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ANALISE DAS DEMOSNTRAÇÕES FINANCEIRAS

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Autores: Prof. Fábio Teixeira Arten
 Prof. Rodrigo Marchesin Oliveira
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde
Prof. Jean Carlos Cavaleiro
Profa. Rachel Brandão
Análise das
Demonstrações Financeiras
Professores conteudistas: Fábio Teixeira Arten / Rodrigo Marchesin Oliveira
Fábio Teixeira Arten é bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM, 
professor universitário na Universidade Paulista, nos Cursos Superiores Tecnológicos em Gestão e Negócios e no Curso 
Superior de Relações Internacionais. Atualmente, faz parte do Programa de Mestrado em Administração de Empresas 
pela Universidade Paulista, na linha de pesquisa de Gestão em Redes de Negócio. A previsão de término do mestrado é 
para o final de 2012. Tem experiência na área de administração, com ênfase em administração financeira e estratégia 
de empresas.
Rodrigo Marchesin Oliveira possui graduação em Administração Pública pela Universidade Estadual Paulista Júlio 
de Mesquita Filho (1996) e especialização MBA em Gestão Empresarial pela Escola de Pós-Graduação em Economia da 
Fundação Getúlio Vargas, FGV-RJ (2002).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A786a Arten, Fábio Teixeira 
Análise das demonstrações financeiras / Fábio Teixeira Arten; 
Rodrigo Marchesin Oliveira. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
88 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática ISSN 1517-9230. 
1. Análise financeira. 2. Demonstrações financeiras. 3. Indicadores 
financeiros. I. Título.
CDU 658.15
U504.53 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Michel Kahan Apt
 Amanda Casale
Sumário
Análise das Demonstrações Financeiras
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 RELATÓRIOS CONTÁBEIS .................................................................................................................................9
1.1 Tomada de decisão .................................................................................................................................9
1.2 Princípios contábeis ............................................................................................................................ 10
2 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA .............................................................................................. 18
2.1 Apresentação dos conceitos básicos ............................................................................................ 18
2.2 Objetivos da análise ............................................................................................................................. 19
2.3 Técnicas de análises ............................................................................................................................. 22
Unidade II
3 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................... 26
3.1 Dados complementares das demonstrações financeiras ..................................................... 27
3.2 Balanço patrimonial ............................................................................................................................ 30
3.2.1 Noções básicas ......................................................................................................................................... 30
3.2.2 Ativo circulante ....................................................................................................................................... 32
3.2.3 Ativo não circulante .............................................................................................................................. 34
3.2.4 Ativos permanentes ............................................................................................................................... 35
3.2.5 Passivo exigível ........................................................................................................................................ 36
3.2.6 Patrimônio líquido .................................................................................................................................. 37
3.3 Outros relatórios ................................................................................................................................... 39
3.3.1 Origens e aplicações .............................................................................................................................. 39
3.3.2 Alteração dos grupos patrimoniais: Leis 6.404/76, 11.638/07 e 11.941/09 ..................... 39
3.4 Demonstração do resultado do exercício ................................................................................... 41
4 ANÁLISE FINANCEIRA BÁSICA ................................................................................................................... 44
4.1 Padronização das demonstrações contábeis ............................................................................. 44
4.2 Contas patrimoniais ............................................................................................................................ 46
4.2.1 Ajustes e utilização para cálculo dos indicadores ..................................................................... 46
4.3 Índices-padrão ....................................................................................................................................... 47
4.3.1 Utilização do índice-padrão para análise comparativa .......................................................... 48
Unidade III
5 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .......................................................................................................... 53
5.1 Conceito e aplicação ........................................................................................................................... 53
5.2 Análise vertical ...................................................................................................................................... 53
5.3 Análise horizontal ................................................................................................................................ 57
6 INDICADORES FINANCEIROS ...................................................................................................................... 59
6.1 Conceito e aplicação ........................................................................................................................... 59
6.2 Índices de liquidez ............................................................................................................................... 60
6.2.1 Liquidez geral........................................................................................................................................... 61
6.2.2 Liquidez corrente .................................................................................................................................... 61
6.2.3 Liquidez imediata .................................................................................................................................... 61
6.2.4 Liquidez seca ............................................................................................................................................. 62
6.3 Índices de endividamento ................................................................................................................. 63
6.3.1 Participação de capitais de terceiros .............................................................................................. 63
6.3.2 Composição do endividamento ........................................................................................................ 64
6.3.3 Garantia do capital próprio ................................................................................................................ 64
6.4 Índices de atividade ............................................................................................................................. 64
6.4.1 Prazo Médio de Recebimento (PMR) .............................................................................................. 66
6.4.2 Prazo Médio de Pagamento (PMP) .................................................................................................. 67
6.4.3 Prazo Médio de Estoques (PME) ....................................................................................................... 67
6.4.4 Resumo dos índices de atividade ..................................................................................................... 68
Unidade IV
7 INDICADORES COMPLEMENTARES ...........................................................................................................71
7.1 Indicadores econômicos .....................................................................................................................71
7.1.1 Taxa de retorno sobre o investimento ............................................................................................ 71
7.1.2 Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido ................................................................................ 72
7.1.3 Margem líquida ....................................................................................................................................... 73
7.1.4 Giro do ativo ............................................................................................................................................. 74
7.1.5 Modelo de análise do retorno sobre o ativo (sistema Du Pont) .......................................... 74
7.1.6 Análise de ações ...................................................................................................................................... 75
7.2 Indicadores de insolvência ............................................................................................................... 76
7.2.1 Conceito e aplicação ............................................................................................................................. 76
8 RELATÓRIO DE ANÁLISE ................................................................................................................................ 79
8.1 Conceito e aplicação ........................................................................................................................... 79
8.2 Dados que devem ser relatados ..................................................................................................... 80
8.3 Transformando os dados em informações ................................................................................. 80
7
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Análise das Demonstrações Financeiras tem o objetivo de contextualizar o aluno 
acerca de uma das ferramentas mais utilizadas pelo mercado financeiro, tanto na gestão de crédito e 
cobrança de pequenas e grandes empresas, como na análise de investimentos de caráter estratégico 
ou na avaliação de fusões e aquisições, por exemplo. Sendo assim, a proposta deste material didático 
consiste em permitir ao aluno analisar as situações econômicas e financeiras da empresa, utilizando as 
diversas contas patrimoniais, de resultado e de origens e aplicações de recursos e sua utilização, além de 
usar também as demonstrações financeiras como fonte de informações para concessão de crédito, definir 
os diversos indicadores econômicos e financeiros a partir de sua importância para análise das empresas. 
Para tanto, é necessário ainda obter a capacidade de identificar e extrair dados das demonstrações 
financeiras, calcular os índices utilizados na análise da situação econômica e financeira das empresas, 
obtidos nas contas patrimoniais e de resultado devidamente ajustadas. Essa habilidade permite ao gestor 
financeiro calcular os indicadores de liquidez, de endividamento, de estrutura, de rentabilidade, de 
atividade e de insolvência, além de analisar e interpretar comparativamente os resultados dos cálculos 
dos indicadores e preparar e interpretar as análises horizontal e vertical. Todos esses conceitos técnicos 
aqui apresentados devem servir de instigação para o aluno no andar dos estudos desta disciplina. 
Veremos cada um deles de maneira que, ao findar da disciplina, o aluno tenha condições de definir 
claramente as funções de um gestor financeiro e conheça os nomes técnicos, como: demonstrativos 
financeiros, viabilidade econômica, análise de liquidez, análises horizontais e verticais.
