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Resumo Ivo Dantas

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PREPARAÇÃO DISCURSIVA 
 
DELEGADO RIO DE JANEIRO 
 
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RESUMO TEORIA DO ESTADO 
LIVRO DO EXAMINADOR IVO DANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEORIA GERAL DO ESTADO 
 
 Neste momento, vamos trabalhar alguns pontos “diferenciados” do edital. Tais pontos foram 
localizados EXATAMENTE no livro do Ivo Dantas (Teoria do Estado Contemporâneo), 3ª Edição. Curitiba: 
Juruá, 2016. O tema é bastante doutrinário e para quem nunca realizou estudo sobre o tema pode parecer 
confuso. Sugerimos, então, a adoção de uma doutrina para complementação dos estudos, já que o material 
foi elaborado DE FORMA SUCINTA com base na bibliografia identificada por meio dos pontos do edital. 
 
7.1 Ponto: O poder como fenômeno social e as bases psicossociais do poder. O conceito de poder 
político 
O poder como fenômeno social – pgs. 61/63. 
O ESTUDO da Ciência Política tem como tema central o Poder Político em seus aspectos estático e 
dinâmico, além da análise do Poder Constituinte em suas relações com a Revolução. Deve-se partir de uma 
diferenciação entre poder social e poder político: “o Poder é fenômeno social, inerente a toda a vida 
comunitária, por mais primitiva que esta seja. Há, em outras palavras, uma natureza social do Poder, em 
decorrência da existência, em qualquer época, de pessoas encarregadas de governar e outras encarregadas 
de serem governadas” 
Há um reconhecimento de natureza social do Poder e é generalizado pelos grandes nomes da 
doutrina sociológica e da Ciência Política. “Toda sociedade possui uma ordem social desejável, moldada na 
razão direta dos seus Valores. Isto porque impossível seria pensar que o homem na vida grupal não estivesse 
submisso a padrões e comportamentos que lhe são, de fora, impostos pelo grupo”. 
O Poder enquanto veículo na busca de alcançar uma Ordem Social que, representando a Ideia de 
Direito, objetive o Bem Comum: toda sociedade possui uma ordem social desejável, moldada na razão 
direta de seus Valores. Esta necessidade chega ao ponto de gerar normas de conduta – inclusive jurídica. 
▪ Ideia de Direito: “é, pois, a primeira crença para fundamentar o Poder e exigir 
o consentimento à sua realização”. 
▪ Notas sobre a natureza do Poder Político: “sem iniciativa, sem direção, a 
ordem pública não se estabelece nem perduraria”. 
Pois bem. Conclui-se que a constatação da realidade e mais a certeza de que o Poder é uma das 
agências do chamado controle social formal. 
▪ E por que existem homem que obedecem [que são governados] e homens que impõem 
obediência [que governam]? 
Por causa das Bases psicossociais do poder – pgs. 64. O Poder Político possui bases psicossociais já 
que o seu objetivo é realizar Ideias. Isto em decorrência implica na compreensão do poder como relação 
social bipolar: de um lado a vocação psicossocial de alguns em se fazerem obedecer (governantes) – atuação 
predominantemente ativa; de outro lado a vocação psicossocial de muitos em serem obedientes 
(governados) – atuação predominantemente passiva. 
▪ A Ideia de Direito – Interinfuência – valores aceitos pelo grupo – Direito Vivo; 
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▪ Valores comuns a todas as camadas de uma determinada sociedade; 
▪ Valores privativos a cada estrato ou camada social que lutam para os impor através do 
exercício do poder. 
Conceito de poder político – pgs. 65/66. Que é Poder Político? 
▪ Max Weber: “concepto sociologicamente amorfo”; “poder significa la probailidad de imponer la 
própria viluntad, dentro de uma relación social, aun contra toda resistência y cualquiera que sea el 
fundamento de esa probabilidad” 
▪ Mac Iver: é o controle regulador final da ordem social. 
▪ George Burdeau: é “uma força ao serviço de uma idéia. É uma força da vontade social preponderante, 
destinada a conduzir o grupo em direção a uma ordem social que considera benéfica e, conforme o 
caso, capaz de impor aos seus membros os comportamentos que esta busca obrigar”; “le pouvoir est 
une force au servisse d´une idée. C´est une force née de la conscience sociale, destinée à conduire le 
groupe dans la recherce du Bien commun et capable, le cas échéant, d’imposer aux membres 
l’attitude qu’elle commande”. 
▪ Jorge Xifra Heras: “todos os fenômenos políticos são fenômenos de poder”; “o que caracteriza 
fundamentalmente o político é a coação que o respalda, a possibilidade de apelar para fazer valer 
sua eficácia”; “é, antes de tudo, a faculdade eficaz de regulamentar a conduta humana”. 
Assim, o termo comum entre os levantamentos e os conceitos encontrados pelos maiores nomes 
dos estudos sociológicos e políticos é a imposição. 
- Até que ponto a força e a sanção são elementos indispensáveis ao fenômeno Poder? “A nós nos 
parece que sim, principalmente, pela própria natureza daquilo sobre o que o Poder Político será exercido 
– o homem-, com sua possibilidade de Ser Livre e, portanto, optante final de seu comportamento, dentro 
os limites e parâmetros traçados pelo grupo. 
Força ou coação: elemento pelo qual se opera a imposição inerente ao Poder: “con el se designa 
todo elemento exterior a los indivíduos que ejerza sobre ellos uma presión encaminhada a obtener la 
obediencia a los governantes. Puede tratarse de uma coacción puramente material y física (la política o el 
ejercito) o de una coacción psicologica o psicosociológica (tal y como resulta del peso de las costumbres, por 
ejemplo, o de la fuerza de la propaganda).” 
Na análise do Poder como relação social bipolar, há de ser lembrado no extremo oposto à Força, 
outro elemento: a Obediência, a qual só se consegue quando e na medida em que, a atuação do Poder traz 
em sua base os valores sociais, a Ideia de Direito aceita pela sociedade, exatamente pelo fato de que nenhum 
Poder se consegue manter a partir do instante em que sua atuação se choca com os interesses do grupo. 
As vinculações entre Poder e Obediência se resumem a uma questão de Consenso e Anuência ao 
exercício do Poder, visando o Bem Comum, em determinado memento geográfico e histórico. 
▪ Jorge Xifras Heras: “el poder no és solo fuerza,.no es exclusivamente potestas, mando. Su 
concepto se especifica com um segundo elemento: la obediência. No hay poder sin 
obediência. Como decía TARDE, poder es la faculdade de hacerse obedecer, obedientia 
facit imperantem. Mando y obediência, no sólo se complementan, sino que se engendran 
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mutuamente. Son las dos categorias que rigen el fenómeno del poder. Todo poder real, 
efectivo, positivo, suponeuna obediência, pues no manda quien quiere, sino quien puede, 
quien encuentre obediência”. 
Processo revolucionário: mudança de governantes e da estrutura jurídico-constitucional por outra 
[estrutura jurídico-constitucional] que realize os objetivos desejados pelo grupo. Note-se que, sem um dos 
elementos citados não temos configurada a Revolução. Se houve apenas uma mudança de governantes, 
temos Revezamento. Se houve mudança na estrutura constitucional provocada pela força, mas sem o acordo 
com o Direito Vivo, também não se pode falar em revolução, mas apenas mudança constitucional. 
 
