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UNICSUL - Demonstrações financeiras suplem

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Demonstrações 
Financeiras 
Suplementares
Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Alexandre Saramelli 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos 
5
As demonstrações financeiras são uma forma de comunicação das empresas com a sociedade, 
uma verdadeira linguagem que usa a contabilidade, a linguagem universal dos negócios 
para se expressar. Mas, como qualquer “língua”, para melhor entendê-la e expressá-la, é 
importante estudar e ter contato com os conceitos que cercam as demonstrações financeiras. 
Dessa forma, nesta unidade, você irá recordar os principais conceitos que envolvem o 
Balanço Patrimonial, a Demonstração dos Resultados do Exercício e a Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido. 
É muito importante que você leia e interaja com os materiais disponibilizados nas unidades 
de conhecimento. Conhecer esses conceitos é imprescindível para a sua carreira profissional. 
Retomar saberes prévios do aluno sobre o Patrimônio e o Resultado 
Contábil, que foram estudados em outras disciplinas e/ou para o qual o 
aluno já tenha conhecimento tácito.
Demonstrações Financeiras Básicas - 
Uma breve retomada
 · Introdução
 · Arte e Tecnologia
 · O Balanço Patrimonial 
 · Demonstraçâo das Mutações do Patrimônio Líquido
6
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Contextualização
Fábrica W Química
Interior do Brasil
Hoje aconteceu uma explosão aqui
na W Química em um dos silos.
Um funcionário ficou levemente
ferido. A empresa enfrenta
dificuldades financeiras severas.
Por favor, Dona Lurdinha, desculpe 
acordá-la. Chame imediatamente o 
Mauro, a Bernadete e todos os 
integrantes do Comitê de crise. 
Estou voando e vou chegar ao 
escritório por volta das 10h.
Peça para a Bernadete convocar 
jornalistas para umacoletiva
de imprensa. Teremos um dia 
muito cheio hoje!
Fonte: Schmalenbach (1955 p. 11) apud Saramelli (2013)
7
Introdução
Esta disciplina pretende oferecer aos alunos uma visão apropriada sobre as demonstrações 
contábeis que complementam o Balanço Patrimonial, a Demonstração dos Resultados do 
Exercício e a DLPA/DMPL, bem como sua importância e sua correta elaboração, seguindo 
as boas práticas usadas na área contábil, os princípios e convenções contábeis e as normas 
internacionais de contabilidade, além das exigências e expectativas dos usuários e dos mercados. 
Antes, entretanto, é imprescindível retomar o estudo das demonstrações financeiras básicas. 
Segundo Henry Ford (apud LAVILLE, 2009, p. 21), “A empresa deve gerar lucro, ou morrerá. 
Mas se tentarmos fazer funcionar uma empresa unicamente para obter lucro, ela também 
morrerá, pois não terá outra razão de existir.”.
Arte e Tecnologia
Para conhecer a vida e as informações de grande parte das pessoas, mesmo aquelas com 
um perfil mais público e que devido à profissão e/ou atividades precisam se expor mais, não 
existe outra forma: é necessário entrevistar essas pessoas e conversar longamente, saber o que 
perguntar e como perguntar. Porém, mesmo assim, dados e situações que ocorreram há anos 
podem ser distorcidos, seja de forma intencional, seja por causa do amadurecimento da visão 
de mundo da pessoa e de quem ouve o relato.
Há alguns historiadores e escritores que se dedicam à árdua tarefa de realizar biografias 
de pessoas com interesse público, por meio de relatos e documentos, o que é chamado no 
mercado editorial de “biografia não autorizada”. Esse tipo de trabalho está sempre envolto de 
polêmica, distorções, enganos e nem sempre expressa a verdade, e não raramente é feito mais 
pelo interesse comercial de atrair leitores do que para esclarecer fatos. 
Há pessoas que, preocupadas com a ação implacável do tempo, escrevem cuidadosamente 
tudo o que fazem e dizem em diários pessoais para não esquecerem depois. Esses relatos, 
mesmo feitos no calor das situações, anos mais tarde, não expressam a realidade dos fatos. 
Por isso, é sempre muito difícil, em muitos casos, separar a ficção da realidade, até mesmo 
nas descrições feitas com muito rigor metodológico. Convém lembrar o velho ditado popular: 
“Quem conta um conto, acrescenta um ponto”. 
As diferenças culturais e linguísticas trazem ainda mais complicações. Dependendo da visão e do 
conhecimento do tradutor, um livro pode expressar sentimentos diferentes dos que o autor havia 
imaginado. Não raramente, os livros clássicos possuem diversas traduções, cada uma com sua 
característica. Os fãs do personagem inglês “Harry Potter” costumam dizer que existe um “Harry 
Potter” inglês e outro “Harry Potter brasileiro”, mesmo com o máximo cuidado da tradutora.
Com tudo isso, ao relatar uma história sobre uma pessoa física, é impossível que seja 100% 
verdade, pois sempre haverá distorções por menores que sejam. 
8
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Mas... E quanto a uma pessoa jurídica? É possível conhecer dados importantes de uma 
empresa sem ter que perguntar a diretores ou funcionários dessa mesma empresa, apenas 
analisando as demonstrações financeiras? E os aspectos culturais e linguísticos, eles podem 
alterar esse entendimento?
A contabilidade é chamada de “a linguagem internacional dos negócios” e,mesmo não tendo 
o objetivo de acurácia total, as demonstrações financeiras são uma forma de conhecer com 
grande precisão os dados e histórias de uma empresa sem nenhuma necessidade de realizar 
perguntas aos diretores e funcionários dessa empresa. 
E você deve estar pensando: “Mas que exagero! Dá mesmo?”.
E a resposta é: sim!
Claro que isso torna o nosso estudo ainda mais fascinante e intrigante. 
Como é possível fazer isso? 
Então, lembre-se de Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Para Pensar
É possível resumir um universo de informações em poucas folhas de papel, sendo que todo o 
patrimônio de uma empresa é exibido em apenas uma página de papel sulfite?
O Balanço Patrimonial 
Saramelli (2013) comenta que Luca Pacioli incentivou os comerciantes a apurarem balanços 
contábeis com frequência e a divulgarem esses balanços. Certamente que se expor ao mercado 
e ao conhecimento público não é nada agradável, pois tem suas consequências e riscos. Mas 
também tem suas vantagens! Schmalenbach (1955, p. 11) ressaltou uma frase muito significativa 
de Luca Pacioli para motivar os empresários a fazerem públicas suas demonstrações financeiras: 
“[...]é sempre uma boa coisa fechar os balanços uma vez por ano, particularmente para aqueles 
que negociam por parceiros e terceiros. É como o provérbio diz: Ragio Spessa, Amista Longa”. 
Para Pensar
Digamos que um engenheiro tenha uma grande ideia, o de uma máquina que irá facilitar muito a vida 
das pessoas. Realizar esse sonho pode ser muito restrito, ou até impossível, se esse engenheiro fizer isso 
sozinho. Mas se esse engenheiro tiver a possibilidade de trazer colaboradores para seu negócio, esse 
sonho ficará cada vez maior. Mas para isso, precisa dividir/divulgar as demonstrações financeiras. 
9
Figura: A frase de Luca Pacioli sobre a importância de demonstrações financeiras frequentes. 
(Uma contabilidade frequente favorece amizades sólidas e duradouras)
Fonte:Schmalenbach (1955 p. 11) apud Saramelli (2013).
Por meio do balanço patrimonial, é possível verificar o patrimônio líquido da empresa, ou 
seja, a soma dos seus bens, direitos e obrigações, seu ativo, passivo e patrimônio líquido. 
A seguir, veja a demonstração o Balanço Patrimonial real da Empresa Portobello S.A. 
 
