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1 
 
ESTUDO DE CASO COMO MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO 
QUALITATIVA: uma abordagem bibliográfica 
 
 
 
 
Alba Valéria Penteado Orsolini1 – Uni-FACEF 
Sheila Fernandes Pimenta e Oliveira2 – Uni-FACEF 
 
 
 
 
Introdução 
A pesquisa é ato de liberdade. É bilhete de passagem para 
sujeitos que se querem sujeitos. A pesquisa legitima o ato de rebeldia de 
investigar, para formar o novo; para dar à luz o conhecimento que dormiria 
latente dentro de tantas vidas que se manteriam estanques, não fosse o 
rebelde ato de investigar e fazer convergir para o mesmo discurso observações 
e teorias que, juntas, efervescem a pesquisa. 
Uma das formas de se deixar a condição de objeto, e vir a ser 
sujeito, é, a partir da conscientização da necessidade da emancipação, ocupar 
o próprio espaço. Demo (1996) fala do tripé educação – pesquisa – 
emancipação, que permite ao sujeito lançar olhares sobre os fenômenos para 
extrair-lhes verdades e instrumentos de libertação. Conhecer permite conduzir-
se em direção à emancipação. Esse conhecimento permite, ainda, o 
empoderamento de sujeitos e grupos. E o conhecimento se faz pelo mergulho 
no outro, pela troca com esse outro. E pesquisar é ir ao encontro do outro para 
que se faça do par pesquisador-pesquisado, um novo sujeito, emancipado, 
motivado e que constrói sua transformação. 
Esse mergulho no outro, no entanto, necessita de consistência, 
lógica, critérios e validade científica, além de suporte teórico, que confira o rigor 
e a seriedade que a pesquisa científica exige. Esse mergulho no outro se faz a 
partir das teorias estabelecidas - conhecimento produzido no passado, mas 
revisto e atualizado - que, ao mesmo tempo, produzem um novo conhecimento. 
                                                            
1 Mestranda em Desenvolvimento Regional, no Programa de Pós‐Graduação do Centro Universitário de 
Franca. 
2 Doutora em Linguística, pela UNESP – Universidade estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e 
Professora no Centro Universitário de Franca. 
2 
 
Uma das formas de efetuar esse mergulho no outro, é através do estudo de 
caso, estratégia de pesquisa de uso frequente na produção de conhecimento 
na área de Ciências Sociais e das Ciências Sociais Aplicadas. Neste estudo, 
uma reflexão teórica sobre esse método de pesquisa, serão apresentadas as 
considerações de teóricos, contemplando os pontos positivos e os negativos 
em suas respectivas análises. O estudo de caso, convém destacar, é muitas 
vezes visto com estereotipada desconfiança, em virtude de uma suposta falta 
de rigor metodológico do pesquisador, considerado negligente na busca de 
evidências, na falta de critérios, por exemplo e por um mal alinhado 
planejamento, que acabam por comprometer os resultados e a própria validade 
do estudo realizado. Esse quadro dificulta, também, o próprio fortalecimento do 
método, ao demonstrar as possibilidades de inconsistência em seus 
procedimentos metodológicos. 
É com este cenário, de pano de fundo para o estudo de caso, que 
este estudo pretende refletir teoricamente sobre este método de pesquisa e 
contribuir para o incremento da aplicação deste método de pesquisa. 
Inicialmente, serão apresentadas, em uma revisão bibliográfica, as 
considerações dos seguintes estudiosos: Bonoma (1985); Demo (1996); Gil 
(2002); Gomes e Pozzebon (1989); Goode e Hatt (1975); Minayo (2001); 
Oliveira (2002); Pádua (2004) e Yin (1990). A partir dessas considerações 
pretende-se comprovar a aplicabilidade deste método de pesquisa ao Uni-
FACEF Centro Universitário de Franca, em estudo para verificar a contribuição 
dessa IES pública municipal para o desenvolvimento local, a partir da 
observação da alavancagem promovida pela produção de conhecimento em 
cursos de Graduação e que se efetiva no mercado de trabalho, junto a 
ingressantes e egressos do Centro Universitário de Franca/SP. 
 
