero. IV – Afirmativa correta: Os quadrinhos mostram que a forma de expressão linguística revela como a sociedade enxerga o homem e a mulher com determinadas características ou funções. Alternativa correta: C. Questão 11 – Saúde: vida moderna e obesidade. Leia o texto e a charge a seguir. Reclama pro bispo Dráuzio Varella Os brasileiros não param de engordar. Estão acima do peso 51% dos adultos (eram 43%, em 2006). São classificados como obesos 17% (eram 11%, em 2006). O futuro não parece promissor: 1/3 das crianças de 5 a 9 anos têm excesso de peso. Assim, empataremos com os norte- americanos. Lá, 3 em cada 4 adultos carregam sobrepeso. Mais de 30% da população cai na faixa da obesidade. Teoricamente, o problema da obesidade pode ser resumido numa equação singela: quem ingere mais calorias do que gasta, ganha peso; quem faz o oposto, emagrece. Seria ridículo negar que a agitação e as comodidades da vida moderna, a publicidade, a disponibilidade e o baixo custo de alimentos altamente calóricos conspiram a favor da disseminação da epidemia, mas jogar em fatores ambientais a culpa pela gordura que você acumulou no abdômen não vai ajudá-lo a evitar as complicações da obesidade (...) O corpo humano é uma máquina construída para o movimento. Se você precisa ou faz questão de passar o dia sentado, a liberdade à mesa fica comprometida. Se no seu dia não sobra um minuto para fazer exercício, você está vivendo errado, está deixando de levar em consideração seu bem mais precioso: o corpo. Enquanto não dá um jeito nessa vida miserável, aumente a atividade física no local em que estiver: suba escada, fale ao telefone dando volta na mesa, alongue os caminhos a pé, abaixe e levante o tempo inteiro, não ande a passos de lesma. No começo, vão achar que você perdeu o juízo, mas o povo se acostuma. Sejamos claros: a medicina não sabe tratar obesidade. Descontados os conselhos dietéticos ou as cirurgias bariátricas indicadas para os casos extremos, quase nada temos a oferecer. Se os médicos não dispõem da pílula mágica, a responsabilidade com o peso e a sobrevivência é individual. É cada um por si e Deus por ninguém, porque gula é um dos pecados capitais. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/obesidade/reclama-pro-bispo/. Acesso em: 05 ago. 2015 (com adaptações). Disponível em: https://bit.ly/3oecrKK. Acesso em: 31 ago. 2015. Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I. De acordo com o texto, apenas 25% dos adultos norte- americanos não apresentam excesso de peso. II. A crítica da charge direciona-se às informações falsas que circulam na internet e ao efeito que elas geram nas pessoas. III. De acordo com o texto, a obesidade é provocada tanto por alimentação inadequada quanto por falta de atividade física. IV. O título do texto indica a necessidade de que as instituições educacionais e religiosas adotem medidas para conscientizar as pessoas de que o cuidado com o corpo é importante. V. A charge direciona seu foco para o problema da obesidade infantil, que, de acordo com o texto, já atinge mais de 30% de todas as crianças no Brasil. A. I, II e III. B. I, II e V. C. I e III. D. III, IV e V. E. II e III. Análise das afirmativas. I – Afirmativa correta: Três em cada quatro adultos norte- americanos (75%) apresentam sobrepeso. II – Afirmativa incorreta: O foco da charge é a questão do excesso de peso. III – Afirmativa correta: O texto afirma que o excesso de peso está associado ao fato de as pessoas consumirem mais calorias do que gastam no dia a dia. IV – Afirmativa incorreta: O título tem sentido figurado e não remete, de forma alguma, à intervenção de instituições no problema. V – Afirmativa incorreta: O foco da charge não é obesidade infantil e o texto diz que um terço (33%) das crianças brasileiras de 5 a 9 anos estão acima do peso (o que não significa que estejam obesas). Alternativa correta: C. Questão 12 – Sociedade brasileira: política e corrupção. Leia o texto e a charge a seguir. Disponível em https://bit.ly/3rfl6OI. Acesso em: 14 ago. 2015. Corrupção no Brasil: das colônias a todas as esferas da política e do mercado O Brasil sofre com a corrupção desde antes de ganhar este nome. Junto com as caravelas, chegou e se desenvolveu também a prática que ajuda a manter o status da elite e as amarras do povo, sempre