INTRODUÇÃO
Com base nos objetivos descritos para esta disciplina, o presente material apresenta a seguinte 
estrutura: na Unidade I, é realizada uma breve introdução aos conceitos centrais relacionados aos 
relatórios contábeis. Nessa seção, são ressaltados a importância da contabilidade como um serviço de 
apoio fundamental para a gestão das empresas, os princípios que norteiam a teoria da contabilidade e os 
aspectos gerenciais pertinentes às informações que essa área proporciona às organizações; em seguida, 
verifica-se a definição conceitual dos principais tipos de relatórios contábeis, com ênfase para o balanço 
patrimonial e a demonstrações de resultado do exercício, pois essas duas demonstrações são base de 
dados para o desenvolvimento das análises financeiras já citadas. Ainda nessa unidade, apresentam-se 
uma introdução mais detalhada sobre a importância das análises financeiras a partir de demonstrações 
contábeis, quais são os principais tipos de análise e seus respectivos objetivos.
A Unidade II preocupa-se com as definições estruturais tanto do balanço patrimonial como da 
demonstração de resultado do exercício, pois sem essa base teórica e conceitual todo o potencial 
de análise do gestor financeiro se compromete na medida em que ele precisa identificar os dados 
apresentados nesses dois relatórios de forma concisa para, então, iniciar as possíveis análises financeiras.
A Unidade III traz as definições e as interpretações relacionadas às análises do tipo vertical e 
horizontal. Ainda nessa unidade, estão compreendidos os modelos teóricos das análises de liquidez, 
endividamento e atividade. Uma série de exemplos práticos facilita o entendimento e a compreensão 
das possibilidades de utilização e aplicação analítica na área financeira.
8
A Unidade IV compreende a análise de lucratividade das empresas, além de dois tópicos mais 
avançados em termos de análise de demonstrativos financeiros, que consistem no modelo de análise de 
retorno sobre o ativo e em alguns indicadores de insolvência. Essa seção é finalizada com importantes 
considerações sobre a forma como os relatórios de análise devem ser conduzidos e produzidos, de forma 
a gerar informação útil no processo detomada de decisão financeira das empresas.
9
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Unidade I
1 RELATÓRIOS CONTÁBEIS
1.1 Tomada de decisão
Iudícibus et al. (2006) argumentam inicialmente que, desde o momento em que acordamos e nos 
levantamos, até o fim do dia, tomamos decisões. Porém, as decisões mais importantes ou relevantes 
requerem cuidado maior, profunda análise dotada de critérios racionais e métodos específicos.
No âmbito interno da empresa, a situação citada não pode ser diferente. Os profissionais responsáveis 
pela administração frequentemente se deparam com situações nas quais lhes são impostas tomadas de 
decisões. Neste sentido, são necessários, nesse caso, os dados e as informações para a fundamentação 
de tais decisões que são tomadas.
A contabilidade configura-se, neste contexto, como o instrumento proeminente à administração e 
gestão de empresas, na coleta de todos os dados econômicos da empresa e sua subsequente mensuração 
monetária, que, por sua vez, será registrada e sumarizada em relatórios que contribuem sobremaneira 
para a tomada de decisões (IUDÍCIBUS et al., 2006).
 Lembrete
A contabilidade é fundamental dentro do processo decisório, auxiliando 
nas decisões empresariais.
Dessa forma, o norte para que tais decisões sejam tomadas é, justamente, a padronização e o 
armazenamento adequados dos dados e das informações que irão fornecer ao gestor a coerência e o 
fundamento às suas escolhas.
Iudícibus et al. (2006) defendem que tais informações serão fornecidas, então, pelos relatórios 
elaborados pela contabilidade, e que a experiência e o feeling do administrador não são mais fatores 
decisivos no quadro atual.
O processo decisório, mencionado aqui, não se restringe de forma alguma somente aos limites da 
empresa, mas também a outros segmentos da economia. Os principais destacados por Iudícibus et al. 
(2006) são:
• Os investidores, que identificam, por meio dos relatórios contábeis, a situação econômico-
financeira da empresa e decidem sobre as melhores alternativas de investimento.
10
Unidade I
• Os fornecedores de bens e serviços a crédito, que utilizam os relatórios contábeis para analisar 
a capacidade de pagamento da empresa compradora.
• Os bancos (instituições financeiras), que usam os relatórios para aprovar empréstimos, 
financiamentos, limite de crédito etc.
• O Governo, que não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como também 
para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo).
• Os sindicatos, que utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator 
preponderante para reajuste de salários.
• Outros interessados, como funcionários, órgãos de classes, pessoas e diversas instituições, como a 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CRC (Conselho Regional de Contabilidade), concorrentes 
etc.
Nesse contexto, a função do contador é, basicamente, produzir informações úteis aos usuários da 
contabilidade para a tomada de decisões.
Iudícibus et al. (2006) ressaltam ainda que, entretanto, em nosso país, em alguns segmentos da nossa 
economia e principalmente nas pequenas empresas, a função do contador foi distorcida (infelizmente), 
satisfazendo somente as exigências do fisco.
1.2 Princípios contábeis
Correspondem às diretrizes que regem a contabilidade. Tais princípios foram institucionalizados em 
seu aspecto profissional e legal como úteis e disciplinares da prática contábil. Os analistas contábeis 
devem seguir e observar os princípios contábeis obrigatoriamente; esse fato é essencial para uma correta 
interpretação dos relatórios financeiros.
 Observação
Os princípios são métodos que representam o centro da prática contábil.
Os princípios são aplicados a todos os patrimônios independentemente das características peculiares 
das entidades. São critérios, métodos ou procedimentos que representam o centro da estrutura contábil. 
Formalizam, assim, a essência das teorias e doutrinas da ciência da Contabilidade. A seguir é descrita, na 
íntegra, a Resolução CFC 750/93:
Resolução CFC 750/931
(Esta Resolução possui o Apêndice I aprovado pela Resolução CFC 774/95 e Apêndice II 
aprovado pela Resolução CFC nº 1111/07).
1 Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm. Acesso em: 18/07/2012.
11
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)
O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,
Considerando que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama a 
atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se 
refere a Resolução CFC 530/81,
Resolve:
Capítulo I – Dos princípios e de sua observância
Art. 1º Constituem Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) os enunciados por 
esta Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no 
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBC).
§ 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas 
e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
Capítulo II – Da conceituação, da amplitude e da enumeração
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das 
doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento 
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à 
Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio 
das entidades.
Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:
o da Entidade;
o da Continuidade;
o da Oportunidade;
o do Registro pelo Valor Original;
o da Atualização Monetária;
o da Competência; e
o da Prudência.
Seção I – O Princípio da Entidade
Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade 
e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio 
12
Unidade I
particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a 
uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza 
ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio 
não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou 
instituição.
Parágrafo único – O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. 
a soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, 
mas numa unidade de natureza econômico-contábil.
Seção II – O Princípio da Continuidade
Art. 5º A continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, 
devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, 
quantitativas e qualitativas.
§ 1º A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor 
ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo 
determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da Continuidade é indispensável à correta aplicação 
do Princípio da Competência, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos 
componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para 
aferir a capacidade futura de geração de resultado.
Seção III – O Princípio da Oportunidade
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade 
e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este 
seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as 
originaram.
Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da Oportunidade:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser 
feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registrocompreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os 
aspectos físicos e monetários;
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no 
patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar 
informações úteis ao processo decisório da gestão.
13
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Seção IV – O princípio do registro pelo valor original
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais 
das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que 
serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando 
configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.
Parágrafo único – Do Princípio do Registro pelo Valor Original resulta:
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de 
entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou 
da imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não 
poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua 
decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros 
elementos patrimoniais;
III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do 
patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV – os Princípios da Atualização Monetária e do registro pelo valor original são 
compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém 
atualizado o valor de entrada;
V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui 
imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.
O Princípio da Atualização Monetária
Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser 
reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos 
valores dos componentes patrimoniais.
Parágrafo único – São resultantes da adoção do Princípio da Atualização Monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa 
unidade constante em termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais 
(art. 7), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que 
permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por 
consequência, o do patrimônio líquido;
14
Unidade I
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, 
o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de 
indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda 
nacional em um dado período.