 
 
JUSTIFICATIVA 
Nas palavras de Minayo (2000), o homem, desde tempos 
imemoriais, busca conhecer a realidade. Tribos primitivas explicavam os 
enigmas da vida e da morte, do indivíduo, de seu lugar na sociedade, do poder, 
3 
 
do amor, das doenças, da reprodução, da própria história, através dos mitos. 
As religiões e as filosofias, o faziam através de dogmas, mitos e saberes. A 
poesia e a arte também ocuparam lugar na função de explicar o cotidiano e o 
destino humano. Dessa forma, “a ciência é apenas uma forma de expressão 
desta busca, não exclusiva, não conclusiva, não definitiva” (MINAYO, 2000, p. 
10). Mas a ciência constituiu-se, histórica e hegemonicamente, como 
autoridade na forma de conhecer, respondendo a questões técnicas e 
tecnológicas; gerou linguagem própria, coerente e controlada “por uma 
comunidade que a controla e administra sua reprodução” (MINAYO, 2000, p. 
10). 
Fazer ciência só é possível através da pesquisa, esse ato de 
liberdade, bilhete de passagem para outras instâncias do humano. Pesquisar é 
um bilhete de passagem para sujeitos que se querem sujeitos. A pesquisa, que 
legitima a ciência, é o ato de rebeldia de investigar para formar o novo, para 
dar à luz o conhecimento que dormiria latente, não fosse o rebelde ato de 
investigar e fazer convergir, para o mesmo discurso, observações e teorias 
que, juntas, consolidam a ciência, o conhecimento. Nas palavras de Minayo 
(2000), pesquisa é: 
 
“a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da 
realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a 
atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma 
prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação” (MINAYO, 
2000, p. 17) 
 
Se a ciência permite, através da pesquisa, a passagem de objeto 
a sujeito, esta condição se dá a partir da conscientização da necessidade da 
emancipação, de ocupar o próprio espaço. Demo (1996) fala do tripé educação 
– pesquisa – emancipação, que permite ao sujeito lançar olhares sobre os 
fenômenos para extrair-lhes verdades e instrumentos de libertação. Fazer 
ciência é conhecer; que permite, por sua vez, conduzir-se em direção à 
emancipação. Esse conhecimento permite, ainda, o empoderamento de 
sujeitos e grupos. E o conhecimento se faz pelo mergulho no outro, pela troca 
com esse outro. E pesquisar é ir ao encontro do outro para que se faça do par 
4 
 
pesquisador-pesquisado, um novo sujeito; emancipado, motivado e que capaz 
de operar a sua transformação. 
Conhecer, como visto, é uma necessidade humana e se faz 
também pela pesquisa, que permite ao pesquisador ir além de si mesmo; ir 
além de seus limites. Bachelard (Apud FOUREZ, 1995, p.22), ao referir-se a 
essa necessidade humana, utilizava uma metáfora afirmando que o homem 
precisava, por vezes, “subir ao sótão” e, noutras vezes, “descer ao porão”. Ele 
entendia que o homem necessita tanto da “busca de significações da existência 
por meio dos símbolos filosóficos, poéticos, artísticos, religiosos etc”, quanto de 
“olhar o que se passa nos subsolos e fundamentos psicológicos ou sociais de 
nossa existência e discernir nos condicionamentos o que nos oprime ou libera”. 
Mas esse mergulho no outro, no entanto, exige consistência, lógica, critérios e 
validade científica, além de suporte teórico, que confere o rigor e a seriedade 
exigidos pela pesquisa científica. 
 
 
 
1. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
Uma das formas de conhecer a realidade do outro é pela 
investigação científica, norteada por critérios estabelecidos e pela própria 
ciência, que, por si só, se refere a uma prática sistematizada e reflexiva a cerca 
do pensamento a fim de construir o conhecimento. Essa construção deve ser 
livre de amarras, de paradigmas e de preconceitos. Uma atitude no sentido da 
construção da ciência e, por fim, do conhecimento deve ser voltada, conforme 
Demo (2000, p. 128), para o “aprender a aprender”; assim, a pesquisa 
adequada e corretamente realizada, disseca seu objeto de estudo em um 
ambiente “educativo e emancipatório”,evitando o “simples repasse copiado”. 
Para Demo (2000, p. 128), “pesquisa significa diálogo crítico e criativo com a 
realidade, culminando na elaboração própria e na capacidade de intervenção”. 
A partir do entendimento de que pesquisar é “aprender a 
aprender”, processo que conduz à emancipação dos sujeitos envolvidos, 
acredita-se que o conhecimento, a descoberta do novo, a descoberta de 
respostas, só sejam possíveis à luz do desprendimento cientificamente 
5 
 
pautado, regulado por métodos sistematizados e, concomitantemente, flexíveis 
a ajustes e avaliações. Fávero (Apud DEMO, 2000, p.127) acredita que a 
pesquisa que “aprende a aprender” é função da própria universidade, 
constituindo-se desafio central da educação superior a “produção de 
conhecimento próprio com qualidade formal e política, capaz de postá-la na 
vanguarda do desenvolvimento”. Pacificado, dessa forma, o entendimento de 
que à universidade reserva-se a função também de oferecer rumos, tendências 
e respostas à sociedade em sua busca pelo desenvolvimento enquanto ideal, 
conforme Demo (2000, p. 140): 
 
“(...) a sociedade procura na universidade a sinalização dos rumos, o 
sensoriamento das tendências, o faro das oportunidades. A instituição 
que mais próxima está da produção científica e tecnológica assume, 
cada vez mais, a condição de lugar privilegiado para discutir e fazer o 
futuro”. 
 