à mercê dos mais diversos esquemas, em uma herança corruptora passada de geração a geração. Talvez o país nunca tenha a real dimensão dos crimes praticados, que garantiriam manchetes muito mais arrepiantes do que as que costumam escandalizar a sociedade brasileira. E as relações promíscuas não se limitam ao poder público, na esfera privada também é comum. O Jornal do Brasil levanta alguns casos para ilustrar a quincentenária pilhagem do bem público. Apesar de não ser de exclusividade do Brasil, a corrupção teve um desenrolar específico nestas terras. Como a Corte precisava convencer pessoas a trabalharem em um desconhecido Brasil, oferecia privilégios em funções desempenhadas sem vigilância e definição de papéis, para garantir a ocupação das terras e a criação de instituições. Práticas de corrupção passaram a permear diversos níveis do funcionalismo público, passando do governador, dos tabeliães e dos oficiais de justiça para chegar até os cargos mais baixos da Câmara - funcionários que tinham a prática de favorecer ou prejudicar comerciantes, sob pagamento de propina, por exemplo, indicam documentos históricos. Vide também o tráfico de escravos africanos, que era visto sem maiores problemas apesar de denúncias de autoridades internacionais. A corrupção se tornava frequente até nos locais em que a Coroa prestava maior atenção, como no litoral do país, mas em locais menos notados, como Minas Gerais e Goiás, devido à distância e às dificuldades de transporte, as coisas aconteciam de forma ainda pior. A Coroa, inclusive, estimulava que os fidalgos fizessem o que quisessem para mandar e garantir a posse de territórios. A corrupção eleitoral e a relacionada a obras públicas surgiram logo com a proclamação da Independência, em 1822. Visconde de Mauá, por exemplo, que fundou a indústria naval brasileira em 1846, ao construir estaleiros da Companhia Ponta da Areia, em Niterói, recebeu licença para a exploração de cabo submarino e a transferiu a uma companhia inglesa da qual se tornou diretor. Projetos de grande porte para o país recém-liberto do império se tornavam fonte de dinheiro fácil para grupos oligárquicos. Mais à frente, com a proclamação da República em 1889, veio a Política dos Governadores, a influência dos coronéis e o voto de cabresto. Acabava o "voto censitário", que definia renda mínima para qualificar o eleitor, mas vinham outras formas de controlar quem poderia chegar ao poder. Entre 1894 e 1930, o país teve o governo de presidentes civis ligados ao setor agrário, que controlavam as eleições mantendo-se no poder de maneira alternada. O professor e autor de livros didáticos de história Roberto Catelli Jr., no artigo A República do Voto, relata que, como o voto não era obrigatório nem secreto, o coronel oferecia dinheiro, roupas e chapéus para que os eleitores comparecessem às urnas, e os capangas verificavam o preenchimento da cédula. Ao apurar os votos, eleitores eram inventados e atas com resultados eram adulteradas. Havia a Comissão de Verificação de Poderes, para criar argumentos para não empossar candidatos da oposição(degola) e diplomar representantes da oligarquia. Muitos outros casos foram surgindo ao longo do século seguinte, como o caso de corrupção eleitoral que levou Getúlio Vargas ao seu primeiro ciclo de poder e os casos de corrupção e desvio de verbas na construção de Brasília no governo JK. Da ditadura, também não faltam histórias. Disponível em: https://bit.ly/3oeItGj. Acesso em: 14 ago. 2015 (com adaptações). Com base na leitura, analise as afirmativas. I. Segundo a charge, a compra de votos só acontece com indivíduos mais pobres, que não têm bens materiais e cedem ao suborno de políticos. II. O fim do voto censitário no Brasil tornou as eleições um processo igualitário e democrático, sem brechas para irregularidades. III. O texto defende a ideia de que a corrupção sempre esteve presente no setor público do Brasil, mas a participação do setor privado é recente. IV. De acordo com o texto, a histórica imbricação entre o público e o privado no Brasil é a origem dos esquemas de corrupção. É correto o que se afirma apenas em: A. I e IV. B. III e IV. C. II e III. D. IV. E. I e II. Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta: A charge mostra a tentativa de subornar um cidadão. Não há qualquer referência a que tipo de indivíduo é ou não corruptível. II – Afirmativa incorreta: O texto menciona a presença constante da corrupção eleitoral na história do Brasil. III – Afirmativa incorreta: De acordo com o texto, a corrupção sempre envolveu o setor público e o setor privado na história brasileira. IV – Afirmativa correta: O texto afirma que as relações promíscuas sempre estiveram presentes no setor público e no setor privado do Brasil. Alternativa correta: D. Questão 13 – Desenvolvimento pessoal: impacto da leitura no indivíduo e transformação do modo de ver a realidade. Considere a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor a interpreta. Disponível em: https://bit.ly/3Lbh7ef. Acesso em: 02 jul. 2017. A. Hoje em dia, as pessoas não querem ler, gostam apenas de aparelhos eletrônicos. B. Na vida, a pessoa precisa ter luz própria para achar seu caminho. C. A leitura transforma o modo como vemos as coisas. D. O livro impresso é um objeto arcaico, que oferece um modo de leitura pouco atraente. E. As pessoas andam nas trevas até absorverem mensagens de caráter religioso, que iluminam seus caminhos. Análise das alternativas. A – Alternativa incorreta: Na charge, não há qualquer referência ao fato de as pessoas preferirem usar aparelhos eletrônicos a ler. B – Alternativa incorreta: Na charge, não é indicado que o indivíduo necessita de brilho próprio para encontrar seu rumo. C – Alternativa correta: A personagem lê, sofre o impacto da leitura e transforma seu modo de ver a realidade. D – Alternativa incorreta: A charge não sugere que o livro seja algo antiquado. Pelo contrário, ela mostra o caráter transformador da leitura. E – Alternativa incorreta: Na charge, não há qualquer menção a mensagens de teor religioso. Alternativa correta: C. Questão 14 – Educação: relação entre pais e filhos. Leia o texto e a charge a seguir. Para educar um filho – Rubem Alves Era uma sessão de terapia. “Não tenho tempo para educar a minha filha”, ela disse. Um psicanalista ortodoxo tomaria essa deixa como um caminho para a exploração do inconsciente do cliente. Ali estava um fio solto no tecido da ansiedade materna. Era só puxar o fio... Culpa. Ansiedade e culpa nos levariam para o sinistro subterrâneo da alma. Mas eu nunca fui ortodoxo. Sempre caminhei ao contrário na religião, na psicanálise, na universidade, na política, o que tem me valido não poucas complicações. O fato é que eu tenho um lado bruto, igual àquele do Analista de Bagé. Não puxei o fio solto dela. Ofereci-lhe meu próprio fio. “Eu nunca eduquei os meus filhos...”, eu disse. Ela fez uma pausa perplexa. Deve ter pensado: “Mas que psicanalista é esse que não educa seus filhos?”. “Nunca educou seus filhos?”, perguntou. Respondi: “Não, nunca. Eu só vivi com eles”. Essa memória antiga saiu da sua sombra quando uma jornalista, que preparava um artigo dirigido aos pais, me perguntou: “Que conselho o senhor daria aos pais?”. Respondi: “Nenhum. Não dou conselhos. Apenas diria: a infância é muito curta. Muito mais cedo do que se imagina, os filhos crescerão e baterão as asas. Já não nos darão ouvidos. Já não serão nossos. No curto espaço da infância há apenas uma coisa a ser feita: viver com eles, viver gostoso com eles. Sem currículo. A vida é o currículo. Vivendo juntos, pais e filhos aprendem. A coisa mais importante a ser aprendida nada tem a ver com informações. Conheço pessoas bem informadas que são idiotas perfeitos. O que se ensina é o espaço manso e curioso que é criado pela relação lúdica entre pais e filhos”. Ensina-se um mundo! Vi, numa manhã de sábado, num parquinho, uma cena triste: um pai levava o filho pra brincar. Com a mão esquerda empurrava o balanço. Com a mão direita segurava o jornal que estava lendo... Em poucos anos, sua mão esquerda estará vazia. Em compensação, ele terá duas mãos para segurar o jornal. Disponível em: https://bit.ly/3rh3tOI1. Acesso em: 15 dez. 2014. Disponível em: https://bit.ly/3riCySG. Acesso em: 15 dez. 2014. Com base nas leituras, analise as afirmativas. I. O humor da charge concentra-se na contradição entre a afetividade exibida em redes sociais e o convívio real entre pai e filho. II. O autor sugere que os filhos não devem ser educados, pois o tempo é curto e, em poucos anos, eles crescem e não escutam mais os pais. III. O