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DESCRIÇÃO Conceitos, aplicabilidades, indicações, contraindicações e utilização da eletroterapia facial básica e avançada em pacientes com restrições ou sensibilidade ao recurso. PROPÓSITO Compreender a eletroterapia facial básica e avançada como recurso terapêutico isolado ou associado nos programas de tratamentos estéticos de modo a proporcionar resultados eficazes. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as características e o uso dos recursos eletroterápicos de desincruste e alta frequência na estética facial, bem como as possibilidades de substituição desses recursos em pacientes com restrição e sensibilidade à eletroterapia MÓDULO 2 Identificar os recursos eletroterápicos iontoforese, ultrassom, microcorrentes e radiofrequência aplicados nos programas de tratamentos das disfunções estéticas faciais INTRODUÇÃO Neste conteúdo, serão abordados alguns recursos básicos utilizados na eletroterapia facial, que fazem parte da base do conhecimento profissional em procedimentos faciais. Nesse contexto, destacaremos a aplicabilidade e os efeitos terapêuticos proporcionados na pele por esses recursos, assim como as indicações e as contraindicações deles. O estudo deste conteúdo requer a revisão da anatomia e da fisiologia da face, pois esse conhecimento é fundamental para a execução dos protocolos estéticos, permitindo melhor aplicabilidade e manuseio dos recursos da eletroterapia apresentados. A seguir, demonstraremos de forma simples a atuação e a responsabilidade do profissional na execução dos protocolos. MÓDULO 1 Reconhecer as características e o uso dos recursos eletroterápicos de desincruste e alta frequência na estética facial, bem como as possibilidades de substituição desses recursos em pacientes com restrição e sensibilidade à eletroterapia ELETROTERAPIA FACIAL BÁSICA A eletroterapia pode ser definida basicamente como a utilização da corrente elétrica como agente terapêutico. No âmbito da estética facial, correntes elétricas provindas dos aparelhos desenvolvidos para determinadas ações terapêuticas são empregadas de forma isolada ou associadas em protocolos estéticos, como forma de tratamentos específicos em suas ações terapêuticas na região da face, como, por exemplo, combater a flacidez tissular facial, a fim de promover uma ação “rejuvenescedora” à pele. Os recursos eletroterápicos comumente aplicados à região da face são o desincruste e a alta frequência. DESINCRUSTE O desincrustre é um procedimento que tem como objetivo absorver o excesso de oleosidade da pele ou do couro cabeludo. É realizado com auxílio da corrente galvânica a partir de dois eletrodos, um ativo e outro passivo, e utiliza princípios ativos de soluções desincrustantes, com ativos à base de carbonato de sódio, salicato de sódio ou lauril sulfato de sódio, que auxiliam na remoção do sebo depositado no tecido cutâneo. No que se baseia a técnica de desincrustre? Veja os itens a seguir. ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 1 A técnica consiste em liberar da pele o excesso de secreção sebácea e sujidades que a recobrem e se incrustam na capa córnea da epiderme, facilitando a limpeza da região a ser tratada, em peles seborreicas e com excesso de maquiagem. ETAPA 2 A associação dos ativos à técnica promove a saponificação, onde os ácidos graxos (sebo) da pele são transformados em sabão e se tornam solúveis em água, o que facilita a remoção. ETAPA 3 Após a utilização do desincruste, deve ser feita a limpeza da região facial com bandelete umedecido em água abundante, evitando assim um possível resíduo do produto depositado sobre a pele (soluções desincrustantes). Segundo Pereira (2007), o desincruste resulta em uma forma de eliminação de detritos orgânicos e inorgânicos assimilados no nível epidérmico, como vestígios de maquiagem, poluição e outras sujeiras, que podem obstruir a passagem osmótica de cosméticos a serem aplicados na pele. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DO DESINCRUSTE A técnica é indicada para o tratamento de peles oleosas e/ou seborreicas e para a remoção de resíduos incrustantes (limpeza da pele) como excesso de maquiagem etc., mas também pode ser usada no couro cabeludo. DICA Tem seus benefícios ampliados se utilizada após uso de vapor de ozônio, pois a vasodilatação provocada pela ação da diatermia (calor) contribui para a emoliência da pele, o que facilita a absorção e a ação do ativo desincrustante. A técnica não é indicada para: • Gestantes. • Pessoas com problemas cardíacos. • Portadores de marcapasso, próteses ou implantes metálicos no local de aplicação. • Pessoas com distúrbios de sensibilidade e com neoplasias. • Pessoas que sofram de epilepsia. Imagem: Shutterstock.com ATENÇÃO Nunca se deve utilizar a técnica sobre peles com eczemas, inflamações, acne lesionada ou queimaduras. APLICAÇÃO DA TÉCNICA DESINCRUSTANTE SOBRE O TECIDO CUTÂNEO Como já vimos, a realização do desincruste consiste na utilização de dois eletrodos: Um ativo Pode ser tipo jacaré ou gancho com um algodão embebido de desincrustante e aplicado por um profissional. Um passivo Fica fixo ao cliente, sob forma de placa ou bastão (conforme fabricante do aparelho). O eletrodo conectado ao cliente deve ficar próximo da região a ser tradada, em áreas como a região escapular, o braço ou a cervical, nunca na região da cabeça. O manuseio do eletrodo ativo (profissional) deve ter movimentos lentos de vai e vem ou jogo da velha (#), com pressão moderada sobre a pele, a fim de causar reação eletrocosmética (interação entre a corrente e o ativo) por aproximadamente 2 a 4 minutos de aplicação na região da face. Sugere-se um intervalo de 15 dias entre as sessões por conta do “efeito rebote” que pode ocorrer em razão do sebo eliminado. Antes de receber a técnica do desincruste, a pele do cliente deve estar livre de maquiagem, sujidades, oleosidade etc. Apesar de o recurso contribuir para a higienização, a pele deve estar limpa, íntegra, além de ser higienizada pelo profissional que irá executar a técnica. A técnica é indicada para aplicação no eixo central da face (testa, nariz e mento), região que apresenta maior concentração de glândulas sebáceas. A técnica consiste em embeber o produto no polo diferente da polaridade especificada no produto, conforme apresentamos a seguir: Produtos (polaridade) Eletrodo do aparelho de corrente galvânica + - - + Elaborado por: Cláudia Batalha Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Temos: • Produto com polaridade positiva (+) aplica-se com eletrodo negativo (-). • Produto com polaridade positiva (-) aplica-se com eletrodo negativo (+). • Eletrodos de metal são condutores de corrente. RELEMBRANDO A polaridade do eletrodo passivo (cliente) deverá ser igual à polaridade do produto desincrustante. Já a polaridade do eletrodo ativo (profissional) deverá ser contrária à polaridade do eletrodo passivo. Durante o procedimento, é normal que o cliente sinta um gosto metálico (“chumbo”) devido aos efeitos polares da corrente intraoral galvânica. RECOMENDAÇÃO Deve-se fazer remoção do resíduo do produto após aplicação do desincruste. ALTA FREQUÊNCIA Apesar da nomenclatura “alta frequência”, a técnica utiliza frequência de baixa intensidade, superiores a 100KHz, e gera efeito de caráter superficial. Atua a partir de correntes alternadas e sob tensão, entre 25.000 a 150.000 volts, impedindo o risco de provocar qualquer estimulação neuromuscular. O que também diferencia o aparelho de alta frequência (AF) do desincruste é a utilização dos eletrodos de vidro para a aplicação da técnica terapêutica. Cada eletrodo de vidro possui uma formação vasada (oca), cujo objetivo é conter em seu interior um gás (ar rarefeito) que transmite, por meio da formação da corrente elétrica, ondas eletromagnéticas, que, em contato com a superfície da pele, promovem uma fluorescência, provocando uma ação ionizante, pelo contato do gás ozônio (O3) com a pele. Os gases que compõem opreenchimento dos vácuos dos eletrodos de vidro da alta frequência também estão relacionados às cores da fluorescência: NEON Cor alaranjada ou avermelhada ARGON Cor azulada CHENON Cor violeta Foto: Shutterstock.com Coloração da fluorescência do gás no eletrodo de vidro. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA ALTA FREQUÊNCIA Por causa de seus efeitos fisiológicos, o uso da alta frequência é indicado para os seguintes casos: Tratamentos (protocolos) de peles acneicas. Protocolos do couro cabeludo. Revitalização facial. Estimulação facial e capilar. Cauterização de pústulas. Pós-depilação. Tratamento de foliculite. Tratamento de pediculose. Pré e pós-tratamentos de microdermoabrasão. javascript:void(0) Após cutilar as unhas. Entre outros tratamentos que necessitem ação bactericida e fungicida. EFEITOS FISIOLÓGICOS A seguir, apresentamos os efeitos provocados pelos eletrodos da alta frequência, a partir da formação do ozônio ao nível da pele: Bactericida – destrói algumas bactérias que colonizam a pele. Bacteriostática – controla a proliferação de certas bactérias. Fungicida – ação destrutiva de certos fungos. Oxigenante – melhora a oxigenação do tecido auxiliando a nutrição celular. Diatermia – proporciona aquecimento tecidual local, aumentando a sua vascularização. Hiperemiante – estimula o fluxo sanguíneo local, provocando aquecimento acompanhado de hiperemia (pele com aparência levemente avermelhada). Térmico – na forma de calor brando, proporcionado por meio da ação do eletrodo de vidro e seu tempo de aplicação na região trabalhada. Vasodilatador – com o aumento da circulação local (periférica), ocorre a hiperemia, que é claro, é benéfica, pois contribui para aumentar a permeação dos ativos faciais na pele. Descongestionante: acalma e descongestiona a pele passando o eletrodo pela superfície cutânea em pequenos círculos. Cicatrizante – acelera a cicatrização na área aplicada, auxiliando a fechar a lesão, devido à produção ozônio. Ação anti-inflamatória. A aplicação da alta frequência, assim como da técnica desincrustante, é contraindicada para: Gestantes. Pessoas com problemas cardíacos. Portadores de marca passo, próteses ou implantes metálicos no local de aplicação. Pessoas com distúrbios de sensibilidade e com neoplasias. Pessoas que sofram de epilepsia. Imagem: Shutterstock.com APLICAÇÃO DOS ELETRODROS DE ALTA FREQUÊNCIA SOBRE O TECIDO CUTÂNEO A aplicação de alta frequência não é um privilégio da Estética, já que a Fisioterapia também utiliza esse gerador de corrente de baixa intensidade para tratamento de lesões cutâneas, como úlcera de pressão entre outras lesões teciduais. O manuseio do aparelho de alta frequência é feito a partir da introdução do eletrodo de vidro acoplado na manopla e da movimentação de sua posição — afastamento ou aproximação do eletrodo da pele. javascript:void(0) Foto: Shutterstock.com Manopla e eletrodo standard. MANOPLA Peça que é conectada ao aparelho de alta frequência e recebe os eletrodos. O quadro a seguir apresenta os tipos de aplicação da alta frequência e seus respectivos objetivos: Tipo de aplicação Eletrodo utilizado Objetivo Indireta com afastamento – o eletrodo mantém-se em posição única, a uma distância de milímetros da pele; o eletrodo se mantém afastado (sem contato com a pele) da área de lesão ou pústula onde ocorreu esvaziamento. Fulgurador (ou cauterizador). É utilizado para fechar ou cauterizar a lesão local. Direta sem afastamento – o eletrodo age encostado Standard É muito utilizado na pele, em movimentos de “vai e vem” ou “circulares”, deslizando sobre o local a ser tratado. (cebolão e cebolinha), pente, rolinhos. na pós-extração da limpeza de pele, pois tem ação antisséptica, bactericida e fungicida. Quadro: Funções e tipos de aplicação da alta frequência. Elaborado por: Cláudia Batalha Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Os eletrodos mais utilizados em procedimentos faciais são: Veja os itens a seguir. STANDARD ROLINHO STANDARD Também conhecido como “cebolão” ou “cebolinha”, é utilizado em protocolos faciais de uma forma geral. ROLINHO Muito utilizado em depilação e em limpeza de pele. CHUVEIRINHO FULGURADOR CHUVEIRINHO Realiza a aplicação indireta com afastamento. Devido às pontas proeminentes, ativa o metabolismo celular por meio da massagem; utilizado nos protocolos com ozônio. FULGURADOR Eletrodo cauterizador, produz uma descarga elétrica ao entrar em contato com a pele, o que auxilia no processo de fechamento da lesão acneica. Veja um exemplo de aplicação da técnica de alta frequência: Foto: Shutterstock.com Eletrodo standard. Fique de olho no manuseio dos aparelhos de eletroterapia! Observe a voltagem dos aparelhos (110 ou 220 volts) para evitar danos ao aparelho. Certifique-se que o aparelho tenha a intensidade (ou potência) adequada, a fim de evitar choque no cliente. Verifique se região a ser aplicada a alta frequência está seca, sem produto cosmético inflamável, como álcool, gel a base de álcool, ácido