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RECURSOS ESTÉTICOS E COSMÉTICOS CAPILARES Mônica Magdalena Descalzo Kuplich Introdução à estética capilar Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer as tendências de mercado em estética capilar. � Relacionar o impacto dos cabelos com a autoestima. � Identificar o papel do profissional na estética capilar e nas disfunções capilares. Introdução Quando falamos em estética capilar, a maioria das pessoas imagina um cabeleireiro com tesoura em mãos. Essa imagem não está totalmente errada, afinal, o usual é frequentar um salão de beleza ou uma barbearia para cortar, colorir, escovar ou pentear os cabelos. Mas estética capilar se resume a isso? A maior parte do trabalho do profissional que atua nessa área consiste justamente em técnicas de transformação de cor, corte e textura dos cabelos. Entretanto, trabalhar com estética capilar vai muito além: desde cuidados básicos com os fios de cabelo até tratamentos para queda capilar e afecções de couro cabeludo. Neste capítulo, você será capaz de reconhecer as tendências de mer- cado em estética capilar e identificar a importância do papel do profis- sional que trabalha com os cabelos para a autoestima de seus clientes. Tendências de mercado Vivemos em um mundo onde tudo muda muito rápido e cada vez mais os consumidores buscam o que é novidade. Para que não nos tornemos profis- sionais ultrapassados, é necessário estarmos atentos às tendências. Mas você sabe o que são tendências? Dentre as definições encontradas no dicionário Michaelis de Língua Portuguesa, tendência é uma disposição natural que leva a determinadas ações. Ou seja, é uma predisposição de algo ou alguém a se comportar de certa maneira. As tendências sempre apontam para um futuro em vias de consolidação, isto é, para o que está para acontecer. O penteado black power, por exemplo, foi tendência na década de 1970; o corte de cabelo mullet foi muito usado nos anos 80; e as barbearias são ten- dência da década de 2010. Diferentemente de moda, que é um comportamento passageiro, uma tendência é uma predisposição mais duradoura e geralmente associada a algum momento social ou uma necessidade. As tendências podem surgir basicamente de duas formas: um produto ou serviço é lançado no mercado, e cria-se uma demanda para ele — ou a demanda já existe, e as pessoas a buscam cada vez mais —, e isso acaba por se incorporar em seus hábitos. Quem lembra dos metrossexuais? No início dos anos 2000, surgiu a figura do homem que tinha por hábito cuidar da aparência física. No início, eram poucos, mas a quantidade de homens que cuidavam do rosto, corpo e dos cabelos cresceu e, hoje, temos as barbearias, que são ambientes quase que exclusivamente masculinos — ou seja, a tendência do homem que cuida da aparência se consolidou. O profissional da estética capilar deve estar atento às tendências de mercado, a fim de se adequar ao desejo ou à necessidade dos seus clientes, garantindo seu espaço. É necessário manter-se sempre atualizado. A estética capilar não trabalha apenas com transformações da haste capilar, como corte, coloração e químicas em geral. Esse ramo da estética também trata o couro cabeludo e suas disfunções, como a queda capilar, a oleosidade excessiva e a dermatite seborreica, as descamações de couro cabeludo e muito mais. Introdução à estética capilar2 Uma ótima maneira de se manter por dentro das tendências de mercado é a parti- cipação em eventos internacionais para conhecer em primeira mão as novidades. A participação em feiras, congressos e workshops nacionais ou regionais voltados para a área da estética também é uma excelente oportunidade, pois esses eventos procuram trazer o que há de inovador no mercado. Mas fique atento: procure sempre por eventos que tenham cunho científico. O Google Trends é uma ferramenta de pesquisa de tendências, onde você encontra as palavras mais buscadas no Google e pode explorar quais as tendências relacionadas a elas. A ferramenta também oferece gráficos de busca das palavras por período de procura e região. Clique no link abaixo para acessar a ferramenta. https://goo.gl/nnv8tm Mercado de cosméticos capilares É fácil perder-se em meio à tamanha variedade de marcas e produtos. A indústria cosmética lança novos produtos quase diariamente no mercado. Temos uma infinidade de shampoos e condicionadores, leave-ins, finalizadores, reparadores de pontas, colorações, alisantes, etc. Você sabia que, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC, 2017), o Brasil está entre os cinco países que mais consomem produtos para cabelos no mundo? Então, como não se perder em meio a tanta novidade? É preciso ter conheci- mento. Quem nunca viu