comportamento do pai da charge assemelha-se ao do pai com o filho no parquinho, relatado por Rubem Alves. IV. De acordo com Rubem Alves, a falta de informações faz com que os pais não saibam educar seus filhos. É correto o que se afirma somente em A. I e II. B. II e III. C. I e III. D. III e IV. E. I, II e III. Análise das afirmativas. I – Afirmativa correta: Há contradição na atitude do pai que ocupa o tempo que poderia efetivamente dedicar ao filho para postar fotos e declarações de amor a ele nas redes sociais. II – Afirmativa incorreta: O autor não sugere que os filhos não devem ser educados; ele afirma que a educação acontece naturalmente, com a convivência efetiva e afetiva entre pais e filhos. III – Afirmativa correta: Assim como o personagem da charge, o pai que lê o jornal no parquinho não usa seu tempo livre para efetivamente ficar com o filho. IV– Afirmativa incorreta: De acordo com o autor, existem pessoas bem informadas que não sabem educar os filhos, pois não convivem com eles. Alternativa correta: C. Questão 15 – Meio ambiente e saúde: poluição do ar. Leia a charge e o texto a seguir. Disponível em: https://catracalivre.com.br. Acesso em: 18 ago. 2016. Níveis de poluição do ar estão crescendo em muitas das cidades mais pobres do mundo. OPAS/OMS Brasil – Trecho (12 de maio de 2016) Mais de 80% das pessoas vivendo em áreas urbanas que monitoram a poluição do ar estão expostas a níveis de qualidade do ar que excedem os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora todas as regiões do mundo sejam afetadas, populações de baixa renda são as que mais sofrem impacto. De acordo com o último banco de dados sobre a qualidade do ar em áreas urbanas, 98% das cidades em países de baixa e média renda com mais de 100 mil habitantes não atendem às diretrizes de qualidade do ar da OMS. Em países de alta renda, no entanto, esse percentual cai para 56%. Nos dois últimos anos, o banco de dados – que agora abrange 3 mil cidades em 103 países – quase dobrou, com https://catracalivre.com.br/ mais cidades medindo os níveis de poluiçãode ar e reconhecendo os impactos associados à saúde. Enquanto a qualidade do ar em áreas urbanas cai, o risco de acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas e agudas (incluindo asma) aumenta para as pessoas que vivem nesses locais. “A poluição do ar é uma das principais causas de doenças e mortes. A notícia de que mais cidades estão intensificando o monitoramento da qualidade do ar é positiva, então quando tomam medidas para melhorá-lo passam a ter um ponto de referência”, afirmou Flavia Bustreo, diretora-geral assistente do programa da OMS sobre Saúde das Crianças, Mulheres e Família. “Quando o ar poluído toma nossas cidades, as populações urbanas mais vulneráveis – mais jovens, mais velhos e mais pobres – são as mais afetadas”. Disponível em: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&vi ew=article&id=5096&Itemid=839. Acesso em: 28 jun. 2016 Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I. O objetivo da charge é criticar os problemas do sistema de saúde brasileiro, mostrando que ele salva alguns e prejudica outros. II. De acordo com o texto, 80% da população mundial sofre os males provocados pela poluição. III. O texto e a charge abordam os problemas de saúde causados pela poluição do ar nas cidades e propõem o monitoramento do ar como a solução para reverter essa situação. IV. Nos países de alta renda, 56% das pessoas são afetadas pela poluição. Assim: A. Nenhuma afirmativa é correta. B. Somente as afirmativas II e III são corretas. C. Somente as afirmativas I e IV são corretas. D. Somente as afirmativas II e IV são corretas. E. Somente as afirmativas I e III são corretas. Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta: A charge enfatiza a poluição causada pela ambulância. Não se trata de uma crítica ao sistema de saúde. II – Afirmativa incorreta: De acordo com texto, 80% das pessoas que vivem em áreas urbanas monitoradas estão expostas à má qualidade do ar. III – Afirmativa incorreta: Na charge e no texto, não há qualquer proposta de solução. Eles apenas apresentam o problema. IV – Afirmativa incorreta: De acordo com o texto, 56% das cidades em países de alta renda não atendem às diretrizes de qualidade do ar da OMS. Alternativa correta: A.
Compartilhar