etc., pois eles podem causar queimadura facial. Não aplique o recuso sobre a região da traqueia devido à presença das glândulas tireoides. Faça a assepsia dos eletrodos após o uso em cada cliente, retire-o da tomada e mantenha os fios devidamente enrolados. Tenha zelo com os equipamentos, assim você evitará prejuízos. Lembre-se de que a conservação a manutenção e a aferição dos aparelhos, assim como sua limpeza, são responsabilidades do profissional. Utilize somente aparelhos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A literatura apresenta o indicativo considerado ideal ou padrão no controle da frequência da corrente elétrica para utilização do aparelho, que pode ter um tempo de aplicação variável conforme a área a ser tratada, entre 3 a 7 minutos (GOBBO, 2009). Porém, é necessário analisar o limiar de sensibilidade (dor) ou desconforto proporcionado pela ação programada do recurso eletroestético. O profissional deve diminuir a potência do aparelho a fim de proporcionar conforto e bem-estar ao cliente, em caso de queixa. RECOMENDAÇÃO Ao término da aplicação da alta frequência, os eletrodos de vidro devem ser higienizados; apesar do recurso ter ação bactericida, é utilizado sobre a pele, o que o deixa sujo e com aparência opaca. A higienização dos eletrodos de vidro é feita por meio de lavagem com sabão. Deve-se deixá-los secar naturalmente. Agora, veremos alguns recursos terapêuticos que podem substituir a eletroterapia facial em casos de cliente com restrições ou sensibilidade à eletroterapia. OUTROS RECURSOS TERAPÊUTICOS São vários os questionamentos que os clientes costumam fazer quando não podem utilizar os recursos da eletroterapia. No entanto, é possível substituir esse recurso por algumas técnicas que não sejam contraindicadas para clientes com restrições, atendendo a necessidade do cliente e preenchendo o tempo de procedimento, pois sem a utilização dos recursos de eletroestético, o tempo de execução do protocolo diminui. VOCÊ SABE QUAL RECURSO PODERIA SUBSTITUIR O USO OU TEMPO DO RECURSO ELETROESTÉTICO? RESPONDER Nesse caso, estamos nos referindo à globoterapia ou esferas frias, técnica que apresentaremos a seguir. javascript:void(0) GLOBOTERAPIA OU ESFERAS FRIAS Trata-se de um recurso que utiliza simultaneamente um par de esferas de vidros, contendo um líquido em gel colorido em seu interior, proporcionando efeito refrescante e bem-estar para quem recebe. Foto: Shutterstock.com Aplicação de globoterapia ou esferas frias. A ação terapêutica das esferas acontece graças à vasoconstrição promovida, pois sua aplicação é realizada com água fria, em movimentos de massagem facial, contribuindo com a diminuição da hiperemia, o relaxamento, o bem-estar, além da realizar a cromoterapia. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA GLOBOTERAPIA O uso da globoterapia é indicadopara os seguintes casos: Após limpeza de pele (extrações). Cirurgias de pálpebras. Tratamentos de olheiras. Pequenas aplicações de ácidos. Tratamentos de preenchimento e botox (realizados por um médico) etc. Diminuição de dor (analgesia) e edemas em gestantes e lactantes. APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE GLOBOTERAPIA OU ESFERAS FRIAS A técnica com as esferas deve ser utilizada sobre a pele higienizada, podendo ser aplicada sobre uma máscara facial em seu tempo de ação, em áreas como pescoço e colo. A sua conservação é feita na geladeira, mas as esferas não devem ser colocadas no congelador. Na medida em que elas aquecem com a temperatura corporal do cliente, deve-se mergulhá-las em uma cubeta de silicone grande contendo água gelada e, em seguida, utiliza-se uma toalha para secar o excesso de água da superfície das esferas a fim de não molhar o cliente. RECOMENDAÇÃO Após serem utilizadas e antes de serem guardadas ou utilizadas em um novo cliente, as esferas devem ser lavadas com sabão de coco e higienizadas com álcool a 70%. PRESSURIZADA OU INTRADERMOTERAPIA PRESSURIZADA OU MESSOTERAPIA A técnica pressurizada surgiu baseada no método de imunização realizada no ano de 1945 (por meio de pistola injetora), quando ocorreu um surto de varíola e outras doenças contagiosas. O objetivo seria conter o vírus, mas a imunização antes realizada com agulha (método tradicional) poderia agravar o contágio, então, o método sugerido era realizar a imunização por meio de um injetor pressurizado, sem utilização da agulha, com mesma capacidade de entrega do fármaco, porém, com riscos menores de contaminação. Aproveitando-se da técnica por injetor, a indústria de beleza e cosméticos resolveu adaptar o dispositivo injetor a fim de utilizá-lo a serviço da estética, uma vez que consiste em recurso minimamente invasivo. Em 2016, a caneta pressurizada surgiu nos Estados Unidos e em outros países, com a finalidade de permitir a utilização do método no corpo, na face e nos cabelos, realizando diversos tratamentos nestes seguimentos. A intradermoterapia pressurizada facial é uma técnica recente, que veio agregar um novo recurso potencializador para os tratamentos estéticos e para os profissionais de estética que não podem realizar procedimentos de caráter invasivo. O sistema de pressurização injeta princípios ativos no tecido com o auxílio de uma caneta ou pistola, dispensando o uso de agulhas. O conhecimento de anatomia e fisiologia é imprescindível para um bom desempenho da técnica e, consequentemente, para a obtenção dos resultados pretendidos. SAIBA MAIS O termo “pressurizado” qualifica aquilo que sofreu pressão provinda de um local hermeticamente fechado. A dispersão do princípio ativo é feita sem o uso de agulha na pele, motivo pelo qual o método é conhecido como needle free. O disparo ocorre por meio de uma mola interna que confere a pressão na pistola ou caneta para a injeção. O procedimento consiste na aplicação de mesclas prontas de produtos ativos, vendidas por empresas cosméticas em doses ministradas de forma única e confeccionadas para tratamentos específicos e suas áreas, tratando face, corpo e couro cabeludo. No caso da pressurizada facial, a administração das mesclas dos ativos visa tratar a estética facial que abrange desde o clareamento de manchas e hidratação até a tonificação do tecido cutâneo. Por se tratar de um método minimamente invasivo e de tecnologia mais avançada, os resultados apresentados, dependo da área e do tratamento desejado, mostram-se mais rápidos em relação aos métodos convencionais estéticos, o que torna a técnica atrativa ao profissional de