7.2 Ponto: O Estado como forma histórica de organização política. O pensamento político moderno 
e o surgimento do Estado – pgs. 81 seguintes 
Definição de Estado: estrutura de organização do poder político soberano, assentado sobre um 
determinado território, no qual a Constituição desempenha um papel fundamental. 
Enquanto a ciência política analisa o poder político e a sua dinâmica, a Teoria do Estado analisa sus 
elementos e as variações através dos tempos (não apenas sob a ótica jurídica). 
▪ Javier Perez Royo: “la Constituición es un instrumento de articulación jurídica del Estado”; 
“La Constituición presupone una determinada forma de organización del poder político, sin 
la cual ella misma no existiría”; “El Derecho Constitucional no es más que el estudio del 
proceso a través del cual el Estado se somete al Derecho; es decir, el estudio del proceso a 
través del cual el Estado se convierte en un Estado de Derecho”. 
O Estado, forma de Organização Política típica das eras moderna e contemporânea, devido ao seu 
aspecto de valor histórico-cultural, é passível de alterações ao longo dos tempos – já se fala em comunidades 
(ex.: europeia) para designar o novo momento-modelo da Organização Política. 
Premissa: O Estado como forma de Organização Política é produto da Idade Moderna. Logo, é 
incorreto falarmos em Estado antes daquela época (Idade Moderna). 
▪ A FORMA DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA É GÊNERO DO QUAL O ESTADO É ESPÉCIE, assim 
como a comunidade também é espécie. 
O Estado nem sempre existiu e nem sempre existirá, exatamente em razão de seu caráter cultural. 
▪ Martínez Esteruelas: “El Estado no ha sido la forma política de todos los tiempos. Es un 
fenómeno histórico que, como otros, se produjo una época determinada y está, 
posiblemente, llamado a desaparecer. No ha constituido, por tanto, la única manera que 
los hombres han tenido de gobernarse. La humanidad ha conocido otras, como, por 
ejemplo, las ciudades griegas o los imperios antiguos. Por ello ha de ser contemplado con 
sentido histórico. Para aproximarse a la idea del Estado como forma política concreta, 
distinta de otras, se hace preciso indagar aquellos caracteres que le son propios y que, 
concurrentemente, lo definen. Esto supone, también, una labor comparativa con otras 
formas políticas, por sumaria que ésta sea”. 
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▪ Miguel Ayuso: “o Estado deve colocar-se entre as formas de organização da comunidade 
política. Deve ser pois inserido na história: é um conceito histórico.” Possui “vinculação 
essencial com uma dada estrutura histórica e cultural”. “nem toda a forma de governo, ou 
seja, nem toda a organização que dirija a sociedade civil e evite o caos, pode ser 
considerada como um Estado”. 
▪ Galvão de Souza: A sociedade política existe sempre, mas a forma de organizá-la “varia de 
época para época e de lugar para lugar”. “Uma de suas formas é o estado. Surgiu no 
Renascimento e não antes. Poderá desaparecer para dar lugar a outras formas de 
sociedade política”. “O Estado não é conceito geral, válido para todos os tempos, mas 
conceito histórico concreto, cujo aparecimento ocorre no século XVI, acompanhando a 
idéia e a prática da soberania”. 
▪ Giorgio Balladore Pallieri: “a palavra ‘Estado’ pode ser entendida num sentido vago e 
genérico, de modo a compreender qualquer forma de convivência política dos homens, 
desde as hordas barbáricas à polis grega, ao império romano e às atuais comunidades 
estatais. Mas em tal hipótese perde-se totalmente a determinação do conceito: cai-se no 
abstrato e no impreciso; cobrem-se com a mesma denominação formas de convivência tão 
diferentes, orientadas por princípios tão diversos e às vezes até antiéticos, com finalidades 
e com meios para atingir seus escopos tão diferentes, que tornaria totalmente impossível 
qualquer profícua investigação científica a tal respeito. Na realidade, quando falamos em 
Estado, referimo-nos a qualquer coisa muito mais concreta: ao Estado em que vivemos 
atualmente, e em que, de há alguns séculos para cá, vive o mundo ocidental, ao Estado 
provido de certos caracteres, como a territorialidade, a soberania, etc., e que, de um modo 
particular resolve o problema político” 
Síntese: O Estado se manifesta “pela presença de todo um conjunto de elementos: territorialidade, 
soberania, etc., entre os quais não existe qualquer nexo lógico, no sentido de que a presença de um implique, 
necessariamente, também a presença de outros”. 
Veja que se referindo sempre às relações entre as ideias e estruturas de cada momento histórico, 
um ou outro elemento não poderá ser esquecido. Ademais, os períodos em História não têm caráter da 
rigidez. Assim, é incorreto falar em sucessão cronológica, na qual o início de uma forma de Organização 
Política implica no desaparecimento total de forma precedente. Veja: 
▪ Anderson de Menezes: “os tipos estatais, por conseguinte, tem os seus cursos em certas 
ocasiões renovados, repercutindo os seus característicos em diferentes épocas e em 
diferentes locais. Não há uma regra de sucessão cronológica quanto aos tipos de Estado já 
aparecidos e existentes na superfície de nosso planeta” (...) “um tipo estatal 
contemporâneo ou a ser estruturado e posto em funcionamento pode ser semelhante a 
outro já conhecido na antiguidade, da mesma forma que o tipo estatal do futuro poderá 
apresentar-se idêntico ou parecido com o então praticado na Idade Média, igualmente com 
o tipo estatal do passado pode ressurgir na Era Moderna (monarquia teocrática designada 
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de direito divino)”. “(...) diante das circunstâncias cada vez mais díspares de lugar para 
lugar, de período para período, de ambiente cultural para ambiente cultural”. 
 