 Atenção Atenção
As demonstrações financeiras da empresa Portobello S.A. estão sendo usadas neste trabalho para 
fins estritamente acadêmicos, para fins pedagógicos e em ambiente universitário. Não devem ser 
entendidas, em nenhuma hipótese, como sugestão do professor para o consumo de bens e serviços, 
muito menos a realização de investimentos. 
Figura:Balanço Patrimonial Portobello 2013
Fonte: Portobello S.A.
10
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
 
 Atenção Atenção
Observe que há dois grupos nas colunas desse Balanço Patrimonial, “Controladora” e “Consolidado”. 
Isso ocorre porque essa empresa é um grupo empresarial, que reúne várias empresas. Então, na 
coluna “Controladora”, temos as informações apenas da empresa que controla o grupo empresarial, 
conhecida também pela expressão em inglês “Holding” e a coluna 
“Consolidado” é uma reunião de todos os balanços do grupo. Para realizar essa reunião, é feito um 
trabalho específico chamado de “consolidação”, que você terá em breve a oportunidade de estudar. 
Para fins deste estudo, considere a coluna “Consolidado”. 
Observe, as seguintes características nesse balanço patrimonial: 
- O contador identificou claramente o período a que esse relatório faz jus.
- O contador cita a moeda que é utilizada, no caso, os reais brasileiros e diz que os valores 
estão em milhares.
- Na realidade existem dois balanços: o do exercício contábil atual e o anterior, o que facilita 
a análise.
- A coluna de saldos do lado esquerdo, do Ativo, traz o mesmo saldo das contas do lado 
direito, do Passivo. 
(Nunca haverá um Balanço Patrimonial com saldos diferentes entre o Ativo e o Passivo).
- Os grupos de contas no Balanço Patrimonial estão de acordo com a estrutura abaixo:
Tabela: Estrutura de um balanço Patrimonial, de acordo com o CPC 00 – Pronunciamento 
Conceitual Básico. 
B
en
s 
e 
D
ir
ei
to
s
O
b
rigações
Patrim
ônio 
L
íquido
Ativo Passivo
Ativo circulante
Ativo não circulante,
dividido em:
- Realizável em longo prazo
- Investimentos
- Ativo imobilizado
- Ativo intangível
Passivo circulante
Passivo não circulante
Patrimônio líquido, dividido em:
- Capital social
- Reservas de capital
- Reservas de avaliação patrimonial
- Reservas de lucro
- Lucros (ou prejuízos)
Acumulados
Fonte: Adaptado de Iudícibus et al (2010 p. 163).
11
- Nesse sentido, observe que 48% do Ativo da Portobello estão no Circulante e 52% estão 
no Ativo não Circulante. Essa distribuição é normal, esperada para esse tipo de empresa 
por ser uma indústria (Dados do Consolidado de 2013).
- A conta o Ativo com o maior saldo é a conta/grupo de “Imobilizado” (Com saldo de R$ 
265.572.000,00), o que é justificável, uma vez que uma indústria cerâmica precisa manter 
máquinas industriais de grande porte e valor. 
Pense
Com esse valor do imobilizado da Portobello S.A. seria possível comprar 5.312 carros com o valor 
de R$ 50.000,00 cada um! É muito dinheiro! 
- Observe que, do ano de 2012 para 2013, houve um aumento relevante no saldo de 
imobilizado, que saltou de R$ 187.056.000,00 para R$ 265.572.000,00. Isso parece 
indicar que a administração está preocupada em aumentar o seu parque fabril. 
Essa comparação é uma típica análise de balanços do tipo “horizontal”, em que uma 
mesma conta contábil é comparada de um período para o outro. Existem vários 
modelos e fórmulas normalmente usados no mercado para a análise de balanços e 
você terá a oportunidade de estudar esses modelos e fórmulas. 
- O Ativo representa a aplicação dos recursos financeiros obtidos pela empresa; nesse 
sentido, o Passivo Circulante e o Não Circulante demonstram o volume de recursos de 
terceiros à disposição da empresa e o Patrimônio Líquido é o chamado “Capital Próprio”. 
No caso da Portobello S.A., essa relação é de 79% para Capitais de Terceiros e 21% para 
capitais próprios. Assim, uma das características da empresa é a de ter um alto volume de 
capitais de terceiros, o que é muito inquietante para muitos investidores. 
- No Passivo circulante, a empresa mantém 49% e suas dívidas e no Passivo não circulante, 
a empresa mantém 51%. Ou seja, as obrigações da empresa tem alta exigibilidade, o que 
é uma preocupação. 
- A conta com maior valor no Passivo e Patrimônio Líquido é a conta de “Empréstimos e 
Financiamentos”, com saldo de R$ 202.066.000,00 no Passivo Não Circulante, o que é 
natural, uma vez que ao que parece a empresa realizou empréstimos de longo prazo. O 
preocupante é que o saldo dessa cota supera e muito o Ativo Circulante total e o saldo da 
maior conta no Ativo, que é a conta de “Imobilizado”. 
- Para conhecer detalhes da gestão financeira, mais especificamente da Conta “Caixa e 
Equivalentes de Caixa”, é necessário verificar a “Demonstração do Fluxo de Caixa”. 
12
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
- Para conhecer mais detalhes sobre as contas contábeis, é importante verificar as “Notas 
explicativas”.
Enfim, com essa rápida análise, é possível verificar o perfil do Patrimônio da empresa. Mas 
e sua operação, suas compras e vendas? Como estão? Analise a Demonstração do Resultado 
do Exercício. 
As demonstrações financeiras completas da empresa Portobello S.A. podem 
ser encontradas no site da empresa na internet, na área de relacionamento com 
investidores. Tenha como hábito acompanhar as demonstrações financeiras de uma 
empresa que por algum motivo despertem a admiração. http://portobello.firbweb.
com.br/informacoes-financeiras/demonstracoes-financeiras/
A Demonstração do Resultado do Exercício 
Saramelli (2013) comentou que o balanço patrimonial: 
[...] demonstra a situação econômica e financeira de uma entidade, ou seja, é 
um resumo dos saldos de bens, direitos e obrigações que essa entidade mantém 
em um determinado momento. Essa é uma informação das mais importantes 
e pode ser a base para tomada de decisões. Por exemplo, um fornecedor 
importante poderá começar a fornecer uma matéria-prima restrita no mercado, 
ou atrair um sócio investidor (SARAMELLI, 2013, p.8). 
E sobre as necessidades dos usuários das demonstrações financeiras, Saramelli (2013) 
comentou ainda que:
[...] em grande parte das análises dos usuários da contabilidade, surge a 
necessidade de conhecer além do patrimônio da empresa e sua liquidez, seu 
desempenho nas operações, ou seja, conhecer de forma mais íntima o trabalho 
que realiza e principalmente se essa empresa atende as necessidades das pessoas 
e da sociedade em geral. Se vende bem, tem custos coerentes e principalmente, 
se obtém lucro (SARAMELLI, 2013, p.9).
Apesar de muitos investidores concentrarem suas expectativas na administração do fluxo 
de caixa, há investidores e usuários em geral da contabilidade que estão preocupados com as 
operações de vendas e custos da empresa, se há a geração de lucros. Dessa forma, Saramelli 
(2013) diz que:
Para atender a essa necessidade de informação, temos a Demonstração do 
Resultado do Exercício (representada normalmente pela sigla DRE), que nos 
demonstra o desempenho de uma entidade ao longo de um período de tempo 
restrito , normalmente um mês, um trimestre, ou mesmo um ano (SARAMELLI, 
2013, p.9). 
A Demonstração do Resultado do Exercício é, então, a diferença entre as receitas e despesas 
que, assim como o Balanço Patrimonial, segue uma fórmula matemática: Receitas – Despesas 
= Resultado. Tem a seguinte estrutura básica, conforme a figura abaixo :
13
 Figura: Representação artística da estrutura básica de uma DRE, com a fórmula matemática 
do resultado. 
Fonte:Adaptado de Saramelli (2013)
Observe na figura que, nas Receitas, temos dinheiro que entra na empresa. Essa entrada 
deriva das vendas efetuadas no período. Para que essas receitas fossem possíveis, a empresa 
teve gastos, que são representados pelas “despesas”, que foi o dinheiro subtraído. O confronto 
entre um e outro são o resultado. 
 
 Atenção Atenção
Os gastos com a produção, manufatura, industrialização ou realização de bens e/ou serviços são Custos.
E os gastos com administração, vendas e demais atividades de apoio são as DESPESAS. 
Quanto à estrutura legal da Demonstração do Resultado do Exercício, a Lei 6.404/1976, de 
acordo coma lei 11.638/2007, institui a seguinte estrutura:
Disposições contidas na Seção V da Lei nº6.404/76 Demonstração do Resultado do Exercício 
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos 
e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, 
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o 
saldo da conta de correção monetária (artigo 185, § 3º);
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; 
(Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995);
14
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para 
o imposto;
VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou 
previdência de empregados;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo 
na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência 
ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; 
(Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007);
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua 
realização em moeda; 
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes 
a essas receitas e rendimentos.
§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, 
registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de 
realizado poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição.
Tabela: Estrutura Básica da Demonstração do Resultado do Exercício 
Receita bruta de venda de bens e serviços
(-) Devoluções, abatimentos, descontos comerciais
(-) Impostos sobre venda
= Receita líquida
(-) Custo dos produtos e serviços vendidos
= Lucro bruto
(-) Despesas de vendas
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
(-) Despesas administrativas
(-) Outras despesas operacionais
(+) Outras receitas operacionais
= Lucro operacional
= Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Provisão para Imposto de Renda
(-) Participações e contribuições
= Lucro líquido do exercício
Lucro por ação
Fonte: lei 6.404/1976.
15
Saramelli (2013) nos explica que o Pronunciamento CPC 26 – Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, (2011, parte 82) emite as seguintes orientações: 
A demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, 
obedecidas também as determinações legais:
(a) receitas;
(b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
(c) lucro bruto;
(d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
(e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de 
equivalência patrimonial;
(f) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
(g) despesas e receitas financeiras;
(h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
(i) despesa com tributos sobre o lucro;
(j) resultado líquido das operações continuadas;
(k) valor líquido dos seguintes itens:
(i) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
(ii) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas 
de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que 
constituem a unidade operacional descontinuada.
(l) resultado líquido do período.
Vamos observar essa estrutura em uma empresa real? A seguir a DRE da Empresa Portobello 
S.A. de 2013: 
 