estética. Podemos citar como benefícios desse método: Atenuação de linhas de expressão e rugas Tratamento de flacidez facial Melhora na hidratação cutânea Efeito lifting Melhora do tônus e da elasticidade da pele Rejuvenescimento da pele; o efeito botox light Tratamento de lipo enzimática de papada; a ação coadjuvante nos tratamentos com uso da eletrocosmética Redução de hiperpigmentação e melasma (com mais eficácia no resultado), entre outros INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA PRESSURIZADA FACIAL A técnica pressurizada facial é indicada para os seguintes casos: Remodelação do rosto Diminuição da flacidez Aumento da firmeza e sustentação da pele Tratamento para manchas e melasma Tratamento para linhas de expressão e rugas finas Diminuição da papada A técnica pressurizada deve ser evitada nos casos de: Intolerância individual aos produtos utilizados no procedimento. Doenças dermatológicas, independentemente da localização. Tipo de câncer. Processos inflamatórios no local. Imagem: Shutterstock.com Doenças virais, infecciosas ou inflamatórias agudas, doenças autoimunes e doenças crônicas descompensadas. Infecção herpética ativa. Baixa coagulação sanguínea ou fazendo uso de anticoagulantes. Pessoas portadoras de marcapasso. Pessoas que tenham feito uso de ácidos, corticoides ou Roacutan (isotretinoína – há menos de 6 meses. Pessoas com má cicatrização ou propensão à formação de queloides ou pessoas que tenham sofrido cirurgia recente na área a ser aplicada. RECOMENDAÇÃO O primeiro passo antes do tratamento é a realização da ficha de anamnese com muita atenção e com a interação do cliente, por meio de indagação meticulosa sobre sua saúde, solicitando informações que apoiem a realização segura da técnica. Nesse seguimento, recomenda-se o preenchimento do termo de consentimento estético. APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE INTRADERMOTERAPIA Veja os itens a seguir. ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 1 Após a escolha da mescla do ativo (de acordo com a finalidade), prepara-se a pistola ou caneta para aplicação no cliente. Realiza-se então a higienização facial na região que irá receber o procedimento e, logo em seguida, injeta-se o ativo. ETAPA 2 A técnica pressurizada age sobre via parenteral, ou seja, não passa pelo trato gastrointestinal, o que confere já de forma direta a entrega do ativo no tecido (local) do tratamento. É bom ressaltar que, devido à pressão exercida pelo equipamento, é comum um desconforto local ou até mesmo dor, devido ao impacto ocasionado pela pressão. A presença de equimoses, hematomas e edemas também pode ocorrer, pelo mesmo motivo da pressurização disparada. ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 3 O sistema de pressão por injeção sem agulha ocorre por meio do gradiente de concentração, onde a mecânica exerce uma energia pela pressão da mola interna presente na pistola ou caneta. O êmbolo impulsiona o conteúdo da ampola onde se encontra o ativo cosmético (Mescla) . ETAPA 4 Uma ruptura da barreira epidérmica, causada pela injeção em alta velocidade no tecido cutâneo, realiza a entrega do ativo, passando por orifício milimétrico no tecido; em fração de segundos, o princípio ativo (ou mescla) é transferido para o tegumento sem a utilização de agulha no procedimento. Foto: Shutterstock.com Técnica da pressurizada na região labial. Outro detalhe muito importante refere-se à preservação e dissipação do ativo entregue no tecido, que difere da administração proporcionada pela seringa e agulha. Conheça a diferença: No método invasivo tradicional, não permitido à estética, a aplicação da mescla (ativo) mantém uma concentração pontual no local aplicado. Por outro lado, no método pressurizado, cujo ativo é inoculado por meio da pressão, a dissipação da mescla é muito melhor em relação ao uso da agulha. A agulha é substituída por uma ampola descartável e estéril. Dessa forma, a pressurização favorece a biodisponibilidade da mescla aplicada de forma rápida sobre a região que irá receber o tratamento. Foto: Cláudia Batalha Pistola pressurizada. DICA A fim de evitar intercorrências após a realização do procedimento, o profissional deve buscar o aperfeiçoamento e dominar a prática, executando o método com segurança e aptidão. Antes de tudo, é fundamental que a região onde será aplicado o método seja higienizada, o que evitará a ocorrênciade contaminação. Além disso, o profissional deve estar atento a uma possível ligação do cliente algum tempo após a realização do método. Nesse sentido, é importante destacar que o retorno pós-atendimento é fundamental, pois pode ajudar a resolver ou amenizar possíveis intercorrências. É de responsabilidade do profissional que executa o procedimento a atenção a possíveis complicações ou eventos adversos (EA) que ocorram nos seguintes períodos: Nas 24 horas de imediato Entre 24 horas e 30 dias Depois de 30 dias (efeito tardio) Pós-tardia após 12 meses Então, esteja atento aos relatos de sinais: Equimose ou hematoma em área muito extensa, acompanhada de relato de dor forte. Sinal de livedo, ou seja, surgimento de ramificações vasculares avermelhadas na área da aplicação formando um aspecto de teia. Formação de pústula na região da aplicação, que pode significar infecção bacteriana. Processo alérgico ou qualquer outro aspecto fora de um padrão normal na região que recebeu o procedimento. ATENÇÃO Diante da identificação de quaisquer sintomas mencionados, encaminhe a cliente para uma emergência médica imediatamente. CONTEXTUALIZAR A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DA ALTA FREQUÊNCIA Para reforçar ainda mais o que foi aprendido, o vídeo a seguir explicará um pouco mais a respeito da aplicabilidade da alta frequência facial na disfunção estética, através de exemplos. Veja: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A TÉCNICA DO DESINCRUSTE PODE SER UTILIZADA COMO COMPLEMENTO DA LIMPEZA FACIAL DA PELE. NESSE CONTEXTO, EXISTE UM EXCESSO DE SECREÇÃO SEBÁCEA E SUJIDADES INCRUSTADOS NA PELE A SEREM REMOVIDOS. MARQUE A OPÇÃO QUE CARACTERIZA O PRINCÍPIO ATIVO UTILIZADO NA ATUAÇÃO DA TÉCNICA COM AUXÍLIO DA CORRENTE: A) Loção de limpeza B) Emulsão de limpeza C) Lauril sulfato de sódio D) Clorexidina E) Solução de Hamamelis 2. A AÇÃO TERAPÊUTICA DA ALTA FREQUÊNCIA OCORRE A PARTIR DA FORMAÇÃO DE UM GÁS A PARTIR DA TRANSMISSÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS (GERADAS POR UMA CORRENTE ELÉTRICA) EM CONTATO COM A SUPERFÍCIE DA PELE. QUAL É O GÁS FORMADO NESSA TÉCNICA? A) Neon B) Ozônio C) Argon D) Oxigênio E) Argônio GABARITO 1. A técnica do desincruste pode ser utilizada como complemento da limpeza facial da pele. Nesse contexto, existe um excesso de secreção sebácea e sujidades incrustados na pele a serem removidos. Marque a opção que caracteriza o princípio ativo utilizado na atuação da técnica com auxílio da corrente: A alternativa "C " está correta. O lauril sulfato de sódio é um dos princípios ativos que podem ser utilizados para desincruste. Conhecido como solução desincrustante, reage com os ácidos graxos por meio da ação da corrente elétrica formando a saponificação. 