um cosmético capilar que mais parece um “milagre no frasco”? Produtos que prometem deixar os cabelos lindos, macios e hidratados, ou recuperação de anos de procedimentos químicos que danificam a estrutura do fio em pouco tempo? Esse “milagre” é o apelo comercial. Isso não quer dizer que não tenhamos ótimos produtos, que, de fato, tenham princípios ativos capazes de cumprir o que o rótulo promete, mas, muitas vezes, o apelo comercial dos produtos não corresponde ao seu real poder de ação. Muito 3Introdução à estética capilar mais que estarmos atentos ao lançamento de cosméticos, precisamos atentar ao lançamento dos princípios ativos — e conhecer seu mecanismo de ação. Cada marca lança seus produtos com nomes diferentes no mercado, e, às vezes, produtos com a mesma função ganham roupagens diferenciadas. Isso serve para fomentar o mercado e incentivar consumidores e profissionais a consumirem mais produtos de marcas variadas, como os de reconstrução capilar, que podem ser comercializados nos modos de cauterização, plástica de fios, queratinização, cristalização, etc. São produtos que buscam a regeneração dos cabelos danificados, mas que, por conterem princípios ativos diferentes e concentrações variadas, são vendidos como se seus objetivos finais não fossem os mesmos (FRANGIE et al., 2016). O que se espera do esteticista capilar é que tenha o conhecimento neces- sário para saber avaliar a função dos componentes dos produtos, não apenas consumi-los em função do apelo comercial. Isso serve tanto para saber se podem acontecer intercorrências ou incompatibilidades químicas durante os procedimentos — no caso de em um cabelo já processado quimicamente, por exemplo —, quanto para saber se estamos realizando uma boa compra ou indicar o uso de produtos pelos nossos clientes. Antes de lançar um produto no mercado, as indústrias devem testar e comprovar sua eficácia. No site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que você pode acessar no link abaixo, você encontra informações sobre a lista INCI, um guia com a nomenclatura e as funções dos ativos cosméticos: uma forma fácil de identificar a ação de cada produto. https://goo.gl/vGcDnf Personalização da imagem Se você já pensou em mudar o visual, provavelmente a primeira coisa que veio à mente foi modificar os cabelos, certo? Cortar, pintar, alisar, cachear ou, quem sabe, fazer uma franja? Hoje as pessoas buscam cada vez mais se destacar, e uma forma de fazer isto é por meio da imagem pessoal. Personalizar a imagem do cliente não deixa de ser uma arte. Introdução à estética capilar4 A ideia é que a imagem que transmitimos aos outros condiga com nossa personalidade. Isso nos ajuda na comunicação interpessoal. Por exemplo, uma pessoa que tem uma imagem despojada, provavelmente será vista como mais acessível e dinâmica que uma que tenha uma imagem tradicional, que passa mais seriedade. Para criar uma imagem que harmonize com o perfil do cliente, precisamos estar atentos a vários detalhes, como características físicas, formato de corpo, tipo cromático, formato das estruturas faciais, cor, comprimento e textura dos cabelos, etc. O que se espera do esteticista capilarque atuará nessa área é que conheça linguagem visual e saiba trabalhar as cores e as formas dos cabelos em harmonia com os traços e as linhas do rosto, para que se crie uma imagem adequada à personalidade do cliente (Figura 1). Figura 1. Transformação da imagem por meio do corte do cabelo. Fonte: Olena Yakobchuk/Shutterstock.com. 5Introdução à estética capilar Nosso formato de corpo e rosto, altura, postura, formato de olhos, sobrancelha, lábios transmitem uma mensagem a quem nos vê. O corte ou a cor dos cabelos podem auxiliar a ressaltar ou esconder características, dependendo da intenção do cliente. Por exemplo, uma mulher de feições retas parece ser mais severa, e um cabelo mais longo e ondulado quebra a dureza do rosto. Uma mulher com rosto oval parece ser mais delicada e meiga, e um corte de cabelo com linhas diagonais pode deixá-la mais dinâmica e extrovertida. Terapia capilar Além de atuar na personalização da imagem de seus clientes por meio da transformação de cor, corte e textura dos cabelos, o profissional que trabalha com estética capilar pode, ainda, auxiliar no tratamento de alterações de haste capilar e couro cabeludo. Assim como outras partes do corpo, o couro cabeludo também está suscetível a fisiopatologias estéticas que podem alterar seu bom funcionamento, como a queda dos cabelos e a oleosidade excessiva. A terapia capilar consiste no tratamento dessas disfunções. É um conjunto de técnicas não invasivas que visa a restabelecer a homeostase do couro cabeludo. São utilizadas tanto técnicas