A postura do pesquisador ao buscar respostas para fenômenos 
sociais que, em última instância devem satisfazer às necessidades sociais, 
deve ir ao encontro da criticidade e da cientificidade teórica e empírica. Toda 
busca científica, ou seja, toda pesquisa deve ser planejada, levando-se em 
consideração o objeto, sua natureza e particularidades; o contexto tempo-
espaço no qual ele está inserido; o que se busca saber; recursos à disposição 
do pesquisador; melhores práticas que se apliquem à pesquisa; o melhor 
método a ser utilizado. 
O pesquisador, alerta Fourez (1995, p. 49) não pode ser 
totalmente subjetivo, uma vez que está inserido na “instituição social” da 
ciência, uma instituição que sistematiza e controla a produção do 
conhecimento. Entretanto, o pesquisador não pode ser tão somente objetivo, 
uma vez que, aponta Minayo (2000, p. 11) a objetivação é natural das ciências 
naturais, não das ciências sociais. Além disso, o pesquisador é também agente 
e sujeito. Ainda em Minayo (2000, p. 14-15), a relação entre pesquisador e 
objeto de estudo se dá na arena do humano, local em que ambos se 
solidarizam, se imbricam e se comprometem; entre eles existe uma 
“identidade”. 
6 
 
Antes que se apresente o estudo teórico sobre o estudo de caso, 
se faz necessário refletir-se sobre a própria observação científica no 
desenvolvimento da ciência. “Uma observação é uma interpretação: é integrar 
uma certa visão na representação teórica que fazemos da realidade” 
(FOUREZ, 1995, p. 40). Dessa forma, observar e interpretar fazem parte do 
mesmo modus operandi da ciência, que exige do pesquisador um conjunto 
simbiótico de objetividade, subjetividade e suporte teórico. Sem o suporte 
teórico, e com a centelha humana da subjetividade, apenas teoriza-se a 
respeito da nova informação, o que carecerá de consistência e validade. E, por 
sua vez, o olhar neutro do indivíduo sobre o mundo é uma ficção, conforme 
Fourez (1995). Para que se mantenha a aura da cientificidade e da criticidade, 
a observação científica, a própria metodologia, 
O conhecimento, como se nota, forma-se a partir da pesquisa, 
que segundo Gil (2007), pode-se classificar a pesquisa, com base em seus 
objetivos, de três maneiras: a exploratória; a descritiva; e a explicativa. 
De acordo com Gil (2007), a pesquisa exploratória visa uma maior 
aproximação, uma maior familiaridade com o problema, explicitando-o. Com 
um planejamento mais flexível, permite-se a consideração de variados 
aspectos. Na maioria das vezes, assume a condição de pesquisa bibliográfica 
ou de estudo de caso, segundo Gil (2007), e envolve levantamento 
bibliográfico, entrevistas e análises de elementos diversos (do conteúdo, do 
discurso, de exemplos). 
A pesquisa descritiva, conforme Gil (2007) é uma análise em 
profundidade que visa descrever, classificar e interpretar o objeto estudado. 
Utiliza técnicas mais sistematizadas e rigorosas. Elas podem ir além da mera 
identificação de variáveis, aproximando-se, nesse caso, da pesquisa 
explicativa, analisando detalhadamente fatos e fenômenos. E, nos casos em 
que se proporciona uma nova visão do objeto, aproxima-se da pesquisa 
exploratória. 
Por fim, a pesquisa explicativa, no entender de Gil (2007), visa 
especialmente a identificação de fatores que determinem ou contribuam para 
que determinados fenômenos ocorram. Ela permite grande aprofundamento no 
7 
 
entendimento a cerca da realidade. A pesquisa explicativa, muitas vezes, é a 
continuação de uma pesquisa descritiva. 
Com base nos procedimentos técnicos utilizados, Gil (2007) 
classifica as pesquisas como: bibliográfica; documental; experimental; ex-post-
facto; levantamento; pesquisa-ação; pesquisa participante; e o estudo de caso. 
A pesquisa bibliográfica, explica Gil (2007), contempla apenas 
material já elaborado, como livros e artigos científicos, utilizando-se da 
contribuição de diversos autores sobre certo assunto. A maioria dos estudos 
exige este procedimento, mas a pesquisa bibliográfica se resume a ele. 
Permite grande cobertura de informações e conhecimento, sendo indispensável 
em estudos que requeiram dados geográficos e históricos diversos, por 
exemplo. As fontes bibliográficas podem, no entanto, ser incorretas ou 
desatualizadas, constituindo-se, esta possibilidade, uma desvantagem que 
compromete a pesquisa. As fontes bibliográficas, na classificação de Gil (2007, 
p. 49) são: 
 