16
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Figura: Demonstração do Resultado do Exercício Portobello 2013.
Fonte: Portobello S.A.
Observe que: 
- Na DRE, o Contador separou o movimento de operações descontinuadas, das operações 
continuadas, como é orientado no CPC 26.
- As receitas líquidas tiveram um aumento relevante, de 15%. 
- Os custos dos produtos vendidos são de 65% em 2012 e 64% em2013, ou seja, praticamente 
não tiveram alteração. Isso mostra que 65% de tudo o que a empresa vende são esforço 
de produção. Portanto, os custos dos produtos são altos. 
Cálculos realizados: 
Consolidado
2013 2012
Receita líquida de venda 834.032,00 706.471,00 
Custo dos Produtos Vendidos 530.279,00 456.052,00 
Participação dos Custos: 64% 65%
17
- Houve um aumento nas despesas operacionais e no Resultado Financeiro. 
- O confronto entre as receitas e despesas (custos+despesas) resultou em um lucro de 
R$ 90.511.000,00 em 2013, um pouco melhor que 2012. Isso representa 11% das 
receitas líquidas. 
Esse lucro de R$ 90.511.000,00são recursos financeiros que a empresa criou com seu esforço 
de atuação no mercado, e representa um aumento de patrimônio. Nesses casos, Iudícibus et al 
(2010 p.175) ensinam que: 
Na hipótese de se apurar lucro em determinado exercício, após ele ser transferido 
para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, será distribuído desta para outras 
contas, por meio de lançamentos contábeis (Livros Diário e Razão) de forma a 
atender ao seguinte: 
1º) normas legais, pela constituição de Reserva Legal;
2º) normas estatutárias, pela constituição de Reservas Especiais, sem prejuízos 
dos dividendos normais;
3º) proposta de distribuição da administração, ad referendum dos proprietários 
(sócios, acionistas), no pressuposto de sua aprovação formal posterior por esses 
proprietários. (IUDÍCIBUS et al.,2010 p.175).
Saramelli (2013) produziu uma figura com uma representação artística desse processo de 
distribuição de resultados do exercício: 
Figura: Representação artística desse processo de distribuição de resultados do exercício.
Lucros
Sócios,
acionistas
Reservas
especiais
Reservas
legais
Fonte: Adaptado de Saramelli (2013)
Saramelli (2013), com base em Iudícibus et al (2010, p. 176), explica que no caso de um 
resultado negativo, ou seja, um prejuízo, deve ser realizado o seguinte procedimento: 
18
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
[...] se houver saldos nas contas de reservas, esses saldos vão obrigatoriamente 
reduzir o saldo da conta de Lucros e Prejuízos Acumulados. Esses autores 
dizem que: “Se essa conta ficar com saldo devedor (Prejuízo Acumulado), 
obrigatoriamente são transferidos para ela saldos das Reservas de Lucros (a 
última a ser usada será sempre a Reserva Legal) até que seu saldo fique zerado”.
(IUDÍCIBUS et al.,2010 p.176).
Segundo Iudícibus et al (2010 p. 176), “a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados somente 
pode ter saldo negativo (Prejuízo Acumulado) num Balanço, se tiverem desaparecido todos os 
saldos de todas as Reservas de Lucros. Após isso, podem (não é obrigatório) também ser usados 
saldos das Reservas de Capital para absorver os prejuízos acumulados”. 
Dessa forma, a conta “Lucros e Prejuízos Acumulados” é muito importante porque faz 
uma ligação, ou uma ponte entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do 
Exercício.Saramelli (2013) enfatiza esse ponto ao dizer que essa conta é tão importante que, 
conforme Iudícibus(2010 p. 175), é obrigatória, ao término do exercício, a preparação de uma 
demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, ou seja, uma demonstração financeira 
exclusiva para facilitar a sua análise.
Vamos verificar o lucro de R$ no Balanço Patrimonial Real da Portobello S.A.?
A seguir, observe apenas a parte do Patrimônio Líquido do Balanço da Portobello S.A.:
Figura: Destaque do Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial Portobello 2013.
Fonte: Portobello S.A.
Cadê o lucro de R$ 90.511.000,00 em 2013? 
Está dentro dos valores movimentados no Patrimônio Líquido em 2013. Para auxiliar essa 
análise, surge entãoa necessidade da empresa divulgar a Demonstração de Lucros e Prejuízos 
Acumulados, ou a Demonstração de Mutações do Patrimônio líquido. 
19
Demonstraçâo das Mutações do Patrimônio Líquido
Há duas demonstrações do Patrimônio Líquido, a DLPA e a DMPL. Para este livro, iremos 
estudar imediatamente a DMPL. 
Costa (2010, p. 75) apud Saramelli (2013) diz que a DLPA (Demonstração Lucros e Prejuízos 
Acumulados) pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL). Ele diz:
Na verdade, a DLPA é parte da DMPL, pois esta última tem como objetivo 
evidenciar as transformações em todas as contas do Patrimônio Líquido 
ocorridas entre dois períodos. Como Lucros ou Prejuízos Acumulados se referem 
ao Patrimônio Líquido, estão incorporados na DMPL. (COSTA, 2010, p.75).
Saramelli (2013) comenta que para Martins, Miranda e Diniz (2014 p.48), a DMPL é 
uma demonstração “bastante útil, pois possibilita ao analista, ou usuário das demonstrações 
contábeis conhecer toda a movimentação ocorrida nas diversas contas do Patrimônio Líquido 
durante o exercício.” Eles completam, comentando que “trata-se portanto, de informações que 
complementam as demais demonstrações, notadamente o Balanço Patrimonial e Demonstração 
do Resultado do Exercício. 
Ainda segundo Saramelli (2013), Martins, Miranda e Diniz (2014 p.49) explicam quais as 
operações que movimentam as contas patrimoniais, baseando-se no trabalho de Assaf Neto 
(2010), que classificou as movimentações que afetam o Patrimônio Líquido em três grupos, 
conforme tabela a seguir: 
Tabela: Movimentações que afetam o Patrimônio Líquido:
a) Movimentações que elevam o Patrimônio Líquido: 
 Lucro líquido do exercício; aumento de capital por subscrição e integralização de novas 
ações; ágio cobrado na subscrição de ações e prêmios para debêntures etc. 
b) Movimentações que diminuem o Patrimônio Líquido:
 Prejuízo líquido do exercício; aquisição de ações da própria sociedade (ações em 
tesouraria); dividendos etc. 
c) Movimentações que não afetam o Patrimônio Líquido: 
 Aumento de capital por incorporação de reservas; apropriação do lucro líquido da conta 
de lucros ou prejuízos acumulados para outras reservas; compensação de prejuízos 
através de reservas etc. 
Fonte: Assaf Neto (2010).
20
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Saramelli (2013) diz que “uma característica do Patrimônio Líquido é o de não ter suas contas 
movimentadas com frequência. A conta Capital Social, por exemplo, raramente é movimentada 
e quando o é, depende de alterações nos contratos sociais. Bem diferente do Ativo Circulante 
ou mesmo do Passivo Circulante, que tem uma movimentação frenética”. 
Em complemento, o CPC 26 traz um modelo completo de DMPL, que é exposto a seguir:
Quadro: Modelo de DMPL 
 Fonte: CPC 26.
21
Vamos observar a DMPL Real da empresa que estamos estudando, a Portobello S.A:
Figura: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Portobello 2013.
 
Fonte: Portobello S.A.
E a seguir, uma explicação comparada dos saldos entre o Patrimônio Líquido do Balanço 
Patrimonial e a DMPL.
Fonte: Portobello S.A.
Então, veja só como é possível extrair várias informações importantes das demonstrações 
financeiras sem a necessidade de perguntar aos diretores e/ou funcionários da empresa. 
22
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Material Complementar
Este estudo investiga o conservadorismo condicional como reflexo da qualidade do lucro 
contábil ex post a promulgação da Lei 11.638/07. Utilizando-se do Modelo de Basu (1997) 
em uma amostra de 169 empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, foi analisado 
o período compreendido pelas divulgações das demonstrações contábeis do 1º trimestre de 
2010 ao 2º trimestre de 2011. A seleção do período deu-se em função de que a obrigatoriedade 
da adoção completa dos pronunciamentos contábeis foi exigida apenas na entrega das 
demonstrações contábeis do último trimestre de 2010 e, sendo assim, seus efeitos sobre a 
qualidade do lucro seriam melhor averiguadas após este período. Os resultados apontaram 
ainda significância estatística para os coeficientes que capturam o efeito do conservadorismo 
condicional sobre o lucro contábil trimestral, indicando que o conservadorismo diminuiu após 
a obrigatoriedade da adoção completa das novas normas contábeis para as companhias de 
capital aberto listadas na BM&FBovespa, uma vez que o sinal obtido para o coeficiente, ao 
contrário do que se espera, foi negativo e não positivo, contrariando os achados de Santos et 
al., (2011) cujo estudo não identificou significância estatística para esta variável, arguindo não 
haver conservadorismo nas demonstrações compreendidas entre o primeiro trimestre de 2005 
até o terceiro trimestre de 2009.
Palavras-chave: conservadorismo condicional; Modelo de Basu; qualidade do lucro; 
normas internacionais de Contabilidade.
 