eletroestéticas, como laser de baixa potência, led, microcorrentes e alta frequência, quanto cosméticos e produtos naturais, tipo argilas, óleos essenciais e algas marinhas (Figura 2). Figura 2. Terapia capilar com uso de argilas e óleos essenciais. Fonte: Maryna Pleshkun/Shutterstock.com. Introdução à estética capilar6 Alterações como alopecia androgenética ou areata, eflúvio telógeno, der- matite seborreica e psoríase podem ser tratadas pelo esteticista capilar, que, dependendo do caso, pode atuar sozinho ou em ação multidisciplinar, contando com apoio de profissionais de outras áreas, como médicos dermatologistas/tri- cologistas, psicólogos, nutricionistas, etc. O tempo de tratamento e os resultados variam muito de cliente para cliente. Fatores como tipo de patologia, tempo de manifestação, idade e hábitos de vida do cliente influenciam nos resultados. Um tratamento ministrado a um jovem de 28 anos que apresenta queda capilar há cerca de três anos possivelmente mostrará resultados mais satisfatórios e mais rapidamente que um senhor de 55 anos, com histórico de queda capilar de mais de 20 anos. Para atuar com terapia capilar, o profissional deve conhecer a fundo as patologias que acometem o couro cabeludo e os fatores que envolvem seu surgimento ou a piora do quadro, a fim de que se possa fazer a correta ava- liação e elaborar protocolos que sejam eficazes. Também é preciso saber avaliar o estágio em que essas patologias se encontram, pois cada um requer abordagens diferentes. O que se espera da terapia capilar é a reativação dos folículos pilosos e o estímulo do crescimento dos fios, o incremento da circu- lação e, consequentemente, da nutrição e oxigenação do folículo e do couro cabeludo de uma forma geral, a regulagem da produção sebácea e os efeitos anti-inflamatórios. A terapêutica a ser adotada depende do tipo de patologia e do tempo de manifestação. O que se espera da terapia capilar é que normalize as funções do couro cabeludo ou controle o avanço da patologia, uma vez que não podemos prometer cura, apenas controle. 7Introdução à estética capilar Cabelos e autoestima Quando lembramos de uma pessoa, geralmente pensamos no rosto da mesma. Dificilmente, ao se lembrar de alguém, a primeira coisa que vem à mente será outra parte do corpo, como as mãos, por exemplo (a não ser que a pessoa em questão tenha alguma característica muito particular). A individualidade é marcada pelo rosto, pois, de todas as partes do corpo, ele é a mais singular. E qual a moldura do rosto? Os cabelos. Não raro, quando vamos descrever alguém, fornecemos características físicas e, muitas vezes, usamos os cabelos como referência: “Sabe a Fulana, aquela loira baixinha?” ou “Lembra do Fulano, o calvo?”. Assim como o rosto se torna uma referência da pessoa, os cabelos também, principalmente se o cabelo tem alguma característica que seja muito marcante, como serem grisalhos, coloridos, muito longos, etc. Dessa forma, eles acabam por se tornar parte da nossa identidade. Nossos cabelos contam quem somos: diferentes tipos de corte, comprimento, cores e mechas podem fornecer informações sobre nós às outras pessoas. O corte e a cor dos cabelos, até mesmo a forma como são penteados, dizem muito sobre a pessoa. Cabelos com mechas coloridas geralmente indicam pessoas mais despojadas e casuais do que as com cabelos com uma cor só. Cortes retos e curtos podem indicar praticidade ou uma postura mais tradicional, enquanto cabelos longos e ondulados tendem a transmitir um ar mais sensual. Uma questão de identidade étnica Em meados da década de 1990, com o boom dos alisantes no mercado pro- fissional e da maior facilidade de alisar os cabelos em casa (seja pelo uso de piastras ou alisantes caseiros), muitas pessoas — especialmente mulheres negras — optaram por deixar o cabelo crespo de lado e adotar o visual liso. Isso em função de uma hegemonia estética que colocava o cabelo liso em predileção ao crespo, que seria um cabelo “feio”. Entretanto, a prática de alisar cabelos vem desde muito antes. Ainda no começo do séc. XX, era comum alisar os cabelos com um utensílio de ferro Introdução à estética capilar8 em formato de pente, que era esquentado diretamente no fogo e servia para alisar temporariamente os cabelos. Em contraponto à prática de alisamento, o movimento natural, que valo- rizava o cabelo crespo e afro, ganhou força a partir da segunda metade da década de 2010. Anos antes, na década de 1970, o movimento black power já fazia frente à valorização da beleza negra. Hoje, manter os cabelos crespos é representatividade, orgulho das raízes. O resgate dos cachos valoriza o cabelo como identidade, traz aceitação e autoestima (Figura 3) (MORAES; JORDÃO, 2015). Figura 