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Avaliação Direito e Legislação- Viviane Carvalho

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UNIVESIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA 
DIREITO E LEGISLAÇÃO 
DATA:15/02/2021 PROFESSOR: RACHEL AVELAR 
CURSO: ENGENHARIA CIVIL TURMA: 2017.2 
ACADÊMICO(A): VIVIANE CARVALHO DE MORAIS 
 
1. Defina Direito, destacando sua importância para o engenheiro civil (1,0 PONTO). 
Numa perspectiva de Kant: ”Direito é o conjunto de condições, segundo as quais, o 
arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio dos outros de acordo com uma lei geral de 
liberdade”. O engenheiro civil, deve estar em constante observação para esse conjunto de 
condições que foram o “direito”. Um profissional que geralmente está ligado a diversos 
colaboradores dentro das obras e escritórios. O engenheiro deve ter conhecimento dos seus 
direitos e deveres, visto que leva consigo grandes responsabilidades na vida de muitas 
pessoas. 
2. Qual a diferença entre Direito público e Direito privado e como eles influenciam nas 
relações civis do Engenheiro Civil (1,0 PONTO). 
A doutoranda em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da USP, Natália de 
Aquino Cesário, resume a diferença entre esses direitos da seguinte forma: o direito público 
rege as relações e funções do Estado, regulando e controlando as atividades estatais, com um 
interesse público geral em mente. Já o direito privado organiza a interação entre indivíduos 
e/ou organizações na qual um interesse particular é preponderante. Isso influencia na vida do 
engenheiro civil, pois é um profissional que livremente poderá ser um empregado ou 
empregador. 
 
3. As fontes do Direito são os usos e costumes, a lei, a jurisprudência e a doutrina. 
Explique cada uma e cite um exemplo (1,0 PONTO). 
 Leis são preceitos (normas de conduta) normalmente de caráter geral e abstrato, ou 
seja, voltam- se “a todos os membros da coletividade”. Sendo esta a fonte mais 
importante para o nosso ordenamento jurídico. (GARCIA 2015). Além disso, no 
entendimento de Hans Kelsen (2009) as leis podem se dividir quanto a sua hierarquia 
em: a) Leis Constitucionais: São as normas mais importantes do ordenamento jurídico 
nacional, sendo o fundamento de validade das demais normas de Direito, limitando o 
poder, organizando o Estado e definindo os direitos e garantias fundamentais; b) Leis 
Infraconstitucionais: são aquelas previstas no art.59 da CF, as leis complementares, as 
leis ordinárias, as leis delegadas e as medidas provisórias são hierarquicamente 
inferiores, devendo, por isso, ser produzidas de acordo com o devido processo 
legislativo, bem como ter o seu conteúdo em consonância com a Constituição; 
c)Tratados e convenções internacionais: Os tratados provêm de acordos firmados 
entre as vontades dos Estados, e as convenções através de organismos internacionais. 
 Os Costumes consistem na prática de uma determinada forma de conduta, repetida de 
maneira uniforme e constante pelos membros da comunidade. Com relação a lei, três 
são as espécies de costumes: secundum legem, praeter legem e contra legem. O 
costume secundum legem está previsto na lei, que reconhece sua eficácia obrigatória, 
Ex.: art. 13 do cc. O costume é praeter legem quando se reveste de caráter supletivo, 
suprindo a lei nos casos omissos, preenchendo lacunas, Ex.: Parar para um pedestre 
atravessar onde não existe faixa de segurança é um costume em diversas cidades e 
ainda que não possua lei é por todos condutores observado. O costume contra legem é 
aquele que se forma em sentido contrário ao da lei. Embora não revogue a lei pode 
fazer com que ela entre em desuso, Ex.: a função natural do cheque é ser um meio de 
pagamento a vista. Entretanto, muitas pessoas vêm, reiteradamente, emitindo-o não 
como uma mera ordem de pagamento, mas como garantia de dívida, para desconto 
futuro. (GARCIA 2015). 
 A jurisprudência pode ser entendida como o conjunto de decisões uniformes e 
constantes dos tribunais, proferidas para a solução judicial de conflitos, envolvendo 
casos semelhantes, não vinculam julgadores, mas serve como orientação para o 
julgamento. Há aqui uma corrente que embora reconheça a importância da 
jurisprudência entende que esta não é fonte do direito uma vez que ao juiz cabe julgar 
de acordo com a lei, não podendo, portanto, criar o direito (ORLANDO GOMES, 
2014). Entretanto, outra corrente entende que a atividade jurisprudencial é fonte do 
direito consuetudinário uma vez que a uniformização de entendimento positiva o 
“costume judiciário” (MARIA HELENA DINIZ, 2008). Esta fonte do direito, no 
Brasil vem ganhando força pois a jurisprudência exerce o importante papel de 
atualizar as disposições legais tornando-as compatíveis com a evolução social. 
 A Doutrina, exerce função de relevância na elaboração, reforma e aplicação do 
Direito, influenciando a legislação e a jurisprudência, bem como o ensino ministrado 
nos cursos jurídicos. Miguel Reale (2003) e Paulo de Barros Carvalho entendem que a 
doutrina não altera a estrutura do direito apenas ajuda a compreende-lo e, portanto, 
seria uma forma de interpretação do direito e não uma fonte. 
 