 Explore
Artigo completo disponível em: 
• http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos122012/253.pdf
23
Referências
BRASIL ___. Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>. Acesso 
em: 01 jul. 2014.
___. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração 
e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 01 jul. 2014.
___.Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa 
ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em 
que específica. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/
lei/l11941.htm>. Acesso em: 01 jul. 2014.
Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília) (org.). Pronunciamento conceitual básico 
(r1) estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. 
2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/Arquivos/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. 
Acesso em: 01 jul. 2014. 
Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília) (org.). Pronunciamento 26 (R1) 
Apresentação das demonstrações contábeis. 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.
br/Arquivos/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2003.pdf >. Acesso em: 01 jul. 2014.
IUDÍCIBUS, S. (Coord.) et al. Contabilidade introdutória. 10. ed. Equipe de professores da 
FEA/USP. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações 
contábeis. São Paulo: Atlas, 2013. 
SARAMELLI, Alexandre. Demonstrações Financeiras Básicas. Unidade III. São Paulo: 
Unicsul, 2013. 
24
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Anotações
Demonstrações 
Financeiras 
Suplementares
Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direito e Indireto
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Alexandre Saramelli 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
5
É inegável a necessidade de uma empresa ser bem administrada em seus aspectos 
técnicos, ou seja, o produto ou serviço que se disponibilize em oferecer para a sociedade 
precisa ter boa qualidade. Porém, por melhor que seja a qualidade técnica, todas as empresas 
precisam ter uma boa administração do seu caixa. A Demonstração do Fluxo de Caixa tem 
o nobre objetivo de proporcionar aos usuários da contabilidade a possibilidade de analisar a 
qualidade da administração financeira de uma empresa.
Nesta unidade, você irá aprender estrutura de uma Demonstração do Fluxo de Caixa, 
tanto pelo método direto, quanto pelo método indireto.
Nesta unidade, iremos estudar a estrutura da importante Demonstração do 
Fluxo de Caixa. Trata-se de uma demonstração muito rica para usuários da 
contabilidade que se interessam em observar aqualidade da administração 
financeira da entidade. 
Por isso, é muito importante que você acompanhe atentamente o texto 
principal, colocando-se no lugar, de um investidor que preza pela análise do 
caixa. Mais do que apenas ler o texto, a orientação é que você acompanhe 
a formação de um fluxo de caixa, tanto pelo método direto como pelo 
método indireto, em seu caderno. Também é válido analisar demonstrações 
financeiras reais.
Demonstração do Fluxo de Caixa: 
Modelo Direito e Indireto
 · Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direto e Indireto
 · Principais Demonstrações Financeiras
6
Unidade: Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direito e Indireto
Contextualização
Os jornalistas estarão
na sala de reuniões às 11h00
Sala de reuniões, lotada, cheia de
câmaras, filmadoras e microfones
É verdade que a W Química está
enfrentando uma série crise financeira?
Eu não diria uma grave crise financeira, mas de fato nós
não conseguimos exportar nos últimos dois anos por causa 
da crise financeira internacional, mas nossa administração 
financeira está muito boa mesmo com essa situação! 
Constate isso em nossa demonstração do Fluxo de Caixa.
7
Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direto e Indireto
Em particular, trata-se de uma demonstração contábil nova, que não era elaborada no 
Brasil até a convergência do país às normas contábeis internacionais em 2007. Embora alguns 
contadores brasileiros já a utilizassem para fins gerenciais, era publicada outra demonstração no 
Brasil, a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de recursos, de caráter mais técnico). 
Portanto, a Demonstração do Fluxo de Caixa, para muitos contadores, ainda é uma novidade. 
Isso torna o estudo da Demonstração do Fluxo de Caixa ainda mais imprescindível. Não se trata 
apenas de mais uma demonstração contábil, ou de um simples “extrato”, mas uma poderosa 
análise da qualidade da administração financeira de uma empresa.
Principais Demonstrações Financeiras
As Demonstrações Financeiras são importantes pelas informações que prestam à sociedade 
de uma forma geral. A partir da Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07 e 11.941/09, algumas 
demonstrações se tornaram obrigatórias para as empresas de capital aberto, e que operam com 
ações na Bolsa de Valores, são elas: 
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração do Lucro e Prejuízo Acumulados (DLPA);
• Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC);
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
• Notas Explicativas.
Conforme mencionado anteriormente, o nosso foco de estudo será a Demonstração do Fluxo 
de Caixa, que foi uma das principais mudanças da Lei 11.638/07.
Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC
Com o advento da Lei 11.638/07, a Demonstração do Fluxo de Caixa passou a ser obrigatória 
para as empresas de capital aberto e para as companhias fechadas, quando atingem valor 
superior a dois milhões de reais (2.000.000,00) do Patrimônio Líquido.
Essa lei veio substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, 
uma vez que a Demonstração do Fluxo de Caixa possui a principal característica de facilitar a 
compreensão de seus usuários sobre as informações de forma mais clara e precisa.
O objetivo da Demonstração do Fluxo de Caixa é apresentar informações financeiras sobre a 
movimentação do caixa e equivalentes de caixa, detalhando os pagamentos e recebimentos de 
uma empresa, em um determinado período de tempo, assim como, a necessidade de liquidez.
8
Unidade: Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direito e Indireto
A DFC se completa com outras demonstrações financeiras como o Balanço Patrimonial (BP), 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração da Mutação do Patrimônio 
Líquido (DMPL), permitindo assim que o leitor possa avaliar a geração do caixa, como também 
o financiamento do capital de giro e a capacidade de pagamento das obrigações.
O Financial Accounting Standart Board (FASB) é o principal órgão responsável 
pela criação dos princípios de Contabilidade nos Estados Unidos da América, 
os US GAAP. A orientação e apresentação da DFC está definida no Statement 
of Financial Accounting Standards ( SFAS 95), obrigatório nos Estados Unidos a 
partir de 1988.
Caixa e Equivalente de Caixa
Para a elaboração da DFC, é necessário saber a definição de Caixa e Equivalente de Caixa.
O caixa para a DFC representa a disponibilidade imediata de valores que estão em conta 
caixa e conta banco movimento, sendo que na conta caixa temos o dinheiro e na conta banco 
movimento temos os valores através dos depósitos bancários. Ambas as contas são apresentadas 
no Balanço Patrimonial, grupo Ativo Circulante, subgrupo disponibilidades.
Assim, considera-se “Caixa” todo o dinheiro que a empresa tiver no cofre, no banco e 
em investimentos.
 
 Importante
Valores em moedas estrangeiras, travellers, cheques, depósitos no banco, valores investidos no 
banco, tudo isso é considerado “equivalente de caixa”. 
 
Formas de Apresentação do Fluxo de Caixa
O Fluxo de Caixa pode ser apresentado pelos Métodos Direto e Indireto. O Método 
Direto apresenta a movimentação das disponibilidades, ou seja, as contas caixa e banco, 
suas entradas e saídas.
Quanto ao Método Indireto, é mais completo. Inicia-se a partir do Resultado Líquido do 
Exercício obtido através da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE –, e a este são 
efetuadas as adições e ou exclusões.
Estrutura da DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa
Sua estrutura divide as atividades da empresa em Operacionais, Financiamento e Investimentos.
Caso ocorra prejuízo, a DFC também deverá ser elaborada.
9
Atividades Operacionais
São as atividades principais que geram receita para a empresa. Normalmente estão relacionados 
às contas de resultados que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Podemos citar alguns exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais:
• Recebimentos de caixa obtidos pela venda de mercadorias ou pela prestação de serviços;
• Recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;
• Pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
• Pagamentos de caixa a empregados.
Atividades de Investimentos
As Atividades de Investimentos, na maioria das vezes, estão relacionada aos elementos 
patrimoniais do Ativo Não Circulante, que envolve, Ativo Realizável a Longo, Investimentos, 
Imobilizado e Intangível.
São a aquisição ou alienação, no caso de alienação ocorre quando há transferência de um 
bem para terceiros (3º), de ativos de longo prazo e outros investimentos não incluídos em 
equivalentes de caixa.
Você Sabia ?
A alienação é a transferência da propriedade de um bem para um terceiro, sendo que a posse 
desse bem continua com o beneficiário. As instituições financeiras têm como uma praxe em muitas 
operações alienar um bem, pois, caso esse bem não seja pago, ou surja alguma dificuldade, basta 
reaver a posse, o que é bem mais fácil do que reaver a propriedade. Sugestão: procure saber os 
conceitos de posse e propriedade no direito. 
Abaixo, alguns exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades de investimento:
• Pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, ativos intangíveis e outros 
ativos de longo prazo;
• Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros 
ativos de longo prazo;
• Pagamentos para aquisição de instrumentos de dívida ou patrimoniais de outras entidades 
e participações societárias em empreendimentos controlados em conjunto;
• Recebimentos de caixa resultantes da venda de instrumentos de dívida ou patrimoniais de 
outras entidades e participações societárias em empreendimentos controlados em conjunto;
• Adiantamentos de caixa e empréstimos concedidos a terceiros;
• Recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos e amortização de empréstimos 
concedidos a terceiros;
• Pagamentos de caixa por contratos futuros, contratos a termo, contratos deopção e 
contratos de swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação ou 
venda, ou os pagamentos forem classificados como atividades de financiamento;
• Recebimentos de caixa derivados de contratos futuros, contratos a termo, contratos de 
opção e contratos de swap. 
10
Unidade: Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direito e Indireto
 
