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FISIOTERAPIA EM UTI - Resumos Enya

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Fisioterapia
em terapia
intensiva
R E S U M O S
enya
F I S IOTERAP IA
rolim
Sumário
Introdução a fisioterapia respiratória..............................................01
Algumas doenças respiratórias pulmonares....................................04
Gasometria arterial.......................................................................09
Avaliação Fisioterapêutica..............................................................11
Monitorização respiratória.............................................................15
Oxigenioterapia.............................................................................17
Ventilação mecânica......................................................................20
Ventilação mecânica não invasiva..................................................22
 
1 Introdução a Fisioterapia Respiratória 
Divisão do 
sistema 
respiratório
Vias aereas 
superiores
Nariz, boca, 
faringe e 
laringe
Vias aereas 
inferiores
Traqueia, 
bronquios, 
bronquiolo, 
ductos e 
sacos 
alveolares
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim 
 
Anatomofisiologia 
A respiração é fundamental ocorre no âmbito celular e 
orgânico. 
A respiração celular ocorre a partir de quebras de carbono, 
sendo ela necessária para manter as células bem nutridas. A 
respiração orgânica é caracterizada pela troca gasosa na 
expiração e inspiração, ou seja, a entrada de oxigênio e 
saída de gás carbono. 
Esta ocorre em duas fases: 
O mecanismo da respiração ocorre devido à existência de 
um gradiente de pressão que possibilita que o fluxo possa 
ser gerado. 
 
Na inspiração, a pressão intra-alveolar é menor que a 
pressão atmosférica e, com o aumento da cavidade 
torácica, o ar é direcionado para dentro dos pulmões. 
Na expiração, a pressão intra-alveolar se eleva mais do que 
a pressão atmosférica e o fluxo é invertido. 
Durante o processo de respiração, o tórax sofre alterações 
de suas dimensões lateral, vertical e anteroposterior. O 
movimento que as costelas realizam é comumente 
denominado como braço de bomba e alça de balde. 
 
Figura 1 
 
O principal músculo da respiração é o diafragma, que é 
inervado pelos nervos frênicos (C3 a C5). Sua contração 
gera uma pressão negativa intratorácica. Em uma 
respiração tranquila, esse é o principal músculo inspiratório e 
a expiração ocorre de forma passiva pela retração elástica. 
Também existem os músculos acessórios da respiração, 
utilizados quando a demanda ventilatória aumenta. 
As principais funções do sistema respiratório são: 
• oxigenação sanguínea, 
• termorregulação, 
• eliminação de CO2 e 
• equilíbrio ácido-base. 
 
 
 
 
 
 
Anatomicamente, o trato respiratório se estende da 
boca/nariz até os alvéolos. O sistema respiratório é 
subdividido em vias aéreas superiores e inferiores e em 
zona de condução e zona respiratória. As vias aéreas 
superiores têm por finalidade aquecer, filtrar e umidificar o 
ar inspirado. Nas vias aéreas inferiores e na zona 
respiratória, ocorre a hematose. 
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Ffisioterapeutaraiany.wixsite.com%2Fevidenciafp%2Fsingle-post%2F2016%2F09%2F08%2Fmec%25C3%25A2nica-respirat%25C3%25B3ria&psig=AOvVaw11DRHIulIoq8xnsXdTiQpO&ust=1626978026160000&source=images&cd=vfe&ved=0CAwQjhxqFwoTCOiTzNbj9PECFQAAAAAdAAAAABAa
 
2 Introdução a Fisioterapia Respiratória 
 
Figura 2 
 
Figura 3 
ÁCINO RESPIRATÓRIO: Local onde ocorre a troca gasosa. 
O órgão que abriga parte das vias aéreas inferiores é o 
pulmão: 
 
Figura 4 
O pulmão direito é dividido em três lobos (superior, médio e 
inferior) e o pulmão esquerdo possui dois lobos (superior e 
inferior). O pulmão é revestido por uma estrutura chamada 
pleura que se subdivide em duas: pleura parietal (mais 
externa e que envolve a cavidade torácica) e a pleura 
visceral (que está em contato direto com o pulmão). Entre 
as pleuras, existe o líquido pleural em pequena quantidade. 
Componentes histológicos dos alvéolos: 
 
Pneumócitos tipo: I Controlam o movimento de fluidos entre 
o interstício e a região aerada dos alvéolos. 
Pneumócitos tipo II: Produzem surfactante pulmonar e 
possuem capacidade regenerativa, podendo ocasionalmente 
substituir os pneumócitos tipo I, quando necessário. 
Macrófagos alveolares: Defesa celular no espaço alveolar e 
fagocitose de células estranhas. 
Poros de Kohn Conexão entre os alvéolos, permitindo 
ventilação colateral. 
Controle neural da respiração 
Os centros respiratórios são três pares de núcleos 
localizados na formação reticular da ponte e do bulbo. 
• Centro rítmico da respiração: ajusta o ritmo 
respiratório; 
• Centro apnêustico: produz movimentos inspiratórios 
intensos; 
• Centro pneumotáxico: inibe o centro apnêustico e o 
centro inspiratório no bulbo. 
Reflexos respiratórios (sensores) 
Reflexos mecanorreceptores: respondem a alterações no 
volume dos pulmões e/ou na pressão arterial. 
Reflexos quimioceptores: respondem a alterações na PCO2, 
pH e na PaO2 do sangue e do líquido cefalorraquidiano. 
P
a
re
d
e
s
 a
lv
e
o
la
re
s
Pneumócitos tipo I
Pneumócitos tipo II
Macrofagos 
Poros de Kohn 
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FTrato_respirat%25C3%25B3rio_inferior&psig=AOvVaw3breDME4mKwFWO5lm_T4lr&ust=1626978817001000&source=images&cd=vfe&ved=0CAwQjhxqFwoTCMDb6s_m9PECFQAAAAAdAAAAABAJ
https://docplayer.com.br/142442737-Biofisica-da-respiracao.html
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.vecteezy.com%2Farte-vetorial%2F1782959-fissuras-e-lobos-pulmoes&psig=AOvVaw1RqLZSJTatpGaanpmxUA5u&ust=1626979230326000&source=images&cd=vfe&ved=0CAwQjhxqFwoTCMiK6a3o9PECFQAAAAAdAAAAABAa
 
3 Introdução a Fisioterapia Respiratória 
Reflexos protetores: respondem a danos e/ou irritação do 
trato respiratório. 
Por meio desses sensores os centros de controle central 
(ponte, bulbo e outras partes do cérebro) recebem 
(aferente) o “sinal” para enviar (eferente) aos músculos 
respiratórios, os efetores. 
 
Volumes e capacidades pulmonares 
O sistema respiratório possui quatro volumes e quatro 
capacidades pulmonares, que representam a soma de dois 
ou mais volumes. 
 
VOLUMES 
Volume corrente (Vc): Volume de ar inspirado ou expirado em 
um ciclo respiratório. 
• Valor considerado normal: 500 ml. 
Volume de reserva inspiratório (VRI): Máximo de ar que pode 
ser inspirado após uma inspiração basal. 
• Valor considerado normal: ~ 3000 ml. 
Volume de reserva expiratório (VRE): Máximo de volume de 
ar que ainda pode ser expirado após uma expiração basal. 
• Valor considerado normal:~ 1100 ml. 
Volume residual (VR): Volume de ar que permanece nos 
pulmões mesmo após uma expiração forçada. 
CAPACIDADES 
Capacidade inspiratória (CI): Volume máximo que um indivíduo 
pode inspirar após expiração basal. 
• (CI= Vc + VRI). 
Capacidade vital (CV): Volume máximo de ar mobilizado entre 
inspiração e expiração máximas. 
• (CV = Vc + VRI+ VRE). Valor considerado normal: 65-
75 ml/kg. 
Capacidade residual funcional (CRF): Volume de ar que 
permanece nos pulmões após uma expiração basal. 
• (CRF= VRE +VR). 
Capacidade pulmonar total (CPT): Volume contido nos pulmões 
após uma inspiração máxima. 
• (CPT= VRI +Vc + VRE +VR). 
 