Pensamento político moderno: visão geral. O surgimento do Estado – pgs. 101/103 
Assim se expressa o autor Ivo Dantas: “O Renascimento e a Reforma provocaram na História da Ideias 
o aumento de interesse pelas reflexões sobre o social e o político. O dogmatismo religioso característico da 
Idade Média cedeu lugar ao livre exame, revestindo-se em consequência, toda a produção doutrinária de um 
caráter laico e, portanto, secular, mundano. 
Ao lado dos chamados socialistas utópicos (MORUS, BACON e CAMPANELLA) e dos contratualistas 
(HOBBES e ROUSSEAU) dois nomes tiveram importância fundamental para a Teoria do Estado: Nicola 
Machiavelli e Jean Bodin, este últimotrazendo à tona aquilo que, a partir de então, passaria a distinguir a 
Organização Política das outras formas que lhe antecederam: a soberania, cuja teorização foi por ele exposta 
nos Six Livres de la Republique, enquanto que, através do escritor florentino se utilizou, pela primeira vez, o 
termo Stato na perspectiva que hoje o faremos, ou seja, como Forma de Organização Política Moderna.” 
 • Nicola Machiavelli - termo Stato como Forma de Organização Política Moderna 
• Jean Bodin – soberania (Six Livres de la Republique) 
▪ Juan José González Rivas: “El Estado es una forma de organización del poder político y antes 
de que surja el Estado como forma de organización del poder, los historiadores y los 
politólogos suelen clasificar en cuatro tipos las formas de poder anteriores del Estado, que 
podemos concretar en los siguientes puntos: a) Los grandes Imperios del Oriente, cuyas 
características son el despotismo y la teocracia; b) La polis griega con comunidades 
reducidas que constituyen también comunidades religiosas; c) La civitas romana, con 
características similares a la polis griega, donde hace acto de presencia la distincíon entre 
el derecho público y el derecho privado; d) La estructura política de la Edad Media” 
 
7.3 Ponto: O Estado e seus elementos materiais: território e população – pgs. 117 seguintes 
 
Em se tratando de estado moderno contemporâneo, apresenta sob aspecto material-formal, os 
mesmos elementos: território, população e poder político. 
▪ George Burdeau: “nem toda sociedade politicamente organizada é um Estado. Portanto, 
não podemos considerar válidas as definições que o assimilam ao fato da diferenciação 
entre governados e governantes. O que essa hierarquia revela é a existência de um Poder. 
Ora, embora o fenômeno do Poder seja universal, existem muitas formas suas que não são 
estatais”. 
▪ Joseph R. Strayer: “actualmente aceitamos o estado como um dado adquirido e fora de 
questão. Queixamo-nos das suas exigências, lamentamos o facto de ele se imiscuir cada vez 
mais em assuntos que costumávamos considerar privados, mas dificilmente concebemos a 
vida sem a sua existência”. 
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O Estado nem sempre existiu, mas é impossível fixar-lhe a certidão de nascimento, sobretudo 
porque o fato histórico-político não se concretiza, ao mesmo tempo em todos os locais, do que é exemplo 
o Estado Social que teve seu início no México em 1917, em Weimar (1919) e no Brasil só se fez presente, 
constitucionalmente falando, na Constituição de 1934. 
 