 Importante
Os contratos de swap representam um acordo entre duas partes que podem substituir o risco 
de uma posição ativa (credora) ou passiva (devedora), em data futura, conforme critérios pré-
estabelecidos. É um tipo de contrato comum em instituições financeiras, envolvendo taxas de juro, 
moedas e commodities e serve para avaliar e diminuir os riscos.
Atividades de Financiamentos
As atividades de financiamento representam as alterações no tamanho e na composição do 
patrimônio líquido e dos empréstimos da empresa.
Podemos mencionar alguns exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades 
de financiamento:
• Caixa recebido pela emissão de ações ou quotas ou outros instrumentos patrimoniais;
• Pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações ou quotas da entidade;
• Caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, títulos de dívida, hipotecas e 
outros empréstimos de curto e longo prazo;
• Pagamentos para amortização de empréstimo;
• Pagamentos de caixa oriunda de uma operação de Leasing para redução do passivo.
Normas Internacionais de Contabilidade
Em 1972, durante o 10º Congresso Mundial dos Contadores, foi sugerida a criação de um 
comitê de pronunciamentos contábeis internacionais conhecido como IASC. O objetivo deste 
comitê seria formar e publicar um novo padrão de normas internacionais que fossem aceitas e 
entendidas em todo mundo.
A Demonstração do Fluxo de Caixa foi regulamentada pela IAS 7. E as empresas que publicarem 
suas demonstrações em conformidade com os padrões internacionais deverão segui-la.
Porém, no Brasil, as empresas estão tentando se adequar ao conjunto de normas internacionais 
e para a DFC a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o pronunciamento técnico 
CPC 03 e o Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução 1.125 CFC/2008 aprovou 
a NBC T 3.8.
11
Modelos de Demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Direto
A seguir, apresenta-se a estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Direto: 
I - ATIVIDADES OPERACIONAIS
1. ENTRADAS
Vendas à vista
Recebimento de clientes
Outros
2. SAÍDAS
Compras à vista
Pagamentos a fornecedores
Pagamento de tributos
Pagamentos de salários e encargos
Pagamentos de despesas (exceto financeiras)
Outros
SALDO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (1-2)
II – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
3. ENTRADAS
Venda de ativos investimentos
Venda de ativo imobilizado
Venda de ativo intangível
Recebimento de principal de empréstimos
Receitas financeiras
Outros
4. SAÍDAS
Investimentos no realizável de longo prazo
Investimentos no ativo investimentos
Investimentos no ativo imobilizado
Investimentos no ativo intangível
Concessão de empréstimos
Outros
SALDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS (3-4)
12
Unidade: Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direito e Indireto
III – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
5. ENTRADAS
Emissão de ações
Integralização de capital
Novos empréstimos
6. SAÍDAS
Amortização de empréstimos
Despesas financeiras
Distribuição de resultados
SALDO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO (5-6)
IV - SALDO DO PERÍODO (I + II + III)
V - SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL
VI – SALDO FINAL DO DISPONÍVEL (IV + V)
(modelo adaptado – NBC TG 03)
A soma do resultado líquido em cada uma das atividades demonstra o total da variação do caixa.
Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Indireto
A seguir, apresenta-se a estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Indireto: 
I - ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro Líquido do Exercício
Ajustes
( + ) Depreciações
( + / - ) Equivalência Patrimonial
( + / - ) Ganhos/Perdas de capital
( + / - ) Outros ajustes
Variações nos ativos e passivos circulantes
( + ) Aumentos no passivo circulante
( + ) Reduções no ativo circulante
( - ) Aumentos no ativo circulante
( - ) Reduções no passivo circulante
13
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES
II – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Venda de ativo investimentos
Venda de ativo imobilizado
Venda de ativo intangível
Recebimento de principal de empréstimos
Investimentos no realizável de longo prazo
Investimentos no ativo investimentos
Investimentos no ativo imobilizado
Investimentos no ativo intangível
Concessão de empréstimos
Outros
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DE INVESTIMENTOS
III – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Emissão de ações
Integralização de capital
Novos empréstimos
Amortização de empréstimos
Distribuição de resultados
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DE FINANCIAMENTO
IV - SALDO DO PERÍODO (I + II + III)
V - SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL
VI – SALDO FINAL DO DISPONÍVEL (IV + V)
(modelo adaptado – NBC TG 03)
14
Unidade: Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direito e Indireto
Material Complementar
Como um tema para complementar os seus estudos desta unidade, leia o seguinte artigo científico:
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA: APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
Resumo
Este artigo tem por objetivo verificar a uniformidade das práticas de apresentação e divulgação 
das Demonstrações dos Fluxos de Caixa, divulgadas no Brasil no exercício de 2011, com o 
proposto no Pronunciamento CPC 03. Para isto, foram coletadas e analisadas as demonstrações 
dos fluxos de caixa e notas explicativas, de todas as companhias abertas, de todos os setores 
econômicos, listadas na BM&F Bovespa, que publicaram suas Demonstrações Contábeis no 
exercício de 2011. Os procedimentos de análise fundamentais são as comparações efetuadas entre 
os requerimentos exigidos pelo Pronunciamento CPC 03 com as práticas contábeis observadas 
nos relatórios publicados através de questões formuladas a partir das normas estabelecidas no 
Pronunciamento CPC 03. Os resultados demonstram que ainda há dúvidas de interpretação e 
aplicação do Pronunciamento CPC 03, independente do setor de atuação ou porte da entidade, 
tanto na apresentação, quanto na divulgação da DFC, por exemplo, agregação de contas e falta 
de uniformidade na classificação de algumas contas, como juros e dividendos, entre atividades 
operacionais, de investimento ou de financiamento.
 