Relação ventilação perfusão V/Q 
O oxigênio (O2) e o dióxido de carbono (CO2) se movem 
entre o ar e o sangue por difusão simples, isto é, de uma 
área de alta pressão para outra de baixa pressão. 
A relação ventilação perfusão (V/Q) refere-se à quantidade 
de ventilação e a quantidade de sangue que chega ao pulmão. 
Para ocorrer uma troca gasosa considerada ideal, é 
necessário que o volume de ar que entra no alvéolo (V) seja 
próximo ao volume de sangue (Q) que passa através do 
pulmão. 
O fluxo de sangue não se distribui de forma homogênea e 
depende de fatores, como: 
• pressão hidrostática capilar, 
• diferença de pressão entre o ar alveolar e as 
arteríolas pulmonares. 
Índices normais da V/Q em diferentes áreas pulmonares 
No ápice,o V/Q é alto devido a ventilação ser maior que a 
perfusão. Na base, o índice V/Q é baixo devido a perfusão 
ser melhor que a ventilação. No médio há equilíbrio na 
relação. 
Alterações na VQ: 
V/Q ALTO - A ventilação é alta e o fluxo sanguíneo é baixo. 
Isso produz aumento de espaço morto. 
V/Q BAIXO - A ventilação é baixa e o fluxo sanguíneo é alto. 
Pode ser chamado de shunt intrapulmonar. 
V/Q NULA - Não há ventilação nem perfusão sanguínea. 
 
 
4 Algumas doenças respiratórias pulmonares 
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim
 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTRIVA CRÔNICA – DPOC 
Caracteriza-se por obstrução crônica ao fluxo aéreo e que 
não é completamente reversível. É uma doença progressiva 
que não tem cura, mas pode ser controlada. Desenvolve-se 
a partir de uma resposta inflamatória do sistema 
respiratório a gases e partículas nocivas. 
O tabagismo é o principal fator de risco associado ao 
desenvolvimento da DPOC e está engloba particularmente 
duas condições principais: enfisema e bronquite crônica 
Bronquite crônica: é a inflamação do revestimento dos tubos 
brônquicos. Caracteriza-se pela produção exacerbada de 
muco (escarro). Os tubos brônquicos se tornam inflamados e 
estreitos. O indivíduo passa a apresentar tosse crônica 
capaz de causar expectoração por 3 meses anualmente e 
em dois anos consecutivos. 
 
Figura 5https://www.saudedica.com.br/wp-
content/uploads/2017/06/bronquite.jpg 
Enfisema pulmonar: os alvéolos dos pulmões são destruídos 
como resultado da exposição prejudicial à fumaça do cigarro 
e a outros gases e partículas irritantes. Ocorre alargamento 
anormal e permanente dos espaços aéreos distais ao 
bronquíolo terminal e destruição das paredes frágeis e 
fibras elásticas dos alvéolos. As vias aéreas pequenas 
colapsam quando o indivíduo expira, prejudicando o fluxo de 
ar dos pulmões. Associado a limitação ao fluxo aéreo e assim 
consequente aprisionamento de ar. 
 
Figura 6 https://www.mayoclinic.org 
Fatores de risco: 
• Tabagismo, exposição a gases e poeiras, vapores, 
queima de combustíveis e asmáticos; 
• E o fator genético associado à DPOC é a deficiência 
de ALFA-1-ANTITRIPSINA. Sendo essa uma proteína 
produzida no fígado e secretada na corrente 
sanguínea para ajudar a proteger os pulmões. A 
deficiência de alfa-1-antitripsina pode causar 
doenças hepáticas e pulmonares. 
Diagnóstico: 
Realizado mais comumente através da espirometria onde a 
relação VEF 1/CVF (Volume Expiratório Forçado no 1º 
segundo - VEF1 - e Capacidade Vital Forçada - CVF) pós-
broncodilatador se encontra < 0,70 representando a 
presença de limitação persistente do fluxo aéreo. 
Apesar disso, a espirometria não deve ser utilizada de 
forma isolada no diagnóstico da patologia. 
Não existe um único teste de diagnóstico para DPOC. A 
confirmação da doença é baseada na avaliação clínica, 
levando em consideração uma combinação de histórico, 
exame físico e confirmação da presença de obstrução ao 
fluxo aéreo usando espirometria. 
A gravidade da limitação do fluxo aéreo pode ser 
determinada pelos percentuais encontrados do VEF1 em 
quatro níveis de acordo com a iniciativa global para a doença 
pulmonar obstrutiva crônica (GOLD). 
https://www.mayoclinic.org/
 
5 Algumas doenças respiratórias pulmonares 
Figura 7 https://draflaviasalame.com/espaco-do-aluno/pbl/cenario-2/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além da classificação do GOLD, para se estabelecer o 
estadiamento da doença, outros instrumentos são utilizados 
para compor essa avaliação e classificação. Entre eles, 
destacam-se: 
• Escala de dispneia do Medical Research Council 
modificada. 
• Questionário para avaliação da DPOC (CAT). 
• Espirometria. 
• Número de exacerbações por ano. 
 
O aprisionamento de ar da DPOC pode ter outras diversas 
repercussões como: 
• Redução da capacidade contrátil do diafragma; 
• Alteração do posicionamento do diafragma; 
• Aumento da CRF; 
• Redução da CI; 
 
As principais comorbidades associadas à DPOC são: 
• Cardiovascular: (insuficiência cardíaca; arritmias; 
hipertensão; cardiopatia isquêmica; doença vascular 
periférica). 
• Musculoesquelético: osteoporose. 
• Ansiedade e depressão. 
• Síndrome metabólica e diabetes. 
• Refluxo gastroesofágico. 
 
 
MEDIDAS DE CONTROLE DA DPOC 
• Cessação do tabagismo. 
• Farmacoterapia (broncodilatadores; β 2 -agonistas; 
antimuscarínicos; metilxantinas). 
• Manter calendário vacinal atualizado (vacinas contra 
influenza e pneumocócica). 
• Reabilitação pulmonar. 
• Oxigenoterapia. 
• Ventilação não invasiva. 
 
CARCINOMA PULMONAR 
O carcinoma broncogênico refere-se a tumores originários 
do parênquima pulmonar ou dentro dos brônquios. 
É o 2º mais visualizado entre homens e mulheres no Brasil 
(sem contar o câncer de pele não melanoma). 
Com alto grau de malignidade o câncer representa um 
crescimento celular anormal, incontrolável, que invade os 
tecidos próximos e distantes. 
Quanto a fisiopatologia dá-se a exposição repetida a agentes 
cancerígenos, em especial a fumaça de cigarro, leve à 
displasia do epitélio pulmonar. Se a exposição for continua 
haverão mutações genéticas que afetam a síntese de 
proteínas. Isso, por sua vez, interrompe o ciclo celular e 
promove a carcinogênese. 
Fatores de risco: 
Principalmente o tabagismo. O risco aumenta com o número 
de cigarros fumados e a duração do tempo de tabagismo, 
sendo que a duração é um fator de risco maior. 
 
6 Algumas doenças respiratórias pulmonares 
• Exposição à poluição do ar, infecções pulmonares 
frequentes, deficiência e excesso de vitamina A, 
doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose 
pulmonar idiopática, fatores genéticos, histórico 
familiar de câncer. 
• A idade avançada também é considerada um fator 
de risco, pois costuma afetar indivíduos por volta 
dos 50-70 anos. 
• Exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos 
como sílica, urânio e cromo. Sendo que o amianto 
tem uma relação causal com o câncer. 
Sintomas: 
• Tosse; 
• Dispneia; 
• Hemoptise; 
• Dor torácica; 
• Rouquidão. 
Os quatro tipos histológicos mais frequentes de sendo o 
1. espinocelular, 
2. adenocarcinoma (ocorre nos brônquios e 
bronquíolos), 
3. carcinoma de grandes células e 
4. carcinoma de pequenas células (são tumores 
agressivos, com estreita relação com o tabagismo). 
Carcinoma de pulmão de pequenas células (CPPC) é 
considerado mais agressivo e de rápida disseminação. O 
sistema nervoso central, fígado e osso são os locais mais 
comuns de metástase. Está fortemente associado ao 
tabagismo. 
Diagnóstico: 
Com base em quadro clínico e exames complementares 
como Raio-X do tórax, e por tomografia computadorizada 
(sendo os principais para investigar suspeitas de câncer 
pulmonar) 
A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser feita 
para avaliar a árvore traquebrônquica e a biópsia (retirada 
de pedacinhos do tumor com uma agulha para exame), 
sendo fundamental obter um diagnóstico mais preciso. 
Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o 
estadiamento, que avalia o estágio de evolução, ou seja, 
verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada 
para outros órgãos. 
No caso do 
CPPC – considera-se um tumor limitado quando a doença se 
encontra-se em apenas um dos pulmões e talvez acometa 
os linfonodos vizinhos e extenso quando acomete outros 
órgãos. 
Tumor (T), nódulo (N) e metástase (M) 
é uma forma internacionalmente aceita de estadiamento. É 
abrangente na definição do tamanho e extensão do tumor, 
localização e disseminação à distância, o que ajuda os 
médicos a tirar conclusões significativas sobre o melhor 
tratamento, evitar cirurgias desnecessárias e fornecer um 
encaminhamento oportuno para cuidados paliativos se a cura 
não for uma opção. 
Estágio O- carcinoma in situ; 
Estágio I 
• Estágio IA - T1 N0 M0; 
• Estágio IB- T2 N0 M0; 
Estágio II 
• Estágio II A -T1 N1M0; 
• Estágio IIB- T2 N1 M0 T3 N0 M0; 
Estágio III A- T3 N1 M0 e Tl-2-3N2 M0; 
Estágio III B- T4 N0-1-2-3 M0 Tl-2-3N3M0; 
Estágio IV Qualquer T / Qualquer N M1a ou M1b. 
T= Tamanho e a extensão do tumor primário (TX, TO, Tis, T1, 
T2, T3 T4). Os tumores T1 e T2 são intrapulmonares. T3 - 
tumores com invasão extrapulmonar. T4 - tumores, de 
qualquer tamanho, com invasão extrapulmonar e 
considerados irressecáveis. N = Grau de comprometimento 
linfonodal (N0, N 1, N 2, N 3). M= Metástases. MX- 
Metástases a distância não avaliáveis. MO- Não existe 
metástases a distância. M1 - Metástases distantes 
presentes; com nódulos neoplásicos em outros lobos 
pulmonares. 
Tratamento: 
Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário 
fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir 
se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos 
em outros órgãos. Para os pacientes com doença localizada, 
e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) 
 