2. A ação terapêutica da alta frequência ocorre a partir da formação de um gás a partir da transmissão de ondas eletromagnéticas (geradas por uma corrente elétrica) em contato com a superfície da pele. Qual é o gás formado nessa técnica? A alternativa "B " está correta. O gás ozônio, formado pela interação das ondas magnéticas geradas pela corrente elétrica no ativo e em contato com a pele, provoca a ação ionizante proporcionada pela técnica. MÓDULO 2 Identificar os recursos eletroterápicos iontoforese, ultrassom, microcorrentes e radiofrequência aplicados nos programas de tratamentos das disfunções estéticas faciais CORRENTE GALVÂNICA Para compreendermos o mecanismo dos recursos da eletroterapia, vamos a uma breve explicação sobre a corrente galvânica. Segundo Pereira (2007), trata-se de uma corrente do tipo contínua e unidirecional, onde os elétrons utilizam um único sentido do polo negativo para o positivo. A técnica emprega dois eletrodos de metal, sendo um positivo, geralmente, identificado pela cor vermelha, e outro negativo, geralmente, identificado pela cor preta (a indicação de cor das polaridades depende do fabricante). Ambos os eletrodos devem estar em contato com a pele do cliente, fechando o circuito de ação para integração da corrente elétrica. Com a ação da corrente galvânica, são realizados, além do desincruste, recursos eletroestéticos faciais como: Iontoforese Ultrassom Microcorrentes Radiofrequêcia A seguir, estudaremos todos esses recursos. IONTOFORESE A iontoforese em um recurso eletroestético tem a função de facilitar a permeação de princípios ativos específicos no tecido cutâneo, ou seja, ativos que possuem formulação ionizante ou solução eletrolítica para serem conduzidos por meio de uso de uma corrente contínua. Trata-se de um procedimento não invasivo que utiliza a corrente galvânica a fim de promover a permeação dos íons do ativo ionizante, de ação específica, com a finalidade desejada. EXEMPLO Dmae ionizável para tratamento de pele flácida. Podemos dizer que a técnica de iontoforese: Consiste em dissociar as moléculas do princípio ativo (quebra das moléculas), permitindo, dessa forma, a passagem da solução ionizante através do tecido cutâneo, pela membrana celular e pelos folículos pilossebáceos. De acordo com a Lei de Du Fay ou Lei da Atração (lei física), as cargas elétricas de mesma polaridade se repelem, e as cargas de polaridades opostas se atraem. O mesmo acontece com os íons e os polos da corrente (BORGES, 2016). Conclui-se, portanto, que a ionização age de forma contrária a ação do desincruste, pois a técnica da ionização consiste em atuar na permeação superficial do princípio ativo no tecido cutâneo, onde ocorre a dissociação molecular do ativo ionizado (a repulsão entre o produto e o eletrodo promove uma atração entre o produto e o organismo, facilitando sua penetração) e, na ação contrária, temos o desincruste, cuja ação consiste no efeito detergente (saponificação do sebo), atuante na secreção sebácea excedente, da absorção do sebo cutâneo, ajudando na limpeza da pele. O recurso eletroestético da ionização ou iontoforese, por possibilitar a permeação de princípios ativos na pele, contribui com a estética de forma significativa. Além de estimular o tecido, contribuindo com melhora da atividade celular, o recurso potencializa os resultados dos tratamentos estéticos de acordo com as diversas finalidade de suas ações terapêuticas, permeando ativos ionizáveis como vitamina C, Dmae, colágeno hidrolisável, entre outros, complementando a ação de máscaras faciais ou atuando em terapias combinadas. Foto: Shutterstock.com Técnica da iontoforese. A ação da permeação (entrada) dos íons cosméticos no tecido cutâneo ocorre através de meios que facilitem a entrada no tegumento: As vias de permeação dos poros das glândulas sudoríparas e sebáceas (ductos) Pelos óstios foliculares (pelos) Por meio dos espaços intracelulares situados na pele INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA IONTOFORESE Por possuir ação antibacteriana, anti-inflamatória, analgésica e anestésica local, a técnica de ionização é indicada no tratamento da hiperidrose, na redução de edemas, no tratamento de aderências cicatriciais, no aumento da extensibilidade de cicatrizes, no alívio da dor, no tratamento de adiposidade localizada, de fibroedema geloide (FEG) e no tratamento de flacidez cutânea. Por outro lado, é contraindicada para gestantes, pacientes com alteração de sensibilidade, com pele lesionada, pacientes cardíacos e portadores de marca-passo, pacientes com problemas renais crônicos, com patologias circulatórias (trombose, flebite) e neoplasias, pacientes que sofram de epilepsia, que apresentem dermatites na área a ser tratada e, por fim, pacientes portadores de próteses ou implantes metálicos. APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE IONIZAÇÃO A aplicação da técnica consiste no uso de dois eletrodos de metal, condutores de corrente elétrica, sendo um ativo (operado pelo profissional) e outro passivo (fixado no cliente), e uma pipeta para gotejar o ativo ionizante sobre a pele do cliente. Dependendo do aparelho (fabricante), o eletrodo ativo terá o formato de rolo de metal, jacaré ou gancho, e o passivo, o formato de placa ou bastão. ATENÇÃO Atenção ao posicionamento do eletrodo passivo (fixado no cliente), pois ele não deve ser colocado na cabeça, e sim próximo da região. Sendo a face a área de aplicação do método, o eletrodo pode ser posicionado nas regiões do braço ou da escápula. Na medida em que o profissional goteja com a pipeta o ativo ionizante ou solução eletrolítica com uma mão, com a outra manuseia o eletrodo ativo, executando a técnica em movimentos de vai e vem ou jogo da velha (forma de #), de forma lenta, para proporcionar a permeação do ativo na pele. A intensidade da