Elementos do Estado: elementos que se fazem presentes na configuração da forma de Organização 
Política do Poder denominada de Estado, e que, se neles houver alteração, ter-se-á que criar uma 
denominação nova para esta nova forma de organização política. 
Surgido como consequência de acontecimentos históricos do início da Idade Moderna, o Estado se 
constitui de elementos que, ao longo da história, através das formas de Organização Política que lhe 
antecederam, variaram de importância conforme a época. Assim, por exemplo, a polis grega e a civitas 
romana acentuavam a importância do elemento humano, comunitário, enquanto que a Idade Média, com 
seu sistema feudal, tinha uma tônica no território, resultando daí a compreensão do poder político em sua 
íntima vinculação com o direito de propriedade. 
A partir do surgimento do Estado, os seus elementos ficam no mesmo plano, ou seja, território, 
população e poder político soberano. Na soberania se encontra a indispensável característica que torna o 
poder político institucionalizado – o grande diferencial entre as formas anteriores e as possíveis formas 
futuras que venha a assumir a Organização Política. 
 
• Elemento: “aquela substância que não se pode decompor” ou “tudo o que entra a 
composição de uma coisa”. 
• O Estado moderno-contemporâneo é composto de três elementos: território, população e 
poder político. 
a) Elementos de ordem material: Território: onde o grupo se acha fixado; População: 
componente humano genérico, compreendendo graus como povo e nação. 
b) Elementos de ordem formal: Poder Político: institucionalizado e soberano. 
 
Território como elemento material do Estado 
Território: elemento material do Estado sobre o qual será fixado o elemento humano e terá lugar o 
exercício do poder e a aplicação o ordenamento jurídico positivo-estadual. 
Estado Nômade ou Estado sem território? 
▪ Oskar Georg Fischbach: “sem território, um Estado não se pode conceber”; “não se 
pode imaginar o Estado sem território. Caso, falte a porção limitada terrestre, não 
existe um Estado, mas sim, uma manifestação social de outra natureza. Nisto se 
distingue o Estado de outras entidades: ainda que estas possam ser aterritoriais, e 
em um mesmo âmbito local possam existir numerosas e diversas entidades, num 
determinado território só pode existir um Estado”. 
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▪ Jean Dabin: no caso do Estado, “o elemento territorial representa um fator de base, 
e indispensável”. 
▪ Marcello Caetano: “a coletividade que constitua Estados há de estar fixada em certo 
território, tem de ser uma sociedade sedentária. Nem sempre a forma mais perfeita 
de comunidade política exigiu a sedentariedade; mas hoje as grandes sociedades 
políticas a que chamamos Estados implicam necessariamente a existência de um 
território onde o povo seja senhor de si, regendo-se segundo as suas leis, executadas 
por autoridade própria, com exclusão da intervenção de outros povos.” 
Em verdade, é graças à existência do território que ao Estado é dado o exercício da soberania a qual, 
sobre aquele território, compreende o Imperium e Dominium, ou seja, “o primeiro constituído por uma 
espécie de soberania abstrata sobre as pessoas que nele se encontram; o segundo, constituído pelo direito 
de reger o território e dele dispor segundo sua própria vontade, para as necessidades legítimas da 
coletividade nacional”. 
Em outras palavras: o exercício da soberania dá-se nos limites precisos do território, razão pela 
qual, inexistindo território, deixará a organização política de ser soberana e, portanto, deixará de ser 
Estado. 
 No tocante às funções do território, Jellinek afirma que são duas as funções do território, sendo uma 
positiva e outra negativa. 
▪ Função Positiva (três aspectos): • o território proporciona a riqueza indispensável à satisfação do 
bem comum (que é função irrenunciável do Estado); • o território atua como fator de unificação 
servindo para compreender o Estado como unidade diferencial, fazendo nascer na população um 
sentimento de unidade; • o território delimita o espaço onde opera e se exerce a ordem jurídica que 
emana da sua soberania. 
▪ Função Negativa: • o território fixa o limite do poder do Estado e deste modo veda [nega] poderes 
estaduais estrangeiros. 
▪ Obs1.: a função negativa do território é consequência do último aspecto da função positiva 
(delimitação do espaço onde opera e se exerce a ordem jurídica queemana da sua soberania). Obs2.: 
a função negativa do território é de interesse, sobretudo, do Direito Internacional Público. 
Acerca da natureza Jurídica do Território, temos: 
1. Doutrina Patrimonialista: o território é objeto de propriedade do Estado. Encontra suas origens na 
Idade Média, com seu sistema de feudalismo, onde o Senhor, além de proprietário, exercia o poder político, 
confunde-se os conceitos de soberania e propriedade. 
2. A Doutrina do Território como elemento de personalidade do Estado: território é um elemento 
integrante da personalidade do Estado, pois não existe Estado sem Território. 
3. Doutrina do Território como âmbito de competência do Estado: território é o espaço onde se exerce 
o poder do Estado. 
▪ “Território é o domínio administrativo do Estado. O Estado não tem direito real sobre ele como 
coisa, pois é ele simples reflexo de uma qualidade jurídica do Estado”. 
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População é o termo mais adequado (sentido demográfico-matemático), frente a nação (conceito 
psico-sócio-antropológico) ou frente a povo (conceito jurídico-políticoconstitucional). 
 