7 Algumas doenças respiratórias pulmonares 
no mediastino (região entre os dois pulmões), o tratamento é 
cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia. 
 
Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos 
linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e 
quimioterapia ao mesmo tempo. 
Em pacientes que apresentam metástases a distância, o 
tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, 
com medicação baseada em terapia-alvo. 
Portanto, o tratamento do câncer de pulmão depende do 
tipo histológico e do estágio da doença, podendo ser tratado 
com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, e/ou 
modalidades combinadas. 
Exercícios aeróbios associados à fisioterapia respiratória de 
forma intensiva no pré-operatório de pacientes que 
possuem indicação de ressecção pulmonar por neoplasia de 
pulmão, demonstram melhorar a capacidade pulmonar e 
reduzir o risco de complicações pós-operatórias. 
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO 
(SDRA) 
Considerada uma lesão inflamatória aguda, difusa, que leva 
ao aumento da permeabilidade vascular pulmonar e perda da 
aeração alveolar. Essas alterações geram colapso pulmonar 
e perpetuam a resposta inflamatória. 
Com isso a indução de edema pulmonar não hidrostático rico 
em proteínas. E consequente, hipoxemia profunda bem 
como achados radiológicos de infiltrados pulmonares 
bilaterais e difusos. 
Os riscos de evolução são: 
• pulmonares, como pneumonia, quase afogamento, 
broncoaspiração 
• e extrapulmonar como sepse, grande queimado e 
pancreatite. 
 
Figura 8- https://pebmed.com.br/sindrome-do-
desconforto-respiratorio-agudo-diretriz-do-annals-of-
intensive-care/ 
 
Figura 9https://pebmed.com.br/sindrome-do-desconforto-
respiratorio-agudo-diretriz-do-annals-of-intensive-care/ 
As definições/classificações anteriores, chamam-se 
“definições de Berlim”. 
Como visto, a SDRA precisa de um fator de risco para 
ocorrer. Além disso, a oxigenação guia o diagnóstico e a 
classificação. 
É importante realizar o cálculo dividindo a Pressão Arterial 
de Oxigênio (PaO2) pela Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2). 
A PaO2 pode ser obtida através de uma gasometria e a 
FiO2 pelo ventilador mecânico. mmHg, SDRA apenas se valor 
inferior a 300 mmHg. 
Ressalta-se que essa síndrome é secundária a alguma 
condição e, para a sua resolução, primeiro precisa-se 
normalizar essa condição causadora. 
Porém, enquanto essa causa não estiver controlada existe a 
necessidade de ventilação mecânica com estratégias 
protetoras que visam diminuir a lesão pulmonar induzida pelo 
ventilador (VILI). 
No decorrer do tempo, no tratamento dessa síndrome, foi 
instituído o suporte ventilatório invasivo, com pressões 
ventilatórias crescentes, associando assim a mais lesão 
pulmonar e maior mortalidade. 
Deve ser usado um volume corrente igual ou menor que 6 
ml/kg que mantenha a pressão de platô menor que 30 
cmH2O. 
(quanto mais grave menor o volume corrente utilizado). 
Calculo do peso ideal para identificar o ml de volume 
corrente será utilizado: 
Homem = 50 + 0,91 x (ALTURA (cm) – 152,4) Mulher = 
45,5 + 0,91 x (ALTURA (cm) – 152,4) 
https://pebmed.com.br/sindrome-do-desconforto-respiratorio-agudo-diretriz-do-annals-of-intensive-care/
https://pebmed.com.br/sindrome-do-desconforto-respiratorio-agudo-diretriz-do-annals-of-intensive-care/
https://pebmed.com.br/sindrome-do-desconforto-respiratorio-agudo-diretriz-do-annals-of-intensive-care/
 
8 Algumas doenças respiratórias pulmonares 
 
Ex: paciente do sexo masculino com 1,62m. 
Peso ideal= 50 + 0,91 (162 – 152,4) 
50 + 0,91 x 9,6 
50 + 8,73 = 58,73 Kg 
Volume corrente= 6 ml x 58,73 Kg 
VC = 352,38 mL 
 
Quando se utiliza VC baixos há o risco de hipoventilação e 
acúmulo de dióxido de carbono (CO2), isso gera a acidose 
respiratória. Assim é necessário, o aumento da frequência 
respiratória está indicado até 35 ipm. 
Caso haja uma redução maior do tempo expiratório ou 
inverter a relação inspiração/expiração. Se isso ocorrer, o 
CO2 não tem tempo para sair, ficando acumulando e 
piorando a acidose. Essa retenção “consentida” de CO2 é 
chamada de hipercapnia permissiva. 
Como as regiões colapsadas, uma alternativa é o uso de 
PEEP altas para homogeneizar o pulmão. A recomendação, 
mesmo que fraca, é o uso de PEEP alta em pacientes com 
SDRA de moderada a grave. Por exemplo, se o paciente 
estivesse com a FiO2 de 70%, deve usar PEEP de 10 a 14 
cmH2O ou de 20 cmH2O, dependendo se você está 
trabalhando com níveis mais baixos ou mais altos de pressão, 
respectivamente. 
Para SDRA leve 
 
Figura 
10https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_re
stritos/files/documento/2021-
03/PROTOCOLO%20DE%20VENTILA%C3%87%C3%83O
MEC%C3%82NICA%20%E2%80%93%20SARA.pdf 
Alguns autores sugerem que antes de aumentar a PEEP é 
necessário recrutar os alvéolos colapsados e depois instituir 
uma PEEP que os mantenham abertos. 
A manobra de recrutamento alveolar deve ser feita da 
seguinte forma: 
• Colocar no modo PCV, com pressão inspiratória de 
15 cmH2O, incremento de 5 em 5 cmH2O a cada 2 
minutos até alcançar 25 cmH2O 
• e, por último, aumentar de 10 em 10 cmH2O até 
45 cmH2O. 
Após o recrutamento, titula-se o nível de PEEP ideal para 
manutenção desses alvéolos abertos. 
Isso pode ser feito através da curva de pressão/volume, 
tomografia computadorizada, tomografia por impedância 
elétrica, PEEP-FiO2 e complacência estática. 
A posição prona na SDRA 
A perfusão ocorre melhor na região dorsal do pulmão. 
Assim, pacientes com SDRA e em decúbito dorsal 
apresentam piora da relação ventilação/perfusão (V/Q). 
Nessa posição, existirá perfusão, mas a ventilação estará 
comprometida. 
Com a posição prona melhora-se a ventilação na região 
posterior, pois a área de edema e colapso ocuparão a parte 
anterior do pulmão (dependente) e assim a ventilação 
melhora, casando com perfusão que já é adequada nessa 
região. Com essa estratégia, existirá otimização das trocas 
gasosas. 
Deve ser feita em pacientes que apresentem a relação 
PaO2/FiO2 menor que 150 mmHg e permanecer desse 
modo por, pelo menos, 18 horas. Após esse tempo, deve 
retornar ao decúbito dorsal e, havendo manutenção da 
relação abaixo de 150, nova pronação deve ser realizada. O 
tempo de dorsal entre uma prona e outra é de seis horas. 
Duvidas com termos: 
Ventilação é a entrada e saída de ar nos pulmões. Ela 
possibilita a entrada do ar vindo do meio ambiente e rico em 
oxigênio e sua chegada aos alvéolos pulmonares. Possibilita 
também a saída do ar carregado de gás carbônico, dos 
alvéolos até o meio externo. Perfusão é o mecanismo que 
bombeia sangue nos pulmões. 
 