 
Explore
Artigo completo disponível em: 
http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos132013/264.pdf
15
Referências
BRASIL ___. Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>. Acesso 
em: 01 jul. 2014.
___. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404, 
de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às 
sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações 
financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11638.htm>. Acesso em: 01 jul. 2014.
___. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao 
parcelamento ordinário de débitos tributários: concede remissão nos casos em que específica. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. 
Acesso em: 01 jul. 2014.
Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília) (org.). Pronunciamento conceitual 
básico (r1) estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-
financeiro. 2011. Disponível em: < http://www.cpc.org.br/Arquivos/Documentos/147_CPC00_
R1.pdf>. Acesso em: 01 jul. 2014.
Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília) (org.). Pronunciamento 26 (R1) 
Apresentação das demonstrações contábeis. 2011. Disponível em: < http://www.cpc.org.
br/Arquivos/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2003.pdf >. Acesso em: 01 jul. 2014.
IUDÍCIBUS, S. (Coord.) et al.Contabilidade introdutória. 10. ed. Equipe de professores da 
FEA/USP. São Paulo: Atlas, 2010.
QUINTANA, A. C. et al. (Org.). Exame de Suficiência do CFC Comentando: Aplicável aos 
demais Concursos Públicos da Área Contábil. São Paulo: Atlas, 2012. 
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações 
contábeis. São Paulo: Atlas, 2013. 
16
Unidade: Demonstração do Fluxo de Caixa: Modelo Direito e Indireto
Anotações
Demonstrações 
Financeiras 
Suplementares
Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado 
Abrangente
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Alexandre Saramelli
Revisão Textual:
Prof. Esp. Tiago Araújo Vieira
5
Nesta unidade iremos estudar o Valor Adicionado e o Valor Abrangente, conceitos muito 
importantes para as empresas atualmente. 
Duas perguntas são fundamentais que você se faça antes de realizar esse estudo: como uma 
empresa pode demonstrar a riqueza que ela, efetivamente, produziu, e, como uma empresa 
pode demonstrar o real esforço da administração, separando os resultados que foram obra 
da sorte ou do azar? 
São duas demonstrações com conceitos novos, que mesmo os contadores mais antigos, 
ainda estão se acostumando. Por isso, é bem capaz que você ao aprender esses conceitos, 
seja agente de mudanças, auxiliando os contadores mais antigos, e não o contrário. Por isso, 
é muito importante que você acompanhe atentamente o texto principal (teórico) e faça com 
afinco os exercícios e todas as atividades previstas. Esta unidade abre as portas para esses 
novos horizontes da contabilidade.
 · Conhecer as Demonstrações do Valor Adicionado e do Resultado 
Abrangente, a elaboração, análise e utilização pelos usuários internos e 
externos da contabilidade. 
Demonstração do Valor Adicionado e 
Demonstração do Resultado Abrangente
• Introdução
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
• Formação da Riqueza criada pela Empresa
• Modelo para empresas em geral – Demonstração do Valor Adicionado
• Exercício Resolvido
• Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)
• Diferença entre a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a 
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)
• Exercício resolvido Demonstração do Resultado Abrangente
6
Unidade: Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
Contextualização
Nós sempre tivemos uma relação dura de conflitos com o 
sindicato dos químicos, mas, ao contrário, afirmamos que 
valorizamos, sim, nossos trabalhadores e damos a eles uma 
excelente remuneração, além de vários benefícios. Você pode 
constatar isso olhando para a Demonstração do Valor
Adicionado em nossas Demonstrações Financeiras.
Hoje de manhã entrevistamos o presidente dos
sindicatos dos químicos que disse que vocês
não estão valorizando os trabalhadores.
O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Continua a Conferência de imprensa, onde jornalistas 
questionam a empresa após o acidente ocorrido na 
fábrica do interior do Brasil, nesta manhã. Eu sou o João Augusto, da Agência
de Notícias Internacional H, e a
minha pergunta é sobre o
relacionamento da empresa
com os empregados.
7
Introdução
Em particular, trata-se de duas demonstrações contábeis novas que não eram elaboradas no 
Brasil até a convergência do país às normas contábeis internacionais, em 2007. Essas trazem 
informações muito úteis, como a formação da riqueza gerada pela empresa e sua distribuição no 
caso da Demonstração do Valor Adicionado e situações que trazem resultados para a essa, mas 
que não dependem do esforço dos sócios, gerentes/administradores. Ambas as demonstrações 
respondem a dúvidas que antes não eram respondidas, o que beneficia investidores e usuários 
em geral e a sociedade como um todo. 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
A Demonstração do Valor Adicionado já é conhecida internacionalmente, há algumas 
décadas. Em determinados países da África, por exemplo, esta é exigida pelo Governo para 
qualquer empresa que deseje se instalar no território, pois o interesse é a análise do quanto será 
gerado de riqueza. 
Sobre o surgimento da DVA, alguns autores discordam quanto ao local de origem. Para Athar 
(1999), surgiu na Europa, enquanto Cosenza (2003), afirma que a Demonstração do Valor 
Adicionado surgiu nos Estados Unidos (EUA), na década de vinte, utilizada como base para 
cálculo dos sistemas de pagamento de incentivos governamentais. 
Consenza menciona, também, que o Valor Adicionado já era conhecido há duzentos (200) 
anos, de acordo com algumas correntes filosóficas.
No Brasil, a Demonstração do Valor Adicionado, que é um dos componentes do Balanço 
Social, originou-se da iniciativa de diversas organizações, pesquisadores e políticos, que tinham 
a intenção de mostrarem aos usuários, tanto externo como internos, a transparência na geração 
e distribuição desses recursos.
Citaremos algumas organizações, como: o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas 
(Ibase), que tinha como presidente o sociólogo Herbert de Souza; a Associação dos Dirigentes 
Cristãos de Empresas - ADCE; e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
Passou a ser obrigatória no Brasil com a aprovação da Lei 11.638/07, que trouxe importantes 
inovações com as Normas Internacionais de Contabilidade.
Uma das diferenças desta demonstração financeira e das demais, está no fator social: além de 
demonstrar a geração de riqueza e a sua distribuição, interage com a sociedade1, uma vez que 
esta contribui direta ou indiretamente, agregando valor para a economia do país.
A DVA tem como base a Demonstração do Resultado do Exercício.
1 Fazem parte da sociedade os trabalhadores, proprietários, governo e terceiros.
8
Unidade: Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
Usuários da Demonstração do Valor Adicionado - DVA
A Demonstração do Valor Adicionado é obrigatória para as sociedades de capital aberto e 
para as empresas que negociam ações na bolsa de valores.
O número de usuários desta demonstração vem aumentando devido às informações que 
nela são evidenciadas, uma vez que as demais demonstrações financeiras não as fornecem.
Varia desde os usuários internos (proprietário, empregados, sócios), até os externos (bancos, 
governo, investidores, acionistas), conforme veremos no organograma:
DVA
Acionistas e
Sócios
Empregados
Governo e
Sociedade
Concorrentes
Cliente e
Fornecedor
Fonte: SEBRAE
Elaboração da Demonstração do Valor Adicionado - DVA
A elaboração das demonstrações contábeis segue os procedimentos das Normas Brasileiras 
de Contabilidade – (Técnicas NBC-T-1), que são elaboradas tendo em vista a finalidade de 
atender, em geral, a usuários externos, de acordo com suas necessidades. A elaboração da DVA 
por segmentos é incentivada, pois fornece detalhes específicos e também por não haver um 
pronunciamento específico para segmentos. A normativa que regulamenta a DVA é a Norma 
Brasileira de Contabilidade – Técnica Geral (NBC-TG-09).
O conceito de Valor adicionado, disposto no Pronunciamento CPC 09, é o seguinte:
Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral, 
medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de 
terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, 
produzido por terceiros e transferido à entidade.
Para iniciarmos a elaboração da DVA é necessário entender alguns termos utilizados em sua 
estrutura, conforme a NBC-TG-09:
9
• Valor Adicionado Bruto: representa a riqueza gerada e normalmente é a diferença entre 
receitas e o valor de insumos adquiridos de terceiros;
• Valor Adicionado Líquido: é o valor adicionado bruto descontado das retenções como 
depreciação, amortizações e exaustões; 
• Valor Adicionado Recebido em Transferência: representa a riqueza gerada por terceiros; 
• Valor Adicionado Total a Distribuir: é o resultado da soma do valor adicionado líquido e o 
valor adicionado recebido em transferência. Representa o valor adicionado a serdistribuído; 
• Participação no Valor Adicionado Total: indica qual a participação de empregados, sócios 
e acionistas, governos, financiadores e credores no valor adicionado total a distribuir.
Formação da Riqueza criada pela Empresa
De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - Pronunciamentos Técnicos (CPC 9) 
a formação de riqueza é composta pelos seguintes Itens e subitens:
a) Receitas
• Venda de mercadorias, produtos e serviços – inclui os valores dos tributos incidentes 
sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao 
ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando, na demonstração do resultado, 
tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas.
• Outras receitas – da mesma forma que no item anterior, são incluídos os tributos incidentes 
sobre essas receitas.
• Provisões para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão – incluem os 
valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.
b) Insumos adquiridos de terceiros
• Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos – incluem os valores das 
matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, 
das mercadorias e dos serviços vendidos, adquiridos de terceiros; não inclui gastos com 
pessoal próprio.
• Materiais, energia, serviços de terceiros e outros – incluem valores relativos às despesas 
originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.
Nos valores dos custos dos produtos vendidos, materiais, serviços, energia consumidos, devem 
ser considerados os tributos incluídos no momento das compras recuperáveis ou não. Esse 
procedimento é diferente das práticas utilizadas na Demonstração do Resultado do Exercício.
• Perda e recuperação de valores ativos – inclui valores relativos a ajustes por avaliação a 
valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos e outros.
• Depreciação, amortização e exaustão – inclui a despesa ou o custo contabilizado no período.
10
Unidade: Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
c) Valor adicionado recebido em transferência
• Resultado de equivalência patrimonial – o resultado da equivalência pode representar 
receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo. 
• Receitas financeiras – incluem todas as receitas financeiras, inclusive as variações 
cambiais ativas, independentemente de sua origem.
• Outras receitas – incluem os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, 
aluguéis, direitos de franquia e outros.
Distribuição da Riqueza criada pela empresa
A distribuição da Riqueza corresponde a 2ª (segunda) parte da Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA). Esta deverá ser bem detalhada e conter, conforme Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis – Pronunciamentos Técnicos (CPC 9), os seguintes itens e subitens:
a) Pessoal, valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:
• Remuneração Direta
• Benefícios
• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
b) Impostos, taxas e contribuições – valores relativos ao imposto de renda, contribuição social 
sobre o lucro, contribuições ao INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do 
Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a 
que a empresa esteja sujeita.
• Federais 
• Estaduais 
• Municipais 
c) Remuneração de capitais de terceiros – valores pagos ou creditados aos financiadores 
externos de capital.
• Juros 
• Aluguéis 
d) Outros
• Lucros retidos e prejuízos do exercício 
• As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio 
– JCP.
 