▪ Art. 5º caput (CRFB/1988): “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade e à propriedade, nos termos seguintes...”. 
Note-se que a Constituição fala em brasileiros e estrangeiros, o que implica em dizer-se o que 
habitam o território nacional e, como tal, estão sob o poder do Estado Brasileiro. Em outras palavras, refere-
se à população que, em si, tem um conceito demográfico, ou seja, nele se incluem não só os brasileiros (natos 
ou naturalizados), mas os estrangeiros aqui residentes ou que estejam, temporariamente, no território 
nacional. 
Povo é um conceito jurídico-constitucional equivalente a eleitorado, ou conjunto de cidadãos, isto é, 
daqueles que votam e são votados. 
▪ Art. 1º parágrafo único (CRFB/1988): “todo poder emana do povo que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 
▪ Art. 14 (CRFB/1988): “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto 
e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; 
III – iniciativa popular”. 
▪ Giancarlo Ospitali: povo é “o conjunto de indivíduos vinculados pela cidadania a um determinado 
ordenamento jurídico”. 
▪ Afonso Arinos: “Povo é aquela parte da população capaz de participar através de eleições, do 
processo democrático, dentro de um sistema variável de limitação, que depende de cada país e 
de cada época”. 
Sobre a nação: 
• Teoria Naturalista: a nação tem sua essência em algo natural, como sangue, raça ou 
determinado território com fronteiras bem definidas, ou ainda o corpo material de um 
idioma. 
• Teoria Espiritualista: nação é o ato espiritual coletivo de adesão, que em cada momento 
verificam todos os partícipes de uma determinada comunidade. 
▪ José Afonso da Silva: “Sociologicamente é certo que a nacionalidade indica pertinência da pessoa a 
uma nação. (...) Não é, porém esse o sentido dos termos nacional e nacionalidade no sistema jurídico. 
Aqui, nacionalidade é o vínculo jurídico-político de direito público interno, que faz da pessoa um dos 
elementos componentes da dimensão pessoal do Estado. (...) Nacional é o brasileiro nato ou 
naturalizado, ou seja, aquele que se vincula, por nascimento ou naturalização, ao território do Brasil, 
cujo conjunto forma o povo (a população); cidadão é o nacional no gozo dos direitos políticos”. 
Em síntese: 
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• População: conceito demográfico-matemático. Conjunto de habitantes de um determinado 
Estado, vivendo sob o império do poder desta organização política, independente da 
nacionalidade e cidadania; 
• Povo: conceito jurídico-constitucional. Conjunto de cidadãos, isto é, dos que estão no gozo dos 
direitos políticos. O mesmo que eleitorado. 
• Nação: conceito psico-sócio-antropológico. Conjunto de pessoas com mesma tradição histórica, 
valores e aspirações. Em termos jurídicos, a nacionalidade pode ser nata ou adquirida, nos 
termos fixados pela Constituição. 
 
7.4 Ponto: Contrato Social e a revolução como fonte do Direito. A revolução e a Nova Ordem Jurídica – pgs. 
133 seguintes 
 
▪ Machado Neto: “não obstante o caráter conservador de toda sociedade – que, como tudo que é vivo, 
procura a todo custo, manter-se e conservar-se – o império da temporalidade, atributo de tudo que 
é humano, impõe-lhe a dura sina de contínuas transformações, decorrendo mesmo sua maior ou 
menor capacidade de sobrevivência da maior ou menos habilidade no mudar, adaptando-se às novas 
condições que, continuamente, lhe apresenta a circunstância histórica”. 
 
Em outras palavras devemos afirmar que há indissolúveis relações entre a realidade vigente e o conteúdo 
material do documento denominado Constituição, sob pena de, em não havendo estas correspondência, 
ocorrer a quebra do processo constitucional ou Revolução na perspectiva kelseniana, instalando-se no poder 
um novo grupo que represente tais valores, e com eles produzam uma nova Constituição, que represente as 
relações destes dois polos – a Constituição Político-Jurídica e a Constituição Social. 
A Revolução como Fonte do Direito: A revolução é resultado de um choque existente entre a Constituição 
Política (uma das formas de Direito Legislado) e a Realidade Social ou Sociedade. Estes dois elementos, em 
uma visão sociológica, formam uma relação não contestada, salvo quanto à intensidade que cada 
componente desempenha no conjunto. 
A Constituição como reflexo da Sociedade: posicionamento tipicamente marxista (visão ortodoxa) ou 
sociologista. A expressão reflexo indica passividade de um dos elementos do binômio, o que de forma alguma 
ocorre, embora não se possa negar a influência não só do econômico sobre o fenômeno 
jurídicoconstitucional, mas de todos os aspectos da chamada Constituição Social. 
▪ H. Levy Bruhl: (factores de evolución del Derecho) “Puesto que es la expresión de las voluntades del 
cuerpo social, todo que influye en la sociedad repercute en su derecho”; “podemos distinguir 
factores económicos, políticos y culturales”. 
▪ Ferdinand Lassale: (Que é uma Constituição?) “Essa é, em síntese, em essência, a Constituição de um 
país”; “mas, que relação existe com o que vulgarmente chamamos de Constituição, com a 
Constituição Jurídica? Não é difícil compreender a relação que ambos conceitos guardam entre si. 
Juntam-se esses fatores reais do Poder, escrevemo-nos em uma folha de papel, dá-se-lhe expressão 
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escrita e a partir desse momento, incorporados a um papel, não são simples fatores reais do Poder 
mas sim, verdadeiro direito, nas instituições jurídicas e quem atentar contra eles atenta contra a lei, 
e por conseguinte é punido”. 
Note que o fenômeno da Dinâmica Constitucional nada mais é que a constante tentativa de adaptar o 
texto político às novas realidades-valores sociais 
▪ German J. Bidart Campos: “La materia social es cambiadiza, las circunstancias se sucedenm lois 
elementos están en permanente mutación. De donde también cambian los motivos políticos, las 
directivas, las formas de convivencia y, por sobre todo eso, el proceso consitucional”. 
 