 
 
 
.
 
9 Gasometria Arterial 
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim
A gasometria arterial é um exame realizado através da 
punção em especial da artéria radial, mas também pode ser 
realizado nas artérias braquial e femoral. 
Auxilia a identificar distúrbios respiratórios e/ou 
metabólicos, sendo capaz de monitorar os gases e o 
equilíbrio ácido-base. A alteração nos valores de referencia 
dositens a seguir pode causar graves danos a saúde, 
inclusive a morte. 
o Determina o pH do sangue; 
o Capacidade de transporte do oxigênio; 
o Níveis de oxigênio; 
o Níveis de CO2; 
o Níveis de íon de bicarbonato; 
O pH é representado pela formula: pH=HCO3/PaCO2 
A PCO2 representa a capacidade de ventilação e é 
determinado pelo sistema respiratório já o HCO3 representa 
o sistema metabólico. 
O HCO3 – tem relação diretamente proporcional ao pH, ou 
seja, se o HCO3 aumenta, o pH também, sendo o contrário 
verdadeiro. 
PaCO2 – tem relação inversamente proporcional ao pH, ou 
seja, se o PaCO2 aumenta o pH diminui, sendo o contrário 
verdadeiro. 
Valores de referência encontrados na gasometria arterial 
pH PCo2 
(mmHg) 
Po2 
(mmHg) 
HCO3 
(mEq/l) 
BE 
7,35-7,45 35-45 80-100 22-26 +2/-2 
 
A acidose e0/ou alcalose podem ser de origem respiratória, 
metabólica ou mista, em que ocorrem alterações 
simultâneas de HCO3 e PaCO2 que alteram de forma 
semelhante o pH. 
Distúrbio Caracterização Causas 
Acidose 
metabólica 
Alteração 
primária: 
HCO3 < 
Acúmulo de ácidos não 
voláteis. 
As causas da acidose 
pH < 
 
Compensação: 
PCO2 > 
metabólica podem ser 
subdivididas em: 
• Perda de bicarbonato; 
• Falência renal da 
excreção de ácidos; 
• Adição de ácidos. 
Acidose 
respiratória 
Alteração 
primária: 
PCO2 > 
pH < 
 
Compensação: 
HCO3 > 
Ocorre por redução do 
volume 
corrente/volume 
minuto podendo estar 
associado a diminuição 
da frequência 
respiratória. 
Pode estar presente 
em alterações do SNC 
ou doenças pulmonares, 
cardíacas e 
neuromusculares. 
Alcalose 
metabólica 
Alteração 
primária: 
HCO3 > 
pH > 
 
Compensação: 
PCO2 > 
Perda de ácidos 
gástricos, aumento da 
atividade 
mineralocorticoide e 
administração de 
diuréticos de alça ou 
tiazídicos. 
Alcalose 
respiratória 
Alteração 
primária: 
PCO2 < 
pH > 
 
Compensação: 
HCO3 < 
Aumento da ventilação 
alveolar. Hiperventilação 
é tida como a principal 
causa primária de 
alcalose respiratória 
 
Esses distúrbios podem encontrar-se: 
• Compensados. 
• Descompensados. 
• Parcialmente compensados. 
 
10 Gasometria Arterial 
 
Exercício: 
Considere os resultados da gasometria arterial a seguir: 
Valor Referência pH = 7,49 7,35 – 7,45 PaCO2 = 28 
mmHg 35-45 mmHg HCO3 = 18 mEq/ml 20-30 mEq/ml. 
Com base nos dados apresentados, pode-se definir o 
distúrbio ácido-básico (DAB) como: 
🅐 Acidose metabólica 
🅑 Acidose respiratória 
🅒 Acidose mista 
🅓 Alcalose respiratória 
🅔 Alcalose metabólica 
Podemos afirmar que há uma alcalose respiratória. Observe 
que o pH está alto (alcalose), o PaCO2 está baixo (sendo que 
este é inversamente proporcional ao pH) e o HCO3 está 
baixo (este é proporcional ao pH). 
Para ser uma alcalose metabólica o HCO3 deveria estar 
aumentado tendo em vista a elevação do pH. 
Considere os resultados da gasometria arterial a seguir: pH= 
7,48; pCO2 = 48 mmHg; HCO3- = 36 mEq/l Com base nos 
dados apresentados, pode-se definir o distúrbio ácido-básico 
(DAB) como: 
🅐 Acidose metabólica 
🅑 Acidose respiratória 
🅒 Acidose mista 
🅓 Alcalose respiratória 
🅔 Alcalose metabólica 
O pH aumentado significa alcalose, 
a pCO2 aumentada significa aumento de ácidos pela via 
respiratória e o HCO3 aumentado significa diminuição de 
ácidos pela via metabólica. Portanto, tem-se uma alcalose 
metabólica parcialmente compensada. 
Considere os resultados da gasometria arterial a seguir: pH= 
7,52; pCO2 = 30 mmHg; HCO3- = 24 mEq/l. Com base nos 
dados apresentados, pode-se definir o distúrbio ácido-básico 
(DAB) como: 
🅐 Acidose metabólica 
🅑 Acidose respiratória 
🅒 Acidose mista 
🅓 Alcalose respiratória 
🅔 Alcalose metabólica 
O pH está aumentado, significa que há uma alcalose, a pCO2 
diminuída, então há diminuição de ácidos pela via respiratória 
e o HCO3 está normal. Portanto tem-se uma alcalose 
respiratória (não compensada). 
pH
Alterad
o
Parcialmente 
compensado: Quando 
um parametro altera-se 
para tentar normalizar o 
pH 
Descompensado: 
quando o 
parâmetro não se 
altera
Normal
Compensado
 
11 Avaliação Fisioterapêutica 
 
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim 
 
EXAME FÍSICO 
Condições gerais o baqueteamento digital (Hipocratismo 
digital) caracterizado pelo aumento das falanges terminais 
dos quirodáctilos e pododáctilos que se desenvolve no 
decorrer do tempo. 
 
Avaliação do nível de consciência é um parâmetro 
importante não só para os pacientes com patologias de base 
neurológica, mas para todos os pacientes críticos, pois a 
alteração da consciência pode significar uma piora do quadro. 
Há alguns estágios com diferentes denominações: 
1. Sonolência – o paciente com dificuldade para 
manter-se desperto, mas pode ser facilmente 
acordado; 
2. Estado confusional – desorientação no tempo e 
espaço, má interpretação de estímulos e 
dificuldade em atender comandos; 
3. Delírio – desorientação, irritabilidade, alucinações, 
má interpretação de estímulos e comandos; 
4. Torpor – o paciente mantem-se em sono 
profundo, sendo acordado apenas por estímulos 
vigorosos, volta a dormir quando o estimulo cessa; 
5. Coma – não desperta independente do estimulo. 
A consciência pode ser avaliada por meio de estímulos 
(auditivos, visuais, táteis, dolorosos) e comandos verbais. 
Para avaliar o nível de consciência pode-se utilizar várias 
escalas como a de Glasgow, de Ramsay e a escala de 
sedação e agitação de RASS (Richmond Agitation-Sedation 
Scale). 
 
 
Figura 11 - Escala de Rass (google imagens)
 
Na avaliação dos sinais vitais o fisioterapeuta deve coletar a 
frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão 
arterial, pressão arterial média, saturação de oxigênio (95 – 
100%) e temperatura corpórea. 
Frequência Cardíaca 
• Até 2 anos de idade: 120 a 140 bpm, 
• Entre 8 anos até 17 anos: 80 a 100 bpm, 
• Adulto sedentário: 70 a 80 bpm, 
• Adulto que faz atividade física e idosos: 50 a 60 
bpm. 
Frequência Respiratória 
 
12 Avaliação Fisioterapêutica 
• Adultos – 12 a 20 inspirações/ min; 
• Crianças – 20 a 25 inspirações/ min; 
• Bebês – 30 a 60 respirações/ min. 
Temperatura – terminologia 
• Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C 
• Afebril: 36,1°C a 37,2°C 
• Febril: 37,3°C a 37,7°C 
• Febre: 37,8°C a 38,9°C 
• Pirexia: 39°C a 40°C 
• Hiperpirexia: acima de 40°C 
Pressão arterial (PA) 
• Hipotensão – inferior a 100 x 60 mmHg 
• Normotensão – 120 x 80 mmHg 
• Hipertensão limite – 140 x 90 mmHg 
• Hipertensão moderada – 160 x 100 mmHg 
• Hipertensão grave – superior a 180 x 110 mmHg. 
Ausculta pulmonar 
Sons normais 
a. Som traqueal 
b. Som brônquico 
c. Murmúrio vesicular 
d. Som broncovesicular 
Sons anormais 
a. Descontínuos: estertores finos e grossos 
b. Contínuos: roncos, sibilos e estridor 
c. Sopros 
d. Atrito pleural 
Sons vocais 
a. Broncofonia, 
b. Egofonia 
c. Pectorilóquia fônica e afônica. 
 