 
 
A pesquisa documental, segundo Gil (2007), diferencia-se da 
pesquisa bibliográfica por utilizar: a) material que não recebeu, ainda, nenhum 
tratamento analítico, como documentos arquivados em órgãos públicos e 
organizações privadas; e b) documentos como relatórios de pesquisa, tabelas 
estatísticas, relatórios de empresas etc. Entre as vantagens na utilização da 
pesquisa documental, elencadas por Gil (2007), estão: documentos são fonte 
de dados rica e estável; baixo custo; não se exige contato com os sujeitos da 
8 
 
pesquisa. Como desvantagem: subjetividade e não-representatividade dos 
documentos. 
A pesquisa experimental, aponta Gil (2007), busca construir o 
conhecimento através de procedimentos sistematizados, rigorosamente 
controlados e verificáveis. Por este tipo de pesquisa, define-se o objeto a ser 
estudado, suas variáveis e os controles, para que se verifique a possibilidade 
de ocorrência do fenômeno. De grande aplicabilidade nas ciências físicas e 
biológicas, a pesquisa experimental encontra resistência quando confronta 
questões éticas e humanas. 
Gil (2007) elenca também a pesquisa ex-post-facto. Neste tipo de 
pesquisa, muito parecida com a pesquisa experimental, uma experiência é feita 
depois dos fatos. Ela permite uma intervenção na realidade do objeto estudado. 
De grande aplicação nas ciências sociais, a pesquisa ex-post-facto “possibilita 
a consideração de fatores históricos, que são fundamentais para a 
compreensão das estruturas sociais” (GIL, 2007, p. 56). 
Outro tipo de pesquisa, o levantamento consiste em “uma 
interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.” 
(GIL, 2007, p. 56), embora parta, inicialmente, do levantamento de informações 
junto a um grupo sobre o objeto de estudo. Entre as vantagens de sua 
aplicação, estão o conhecimento mais imediato da realidade; baixo custo e 
rapidez de execução; fácil quantificação. Como desvantagem, há o risco de 
valorizar os aspectos mais visíveis; pouco aprofundamento da realidade e da 
estrutura estudada. 
A pesquisa-ação, ainda em Gil (2007), envolve o pesquisadore as 
pessoas do grupo, o que gera críticas em virtude do risco de perda da 
objetividade. 
A pesquisa participante “caracteriza-se pela interação entre 
pesquisadores e membros das situações investigadas” (GIL, 2007, p. 61). 
Envolve ação planejada que pode ser social, educacional ou técnica. 
E, por fim, o estudo de caso, que será apresentado através da 
reflexão teórica a partir da contribuição de alguns estudiosos. 
 
 
9 
 
 
2. O ESTUDO DE CASO 
Pesquisar, como já visto, é um mergulho no outro, que se faz a 
partir de teorias estabelecidas - conhecimento produzido no passado, mas que 
pode ser revisto e atualizado - que, ao mesmo tempo, produzem um novo 
conhecimento. Para Minayo (2000), teoria é um 
 
“conhecimento de que nos servimos no processo de investigação 
como um sistema organizado de proposições que orientam a 
obtenção de dados e a análise dos mesmos, e de conceitos, que 
veiculam seu sentido” (MINAYO, 2000, p. 19). 
 