Seção VI – O Princípio da Competência
Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado 
do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, 
independentemente de recebimento ou pagamento.
§ 1º O Princípio da Competência determina quando as alterações no ativo ou no passivo 
resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes 
para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da 
Oportunidade.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é 
consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem 
compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente 
pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem 
o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de 
terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua 
propriedade para terceiro;
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
15
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Seção VII – O Princípio da Prudência
Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes 
do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente 
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte menor 
patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos 
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7, o Princípio da Prudência somente se aplica às 
mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do 
Princípio da Competência.
§ 3º A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos 
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem 
incertezas de grau variável.
Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração 
nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando 
aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.
Art. 12. Revogada a Resolução CFC 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir de 
1º de janeiro de 1994.
Brasília, 29 de dezembro de 1993.
Contador Ivan Carlos Gatti
Presidente
A Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) dispõe sobre os sete princípios 
contábeis:
I. entidade;
II. continuidade;
III. oportunidade;
IV. registro pelo valor original;
V. atualização monetária;
VI. competência e
VII. prudência.
16
Unidade I
Cada princípio segue comentado brevemente, de acordo com a referida resolução.
De acordo com o princípio da entidade, o patrimônio, objeto da contabilidade, pertence à 
entidade e não pode se confundir com o patrimônio dos proprietários. Muitas vezes, para atender 
critérios de análise, o patrimônio é decomposto, mas tal fato não significa a criação de novas 
entidades.
 Lembrete
O patrimônio não deve ser confundido com o patrimônio dos 
proprietários.
O princípio da continuidade diz que uma melhor avaliação do patrimônio depende da continuidade 
das atividades da empresa. A redução dessas atividades, por diversos motivos, pode exercer influência 
na utilização do patrimônio.
O princípio da oportunidade, por sua vez, defende que o registro na data correta representa condição 
para que as informações contábeis se tornem exatas e confiáveis.
O princípio do registro pelo valor afirma que os componentes do patrimônio devem ser registrados 
pelos valores de entrada em todas as suas transações externas.
O princípio da atualização monetária, simplesmente, tem relação com os componentes do patrimônio 
e os devidos ajustes em seus valores, de acordo com alguns índices fornecidos pela economia que 
oferecem condições para a atualização monetária.
Conforme o princípio da competência, as receitas e despesas devem ser reconhecidas no período em 
que ocorrem e não por ocasião de seus recebimentos e pagamentos.
 Observação
A contabilidade é o instrumento de planejamento para atribuição de 
valor do patrimônio.
Por último, o princípio da prudência determina a adoção do menor valor para o ativo e de maior 
para o passivo.
A análise das demonstrações financeiras propõe a análise dos principais demonstrativos contábeis, 
e esse é o motivo de se fazer uma prévia de alguns conceitos de contabilidade. É importante que essa 
disciplina se desenvolva em conjunto com os conhecimentos de contabilidade.
17
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Quando se diz que a contabilidadetem o papel de registrar o patrimônio, precisamos entender o 
conceito de patrimônio:
Patrimônio = conjunto de bens, direitos e obrigações.
A classificação mais importante dos bens para a contabilidade é com relação a sua natureza. Neste 
caso, os bens podem ser de dois tipos:
• materiais, corpóreos ou tangíveis: são aqueles que têm existência física, como máquinas, 
dinheiro, caminhões;
• imateriais, incorpóreos, intangíveis: são abstratos, não têm existência física, por exemplo, 
marcas, patentes, ponto comercial.
Como direitos, devemos entender os valores que a empresa tem a receber de terceiros, 
representados, por exemplo, pelas duplicatas emitidas pela empresa contra seus clientes, por venda 
de mercadorias a prazo ou pela prestação de um serviço, também a prazo. As aplicações financeiras 
feitas pela empresa em Certificado de Depósito Bancário (CDB) também são classificadas como 
direitos.
Devemos entender como obrigação os valores que a empresa tem a pagar em função de dívidas ou 
compromissos assumidos para com terceiros.
Os terceiros aqui mencionados podem se dividir em dois grupos, a saber:
• Terceiros em geral: formados pelos fornecedores, bancos, funcionários, governos.
• Terceiros em especial: constituídos pelos proprietários, donos da empresa. Esses proprietários, 
se a empresa for organizada juridicamente sob a forma de uma sociedade anônima, terão 
seu capital social, que representa o investimento feito pelos proprietários, dividido em ações, 
cujos proprietários são denominados de acionistas. Por outro lado, se a empresa for organizada 
juridicamente sob a forma de uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, seu capital 
social será dividido em cotas, cujos proprietários são chamados de cotistas. As obrigações para 
com terceiros em especial são organizadas no patrimônio líquido.
Será necessário conhecer, para uma sólida análise das demonstrações financeiras, todos os 
demonstrativos financeiros:
• balanço patrimonial;
• demonstração do resultado do exercício;
• demonstrativo da origem e aplicação dos recursos;
• demonstrativo da mutação do patrimônio líquido;
• demonstrativo do fluxo de caixa.
18
Unidade I
E ainda conhecer as técnicas de análise de cada uma dessas contas.
 Saiba mais
Para mais informações, leiam a obra Contabilidade: Noções para análise 
de resultados e balanço patrimonial da empresa (São Paulo: Atlas, 2008), de 
Antônio Salvador Morante.
2 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA
2.1 Apresentação dos conceitos básicos
A disciplina Análise das Demonstrações Financeiras tem como objetivo principal, a partir da 
apuração dos diversos indicadores, informar aos usuários das informações contábeis a saúde financeira 
de determinada empresa.
Diversos são os usuários das informações contábeis, entre eles, destacamos: os proprietários da 
empresa, seus fornecedores, os clientes, as instituições financeiras, os investidores, os empregados, o 
Poder Público, enfim, a sociedade como um todo, por ter a empresa como principal fonte de geração 
de empregos e tributos. E assim, cada um desses usuários terá uma finalidade específica em conhecer o 
desempenho da empresa em determinado momento.
 Lembrete
São diversos os usuários da informação contábil: proprietários, 
investidores e o Governo.
Por exemplo: os proprietários precisam saber se o capital investido por eles nesse 
empreendimento chamado empresa está gerando o retorno esperado; já os fornecedores se 
preocupam se receberão pelos bens vendidos; por sua vez, a preocupação do Poder Público está 
na arrecadação de tributos.
Tomando-se como pressuposto, podemos afirmar que a análise financeira torna-se imprescindível à 
tomada de decisões, independentemente de seu usuário.
A análise financeira ocorre a partir da elaboração das demonstrações contábeis, ou seja, após o 
registro de todos os fatos financeiros ocorridos na empresa em determinado período.
Em outras palavras, o trabalho do analista financeiro inicia-se ao término do trabalho do contador. 
É importante ressaltar que o relatório de análise, peça final do trabalho do analista financeiro, somente 
19
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
será útil a partir dos conhecimentos que este tenha não só nos registros das operações contábeis, mas 
na dimensão que estas provocam na situação patrimonial da entidade; caso contrário, apenas estará 
apurando resultados matemáticos.
 Lembrete
A empresa deve estar atenta às normas legais na elaboração dos 
documentos contábeis.
Entre as demonstrações contábeis exigidas pela atual Lei Contábil (Lei 11.638/07) – balanço 
patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração da mutação do patrimônio líquido, 
demonstração do fluxo de caixa, demonstração do valor adicionado e notas explicativas –, elencamos as 
duas primeiras, ou seja, balanço patrimonial e demonstração de resultado do exercício, por serem a base 
para elaboração das demais, além de se completarem.
2.2 Objetivos da análise
Conforme mencionado, a finalidade da análise está na tomada de decisão daquele usuário que 
a interpreta; logo, o analista financeiro precisa elaborar o relatório de análise sabendo a priori 
quem é esse usuário e ainda, acima de tudo, ser isento na interpretação dos dados extraídos dos 
indicadores.