SONS OU RUÍDOS ANORMAIS 
Descontínuos 
São representados pelos estertores. 
Estertores são ruídos audíveis na inspiração ou expiração, 
superpondo-se aos sons respiratórios normais. 
Os estertores finos ou crepitantes ocorrem no final da 
inspiração e têm frequência alta, isto é, são agudos de curta 
duração. Soam como o ruido produzido pelo atrito dos fios de 
cabelo. 
Podem ocorrer devido à pressão exercida pela presença de 
líquido ou exsudato no parênquima pulmonar (como 
pneumonia). 
Os estertores grossos, bolhosos ou subcrepitantes têm 
frequência menor e maior duração que os finos. Podem 
desaparecer com tosse e são audíveis em todo o tórax. São 
audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. 
Surgem quando há secreção viscosa e espessa, bem como 
pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes 
brônquicas (como na bronquite crônica e bronquiectasias). 
Contínuos 
Os roncos são constituídos por sons graves, portanto de 
baixa frequência originam-se nas vibraçõesdas paredes 
brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento 
desses ductos, seja por espasmo, edema da parede ou 
secreção aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, 
bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas. 
Os sibilos também se originam de vibrações das paredes 
bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, aparecendo na 
inspiração e na expiração. Em geral são múltiplos e 
disseminados por todo o tórax, quando provocados por 
enfermidades que comprometem a árvore brônquica, como 
acontece na asma e bronquite. 
O estridor é um som produzido pela semiobstrução da 
laringe ou traqueia, o que pode ser provocado por difteria, 
laringites agudas, CA de laringe e estenose de traqueia. Na 
hiperpneia, o aumento do fluxo de ar intensifica esse som. 
Sopros ocorrem em algumas regiões torácicas (C7 no dorso, 
traqueia e região interescapular), percebe-se sopro brando, 
mais longo na expiração que inspiração. Nesses casos é 
normal. Porém, quando o pulmão perde sua textura normal, 
como nas pneumonias bacterianas, grandes cavernas e 
pneumotórax hipertensivo ocorrem, respectivamente sopro 
tubário, cavitário e anfórico. 
 
13 Avaliação Fisioterapêutica 
Atrito pleural: em condições normais, os folhetos parietal e 
visceral deslizam um sobre o outro, durante movimentos 
respiratórios, sem produzir qualquer ruído. Na pleurite, estão 
recobertas de exsudato e produzem ruído irregular, 
descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência 
comparado ao ranger de couro atritado. 
SONS VOCAIS (AUSCULTA DA VOZ) 
Para ausculta da voz, o paciente pronúncia “33” enquanto 
faz a ausculta comparando regiões homólogas. 
Os sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica 
são ressonância vocal. 
Quando há consolidação (pneumonia, infarto pulmonar) a 
transmissão é facilitada. 
O aumento da ressonância é chamado broncofonia e ocorre 
quando há condensação pulmonar, neoplasia ou peri-cavitária. 
Egofonia é forma especial de broncofonia, broncofonia de 
qualidade nasalada e metálica, comparada ao balido de cabra. 
Aparece na parte superior dos derrames pleurais e nas 
condensações pulmonares. 
Quando se ouve com nitidez a voz falada, chama-
se pectorilóquia fônica. Com a voz cochichada, pectorilóquia 
afônica. 
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA 
Um dos testes para avaliação da força muscular 
respiratória é a medida das pressões máximas que podem 
ser geradas durante a inspiração e a expiração. O aparelho 
que mede essas pressões positivas (manômetro) e as 
pressões negativas (vacuômetro) é o manovacuômetro. 
A proposta das seguintes equações para determinar os 
valores da PImax e PEmax. 
PImax homens = 0,80 (idade) + 155,3 
PImax mulheres = 0,49 (idade) + 110,4 
PEmax homens = 0,81 (idade) + 165,3 
PEmax mulheres = 0,61 (idade) + 115,6 
Na ausculta da voz, a ressonância vocal pode estar 
aumentada, diminuída ou normal. 
Tipos de tórax 
• Tonel – diâmetro anteroposterior aumentado 
devido hiperinsuflação; 
• Escavado – esterno para trás, os arcos costais 
mais anteriores; 
• Em quilha – o esterno está mais a frente; 
• Cifoescoliótico – devido deformidades na coluna; 
Configuração toracoabdominal 
Respiração anacrônica – quando há atraso de tempo entre 
o movimento do abdome e tórax; 
Movimento paradoxal – ocorre quando há movimentação 
oposta do compartimento abdominal e tórax. 
Padrões respiratórios 
Apneia pós-hiperventilação – parada respiratória após 
períodos de hiperventilação; 
Respiração de Cheyne-Stokes – períodos de respiração 
crescentes chegando ao ápice, seguido por uma fase 
decrescente, entre esses há apneia prolongada; 
Hiperventilação neurogênica – incursões rápidas e 
profundas de maneira sustentada; 
Respiração atóxica – caracterizada por lesões bulbares, 
sendo completamente irregular. 
É importante atentar-se a tiragem (depressão inspiratória 
dos espaços intercostais) e a sinais como o de Hoover onde 
observa-se a retração do terço inferior do tórax durante a 
inspiração e não a expansão como esperado normalmente. 
Tosse e aspecto da secreção 
• A tosse pode ser eficaz, ineficaz, produtiva ou 
seca; 
• O excesso de secreção e o aumento da viscosidade 
impedem o fluxo aéreo alterando a distribuição e a 
troca gasosa pulmonar; 
• Tosse e escarro com sangue é denominada 
hemoptise. 
Coloração: 
• Amarela – infecção pulmonar ou traqueobronquite; 
• Esverdeada – quadro infeccioso; 
• Amarronzado – quando a secreção pulmonar é 
composta por muco, transudato, exsudato e 
fragmentado de parênquima pulmonar com 
 
14 Avaliação Fisioterapêutica 
substâncias estranhas nele aderidas, como a 
nicotina. 
As cores podem aparecer combinadas. 
A viscosidade depende da quantidade de muco, podendo ser 
viscosa e secreção fluídica (sendo a ultima de fácil 
expetoração). 
No sistema Cardiovascular 
o avaliador deverá observar os possíveis sinais: edema, 
áreas com aumento de temperatura ou alteração na 
coloração, que podem indicar uma possível doença vascular 
periférica (trombose). 
Sinais de trombos: 
• dor; 
• calor; 
• vermelhidão; 
• rigidez da musculatura na região em que se 
formou o trombo. 
 
Figura 12- Google Imagens 
No sistema neuromioarticular avalia-se Tônus, trofismo (grau 
de hipertrofia), força muscular, capacidade de 
movimentação, amplitude de movimento articular, capacidade 
de realizar as condutas propostas e posicionamento no leito. 
Todas as informações geradas com a avaliação motora 
devem ser inseridas na ficha de avaliação. Para avaliar a 
força muscular o fisioterapeuta deverá utilizar a escala 
MRC (Medical Research Council). 
 