Uma das formas de efetuar esse mergulho no outro, é através do 
estudo de caso, estratégia de pesquisa de uso frequente na produção de 
conhecimento na área de Ciências Sociais e das Ciências Sociais Aplicadas. O 
estudo de caso, convém destacar, é muitas vezes visto com estereotipada 
desconfiança, em virtude de uma suposta falta de rigor metodológico do 
pesquisador, considerado negligente na busca de evidências, na falta de 
critérios, por exemplo e por um mal alinhado planejamento, que acabam por 
comprometer os resultados e a própria validade do estudo realizado. Esse 
quadro dificulta, também, o próprio fortalecimento do método, ao demonstrar as 
possibilidades de inconsistência em seus procedimentos metodológicos. É com 
este cenário de pano de fundo, que se pretende, inicialmente, refletir 
teoricamente sobre o estudo de caso, de forma a contribuir para o incremento 
da aplicação deste método de pesquisa. 
Todas as formas de pesquisa têm suas vantagens e 
desvantagens e, para a melhor aplicação da pesquisa, Yin (2005, p. 19) afirma 
que se deve levar em consideração: “a) o tipo de questão da pesquisa; b) o 
controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais efetivos; 
c) o foco em fenômenos históricos, em oposição a fenômenos 
contemporâneos”. Uma das formas de pesquisar em ciências sociais, de, 
cientificamente, conhecer o outro, mergulhando e conhecendo em 
profundidade sua realidade, é através do estudo de caso. 
 
10 
 
“Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida 
quando se colocam questões do tipo ‘como’ e ‘por que’, quando o 
pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos e quando o 
foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum 
contexto da vida real”. (YIN, 2005, p. 19) 
 
Nas palavras de Pádua (2004, p. 74), o estudo de caso trata-se 
de abordagem qualitativa, seja como o próprio trabalho monográfico, seja como 
elemento complementar em uma coleta de dados. Alinhando este raciocínio a 
Minayo (2000, p. 21-22), que afirma: 
 
“A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela 
se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não 
pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com um universo de 
significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que 
corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos 
e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização 
das variáveis”. (MINAYO, 2000, p. 21-22) 
 
Depreende-se que Pádua (2004) visualiza o estudo de caso como 
não aplicável a estudos quantitativos, não aplicável a estudos donde se extrai 
apenas a informação “visível, ecológica, morfológica e concreta” (MINAYO, 
2000, p. 22), forma pela qual esta pesquisadora se refere aos estudos 
quantitativos. Vale ressaltar que Minayo (2000, p. 22) afirma que: 
 
“Não existe um ‘continuum’ entre ‘qualitativo-quantitativo’, em que o 
primeiro termo seria o lugar da ‘intuição’, da ‘exploração’ e do 
‘subjetivismo’; e o segundo representaria o espaço do científico, 
porque traduzido ‘objetivamente’ e em ‘dados matemáticos’ 
A diferença entre qualitativo-quantitativo é de natureza. Enquanto 
cientistas sociais que trabalham com estatística apreendem dos 
fenômenos apenas a região ‘visível, ecológica, morfológica e 
concreta’, a abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo dos 
significdos das ações e relações humanas, um lado não perceptível e 
não captável em equações, médias e estatísticas”. 
 
Segundo Goode e Hatt (1975), o estudo de caso permite 
investigar, em profundidade, o desenvolvimento, as características e demais 
aspectos constitutivos de qualquer unidade social: um indivíduo; um núcleo 
familiar; um grupo social; uma empresa pública ou particular etc. Na visão 
destes estudiosos, o estudo de caso permite que se organize todos os dados 
de caráter social do objeto estudado e, assim, se mantenha preservados, de 
forma íntegra, sua natureza e caráter. Os autores ainda destacam as 
11 
 
possibilidades de expandir a investigação dada a flexibilidade, no planejamento 
e mesmo nos procedimentos, que o estudo de caso permite. 
Oliveira (2002, p. 50) destaca a competência do estudo de caso 
enquanto método suficiente para identificar e analisar as múltiplas ocorrências 
de um mesmo fenômeno, em vários casos. Esta observação vai ao encontro do 
objetivo desta dissertação, que investiga a relação entre o perfil e as 
expectativas do ingressante Centro Universitário de Franca Uni-FACEF e o 
perfil e a realidade mercadológica encontrada pelo egresso do mesmo Centro 
Universitário, e o impacto do conhecimento, com eles produzido, no 
desenvolvimento local. Em outras palavras, o estudo de caso confirma-se 
método suficiente para a investigação da percepção do aluno de ensino 
superior em relação à capacidade do Centro Universitário de Franca Uni-
FACEF, em responder satisfatoriamente aos seus anseios de transformação 
profissional, levando-se em conta que uma transformação desta natureza traz a 
reboque toda uma série de transformações e ganhos: pessoal, social, cultural, 
econômico-financeiro, cultural etc. 
Bonoma (1985), por sua vez, levanta um dos aspectos mais 
criticados, no que se refere ao estudo de caso: tem menor rigor e, por isso, é 
pouco estruturado, o que lhe confere uma aplicação mais dificultada da 
metodologia, e que, por esse motivo, exige maior dedicação acadêmica. Os 
quantitativistas, afirma Bonoma (2005), esquecem-se de que as verdades 
quantitativas obrigam-se a ser exatas e que a precisão deve rigorosamente 
estar presente não apenas no tratamento dos dados, mas também na coleta 
dos referidos dados. Mas pode ocorrer, a despeito de tratamentos estatísticos 
com técnicas sofisticadas, a aplicação dessas técnicas sobre dados mal 
coletados, e com amostras duvidosas em qualidade e quantidade. O autor não 
questiona que os métodos qualitativos têm suas limitações, e que estas devem 
ser claramente citadas nos trabalhos científicos publicados. Ele defende o 
entendimento de que estas falhas ou limitações são comuns a outros métodos, 
concluindo pela não invalidação do estudo de caso. 
Gil (2007, p. 58) conceitua o estudo de caso como um estudo 
aprofundado sobre objetos que podem ser um indivíduo, uma organização, um 
grupo ou um fenômeno e que pode ser aplicando nas mais diversas áreas do 
12 
 