De acordo com Matarazzo (1998, p. 23), historicamente, a análise de balanço (termo comum 
utilizado pelos analistas financeiros) foi desenvolvida pelos bancos devido à determinação, em 1915, 
do Federal Reserve Board (Banco Central dos Estados Unidos) de que só poderiam ser redescontados 
os títulos das empresas a partir da apresentação de seu balanço ao banco, por se tratar de uma 
concessão de crédito.
Os bancos, por sua vez, precisavam saber (ou pelos menos terem uma projeção) sobre a potencialidade 
das empresas em quitar esses possíveis débitos, e, para tanto, são criados os indicadores financeiros, 
as técnicas para análises que, com o passar do tempo, foram adaptadas para os outros usuários das 
informações contábeis.
 Lembrete
A análise dos relatórios contábeis contribui para o conhecimento da 
saúde financeira da empresa.
Segundo Matarazzo (1998, p. 17), as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre 
a empresa, de acordo com regras contábeis.
20
Unidade I
A análise de balanço transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto 
melhores informações produzir. E o autor (1998, p. 18) continua com distinção entre dados e 
informações:
• dados: são números ou a descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam 
nenhuma reação no leitor;
• informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou 
decisão, frequentemente acompanhada de um efeito surpresa.
Podemos entender, assim, que a coleta de dados é importante para análise, porém, por si só, não leva 
o usuário das informações às decisões. Após os cálculos, é necessário que se descubram as causas que 
influenciaram a formação de tais números; caso contrário, não será possível chegar a qualquer tomada 
de decisão.
Mais uma vez, é importante ressaltar que a isenção do analista financeiro é imprescindível para uma 
análise, pois serão os resultados e as causas dos indicadores que darão ao usuário das informações a 
segurança para uma tomada e decisão, e não a opinião pessoal do analista.
Podemos, mais uma vez, afirmar que o trabalho do analista de balanço inicia-se com o término do 
processo contábil, ou seja, a partir das demonstrações contábeis. Para fins de ilustração, seguem dois 
quadros:
1) Processo contábil, que se resume em:
• fatos contábeis – detalhamento dos acontecimentos da empresa, exemplos: compra de um 
veículo, aquisição de matéria-prima, venda à vista etc.;
• escrituração dos fatos – lançamento dos fatos no livro diário – que é a identificação das contas 
envolvidas, se são ativos ou passivos, se estão aumentando ou diminuindo e se serão lançados a 
débito ou crédito;
• lançamento no razão, que é a representação gráfica doslançamentos do diário;
• balancete de verificação, que é a relação dos itens em credor ou devedor, preparando os dados 
para lançamento no balanço patrimonial;
• apuração do lucro ou prejuízo;
• balanço patrimonial: relação dos bens, direitos e obrigações da empresa;
• DRE – demonstrativo do resultado do exercício;
• Doar, fluxo de caixa e mutação do patrimônio líquido podem ser desenvolvidos com os dados já 
mencionados.
Com todos esses processos concluídos, podemos iniciar a análise do balanço.
21
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
2) Análise de balanço.
Processo contábil
Fatos
Compras
Vendas
Pagamentos
Recebimentos
Escrituração
Diário Razão Livros fiscais
Apuração do resultado
Lucro ou prejuízo
Demonstrações contábeis
Balanço Patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração de mutação do patrimônio líquido
Demonstração do fluxo de caixa
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Figura 1
Análise de balanço
Exame e padronização
Balanço patrimonial Demonstração do resultado do exercício
Análise vertical / horizontal
Cálculo Análises
Apuração dos indicadores
Liquidez, endividamento
atividade e rentabilidade
Índices padrão
Cálculos e comparação
Relatório de análise
Elaboração do relatório de forma clara para 
determinado usuário
Figura 2
22
Unidade I
2.3 Técnicas de análises
Qual é a melhor técnica para analisar a situação econômico-financeira de uma empresa?
Não há uma resposta para essa pergunta, uma vez que diversos são os ramos de atividades e os 
mercados em que as empresas atuam, inclusive há “n” formas de lideranças empresariais, e todas elas 
influenciam na tomada de decisão, qualquer que seja o resultado obtido na análise financeira.
 Lembrete
Os indicadores são a referência para a mensuração dos resultados da 
empresa.
Porém, alguns indicadores são imprescindíveis para conhecer a situação econômico-financeira de 
qualquer empresa, por serem aqueles que mostram a evolução (ou não) das contas patrimoniais e 
de resultado num determinado período. Eles serão medidos pelas análises vertical e horizontal em 
conjunto com os seguintes indicadores financeiros e econômicos:
• Indicadores financeiros:
— índices de liquidez: medem a capacidade de pagamento da empresa;
— índices de endividamento: estabelecem o montante de dívidas assumidas pela empresa e se 
há condições de assumir mais dívidas;
— índices de atividade: mostram em número de dias os prazos para recebimento das vendas 
a prazo, os pagamentos das compras a prazo para o estoque, bem como o número de dias 
necessários para a renovação dos estoques.
• Indicadores econômicos:
— índices de rentabilidade: os diversos índices de rentabilidade, como taxa de retorno sobre o 
investimento e sobre o patrimônio líquido, entre outros; em geral, medem a potencialidade da 
empresa de gerar receitas de vendas.
 Saiba mais
Para mais informações, consultem a obra Contabilidade e finanças: para 
não especialistas (Ed. Pearson, 2010), dos autores Ching Hong, Fernando 
Marques e Lucilene Prado.
23
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Resumo
Esta unidade direciona a necessidade de se ter base para a tomada 
de decisão. Um gestor deve decidir com base em números, valores 
que justifiquem as ações por meio dos resultados apontados pelos 
demonstrativos contábeis.
O aluno, agindo como gestor, deve decidir em diversas frentes, tais 
como: o negócio exime maiores investimentos? Compensa fazer esses 
investimentos? Em que área se devem fazer esses investimentos? Os 
recursos utilizados serão próprios ou de terceiros?
O balanço patrimonial é um demonstrativo contábil que registra a 
evolução patrimonial da empresa, ou seja, as mudanças em bens, direitos e 
obrigações. Aponta se houve aumento ou não, se se investiram recursos e 
quanto e de onde vieram os recursos.
Demonstrativo do resultado do exercício é um demonstrativo que 
equaciona a relação entrada e saída: quando o resultado é positivo, houve 
lucro; se for negativo, houve prejuízo. Tem estrutura própria, separando 
por natureza as contas para que se saiba onde estão os recursos da 
empresa. Esses dois demonstrativos são os mais importantes para análise 
gerencial.
 Exercícios
Questão 1. (Enade – Ano 2009, Ciências Contábeis – Questão 11).
A constituição das provisões para férias, décimo terceiro salário e dividendos propostos é uma 
conduta profissional que atende a qual princípio contábil?
A) Competência.
B) Consistência.
C) Continuidade.
D) Entidade.
E) Prudência.
Resposta correta: alternativa A.
24
Unidade I
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: como o princípio da competência reconhece as receitas e as despesas e não se trata de 
um princípio relacionado com os pagamentos, a alternativa A está correta.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa B não está correta, pois aqui não entra em questão a consistência dos 
números, mas sim a sua destinação.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa C trata da continuidade, isto é, demonstra a não intenção de interromper 
as atividades da empresa, o que não é pertinente à questão.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa D, por tratar da entidade, que seria o caso de uma pessoa física ou jurídica, 
não responde à pergunta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa E trata da prudência, que é o princípio que busca a previsão de prejuízos 
e, portanto, também não seria adequada nesse caso.
Questão 2. (Adaptada CRC-Exame de Suficiência, 2011 – Questão 32). Em relação às características 
qualitativas das informações contábeis, assinale a opção incorreta.