▪ Felippe Augusto de Miranda Rosa: (Direito como Fato Social) “a norma jurídica portanto, é um 
resultado da realidade social. Ela emana da sociedade, por seus instrumentos e instituições e 
destinados a formular o Direito, refletindo o que a sociedade tem como seus objetivos, bem como 
suas crenças e valorações, o complexo de seus conteúdos éticos e finalísticos”. 
 
▪ J. P. Galvão de Souza: (Tensão entre a norma e a realidade do Direito Constitucional) “Se as leis pouco 
valem sine moribus, sem estarem assentadas na realidade social e no Direito Histórico, isto também 
é verdade em se tratando da Lei fundamental do Estado, mesmo na hipótese de um novo regime 
Político a estruturar, quando importa ajustar instituições a um determinado meio, levando em conta 
os hábitos sociais, as tradições locais e regionais, o caráter do povo, enfim, todo o background psico-
sociológico, político e econômico. Nesta subestrutura se acha o que há de mais fundamental ou 
constitucional numa nação, a sua Constituição Social, o suporta da Constituição Política. Essa última 
não deve ser um produto concebido aprioristicamente ou fabricado como um artefato, pois não é 
obra de engenho mecânico mas a de prudência legislativa, se o legislador prudente sabe auscultar 
os condicionalismos sociais”. 
 
Conclusão: existe uma influência recíproca da Constituição sobre a Sociedade e vice-versa embora 
evidentemente não há como se negar a predominância do social (compreendido em uma visão global) sobre 
o jurídico. A partir do instante em que existe um divórcio entre Constituição Jurídica e a Realidade Social, 
estaremos diante daquilo que alguns chamam impropriamente de desconstitucionalização, que na 
verdade é identificado como um Hiato Constitucional, ou seja, Revolução entendida na perspectiva de 
Fonte do Direito. 
A Revolução deve ser encarada como um tipo de Hiato Constitucional, isto é, como uma quebra no 
processo político-constitucional e histórico normal vigente em determinada organização política, em certa 
época. 
Sendo o Poder uma força a serviço de ideia, o seu exercício deve estar de acordo com os valores e o 
Direito aceito pela sociedade, a Revolução existe a partir do instante em que o Direito Legislado – expresso 
na Constituição – não corresponde à ideia de Direito aceita pelo grupo em dado momento. Não tem sentido 
diferenciar-se Revolução e Golpe de Estado, uma vez que Golpes de Estado poderão ser entendidos no 
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sentido amplo de Revolução, bastando que haja ruptura no processo jurídico-estatal da Organização Política 
[Estado]. 
A Norma Jurídico-Positiva nada mais é que meio de tornar efetivos os Valores consagrados na sociedade, 
sendo em consequência, o Poder o meio indispensável ao alcance dos fins desejados. 
▪ Hans Kelsen: (Teoria Pura do Direito) “Uma revolução no sentido amplo da palavra 
compreendendo também o golpe de Estado é toda modificação ilegítima [ilegal] da Constituição, 
isto é, toda modificação da Constituição ou sua substituição por outra, não operada segundo as 
determinações da mesma Constituição”. 
 Atenção: Se o movimento trouxe a mudança da estrutura Constitucional, substituindo-a por outra, 
temos Revolução; caso contrário, se apenas os homens que estavam no Poder foram substituídos, temos um 
Revezamento de Governantes, nunca Revolução, processo político este, por sinal, bastante comum nos 
Estados Latino-Americanos... 
▪ Hebert Marcuse (Ética de la Revolucíon) indo um pouco mais além do que exigir a “mudança 
constitucional”: “por revolución entiendo yo el derrocamiento de un gobierno y de una 
constitución legalmente establecidos, por una clase o un movimiento cuyo fin es cambiar la 
estructura social y la estrutura política. Esta definición excluye todos los golpes de Estado 
militares, revoluciones de palacio y el nacionalsocialismo, porque no cambian la estructura social 
básica” 
▪ J.P. Galvão de Souza (choque da Constituição Política com a Constituição Social) “quando ela (a 
Constituição) é elaborada levando devidamente em conta os dados reais do poder a que visa 
reger, aquela tensão não se manifesta de modo muito sensível. Mas quando a Constituição 
formal não corresponde à realidade Constitucional histórico-política, então vê-se aparecer o que 
GEORGE DASKALAKIS chama ‘a paraconstituição’ e ‘a contraconstituição’. Na primeira hipótese 
(paraconstituição), a constituição permanece em vigor, mas se vê modificada, nas suas 
aplicações, por regras de Direito escrito, pelos costumes, pela interpretação, pelos usos 
constitucionais. Na segunda hipótese (contraconstituição), a constituição torna-se un chiffon de 
papier e as práticas políticas são radicalmente contrárias ao espírito e às instituições 
fundamentais do regime constitucional formalmente estabelecido” 
 