conhecimento. O estudo de caso permite, conforme Gil (2007), que o objeto 
estudado tenha preservada sua unidade, mesmo que ele se entrelace com o 
contexto onde está inserido; que sejam formuladas hipóteses e teorias; e 
permite a explicação de variáveis em situações ainda que complexas. 
As vantagens do estudo de caso, segundo Gil (2007, p. 59) são: 
a) sua capacidade de estimular novas descobertas, em virtude da flexibilidade 
do planejamento e da própria técnica; b) a possibilidade de visualização do 
todo, de suas múltiplas facetas; e c) a simplicidade de aplicação dos 
procedimentos, desde a coletaaté a análise de dados. Entre as desvantagens, 
Gil (2007, p. 60) destaca, como a mais grave, a “dificuldade de generalização 
dos resultados obtidos”, ou seja, as particularidades e especificidades na 
natureza do objeto de estudo não sejam aplicáveis a outros fenômenos. 
Etapas do estudo de caso, conforme Gil (2007, p. 137-142): 
a) formulação do problema: etapa inicial da pesquisa. Geralmente decorre da 
reflexão sobre profundas bases bibliográficas. É fundamental que o problema a 
ser pesquisado seja passível de ser verificado, sendo ideal para estudos 
exploratórios e descritivos. O estudo de determinado fenômeno vai além do 
levantamento de dados; ele permite explicar, de forma profunda, os motivos, os 
motus que levam àquela realidade, indo muito além da mera descrição; 
b) definição da unidade-caso: é o fenômeno a ser estudado, que tanto pode ser 
uma organização, quanto um fenômeno ou ainda um indivíduo e/ou seu grupo, 
analisado em um contexto claramente definido, mas que, ainda assim, oferece 
o risco de ver-se, aos olhos do pesquisador, mimetizado com esse contexto, 
alerta Gil (2007), no que concordam Goode e Hatt (apud GIL, 2007, p. 138); 
c) determinação do número de casos: pode-se investigar tanto um único caso 
como vários. Gil (2007) afirma que o estudo de um único caso é justificado 
quando tratar-se de caso específico, extremo ou exista a dificuldade de acesso 
a múltiplos casos. Gil (2007) entende que o ideal é a observação de quatro a 
dez casos, com a adição gradual de cada caso até que se alcance a saturação 
teórica, ou seja, quando novas observações não significam o aumento 
significativo de informações; 
d) elaboração do protocolo: é o estabelecimento de um roteiro, um instrumento 
que documenta a conduta a ser adotada. O protocolo, segundo Yin (apud GIL, 
13 
 