A) A mensuração e a apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outros 
eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, e mudanças em políticas contábeis 
somente são admitidas quando requeridas pela introdução de normas contábeis aperfeiçoadas.
B) As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, 
ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros, ou confirmando ou 
corrigindo as suas avaliações anteriores.
C) Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser neutra, isto é, 
imparcial. As demonstrações contábeis não são neutras se, pela escolha ou apresentação da 
informação, elas induzirem a tomada de decisão ou julgamento específico visando atingir um 
resultado ou desfecho predeterminado.
D) Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que 
elas sejam compreendidas pelos usuários. Para tanto, presume-se que os usuários tenham um 
25
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de 
estudar as informações com razoável diligência.
E) Nem todas as informações interferem muito pouco na tomada de decisão, podendo esta ocorrer 
de forma eficaz independentemente dos números apresentados.
Resolução desta questão na plataforma.
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Unidade II
3 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A palavra estrutura significa “forma de apresentação”, ou seja, como as demonstrações contábeis 
devem ser apresentadas aos seus usuários de maneira fácil para o seu entendimento.
 Lembrete
Os relatórios contábeis devem estar claros aos usuários da informação 
contábil.
Sendo assim, a sua estrutura precisa ser padronizada pela legislação; caso contrário, dificultaria a 
tomada de decisão por parte dos diversos usuários das informações contábeis.
A definição de demonstração contábil, segundo Iudícibus et al. (2006), é a exposição resumida e 
ordenada de dados colhidos pela contabilidade.
Esses relatórios têm o objetivo de relatar às pessoas que utilizam os dados contábeis (interna ou 
externamente) os principais fatos registrados por uma organização em um determinado período.
Os relatórios obrigatóriossão aqueles exigidos por lei (Lei das S.A.), sendo mais conhecidos 
como demonstrações financeiras. São exigidos na totalidade para as sociedades anônimas e 
parte deles é estendida a outros tipos societários, por meio do Imposto de Renda (IUDÍCIBUS et 
al., 2006).
Segundo Assaf Neto (2007) e Iudícibus et al. (2006), a Lei das Sociedades por Ações estabelece 
que, ao fim de cada exercício social (ano), a diretoria fará elaborar, com base na escrituração contábil, 
obrigatoriamente, as seguintes demonstrações financeiras:
• balanço patrimonial;
• demonstração de resultado do exercício;
• demonstração das mutações ou demonstração de lucros ou prejuízos acumulados;
• demonstração das origens e aplicações de recursos.
Tais demonstrações deverão ser publicadas em dois jornais: no Diário Oficial, assim como em um 
jornal de grande circulação (IUDÍCIBUS et al., 2006).
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Lembrete
As demonstrações financeiras devem ser publicadas como forma de 
divulgar os resultados da empresa aos stakeholders.
Outro aspecto relevante é que as demonstrações financeiras de cada exercício devem ser publicadas 
com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, porém a 
legislação não especifica nada a respeito da correção monetária desses valores do exercício passado, 
assim, praticamente a totalidade das empresas publica os valores do exercício anterior da mesma forma 
que foram apresentados naquela época, ou seja, sem qualquer tipo de correção (ASSAF NETO, 2007).
3.1 Dados complementares das demonstrações financeiras
Iudícibus et al. (2006) ressaltam ainda que, como complemento das demonstrações financeiras, as 
sociedades por ações deverão informar aos usuários desses relatórios os seguintes dados adicionais:
• Relatórios da diretoria (ou administração)
Nesse relatório, a diretoria dá ênfase às informações normalmente de caráter não financeiro, como: 
dados estatísticos diversos; indicadores de produtividade; desenvolvimento tecnológico; a empresa no 
contexto socioeconômico; políticas de recursos humanos; expectativas com relação ao futuro; projetos 
de expansão etc.
• Notas explicativas
São notas de rodapé que esclarecem critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam o lucro; 
obrigações de longo prazo; garantias às dívidas etc.
• Parecer dos auditores
As sociedades anônimas têm a obrigatoriedade de publicar suas demonstrações com o parecer 
da auditoria, ou seja, uma empresa (escritório de auditoria) ou pessoa física (contador credenciado) é 
contratada para legitimar as informações contidas nos demonstrativos publicados.
• Valor adicionado (balanço social)
Nesse item, a organização evidencia o perfil social da empresa: relações de trabalho; perfil dos 
empregados; tributos pagos; investimentos para a comunidade e para o meio ambiente. Aqui, o destaque 
é o valor agregado (valor adicionado) que mostra qual é o destino dos recursos gerados pela empresa.
As mudanças, tanto na estrutura do balanço patrimonial quanto na demonstração de resultado 
do exercício que veremos em seguida, não são apenas alterações de nomenclatura de seus 
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subgrupos; trata-se de uma nova concepção, formação do valor da empresa, uma nova visão da 
gestão empresarial.
 Observação
Constituem os stakeholders todos aqueles vinculados ou interessados 
nos negócios da empresa/entidade.
Tais mudanças foram necessárias para inserir o Brasil no contexto mundial em relação aos 
investimentos em bolsas de valores; assim, a legislação contábil brasileira passa a atender as Normas 
Internacionais de Contabilidade.
Também foram alteradas algumas das demonstrações contábeis:
• Lei 6.404/76 (anterior)
— Relatório da administração
— Balanço patrimonial
— Demonstração do resultado do exercício
— Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados
— Demonstração da mutação do patrimônio líquido
— Demonstração das origens e aplicações de recursos
— Notas explicativas
— Parecer do conselho fiscal
— Parecer da auditoria externa
• Lei 11.638/07 (atual)
— Relatório da administração
— Balanço patrimonial
— Demonstração do resultado do exercício
— Extinta (substituída pela demonstração da mutação do patrimônio líquido)
— Demonstração da mutação do patrimônio líquido
— Demonstração do fluxo de caixa
— Demonstração do valor adicionado
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— Notas explicativas
— Parecer do conselho fiscal
— Parecer da auditoria externa
Conforme já exposto, o presente estudo toma as duas principais demonstrações financeiras para 
análise: balanço patrimonial e demonstração de resultado do exercício; em seguida, apresentaremos 
sua estrutura com base na legislação vigente – Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09 (ambas alteraram a 
Lei 6.404/76), complementada com os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), 
as Normas Técnicas do Conselho Federal de Contabilidade e, ainda, para empresas sociedades 
anônimas, tem-se as portarias dos órgãos fiscalizadores Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 
Banco Central (Bacen) e outras entidades conforme a atividade empresarial (seguradoras, saúde, 
agronegócio etc.).
 Saiba mais
Para mais informações, consulte a obra Análise das demonstrações 
contábeis (Atlas, 2001), de José Carlos Marion.
 Lembrete
Esteja atento às novas mudanças da legislação contábil.
 Saiba mais
Para um melhor estudo, recomendamos alguns dos mais de quarenta 
Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamento Técnico 
até o momento, disponíveis em <www.cpc.org.br/pronunciamentos>.
CPC-01 – Redução ao valor recuperável de ativos
CPC-04 – Ativo intangível
CPC-06 – Operações de arrendamento mercantil
CPC-16 – Estoques
CPC-18 – Investimentos em coligadas e controladas
CPC-26 – Apresentação das demonstrações contábeis
CPC-27 – Ativo imobilizado
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3.2 Balanço patrimonial
3.2.1 Noções básicas
Segundo Iudícibus et al. (2006), a definição básica do ativo diz que são todos os bens e direitos de 
propriedade de uma empresa, avaliáveis em unidades monetárias, que representam benefícios presente 
ou futuro para empresa.
Mais detalhadamente, os bens (máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, veículos, instalações etc.) 
podem ser tangíveis (quando têm corpo, matéria) e intangíveis (incorpóreos – marca, ponto comercial).