4. Defina Bens móveis e imóveis, e exemplifique (1,0 PONTO). 
 
Bens móveis são aqueles que podem ser movimentados de um lugar para outro (por 
movimento próprio ou força alheia) sem danos à sua estrutura. São exemplos de bens 
móveis: dinheiro, máquinas, equipamentos, carros, estoques de mercadorias e ações de 
companhias. 
Os bens móveis podem ser adquiridos por: Tradição, ocupação, invenção ou 
destinação. Eles não precisam de escritura pública, nem incide sobre eles cobrança de imposto 
de transmissão de bens, como acontece na transferência de imóveis. Pode incidir sobre ele 
apenas o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). 
Bens imóveis são aqueles que estão vinculados ao solo e não podem ser removidos do 
seu lugar sem destruição ou dano à sua estrutura. Também podem ser chamados de bens de 
raiz. Edifícios, construções, terrenos e árvores são alguns exemplos. 
Os bens imóveis podem ser adquiridos nas seguintes modalidades: Transcrição, 
Usucapião, Acessão natural, Acessão artificial ou industrial. Diferentemente dos bens móveis, 
esses bens necessitam de escritura pública, registro no Cartório de Registro de Imóveis e 
incide sobre eles o imposto de transferência de propriedade, chamado de ITBI (Imposto de 
Transmissão de Bens Imóveis). Outra diferença é que os bens imóveis sofrem hipoteca 
quando são usados como garantia do cumprimento de alguma obrigação, enquanto os bens 
móveis sofrem penhor. 
5. O que são bens públicos e como eles podem ser classificados? Cite exemplos (1,0 
PONTO). 
O Código Civil de 2002 divide os bens públicos, segundo à sua destinação, em três 
categorias: Bens de uso comum do povo ou de Domínio Público, Bens de uso especial ou do 
Patrimônio Administrativo Indisponível e Bens dominicais ou do Patrimônio Disponível. 
 Os bens de uso comum do povo ou de Domínio Público são os bens que se destinam à 
utilização geral pela coletividade (como por exemplo, ruas e estradas). 
 Os bens de uso especial ou do Patrimônio Administrativo Indisponível são aqueles 
bens que se destinam à execução dos serviços administrativos e serviços públicos em 
geral (como por exemplo, um prédio onde esteja instalado um hospital público ou uma 
escola pública). 
 Os bens dominicais ou do Patrimônio Disponível são aqueles que, apesar de 
constituírem o patrimônio público, não possuem uma destinação pública determinada 
ou um fim administrativo específico (por exemplo, prédios públicos desativados). 
 
 
6. O que são terras devolutas? Qual a diferença entre terrenos de marinha (1,0PONTO). 
As Terras devolutas eram terras abandonadas, não utilizadas pelo poder público ou por 
particulares. Enquanto devolutas não têm uso para serviços administrativos. Essas terras 
devolutas constituem uma das espécies do gênero terras públicas. São terras consideradas 
bens dominicais, pois não tem qualquer destinação pública, portanto, são terras disponíveis. 
Não se tem localização e limites, necessitandoser demarcadas e separadas das outras 
propriedades por meio da ação discriminatória. 
Terrenos de marinha são as faixas de terra fronteiras ao mar, numa largura de 33 metros 
contados da linha do preamar médio de 1831 para o interior do continente, bem como as que 
se encontram à margem dos rios e lagoas que sofram a influência das marés, até onde esta se 
faça sentir, e mais as que contornam ilhas situadas em zonas sujeitas a esta influência. 
 