 Importante
Dependendo do segmento da empresa, a nomenclatura dos itens e subitens é diferente. 
Ver Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamentos Técnicos (CPC 9).
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Modelo para empresas em geral – Demonstração do Valor Adicionado
DESCRIÇÃO
1 – Receitas
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços.
1.2 Outras receitas.
1.3 Receitas relativas à construção de ativos próprios.
1.4 Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão/Constituição.
2 - Insumos Adquiridos de Terceiros
(incluem os valores dos impostos: ICMS, IPI, PIS e COFINS).
2.1 Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos.
2.2 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros.
2.3 Perda/Recuperação de valores ativos.
2.4 Outras (especificar).
3 - Valor Adicionado Bruto (1-2)
4 - Depreciação, Amortização e Exaustão
5 - Valor Adicionado Líquido Produzido pela Entidade (3-4)
6 - Valor Adicionado Recebido em Transferência
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - Valor Adicionado Total a Distribuir (5+6)
8 - Distribuição do Valor Adicionado (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras
8.4) Remuneração de Capitais Próprios
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos/Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros retidos (só para a consolidação)
Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamentos Técnicos (CPC 9)
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Unidade: Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
Exercício Resolvido
1 - (Adaptada – Exame de Suficiência 2012) – A empresa Tectec S/A apresentou a 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), em 31/12/20x1. Com base na DRE 
elabore e comente a Demonstração do Valor Adicionado:
Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/20x1 (valores em reais - R$)
Receita Bruta de Vendas 900.000,00
(-) Tributos sobre as Vendas 128.000,00
Receita Líquida 772.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 548.000,00
Lucro Bruto 224.000,00
(-) Despesa com Pessoal 99.000,00
(-) Despesa com Depreciação 10.000,00
(-) Despesa de Juros sobre Empréstimos 4.000,00
Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 111.000,00
(-) Imposto de Renda 17.000,00
(-) Contribuição Social 6.200,00
Resultado do Período 87.800,00
Seguem algumas informações adicionais:
a) O custo de aquisição da mercadoria vendida foi calculado da seguinte forma:
Valor da Mercadoria .....................................650.000,00
ICMS Recuperado ........................................102.000,00
Custo Aquisição ...........................................548.000,00
b) O valor da despesa com Pessoal é composto dos seguintes gastos:
Salário .........................................................72.000,00
INSS ............................................................27.000,00
Total .............................................................99.000,00
Vamos iniciar a resolução pela estrutura da Demonstração do Valor Adicionado e, em seguida, 
alguns cálculos na obtenção dos valores:
13
Demonstração do Valor Adicionado em 31/12/20x1 (valores em reais - R$)
1 – Receitas
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços 900.000,00
2 - Insumos Adquiridos De Terceiros
2.1 Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 650.000,00
3 - Valor Adicionado Bruto (1-2) 250.000,00
4 - Depreciação, Amortização e Exaustão 10.000,00
5 - Valor Adicionado Líquido Produzido pela Entidade (3-4) 240.000,00
6 - Valor Adicionado Recebido em Transferência 0,00
7 - Valor Adicionado Total a Distribuir (5+6) 240.000,00
8 - Distribuição do Valor Adicionado (*)
8.1 Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta 72.000,00
8.2 Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais 50.200,00
8.2.2 – Estaduais 26.000,00
8.3 Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros 4.000,00
8.4.3 – Lucros retidos/Prejuízo do exercício 87.800,00
Cálculos
• Impostos Federais. Neste exercício é composto por: Impostode Renda (IR) + Contribuição 
Social ( CS) + Instituto da Seguridade Social (INSS)
1 7.000,00 + 6.200,00 + 27.000,00 = 50.200,00
• Impostos Estaduais. Neste exercício temos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias 
(ICMS), cujo resultado foi obtido do valor de Tributos sobre vendas – ICMS a recuperar
128.000,00 – 102.000,00 = 26.000,00.
c) O valor da remuneração de capital de terceiros é de R$ 4.000,00.
d) O valor distribuído para pessoal é de R$72.000,00.
O exercício demonstra de forma clara e objetiva de onde veio a geração de riqueza (venda de 
mercadorias, produtos e serviços), e a forma que esta foi distribuída após as deduções cabíveis. 
O Valor Adicionado a distribuir é 240.000,00, dos quais, 4.000,00 foram para a remuneração 
de terceiros, e com remuneração direta, um total de 72.000,00. É visível o valor de impostos 
que somou 76.200,00.
Por fim, 87.800,00 da riqueza gerada ficou retida na empresa na forma de lucros não 
distribuídos (lucros retidos).
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Unidade: Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)
A Demonstração do Resultado Abrangente tem por finalidade apresentar as despesas, receitas 
e mutações do Patrimônio Líquido que não afetam diretamente os sócios na qualidade de 
proprietários. Estas variações não são apresentadas na DRE.
De acordo com o CPC 26, outros resultados abrangentes compreendem:
• Variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente;
• Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecido;
• Ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações 
no exterior;
• Ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na mensuração de ativos 
financeiros disponíveis para venda;
• Ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de 
instrumentos de hedge em hedge, de fluxo de caixa.
Ao elaborar a DRA, caso haja registro em outros resultados abrangentes de anos anteriores, 
estes poderão ser reclassificados para o resultado do período. Os ajustes de reclassificação 
também podem ser divulgados nas notas explicativas.
Como por exemplo, os ganhos não realizados devem ser deduzidos dos outros resultados 
abrangentes no período em que são reconhecidos, no resultado líquido do período, evitando 
assim, que esse mesmo ganho seja reconhecido em duplicidade.
Existem alguns casos específicos de itens de Receita e Despesa conhecidos como Resultados 
Abrangentes. Por exemplo, ganhos na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda, 
líquidos dos tributos (Normas Brasileira de Contabilidade – Técnica Geral – NBC-TG-38/Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis – CPC 38, que tratam de Instrumentos Financeiros), e perdas derivadas 
de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior, menos tributos sobre ajuste de 
conversão (NBC-TG-02/CPC 02 – trata da Conversão de Demonstrações Contábeis).
 