Há ainda a divisão em móveis (não são fixos ao solo, podendo ser transportados de um lugar para 
outro) e imóveis (fixos ao solo – terrenos, prédios etc.).
 Observação
O balanço patrimonial está representado por três grandes grupos: ativo, 
passivo e patrimônio líquido.
Com relação à propriedade, se o bem ou direito não for de propriedade da empresa, não constará do seu 
ativo. Um arrendamento mercantil (leasing) de uma máquina, pela qual a empresa pagará aluguel mensal, 
não se caracteriza como ativo, embora o bem esteja dentro da empresa (é posse e não propriedade).
No que diz respeito ao valor objetivo, uma empresa, por exemplo, que possui uma “marca” conhecida 
no mercado não poderá evidenciá-la como ativo, embora seja um bem intangível e de sua propriedade, 
pois é difícil avaliar o seu valor em termos monetários.
Com relação aos benefícios presentes ou futuros, se uma empresa tiver um “título a receber” de 
uma empresa falida, ele não poderá ser considerado ativo, pois não há possibilidade de convertê-lo em 
dinheiro, não trazendo benefício algum para a sua portadora.
Sendo assim, para ser ativo, é necessário preencher os quatro requisitos simultaneamente: representar 
um bem ou direito; ser de propriedade da empresa; ser mensurável monetariamente; representar um 
benefício presente ou futuro (IUDÍCIBUS et al., 2006).Lembrete
O ativo representa os bens da entidade e necessariamente precisam ser 
avaliáveis monetariamente.
O passivo exigível, por sua vez, evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros: 
contas a pagar; fornecedores de matéria-prima; impostos a pagar; financiamentos; empréstimos etc., 
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ou seja, o passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida 
(reclamada) a sua liquidação (IUDÍCIBUS et al., 2006).
Iudícibus et al. (2006) definem o patrimônio líquido como os recursos próprios aplicados no 
empreendimento. O investimento inicial dos proprietários (a primeira aplicação) é denominado de 
capital. Se houver outras aplicações por parte dos proprietários (acionistas – S.A., ou sócios – Ltda.), 
teremos acréscimos no capital.
 Lembrete
O passivo representa os credores da entidade.
Porém, o patrimônio líquido não cresce apenas com novos investimentos dos proprietários, mas 
também com o lucro resultante da atividade operacional da entidade e que, obviamente, pertence 
aos proprietários que investiram na empresa. Do lucro obtido em determinado período pela 
atividade empresarial, normalmente, uma parte é distribuída para os donos do capital (dividendos) 
e outra parte é reinvestida no negócio, ou seja, fica retida (acumulada) na empresa. A parte do 
lucro acumulado é adicionada ao patrimônio líquido. Dessa forma, as aplicações dos proprietários 
vão crescendo.
Uma observação importante de Iudícibus et al. (2006) é que, na verdade, tanto o passivo quanto 
o patrimônio líquido são obrigações da empresa, já que no passivo temos as obrigações exigíveis por 
terceiros, sendo por isso conhecidas como capital de terceiros.
No patrimônio líquido, as obrigações são, na verdade, para com os proprietários da empresa, mesmo 
assim, por determinação da lei, eles não podem reclamar a restituição do seu dinheiro investido, assim, 
esse grupo de contas é conhecido como não exigível ou, ainda, de forma mais usual, como capital 
próprio.
 Lembrete
No patrimônio líquido, constam as “obrigações” da entidade para com 
os proprietários.
O balanço patrimonial comporta os bens e direitos e as obrigações de uma empresa num determinado 
período. Balanço patrimonial é subdividido em três grandes grupos:
1) Ativo (bens e direitos), dividido em ativo circulante e ativo não circulante.
2) Passivo (obrigações para com terceiros em geral), também dividido em circulante e não circulante.
3) Patrimônio líquido (obrigações para com os proprietários).
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Iudícibus et al. (2006) argumentam que, para facilitar a interpretação e análise do balanço, existe 
uma preocupação constante em estabelecer uma adequada distribuição de contas. Essa distribuição 
citada obedece duas regras claras e simples: (i) prazo e (ii) liquidez.
Prazo: em contabilidade, curto prazo significa normalmente o período de até um ano. Assim, as 
contas que são lançadas em períodos superiores a um ano são chamadas de rubricas de longo prazo. 
Grau de liquidez decrescente: os itens de maior liquidez são classificados em primeiro plano. Os de 
menor liquidez aparecem em último lugar (IUDÍCIBUS et al., 2006).
 Lembrete
Em contabilidade, o curto prazo representa um período de até um ano, 
enquanto períodos superiores são classificados como longo prazo.
Segundo Iudícibus et al. (2006), o balanço patrimonial é uma demonstração muito utilizada por 
usuários externos à empresa: bancos, governos, fornecedores, sindicatos e até mesmo donos da empresa 
(sócios ou acionistas). Normalmente, esses usuários não precisam ser especialistas em contabilidade. Daí 
a necessidade de o balanço patrimonial ser uma demonstração simples e fácil de ser entendida, pois visa 
mostrar a situação econômico-financeira da empresa para leigos.
Assim, poderíamos iniciar relacionando tudo aquilo que a empresa receberá no curto prazo (aquilo 
que será transformado em dinheiro), confrontando com tudo aquilo que será pago no curto prazo. 
Como essas contas são recebidas e pagas rapidamente e, dessa forma, se renovam constantemente, 
foi dado o nome de circulante (corrente), tanto para o ativo como para o passivo.
 Lembrete
As subclassificações do ativo, passivo e patrimônio líquido servem para 
detalhar as informações referentes às operações da empresa.
O grupo seguinte seria o das contas que a empresa espera muito tempo para receber (ativo), 
confrontando com as contas que ela demora muito para pagar (passivo). Ora, se a empresa espera 
muito para receber, poderíamos chamar esse grupo de realizável em longo prazo. E, por outro lado, 
demorando-se muito para pagar, significa um exigível em longo prazo.
3.2.2 Ativo circulante
Segundo Assaf Neto (2007), o ativo circulante compreende as contas: disponibilidades, créditos, 
estoques e despesas antecipadas realizáveis no exercício social subsequente, o que o caracteriza como 
de realização em até um ano.
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Todavia, em casos anormais em que o ciclo operacional da empresa é superior 
a 12 meses, ativo e passivo circulante podem assumir prazo igual a esse ciclo, 
como ocorre nas construtoras de navios, nas fazendas de criação e engorda 
de gado e outros casos raros. Mesmo assim, porém, as demonstrações são 
publicadas anualmente e o exercício social continua sendo de um ano. Muda 
apenas o conteúdo dos valores do circulante, que passa a abranger prazos 
mais extensos (ASSAF NETO, 2007, p. 93).
Para Iudícibus et al. (2006), entende-se como ciclo operacional aquele período de tempo que uma 
determinada indústria leva para produzir o seu estoque, vendê-lo e receber as duplicatas geradas pelas 
próprias vendas, entrando finalmente o dinheiro em caixa.
É preciso ressaltar que o termo “realizável” é uma expressão contábil e não financeira. Dessa forma, 
deve-se assumir que, em contabilidade, “realizar” tem um sentido próprio, ou seja, “converter”, “mudar”, 
“transformar”, e não só ser recebido em dinheiro.
Assim, os créditos realizam-se por serem recebidos, mas também se realizam se forem dados como 
incobráveis; os estoques de matérias-primas realizam-se mediante utilização para transformação em 
produtos acabados; e estes, consequentemente, se realizam mediante venda. As despesas antecipadas 
realizam-se mediante transformação em despesas do próprio exercício; o imobilizado realiza-se por 
depreciações, por vendas ou por baixas devidas a desapropriação, a acidentes que os inutilizam etc. 
(ASSAF NETO, 2007).
Quanto às disponibilidades, Assaf Neto (2007) argumenta que, praticamente, não há o que comentar, 
a não ser que só podem englobar saldos bancários livres a aplicações para resgate imediato, enquanto 
as aplicações financeiras podem ser em letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, recibos 
de depósitos bancários, debêntures e outras.