7. Faça uma pesquisa sobre Direito de Propriedade e Direito de vizinhança. Coloque as 
referências (3,0 PONTOS). 
O direito de propriedade possui uma noção jurídica complexa e dinâmica, que flutua 
no tempo de acordo com as realizações políticas, econômicas e filosóficas de cada país. Na 
Declaração dos Direitos dos Homens de 1867, o art. 17 diz que a propriedade é um direito 
inviolável e sagrado. 
A Constituição da República brasileira de 1988 estabelece em seu artigo 5º, inciso 
XXII, ser garantido o direito de propriedade, encetando, ao mesmo tempo, um direito e uma 
garantia fundamentais. De outro lado, no inciso XXIII do mencionado dispositivo, afirma que 
a propriedade atenderá a sua função social, criando claramente uma limitação àquele direito. 
A partir disso, a Carta traz institutos que regulam a utilização da propriedade e que 
possibilitam a intervenção do Estado neste domínio privado, permitindo, ainda, ao 
ordenamento inferior a criação de outras formas de ingerência. 
O conjunto de normas constitucionais sobre a propriedade revela que ela não pode 
mais ser considerada como mero instituto de direito privado, devido à sua 
constitucionalização, atuando como direito fundamental e como princípio. Além disso, as 
facetas da função social, as limitações e a interferência estatal demonstram a perda do caráter 
absoluto de outrora, relativizando-se seu conceito e aplicação, passando a ser considerada 
como um dos instrumentos capazes de assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social. 
Ademais, o caráter absoluto do direito de propriedade foi sendo superado a partir da 
criação do sistema de limitações negativas e de imposições positivas, deveres e ônus, 
desaguando na concepção da propriedade enquanto função social. Não se confunde mais, 
assim, a faculdade que possui qualquer indivíduo de chegar a ser sujeito desse direito, que é 
potencial, com o direito de propriedade sobre um bem, que somente ocorre quando é atribuído 
positivamente a uma pessoa, o que faz superar a ideia da propriedade como direito natural. 
Os direitos de vizinhança são a parte do Direito Civil que dispõe sobre algumas 
limitações ao uso pleno da propriedade, especialmente com relação aos vizinhos, visando 
reduzir ao máximo os conflitos entre eles. Tem previsão legal nos arts. 1277 a 1313 do 
Código Civil. 
Os direitos de vizinhança regulam desde frutos e galhos de árvores até o direito 
de construir e o direito de passagem no imóvel dos vizinhos, e estão previstos nos 
arts.1277 a 1313 do Código Civil. 
A natureza jurídica do direito de vizinhança é de obrigação propter rem, ou 
seja, de obrigação que acompanha a coisa. 
A criação e o amparo dos Direitos de Vizinhança nascem da inerente 
necessidade de se limitar a propriedade, havendo uma condição de subordinação de seu 
uso a respeito da propriedade de terceiros, isto é, se faz necessária a verificação do 
indivíduo na questão do uso seu imóvel para que esta utilização de forma alguma não 
invada os limites que possam afetar negativamente, direito de um terceiro. 
Ao tratar dos deveres jurídicos que originam as relações de vizinhança, salienta-
se os de tolerância, ou seja, são obrigações impostas a um determinado proprietário em 
relação a interferência de outros em sua esfera jurídica vindo a realizar atos que ele 
teria possibilidade de rechaçar. Quanto aos demais, se portam como deveres de 
abstinência, ou seja, privações de atos que poderiam atingir o bem jurídico ou o 
particular vizinho. 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, L.F. Direito de Propriedade. Direitos Reais, Rio de Janeiro, p.75-76, 
2019. 
MENESES RIOS, Thiago. Direito de propriedade, função social e limitações 
constitucionais. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 3919, 
25 mar. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/27032. Acesso em: 14 fev. 
2021. 
SANTOS, D. et al. Direito de Vizinhança e as Obrigações “Propter Rem”. Revista 
Âmbito Jurídico, Mato Grosso do Sul, 2019. Disponível em: < 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/direito-de-vizinhanca-e-as-
obrigacoes-propter-rem/>. Acesso: 14. fev. 2021.

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