corrente deve ser regulada conforme a sensibilidade e o limiar de tolerância do cliente, sem provocar desconforto. RECOMENDAÇÃO Antes de ministrar o princípio ativo, verifique a polaridade do produto para conectá-lo ao polo correto, ou seja, o produto de polaridade positiva deve ser aplicado na região onde está o polo positivo da corrente contínua. FORAM ABORDADAS DUAS TÉCNICAS MUITO PARECIDAS: DESINCRUSTE E IONTOFORESE. AMBAS AS TÉCNICAS UTILIZAM A CORRENTE GALVÂNICA. AGORA, RESPONDA DE FORMA OBJETIVA: QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ELAS? RESPONDER O desincruste consiste em absorver (“retirar”) o excesso de sebo e sujidades da pele pelo processo de saponificação e deve ser removido com algodão embebido em água, o que auxilia na limpeza da pele; já a iontoforese, em vez de absorver a pele, busca permeá-la (entrar) com princípios ativos ionizantes que possuem ação terapêutica e não precisam de remoção. MICROCORRENTES Segundo Pereira (2007), as microcorrentes são um mecanismo de eletroestimulação, também chamado de Micro Electro Neuro Stimulation (MENS), que utiliza correntes de baixa intensidade medidas em javascript:void(0) microamperagem (μA) e baixa frequência, a partir de correntes contínuas ou alternadas. As microcorrentes interagem com as células do corpo humano, simulando sinais bioelétricos para estimular o aumento da síntese de ATP (adenosina trifosfato), favorecendo o transporte de nutrientes e resíduos metabólicos às células, atuando na reparação tecidual. ATP É a principal fonte de energia celular, produzida a partir da glicose armazenada nas mitocôndrias, utilizado para controlar funções primárias das membranas, como o movimento de minerais vitais. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MICROCORRENTES O uso de microcorrentes é indicado para os seguintes casos: Pós-operatório de cirurgias faciais Recuperação de queimaduras Tratamento de acne Revitalização e rejuvenescimento facial Aceleração de processos de cicatrização Ação combinada ao recurso de iontoforese A terapia com microcorrentes, no entanto, é contraindicada para portadores de próteses ou implantes metálicos no local de aplicação; portadores de neoplasias; gestantes e usuário de marcapasso. javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com SAIBA MAIS São efeitos fisiológicos das microcorrentes: Elevação da temperatura local Aumento da circulação local Incremento do metabolismo Aumento da síntese de ATP e colágeno Aumento do transporte ativo das membranas Incremento da drenagem Aumento da reabsorção de edemas e hematomas Auxílio à cicatrização em pós-operatórios APLICAÇÃO DE MICROCORRENTES Segundo Agne (2016), a estimulação por microcorrentes é a técnica mais simples dentro dos recursos da eletroterapia. Os parâmetros a serem determinados basicamente referem-se à intensidade da corrente, que pode variar entre 20 e 600µA, e ao tempo de estimulação, que pode variar entre 15 a 60 minutos. A seguir, Borges (2016) aponta frequências diferentes de acordo com o tipo de tratamento: Veja os itens a seguir. DE 100 A 200HZ Para tratar áreas superficiais, como pele e músculos DE 600 A 1000HZ Para o tratamento de áreas mais profundas ENTRE 80 E 100ΜA Para tratamentos estéticos A aplicação consiste no manuseio de dois eletrodos de metal (condutores móveis), utilizando corrente pulsada e alternada. Foto: Shutterstock.com Manuseio dos eletrodos formato esferas da microcorrentes. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) RADIOFREQUÊNCIA (RF) E ULTRASSOM O uso da radiofrequência, atualmente, é indispensável ao profissional de estética, principalmente, por ser um recurso não invasivo, indolor e proporcionar inúmeras vantagens terapêuticas nos tratamentos estéticos faciais, como atenuar rugas, promover o rejuvenescimento, combater a flacidez, entre outros. As ponteiras da RF operam a partir da emissão de corrente alternada, por meio da qual íons teciduais acompanham a direção da corrente alternada proporcionando aumento da temperatura tecidual dérmica, agindo de forma interna (de fora para dentro do tecido). Para promover a absorção pelos tecidos, a RF utiliza a diatermia (Efeito de conversão em calor.) dpor meio de ondas eletromagnéticas de alta frequência, assim, também é conhecida como terapêutica da termoterapia profunda ou recurso eletrotermoterápico (BORGES, 2016). A radiofrequência opera na frequência das ondas de rádio de aproximadamente 30kHz a 3000kHz. Um equipamento de radiofrequência atua sobre um campo eletromagnético, onde um circuito promove um aquecimento tecidual moderado na região da aplicação. Esse aquecimento tecidual acontece devido ao fluxo de movimento dos íons, associado à frequência do campo eletromagnético, provocando um aumento vascular local, vasodilatação, levando à hiperemia, aumentando o aporte de oxigênio, nutrição tecidual celular e catabólicos. Por meio das cargas elétricas e dos movimentos contínuos, a RF atua nas estruturas celulares, promovendo seus efeitos terapêuticos. Em caso de aplicação facial, atua sobre a neocolagênese (Formação de novo colágeno) . INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA RADIOFREQUÊNCIA A radiofrequência caracteriza-se por sua eficácia no tratamento de flacidez e envelhecimento cutâneo (Elastoses ) ; na atenuação de rugas e sulcos faciais; na regeneração de tecidos moles (nos estágios de proliferação e remodelamento). Além disso, tem efeito analgésico (não relacionado a processo inflamatório agudo), trata aderências e fibroses (pós-cirúrgico tardio) e atua em cicatrizes hipertróficas e em queloides. As contraindicações da RF são as mesmas da eletroterapia, ou seja, não é indicado para portadores de marca passo cardíaco; gestantes; pessoas com neoplasias, infecções sistêmicas, tromboses, flebites e tromboflebites. Além disso, a RF não deve ser aplicada sobre glândulas e peles lesionadas (lesões, queimaduras etc.). A seguir, apresentamos os efeitos fisiológicos causados ao tecido pela RF: VASODILATAÇÃO Como efeito do aquecimento provocado pelas ondas de alta frequência no tecido, o organismo identifica que existe uma temperatura diferente do fisiológico. Dessa forma, inicia a vasodilatação — abertura dos capilares —, elevando a circulação sanguínea local, o nível de oxigênio e de nutrição tecidual; melhorando o trofismo tissular, a reabsorção dos líquidos intercelulares excessivos na região aplicada; e, por fim, aumentando a eliminação dos catabólicos. É importante ressaltar que, após