Figura 13- Google Imagens 
 
Figura 14 - Fonte: google imagens 
Algumas tabelas e escalas importantes 
 
Figura 15- Google imagens Zona de Kramer 
 
Figura 16- Google Imagens / valores abaixo de 48 indicam 
fraqueza muscular 
 
Figura 17- Google Imagens
 
15 Monitorização respiratória 
 
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim 
 
É importante saber o que o aparelho aponta, como curvas 
de fluxo, pressão e volume, assim como as alças 
volume/pressão e fluxo/volume. Enfim, isso só será possível 
compreendendo os mecanismos fisiopatológicos subjacentes. 
Assim, esse trecho irá abordar a monitorização respiratória 
com base na fisiopatologia do intercâmbio gasoso e da 
mecânica respiratória. 
INTERCAMBIO GASOSO PULMONAR 
Ventilação alveolar e espaço morto 
O volume de ar inspirado em cada ciclo respiratório é 
denominado volume de ar corrente. Em condições basais, é 
de aproximadamente meio litro no adulto sadio. Esse volume, 
ao penetrar as vias aéreas superiores, é dividido em duas 
partes. 
Volume alveolar – entra em contato com os capilares 
pulmonares e participa ativamente das trocas gasosas 
entre os alvéolos e a circulação pulmonar na hematose. 
Espaço morto – não tem contato com a circulação, não 
sofre hematose e é constituído principalmente pelas vias 
aéreas. Seu valor é de 150ml ou cerca de 30% do volume 
de ar corrente. 
O volume de ar corrente ( Vt ) corresponde, então a soma 
de espaço morto ( VD ) e o volume alveolar ( VA ). 
Vt = VA + VD 
O espaço morto anatômico foi o que acabamos de abordar, 
ele não é o único. Sabendo que parte dos alvéolos não são 
integralmente perfundidos, mas normalmente ventilados, o 
excesso de volume de ventilação em relação a perfusão é 
inútil e recebe o nome de espaço morto alveolar. 
VD fis = VD an + VD alv 
Sabendo que haverá alvéolos com perfusão insuficiente para 
determinada ventilação alveolar, assim como haverão outros 
com uma perfusão em excesso para sua ventilação. A 
fração de espaço morto fisiológico em relação ao volume de 
 
ar corrente pode ser calculado pela equação de Bohr, 
modificada por Enghoff: 
VD = PaCO2 – PeCO2 
Vt PaCO2 
A fração de espaço morto fisiológico, normalmente, varia 
entre 0,30 e 0,35. Valores altos de espaço morto fisiológico 
indicam alvéolos ventilados e inadequadamente perfundidos.• Isso ocorre na embolia pulmonar, choque 
hemorrágico, graus avançados de enfisema e em 
pacientes submetidos a VM. 
VENTILAÇÃO ALVEOLAR E PRESSÃO PARCIAL DE GÁS 
CARBÔNICO ARTERIAL 
O intercambio gasosos pulmonar é um processo dinâmico 
que precisa ser avaliado em função do tempo. Volumes por 
unidade de tempo são, então, expressos pelo símbolo V’. O 
volume expirado por minuto é expresso por V’E e 
corresponde ao volume corrente expirado do (VE) 
multiplicado pela frequência respiratória FR. 
V’E = VE X FR 
A ventilação alveolar minuto (V’A) também pode ser 
expressa da mesma forma e corresponde ao produto da 
ventilação em cada ciclo respiratório que efetivamente 
participa das trocas gasosas (VA), multiplicada pela 
frequência respiratória (FR). 
V’A = V A X FR 
A quantidade de gás carbônico excretada pelo pulmão por 
minuto (V’CO2) é proporcional ao produto da ventilação 
alveolar (V’A) e a pressão partícula de gás carbônico alveolar 
(PACO2) 
V’CO2 proporcional V’A X PACO2 
Como a produção de gás carbônico em condições basais é 
constante pode se enunciar: 
K proporcional V’A X PACO2 
 
16 Monitorização respiratória 
 
Na prática, a PACO2 de forma que, substituindo, temos: 
K proporcional V’A X PACO2 
Assim a ventilação alveolar é o fator determinante da 
PACO2, pois a hipoventilação expressa-se por retenção de 
gás carbônico, o contrario é verdadeiro. 
 
 
17 Oxigenioterapia 
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim 
 
Um conceito base 
A concentração de O2 no ar atmosférico (ar ambiente) é de 
21%. A elevação da pressão de O2 inspirado (PiO2) pode ser 
realizada aumentando a fração de O2 inspirada (FiO2), assim, 
haverá um aumento do O2 no alvéolo, que corresponde a 
pressão alveolar de O2 (PaO2) e isso elevará a pressão arterial 
de O2 (PaO2). 
Em um paciente com hipoventilação grave pode-se elevar a PaO2 
Ex: PaO2 = 50mmHg e PaCO2 = 80mmHg, a inalação de 100% de 
O2 levará a um aumento de 10 vezes da concentração de O2 
arterial, elevando a PaO2, para mais de 60mmHg. 
Definição 
A Oxigenioterapia objetiva fornecer oxigênio suplementar a um 
paciente que por diversos fatores está em insuficiência 
respiratória, incapaz de manter o O2 em valores adequados. 
Ressalta-se que essa não traz pressão (força para respirar), 
sendo apenas suporte de O2., traduzindo-se que a mecânica 
ventilatória deve estar a melhor possível. 
A razão em que a oxigenoterapia é normalmente mais utilizada é 
a insuficiência respiratória. 
Graduação da insuficiência respiratória em função da relação da 
PaO2/ FiO2: 
Obtido por meio desses valores divididos e multiplicados por 100 
(para remover a porcentagem da FiO2) 
• Superior a 400 mmHg - Normal. 
• De 300-400 mmHg- Déficit de oxigenação. 
• Inferior a 300 mmHg- Insuficiência respiratória. 
• inferior a 200 mmHg- Insuficiência respiratória grave 
A insuficiência respiratória (IR) pode ser entendida como o estado 
em que o sistema respiratório é incapaz de gerar valores da 
pressão arterial de oxigênio (Pao2) e/ou pressão arterial de gás 
carbônico na faixa de normalidade para a demanda metabólica. 
Na gasometria, a insuficiência respiratória pode ser 
representada pelo seguinte ponto de corte: 
PaO2: < 60 mmHg PaCO2: > 50 mmHg 
A INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA PODE SER CLASSIFICADA EM 
TIPO I (HIPOXÊMICA), TIPO II (HIPERCÁPNICA) E MISTA. 
 
Figura 18- https://www.e-sanar.com.br/aluno/noticia/260,insuficiencia-respiratoria-aguda.html 
 
Um mecanismo importante de hipoxemia ´o SHUNT, caracterizado 
por: alvéolos do pulmão perfundidos normalmente com sangue, 
mas a ventilação falha em suprir a região perfundida. 
Dispositivos para liberação de O2 (as convencionais são de baixo 
fluxo e não convencionais (venturi, cnaf e helmt) alto fluxo): 
• Cânula nasal; 
• Cateter tipo óculos; 
• Máscara facial simples ou com reservatório; 
• Cateter transtraqueal; 
• Máscara de venturi. 
• CNAF 
• HELMT / HELMO 
Os sistemas de baixo fluxo apresentam rendimento variável e 
podem administrar oxigênio com uma FiO2 de 21% a 95%. 
OBS sobre os filtros 
• HMEF: aquece, umidifica e filtra. Com localização 
proximal ao paciente, depois do Y; 
• HME: aquece e umidifica, fica proximal, depois do Y, 
porque tá “preparando” o ar que vai entrar; 
• HEPA: só filtra, então fica distal ao paciente, próximo 
ao ventilador, porque vai filtrar o ar que está sendo 
exalado. 
Calculo da FiO2: 
FiO2 = L O2/min X 4 + 21 
Interfaces para administração de O2 
Cateter nasal 
Apresenta fácil instalação e proporcionam fluxo: 3l/min e esse 
deve ser o máximo para evitar ressecamento da VA. 
Considerado confortável para a maioria dos pacientes. 
https://www.e-sanar.com.br/aluno/noticia/260,insuficiencia-respiratoria-aguda.html
 
18 Oxigenioterapia 
Não impede a alimentação, mas pode gerar irritação da mucosa 
nasal e a concentração de O2 inspirada é desconhecida. 
 
Figura 19- Google imagens 
As máscaras faciais 
são os sistemas normalmente mais utilizados. 
Existem três tipos de máscaras: simples, de reinalação parcial e 
de não reinalação. 
• A máscara facial simples apresenta um fluxo de 4 a 15 
l/min. 
• Abrange nariz e boca. 
• Tem como desvantagens o fato de dificuldade para 
comunicação e alimentação, lesões se devem à pressão 
gerada. 
 
Figura 20- Google imagens 
A máscara com reservatório é uma máscara com as mesmas 
características da máscara facial, porém com uma bolsa onde o 
oxigênio é armazenado e liberado durante as inspirações do 
paciente. Acoplada a uma bolsa inflável 1 l (fluxo 7 a 10 l/min). 
Pode ser um sistema de reinalação parcial. Não contém válvulas. 
Durante a inspiração, o oxigênio flui para o interior da máscara e 
passa diretamente ao paciente. Durante a expiração, parte do ar 
é armazenado na bolsa. 
Outra opção é o sistema sem reinalação, que impede a reinalação 
através de válvulas unidirecionais. Uma válvula inspiratória se 
encontra no topo da bolsa, enquanto as válvulas expiratórias 
cobrem as portas de expiração sobre o corpo da máscara. 
Ressalta-se que o fluxo de O2 deve ser suficiente para manter o 
volume da bolsa reservatório. 
 