 Ocorrendo a revolução, em nome de valores sociais e do Direito não legislado, evidentemente que 
todo o sistema jurídico-constitucional será posto de lado e uma nova estrutura jurídica deverá brotar com 
base nos ideais revolucionários. Vitoriosa a revolução e procurando atingir a ordem jurídica contra a qual foi 
deflagrado o processo de jurisdicização positiva da sociedade tem início por intermédio do que se poderia 
chamar Direito Transitório, através do qual não se tem de logo as linhas definitivas da nova organização, mas 
sim a fixação dos objetivos primordiais do movimento, que, se em princípio era algo não legal, mas legítimo, 
hoje é fonte do Direito Positivo, através do qual será elaborada a viga mestra do novo sistema: a Constituição 
Política. 
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 A substituição de uma ordem jurídica por outra (a ordem antiga pela nova = revolucionária) não 
se opera de forma imediata ou abrupta, mas é possível identificar-se nesta transformação o Hiato Jurídico-
Constitucional: há um corte no ordenamento jurídico-constitucional que aos poucos será substituído por 
outro, embora neste período não deixe de existir, pelo menos, regras de exceção ao lado de regras do Direito 
não legislado, costume etc. Nesta fase de Hiato ou Corte Constitucional, o movimento se vê retratado no que 
se chama de Edito Revolucionário,documento jurídico-positivo através do qual é possível identificar os 
objetivos e a linha do movimento revolucionário vitorioso, além de sua tentativa de institucionalizar-se e 
legislar-se, já que para as lideranças, tudo foi feito em nome de um interesse maior – o interesse da 
comunidade, em nome dos valores que se chocam com aqueles outros do ancien regime. 
▪ Ruy Ruben Ruschel: (A Revolução e o Poder constituinte) “outorgar é conceder, consentir, facultar, 
permitir, aprovar (...) A outorga constitucional comete ao dono da soberania do Estado (...) A 
promulgação revolucionária de novas normas fundamentais, por seu turno, tem pressupostos 
doutrinários outros. Os chefes não se dizem titulares da soberania, mas apenas seus guardiães em 
nome do povo. Admitem como originários do poder os elementos do povo e assumem-no como 
representantes e em benefícios de seus titulares. O Edito Revolucionário não é, portanto, ‘outorgado’ 
à nação, mas ‘editado’ em nome da nação”. 
 
 
7.5 Ponto: A Constituição como positivação do Direito – pgs. 253/255. O constitucionalismo liberal e o 
constitucionalismo social – pgs. 213/219. O constitucionalismo e a era da globalização– pgs. 267/275 
 
 Pode-se dizer que a Constituição é a Positivação do Direito, que, por sua vez, nutrirá a Ideologia 
Constitucional daquele momento, visto que cada sociedade, em cada momento histórico, tem os seus valores 
que são transformados em normas de direito positivo que, caracterizadas por uma Supremacia inserem-se 
na Constituição, enquanto esta própria, para lhes dar eficácia, marca-as com os elementos da 
Supralegalidade e da Imutabilidade Relativa. Em consequência destes dois últimos elementos, é que se 
explicam os institutos do Controle de Constitucionalidade das Leis e Atos (inclusive jurisdicionais) e o Poder 
de Reforma (manifestado pela Revisão e/ou Emenda constitucionais). Exatamente por este mecanismo é que 
alguns autores, dentre eles o Burdeau, consideram a Constituição como Estatuto do Poder exatamente, em 
razão de caber-lhe determinar as diretrizes fundamentais, básicas e gerais que definirão o conteúdo do 
Estado e das demais formas de manifestação da norma jurídica. 
▪ Georges Burdeau: (Trauté de Science Politique) « le pouvoir est une force au sercie d’une idée. C’est 
une force née de la conscience sociale, dstinée à onduire le groupe dans la recherce du Bien commun 
et capable, le cas échéant, d’imposer aux membres l’attitude qu’elle commande ». 
 