a aplicação da RF, a pele fica muito mais permeável aos princípios ativos dos cosméticos, graças à vasodilatação provocada de forma pontual. DIMINUIÇÃO DA VISCOSIDADE O fluído presente no espaço intersticial pode apresentar uma viscosidade, dificultando a fluidez. Contudo, o aquecimento produzido pela RF diminui essa viscosidade, favorecendo a fluidez dos líquidos corporais, como o sangue, a linfa e a substância fundamental da região onde recebeu a aplicação do recurso. FAVORECIMENTO DA ATIVIDADE METABÓLICA CELULAR Com o aquecimento tecidual local, ocorre um estímulo celular que proporciona o aumento das atividades e a síntese das células da região, beneficiando as atividades celulares. RESPOSTA À NEOCOLAGÊNESE O aquecimento local provoca o aumento da diferenciação do fibroblasto, estimulando a síntese das proteínas, contribuindo com a elevação da elasticidade da pele e a diminuição da flacidez. Segundo Agne (2016), o aquecimentoprovocado pela ação da diatermia da RF e a desnaturação de colágeno dentro dos tecidos profundos modificados termicamente promovem a contração tecidual, que favorece a formação de colágeno adicional, atenuando rugas. APLICAÇÃO DA RADIOFREQUÊNCIA FACIAL A região facial deve estar totalmente higienizada, assim como o pescoço e o colo. Utiliza-se como veículo condutor para realização da técnica o gel ou a glicerina líquida, sendo a última mais indicada, pois já promove um aquecimento brando na pele, o que contribui para a realização da RF. É recomendável iniciar a aplicação pela região frontal e depois ir descendo (em direção ao masseter — mento), verificando sempre a temperatura da região. É sugerido que o programa de tratamento facial seja acompanhado de um protocolo estético com ativos cosméticos. ATENÇÃO Não se esqueça de utilizar sempre o termômetro para verificar a temperatura da área tratada. As sessões de RF variam conforme as condições da pele, flacidez, hidratação entre outros, podendo ocorrer em até seis sessões e, conforme resposta e necessidade da pele, submeter-se à manutenção. O tempo de duração de cada sessão é de aproximadamente 40 a 50 minutos para toda a execução do protocolo. O caminho a ser percorrido com a manopla de RF deve seguir o sentido da fibra muscular em movimento de vai e vem, conferindo sempre a temperatura da pele que deve variar entre 38 e 40 graus (face). Deve-se respeitar o intervalo de 21 dias entre as aplicações da RF, esse é o tempo necessário à ação da estimulação fisiológica do ciclo de produção das células fibroblastos em sua síntese de proteínas. Foto: Shutterstock.com Trajeto da aplicação da RF na Face COMENTÁRIO Na primeira sessão, já é possível perceber a instalação de edema inicial, confundido pelo cliente como efeito lifting parte da ação terapêutica da RF, porém, trata-se de ação provocada pela vasodilatação causada pela diatermia. Temos, então, um efeito momentâneo em resposta à ação fisiológica da termoterapêutica. Embora seja importante promover os efeitos terapêuticos estéticos, é necessário respeitar a fisiologia do corpo humano — uma célula sintetizadora de proteína pode levar em média 21 dias para realizar sua síntese de colágeno e elastina. MAS, HÁ UM OUTRO DETALHE TÃO IMPORTANTE QUANTO. Esse detalhe é referente à análise individual da pele de cada indivíduo, pois seu teor de hidratação, idade, hábitos de cuidados diários com a cútis, uso de tabaco, entre outros podem interferir nos resultados da aplicação da RF, o que pode requerer o aumento do número de sessões, associadas a um ritual de cuidados específicos para potencializar o resultado pretendido. Imagem: Cláudia Batalha, adaptado por Lerik Lopes Aplicação de radiofrequência com ponteiras bipolares na região do pescoço. Conforme a tecnologia desenvolvida pelo fabricante da RF (existe variação), as ponteiras de aplicação na estética facial podem ser monopolares ou bipolares. Clique nos botões a seguir. PONTEIRA BIPOLAR Possui dois condutores ativos que proporcionam ação da diatermia no tecido epidérmico. Serve para tratar e prevenir o envelhecimento da face. PONTEIRA MONOPOLAR Possui uma ponteira com somente um condutor ativo e uma placa condutora (ou placa de retorno) para ser conectada ao corpo do cliente (eletrodo passivo). Dependendo do aparelho (fabricante/modelo), encontramos o tipo monopolar sem a necessidade do uso da placa (eletrodo passivo), conhecido como padrão indutivo (BORGES, 2016). Placa de retorno (ou placa condutora) são utilizadas com as manoplas monopolares. javascript:void(0) javascript:void(0) Foto: Cláudia Batalha Radiofrequência com ponteiras monopolares com placa passiva. Foto: Cláudia Batalha Radiofrequência com ponteiras monopolares com placa passiva. Foto: Cláudia Batalha Placa retorno/placa condutora da RF monopolar. Foto: Shutterstock.com Manopla bipolar de RF. A radiofrequência, bem como os outros recursos eletroestéticos, podem e devem ser executados combinados com outros recursos, como a iontoforese. A combinação de terapias visa potencializar os resultados desejados. Dessa forma, sugere-se atender ao cliente acompanhado de protocolo de tratamento facial. ULTRASSOM FACIAL O recurso de ultrassom chama-se assim por fazer uso de uma energia sonora imperceptível à audição humana. Ele possui energia ultrassônica, que compreende entre 750.000 a 5.000.000 de ciclos, acompanhada por vibrações mecânicas ou oscilações cinéticas e por compressões periódicas, que realizam (na região aplicada) movimentos de ondulações por meio de cristal, em diferentes profundidades (PEREIRA, 2007). O ultrassom (US) utiliza o transdutor que converte energia elétrica em mecânica por meio do efeito piezoelétrico. A ERA (condutor de metal) ligada ao cabeçote do equipamento refere-se a um parâmetro para determinar a intensidade da onda ultrassônica que deve ser aplicada ao tecido. VOCÊ SABIA Anteriormente, a técnica era utilizada somente na Medicina e na Fisioterapia, porém, desde a década 1970, passou a ser utilizada também na Estética, onde comprimento de onda da ultrassom (US) corresponde à 3MHz (penetração de 3cm de profundidade), promovendo abrangência superficial, nas quais as emissões das ondas ultrassônicas podem ser estimuladas no modo pulsado ou contínuo . CONTÍNUO A aplicação não possui intervalos, o que gera maior aquecimento (calor), e é mais indicado para terapias normais de protocolos. PULSADO A aplicação ocorre em pulsos, com pausas automáticas (intervalos/repousos) na sua execução, promovendo aquecimento brando, cujo