2007, p. 140), contempla: a) visão global do projeto, que envolve objetivos e 
cenários; b) procedimentos de campo, que relacional informações e 
procedimentos de forma geral; c) determinação das questões que nortearão o 
trabalho; e d) guia para a elaboração do relatório. Esta etapa permite que se 
demonstre a confiabilidade e o rigor da pesquisa; 
e) coleta de dados: nesta etapa, utiliza-se mais de uma técnica, pois, no estudo 
de caso, os dados devem ser obtidos pela convergência/divergência das 
observações e evidências. Utiliza-se, concomitantemente, análise de 
documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação etc, para que não 
prevaleça a subjetividade do pesquisador; 
f) análise de dados: como o estudo de caso coleta dados de formas variadas, a 
análise e interpretação desses dados também devem ser feitas de formas 
variadas, prevalecendo a qualitativa. O risco é a “certeza” do pesquisador; 
problema mais comumente encontrado no estudo de caso. Daí a necessidade 
de um forte referencial teórico para que o subjetivismo não traia o pesquisador; 
g) redação do relatório: aqui, o relatório tem menor formalidade em relação a 
outras pesquisas. Porém, mantém-se a apresentação dos demais relatórios de 
pesquisa: apresentação do problema, metodologia, resultados e conclusões. 
Nessa etapa, cabe ao pesquisador direcionar suas verificações na direção da 
conclusão, à luz do referencial teórico. Yin (2005) destaca que existem quatro 
formas de redigir o relatório: a) a clássica: narrativa descreve e analisa caso 
único, com o apoio de tabelas, gráficos e imagens; b) o mesmo, mas no caso 
de múltiplos casos, sendo uma narrativa para cada caso; c) aplicável tanto a 
caso único quanto a múltiplos casos e no lugar de uma narrativa, uma 
sucessão de perguntas e respostas; e d) aplicável aos casos múltiplos, com 
análise de todos os casos estudados, apresentados juntos, em uma análise 
cruzada e as questões são tratadas em capítulos. 
Para Yin (2005, p. 33), o estudo de caso, que ele chama de 
“estratégia de pesquisa”, compreende “um método que abrange tudo”, em uma 
investigação em que fenômeno e contexto quase se mimetizam em situações 
da “vida real”. Yin defende a aplicabilidade do estudo de caso a “fenômenos 
individuais, organizacionais, sócias, políticos e de grupo, além de outros 
fenômenos relacionados” (Yin, 2005, p. 20). Para Yin, o estudo de caso pode 
14 
 
ter objetivo exploratório, estudo de caso descritivo e estudo de caso 
explanatório, conforme as seguintes condições: a) tipo de questão; b) se exige 
controle ou não; e c) se focaliza acontecimentos contemporâneos. No caso do 
estudo de caso, Yin (2005, p. 24) responde: 
 
Estratégia de 
pesquisa 
Tipo de questão 
Exige 
controle? 
Focaliza acontecimentos 
contemporâneos? 
Experimento como, por que sim sim 
Levantamento 
quem, o que, onde, 
quantos, quanto 
não sim 
Análise de arquivos 
quem, o que, onde, 
quantos, quanto 
não  sim/ não 
Pesquisa histórica como, por que  não não 
Estudo de caso como, por que  não sim 
 
Yin, no prefácio de sua obra de 2005, afirma que “o estudo de 
caso há muito foi (e continua a ser) estereotipado como parente pobre entre os 
métodos de ciência social”. Esse estudioso lembra, ainda, que “os estudos de 
casos também têm sido denegridos, como se tivessem precisão (ou seja, 
quantificação), objetividade e rigor insuficientes” (Yin, 2005, xi). 
 
 “Embora o estudo de caso seja uma forma distintiva de investigação 
empírica, muitos pesquisadores demonstram um certo desprezo para 
com a estratégia. Em outras palavras, como esforço de pesquisa, os 
estudos de caso vêm sendo encarados como uma forma menos 
desejável de investigação do que experimentos ou levantamentos”. 
(YIN, 2005, P. 29) 
 
As objeções que dificultam a larga aceitação desse método 
científico referem-se, no mais das vezes, à falta de rigor metodológico: 
 
“Por muitas e muitas vezes, o pesquisador de estudos de caso foi 
negligente, não seguiu procedimentos sistemáticos ou permitiu que 
se aceitassem”. (YIN, 2005, P. 29) 
 
Situações dessa natureza, somadas a uma visão distorcida de 
que o rigor metodológico, no estudo de caso, é menor que em outros métodos, 
conduzem, por fim, a um equivocado entendimento de que as análises e 
15 
 
interpretações decorrentes do estudo de caso são passíveis de contestações. 
Outro aspecto, levantado por César e Antunes (Apud LIMA et. all, 2010, p. 
128), e que vai ao encontro da questão apresentada por Yin: 
 
“As críticas em relação ao uso da estratégia do estudo de caso têm 
como pano de fundo os pesquisadores que não buscam evidências, 
não seguem um protocolo de pesquisa e não usam critérios que 
justifiquem a escolha dos casos estudados. O principal resultado 
desse descuido é o baixo poder de generalização dos resultados, o 
que diminui a capacidade preditiva da teoria assim gerada.” 
 