 Constituição Social e Constituição Política: Constituição Social – espontânea; Constituição Política 
– conscientemente ordenada. Ambas são mutáveis e variáveis. 
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▪ Xifra Heras: “entre uma e outra não há desvinculação nem subordinação: relacionam-se em um plano 
de igualdade. A Constituição Social é a estrutura estável que resulta em uma sociedade determinada 
e que constitui ‘seu temperamento próprio, sua peculiar atividade, seu talento, suas aptidões, sua 
energia originária ou a sua apatia congênita, suas ambições ideais ou seus apetites de gozo, suas 
disposições comunitárias, seu espírito de equipe ou seu individualismo furioso’. A Constituição 
política reflete, ao contrário, o estatuto do poder do Estado; porém, se trata de um poder existente 
estruturado sobre uma sociedade concreta” 
▪ Georges Burdeau: (Trauté de Science Politique) « le pouvoir est une force au sercie d’une idée. C’est 
une force née de la conscience sociale, dstinée à onduire le groupe dans la recherce du Bien commun 
et capable, le cas échéant, d’imposer aux membres l’attitude qu’elle commande ». 
▪ Edwin Selligman (condenando o monismo marxista inicial): “entendemos por teoria da interpretação 
econômica da História, não que toda História seja explicada tão somente segundo termos 
econômicos, e sim que, o que principalmente deve ter-se em conta no progresso humano são as 
condições sociais e que o fator importante da mudança social é o fator econômico. A interpretação 
econômica da História significa não que as relações econômicas exerçam uma exclusiva influência, e 
sim que a exerçam predominantemente no pregresso da sociedade”. 
▪ Ferdinand Lassale (Que é uma Constituição?): “a soma dos fatores reais do poder que regem um 
país”; “Mas, que relação existe com o que vulgarmente chamamos Constituição [Constituição Social], 
com a Constituição jurídica [Constituição Política]?”... 
 O fenômeno da Dinâmica Constitucional, que culmina com a ascensão do econômico-social ao 
plano jurídico-constitucional, nada mais é do que uma tentativa de adaptar os textos às novas realidades, em 
constante processo de mudança sociocultural, em permanente vir-a-ser. 
 Essa dinâmica ou ajuste da norma constitucional à realidade social é o meio de se evitar hiatos 
constitucionais, sejam por revoluções, golpes de estado etc., sobretudo, porque, o poder político existe 
em função de valores representados por ideias que se concretizam na norma jurídica. Nos instantes onde 
não ocorre a adaptação e harmonia das normas constitucionais às novas realidades [distanciamento entre 
Constituição Política e Constituição Social], ocorre o hiato constitucional, ou fenômeno a que, 
impropriamente, se tem chamado de Desconstitucionalização, equivalente ao divórcio entre a realidade 
social e a norma constitucional jurídico-positiva. 
A mobilidade e a mutação dos valores sociais são bem mais rápidas que a produção da norma 
oficial, sujeita a procedimentos legislativos cada vez mais rígidos, principalmente quando referentes à 
matéria tida como constitucional. Este aspecto se verifica, inclusive, nos sistemas jurídicos consuetudinários, 
onde o costume deve ser visto em seu enfoque jurídico e, portanto, portador de uma certa rigidez que poderá 
durar até séculos para que possa ser modificado. 
A História é uma ciência Auxiliar para a correta compreensão dos fenômenos jurídicos. Nos Sécs. 
XVIII, XIX e XX houve transformações pelas quais tem passado o próprio conceito material de Constituição; 
mesmo considerando apenas o modelo constitucional do século passado, constataremos que naquele 
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período não houve um conceito único de Constituição e a predominância do conteúdo liberal da Constituição, 
só ocorreu até os anos de 1917 (no México), e 1919 (Constituição de Weimar). 
Considerando-se, assim, estes marcos históricos, visualiza-se que o referido conteúdo liberal da 
Constituição após aqueles anos, cede lugar a um conteúdo social, que predominaria até os anos 1980, 
quando em alguns Estados começa a vigorar o modelo de Constituição neoliberal, que hoje (início do séc. 
XXI) sofre profundas críticas. 
▪ José Alfredo de Oliveira Baracho: “No constitucionalismo de entreguerras ocorre a 
confluência de tendências socialistas, liberais, cristãs, com influências nas Constituições, onde já 
começam as técnicas planificadoras. Na descrição dessas modificações, PABLO LUCAS VERDU 
ressalta a configuração do Estado de Direito, como Estado Social de Direito. Sente-se anecessidade de constitucionalização das realidades econômico-sociais. Com as Constituições da 
Primeira Guerra Mundial e após a Segunda Guerra, as Constituições europeias, antecedidas pela 
Constituição do México, de 1917, consagram direitos econômicos e sociais (trabalho, seguro 
social, função social da propriedade, nacionalização, empresa pública)”. 
▪ Paulo Bonavides: (Do Estado Liberal ao Estado Social) “Este (o Estado Social) 
representa efetivamente uma transformação superestrutural por que passou o antigo Estado 
Liberal. Seus matizes são riquíssimos e diversos. Mas algo, no Ocidente, o distingue, desde as 
bases, do Estado proletário, que o socialismo marxista intenta implantar: é que ele conserva sua 
adesão à ordem capitalista, princípio cardeal a que não renuncia”. 
 O Lema do Estado Liberal em sua feição de Política Econômica – Lessez faire, lessez passer, et le 
monde va la lui-même – cede lugar à presença do Estado que assume papel e a responsabilidade de oferecer 
ao Homem um mínimo de condições para vier com dignidade. Esta presença estatal é representativa de uma 
segunda fase na evolução dos direitos individuais que passa de uma visão clássica absenteísta, para uma 
visão positivista, de ação, ou seja, enquanto os direitos individuais da primeira fase significavam um não fazer 
do Estado e dos demais agentes públicos, os direitos sociais devem ser vistos como aqueles que tem por 
objeto atividades positivas do Estado, do próximo e da sociedade, para subministrar aos homens certos bens 
e condições. É a constitucionalização dos Direitos Sociais e, dentre eles, dos Direitos Trabalhistas. 
 
 Pergunta: Diante do conteúdo com que se apresenta o constitucionalismo atual, expresso sob a 
forma de Constitucionalismo Global ou Constitucionalismo na era da Globalização, é correto que 
identifiquemos nele um novo Direito Constitucional? Seja sob que forma se apresente o Direito 
Constitucional nos dias atuais, estará ele sempre ligado à noção de Estado, sendo válido relembrar que sendo 
o Estado um dado de cultura ou histórico, ou ainda forma de que se revestiu a Organização Política ao longo 
de sua evolução, significa que ele (o Estado) nem sempre existiu e nem sempre existirá. Não seria agora, 
sobretudo diante do momento atual, que o aspecto de mutabilidade da Organização Política seria substituído 
pela característica da imutabilidade. 
 
 
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Referência Bibliográficas: 
Ivo Dantas. Teoria do Estado Contemporâneo. 
 
 
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