3. A identidade afro-brasileira por meio dos cabelos. Fonte: goldnetz/Shutterstock.com. Um caso de identidade pessoal Desde cedo, aprendemos a cuidar dos cabelos. Quando crianças, as meninas usam laços, fitas e presilhas para prender e enfeitar, e os meninos usam géis e fixadores para modelar. Quando adolescentes, usamos o cabelo como meio de diferenciação, fazendo mechas, alisamentos ou cortes diferentes, estilizados. E assim seguimos, cuidando dos cabelos a vida toda. O grau de importância que lhes é atribuído é muito individual. Algumas pessoas investem bastante 9Introdução à estética capilar tempo e dinheiro no cuidado dos mesmos, já outras preferem mantê-los bem curtos devido à praticidade, mas, independentemente do quanto se cuida dos cabelos, eles são importantíssimos para a maioria das pessoas. Você já se imaginou sem cabelo? Ele faz parte de nossa vida, e sua perda pode afetar nossa autoestima. Para algumas pessoas, perder os cabelos pode gerar ansiedade e tristeza, ou ser tão traumático quanto a perda de um membro, especialmente para as mulheres, visto que os cabelos estão associados à feminilidade. Entretanto, engana-se quem pensa que apenas as mulheres sofrem com a queda capilar. Para alguns homens, perder os cabelos e assumir de vez a calva não se mostra um problema, porém, para outros, isso pode ser motivo de diminuição da autoconfiança e afetar diversas áreas de suas vidas, como diminuição da autoestima, insegu- rança e, até mesmo, redução da libido (LEITE JÚNIOR, 2015). Podemos não perceber diariamente, mas a importância dos cabelos na au- toestima é inegável. Ele faz parte da nossa identidade. Por meio dele, podemos expressar característicasda nossa personalidade ou, inclusive, modelá-los para passar a impressão desejada. A cor, o corte, o comprimento e a textura dos fios falam muito a respeito do indivíduo. Podemos identificar etnias, temperamentos, estilo de vida e, até mesmo, o humor por meio do cabelo. O profissional na estética capilar e as disfunções capilares O profissional que atua com estética capilar também trabalha na imagem pessoal e na autoestima dos seus clientes. Como em todas as áreas de atuação profissional, e especialmente na área da estética, onde novas tecnologias, equipamentos, produtos cosméticos e princípios ativos surgem a todo o mo- mento e as tendências mudam com rapidez, a atualização se faz necessária constantemente, a fim de que o profissional não se torne obsoleto e ultrapassado. Trabalhar com cabelos requer muito estudo e dedicação. Nos últimos anos, a estética capilar vem ganhando cada vez mais força no mercado de trabalho, pois a visão que se tem do profissional dessa área está mudando. O esteticista capilar não faz somente as vias de cabeleireiro, mas também de terapeuta capilar. Para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o profissional deve sempre trabalhar com ética e profissionalismo, presando pela saúde dos cabelos e do couro cabeludo dos seus clientes. O profissional competente e comprometido, sempre antes de executar qualquer procedimento, faz a devida anamnese no cliente, a fim de evitar Introdução à estética capilar10 possíveis complicações durante o procedimento. Devemos ter em mente que nem sempre é possível atender ao desejo do cliente de imediato, e que tam- pouco podemos prometer resultados em pouco tempo. Muitos clientes sem conhecimento teórico-prático acreditam que transformações de haste capilar podem ser feitas de uma hora para outra, como platinar os cabelos em uma tarde ou, então, obter algum resultado na diminuição da queda dos cabelos em poucas sessões de terapia capilar. Uma boa anamnese é aquela que contempla não somente quesitos específicos sobre o tipo de cabelo e os cuidados gerais que se tem com ele, mas também os hábitos de vida do cliente, como ingestão diária de água, medicamentos em uso, histórico de saúde, prática de atividade física, etc. Essas informações são tão importantes quanto saber qual foi o último procedimento de química ou terapia capilar realizado. O profissional que zela pelo seu trabalho e pelo seu cliente tem consciência de que é prudente ir com calma e preparar a haste capilar ou o couro cabeludo para os procedimentos. Se, durante a anamnese, for identificada alguma fragilidade, cabe ao esteticista capilar informar ao seu cliente das possíveis intercorrências. Quantas vezes não ouvimos falar de alguém que fez algum procedimento para mudar o visual e teve seus cabelos danificados, ficando ressecados e quebradiços? Assim como de clientes que desistem do tratamento na metade do caminho por não observarem nenhuma mudança, pois não lhes foram explicadas as etapas do mesmo? Não devemos prometer