Dessa forma, torna-se inconteste que o estudo de caso exige do 
pesquisador postura e capacitação elevados, para que esse método, que não 
oferece um conhecimento à guisa da exatidão, mas que permite uma visão 
capaz de levar o pesquisador à identificação das respostas necessárias para a 
compreensão do fenômeno estudado. 
Yin (2005, p. 29-30) destaca, também, outro preconceito em 
relação ao estudo de caso: 
 
“Uma segunda preocupação muito comum em relação aos estudos 
de caso é que eles fornecem pouca base para fazer uma 
generalização científica. ‘Como você pode generalizar a partir de um 
caso único’ é uma questão muito ouvida. [...] Uma resposta muito 
breve é que os estudos de caso, da mesma forma que os 
experimentos, são generalizáveis a proposições teóricas, e não a 
populações ou universos. Nesse sentido, o estudo de caso, como o 
experimento, não representa uma ‘amostragem’, e, ao fazer isso, seu 
objetivo é expandir e generalizar teorias (generalização analítica) e 
não numerar frequências (generalização estatística). Ou, como 
descrevem três notáveis cientistas sociais em seu estudo de caso 
único, feito anos atrás, o objetivo é fazer uma análise ‘generalizante’ 
e não ‘particularizante’ (Lipset,Trow e Coleman, 1956, p. 419-420)”. 
 
Para Yin (2005 p. 32-33), o estudo de caso, essa estratégia de 
pesquisa que abrange tudo, se aplica a diversas situações pesquisáveis e sofre 
preconceitos, define-se por ser: a) uma investigação empírica de um fenômeno 
contemporâneo, em seu contexto real, espaço-tempo, e cujos limites entre 
fenômeno e contexto não são claros; e b) uma investigação flexível que se 
baseia em várias fontes de evidências, o que permite uma visão global do 
objeto de estudo. 
16 
 
Yin (2005, p. 75-76) aconselha que se opte, sempre que possível, 
por estudos de casos múltiplos ao invés de caso único, pois “projetos de caso 
único são vulneráveis” e os “benefícios analíticos de ter dois (ou mais) casos 
podem ser substanciais”. E aconselha, também, manter a flexibilidade durante 
a execução do projeto, sem perder se olvidar de que toda alteração deve ser 
muito criteriosa, para que não se comprometa o rigor no projeto. 
 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Gomes e Pozzebon (1989, p. 129) destacam a que a ciência e o 
conhecimento são, por si mesmos, interdisciplinares, posto que ambos se 
constroem de forma coletiva. A partir deste entendimento, constata-se que o 
conhecimento será concretizado desde que através da interação produtiva, que 
se opera por conexões entre realidades distintas. Esse cruzamento de 
realidades proporciona, então, a possibilidade de um novo pensar, de um 
entendimento que surge a partir de todos. Entende-se, então, que o estudo de 
caso é um olhar completo sobre o objeto, que é visto em sua totalidade e de 
forma contextualizada. Verificou-se, de forma pacífica, que o estudo de caso 
colabora para a construção do conhecimento de forma contributiva e solidária. 
É característica desse método de pesquisa, que o investigador dele lance mão 
sempre que desejar não somente a discussão teórica, mas, aprofundar-se 
naquela realidade, investigando o fenômeno de forma socialmente 
contextualizada. E, nessa arena, teoria e dados observáveis dialogam, 
permitindo que, desse jogo de forças, surja um novo conhecimento. Ao 
encontrar, no outro, uma informação, um elo se forma e, dessa relação, uma 
outra informação surge: um novo saber, um novo conhecimento. E o 
conhecimento, em seu moto contínuo, continua a provocar e estimular outras 
buscas e olhares, dos quais novos conhecimentos surgem e, destes, novas 
realidades e relações. 
 
 
 
17 
 
REFERÊNCIAS 
 
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a process. EUA: Journal of Marketing Research, v. XXII, p. 199-208, May, 
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___________. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 
1996. 
 
FÁVERO, M. D. (org.) A universidade em questão. São Paulo: Cortez, 1989. 
Citado por DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. Petrópolis: 
Vozes, 2000. 
 
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 
2007. 
 
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In: CARVALHO, Maria Cecília M. de (org.). Construindo o saber: metodologia 
científica: fandamentos e técnicas. Campinas: Papirus, 1989. 
 
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pesquisa social. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza (org). Pesquisa social: 
teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2000. 
 
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trabalhos acadêmicos: compilação e discussão das normas da ABNT. 
Franca: Uni-FACEF, 2008. 
 
OLIVEIRA, Sílvio L. Metodologia científica aplicada ao direito. São Paulo: 
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prática. Campinas: Papirus, 2004. 
 
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: 
Bookman, 2005. 
 
LIMA, João Paulo Cavalcante; et. all.. Estudos de caso e sua aplicação: 
proposta de um esquema teórico para pesquisas no campo da contabilidade. 
In: Revista de Contabilidade e Organizações, vol. 6 n. 14 (2012) p. 127-144. 
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Disponível em <www.rco.usp.br/index.php/rco/article/download/299/230 >. 
Acesso em 03 Maio. 2013

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