Cateter transtraqueal 
Consiste na inserção de um cateter por meio do traqueóstomo ou 
tubo orotraqueal. » Garante um melhor aproveitamento de O2. 
Apresenta como desvantagens ser um procedimento invasivo, 
com maior risco para infecções do sistema respiratório. 
A concentração de O2 varia de 25% a 45% com fluxo de 1-6 
litros/minuto. 
Máscaras de Venturi 
 
Figura 21 - Google imagens 
 
Figura 22- Google imagens 
Se baseiam em um sistema de passagem de um alto fluxo de 
oxigênio a orifícios no corpo da máscara, cuja escala de 
concentração de oxigênio varia de 24% a 50%. Assim, consegue 
ofertar uma FiO2 conhecida ao paciente. 
A máscara de Venturi segue o princípio de Bernouilli. Este 
princípio afirma que, ao se aplicar um gás sobre pressão pelo 
 
19 Oxigenioterapia 
sistema, ocorrerá o desenvolvimento de uma pressão lateral ao 
pequeno orifício que permitirá a entrada do gás que se encontra 
próximo ao jato pelos orifícios laterais. 
Riscos 
• Depressão do sistema respiratória. 
• Hipercapnia. 
• Acidose respiratória. 
• Atelectasias por absorção (níveis elevados de oxigênio 
depletam rapidamente os níveis de nitrogênio, o que 
propicia uma atelectasia precoce). 
• Diminuição da relação V/Q. 
• Diminuição do surfactante pulmonar. 
• Nas crianças prematuras, Pa02 >100 mmHg pode 
causar retinopatia. 
• Lesão por radicais livres. 
OXIGENIOTERAPIA por tempo prolongada domiciliar (OPD) 
Oxigenioterapia por tempo prolongado domiciliar (OPD) é o 
tratamento mais eficaz contra hipoxemia e insuficiência 
respiratória crônica. 
Suas indicações: 
PaO2 < 55mmHg ou SaO2 < 88% ou PaO2 56-59mmHg ou SaO2 
89% associada a – edema causado por ICC descompensada, 
evidencia de cor pulmonale, hematócrito > 56%. 
Oxigenio durante o exercício quando a PaO2 < 55mmHg ou SaO2 
< 88% documentada durante o exercício.Oxigenioterapia noturna quando a PaCO2 < 55mmHg ou SaO2 < 
88% durante o sono; Queda da SaO2 > 5% com sinais e 
hipoxemia (definidos como embotamento do processo cognitivo, 
fadiga ou insônia. 
Obs: apenas a medida da SpO2 por oxímetro de pulso não é válida 
para prescrição de OPD. 
Na DPOC busca-se obter uma PaO2 de pelo menos 60mmHg e 
uma SaO2 não inferior a 90%. 
Para titular o fluxo adequado utiliza-se um oxímetro de pulso 
conectado ao dedo do paciente que deverá estar em repouso, 
posição ereta e sem falar por 20 minutos. Outra forma é o 
teste de caminhada de 6min onde o fluxo é direcionado para 
minimizar a hipoxemia mantendo a SaO2 acima de 95% e a PaO2 
de 80mmHg. 
O mesmo pode ser realizado durante o sono (monitorização). 
O tempo mínimo aceitável é de 15H por dia de suporte de O2. 
 
Risco do suporte de O2: ao respirar altas concentrações de oxigênio, o 
paciente terá um processo de atelectasia de absorção acelerado. Isso 
ocorre porque a inalação de altas concentrações de O2 irá reduzir a 
quantidade de nitrogênio nos alvéolos e este gás normalmente retarda 
o processo de absorção por causa da sua baixa solubilidade. Quando se 
substitui o nitrogênio por qualquer gás que é rapidamente absorvido 
predispõe ao colapso. 
 
20 Ventilação Mecânica 
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim 
 
 
A ventilação mecânica ela pode ser invasiva, por meio de 
traqueostomia e intubação, ou não invasiva, quando a interface é 
a mascara ou capacete. 
Parâmetros ventilatórios 
Volume corrente Vt: volume inspirado e expirado em uma 
respiração normal; valor de referência = 5-8ml/kg 
Frequência respiratória fR: de 12 – 16, acima de 20 atenta-se 
para o risco de auto-PEEP. 
Volume minuto (VM): resultado do Vt X fR se esse aumenta a fR 
também aumenta, então nos casos de acidose respiratória deve-
se aumentar o volume minuto elevando a fR ou a Vt e se houver 
alcalose, diminui. 
Fluxo (V’): velocidade com que o ar entra nos pulmões, medida em 
livros/seg. No modo de ventilação controlada os ventiladores 
disponibilizam quatro ondas de fluxo: quadrado (constante), 
sinusoidal, acelerado e desacelerado (decrescente). A mais 
utilizada é a decrescente pois oferece menor pico de pressão, 
com o mesmo volume corrente quando comparada a quadrada. 
Os valores de referencia são de 40L/min a 60L/min. 
A onda quadrada é utilizada mais para calcular a PEEP ideal e no 
modo VAPS. 
Tempo inspiratório: no modo pressão controlada e geralmente de 
0,8 a 1,2. 
Pausa inspiratória: no modo volume controlado é de 0,3 a 0,5 
segundos, é recomendada para que o ar inspirado possa ser 
melhor redistribuído melhorando a ventilação alveolar. 
Relação I:E : em uma respiração normal/espontânea esse tempo 
é de 1:2 até 1:4, ou seja, a expiração é de 2 a 4 vezes maior. Em 
casos de hipoxemia grave e SDRA essa relação pode ser 
invertida, levando em consideração os riscos de auto-PEEP. 
Relações de 1:1 podem ser utilizadas para pacientes hipoxêmicos. 
PEEP: Manutenção da pressão positiva na via aérea ao final da 
expiração, após a fase inspiratória ter ocorrido a cargo do 
ventilador mecânico. Em indivíduos sem comprometimento 
pulmonar utiliza-se 5 cmH2O. Quando há necessidade de 
ventilação com FiO2 acima de 40% utiliza-se de 8-12 cmH2O. 
Acima de 12 utiliza-se em casos de hipoxemia grave. 
 
 
Fração inspirada de Oxigenio (FiO2): é recomendada que de inicie 
a ventilação com 100% e reduza-se gradativamente de acordo 
com a SatO2 e gasometria. 
Pressão inspiratória: Programada no modo de pressão controlada, 
pressão suporte e VAPS. Ajusta-se de acordo com o volume 
corrente desejado. 
Indivíduos com complacência diminuída ou resistência precisam de 
maior pressão para atingir o volume corrente indicado. 
Pressão de pico (PPI) é a pressão máxima atingida durante a 
inspiração. Parâmetro de alerta, pois, em ventilação com PPI 
acima de 40 cmH2O há risco de barotrauma. 
Pressão platô (P PLAT): Ao final da inspiração quando o volume 
corrente predeterminado é atingido a válvula de fluxo do 
ventilador fecha e o fluxo é zero. Aqui a curva de pressão cai 
ocorrendo acomodação mais lenta do sistema respiratório e 
redistribuição do ar dentro dos pulmões até que o platô seja 
atingido. O valor de referencia é abaixo de 35 cmH2O para evitar 
lesão pulmonar. 
MODOS VENTILATÓRIOS 
VENTILAÇÃO CONTROLADA A VOLUME (VCV) 
Esse tipo de ventilação é assisto-controlada, ou seja, permite 
ciclos assistidos (na presença do esforço muscular) e controlados 
(disparados a tempo), sendo o volume a variável de controle. 
Na VCV, o volume corrente é fixo, portanto, o volume minuto 
também, porém a pressão nas vias aéreas é variável. Em casos 
de piora da complacência do sistema respiratório, a pressão 
aumentará proporcionalmente. 
No modo VCV, deve-se ajustar o alarme de pressão de pico 
máximo (evitar ultrapassar 40 cmH2O) devido à possibilidade de 
variação e mínimo, representando vazamento no sistema. 
Principais parâmetros usados no modo VCV e seus valores de 
referência: 
Parâmetros Valores de Referência 
Volume corrente (Vt) 6 a 8 ml/kg predito 
Fluxo insp. (V’) 40 a 60L/min 
Pausa insp. 0,3 a 0,5 
Frequência 12 a 20 ipm 
PEEP 4 a 8 cmH2O 
Sensibilidade a fluxo 1 a 3 L/min 
 