milagres, resultados que sabemos serem inatingíveis sem comprometer a estrutura da fibra capilar, no caso das químicas, ou resultados que não são possíveis, no caso da terapia capilar. Por falar em terapia capilar, também vale lembrar que não temos aptidão para diagnosticar patologias, ou seja, o diagnóstico deve ser feito por um médico dermatologista ou tricologista, e o trabalho multidisciplinar, muitas vezes, é necessário. Algumas patologias que acometem os cabelos e o couro cabeludo podem ser multifatoriais, isto é, podem ser resultado de problemas endocrinológicos/hormonais, psicológicos, nutricionais, etc. Sendo assim, o esteticista capilar deve buscar parceria com profissionais de outras áreas para que todos os fatores causadores da patologia possam ser tratados. 11Introdução à estética capilar Atualmente, temos uma imensa variedade de produtos e cosméticos dispo- nível no mercado, tanto para uso exclusivo de profissionais quanto de venda livre para consumidor final, o que é muito bom, pois assim há maior liberdade de escolha para o esteticista capilar e seus clientes. Todavia, essa facilidade de acesso, principalmente de produtos para procedimentos químicos capilares disponíveis para o consumidor final, pode ser um problema, uma vez que, para se obter um resultado satisfatório, é necessário conhecimento. Vemos muitas pessoas com cabelos danificados ou couro cabeludo lesionado em função de procedimentos realizados em casa ou por profissionais sem a devida qualificação. É papel do esteticista capilar atuar de forma preventiva, evitando possíveis danos de haste ou couro cabeludo em seus clientes. Também não podemos nos esquecer de que, para que os cabelos mantenham o brilho e a maciez pós-procedimento ou para que a terapia capilar alcance os resultados esperados, é muito importante que seja feita uma manutenção em casa. Por isso, a indicação do home care é tão importante quanto a escolha de bons produtos e protocolos adequados realizados na estética. E por falar em variedade de produtos, devemos também estar atentos às tendências de mercado dos cosméticos, lembrando sempre que é nossa função saber reconhecer os princípios ativos e as mudanças de roupagem dos produtos. Quem atua na estética capilar e abrange tanto a personalização da imagem quanto a terapia tem em suas mãos uma ótima oportunidade de negócio, pois amplia sua área de atuação e se sobressai em meio a outros profissionais, além de aumentar e diversificar sua clientela. Aqueles que optarem por incluir a estética capilar no seu hall de especificidades, saibam que estarão fazendo um investimento em suas carreiras e que, muito mais que retorno financeiro, terão a satisfação de trabalhar cuidando da imagem pessoal e da autoestima de seus clientes. Oportunidade de negócio: quem atua na estética capilar contempla três grandes áreas: � transformação — corte de cabelos e químicas em geral (mechas, colorações, alterações de forma); � modelagem — finalizações e penteados; � tratamento — tanto para a haste (reconstruções, hidratações, etc.) quanto para o couro cabeludo (alopecias variadas, disfunções das glândulas sebáceas, desca- mações de couro cabeludo, etc.). Introdução à estética capilar12 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDUSTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COS- MÉTICOS. Essencialidade dos produtos de higiene ajuda a colocar o Brasil entre os maiores mercados do mundo. São Paulo: ABIHPEC, 14 jul. 2017. Disponível em: <https://abihpec. org.br/2017/09/ssencialidade-dos-produtos-de-higiene-ajuda-a-colocar-o-brasil- entre-os-maiores-mercados-do-mundo/>. Acesso em: 16 jun. 2018. FRANGIE, C. M. et al. Milady cosmetologia: cuidados com os cabelos. São Paulo: Cen- gage Learning, 2016. LEITE JÚNIOR, A. C. Queda capilar e a ciência dos cabelos: reunião de textos do blog Tricologia Médica. São Paulo: CAECI, 2015. MORAES, G. M. C.; JORDÃO, F. A estética visual do cabelo afro feminino na sociedade contemporânea. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA E CULTURA: GÊNERO E HISTORIOGRAFIA, 3., 2015, Uberlândia. Anais... Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2015. Introdução à estética capilar14 Leituras recomendadas AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Regularização de produtos: cosméti- cos: nomenclatura de ingredientes. Brasília: ANVISA, [2018]. Disponível em: <http:// portal.anvisa.gov.br/registros-e-autorizacoes/cosmeticos/produtos/nomenclatura- de-ingredientes>. Acesso em: 16 jun. 2018. LEITE JÚNIOR, A. C. É outono para os meus cabelos: histórias de mulheres que enfrentam a queda capilar. São Paulo: MG, 2007. 15Introdução à estética capilar
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