Nesse caso, as contas são lançadas no balanço pelos valores originais das aplicações acrescidos 
dos rendimentos proporcionalmente decorridos dentro do regime de competência, independentemente 
de recebimento, e só podem estar contidos os rendimentos gerados, até a data do balanço, e nunca 
os rendimentos que, provável ou certamente, serão “ganhos” posteriormente, nem devem deixar de 
reconhecer os já apropriáveis até essa data.
Assaf Neto (2007) também destaca que as aplicações financeiras podem ainda abranger aplicações 
temporárias em ações, em ouro e outras de caráter nitidamente transitório; nesse caso, figuram tais 
investimentos pelo valor de custo de aquisição.
Para todas essas aplicações, todavia, se o valor líquido de realização (nesse 
caso, isso significa valor de venda no mercado diminuído das despesas e 
eventuais impostos incidentes na venda) na data do balanço for menorque 
o valor contábil até esse momento, faz-se ajuste mediante uma provisão que, 
em contrapartida, registra esse possível prejuízo no resultado do exercício 
(ASSAF NETO, 2007, p. 93).
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Segundo esse autor (2007), os valores a receber de clientes e os outros créditos também devem 
ser devidamente provisionados pelas possíveis perdas como não recebimentos.
Os estoques, por sua vez, podem ser lançados pelo custo histórico de aquisição ou fabricação, 
normalmente com a utilização do critério do preço médio ponderado; às vezes, pode-se utilizar também 
o critério Peps ou Fifo (primeiro que entra, primeiro que sai).
 Lembrete
Os estoques devem ser avaliados por métodos específicos e de acordo 
com a legislação.
Devem também incluir os estoques os adiantamentos e fornecedores por conta de itens que 
serão estocados nessa rubrica (conta). As despesas antecipadas referem-se a recursos aplicados 
em itens que, objetivamente, se referem a serviços ou benefícios que devem ser usufruídos no 
exercício seguinte; é o caso dos prêmios de seguros, dos pagamentos de anuidades de revistas 
e jornais etc. Não devem aqui estar abrangidos adiantamentos concedidos a empregados, a 
diretores etc.
Quanto aos encargos financeiros, só podem estar nas despesas antecipadas os relativos às duplicatas 
descontadas. Os relativos a empréstimos devem aparecer subtrativamente a eles no passivo exigível 
como “encargos antecipados” (ASSAF NETO, 2007).
3.2.3 Ativo não circulante
Composto por ativo realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível (incluso pela 
Lei 11.941/09).
3.2.3.1 Ativo realizável em longo prazo
São ativos de menor liquidez (transformam-se em dinheiro mais lentamente) que o circulante. 
Nesse item, são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades 
coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc. além dos títulos a receber no longo prazo 
(IUDÍCIBUS et al., 2006).
Os realizáveis em longo prazo devem figurar pelo valor corrigido, 
se for o caso. [...] Nossa legislação determina que os créditos junto 
a controladas, coligadas, administradores e sócios, originários de 
atividades não normais (empréstimos, adiantamentos etc.) devem 
figurar como realizáveis em longo prazo, mesmo que vencíveis a curto 
(ASSAF NETO, 2007, p. 94).
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 Lembrete
A liquidez é representada pelo disponível (dinheiro em caixa) e pelo 
realizável em curto prazo.
3.2.3.2 Investimentos
As participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou 
da empresa.
3.2.3.3 Ativo imobilizado
Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da 
companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
 Observação
(Redação dada pela Lei 11.638, de 2007) – No intangível: os direitos 
que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da 
companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio 
adquirido (incluso pela Lei 11.638, de 2007).
3.2.4 Ativos permanentes
Iudícibus et al. (2006) argumentam que são aqueles ativos que dificilmente serão vendidos, pois 
sua característica básica é de não se destinarem à venda. Portanto, pode-se dizer que são itens sem 
nenhuma liquidez para a empresa. Outra característica do ativo permanente é que são itens usados por 
vários anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do circulante, é lenta. Seus valores não variam 
constantemente, daí a denominação de ativo fixo.
No permanente, encontram-se prédios, instalações, equipamentos, máquinas, móveis etc. pelo 
seu valor bruto. Como dedução do valor bruto, encontra-se a depreciação acumulada, que é a perda 
da capacidade (pelo desgaste ou pela deterioração tecnológica) daqueles ativos de produzirem 
eficientemente. Assim, tem-se o valor líquido (valor bruto subtraído da depreciação acumulada), que 
deve se aproximar do valor daqueles ativos em termos de potencial capaz de trazer benefícios futuros 
para a empresa (ASSAF NETO, 2007).
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 Lembrete
A depreciação pode ser caracterizada pela redução do valor de um bem 
em função de sua utilização ou consumo.
Segundo Assaf Neto (2007), o permanente subdivide-se em três grupos:
• Investimento: inversões financeiras de caráter permanente que geram rendimentos desnecessários 
à manutenção da atividade fundamental da empresa.
• Imobilizado: itens de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade 
básica da empresa.
• Intangível: ativos incorpóreos que, da mesma forma, se destinam apenas à manutenção da 
empresa e não para a venda, incluindo o goodwill (fundo de comércio adquirido).
 Saiba mais
Observe as alterações introduzidas pela Lei 11.941/09. Ela pode ser 
acessada pelo link a seguir:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.
htm>
3.2.5 Passivo exigível
Para Assaf Neto (2007), é composto basicamente por dívidas, obrigações, riscos (provisão para 
garantias, por exemplo) e contingências (estas são fatos geradores já ocorridos, como atuações fiscais, 
trabalhistas, ações judiciais e outros litígios em discussão); somente existe diferenciação em função do 
prazo, e os mesmos comentários prevalecem quanto ao ativo circulante.
 Lembrete
As obrigações da empresa representam os valores que esta tem 
de responder a terceiros: bancos, fornecedores, funcionários e 
Governo.
À medida que os empréstimos e financiamentos tomados em longo prazo passam a ser vencíveis no 
exercício subsequente, são transferidos para o passivo circulante.
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3.2.6 Patrimônio líquido
Representa, basicamente, os investimentos dos proprietários (capital) somados aos lucros 
acumulados no decorrer dos anos e que foram retidos na empresa; em outras palavras, não distribuídos 
e ainda não incorporados ao capital. A esse grupo de contas, podemos acrescentar ainda as reservas 
(IUDÍCIBUS et al., 2006).
Mais detalhadamente, para Assaf Neto (2007), o patrimônio líquido é composto pelos cinco subgrupos 
citados anteriormente: (i) capital social; (ii) reservas de capital; (iii) reservas; (iv) ajustes de avaliação 
patrimonial; e (v) prejuízos acumulados.
O capital social deve apresentar somente aqueles valores que foram, de fato, integralizados, ou 
seja, apenas o investimento dos proprietários no empreendimento. É formado basicamente por valores 
recebidos pela empresa, dos sócios ou de terceiros, que são jogados diretamente para o patrimônio 
líquido; esses valores não transitaram nem transitarão pelo seu resultado, por não se referirem a 
prestação de serviços ou a venda de produtos pela empresa.
Assim, são jogados aí os valores de “ágio” na emissão de capital, ou seja, valores recebidos dos sócios 
em aumentos de capital que suplantam as quantias destinadas ao capital propriamente dito (acima do 
valor nominal das ações ou quotas ou, se não houver esse valor nominal, eventual parcela do preço pago 
acima do destinado ao capital).
Pertencem também a essas reservas os valores recebidos do Governo a título de incentivo 
fiscal, como as devoluções de imposto de renda para aplicação no Nordeste, na Amazônia, em 
reflorestamento etc., e outras importâncias recebidas gratuitamente que se destinem a aplicações 
na expansão da capacidade produtiva da empresa (tecnicamente chamadas de subvenções para 
investimento), como no caso de alguns Estados que devolvem ICMS recolhido como estímuloa 
essa expansão.