 Importante
A palavra hedge significa proteção e pode ser definida como a cobertura financeira dos instrumentos 
derivativos e tem a função de cobrir riscos financeiros, como por exemplo: risco de variação de 
índices de preços, risco da variação da taxa de juros, risco cambial e outros. Saiba mais sobre o 
hedge em - http://portalcfc.org.br/wordpress
15
Diferença entre a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
e a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)
O Resultado Abrangente para o período deverá ser apresentado pela empresa em duas 
demonstrações: A DRE e a DRA. Sendo que a DRE apresenta todas as despesas e receitas 
que estejam diretamente ligadas a área operacional; enquanto a DRA demonstra as despesas e 
receitas de outros resultados abrangentes, ou seja, que não fazem parte da DRE. 
Conforme Lunelli, na prática, o resultado abrangente visa apresentar os ajustes efetuados 
no Patrimônio Líquido, como se fosse um lucro da empresa. Por exemplo, a conta ajuste da 
avaliação patrimonial registra as modificações de ativos e passivos a valor justo, que pelo princípio 
da competência, não entram na DRE, no entanto, no lucro abrangente, estas variações serão 
computadas, a fim de apresentar o lucro, de forma mais próxima à realidade econômica da empresa. 
A Demonstração do Resultado Abrangente inicia na última linha da Demonstração do 
Resultado e pode ser apresentada em demonstrativo individual ou dentro da Demonstração da 
Mutação do Patrimônio Liquido (DMPL).
Elaboração da Demonstração do Resultado Abrangente
De acordo com a deliberação da Comissão de Valores Mobiliários – CMV nº 595, de 15 de 
setembro de 2009, a DRA possui alguns itens que são obrigatórios:
• Resultado líquido do período;
• Cada item dos outros resultados abrangentes, classificados conforme sua natureza 
(exceto montantes relativos ao item C);
• Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas, reconhecidas por 
meio do método de equivalência patrimonial; 
• Resultado abrangente do período.
A empresa ao elaborar a DRA deverá também apresentar os resultados líquidos e o resultados 
abrangentes totais do período atribuíveis, sendo:
a) resultados líquidos atribuíveis:
• À participação de sócios não controladores; e,
• Aos detentores do capital próprio da empresa controladora.
b) resultados abrangentes totais do período atribuíveis:
• À participação de sócios não controladores; e,
• Aos detentores do capital próprio da empresa controladora.
16
Unidade: Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
Modelo da Demonstração do Resultado Abrangente
Demonstração do Resultado Abrangente em X1
(=) Resultado Líguido do Período X1 X0
(=/-) Outros Resultados Abrangentes
Variação de Reserva de Reavaliação (quando existente)
Ganhos / Perdas em Planos de Previdência Complementar ou 
Conversão das Demonstrações Contábeis para Exterior
Ajuste de Avaliação Patrimonial
(=/-) Resultados Abrangentes de Empresas Investidas (quando 
reconhecidas pela Equivalência Patrimonial)
(=) Resultado Abrangente do Período
Fonte: http://www.crcpr.org.br/new/
Exercício resolvido Demonstração do Resultado Abrangente
1 - (Adaptado Exame de Suficiência 2012) – Um dos diretores da empresa Alfha S/A, o senhor 
Antônio, solicitou à contadora, dona Ermelinda, algumas demonstrações financeiras. A dona 
Ermelinda distribuiu a tarefa entre seus assistentes e você ficará responsável pela elaboração da 
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA). Seguem alguns dados para realizar a tarefa:
Despesas administrativas reconhecidas durante o período 20.000,00
Ganhos na remensuração de ativos financeiros disponíveis para a venda, 
líquidos dos tributos
45.000,00
(-) Despesa de Juros sobre Empréstimos 4.000,00
Lucro bruto do período 255.000,00
Lucro líquido do período 360.000,00
Perdas derivadas de conversão de demonstrações contábeis de operações 
no exterior, menos tributos sobre ajuste de conversão
190.000,00
Receita de vendas realizadas durante o período 800.000,00
Resultado do período antes das receitas e despesas financeiras 240.000,00
Neste exemplo, temos alguns casos específicos de Receita e Despesa que são consideradas 
como Resultado Abrangente, que são os ganhos na remensuração de ativos financeiros 
disponíveis para venda, líquidos dos tributos e perdas derivadas de conversão de demonstrações 
contábeis de operações no exterior, menos tributos sobre ajuste de conversão.
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Para iniciarmos a DRA, devemos ter o resultado do lucro líquido que, normalmente, é 
apresentado na DFC. Nesse exemplo, isso foi informado. Assim, teremos:
Demonstração do Resultado Abrangente em 31/12/20X1 (em Reais - R$)
Lucro Líquido do Período 360.000,00
(+) Ganhos na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda, 
líquidos dos tributos
45.000,00
(-) Perdas derivadas de conversão de demonstrações contábeis de 
operações no exterior, menos tributos sobre ajuste de conversão
190.000,00
(=) Resultado Abrangente 215.000,00
18
Unidade: Demonstração do ValorAdicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
Material Complementar
Como um tema complementar aos seus estudos desta unidade, apresentamos o seguinte 
artigo científico:
Lucro Líquido versus Lucro Abrangente: Uma análise empírica do nível de volatilidade
RODNEY PEREIRA DE MACEDO
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)
ADRIANA GIAROLA VILAMAIOR
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)
LAURA EDITH TABOADA PINHEIRO
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)
Resumo
O contínuo processo para melhor demonstrar a situação patrimonial das empresas culminou 
na obrigatoriedade da evidenciação do demonstrativo do Resultado Abrangente nos EUA, em 
1997. Contrariando teóricos contábeis em alguns pontos, o Fasb determinou que certas variações 
patrimoniais fossem registradas no Patrimônio Líquido, compondo o Resultado Abrangente, 
em detrimento do reconhecimento no resultado do exercício. Essa postura foi justificada pela 
volatilidade que certas variações patrimoniais causariam no lucro líquido das empresas. Dada a 
iminente obrigatoriedade de evidenciação do resultado abrangente no Brasil, este trabalho analisa 
hipotética e empiricamente, a volatilidade que os outros resultados abrangentes causariam, 
caso fossem registrados no lucro líquido. Utiliza-se de estatística descritiva para analisar vinte 
e duas empresas brasileiras que divulgaram informações contábeis na NYSE, nos períodos de 
2003 a 2007. Os resultados demonstram que o eventual reconhecimento dos outros resultados 
abrangentes causaria alta volatilidade no lucro líquido dessas empresas, sem tendência definida, 
no sentido de aumentá-lo ou diminuí-lo. A tradução nas demonstrações contábeis é o item que 
mais colabora para tal volatilidade.
Palavras chave: Lucro Abrangente, Volatilidade e Resultado Abrangente. 
Artigo completo disponível em: 
http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos102010/353.pdf
19
Referências
BRASIL ___. Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>. Acesso 
em: 01/07/2014.
BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade - Resolução CFC 1.185/09 alt. 1.376/11, 
NBC TG 26. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1185.doc>. Acesso em: 
01/07/2014.
___. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração 
e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em01/07/2014.
_____.Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa 
ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em 
que específica. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/
lei/l11941.htm>. Acesso em: 01/07/2014.
Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília – org.). Pronunciamento conceitual 
básico (r1) estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-
financeiro. 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/Arquivos/Documentos/147_CPC00_
R1.pdf>. Acesso em: 01/07/2014. 
Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília – org.). Pronunciamento 26 (R1) 
Apresentação das demonstrações contábeis. 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.
br/Arquivos/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2003.pdf >. Acesso em: 01/07/2014.
IUDÍCIBUS, S. (Coord.) et al. Contabilidade introdutória. 10ª ed. Equipe de professores da 
FEA/USP. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações contábeis. 
São Paulo: Atlas, 2013. p. 252. 
BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade - Resolução CFC 1.185/09 alt. 1.376/11, NBC 
TG 26. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1185.doc> Acesso 01/07/2014.
20
Unidade: Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Resultado Abrangente
Anotações
Demonstrações 
Financeiras 
Suplementares 
Notas Explicativas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Alexandre Saramelli 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
 
5
Nesta unidade, iremos estudar as notas explicativas, que sempre tiveram sua importância, mas 
nos últimos anos eram relevadas por muitos usuários. Entende-se, após as Normas Internacionais 
de Contabilidade, que as notas explicativas são imprescindíveis. No entanto, ainda não há uma 
definição de como exatamente devem ser as notas explicativas nesse novo contexto. Por isso, 
é muito importante que você acompanhe atentamente o texto principal, colocando-se no lugar 
de um contador interessado em dar relevância para as demonstrações financeiras da empresa. 
Faça os exercícios e todas as atividades previstas. Esta unidade traz um assunto da mais alta 
relevância na contabilidade moderna. 
 Tornar conhecidas as Notas explicativas e capacitar o aluno a elaborá-las. 
Notas Explicativas
 · Introdução
 · Por que estudar Notas Explicativas
6
Unidade: Notas Explicativas
Contextualização
Essa pode ser uma opinião do nosso funcionário, mas 
podemos afirmar que a manutenção da fábrica é muito boa, 
segue todas as boas práticas internacionais... Nós, inclusive, 
temos uma nota explicativa em nossas demonstrações 
financeiras, explicando em detalhes esse assunto,
o que não é muito comum. Pode conferir lá!
Continua a Conferência de imprensa, onde jornalistas 
questionam a empresa após o acidente ocorrido na 
fábrica do interior do Brasil, nesta manhã.
Sou a Rosana Cartã, do Jornal N de 
Fortaleza. Há cerca de um ano, 
quando realizávamos uma matéria 
sobre o mercado de capitais, incluindo 
grandes empresas brasileiras como
a W química, a quem inclusive, 
confirmamos que praticamente teve 
seu mercado prejudicado por conta 
da crise internacional...
Entrevistamos um funcionário da W Química que 
comentou com nossa equipe que não tinha confiança na 
manutenção da fábrica. Segundo esse funcionário, a 
manutenção não era bem feita. Na época, não publicamos 
esse comentário, mas, agora, com a explosão do silo B, 
pergunto: a manutenção da fábrica é boa?
7
Introdução
Com a convergência do país às normas internacionais de contabilidade, é muito importante 
que o contador adicione dados qualitativos ao conjunto de demonstrações financeiras, sendo 
que as notas explicativas fazem parte desse contexto. Trata-se de um assunto de vanguarda, que 
está em intensa discussão no Comitê de Pronunciamentos Contábeis e na IASB.
 
Por que estudar Notas Explicativas
Em todas as publicações de demonstrações financeiras no Brasil, nos jornais, ou na internet, 
entre uma demonstração contábil e outra, sempre iremos encontrar o seguinte aviso: 
 
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações � nanceiras.
Em muitos casos, esse aviso (até por ser muito pequeno), passa completamente despercebido 
pelos usuários da contabilidade que não costumam, ou não costumavam, gastar tempo em ler 
as explicações, ainda mais no mundo frenético dos negócios atuais em que a agilidade e a 
rapidez dos negócios muitas vezes são consideradas fatores dos mais importantes. Esse pequeno 
aviso existe por uma determinação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) justamente para 
chamar a atenção sobre a importância crucial das notas explicativas, que não são apenas um 
comentário, pois fazem parte das próprias demonstrações financeiras. 
Visite o site da Comissão de Valores Mobiliários em:
• http://www.cvm.gov.br 
Também entre os contadores não se observava uma preocupação com a elaboração das 
notas explicativas, sendo muitas vezes um comentário resumido sobre as políticas contábeis da 
empresa, às vezes, um ato cerimonial para cumprir as exigências da lei das sociedades anônimas, 
a Lei 6.404/76.
Por conta disso, mesmo nas universidades, as notas explicativas eram (e continuam sendo) 
pouco estudadas, ofuscadas pelo estudo

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