efeito mecânico é recomendado em procedimentos pós- operatórios recentes, devido à ação anti-inflamatória, analgésica e antiedema. javascript:void(0) javascript:void(0) RESUMINDO Ultrassom Estético de 3MHz: ↑ frequência ↓ comprimento de onda ↑ absorção ↑ efeito térmico ↓ profundidade. Para promover o efeito mecânico do Ultrassom (US), utiliza-se um gel condutor que pode ou não possuir ativos terapêuticos. Quando se utiliza um gel condutor com ativos, os benefícios do ultrassom são incrementados. A essa aplicação conjunta chamamos fonoforese, sonoforese ou ultrafonoforese. Foto: Shutterstock.com Aplicação de ultrassom facial. Em outras palavras, nesse tipo de aplicação, o gel condutor pode conter princípios ativos que serão permeados no tecido cutâneo, devido ao efeito mecânico do US, facilitando a absorção dos ativos e realizando simultaneamente duas abordagens: a US e a ação terapêutica dos ativos específicos, potencializando o tratamento realizado. Além do gel, a cavitação também faz parte da aplicação do US. A cavitação pode ser descrita como bolhas formadas por meio de ondas de pressão do US, que permanecem preservadas no manuseio ativo do aparelho, e, dessa forma, não causam prejuízo ao organismo. Quando o cabeçote manipulado pelo profissional fica estático, ocorre a formação de bolhas no local (cavitação), o que implica o risco de implosão dentro do tecido ocasionando vários danos ao organismo. Sendo assim, o cabeçote deve manter-se em movimento durante toda a aplicação, além de utilizar baixas intensidades recomendadas (RIBEIRO, 2011). javascript:void(0) ESTÁTICO Parado; sem movimentação manual na região aplicada. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DO US O ultrassom utilizado na estética facial é indicado para protocolos pós-cirúrgicos faciais imediatos, atuando na prevenção de aderências e fibroses formadas após a cirurgia. O uso de US não é indicado para pessoas que sofrem de diabetes, tromboflebites, insuficiência vascular; também não se aplica em tumores, tecido não íntegro, tecido isquêmico ou em áreas com redução de sensibilidade (hipoestesia). APLICAÇÃO DO US A região facial deve ser higienizada antes da aplicação. O aparelho deve ser configurado e ligado dentro dos parâmetros do procedimento a ser executado. O gel condutor deve ser aplicado por área com movimentos circularesconstantes e lentos, em uma velocidade de 1cm/s. O tempo de execução varia conforme o profissional manuseia o transdutor, mas não deve ultrapassar 20 minutos de aplicação em toda região facial. São indicadas 10 sessões em média (na face) e, recomenda-se a aplicação duas vezes por semana em dias alternados (com intervalo). RECURSOS DA RADIOFREQUÊNCIA, SUA APLICABILIDADE Quer saber na prática um pouco mais de radiofrequência facial? Assista ao vídeo a seguir. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O MANUSEIO EM CONSTANTE MOVIMENTO DO TRANSDUTOR A FIM DE SER EVITAR PROMOVER A CAVITAÇÃO CONSISTE NA TÉCNICA DE APLICAÇÃO DESTE RECURSO ELETROESTÉTICO. MARQUE A ALTERNATIVA QUE SE CORRELACIONA A ESSA AFIRMATIVA: A) Alta frequência – promove lesões na pele. B) Radiofrequência – incide sobre queimadura no tecido. C) Microcorrentes – alta intensidade promove desconforto. D) Ultrassom – bolhas formadas por meio de ondas. E) Desincruste – promove gosto de chumbo na boca. 2. A TÉCNICA DA IONTOFORESE CONSISTE NA PERMEAÇÃO SUPERFICIAL NO TECIDO CUTÂNEO DE ATIVOS DE FORMULAÇÕES ESPECÍFICAS DE COSMÉTICOS. MARQUE A ALTERNATIVA DE ATIVOS COM INDICAÇÃO TERAPÊUTICA NA ATUAÇÃO NA IONTOFORESE. A) Vitamina C ionizável, solução eletrolítica de Dmae B) Ácido hialurônico encapsulado, colágeno C) Colágeno hidrolisado, nanopartículas de aloe vera D) Nanocaviar, extrato de algas marinhas vermelhas E) Extrato de jatobá, elixir casearia e oligoelementos GABARITO 1. O manuseio em constante movimento do transdutor a fim de ser evitar promover a cavitação consiste na técnica de aplicação deste recurso eletroestético. Marque a alternativa que se correlaciona a essa afirmativa: A alternativa "D " está correta. O recurso do US deve sempre manter-se em movimento para não provocar a formação de bolhas ocasionadas pelas ondas, fenômeno conhecido como cavitação. 2. A técnica da iontoforese consiste na permeação superficial no tecido cutâneo de ativos de formulações específicas de cosméticos. Marque a alternativa de ativos com indicação terapêutica na atuação na iontoforese. A alternativa "A " está correta. Somente formulações de ativos cosméticos ionizáveis ou soluções eletrolíticas podem atuar na permeação da pele com a utilização de correntes. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste conteúdo, foram abordados alguns recursos eletroestéticos considerados importantes ou essenciais na atuação estética, proporcionando o conhecimento de técnicas, efeitos fisiológicos, parâmetros, indicações, contraindicações entre outras abordagens. Diante do conhecimento abordado, o aperfeiçoamento é indicado para levar a prática com segurança, atentando sempre para as possíveis restrições (contraindicações) ou intercorrências que porventura possam acontecer, preservando sempre o bem-estar do cliente e se esforçando para promover o resultado no tratamento estético desejado. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS AGNE, J. E. Criolipólise e outras tecnologia no manejo do tecido adiposo. Santa Maria, 2016. BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2010. BORGES, F. S. Terapêutica em Estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016. EVANS, G. R. D. Cirurgia plástica: estética e reconstrutora. Rio de Janeiro: Revinter, 2007. GOBBO, P. C. D. Estética facial aplicada. Rio de Janeiro: Atheneu. 2009. PEREIRA, F. Eletroterapia sem mistérios – aplicações em Estética facial e corporal. Rio de Janeiro: Rubio, 2007. RIBEIRO, M. Eletroterapia 1. Curso de especialização profissional em fisioterapia dermato funcional. Curitiba: Faculdade IBRATE, 2011. SILVA, M. T. Eletroterapia em estética corporal. São Paulo: Robe, 1997. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo, leia os artigos científicos: SANTOS, A. S. et al. Radiofrequência como coadjuvante no processo de rejuvenescimento facial. ReBIS, 2020. SILVA, S. A.; PINTO, L. P.; BACELAR, I. de A. O uso da radiofrequência no rejuvenescimento facial. Revista Saúde em Foco. 10. ed., 2018. CONTEUDISTA Cláudia Batalha CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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