Também fazem parte desse grupo as doações recebidas, normalmente do Poder Público (terrenos, 
por exemplo, que prefeituras doam para fixar empresas em seus municípios), e alguns outros itens 
abrangidos pela legislação em vigor (ASSAF NETO, 2007).
Os ajustes de avaliação patrimonial são usados essencialmente quando algum ativo da empresa, 
em função do comportamento do mercado e/ou dos índices de inflação, fica extremamente defasado 
de seu valor mais atualizado de reposição.
Nesses casos, a legislação brasileira permite que esses ativos permanentes tenham seus custos 
atualizados por chegar ao valor de mercado, desde que os sócios concordem e haja laudo de avaliação. 
Esse aumento de valor atribuído ao ativo é, em contrapartida, considerado reserva de reavaliação.
Esse acréscimo não deve ser atribuído como parte do resultado do período, tanto do ponto de vista 
técnico como do fiscal. Assim, essa reserva significa o quanto foi aumentado o ativo da empresa em 
função de nova atribuição de valor.
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À medida que esses ativos reavaliados são baixados por depreciação, venda ou outras 
razões, na mesma proporção são diminuídos esses valores das reservas de reavaliação, de tal 
forma que devem sempre refletir o valor líquido ainda existente de saldo com acréscimo ao 
ativo. Essas baixas de reavaliação são feitas ou contra o resultado do exercício, anulando o 
efeito dos valores a mais computados nas depreciações ou nas baixas dos ativos reavaliados, 
ou então jogadas diretamente da reserva para a conta de lucros ou prejuízos acumulados. É 
necessário consultar as notas explicativas para se conhecer o procedimento adotado (ASSAF 
NETO, 2007).
 Lembrete
A reavaliação de ativos representa uma despesa para entidade e 
contribui para variações do patrimônio líquido.
Segundo Assaf Neto (2007), as reservas nada mais são do que lucros gerados pela empresa, 
transitados pelo seu resultado e retidos por várias razões. Assim, a reserva legal é a parcela que a 
legislação impede que seja de fato distribuída.
As estatutárias são as que os estatutos de algumas companhias obrigam que sejam criadas. 
As reservas para contingências dizem respeito a lucros retidos para fazer face a possíveis perdas 
que devem ocorrer no futuro, em função de fatos geradores ainda não acontecidos, como eventuais 
perdas de safras por problemas climáticos, de estoques por possíveis enchentes ou saques ou perdas 
de contratos em vigor; se essas perdas efetivamente ocorrerem, serão considerados prejuízos no 
exercício em que se efetivarem, e essas reservas retomarão a lucros ou prejuízos acumulados para a 
compensação com tais prejuízos.
Já as reservas de lucros a realizar (aqui, realizar significa “transformar em dinheiro”, uma vez que 
são lucros econômica e contabilmente realizados que já passaram pelo resultado do exercício) são frutos 
de lucros que, por não terem sido ainda transformados em dinheiro nem vierem a se transformar no 
próximo exercício, podem ficar retidos até sua monetarização.
Finalmente, as reservas para expansão são retenções não legais nem estatutárias, definidas por 
decisão em assembleia ou deliberação do órgão próprio se não sociedade anônima. Dessas todas, só não 
pode nunca ser utilizada para dividendos a reserva legal.
Ainda para Assaf Neto (2007), em prejuízos acumulados lança-se nessa conta o prejuízo obtido que 
absorverá também as demais reservas de lucros de forma compulsória, para só depois poder figurar 
como “prejuízos acumulados”.
Pela lei 11.941/09, deve-se observar o seguinte modelo:
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No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
• Passivo circulante (incluso pela Lei 11.941/09).
• Passivo não circulante (incluso pela Lei 11.941/09).
• Patrimônio líquido, dividido em capital social, reserva de capital, ajustes de avaliação patrimonial, 
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados (alterado pela Lei 11.941/09).
3.3 Outros relatórios
3.3.1 Origens e aplicações
Contabilmente, a expressão equação contábil indica um detalhe extremamente importante relativo 
ao conceito puro do balanço patrimonial, ou seja, ativo será sempre igual à soma do passivo com 
patrimônio líquido.
Iudícibus et al. (2006) argumentam que o lado do passivo e do patrimônio líquido (capital de terceiros 
e capital próprio) representa toda a fonte de recursos de uma organização (origens do capital).
Assim, nenhum recurso pode ser aplicado na empresa se não for via passivo ou patrimônio líquido. O 
lado do ativo demonstra, por sua vez, todas as aplicações dos recursos originados no passivo e patrimônio 
líquido.
Dessa forma, fica bastante simples entender por que o ativo será sempre igual ao passivo + patrimônio 
líquido, pois a empresa somente pode aplicar aquilo que tem origem comprovada.
Equação contábil básica (IUDÍCIBUS et al., 2006):
Ativo = Passivo + Patrimônio líquido
Uma derivação da equação 1 pode ser obtida da seguinte forma:
Ativo - Passivo = Patrimônio líquido
Dessa forma, Gitman (2004) observa que o balanço patrimonial demonstra sinteticamente a 
posição financeira de uma determinada empresa em certa data. As equações 1 e 2 sugerem que essa 
demonstração iguala os ativos (o que ela possui) ao seu financiamento, o qual pode ser feito com 
capital de terceiros (dívidas) ou capital próprio (fornecido pelos proprietários).
3.3.2 Alteração dos grupos patrimoniais: Leis 6.404/76, 11.638/07 e 11.941/09
A estrutura do balanço patrimonial, de acordo com a Lei 6.404/76, era apresentada da seguinte 
forma:
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Quadro 1 – Balanço patrimonial
Ativo Passivo e patrimônio líquido
Ativo circulante
 Realizável em longo prazo
Permanente
 Investimentos
 Imobilizado
 (-) Depreciação acumulada
 Diferido
 (-) Amortização acumulada
Passivo circulante
 Exigível em longo prazo
 Resultado do exercício futuro
Patrimônio líquido
 Capital social
 Reservas
 Lucros e prejuízos acumulados
Total de ativos Total de passivos + Patrimônio líquido
Fonte: Iudícibus (2009, adaptado)
De acordo com as Leis 11.638/07 e 11.941/09, a estrutura do balanço patrimonial é a seguinte:
Quadro 2 – Balanço patrimonial
Ativo Passivo e patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante
 Realizável em longo prazo
 Investimentos
 Imobilizado
 Intangível
 (-) Depreciação acumulada
Passivo não circulante
 Dívidas em longo prazo
 Operações de resultado do exercício futuro
Patrimônio líquido
 Capital social
 Reservas
 Ajuste de avaliação patrimonial
 Prejuízos acumulados
Total de ativos Total de passivos + Patrimônio líquido
Fonte: Iudícibus (2009, adaptado)
A mudança da estrutura do balanço patrimonial não são apenas alterações de nomenclatura de seus 
subgrupos; trata-se de uma nova concepção de formação dos bens e direitos e obrigações da empresa 
e, consequentemente, uma nova visão do valor da empresa.
Do lado do ativo, foram as seguintes alterações:
• O subgrupo “realizável em longo prazo” foi extinto, e as operações ali classificadas passam a fazer 
parte do “não circulante”..
• As contas do “permanente” também integram o subgrupo do “não circulante”, porém com algumas 
mudanças:
— A inserção da conta “intangível” (bens não corpóreos que eram classificados dentro do 
permanente como imobilizado intangível; exemplo: “marcas e patentes”);
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— A extinção do subgrupo “diferido e amortização acumulada”; as despesas e/ou os custos ali 
registrados passam a ser contabilizados diretamente na demonstração do resultado do exercício 
como gastos do período.
Do lado do passivo,

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