21 Ventilação Mecânica 
Sensibilidade a pressão -2 cmH2O 
 
VENTILAÇÃO CONTROLADA A PRESSÃO (PCV) 
Também é uma modalidade assisto-controlada, onde a pressão 
controlada é constante durante toda a fase inspiratória. 
O ventilador, durante a fase inspiratória, controla a válvula de 
fluxo para manter a pressão na via respiratória constante, no 
valor programado, sendo a liberação de fluxo livre. 
O disparo pode ser a fluxo ou pressão (ciclos assistidos) e a 
tempo (ciclos controlados). 
A ciclagem ocorre a tempo, de acordo com o ajuste do tempo 
inspiratório. Como a pressão é constante durante toda a fase 
inspiratória, o volume corrente será variável, dependendo do 
ajuste da pressão inspiratória, do tempo inspiratório e da 
impedância do sistema respiratório (resistência e complacência). 
No modo PCV, o ventilador ajusta o fluxo para manter constante 
a pressão nas vias aéreas, mantendo esse fluxo livre, o que, em 
comparação com o modo VCV, torna a sincronia paciente-
ventilador melhor. 
No modo PCV, deve-se ajustar os alarmes de volume minuto 
máximo e mínimo, visto que existe a possibilidade de variação do 
volume. 
Principais parâmetros usados no modo PCV e seus valores de 
referência: 
Parâmetros Valores de Referência 
Pressão insp. Deve gerar 6 a 8 ml/kg 
Tempo insp. 0,8 a 1,2 seg 
Freq. Resp. 12 a 20 ipm 
PEEP 4 a 8 cmH2O 
FiO2 21% a 100% 
Sens. A fluxo 1 a 3 L/min 
Sens. A pressão -2 cmH2O 
 
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO DE SUPORTE (PSV) 
Trata-se de um modo ventilatório assistido, limitado a pressão, no 
qual o ventilador mecânico fornece ao paciente uma pressão 
pré-estabelecida e com fluxo inspiratório livre, de acordo com o 
esforço do paciente. 
Em todos os ciclos, o disparo só acontecerá após a contração 
muscular. Situações como vazamento no circuito ventilatório ou 
oscilações cardíacas podem ocasionar o chamado autodisparo, o 
que pode ser resolvido eliminando o motivo da assincronia ou 
ajustando a sensibilidade. 
A ciclagem ocorrerá a fluxo. 
Esse processo de transição normalmente existe quando há 
redução de 25% do fluxo inspiratório. Essa porcentagem pode 
ser ajustada de acordo com a necessidade de cada paciente, 
tornando o tempo inspiratório maior ou menor. 
O nível do suporte deve levar em consideração o volume 
corrente e a frequência respiratória. O volume deve permanecer 
entre 6 a 8 ml/kg, enquanto a frequência deve ser mantida 
abaixo de 25 ipm. 
Esse modo pode ser usado para realização do teste de 
respiração espontânea durante o desmame ventilatório, porém 
deve ser estimulado em pacientes que não possuem critérios 
para retirada da ventilação e estão estáveis clínica e 
hemodinamicamente, visando manutenção da contração muscular 
e diminuindoassim a fraqueza ventilatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 Ventilação Mecânica Não Invasiva 
Fisioterapia Respiratória – resumos - @enyarolim 
 
 
Denomina-se ventilação mecânica não invasiva a administração de 
qualquer forma de suporte ventilatório utilizando-se de técnicas 
que não requerem uma via aérea artificial, como tubo 
endotraqueal, mascara laríngea ou traqueostomia. 
Muito utilizada para pacientes com insuficiência respiratória e 
apneia obstrutiva do sono. 
São modalidades de suporte ventilatório com pressão positiva: 
• CPAP; 
• Bilevel; 
A VNI tem nível de evidência no que se refere a eficácia, 
principalmente para insuficiência respiratória aguda, 
estabelecendo troca gasosa e reduzindo o trabalho respiratório 
com resultados significativos. 
Indicado para: Edema Agudo de Pulmão (EAP), exacerbação da 
DPOC, crise de asma, pneumonia, pós operatórios e desmame da 
VMI; 
Contraindicações: obstrução ou trauma de via aérea superior, 
pneumotórax não drenado, instabilidade hemodinâmica grave, 
redução do nível de consciência e agitação psicomotora excessiva. 
Absolutas (sempre evitar) 
- Necessidade de intubação de emergência 
- Parada cardíaca ou respiratória. 
Relativas (analisar caso a caso risco x benefício): 
- Incapacidade de cooperar, proteger as vias aéreas, ou 
secreções abundantes 
- Rebaixamento de nível de consciência (exceto acidose 
hipercápnica em DPOC) 
- Falências orgânicas não respiratórias (encefalopatia, arritmias 
malignas ou hemorragia digestivas graves com instabilidade 
hemodinâmica) 
- Cirurgia facial ou neurológica 
- Trauma ou deformidade facial 
- Alto risco de aspiração 
- Obstrução de vias aéreas superiores 
 
 
- Anastomose de esôfago recente (evitar pressurização acima 
de 20 cmH2O) 
 
INTERFACES 
Facial: permite maior volume corrente, não apresenta elevado 
risco de retenção de dióxido de carbono e é bem aceita pelos 
pacientes. As desvantagens são a difícil monitorização de 
broncoaspiração e a possibilidade de lesões por pressão se 
houver uso por longos períodos. 
 
Figura 23- Google Imagens 
Nasal: muito usada em condições domiciliares e nos portadores de 
apneia do sono. A sua grande limitação é no paciente com 
insuficiência respiratória. Como o fluxo é entregue pelo nariz, 
aumenta a resistência à passagem do ar, favorecendo o escape 
pela boca visto que esses pacientes podem adotar uma 
 
respiração oral na tentativa de reduzir a resistência e captação 
de maior volume de ar. 
 
Figura 24- Google imagens 
 
 
23 Ventilação Mecânica Não Invasiva 
Facial total: Essa interface proporciona maior conforto ao 
paciente e, por apresentar maior contato com a pele, diminui os 
riscos de úlceras por pressão. É possível utilizar maiores 
pressões inspiratórias, gerando volumes mais altos. Havia grande 
preocupação sobre o espaço morto existente dentro dela e 
possibilidade de acúmulo de CO2, porém, trabalhos recentes 
mostram que os níveis desse gás dentro da máscara são 
semelhantes aos encontrados na máscara facial. 
 
Figura 25- Google imagens 
MODOS 
CPAP: é gerada uma pressão constante nas vias sem suporte do 
ventilador ou gerador de fluxo. Ou seja, a mesma pressão na 
inspiração e na expiração. 
Bilevel: sendo agora aplicados dois níveis de pressão. Um na 
inspiração (IPAP) e outro na expiração (EPAP). Partindo do objetivo 
principal, que é aumentar a ventilação, em pacientes 
hipercápnicos, o IPAP deve superior 5 a 7 cmH2O do EPAP. 
A VNI NO EAP 
Pacientes com EAP de origem cardiogênica apresentam essa 
condição por uma falha da bomba cardíaca e aumento da pressão 
hidrostática a nível de vasos pulmonares. Esse aumento de 
pressão favorece o extravasamento e preenchimento do espaço 
intersticial, distanciando alvéolo e capilar e piorando as trocas 
gasosas. 
Nesse cenário, a aplicação de VNI está indicada nos modos CPAP 
ou BIPAP. O CPAP deve ser aplicado com uma pressão de 5 a 10 
cmH2O e o BIPAP com EPAP de 5 a 10 cmH2O e o IPAP até 15 
cmH2O. 
A escolha depende do padrão ventilatório. Pacientes com maior 
desconforto se beneficiam com a aplicação do BIPAP, enquanto 
pacientes mais confortáveis com o CPAP. O objetivo aqui é 
aumentar o volume alveolar, redistribuindo o líquido, aproximando-
o do alvéolo e melhorando as trocas gasosas. 
A VNI PARA O DESMAME DA VMI 
Para o desmame da VMI é necessário realizar TRE - Teste de 
respiração espontânea: pode ser feito de três formas (durante 
30 a 120min) 
Caso o paciente apresente intolerância retorna para a VM e 
aguarda 24h para um novo TRE; 
Pode ser realizado de 3 formas: 
• Tubo T: Com suporte de O2 
• Ventilação por pressão suporte 
Vt = 5 a 7 ml/kg e FR = < 30 ipm 
• Pressão positiva continua na VA (CPAP) 
Classificações do desmame: 
• Desmame fácil - 1 TRE < 3 dias de tubo 
• desmame difícil 3/7 dias de tubo 
• desmame prolongado 3/7 dias de tubo. 
Em pacientes com DPOC, é comum a falha nesse momento, 
porém é indicada a extubação e instituir a VMNI imediatamente. 
Esse tipo de estratégia é chamado de VNI facilitadora e deve ser 
aplicada em pacientes com DPOC e neuromusculares. Sendo feita, 
diminui o tempo de VMI e mortalidade. 
Outro cenário é o paciente que passa no teste, mas apresenta 
fatores de risco para falha após a extubação. Nesses pacientes, 
deve ser realizada a VNI preventiva. 
Ainda há a VNI de resgate, mas essa não tem comprovação 
cientifica exceto em pós cirúrgicos.

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